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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ALLAN MICHELL DE MEDEIROS TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INVERSORES SOLARES.

CAMPINA GRANDE

2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ALLAN MICHELL DE MEDEIROS TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INVERSORES SOLARES.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unidade Acadêmica de


Engenharia Elétrica, da Universidade Federal de Campina Grande,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de
Bacharel em Ciências no Domínio da Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Pablo Bezerra Vilar.

CAMPINA GRANDE

2022
ALLAN MICHELL DE MEDEIROS TAVARES

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INVERSORES SOLARES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), para
obtenção parcial do grau de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Avaliado em: 23/12/2022

Banca Examinadora:

Prof. Pablo Bezerra Vilar (DEE/CEEI/UFCG)

Orientador

Prof. Luiz Augusto Medeiros Martins Nobrega


(DEE/CEEI/UFCG)

Examinador

Campina Grande – PB, 14 de novembro de 2022.


Dedico este trabalho a Deus, por ser tudo de mais
precioso que necessito para guiar minha vida.

Dedico a minha família, principalmente a minha Mãe, não


somente a este trabalho, mas toda a vida pelo o amor e
carinho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço acima de tudo a Deus, por ser sempre meu refúgio em momentos que
estive abalado, a energia para guiar minha vida, meu escudo por sempre me proteger e a
minha direção me guiando e equilibrando em situações.

A todos meus amigos que a Engenharia Elétrica e a UFCG me deram, onde


representam grandes laços de amizades e apoio construídos.

Aos meus amigos de infância e os que construí ao longo da vida, e não esqueço
nenhum, os quais tenho como parte da família.

A todos os professores e colaboradores da Unidade Acadêmica de Engenharia


Elétrica da UFCG, os quais contribuíram expressivamente para minha formação, em especial
ao Professor Pablo Bezerra Vilar, por toda orientação.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que
ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda
pensou sobre aquilo que todo mundo vê”.

Arthur Schopenhauer
TAVARES, Allan Michell de Medeiros. Estudo Comparativo Entre Inversores Solares.
2022. 45p. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Campina Grande.
Campina Grande, PB.

RESUMO

Aplicação de sistemas fotovoltaicos é uma tecnologia que está sendo bastante requisitada
nos dias de hoje e com cenários promissores para o futuro próximo, por ser um modo de
geração de energia economicamente viável em comparação com outras formas renováveis
e não renováveis contribuindo pra geração da energia limpaseja nos segmentos industrias,
residenciais, municipais e comercio. O trabalho trata-se de um estudo de caso a partir da
necessidade em aprofundar o conhecimento sobre sistema FV. Nesse sentido, o objetivo aqui
proposto foi através derevisões bibliográficas usar meios para analisar inversores,sistemas FV
com suas vantagens e desvantagens e, em seguida, análisar dados reaisfornecidos por uma
empresa de energia solar situada em Campina Grande PB. Através de software e
ferramentas estatísticas de controle, identificar e monitorar cenários que possivelmente
estejam afetando ou comprometendo o sistema como um todo, calculando o fator de
capacidade e strings a produtividade. A metodologia com estatística aplicada é bem
eficiente, pois, em gerar perfis gráficos e valores de controle, dá uma rápida percepção de
erro ou algo que não esteja funcionando direito e que leve uma manutenção técnica, com
isso, minimiza o tempo de avaliação. Os gráficos de correlação de Pearson, regressão linear,
carta de controle Xbarra-R de algumas variáveis do sistema são usados para tomadas de
decisão, ferramentas estas, podem ser sempre aplicadas para controle, monitoramento e
estudo de custos quando é necessária uma avaliação rápida dados. A partir disso, foi
possível identificar uma produtividade do período avaliado de aproximadamente 51 horas e
umfator de capacidade de 34,98%, na avaliação das strings, a string 2 está gerando mais
potência doque a string 1, notado também, uma diferença de estabilidade da potência do
sistema em CC pela da potência da saída do inversor em CA de 0,6 % que é a perdade
potência ou tensão ao se converter dentro do inversor CC/CA.

Palavras-chave: Inversores. Sistema Fotovoltaico. Energia Solar. Placa Solar.


.
TAVARES, Allan Michel de Medeiros. Comparative Study Between Solar Inverters. 2022.
45p. Completion of course work. Federal University of Campina Grande. Campina Grande,
PB.

