Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA

DISCIPLINA DE LABORATÓRIO BÁSICO IV

CONSTRUÇÃO DO INTERFERÔMETRO DE MICHELSON-MORLEY

Luiz Felipe Alves Sardinha

Macapá-AP

2017
RESUMO

Com o experimento de Michelson e Morley foi possível comprovar a inexistência do


éter, que na época acreditavam ser o meio que as ondas eletromagnéticas se
propagavam, por não aceitarem que não precisava de um meio para se propagar, porém
com o experimento foi possível fazer a contagem de franjas mudando a distancia dos
espelhos, e com algumas equações encontrar o comprimento de onda da luz incidente.

O trabalho avaliativo de laboratório IV consistia em montar um equipamento que


tivesse a mesma função que o experimento de Michelson e Morley, porém com
materiais mais acessíveis, e com essa ideia o grupo fez uma seleção de materiais e com
a ajuda do experimento original montamos um equipamento que nos possibilitou
constar as franjas e ter medidas assim como o experimento.

Foi identificado com analises de resultados que o experimento precisa de melhorias, por
conta de ter oferecido um erro grande, logo o grupo propôs algumas melhorias ainda
não executadas, mas que nos faz acreditar que quando feitas nos oferecera uma maior
sensibilidade no experimento e consequentemente resultados mais precisos nas
medições.

1. INTRODUÇÃO

No seguinte relatório vamos aborda a construção de um experimento que se chama


interferômetro de Michelson e Morley que ajuda a calcular o comprimento de onda da
luz incidente, o equipamento foi construído com materiais acessíveis aos alunos de
graduação da Universidade Federal do Amapá para que não houvesse tantos gastos
como os interferômetros de fabrica, porem nem todos os materiais eram convenientes, e
logo houve uma seleção de materiais e tentativas praticas dos mesmos e assim se
chegou a um equipamento que realmente nos possibilitava contar as franjas que serão
citados no presente relatório, logo foi possível arrecadar dados para fazer analises sobre
o equipamento montado como erro relativo entre outras analises.

Neste trabalho será possível também saber os passos para construção do experimento, e
assim possibilitara que outras pessoas possam refaze-lo em outras oportunidades, assim
também o relatório acompanha sugestões de possíveis melhoramentos identificados pelo
grupo, para que os resultados que forem encontrados seja mais satisfatórios.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Os cientistas responsáveis pelo experimento

Imagem 1: Albert Abraham Michelson

Albert Abraham Michelson (Strzelno, 19 de dezembro de 1852 Pasadena, 9 de


maio de 1931) foi um físico norte-americano, mais conhecido por seus trabalhos com a
medição da velocidade da luz e pelo Experimento de Michelson-Morley. Foi o primeiro
americano a receber o Prêmio Nobel em ciências. Foi eleito membro da Royal Society
em 1902.
Imagem 2: Edward Williams Morley

(Newark, 29 de janeiro de 1838 — West Hartford, 14 de fevereiro de 1923) foi


um físico estadunidensefamoso pela experiência de Michelson-Morley.

Morley nasceu em Newark, Nova Jersey filho de Anna Clarissa Treat e do Reverendo
Sardis Brewster Morley. Seus pais eram descendentes diretos de colonos e de origem
puramente britânica. Durante sua infância, sofreu muito com problemas de saúde e por
isso foi educado por seu pai, em casa, até a idade de dezenove anos.

2.2 ÉTER LUMINÍFERO

No final do século XIX, existia uma dúvida a respeito da existência do éter luminífero.
O experimento de Michelson e Morley acabou por provar a inexistência desse elemento.

Uma das grandes questões da ciência no final do século XIX era entender em que meio
as ondas eletromagnéticas propagavam-se, pois era difícil admitir que as ondas
eletromagnéticas não precisavam de um meio para se propagar. Então assumiu-se que
existisse um meio chamado éter no qual seria onde essas ondas se propagavam.

Para que esse éter fosse aceitável de acordo com as leis físicas, precisaria ter algumas
características.

O éter luminífero seria uma espécie de fluido infinito menos espesso que os gases mais
leves, perfeitamente elástico, invisível, indetectável e que preencheria o universo em sua
totalidade, tanto os espaços interplanetários quanto os intermoleculares. Com o
entendimento atual de ciência que temos hoje, admitir a existência desse material seria
loucura. Todavia, precisamos entender que as verdades científicas são datadas, isto é,
possuem a sua validade limitada àquilo que a própria ciência assume como verdade. No
século XIX, o éter luminífero precisava ser aceito como uma verdade.

