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Professores Orientador:
Wilmer Johan Lobato Malaver, Dr.
Balneário Camboriú
2021
GABRIEL DIMITRI GRANEMANN SANTANA
_________________________
Prof. Wilmer Johan Lobato Malaver, Dr.
Professor orientador
_________________________
Prof. Miguel Gustavo Filippi, Dr.
Coordenador do Curso
Apresentada perante a Banca Examinadora composta pelos Professores
_________________________
Nome e titulação
_________________________
Nome e titulação
AGRADECIMENTOS
Aristóteles.
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo
aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando o Centro Universitário
Avantis, a coordenação do Curso, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e
qualquer responsabilidade acerca do mesmo.
In industrial environments due to the disposition of large load blocks, there are
situations in which the values referenced to the power factor (0.92 - 1 - inductive) and (0.92-1
- capacitive) are no longer assiduous, which means that a tariff for reactive energy stabilized
outside this permissible range is charged, based on (Decree N. 62.724 / 1968 and decree number
75.887 / 1975 and decree N. 479/1992) of national legislation based on the condition of
electricity consumption.
Evaluating the loads we have the reference of two models, the linear and non-linear,
the first having resolution based on more directed correction methods, which the relation used
is referentially the power triangle, that is, simply a trigonometric relation, while the the second
is solved in a more complex way, because in this there is the presence of harmonics in the
electrical network in question.
The treatment of this problem refers exactly to the treatment of loads in the presence
of harmonics, with a frequency signal outside the range of the first harmonic, in the presence
of noise, resulting in problems, which until then were greater than the excess rate, causing even
in the most extremes a collapse of the electrical system, the objective of this monograph is to
raise a simulation of non-linear load, apply it in an electrical power system using computational
modeling, in order to correct the displacement factor in the presence of higher frequency signals
applied under the effect of ressonance
Keywords: Reactive power (kVar), power factor, capacitor bank, non-linear loads.
LISTA DE FIGURAS
• 𝜃 – Fator de deslocamento.
• ⍵ - Frequência angular
• Ω - Ohms – Resistência elétrica, ou reatância elétrica
• ANEEL – Agência nacional de energia elétrica
• CFP – Correção de fator de potência
• kVA – quilo volt ampère.
• kVAr – quilo volt ampère reativo
• kW – quilo watts
• W – watts.
• H – Henrys – Indutância
• Farads - Capacitância
• FP = fator de potência
• A.T = alta tensão
• B.T = baixa tesão
• Fdesl: fator de deslocamento
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 15
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 16
4.ANÁLISE DE RESULTADOS..................................................................................................................... 82
14
1 INTRODUÇÃO
Os sistemas elétricos industriais são comumente vistos como grandes blocos de carga,
e a estes são atribuídos projetos de complexidade operacional e da alta demanda aplicada nos
processos fabris para atuar de maneira determinística visando o desempenho das atividades de
maneira harmônica.
Os valores para as grandezas elétricas envolvidas devem ser especificadas para que o
funcionamento dos equipamentos ocorra de forma a obter-se a maior eficiência possível,
gerando menor custo, além de segurança em sua operação. Entretanto, na grande maioria das
vezes, isto não ocorre devido a elementos não parametrizados corretamente na etapa de projeto.
A estabilização do baixo fator de potência em ambientes com alto consumo de carga
traz diversos malefícios à rede elétrica industrial, como favorecimento de sobrecargas, aumento
da perda de energia nos condutores, além da necessidade de manobras em instalações com
subestação, afim de suprir a potência reativa escassa da rede (COTRIM,2008).
Um fato é que na maioria das vezes o ajuste de fator de potência influencia no
faturamento mensal do consumo de energia elétrica, então fazendo com que o viés financeiro
indique a necessidade de solução eminente.
Além da alteração do consumo de potência reativa, através do ajuste do fator de
potência, é necessário que haja a regulação da qualidade de energia, efetuada por meio da
avaliação em loco e da análise das frequências poluentes do sistema, chamadas harmônicas, as
quais são intrínsecas dos sistemas com cargas, não lineares.
Para satisfazer os requisitos de operação em níveis adequados, buscam-se por soluções
que necessitam de uma análise mais sofisticada para estabilização operacional da indústria.
A importância deste trabalho consiste em retratar a avaliação necessária afim de sanar
as problemáticas causadas por faixas não satisfatórias de fator de potência, e da presença de
harmônicas na rede elétrica, relatando e instrumentando por meio de linguagem computacional
as situações problema.
Tais distúrbios deterioram a qualidade da energia, fazendo então a partir das soluções
descritas a possibilidade da operação de instalações industriais com alta potência instalada
funcionarem dentro da normativa.
15
1.1 OBJETIVOS
16
1.3 JUSTIFICATIVA
O setor industrial opera com uma curta margem de erro, com alta demanda do mercado
e a necessidade crescente de consumo. O estabelecimento da parametrização do sistema
elétrico, juntamente com os fatores normativos, impõe a necessidade da obtenção de uma
instalação com níveis de operação dentro das restrições impostas pelo equipamento e o custo
de produção.
Para que estes fatores sejam alcançados, é necessário estabelecer padrões sobre a
qualidade de energia na rede elétrica, sendo que o principal parâmetro da qualidade de energia
é exatamente o que o fator de potência representa.
O fator de potência é um índice adimensional que indica a representatividade da
energia ativa perante a energia total (aparente) absorvida em uma instalação ou um equipamento
(SILVA, 2009).
Em outras palavras, quanto maior o nível do fator de potência maior será o
aproveitamento de todo o potencial elétrico das máquinas elétricas do ambiente industrial.
A adequação em níveis menores de fator de potência faz com que seja necessária a sua
correção, realizada de maneira adequada para manter a qualidade de energia elétrica do sistema
e a operabilidade fabril (SILVA, 2009).
Estabelecendo as regulamentações e considerações efetuadas, tem-se que o tema
proposto é justificado pela sua aplicabilidade na busca pela eficiência e qualidade de energia
dos sistemas e subsistemas industriais.
17
2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
𝜕𝐷
𝑟𝑜𝑡 𝐻 = 𝐽 +
𝜕𝑡 Equação 1
𝑋𝐿 = ⍵𝐿 Equação 2
Para tal equação temos que L representa a indutância do indutor (Henry), enquanto ⍵
representa a frequência angular, dada em rad/s.
Sendo assim, quanto maior a frequência, maior a oposição do indutor à corrente.
Da mesma maneira ocorre com o capacitor, porém a oposição a corrente alternada dá
se por meio do campo elétrico, e não por meio da frequência, como no indutor.