ABSTRACT

Application of photovoltaic systems is a technology that is in great demand these


days and with promising scenarios for the near future, as it is an economically viable way of
generating energy compared to other renewable and non-renewable forms, contributing to
the generation of clean energy. whether in the industrial, residential, municipal and
commercial segments. The work is a case study from the need to deepen the knowledge
about PV system. In this sense, the objective proposed here was through bibliographic
reviews to use means to analyze inverters, PV systems with their advantages and
disadvantages and then analyze real data provided by a solar energy company located in
Campina Grande PB. Through software and statistical control tools, identify and monitor
scenarios that are possibly affecting or compromising the system as a whole, calculating the
capacity factor and productivity strings. The methodology with applied statistics is very
efficient, since, in generating graphic profiles and control values, it gives a quick perception
of error or something that is not working properly and that requires technical maintenance,
thus minimizing the evaluation time. Pearson's correlation charts, linear regression, Xbarra-
R control chart of some system variables are used for decision making, these tools can always
be applied for control, monitoring and cost study when a quick evaluation of data is required. .
From this, it was possible to identify a productivity of the evaluated period of approximately
51 hours and a capacity factor of 34.98%, in the evaluation of the strings, the string 2 is
generating more power than the string 1, also noticed, a difference stability of the DC system
power by the AC inverter output power of 0.6% which is the loss of power or voltage when
converting within the DC/AC inverter.

Keywords: Inverters. Photovoltaic System. Solar energy. Solar plate.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Diferença Molecular entre o Silício Cristalino e Amorfo ................................ 16

FIGURA 2: Capacidade dos tipos de geração de energia instalado no Brasil................ 17

FIGURA 3: Inversor Solar Introduzindo no sistema de energia fotovoltaica ................... 18

FIGURA 4: Volume de Sistemas Fotovoltaicos em MW/ano Conectados à rede ......... 19

FIGURA 5: Estudo de Greener, sobre os inversores mais utilizados por empresas de


energia solar no Brasil ........................................................................................................... 20

FIGURA 6: Modelos de Inversores Comercialmente Disponíveis. .................................. 21

FIGURA 7: SFCR com Inversor Central .............................................................................. 22

FIGURA 8: SFCR com 3 Inversores String ......................................................................... 23

FIGURA 9: SFCR com 3 Inversores String com MPPT ..................................................... 24

FIGURA 10: SFCR com 6 Microinversores. ........................................................................ 25

FIGURA 11:Parâmetro associado ao sistema FV .............................................................. 30

FIGURA 12: Perdas associados ao gerador FV ................................................................. 31

FIGURA 13: Curva P vs V de um Sistema FV..................................................................... 32

FIGURA 14: Perdas Associadas ao Gerado FV ................................................................. 32

FIGURA 15: Efeito do Diodo by-pass ................................................................................... 33

FIGURA 16: Gráficos de Ppv, Pac vs TimeTotal (H) ......................................................... 35

FIGURA 17: Gráfico de Ipv1 vs TimeTotal (H) .................................................................... 36

FIGURA 18: Gráfico de Vpv1 vs TimeTotal (H) .................................................................. 36

FIGURA19:Comparação de Relatórios de Controle Xbarra-R de Ppv e Pac ............... 37

FIGURA 20: Comparação de Relatórios de Controle Xbarra-R de Ppv e Pac com Tipos
de Padrões de Tendência que Podem Ser Observados ................................................... 38

FIGURA 21: Regressão de Ppv e Pac vs Vpv1 .................................................................. 39

FIGURA 22: Correlação de Pearson para Ppv vs Ipv1(A)................................................ 40

FIGURA 23: Correlação de Pearson para Vpv1 vs Vpv2(A) ............................................ 40


LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: DADOS IMPORTANTES ............................................................................... 34


LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

MPPT – Maximum Power Point Tracking

MLPE – Module Level Power Electronics

Hz – Corrente Continua

CA – Corrente Alternada

Hz – Hertz

A – Âmpere

P – Potência

FV – Fotovoltaico

W – Watt

MW – Mega Watt

GW – Giga Watt

SFCR – Sistema Fotovoltaico de Conexão a Rede

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

FC – Fator de Capacidade, em %

Psaída – Potência elétrica entregue a rede, em kWh

Pn – Potência nominal do sistema

t – Intervalo do tempo de captação dos dados

Yf – Produtividade do sistema

MW – Potência instalada do sistema, em kW

Ppv – Potência total do sistema, corrente continua

Ppv1 – Potência total da string 1

Ppv2 – Potência total da string 2

Pac – Potência da saída do inversor, corrente alternada

Vpv1 – Tensão do string 1


Vpv2 – Tensão da string 2

Ipv1 – Corrente da string 1

Ipv2 – Corrente da string 2

TimeTotal (H) – Tempo acumulativo, desde o ínicio da instalação dado em hora

η– Eficiência do modulo medido em %

Pmp – Potência de máximo pico, em Wp

A – Área do modulo, em m²

G – Irradiação nas condições STC, em W/m²

LSC – Limite Superios de Controle

LIC – Limite Inferior de Controle

𝑥̅ – Média Aritimética dos dados

A – Área do modulo, em m²
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4

1.1. OBJETIVO...................................................................................................................... 14

