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Origem da física quântica

O surgimento da Física quântica moderna deu-se em 1920, quando o físico


alemão Max Planck logrou explicar o mecanismo da emissão de corpo negro e a sua relação com
um bizarro erro nos cálculos da época, chamado catástrofe ultravioleta.
Acontece que os corpos negros, objetos capazes de absorver toda a radiação que é direcionada a
eles, reemitindo-a em forma de radiação térmica, não a emitiam da forma como era esperado pela
teoria eletromagnética vigente. Para resolver a situação, Max Planck sugeriu que a energia do
campo eletromagnético fosse quantizada, isto é, subdividida em pequenos pacotes de energia, que,
pouco mais tarde, viriam a ser chamados de fótons — os quanta de energia.
A interpretação dada por Planck à radiação de corpo negro não foi bem aceita (nem mesmo por
ele), entretanto, alguns anos depois, Albert Einstein fez uso do mesmo argumento e obteve sucesso
ao explicar o efeito fotoelétrico.
Em 1905, Einstein publicou uma série de artigos que marcou a data como o “ano miraculoso da
Física”, mas a sua consagração veio pelo seu prêmio Nobel de Física, por explicar o mecanismo por
trás da fotoeletricidade. Einstein havia concluído que a luz tanto se comporta como partícula,
quanto como onda. Esse comportamento ficou conhecido como a natureza dual da luz.
Veja também: Forças fundamentais da natureza
Em 1924 foi a vez de Louis de Broglie contribuir com a mecânica quântica. De Broglie publicou,
em sua tese de doutorado, que as partículas quânticas também apresentam um comprimento de
onda, assim como a luz e, portanto, deveriam apresentar comportamento ondulatório em
determinadas condições.
O físico francês previu que os elétrons deveriam apresentar um padrão de interferência ao serem
submetidos ao experimento de dupla fenda, assim como as ondas apresentam. Em 1927, sua
hipótese foi confirmada pelo experimento de Davisson-Germer: estava estabelecida
a dualidade entre onda e matéria.
O motivo por trás do comportamento dual da matéria permaneceu desconhecido até que, em
1927, Werner Heisenberg enunciou um princípio físico derivado das propriedades matemáticas da
teoria quântica. De acordo com esse princípio, conhecido como o princípio da incerteza, há pares de
variáveis que não podiam ser medidos simultaneamente com total precisão. A essas variáveis dá-se
o nome de variáveis conjugadas.
Posição e velocidade, por exemplo, são grandezas físicas que não podem ser determinadas com total
precisão no mundo quântico: se soubermos com grande precisão a velocidade em que um átomo
encontra-se, perdemos completamente a precisão em sua posição, de maneira similar, se
conseguíssemos medir a velocidade de um átomo, não poderíamos dizer qual é a sua posição
naquele mesmo instante.
Para compreender o princípio da incerteza, basta pensar em como enxergamos as coisas: a luz que
emana dos objetos deve chegar aos nossos olhos, para que essa informação seja traduzida por nosso
cérebro. Em outras palavras, para vermos, precisamos trocar fótons com os arredores. No caso de
átomos e partículas, isso é mais sério do que parece: imagine que você queira saber onde está um
átomo, para fazê-lo você precisaria emitir um fóton em sua direção, mas, ao fazer isso, o átomo
ganharia velocidade por causa da colisão, de modo que você não saberia dizer mais onde ele está.
Logo, o princípio da incerteza permite entendermos um pouco melhor a dualidade onda matéria: no
mundo quântico, as grandezas físicas comportam-se de forma não determinística, como se fossem
ondas, cujas amplitudes são, na verdade, probabilidades.
Física quântica, espiritualidade e pseudociência

Hoje em dia, tornou-se comum lermos anúncios de cursos, curas milagrosas, produtos
revolucionários, terapias infalíveis, orações para atrair dinheiro, e até métodos de cura em que se
empregam termos relativos à Física quântica.