Os capacitores tem seu princípio de funcionamento baseado no acúmulo de cargas
elétricas, quando em situação de circulação de corrente em suas placas paralelas (tanto a
corrente elétrica, quanto a de condução e deslocamento), para que então no período transitório
haja o descarregamento dos mesmos, tendo seu funcionamento efetuado de maneira cíclica,
oscilando entre os turnos de carga e descarga da corrente elétrica.
A reatância capacitiva é demonstrada a partir da seguinte relação numérica:
1
𝑋𝑐 =
⍵𝐶 Equação 3
Em que:
• C é a capacitância do material, cuja unidade no S/I é apresentada em Farads.
• ⍵ é a frequência angular, utiliza-se rad/s.
A partir do modelo matemático da equação 3, percebe-se que a reatância capacitiva é
em inversamente proporcional à frequência elétrica, ou seja, a medida em que a frequência
aumenta, a retância (impedância) capacitiva diminui, até se tornar um zero absoluto.
No capacitor, inversamente ao fenômeno que ocorre no indutor, a corrente
elétrica adianta-se 90° em relação a tensão elétrica aplicada em seus terminais.
20
Figura 2: Demonstração de defasagem no capacitor
21
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO FATOR DE POTÊNCIA
𝐹𝑃 = 𝑃/𝑆 Equação 4
22
Ou ainda, através da relação trigonométrica entre estes, proposta por meio do triângulo
retângulo:
𝑄 Equação 5
cos(𝜃 ) → cos (𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 )
𝑃
23
Figura 5: Etiqueta do motor trifásico de indução.
24
2.3 NORMATIVA ACERCA DO FATOR DE POTÊCIA
Um baixo fator de potência em ambientes industriais faz com que haja a necessidade
de compensação da reativa por parte da concessionária, sobrecarregando em algumas situações
o sistema elétrico de transmissão afim de suprir a demanda dos equipamentos, principalmente
sobre o consumo de energia reativa proveniente de cargas indutivas, e neste caso ocorre
tarifação complementar.
As condições para medição e afins da energia reativa que circula pela rede é
estabelecida na portaria N° 1569/DNAEE de 1993, a qual justifica a cobrança com os seguintes
meios:
• Necessidade de liberação de grandes blocos de cargas da capacidade do
sistema elétrico nacional
• Conscientização acerca do uso racional de energia, de maneira com que
a reativa é vista como desperdício de energia na perspectiva da concessionária
• Diminuição do consumo parcial de energia reativa capacitiva em
períodos de carga leve, devido à elevação dos níveis de tensão na rede da concessionária.
Além da busca pela qualidade de energia nos ambientes relatados, ao corrigir o fator
de potência ocorre um alívio grande nas cargas do sistema elétrico de distribuição, facilitando
custos de ampliação de linhas de transmissão, o que resulta em uma distribuição de custos mais
justa, por meio de um maior alcance de energia elétrica para a população (ANEEL, 2013).
Outros fatores de regulamentação são estabelecidos por meio do Art.95 da ANEEL
569 de 23.07.2013. A seguinte equação estabelece o valor da tarifa correspondente aos
excedentes de consumo de potência reativa para as unidades consumidoras do grupo A, as quais
recebem a energia elétrica proveniente das redes de alta tensão da concessionária (ANEEL,
2013):
𝑛
𝑓𝑟 Equação 6
𝐸𝑅𝐸 = ∑[𝐸𝐸𝐴𝑀𝑇 ∗ ( − 1)] ∗ 𝑉𝑅𝐸𝑅𝐸
𝑓𝑇
𝑇=1
𝑉 =𝑅∗𝐼 Equação 7
27
Figura 7: Gráfico demonstrando relação tensão corrente no resistor
𝑆 (𝑉𝑒𝑓 ∗ 𝐼𝑒𝑓)
=𝐼 Equação 8
𝑉
Nestas situações o fator de potência é obtido pelo cosseno do ângulo entre a potência
ativa e a potência aparente, demonstrado na figura 4 do capítulo 2.2, e a partir deste parâmetro
pode-se realizar a averiguação do fator de potência para cargas lineares e senoidais a partir de
modelos matemáticos.
Além disso, por meio da relação trigonométrica, pode-se obter os valores de qualquer
uma das potências, como demonstrado nas equações 9 a 11.
𝑃 = √𝑆 2 − 𝑄 2 Equação 9
28
𝑄 = √𝑆 2 − 𝑃 2 Equação 10
𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2
Equação 11
Enquanto as cargas não lineares, ocorre uma grave distorção no sinal da corrente
ou/e da tensão. Portanto, não há uma relação definitivamente expressa para o impulso elétrico
aplicado pela rede e o sinal de saída apresentado por essa carga, devido ao seu comportamento
dinâmico., ou seja, este sinal varia de acordo com a frequência.
Para essas cargas ocorre uma variação muito grande no comportamento da tensão e da
corrente, causado pela inserção de harmônicas ou sinais de valor médio, sendo assim a forma
de onda já não é mais apresentada no formato sinusoidal devido a presença de diversas
frequências de variadas ordem de harmônicas nesse sinal, já então ruidoso, diminuindo assim
o FP e gerando outras problemáticas
O estudo acerca da interferência das harmônicas no fator de potência é
estabelecido através da seguinte equação:
𝑃 Equação 12
𝐹𝑃 =
𝑉𝑖𝑒𝑓 ∗ 𝐼𝑒𝑓
A qual:
*Vief representa a tensão eficaz do equipamento conectado à rede elétrica
29
Nesta avaliação, temos então a relação entre a potência ativa P (Watts) e a aparente
S, produto da tensão eficaz com a corrente eficaz (Volt-Ampère)
∞
𝐼2𝑚
𝐼𝑒𝑓 = √𝐼𝑜 ² + ∑ Equação 13
2
𝑛=1
O valor da corrente RMS, ou corrente eficaz objetiva (𝐼𝑜 ), representa para um sinal
de característica contínua que o módulo da tensão é capaz de proporcionar a equivalente
dissipação de potência elétrica quando relacionado ao sinal da corrente elétrica em regime
periódico.
Entretanto, conforme ilustrado na figura abaixo, quando uma corrente é consumida por
uma carga de natureza não linear, avalia-se as harmônicas que causam a distorção na corrente.
Verifica-se que a única frequência capaz de produzir potência elétrica útil para o
sistema elétrico é a de 60 Hz, assim como se espera do sinal recebido pela concessionária, que
é aproximadamente 60Hz, com baixa incidência de ruídos.
30
Estes tipos de cargas (não lineares) são comumente encontrados em aparelhos
eletrônicos com a presença de semicondutores, fontes chaveadas, nobreaks, máquinas de solda
e lâmpadas fluorescentes com reator eletrônico, conforme demonstra imagem abaixo:
Pode-se dizer que uma carga é não é linear quando uma tensão senoidal é aplicada no
circuito, porém o formato do sinal da corrente consumida pela carga não é senoidal, devido às
características elétricas dos componentes inseridos e seus fatores construtivos (SILVA,2009).