1.1.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 15

2.1. Contexto Histórico, Surgimento e Geração da Energia Fotovoltaica ................... 15

2.2. Matérias mais Usados na Fabricação de Painéis .................................................... 15

2.3. Capacidade de Geração Energética no Brasil ......................................................... 16

2.4. Inversores ....................................................................................................................... 17

2.5. MPPT .............................................................................................................................. 19

2.6. Modelos de Inversores ................................................................................................. 20

2.7. Inversores Tipo String .................................................................................................. 21

2.6.1 Inversores Central ...................................................................................................... 22

2.6.2 Inversores String ......................................................................................................... 23

2.6.3 Inversores Multi-String ............................................................................................... 23

2.6.4 Microinversores ........................................................................................................... 24

2.8. Vantagens e Desvantagens para Energia Solar fotovoltaica ................................. 25

2.9. Normativa 482 ................................................................................................................ 26

2.10. Normativa 414 ............................................................................................................. 26

2.11. Dimensionamento do sistema FV ............................................................................. 27

2.12. Fator de Capacidade .................................................................................................. 27

2.13. Produtividade ............................................................................................................... 28

2.14. Eficiência ...................................................................................................................... 28

2.15. Cálculo de Custo Nivelado de Energia LCOE ........................................................ 29

2.16. Custo ............................................................................................................................. 29

2.17. Fatores que Afetam o Desempenho SFCR ............................................................ 30

2.18. Sombreamento de Módulos FV ................................................................................ 31


3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 33

3.1. Coleta de Dados ............................................................................................................ 34

3.2. Equipamentos Utilizados para Avaliação dos Dados .............................................. 34

3.3. Avaliação dos Gráficos e Resultados ........................................................................ 35

4. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 43
14
1. INTRODUÇÃO

Desde o inicio o homem busca fontes de energia, sejam renováveis ou não-


renováveis que supra suas necessidades. (SOUZA, 2018)
Segundo a EPE (2021), a matriz elétrica mundial é composta 8,2% por energia
solar, eólica, geotérmica, maré entre outros, no Brasil, a energia eólica representa 8,8% e
a solar 1,7%. Dados mostram quão pequeno é o investimento em geração de energia
elétrica oriunda de fontes renováveis no Brasil e no mundo. Para o crescimento é necessário
o investimento em tecnologias que proporcionem um aumento na eficiência das formas de
geração.

Quando comparado com outros países que já possuem uma alta matriz
energética demandada pela geração fotovoltaica, o Brasil mostra um potencial muito
promissor para geração de energia solar por módulos fotovoltaico. (CARVALHO, 2016)

Segundo também decrito pela International Energy Outlook (2017), e suas


projeções para entre 2015 e 2040, deve haver no mundo um crescimento considerável de
28% no consumo de energia elétrica com olhar acentuado para investimentos em fontes de
energias limpas e sustentáveis como alternativas, já que passaremos a depender menos
das fontes fósseis de energia.

O fenômeno conhecido por Efeito Fotovoltáico é baseado na conversão da


radiação solar em eletricidade, o sistema fotovoltaica é conduzida através de materiais
semicondutores. (RIBEIRO, 2016)

De acordo com a SOLAR (2020), os painéis solares mais eficientes do mercado


possuem uma eficiência relativamente baixa, cerca de 18% na conversãode energia solar
em elétrica. Com isso, no processo de conversão é necessário utilizar os equipamentos
com máxima e melhor eficiência possível em relação a geração e a vida útil do equipamento
para não diminuir a eficiência do sistema.