No entanto, é necessário salientar que em nenhum desses casos há relação direta com os
conhecimentos que resultaram da pesquisa em Física quântica. Tratam-se, na verdade, de
uma apropriação indevida, que só se tornou possível graças à ignorância de uma grande parte da
população, quando se trata da Física moderna e contemporânea.
A compreensão da Física quântica envolve o domínio de um grande formalismo matemático e muito
conhecimento de Física, Álgebra, Geometria, Eletrodinâmica e etc. Por isso, são necessários muitos
anos de estudo para compreendê-la de maneira minimamente aceitável para os padrões acadêmicos.
É verdade também que muitas pessoas acreditam que suas práticas são pautadas nos fenômenos
quânticos, e não é incomum encontrarmos depoimentos de pessoas que se sentiram melhores ao
recorrerem a essas ações. Entretanto, podemos citar razões que desmentem a eficácia das chamadas
práticas quânticas:
•Os fenômenos quânticos só se tornam relevantes e observáveis em escalas atômicas. A partir
de um certo tamanho, tudo passa a comportar-se de acordo com a Física clássica, a Física da
escala macroscópica.

•Os benefícios sentidos pelas pessoas que adquirem produtos ou passam a realizar algum tipo
de atividade relacionada ao “quântico” podem ser vistos em alguns experimentos, nos quais
se observa melhoras nos pacientes tratados com placebo. Esses efeitos acontecem porque os
pacientes acreditam estar melhores, e condicionam-se a isso.

Em razão da grande falta de conhecimento acerca do real significado atrelado à palavra quântico,
é natural que essa se envolva de misticismo, fazendo com que a vejamos ser frequentemente usada
nos contextos mais improváveis: palestras motivacionais, cursos de coaching quântico, orações
quânticas, cosméticos quânticos, curas quânticas etc.
Apesar de muito distintos, todos esses anúncios têm algo em comum: são pseudocientíficos e, em
sua maioria, visam lucro. Portanto, em alguns casos, podem ser chamados de charlatanismo, cujo
objetivo é o de agregar valor e confiabilidade a produtos, serviços ou costumes ordinários em sua
essência.

Quando você perceber o emprego de conceitos muito abstratos em contextos pouco


prováveis, desconfie e procure buscar informações em fontes confiáveis, como em sites
educacionais consagrados, páginas vinculadas a instituições de educação ou em artigos científicos.
A informação é a única forma de prevenir-se de golpes, charlatanismo e outros tipos de crendices
que usam, de maneira indevida, o nome de áreas do conhecimento que são consagradas, mas
conhecidas por poucos.

Comportamento Ondulatório da Matéria


O modelo de Bohr oferece uma explicação para o desenvolvimento de linhas do átomo de hidrogênio, ele não pode
explicar o espectros de outros átomos, a não ser de uma maneira muito incipiente. Anos depois a publicação desse modelo
a energia radiante tornou-se um conceito familiar. Dependendo das circunstâncias experimentais, a radiação parece ter um
caráter ondulatório ou de partícula (fóton). Louis De Broglie (1892 - 1897), quando trabalhava em sua tese de
doutoramento em física na Sorbonne, em Paris, corajosamente ampliou essa ideia.
De Broglie

Se a energia radiante pudesse se comportar, sob condições apropriadas, como um feixe de partículas, a matéria, sob
condições apropriadas, poderia possivelmente mostrar propriedades de uma onda? De Broglie sugeriu que os elétrons ao
redor da matéria, em seu movimento ao redor do núcleo, tinha associado a ele um comprimento de onda particular. Ele
propôs que o comprimento de onda característico do elétron ou qualquer outra partícula depende de sua massa, m, e de sua
velocidade, v. De Broglie usou o termo ondas de matéria para descrever as características ondulatórias das partículas da
matéria. A hipótese dele é aplicável a toda matéria, qualquer objeto de massa "m" e velocidade "v" daria origem a um onda
de matéria característica.
Pouco tempo depois de De Broglie publicar sua teoria, as propriedades ondulatórias do elétron foram demonstradas
experimentalmente. Os elétrons eram difratados pelos cristais, do mesmo modo que os raios X sofriam difração. Assim, um
fluxo de elétrons em movimento exibe os mesmos tipos de comportamento ondulatório que a radiação etromagnética.

Radiação do Corpo Negro


Todo o corpo emite e absorve radiação. Quando a temperatura do corpo é maior que a do
ambiente onde ele está inserido, a taxa de emissão é maior que a taxa de absorção. Quando a
temperatura do corpo é menor que a do ambiente onde ele se encontra, a taxa de emissão é menor
que a taxa de absorção. Um corpo só não emite radiação térmica se sua temperatura for o zero
absoluto, ou seja: 0 K (zero kelvin).
Toda matéria que se encontra em um estado solido ou líquido, também conhecido como matéria
condensada, emite um espectro contínuo de freqüências. Ou seja, não existem espaços vazios no
espectro.