31
2.5 INTRODUÇÃO A HÂRMONICAS
32
Figura 10: Harmônicas de frequência e sinal de saída da rede após aplicação.
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Influencia-das-distorcoes-
harmonicas_fig2_242681596
De acordo com WEG (2009) as cargas não lineares são classificadas em três
categorias, sendo tais descritas a partir da causa da deformação:
33
2.6 MODELAGEM MATEMÁTICA PARA CARGAS NÃO LINEARES
34
Nesta situação a correção do fator de potência é realizada a partir das três potências
fundamentais, e uma potência de distorção “D”, então necessária afim de estabelecer a relação
da distorção causado sobre o sinal da frequência fundamental.
Equação 15
S’² = P² + Q² + D²
𝑆 = √(𝑃2 + 𝑄 2 + 𝐷 2 ) Equação 16
35
𝐼1
𝐹𝑃 = ( √2 )(𝑐𝑜𝑠𝜑1 − ∅1 )
√𝐼𝑜 2 + 𝐼𝑛2
∑∞
1 2 Equação 17
Nesta equação temos Vn como tensão da harmônica de série “n”, e V1 como sinal
de tensão de ordem fundamental.
Equação 20
𝑉22 + 𝑉32 + 𝑉42 + ⋯ 𝑉𝑛2
𝑇𝐻𝐷𝑉 = [ √ ] ∗ 100
𝑉1
36
𝐼22 + 𝐼32 + 𝐼42 … 𝐼𝑛2
𝑇𝐻𝐷𝐼 = [ √ ] ∗ 100 Equação 21
𝐼1
37
2.7 MÉTODOLOGIAS APLICADAS PARA CORREÇÃO DO FATOR DE
POTENCIA
Esta forma de correção do fator de potência na faixa de baixa tensão acaba que por
se tornar a mais onerosa entre as demais, devido a necessidade de investimento em mais
equipamentos, conectados a rede elétrica tão somente para desempenhar a relação necessária
para satisfazer o fator de potência ser estabelecido, e dependendo da relação de consumo e
investimento no equipamento, muitas vezes acaba não sendo vantajoso a opção por essa
metodologia.
Ao aumentar o consumo de potência ativa, de modo a deixa-la mais próxima do valor
nominal da potência aparente, permite-se equilibrar as cargas do triangulo de potência fazendo
com que seu FP fique mais próximo do valor de tolerância (0,92 indutivo- 0,92 capacitivo).
Para que esta metodologia seja aplicada, necessita-se do conhecimento de toda a
instalação elétrica do ambiente industrial, das informações da infraestrutura da subestação, por
meio do diagrama unifilar, quadro de cargas, gerando uma análise mais determinística,
respeitando todas as tolerâncias então normativas estabelecidas, para que o sistema não esteja
subdimensionado para este aumento de carga, e que haja previsão deste aumento respeitando
os parâmetros da instalação já executados.
1 um registrador de grandezas elétricas por exemplo, pois instrumentos desta natureza possuem a capacidade de
38
• Utilização de motores síncronos superexcitados.
Estes controladores têm como objetivo realizar a inspeção da rede e injetar potência
reativa somente nos momentos em que há alguma divergência na leitura, a partir de um
chaveamento automático, estabelecendo ciclos de injeção para determinados capacitores do
banco.
39
Tem-se como métodos de correção (WEG,2009):
40
normalmente se opta pela aplicação de bancos com controladores de FP automáticos conforme
citado em outro momento.
41
Figura 14: Correção de fator de potência por agrupamento de cargas
Disponível::https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/9731/corre_a__do_fp_5_16_156415100
00793_9731.pdf
42
Figura 15: Correção de fator de potência individual
Ainda há outros fatores construtivos que devem ser levantados em consideração além
dos necessários para a correção do fator de potência que podem parecer lógicos, mas muitas
vezes são desconsiderados, como a tensão de aplicação da carga da rede em que ela está
instalada (127 V, 380 V, 440 V, entre outras) (Baixa tensão), e o esquema de ligação do banco
de capacitores.
Por exemplo, porque se deve instalar o banco de capacitores em triângulo (380 V) e
não em estrela (220 V)?
Neste caso opta-se por instalar o banco de capacitores trifásicos a 380 V pela maior
injeção de potência reativa na relação trifásica, devido a injeção de potência reativa depender
fortemente da tensão aplicada nas células do capacitor. Logo, quando há incidência de uma
tensão mais elevada no sistema, a injeção da potência reativa é maior, assim fazendo com que
se obtenha no produto final, pós montagem, bancos com menor robustez e maior capacidade de
injeção.
É de suma importância também aplicar resistores de descarga em paralelo ao capacitor,
este resistor tem a função de operar na carga e descarga do banco de capacitores, visando
preparar e proteger o mesmo para os ciclos de injeção de potência reativa efetuada pelo banco
de capacitores, operando de maneira a evitar os picos de corrente e facilitar o manuseio dos
mesmos assegurando o responsável pela manutenção quando o banco está sem energia,
evitando descargas.
43
Na operação dos bancos de capacitores temos 3 resistores instalados para o
acionamento:
• 1 em paralelo na célula que tem a função de descarregar apenas quando o
capacitor for desligado
• 2, estão conectados no contator, e servem para a pré-carga e pré-descarga da
tensão no capacitor, atuando também na proteção das correntes inrush, além de operarem no
controle de sinal da tensão aplicada (subida e descida).
Figura 16: Banco ligado em triangulo com resistores e contatores para fins de manobra
Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/349422/
44
2.7.2 PROBLEMAS CAUSADOS POR APLICAÇÃO DE CORRENTES DE
ELEVADA FREQUENCIA NO BANCO DE CAPACITORES
45
Figura 17: Circuito RLC em situação de ressonância
A ressonância pode ser compreendida pela fonte, (no ambiente industrial visto como
o transformador) como a busca pela menor impedância possível, de forma com que as reatâncias
XL e Xc se anulem. O comportamento de ressonância estabelece-se tão somente na relação
entre o indutor e o capacitor instalados em série, descrita pela seguinte equação:
𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 = 0 Equação 24
1
2𝜋𝑓0 𝐿 =
2𝜋𝑓0 𝐶 Equação 25
𝑆𝑡𝑟
𝑓𝑟 = 𝑓𝑜 √ Equação 28
𝑍 𝑄𝑐
47
2.7.3 CORREÇÃO DE FATOR DE DESLOCAMENTO PARA SISTEMAS EM
RESSONÂNCIA
48
Para que haja harmonia na aplicação do método de correção, julga-se necessário obter
os seguintes parâmetros (WEG, 2009):
• Potência, tensão e frequência dos capacitores
• Avaliação do espectro das harmônicas
• Análise da corrente, tensão e fator de potência para cada ordem de
harmônica do sistema.