A energia solar não necessita ser extraída e nem transportada, já evitando alguns
custos com a transmissão em alta tensão por utilizar células solares, responsáveis pela
geração de energia, e um inversor para transformar a tensão e frequência (SHAYANI,
2006).
14

Os painéis solares utilizam inversores e a forma como esses inversores são


associados podem aumentar ou diminuir a eficiência do conjunto de painéis. O custo
de tais inversores é outra variável a ser analisada e assim a busca pelo melhor custo
benefício.
No caso do inversor String, são conectadas fileiras ou “strings” de painéis
que, por sua vez, são ligadas ao inversor que será responsável por encontrar ao longo
do dia o ponto máximo de geração do sistema. (ENERGIA, 2019) Desta forma, com o
uso de inversores String, o MPPT busca o ponto de máxima eficiência considerando a
placa fotovoltaica com menor eficiência. Para uma melhor eficiência no projeto, é então
utilizada uma tecnologia chamada MLPE.

O conceito de MLPE (da sigla Module-Level Power Electronics ou Eletrónica


de Potencial no Nível do Modulo) está presente quando temos a “Eletrônica de
Potencial” (que gera a otimização de energia) atuando no nível individual de cada
módulo. De forma muito prática e resumida, podemos dizer que o conceito de MLPE
aplica toda a teoria do MPPT a uma determinada placa solar (e não a um conjunto
delas). Os microinversores que utilizam de tal tecnologia ainda possuem um custo
elevado e aceitam poucas placas por módulo, são de difícil acesso no mercado mas
aos poucos aparecem cada vez mais como forma de melhoria na eficiência de sistemas
fotovoltaicos para alguns situações do sistema. (NEOSOLAR, 2020)
Com um MPPT por painel, será alcançada uma maior geração de energia
elétrica pelo sistema em relação ao sistema com inversor que trabalha com um MPPT
por string, sendo que cada string pode possuir dezenas de painéis ligados em série.
Caso um painel tenha sua geração comprometida, por exemplo por sombreamento,
toda a string pode ter seu funcionamento comprometido, ao contrário do sistema com
microinversor onde cada painel trabalha de forma independente dos demais.
(ENERGIA, 2019)

1.1. OBJETIVO
15

1.1.1. Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é analisar as formas de conversão CC-CA


para painéis fotovoltaicos, de tal modo, à caracterizar-los pela eficiência de cada
método, trazendo uma visão geral do mercado e das tecnologias nele existentes.

1.1.2. Objetivos Específicos

• Pesquisar sobre geração de energia fotovoltaica;


• Pesquisar sobre inversores;
• Pesquisar das tecnologias implementadas nos inversores atuais;
• Descrever sobre as vantagens e desvantagens relacionadas a
cada um dos tipos de inversores;
• Analisar dados reais calculando fator de Capacidade e a
Produtividade para um modelo FV de uma empresa atuando no
fornecimento dessa tecnologia implementada no Brasil;
• Por fim, fazer análises gráficas e estatísticas desse modelo FV,
correlacionando variáveis para tomadas de decisões.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Contexto Histórico, Surgimento e Geração da Energia Fotovoltaica

O físico francês Edmund Becquerel em 1839 foi o primeiro a observar o


fenômeno chamado de efeito fotovoltaico, conduzido experimentalmente em uma
solução condutora submetendo ela a radiação solar em um determinado intervalo de
tempo. (SOUZA, 2018)

2.2. Matérias mais Usados na Fabricação de Painéis


16

Melhores matérias são fabricadas nos dias de hoje, tendo como os mais
usados são os silícios cristalinos e silícios amorfos que diferenciam no seu
espaçamento atômico, na figura 1 mostras a diferença molecular entre esses tipos.
Figura 1: Diferença Molecular entre o Silício Cristalino e Amorfo

Fonte: Souza, 2018.

Dentre as células fotovoltaicas com base de Silício, as que podem chegar


a melhores resultados de eficiência são as mono cristalinas, chegando a potências
entre 15 a 18%. (MARINE; ROSSI, 2003)

Características sobre algumas vantagens e desvantagens dos sistemas


FVs.

a) Apresenta baixo impacto ambiental;


b) É estática (sem peças móveis);
c) É silenciosa;
d) Apresenta baixo índice de manutenção;
e) Apresenta alta confiabilidade;
f) Pode ser instalada junto ao ponto de consumo;
g) É modular (fácil ampliação ou redução da quantidade de módulos);
h) Passa a gerar imediatamente após a instalação;
i) Possibilita, se necessário, a reinstalação em outro local.
Como fatores restritivos ao uso desta tecnologia
a) Alto custo dos módulos fotovoltaicos”
b) Pequena (porém crescente) escala mundial de fabricação dos
módulos fotovoltaicos;
c) Não opera a noite;
(CARVALHO, 2016)

2.3. Capacidade de Geração Energética no Brasil


17

Baseado nos dados fornecidos pela ANEEL a figura 2 mostra a capacidade


de cada tipo de geração de energia gerado e instalado no Brasil.