Quando um corpo se encontra a temperatura ambiente ele é visto pela radiação que ele reflete na
faixa de freqüência da luz visível. Se estiver a temperaturas altíssimas, em torno de mil kelvins, ele
emite luz visível própria em intensidade suficiente para ser detectada pela visão humana.
É definido como corpo negro todo aquele que emite um espectro de radiação universal que depende
apenas de sua temperatura, não de sua composição. Este tipo de corpo absorve toda a radiação que
incide sobre eles. Daí a denominação corpo negro. Observe a figura 01:

Na figura 02 uma temperatura alta:

Neste caso, o corpo emite radiação na faixa de freqüência da luz visível.


É observado experimentalmente que a intensidade da radiação emitida é maior para as freqüências
maiores quando a temperatura é mais alta. Ou seja, quanto maior a temperatura, há mais abundância
de radiação de alta freqüência sendo emitidas pelo corpo em questão. Uma situação bem comum
que pode ser observada no cotidiano é o aquecimento de um objeto de ferro, por exemplo, a uma
temperatura próxima de 10³K.
Das observações experimentais surgiu uma grandeza chamada radiância espectral RT(f) que é
definida pela quantidade de radiação emitida pela superfície de um corpo em um intervalo de
freqüências df a uma temperatura T por unidade de tempo. Observe a figura 03:
Figura 03: radiância espectral do corpo negro em função da frequência de radiação. A frequência de radiância máxima ocorre para
frequências mais altas, quanto mais alta for a temperatura do corpo. No gráfico, três exemplos de curvas possíveis.

A interpretação deste gráfico nos leva a determinar a temperatura de corpos em função de sua
radiância espectral. Ou seja, corpos mais quentes tendem a emitir luz branca enquanto que corpos a
temperaturas baixas emitem ondas de infravermelho, conforme distribuição no espectro
eletromagnético.

Dualidade onda-corpúsculo

A dualidade onda-partícula, também denominada dualidade onda-corpúsculo ou dualidade


matéria-energia, constitui uma propriedade básica dos entes físicos em dimensões atômicas - e
por tal descritos pela mecânica quântica - que consiste na capacidade dos entes físicos
subatômicos de se comportarem ou terem propriedades tanto de partículas como de ondas.
Espectros Eletromagnéticos e Estrutura do átomo
O físico dinamarquês Böhr percebeu que a estrutura dos átomos e os espectros descontínuos de
emissão de cada elemento tinham uma ligação. Ele propôs então que as linhas luminosas que
apareciam nos espectros eram as emissões de luz dos elétrons quando eles voltavam para a órbita
mais próxima do núcleo

Os espectros descontínuos de emissão de cada elemento químico são diferentes.


Assim, abaixo temos os espectros distintos de alguns desses elementos:

Desse modo, o físico dinamarquês Niels Böhr (1885-1962) percebeu que isso poderia estar
relacionado à estrutura do átomo de cada um desses elementos. Por isso, ele propôs um modelo
atômico que complementava o modelo de Rutherford, mas que se concentrava no comportamento
dos elétrons ao redor no núcleo do átomo.

Algum tempo antes, Max Planck (1858-1947) havia proposto uma teoria que afirma que os
elétrons são quantizados, no sentido de que eles emitem e absorvem quantidades específicas de
energia, como se fossem pequenos pacotes de energia, os quais ele chamou de quanta (quantum, no
singular).
Assim, Böhr propôs o seguinte: visto que cada elemento tem um espectro diferente, cada elemento
possui em seu átomo elétrons de energias constantes e diferentes de elemento para elemento.
Cada elétron só pode ficar em determinada órbita específica, pois em cada uma dessas órbitas o
elétron apresenta energia constante, bem definida e característica. O elétron só pode ocupar os
níveis energéticos dos quais ele possua a energia respectiva.

Object 1

Os espectros são descontínuos porque os elétrons são quantizados.


Um elétron só poderá mudar de nível se ele absorver energia. Por exemplo, quando se queima
um sal do sódio no bico de Bunsen, estamos fornecendo energia para os elétrons. Ao absorver um
quantum de energia, o elétron salta para o outro nível mais energético, ficando no estado excitado.
Porém, o estado fundamental é mais estável, por isso esse elétron emite a energia absorvida e volta
para a sua órbita original. Ele emite essa energia na forma de ondas eletromagnéticas que podem ser
visualizadas na forma de luz. No caso do sódio, essa luz é na cor amarela intensa. Assim, quando
essas ondas passam por um prisma, obtém-se o espectro descontínuo do sódio.

