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Introdução ao tema e a história do eletromagnetismo

O eletromagnetismo é um ramo da física que estuda as propriedades magnéticas e


elétricas da matéria, além da relação sua relação.
Na Grécia antiga, Tales de Mileto realizava experimentos para entender os efeitos que
atraiam ou repeliam uma pedra de óxido de ferro. Um dia enquanto viajava até ao
continente asiático, Mileto observou que as pedras de óxido de ferro se fixavam numa
espécie de cajado metálico quando esses objetos se aproximavam, particularmente
numa região da Grécia conhecida como Magnésia.

Descoberta
William Gilbert, um médico londrino, escreveu o tratado “De Magnete”. Neste
tratado, conseguiu provar que não só apenas as pedras de âmbar apresentavam
propriedades de atração quando atritadas, mas também outros materiais, como o
vidro.
A partir dos estudos de Gilbert, vários cientistas começaram a colocar as suas próprias
teorias em prática. Benjamin Franklin, por exemplo, foi o responsável pela descoberta
do para-raios.
Porém, o cientista mais famoso a estudar o eletromagnetismo foi Michael Faraday.
Em Inglaterra, Faraday utilizou um núcleo ferroso e duas bobinas para comprovar a
variação do fluxo magnético e como esse processo era capaz de gerar uma corrente
elétrica. Os estudos de Faraday foram responsáveis, então, por comprovar a conexão
entre os fenômenos elétricos e magnéticos, dando início ao que conhecemos hoje
por eletromagnetismo.

Ondas eletromagnéticas
Em 1864 Maxwell fez referência às ondas eletromagnéticas e 22 anos depois foram
confirmadas por experimentos de Heinrich Hertz.
As ondas eletromagnéticas transportam energia através do espaço sem transportar
matéria. Este tipo de onda é formado por campos elétricos e magnéticos
perpendiculares entre si, além disso, a onda não precisa de um meio material para
propagar-se, a energia carregada por ela é proporcional à intensidade tanto do campo
elétrico quanto do campo magnético da partícula.
Hans Oersted (1777-1851)
Hans Christian Oersted foi um físico, químico e filósofo dinamarquês que desde muito
jovem se interessava pela química e, pouco tempo depois, pelos trabalhos de M. Ritter
sobre o galvanismo. Após vários estudos realizados, em 1804 foi aceite como
professor de física na Universidade Copenhaga onde centrou o seu trabalho de
investigação no eletromagnetismo.

A sua experiência
A 21 de abril de 1820, durante uma conferência, Oersted provou, baseando-se na
experiência e na observação dos factos, que a agulha da bússola estava orientada ao
campo magnético da nossa terra, ou seja, a norte, e que esta podia ser afetada por
uma fonte de energia externa. A partir do momento em que um cabo condutor é
aproximado à bússola, é ativada a fonte de alimentação e a agulha alinha-se de forma
horizontal com o fio condutor, regressando assim ao ponto de origem uma vez que a
corrente é desligada.
(De uma forma mais simples, a sua experiência foi feita da seguinte maneira:
Primeiramente coloca-se um fio condutor retilíneo ligado a uma bateria, inicialmente
com a chave aberta para que não haja fluxo de corrente elétrica, e uma bússola com a
agulha paralelamente abaixo do fio. Ao fechar a chave veremos que a agulha da
bússola irá girar, e simultaneamente invertendo o sentido da corrente, a agulha irá
girar para o sentido oposto.)

Após a sua descoberta, Oersted concluiu que as correntes elétricas produzem campos
magnéticos, logo, um fio condutor percorrido pela corrente elétrica gera ao seu redor
um campo magnético, cujo seu sentido depende do sentido da corrente,
demonstrando assim a relação entre corrente elétrica e campo magnético. Desta
forma, comprovou a correlação entre o magnetismo e a eletricidade.

Michael Faraday (1791-1867)


Michael Faraday foi um físico e químico inglês. A 29 de agosto de 1831 descobriu a
indução eletromagnética. Foi o “pai” do motor elétrico e do gerador elétrico, é
também da sua autoria os termos técnicos usados na eletrólise como: eletrodo,
eletrólito e íon.

Alguns dos seus contributos para as ciências e para a vida moderna:


− Descobriu vários compostos orgânicos, incluindo o benzeno, uma das
substâncias mais importantes em Química Orgânica;
− Produziu os primeiros cloretos de carbono conhecidos (C2Cl6 e C2Cl4);
− Descobriu que a matéria tem propriedades magnéticas;
− A descoberta da indução eletromagnética levou-o ao desenvolvimento do
motor elétrico e do dínamo, que levou à geração de energia;
− Contribuiu para os métodos de refrigeração;
− Liquefez gases como o dióxido de carbono e o gás cloro, algo que nunca antes
havia sido realizado;
− Contribuiu enormemente com o estudo da eletroquímica, principalmente da
eletrólise, que é a decomposição das substâncias por meio da passagem de
corrente elétrica, sendo que ele criou as leis que levam seu nome (Lei de
Faraday) e que determinam a parte quantitativa dos fenômenos ligados à
eletrólise.
No entanto, as suas contribuições mais importantes foram na área da eletricidade e
do magnetismo. Faraday descobriu a lei da indução eletromagnética, tendo sido o
primeiro na história a produzir uma corrente elétrica a partir de um campo magnético
variável no tempo. Criou o primeiro motor elétrico, tal como já referi, e o primeiro
dínamo, demonstrou a relação entre a energia elétrica e a ligação química, descobriu
o efeito do magnetismo sobre a radiação (a rotação de Faraday do plano de
polarização da luz) e descobriu o diamagnetismo – o comportamento peculiar de
certos materiais submetidos a campos magnéticos intensos. Foi Faraday que
providenciou a base experimental e uma boa parte da base teórica na qual James
Maxwell criou a teoria clássica do campo eletromagnético.
Faraday tornou-se um educador notável, pois usava termos acessíveis e comuns para
explicar os fenómenos observados nas suas experiências, o que era uma herança da
falta de conhecimentos matemáticos, devido à sua escassa formação académica, mas
foi algo que o filósofo transformou numa vantagem, e não num obstáculo, ajudando
assim a popularizar a ciência e tornando a compreensão de conceitos complexos mais
facilitada ajudando os futuros jovens.

James Clerk Maxwell (1831-1869)


Maxwell foi um matemático e cientista escocês responsável pela teoria clássica da
radiação eletromagnética, sendo esta a primeira teoria a descrever a eletricidade, o
magnetismo e a luz como diferentes manifestações do mesmo fenômeno. Este
matemático foi o primeiro a prever a existência das ondas eletromagnéticas, porém a
comprovação desta existência foi dada 30 anos depois, por Heinrich Hertz. Logo,
podemos dizer que a descoberta sobre as ondas eletromagnéticas demostrou a
importância da pesquisa teórica para o desenvolvimento tecnológico.
Maxwell demonstrou, usando a analogia das oscilações dos campos elétrico e
magnético com as oscilações de um fluído, que essas oscilações podiam se propagar
da mesma forma que as ondas mecânicas. O mesmo imaginou que essas ondas se
propagariam num meio, ao qual chamou de éter, um meio invisível que envolvia todos
os objetos. A ideia da existência do éter perdurou até ao estabelecimento da Teoria
da Relatividade, na segunda década do século XX. Usando as propriedades dos campos
elétrico e magnético, conhecidas na época, Maxwell calculou a velocidade de
propagação dessas ondas, obtendo o valor de 3x108 m/s, que reconheceu como sendo
o valor da velocidade da luz. Tomando como referência esta descoberta, ele propôs
que a luz visível deveria ser uma onda eletromagnética.
No ano de 1864 unificou e generalizou as Leis de Coulomb, Ampère, Faraday e Lenz,
enunciando o que hoje conhecemos como as Leis de Maxwell. De uma forma
simplificada, elas diziam que:
− A força entre cargas pontuais é diretamente proporcional ao produto das
cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas (Lei de
Coulomb);
− Não existem monopolos magnéticos;
− Um campo elétrico variável ou uma corrente elétrica podem criar um campo
magnético.
O trabalho de Maxwell não foi bem aceito pela comunidade científica da época. Não
havia comprovação experimental da relação entre luz e entre fenómenos elétricos e
magnéticos. A comprovação experimental da existência de ondas eletromagnéticas
fora do espectro visível só ocorreu em 1888, quase dez anos após a morte de Maxwell.
Como dito, coube ao físico alemão Heinrich Hertz demonstrar, de forma indiscutível,
a existência dessas ondas, as contribuições de Maxwell o colocaram como um dos
maiores cientistas de todos os tempos.

Curiosidade
Várias outras invenções e descobertas foram igualmente desprezadas pela
comunidade. Por exemplo, Alexander Graham Bell tentou, em 1877, vender a patente
de sua invenção para a companhia de telégrafos, que imediatamente recusou a
compra."
Heinrich Hertz (1857 - 1894)
Heinrich Rudolf Hertz foi um físico alemão, de origem judaica. Foi o responsável pela
descoberta das ondas eletromagnéticas em 1888, tendo sido atribuído à unidade de
frequência o seu nome, em sua homenagem. Demonstrou a existência da radiação
eletromagnética criando aparelhos emissores e detetores de ondas de rádio. Estas
ondas tinham sido teoricamente previstas por James Maxwell em 1873, tal como referi
na informação acima dada.
A partir de 1883, ano em que se mudara para Kiel, descobriu a produção e
propagação das ondas eletromagnéticas bem como formas de controlar a frequência
das ondas produzidas. Todas essas experiências permitiram-lhe demonstrar a
existência de radiação eletromagnética, tal como previsto teoricamente por Maxwell.
A respeito das propriedades das ondas eletromagnéticas, que Heinrich Rudolf Hertz
passa a estudar, descobriu que a sua velocidade de propagação é igual à velocidade
da luz no vácuo, que têm comportamento semelhante ao da luz, e que oscilam num
plano que contém a direção de propagação. Demonstrou a refração, a reflexão e a
polarização das ondas. Prova, ainda, que os materiais condutores elétricos refletem as
ondas e que os não-condutores favorecem a passagem delas. O seu trabalho permitiu
o desenvolvimento do rádio, da televisão e do radar.

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