2.3 EXPERIMENTO DE MICHELSON E MORLEY

Entre os anos de 1880 e 1890, Albert Michelson e Edward Morley utilizaram um


equipamento denominado de interferômetro para medir com mais precisão o valor
da velocidade da luz. O interferômetro possui um espelho semi-refletor que tem a
função de separar um raio de luz em dois outros raios iguais, permitindo a passagem de
um pouco de luz e refletindo a outra parte. Esses raios de luz divididos incidem sobre
dois espelhos, no quais são refletidos e tornam a se encontrar, atingindo um detector. A
partir do fenômeno da interferência, quando duas ondas encontram-se, é possível
determinar se houve ou não diminuição da velocidade de algum dos feixes refletidos. Se
por acaso existir essa diminuição, logicamente ela ocorreria por causa de algum
elemento que estaria interferindo no caminho da luz. Esse elemento em questão só
poderia ser o éter luminífero.Michelson e Morley não conseguiram detectar diferenças
entre os caminhos feitos pelos raios de luz refletidos, o que comprovava a inexistência
do éter. No entanto, eles nunca deixaram de acreditar nesse elemento milagroso. Em
1907, Albert Michelson recebeu o prêmio Nobel de Física não por ter “comprovado” a
inexistência do éter luminífero, mas por ter desenvolvido instrumentos ópticos de
precisão para o cálculo da velocidade da luz.

Naquela época os cientistas precisavam resolver uma incoerência, pois o éter luminífero
era considerado o referencial absoluto do universo e assumia-se que a velocidade da luz
era constante. Isso era um problema para a Física da época porque, se o éter é o
referencial absoluto e as fontes de luz no universo movimentam-se em direções e
sentidos distintos, como a velocidade dessa onda eletromagnética poderia ser constante,
tendo em vista a ideia de movimento relativo entre corpos? A explicação para tal
incoerência veio do entendimento de que o éter não existe e com a teoria da
Relatividade restrita de Albert Einstein.
Imagem 3:Como o éter deveria funcionar.

Imagem 4: Experimento de interferômetro.


2.4 INTERFERÊNCIAS DE ONDA
As interferências de ondas consistem na superposição de duas ondas no espaço. Esse
fenômeno pode ser classificado de duas formas: interferência construtiva ou destrutiva.

As ondas são pulsos energéticos que se propagam pelo espaço de forma periódica.
Quando duas ondas superpõem-se na mesma região do espaço, ocorre a interferência,
que resulta em outra onda com intensidade diferente. Essas variações na intensidade da
onda resultante são chamadas de franjas de interferência.
Esse fenômeno foi descrito por Thomas Young, em 1801, quando ele provou
experimentalmente que a luz é uma onda, demonstrando que ela sofre interferência
assim como as ondas do mar.

Imagem 5: Amplitude e comprimento de uma onda

A amplitude é simbolizada pela letra A e representa a altura da onda desde o ponto de


equilíbrio até a altura máxima, que é o ponto de máximo da onda. A amplitude negativa
representa a distância desde o ponto de equilíbrio até o ponto de mínimo.
O comprimento de onda, representado pela letra λ (lambda), corresponde à distância
entre dois pontos iguais e sucessivos de um pulso de onda. Na figura a seguir, podemos
ver que o pulso de onda inicia em y = 0 e termina também em y = 0. A variação no eixo
x entre esses dois intervalos é o comprimento de onda e também pode ser encontrado
pela seguinte equação matemática:
(∆𝑑)
𝜆=2
𝑛

Onde:
∆𝑑 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑛 = 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎𝑠
𝜆 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎

Há dois tiposde interferência:

 Interferência construtiva: Ocorre quando as duas ondas que se superpõem têm a


mesma fase e uma “reforça” a outra, tendo como resultado uma onda maior que as que
lhe deram origem.

Imagem 6: Interferência construtiva

Na figura acima a onda resultante da combinação das duas outras ondas tem a amplitude
resultante dada pela soma das amplitudes individuais.

Após o encontro, as duas ondas voltam a propagar-se com as suas características


iniciais.

 Interferência destrutiva: Ocorre quando duas ondas que se encontram têm fases
diferentes, de forma que uma aniquila a outra.
Imagem 7: Interferência destrutiva

A figura mostra que duas ondas que se propagam em fases diferentes, ao se


encontrarem, anulam-se. O resultado é uma onda com amplitude nula.