49
A imagem da empresa WEG™ apresenta o avanço da eficiência energética de 1960 a
2010:
50
2.9 PROPOSTA DE TRABALHO
51
3. METODOLOGIA CIENTÍFICA
52
Nos piores casos, a não correção do fator de deslocamento agrava como um todo o
funcionamento da instalação elétrica, e muito provavelmente a tarifação não seja o pior dos
problemas, a menor efetividade do sistema elétrico, aumento de correntes no condutor neutro,
sobrecarga de transformadores, entre outros problemas que também são tratados em outro
momento desta monografia.
Um exemplo tradicional desta modelagem se dá com motores, equipamentos de
natureza indutiva, na qual o sinal da corrente é atrasado em relação à tensão, e que possuem
baixo fator de deslocamento, ou cos ∅, já que a potência reativa é extremamente necessária
neste caso, pois tem função de magnetização das bobinas do motor, essenciais ao seu
funcionamento.
Ao conectar um banco de capacitores em paralelo com a carga, a instalação “enxerga”
a injeção, ou compensação do capacitor para o baixo fator de deslocamento do motor, através
da redução de corrente na entrada.
53
Observando a figura 21, é possível estabelecer a metodologia de cálculo do processo.
O primeiro passo nesta etapa é encontrar a Potência Aparente 𝑆 (VA), ou potência
demandada para o funcionamento da carga. Como já fora instrumentado os valores de corrente
e tensão da rede, tem se (MAMEDE, 2013):
𝑆 = √3 𝑉 𝐼 29
𝑃 [W]
𝐹𝑑𝑒𝑠𝑙 = cos 𝜙 = 30
𝑆 [𝑉𝐴]
Tem se então:
𝑃
0,76 = → 𝑃 = 210 kW
277,2
54
Conforme especificado na figura para especificação da Potência Reativa 𝑄 (VAr)
temos (MAMEDE, 2013):
𝑄
sin 𝜙 =
𝑆
𝑄
sin(40.53°) =
277.2 VA
𝑄 = 180.13 kVAr
Percebe-se na aplicação do contexto a partir da figura 23, que tem-se a partir de então
um novo plano de trabalho para o triangulo das potencias, relacionando o fator de deslocamento
pré correção há uma quantidade necessária de reativa consumida pela carga sob o ângulo de
40.53°, conforme determinado anteriormente, nesta etapa então procura-se pela nova relação
angular, capaz de estabelecer a relação da nova reativa sob o fator de deslocamento de 0,98,
conforme modelado nas figuras 23,24 e 25 sucessivamente.
No plano complexo e fasorial, temos:
𝑆 = 277.2∠40.53° kVA
55
O fator de deslocamento desejado para a rede elétrica deve ser 0,98, muito próximo ao
unitário, e longe do 0,92 na qual já é cobrado tarifação. Para se obter a compensação angular
necessária fazemos:
cos 𝜙 = 0,98
acos(0,98) = 𝜙
𝜙 = 11,47°
Figura 24: Triângulo de potências com fator de deslocamento entre 0,76 (antes da correção e 0,98
(desejado após a correção).
Fonte: Autor
A partir das potências reativas atual e desejada, como da potência ativa (que não
mudará), monta-se os dois triângulos de potência, aqui apresentados sobrepostos:
56
Nesta etapa se dimensionará o banco necessário para correção de 0,76 para 0,98, para
a nova taxa de reativa gerada/consumida 𝑄’ faz-se:
𝑄′
tan(11.47°) =
210.6 kW
𝑄 ′ = 42,7 kVAr
𝑄 ′ = 𝑄 − 𝑄𝑐
𝑄𝐶 = 137,43 kVAr
Para correção do fator de deslocamento de 0,76 para 0,98 é necessário um banco de
137,43 kVAr.
Poderíamos imaginar que somente a instalação do banco de capacitores já será o
suficiente para correção do fator de potência. Contudo, não, nos dias atuais não é tão simples,
pois desconsiderou-se o fator de distorção e as dificuldades do tratamento quando há consumo
e geração de correntes múltiplas de 60 Hz.
Por ora nossa carga consome apenas a corrente fundamental, pois trata-se de uma carga
linear, onde tensão e corrente ocorrem de maneira proporcional, diferente de cargas eletrônicas
como inversores de frequência e fornos a arco.
A instrumentação desta carga será efetuada a partir da constituição do seguinte circuito
elétrico, simulado no software Simulink™:
57
3.2.1. CIRCUITO DE SIMULAÇÃO PARA CORREÇÃO DO FATOR DE
DESLOCAMENTO DE CARGA LINEAR
Figura 26: Circuito de força modelado para simulação de correção de fator de deslocamento para
carga linear.
Fonte: Autor
• Circuito de força
• Circuito de instrumentação e controle
58
Figura 27: Circuito de controle modelado para simulação de correção de fator de deslocamento para
carga linear.
Fonte: Autor
59
Figura 28: Sinal medido na entrada da concessionária.
Fonte: Autor
O próximo passo é configurar a carga atribuindo a ela um modelo de circuito, neste
caso um RL, conforme representado no circuito de força.
Sabe-se que a potência consumida por essa é de 277,2 kVA, e temos que:
𝑆 = 277.2𝑘𝑉𝐴∠40.53° kVA
Para modelarmos este bloco de carga em função da sua impedância, real e imaginária,
sabe-se que (HAYT, 2014) :
|𝑉²|
𝑍=
𝑆
Então temos:
𝑍 = (396.222 + 𝑗338.765) mΩ
A parte real da impedância da carga representa a magnitude do resistor, 0,396 Ω,
enquanto o indutor a ser dimensionado é a relação da parcela imaginária da impedância e a
frequência angular da rede:
Im(𝑍)
𝐿=
2𝜋𝑓
338.765 × 10−3
𝐿= = 898.6 μH
2 𝜋 60
60
Sabendo então estes valores dimensiona-se o capacitor, afim de que para a nova
relação, o fator de deslocamento seja corrigido e o sistema obtenha maior qualidade de energia
sendo assim, maior eficiência.
A fim de estabelecer esta relação, sabendo que o banco deve injetar 137,4 kVAr para
compensação do fator de deslocamento à 380 volts, devemos então dimensionar a capacitância
necessária do banco para tal (SADIKU, 2013):
𝑄
𝐶=
(2𝜋𝐹(𝑉 2 ))
(137.43 × 103 )
𝐶=
(2 𝜋 60 (3802 ))
𝐶 = 2517μF
Figura 29: Circuito de força, aplicado com banco de capacitores para correção do fator de
deslocamento para carga linear.