Assim, para Böhr, cada linha luminosa que aparecia no espectro descontínuo dos elementos
indicava a energia liberada quando o elétron voltava de um nível mais externo para o outro mais
próximo do núcleo.
A figura abaixo ajuda a entender melhor essa questão:

Como para os átomos de cada elemento só são permitidos determinados valores de energia que
correspondem às camadas energéticas, para cada elemento se tem, então, um espectro diferente.

Átomo e espectro
O Modelo Atômico de Bohr apresenta o aspecto de órbitas onde existem elétrons e, no seu
centro, um pequeno núcleo.

O físico dinamarquês Niels Henry David Bohr (1885-1962) deu continuidade ao trabalho

desenvolvido com Rutherford. Ele preencheu a lacuna que existia na teoria atômica proposta por

Rutherford.

Por esse motivo, o átomo de Bohr pode também ser chamado

de Modelo Atômico de Rutherford – Bohr.

Niels havia conhecido Rutherford no laboratório da Universidade de Cambridge e foi levado por ele

à Universidade de Manchester onde passaram a trabalhar em conjunto.

Bohr conseguiu explicar como se comportava o átomo de hidrogênio, o que não era possível

mediante a teoria atômica de Rutherford.

Mas, embora tenha aperfeiçoado o modelo atômico de Rutherford, o modelo de Bohr ainda não é

perfeito, uma vez que continuam havendo lacunas por explicar.

Em 1913 Bohr promoveu experimentos que mostravam essas falhas e propunha um novo modelo.
Se o modelo proposto de Rutherford estivesse correto, ao serem acelerados, os elétrons

emitiriam ondas eletromagnéticas. Na sequência, essas partículas perderiam energia e

consequentemente colidiriam com o núcleo atômico.

O que acontece, na verdade, é que o elétron emite energia. Quanto maior a sua energia, mais

afastado ele fica do núcleo do átomo.

Mediante o trabalho que desenvolveu, Bohr obteve quatro princípios:

1.Quantização da energia atômica (cada elétron apresenta uma quantidade específica de energia).
2.Os elétrons têm cada um uma órbita, as quais são chamadas de “estados estacionários”. Ao emitir
energia, o elétron salta para uma órbita mais distante do núcleo.
3.Quando consome energia, o nível de energia do elétron aumenta. Por outro lado, ela diminui
quando o elétron produz energia.
4.Os níveis de energia, ou camadas eletrônicas, têm um número determinado e são designados
pelas letras: K, L, M, N, O, P, Q.

O modelo de Bohr estava ligado à Mecânica Quântica. Assim, a partir da década de 20, Erwin

Schrödinger, Louis de Broglie e Werner Heisenberg, especialmente, dão o seu contributo no que

respeita ao modelo da estrutura atômica.

Quer conhecer os outros modelos atômicos?

•Modelo Atômico de Dalton, o qual tem o aspecto de uma bola de bilhar

•Modelo Atômico de Thomson, também conhecido como “modelo pudim de ameixa” ou “pudim
com passas” em decorrência do seu aspecto
•Modelo Atômico de Rutherford, o qual apresenta o aspecto de um sistema planetário.

Teoria quântica de campos


(abreviada para TQC ou QFT, do inglês, Quantum field theory) é um conjunto de ideias e
técnicas matemáticas usadas para descrever quanticamente sistemas físicos que dispõem de um
número infinito de graus de liberdade. TQC fornece a estrutura teórica usado em diversas áreas da
física, tais como física de partículas elementares, cosmologia e física da matéria condensada.
O arquétipo de uma teoria quântica de campos é a eletrodinâmica quântica (tradicionalmente
abreviada como QED, do inglês Quantum Eletrodynamics), e que descreve essencialmente a
interação de partículas eletricamente carregadas através da emissão e absorção de fótons.
Dentro desse paradigma, além da interação eletromagnética, tanto a interação fraca quanto
a interação forte são descritas por teorias quânticas de campos, que reunidas formam o que
conhecemos por Modelo Padrão que considera tanto as partículas que compõem a matéria (quarks e
léptons) quanto as partículas mediadoras de forças (bósons de gauge) como excitações de campos
fundamentais.

Partícula livre

Partícula livre. Na física, uma partícula livre é uma partícula que, em certo sentido, não está
vinculada por uma força externa, ou equivalentemente não está em uma região onde sua energia
potencial varia. Na física clássica, isso significa que a partícula está presente em um espaço "sem
campo".

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