Se 𝑡1 − 𝑡2 = 0

Nenhuma interferência é observada

Se 𝑡1 − 𝑡2 ≠ 0

Observa-se interferência

3. EXPERIMENTO

3.1 Materiais

01 base de Porcelanato (60x60cm)

02 Discos de HD

01 laser de calor verde

01 lamina de microscópio

02 suportes de MDF

01 Braço de MDF

01 Pistola de cola quente


01 Micrometro

01 Rolamento

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Nas imagens abaixo, temos exposto o experimento:

Imagem 8: Equipamento montado

Imagem 9: Equipamento montado e em funcionamento


Imagem 10: Padrão de interferência obtido pelo equipamento.

Imagem 11: Padrão de interferência obtido pelo equipamento.

Na construção do equipamento o primeiro passo foi entender e recriar a imagem 4 com


materiais de fácil acesso, de forma que o experimento produzisse o fenômeno que
desejávamos.

Primeiro foi necessário marcar a base de porcelanato com uma régua de forma que a
marcação cortasse ao meio de forma vertical a base, afim de que no centro pudéssemos
posicionar a lâmina de microscópio realizando um ângulo de 45º com a linha tracejada,
esta lente irá funcionar como um divisor de feixes. Logo em seguida posicionamos o
espelho de HD fixo e o laser nas extremidades da base. Criamos um mecanismo que
acompanha o espelho móvel, pois, para que ele se movesse da maneira que queríamos
com o intuito de gerar o fenômeno desejado (padrão de interferência) foi preciso
planejar um mecanismo para o mesmo. Foi criado um braço de MDF para movimentar
para frente e para trás o disco rígido de HD.

4. RESULTADOS

Como utilizamos um laser da cor verde, sabíamos que o comprimento de onda deveria
variar ente 532 nm e 552 nm, como indica o espectro abaixo:

Imagem 12: faixa de frequência da luz visível

Para que os dados fossem bem coletados e executássemos o experimento de forma


tranquila, a literatura exigiu que o n, parâmetro da equação (*) descrita nesse trabalho,
deve ser ≥ 100, porém o nosso equipamento, conseguimos adapta-lo e conseguimos um
número de franjas bem satisfatório n=235. Considerando as relações de
proporcionalidade da alavanca, chegamos no seguinte comprimento de onda:

Com a variação do micrometro de 0,064mm e com o total de franjas contadas de 235


franjas, substituindo na equação para obter o valor experimental do comprimento de
onda, temos:

(𝛥𝑑)
𝜆=2
𝑛
3
∆𝑑 = 0,64𝑥10ֿ ∆𝑑 = 640𝜇𝑚
𝛥𝑑𝑟 = 𝛥𝑑 𝑥 𝑅

R= Relação do braço da alavanca

6
640 𝑥 10 ֿ
𝛥𝑑𝑟 = 32 𝛥𝑑𝑟 = 60𝜇𝑚
3

6
(2 𝑥 60.10 ֿ )
𝜆=
235

𝜆 = 0.0000005106m
9
𝜆 = 510 𝑥 10 ֿ

= 510 nm

Calculando o erro temos:

|550 − 510|
𝐸% = 100% = 7,8431%
510
5. DISCUSSÃO

O experimento utilizado foi satisfatório, pois foi possível observar com mais clareza o
fenômeno da interferência e obter um erro teoricamente baixo, o comprimento de onda
encontrada foi de 510 nm sendo que o comprimento de onda do laser verde varia entre
500 a 550 nm, que significa que ficamos entre a faixa da luz verde.

6. CONCLUSÃO

O objetivo principal de construir um equipamento que pudesse reproduzir o fenômeno


de interferência foi cumprido, para sua construção foram utilizados materiais simples
que podem ser encontrada em qualquer laboratório e loja, toda via estes materiais
afetam diretamente a qualidade dos dados medidos. Umas vezes que certos tipos de
materiais carregam com sigo um alto grau de imprecisão, tendo em vista que o grupo
pesquisou os melhores materiais possíveis para que o experimento fosse realizado com
um grau a mais de perfeição e os dados obtidos chegaram perto dos dados que contem
nas literaturas e assim estão dentro dos padrões desejados (valor experimental de λ=
510nm).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Site:<http://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-questao-eter-luminifero.htm>, Eter
luminifero, Acesso em: 27/10/2019 as 14h
 Site:<http://fisica2100.forumeiros.com/t1122-eter-luminifero>, Eter , Acesso
em: 01/11/2098 as 14:30h.
 Site:<http://www.ifsc.usp.br/~lavfis/images/BDApostilas/ApMichelson/Michels
on_1.pdf>, Bibliografia Michelson, Acesso em:06/11/2019, as 16:00h.
 Site:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Interfer%C3%B4metro_de_Michelson>
Acesso em:10/11/2019, as 16:00h.
 Site:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/interferencia-ondas.htm>
Acesso em:28/11/2019, as 20:00h.

Você também pode gostar