Fonte: Autor
61
Da mesma forma como fora efetuado anteriormente a instalação do banco de
capacitores, instrumentou-se o 𝜙 = 11,56∘ e o novo fator de deslocamento = 0,979, pós
correção, encontrando valores bem próximos ao antes modelado matematicamente.
Figura 30: Circuito de controle, aplicado com banco de capacitores para correção do fator de
deslocamento para carga linear.
Fonte: Autor
62
Figura 31: Circuito de força, com carga não linear representada pela fonte de corrente.
Fonte: Autor
Talvez esta seja a hipótese mais comum tratada em um ambiente de larga escala, o
seccionamento dos disjuntores traz consigo uma série de questionamentos, além do
levantamento pertinente das informações acerca da carga, nestes casos a situação mais comum
é instrumentá-lo e substitui-lo com um multímetro por exemplo, detalhe, nesta situação
desfavorável a medição muitas vezes executada é levando em consideração tão somente as
correntes consumidas pela carga na harmônica fundamental, tendo uma grande diferença, salvo
os equipamentos com true rms, tendo tais a capacidade de leitura da composição de toda a onda,
conforme referenciado na imagem abaixo:
63
Figura 32: Composição de um sinal de tensão medido em instrumento TRUE RMS.
Neste caso um disjuntor de 25 A, pode estar desarmando mesmo com uma corrente de 20
A medida no equipamento, visto que a corrente de amplitude maior encontra-se fora do domínio
de frequência que o equipamento utilizado é capaz de instrumentar.
Por exemplo, um transformador como no caso que será tratado no software de 300kVA,
medição em BT, e neste temos um bloco de carga de 270 kVA, e mesmo desta maneira o fator
de temperatura do equipamento está fora dos índices à plena carga.
Isso ocorre devido à presença de correntes harmônicas no sistema, desta forma temos
correntes de maior frequência circulando pelo sistema, se a frequência das correntes é maior,
há maior perda por correntes de Foucault, já que estas são proporcionais ao quadrado da
frequência, além das perdas por Histerese estas proporcionais a frequência, e desta forma se
minhas perdas aumentam, a temperatura o acompanha, pois o transformador neste modelo, deve
transformar além de tudo as harmônicas para alimentar as cargas que devem consumi-las, a não
ser que se aplique ao sistema, um filtro passivo, tendo este a função de fornecimento desta
64
corrente de natureza reativa à carga ( correntes de natureza harmônica são reativas) ,
analogamente como ocorre no fator de deslocamento.
Mesmo com cargas equilibradas é possível que haja aquecimento dos condutores neutros,
por exemplo:
Disponível:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4865807/mod_resource/content/6/Exp_2_RoteiroRelatorio.
pdf.
Neste sistema trifásico, percebe-se que as três cargas estão equilibradas, pois L1, L2 e
L3 estão defasadas de 120°, na frequência fundamental, a 60 hertz.
Agora para uma corrente de terceiro harmônico, temos 3*f, ou seja, o ângulo
anteriormente apresentado, que era 120°, agora passa a ser 120°*3, o resultado da aplicação
desta, é que o produto da interferência da terceira harmônica no sistema resulte nas 3 correntes,
Ia, Ib e Ic em fase, conforme demonstrado na figura abaixo:
Disponível:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4865807/mod_resource/content/6/Exp_2_RoteiroRelatorio.
pdf.
65
Realizando uma contextualização percebemos que estas três correntes no neutro irão
se somar, e não se cancelar, como era realizado na fundamental, e como na terceira
harmônica, na nona harmônica isto também acontece, e a determinação destas é facilmente
explicita pela seguinte relação:
1 2 3
4 5 6
7 8 9
10 11 12
Tabela 1
Fonte: Autor
1 2 3
4 5 6
7 8 9
10 11 12
Tabela 2
Fonte: Autor
As correntes de 3ª, 6ª, 9ª e 12ª ordem são as correntes que se somam no neutro, entretanto,
as harmônicas de ordem par normalmente não existem, só existem correntes harmônicas pares
quando o equipamento não chavear em igual, na parte superior e inferior, na onda de tensão e
66
corrente, pois indiferente da sequencia da corrente (+,- ou zero) o chaveamento do equipamento
funciona como um espelho.
Talvez este seja o mais comum alerta de que há algum problema na instalação em relação
a correntes de natureza superior a fundamental, sendo esta contextualização a mais simples
possível, relatada pelo equacionamento abaixo:
1
𝑍𝑐 =
𝑗𝜔𝐶
𝜔 = 2𝜋𝑓
Ou seja, logo, se a frequência aumenta, a impedância do banco diminui, haverá uma maior
corrente circulando pelo banco, dimensionado para um possível faixa já estimada, fazendo
então com que as células capacitivas expostas a essas sobrecorrente abram e o banco já não atue
corretamente com as injeções de reativa.
• Ressonância elétrica
67
• Aumento da corrente eficaz dos condutores:
Este efeito é tratado pois as correntes harmônicas possuem uma forte tendência a se
concentrarem na extremidade mais externa dos condutores por meio do skin effect 2ou efeito
pelicular, a relação é diretamente proporcional a frequência, ou seja, quanto maior a frequência,
mais as correntes de ordem harmônica tendem a circular pela periferia dos condutores
Além disto, nesta etapa também se faz necessário referenciar o modelo de sistema
aplicado para o tratamento destas correntes de ordem harmônica.
A referência para tal indica dois métodos mais convencionais, sendo estes, a aplicação
de um filtro passivo em série com o banco de capacitores, ou um indutor de dissintonia com
disposição semelhante ao sistema, tendo então perspectivas de tratamento completamente
diferentes.
O indutor de dissintonia tem a função de dessintonizar a frequência de ressonância a
partir da frequência de corte estipulada pelo filtro aplicado.
Enquanto o filtro passivo funciona como um gerador de corrente para a faixa de
corrente de ordem superior à carga, sendo assim, a carga recebe do filtro passivo a correndo de
ordem superior, aliviando o sistema elétrico da necessidade de geração destas.
2
“ Efeito pelicular é um fenômeno físico caracterizado pela repulsão entre linhas de corrente
elétrica, criando a tendência desta fluir na superfície dos condutores elétricos”.
68
3.4. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA PARA APLICAÇÃO EM CIRCUITO DE
MODELO COMPUTACIONAL
𝜔 = (2𝜋𝑓) (31)
𝜔 = 377 𝑟𝑎𝑑/𝑠
E então calcula-se a impedância nominal do transformador (CHAPMAN, 2013):
𝑉²𝑛𝑜𝑚𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜
𝑍𝑛𝑜𝑚𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜 =
𝑆𝑛𝑜𝑚𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜
𝑍𝑛𝑜𝑚𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,481Ω𝜋
A partir do catálogo do fabricante encontramos também as perdas totais e as perdas no
entreferro do núcleo do transformador, estas grandezas são aplicadas afim de possibilitar o
cálculo da resistência e da reatância série.
3
Catálogo de transformadores disponível em:
http://ecatalog.weg.net/tec_cat/tec_transf_ficha.asp
69
As perdas no cobre são obtidas a partir da diferença entre as perdas totais e a perda no
ferro, sendo assim:
Ou seja:
𝑃𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 3250 𝑊
𝑃𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒
𝑅𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜𝑃𝑈 = 𝑆 (33)
𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑑𝑜𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜
𝑅𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜𝑃𝑈 = 0.011
Também a reatância.
𝑋𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜𝑃𝑈 = 0.039
A impedância série:
𝐼𝑚( 𝑍𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜 )
𝐿𝑑𝑖𝑠𝑝𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜 = (36)
𝜔𝑛𝑜𝑚
70
Sabendo que a capacitância nominal do banco é de 2517 ∗ 10−6 𝐹
Temos como frequência de ressonância:
1
𝐹𝑟𝑒𝑠𝑠𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜𝐵𝑎𝑛𝑐𝑜 = (37)
2𝜋√𝐶𝑛𝑜𝑚𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜 ∗ 𝐿𝑑𝑖𝑠𝑝𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜
∑𝑉 = 0
𝑑𝑖 𝑄
𝐿 + =0 (38)
𝑑𝑡 𝐶
Assim faz-se:
𝑑²𝑄 𝑄
𝐿 + =0
𝑑𝑡 𝐶
𝑑²𝑄 1
+ 𝑄=0
𝑑𝑡² 𝐿𝐶
1
𝐴𝑠²𝑒 𝑠𝑡 + 𝐴𝑒 𝑠𝑡 = 0
𝐿𝐶
1 1
𝑠2 + = 0 → 𝑠2 =
𝐿𝐶 𝐿𝐶
71
1
𝑠 = ±𝑗 + √
𝐿𝐶
1
𝐹𝑟 =
√𝐿𝐶
Após esta etapa faz-se necessário dimensionar o filtro (parcela do indutor), para
que esta frequência seja retratada.
Na figura 32, percebemos o circuito já com a carga responsável por consumir
correntes de ordem superior, neste caso a corrente de natureza reativa, sem a presença do filtro
passivo, circularia entre o transformador a carga, e o banco de capacitores, neste novo processo,
esta circulará somente entre o filtro LC e a carga não linear, evitando que circuitos com outras
características elétricas sofram com estes efeitos, além dos já citados em outra etapa do
processo.
Neste modelo o ideal é analisar a impedância do filtro, frente a harmônica
aplicada principalmente instrumentando, afim de estabelecer a curva mais adequada para o
sistema.
Esta curva representa a situação de em baixas frequências, ou frequências úteis para a
carga, o filtro se comporte como um capacitor, e em altas frequências, aquelas que não são
aplicadas a nenhum elemento do sistema o filtro forneça somente o necessário para suprir a
demanda da carga, isso obviamente para um filtro passivo.
O indutor de dissintonia tem o comportamento baseado no ato de evitar que esta
frequência circule pelo sistema, bloqueando-a, ou seja, nas baixas será um capacitor, nas altas
um indutor, quanto maior a frequência maior a impedância indutiva.
As curvas dos filtros representam a habilidade dos mesmos quanto a capacidade de
filtragem do sinal, os sinais parametrizados nesta curva apresentam no eixo y, a impedância do
filtro (Ω) e no eixo x a harmônica fundamentada, sendo assim, no ponto em que há conversão
entre essas duas grandezas é a frequência em que o filtro deve operar.
Para o dimensionamento do filtro passivo, necessário para correção desta problemática,
faz-se a seguinte modelagem, sendo que cada arranjo, representa uma curva:
𝜔0 = 2𝜋𝑓 ∗ ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑎 (39)
72
Como já se calculou a frequência na qual ocorrerá a ressonância, tem-se:
𝑟𝑎𝑑
𝜔0 = 2637,6
𝑠
1
𝐿1 = → 5.71𝑥10−5 𝐻𝑒𝑛𝑟𝑦
(2637,6)2 ∗ 2517µ𝐹
1
𝐿2 = → 5.71𝑥10−18 𝐻𝑒𝑛𝑟𝑦
(2637,6)2 ∗ 25170µ𝐹
73
3.4.1. APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS CÁLCULADOS EM MODELO DE
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL PARA CARGA NÃO LINEAR.
O circuito de força modelado para correção do fator de deslocamento com a presença
de harmônicos e dissintonia é representado da seguinte maneira:
Figura 37: Exemplo de circuito de força para correção do fator de deslocamento e correção do fator de
distorção harmônica.
Fonte: Autor
74
Então a partir destes valores conseguimos obter a dimensão da corrente, além da
instrumentação do sinal de saída do osciloscópio das correntes no banco, verificando
previamente a correção e pós correção.
75
Figura 40: Circuito de controle e instrumentação dos demais parâmetros da rede e da carga.
Fonte: Autor
76
3.5.1 CARGA LINEAR, CORREÇÃO DE FATOR DE DESLOCAMENTO.
Figura 41: Circuito de força da correção de fator de deslocamento de carga linear com indicativos
Fonte: Autor
77
O circuito de controle mede os parâmetros conforme indicado na imagem,
respectivamente:
78
3.5.2 CARGA NÃO LINEAR, CORREÇÃO DE FATOR DE DESLOCAMENTO E
GERAÇÃO DA CORRENTE DE ORDEM SUPERIOR
Para o modelo aplicado da com uma carga não linear os módulos 1,2,3 e 4 da figura 45
continuam sendo respeitados, afinal independente da natureza da carga, as correntes e tensões
são fundamentais para o funcionamento harmônico dentro do dimensionamento do sistema,
porém agora é adicionado a fonte de corrente, operando na faixa do 7° harmônico, indicada
com o número 1, esta faixa foi a escolhida especialmente pois a partir do cálculo referido, seria
nesta faixa que haveria ressonância.
79
Figura 44: Instrumentação das harmônicas
Fonte: Autor
4
1: A corrente modular da fundamental, todos estes blocos, são divididos por sqrt2
pois este bloco fornece a amplitude.
2: E nesta etapa se eleva a corrente dividida por raíz de 2 ao quadrado.
3: Somam-se todos os blocos, já trabalhados, por meio de um bloco somador
E por fim faz-se a raíz do somatório das correntes para se saber a corrente eficaz no banco.
4
Srqt – notação utilizada para raíz quadrada no software trabalhado.
81
4. ANÁLISE DE RESULTADOS
Embasado no que fora descrito nos capítulos 3.5.1 e 3.5.2 serão analisados os circuitos
e seus valores apresentados pré parametrização e pós parametrização, afim de que se estabeleça
relação com o dimensionamento apresentado em 3.2 , respeitando o cálculo proposto e
apresentando o resultado desejado.
Tabela 3
Fonte: Autor
82
A partir destas informações sabe-se que:
A rede elétrica é trifásica, ou seja, da mesma forma deve-se fazer as células capacitivas
instaladas em triangulo, conforme citado em outro momento desta monografia, conduto caso
não haja necessidade de aplicar 440v nas células por questões de necessidade de reativa.
O fator de deslocamento da rede elétrica é baixíssimo, faz-se necessário inspecionar a
causa e corrigir:
ÂNGULO FI
Ø 40,54
Tabela 4
Fonte: Autor
Avalia-se também o ângulo apresentado em situação pré correção, afim de que a partir
desta relação possa-se saber o resultado necessário a ser adotado no banco de capacitores para
compensação.
O fator de deslocamento a ser aplicado pós inspeção foi de 0,98, sabendo que a
normativa explicita a situação de 0,92 para não aplicação de tarifa, tem-se esta relação angular
pós correção:
Tabela 5
Fonte: Autor
83
Sabendo que o após a correção teremos:
Tabela 8
Fonte: Autor
Figura 47: Circuito de força de sistema elétrico sem correção de fator de deslocamento
Fonte: Autor
84
Os objetos apresentados no sistema respeitam o mesmo sequencial demonstrado na
página 77, capítulo 3.5.1, de maneira com que a única diferença será a ausência da
instrumentação no banco de capacitores até então não aplicado, na não conformidade da tabela
3 em relação ao sistema elétrico pautado.
Após aplicarmos o capacitor com o intuito de corrigirmos o fator de deslocamento da
rede elétrica, temos:
Figura 48: Circuito de força de sistema elétrico com correção do fator de deslocamento
Fonte: Autor
85
Com base no modelo apresentado acima percebe-se que o objetivo de corrigir o fator
de deslocamento nesta situação fora alcançado em concomitância com o dimensionamento
apresentado em no capitulo 3.2, fazendo então do instrumento modelagem computacional como
ferramenta aplicável para inspeção de valores adotados para a metodologia.
Avaliou-se também por meio de um osciloscópio conectado a rede elétrica o
sinal de tensão de entrada e corrente, com o objetivo de verificar se a instalação do banco de
capacitores não causou nenhum distúrbio suficientemente preocupante no sinal.
Na evidência do sinal de corrente elétrica, podemos perceber que em questão de
módulo não houve nenhuma variação no sinal, além que a variação mais brusca causada foi a
do transitório5, este intrínseco ao sistema na partida por exemplo de algum equipamento, ou no
chaveamento da carga, estabilizado logo após um período t de tempo.
5
O termo transitório para energia elétrica é aplicado a situação em que é analisada a variação
brusca e momentânea do sistema de energia elétrica, sendo tais em resposta a algum impulso local ou
nas proximidades aplicado a rede elétrica.
86
Ampliando o zoom, pode-se analisar a estabilização do sinal de corrente:
Figura 51: Análise da saída do estado transitório a partir do tempo para a corrente.
Fonte: Autor
87
É necessário que após um curto período de tempo esta tensão de pico seja estabilizada
afim de evitar danos aos equipamentos eletrônicos mais sensíveis conectados à rede elétrica.
Com base nos modelos propostos e no dimensionamento efetuado percebemos que o
banco de capacitores operaria de maneira harmônica afim de alcançar o objetivo proposto em
uma situação de correção de fator de deslocamento para carga linear.
88
Estágio Q (kVAr)
1 5
2 5
3 10
4 10
5 10
6 15
7 15
8 15
9 15
10 25
11 25
12 25
Tabela 9
Fonte: Autor
89
Q (kVAr) Corrente Elétrica ( A)
5
5 = ≈ 7,6𝐴
(0.66)
10
10 = ≈ 15,2𝐴
(0.66)
15
15 = ≈ 22,7𝐴
(0.66)
25
25 = ≈ 37,9𝐴
(0.66)
Tabela 10
Fonte: Autor
Corrente Prot.
Estágio Q (kVAr)
(A) Calc. (A)
1 5 7,6 12,1
2 5 7,6 12,1
3 10 15,2 24,2
4 10 15,2 24,2
5 10 15,2 24,2
6 15 22,7 36,4
7 15 22,7 36,4
8 15 22,7 36,4
9 15 22,7 36,4
10 25 37,9 60,6
11 25 37,9 60,6
12 25 37,9 60,6
Tabela 11
Fonte: Autor
90
E assim obtemos os fusíveis mais adequados para proteção dos circuitos:
Prot. Fusível
Q Corrente
Estágio Calc. (NH00)
(kVAr) (A)
(A) (A)
1 5 7,6 12,1 16,0
2 5 7,6 12,1 16,0
3 10 15,2 24,2 25,0
4 10 15,2 24,2 25,0
5 10 15,2 24,2 25,0
6 15 22,7 36,4 35,0
7 15 22,7 36,4 35,0
8 15 22,7 36,4 35,0
9 15 22,7 36,4 35,0
10 25 37,9 60,6 63,0
11 25 37,9 60,6 63,0
12 25 37,9 60,6 63,0
Tabela 12
Fonte: Autor
A escolha da fiação dos circuitos faz-se com embasamento na tabela 37 da NBR
5410:2008, estabelecendo esta em relação harmônica com os fusíveis e contatores ainda não
escolhidos, observa-se que todos os condutores presentes nesta lista possuem isolação em EPR
(0,6 – 1kV):
Prot. Fusível
Q Corrente Fiação – Isol (EPR) (0,6 –
Estágio Calc. (NH00)
(kVAr) (A) 1kV) (mm²)
(A) (A)
1 5 7,6 12,1 16,0 2,5
2 5 7,6 12,1 16,0 2,5
3 10 15,2 24,2 25,0 4,0
4 10 15,2 24,2 25,0 4,0
5 10 15,2 24,2 25,0 4,0
6 15 22,7 36,4 35,0 6,0
7 15 22,7 36,4 35,0 6,0
8 15 22,7 36,4 35,0 6,0
9 15 22,7 36,4 35,0 6,0
10 25 37,9 60,6 63,0 16,0
11 25 37,9 60,6 63,0 16,0
12 25 37,9 60,6 63,0 16,0
Tabela 13
Fonte: Autor
91
Os contatores a serem selecionados tem como função responderem ao controlador
realizando as manobras necessárias afim de que o banco de capacitores opere de maneira segura
e eficiente.
A partir do catálogo da empresa WEG e das informações presentes na tabela 11 deste
referencial e da tabela disposta abaixo retirada do catálogo da empresa dimensiona-se os
contatores:
92
Prot. Fusível
Q Corrente Fiação
Estágio Calc. (NH00) Contator
(kVAr) (A) (mm²)
(A) (A)
CWMC
1 7,6 12,1 16,0 2,5
5 25
CWMC
2 7,6 12,1 16,0 2,5
5 25
CWMC
3 15,2 24,2 25,0 4,0
10 25
CWMC
4 15,2 24,2 25,0 4,0
10 25
CWMC
5 15,2 24,2 25,0 4,0
10 25
CWMC
6 22,7 36,4 35,0 6,0
15 25
CWMC
7 22,7 36,4 35,0 6,0
15 25
CWMC
8 22,7 36,4 35,0 6,0
15 25
CWMC
9 22,7 36,4 35,0 6,0
15 25
CWMC
10 37,9 60,6 63,0 16,0
25 32
CWMC
11 37,9 60,6 63,0 16,0
25 32
CWMC
12 37,9 60,6 63,0 16,0
25 32
6
Catálogo utilizado disponível no link: “https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hda/ha0/WEG-
capacitores-para-correcao-do-fator-de-potencia-50009818-pt.pdf”, página 6 e 7.
93
𝐼𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟 = 265𝐴 + ( 37,9 ∗ 60% ) = 287𝐴 13
94
b.) Análise de qualquer valor modular de Fator de deslocamento
Além dos valores aplicados no modelo, qualquer situação real pode ser utilizada
na simulação, independente dos valores da carga e das características da rede, tornando o
processo adaptativo e dinâmico.
95
4.2.3. MODELAGEM COMPUTACIONAL DE CORREÇÃO DO FATOR DE
DESLOCAMENTO PARA MODELOS DE CARGAS NÃO LINEARES
96
Figura 56: Parametrização do bloco capacitor
Fonte: Autor
Outro elemento adicionado neste novo escopo de simulação fora relacionado nesta
etapa, a carga não linear é retratada por meio de uma fonte de corrente, na qual a frequência de
operação desta fonte fora ajustada na faixa em que ocorre o efeito da ressonância, ou seja 452
Hertz, ou aproximadamente 7ª harmônica.
98
E desta o sinal visto do osciloscópio da corrente do banco de capacitores é quase uma
senóide.
99
Agora analisemos o problema que é a presença de uma corrente de ordem superior no
sistema adicionando a fonte uma corrente de ordem superior de 10A (7ª harmônica):
Percebe-se pela análise das correntes que 10A, já se tornaram 27,63A, e na corrente
eficaz do banco para um banco para 350A.
100
Figura 64: Análise de corrente aplicada no banco de capacitores
Fonte: Autor
Estas variações de corrente para a faixa de 460 ampères, são um sério problema para o
banco de capacitores, como por exemplo o disparo inconveniente dos disjuntores, abertura das
células, aquecimento indevido dos condutores, aumento de perdas por correntes parasitas
(Foucault), entre outros tratados neste modelo.
101
Para que esta problemática fosse tratada fez-se necessário da atuação direta sobre o
problema, adotando a topologia do filtro passivo para tal, este já dimensionado no módulo
anterior.
O filtro passivo atua com o objetivo de fornecer para o sistema a corrente de ordem
superior, evitando que o transformador (agora em ressonância7 com o banco de capacitores)
tenha que realizar este fornecimento, correndo o risco de estar em sobrecarga.
Este filtro é aplicado no modelo computacional como um indutor, sendo este o
responsável pelo alívio do sistema elétrico, assim como do banco de capacitores como um todo.
Neste momento então para as novas aferições faz-se necessário analisar a amplitude
da tensão de 7ª harmônica, harmônica esta cuja se encontra a frequência de ressonância do
sistema.
Para este parâmetro ser avaliado faz-se necessário adicionar um bloco chamado
“Fourier mask”, bloco este necessário para instrumentar somente as tensões necessárias, na
simulação referida é chamado de “Tensão de 7th”.
Por normativa, o máximo de tensão harmônica que pode circular pela rede é 3%, assim
como a sobretensão máxima no capacitor é de 4%.
O novo modelo de circuito caracterizado é demonstrado pela figura abaixo:
Figura 66: Novo modelo de circuito de controle para a correção do fator de deslocamento
Fonte: Autor
7
Efeito eletromagnético referenciado pelo anulação das reatâncias capacitivas e indutivas
entre o banco de capacitores e a indutância de dispersão localizada no circuito RL do secundário do
transformador.
102
No novo circuito de força analisa-se a introdução do filtro passivo LC, com o valor de
indutância e capacitância calculadas em outra etapa, não referenciando os valores comerciais,
mas sim, os valores calculados.
O circuito RLC do banco, caracteriza a resistência do fio do indutor (parcela R), o
indutor e o capacitor, presentes no filtro LC.
Figura 67: Circuito completo de força para correção de fator de deslocamento e ressonância
Fonte: Autor
105
Figura 73: Corrente de entrada, pós filtro, vista do osciloscópio.
Fonte: Autor
107
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
108
Com base no que fora citado, conclui-se que os objetivos relatados no inicio deste foram
atingidos, aplicados modelos e métodos conforme esperado, possibilitando a novos
pesquisadores da área, a continuidade e evolução, tanto da pesquisa quanto do software
desenvolvido para a modelagem.
109
6. ANEXOS
>>Fs= 1000; >> f=60; >> t=[0:1/Fs:1]; >> w= 2*pi*f; >> x1= cos (w*t); >> plot
(t,x1);
>> axis ([ 0 0.1 -1 1]);
>>Fs= 5000; >> f=150; >> t=[0:1/Fs:1]; >> w= 2*pi*f; >> x1= cos (w*t); >> plot
(t,x1);
>> axis ([ 0 0.1 -1 1]);
110
Nota-se que a partir desta, a frequência de amostragem deve conter valor
numericamente superior, afim de que a parcela avaliada da frequência seja significativa.
O comportamento oscilatório da mesma também sofre variância, em um mesmo
período de tempo, devido ao valor elevado de f, o número de ciclos triplica, a frequência de
amostragem é dada a partir do Teorema de Nyquist, na qual a frequência de amostragem deve
ser o dobro da frequência do sinal em análise.
111
REFERÊNCIAS
112