Figura 2: Capacidade dos tipos de geração de energia instalado no Brasil

Fonte: ANELL, 2015.

A tendência para o futuro é um crescimento em larga escala nas energias


limpas e renováveis e decréscimo na geração de energias a base de combustíveis
fósseis e hidráulicas que demanda uma grande ocupação de área e interfere
diretamente no meio ambiente e espécies que ali vivem na região ocupada.

2.4. Inversores

Como nos dias de hoje a maior parte dos equipamentos comercializados


operam em corrente alternada, essa conversão CC/CA é muito importante, dado por
um mecanismo de chaveamento que funciona alternando o sentido da corrente que é
entregue a carga, existem várias técnicas de conversão que determinam a qualidade
da energia que vai estar sendo fornecida à carga e a forma de onda da saída.
(NETO; ALMEIDA, 2009)
18

A figura 3 mostra o esquema de como é a disposição de um inversor no


sistema de geração de energia fotovoltaica.

Figura 3: Inversor Solar Introduzindo no sistema de energia fotovoltaica.

Fonte: Google, 2022.

Existe uma série de fatores que caracterizam a implementação desse


equipamento, sobre se o inversor vai ser aplicado a um sistema isolado, e como vai
ser conectado à rede, de quanto vai ser as tensões de operação da entrada CC e de
saída CA, frequência e onda da saída, potencial nominal, capacidade de surto como
também distorção harmônica. Adota-se no Brasil tensões na saída em CA de 127 ou
220 com frequência de 60 Hz. A eficiência global ou também chamada de eficiência
de conversão é dada pela relação da potência ativa da saída pela potência ativa da
entrada, os inversores comerciais a eficiência pode chegar a valores maiores que
90%. (TIBA, 2013)

Nos últimos anos, um conjunto de fatores tem colaborado para a


consolidação da geração fotovoltaica conectada à rede no Brasil.
Dentre eles pode destacar a redução do preço dos módulos
fotovoltaicos no mercado internacional; a divulgação, ainda que em
maior intensidade nos meios acadêmico e empresarial, por meio de
seminários, congresso, workshops, etc., a mobilização do governo no
sentido de criar um marco regulatório no setor, tendo como exemplos
a Resolução Normativa nº 482/2012 e a chamada de Projeto P&D
Estratégico nº 013/2011 da ANEEL; a produção de Normas técnicas
19

nacionais para conexão à rede e instalação de sistemas fotovoltaicos;


e o interesse da indústria em nacionalizar a produção de
equipamentos. (Almeida, 2012)

Citado por Greener (2020, apud Silva, 2021), só no primeiro semestre de


2020 foi observado o fechamento de 2,96 GW de potência que foram alcançadas por
sistemas fotovoltaicos conectados à rede, isso é equivalente a 30,6% do total já
conectados ao dado momento.

Figura 4: Volume de Sistemas Fotovoltaicos em MW/ano Conectados à Rede.

Fonte: Greener, 2020.


Fatores que influenciam significativamente limitando a eficiência e
conversão da célula fotovoltaica.

a) reflexão na superfície frontal;


b) sombra proporcionada pela área da malha metálica na face frontal;
c) absorção nula de fótons de energia menor que do que o gap (Ef <
Eg);
d) baixa probabilidade de coleta, pela junção pn, dos portadores de
carga gerados fora da zona de carga espacial;
e) recombinação dos portadores de carga, isto é, o “reencontro” dos
elétrons e lacunas em impurezas e defeitos do material;
f) resistência elétrica no dispositivo e nos contatos metal-
semicondutor, bem como possíveis caminhos de fuga da corrente
elétrica (resistência em paralelo). (GOETZE, 2017)

2.5. MPPT

A tecnologia MPPT (da sigla para Maximum Power Point Tracking ou


20

Rastreamento do Ponto de Máxima Potência) de acordo com a NEOSOLAR (2020), é


uma tecnologia chave para a eficiência dos inversores, sendo esse um rastreador do
pondo de máxima potência do sistema, é um recurso imbutido em todos os inversores.
Uma diferença importante entre os inversores é a forma como se aplica MPPTs,
podendo ser feita simultaneamente em vários módulos (o que pode gerar perda de
potência, já que o sistema seguirá o padrão da placa com menor rendimento), ou um
tratamento individualizado (e faz com que cada painel se beneficie do MPPT de forma
independente).

2.6. Modelos de Inversores

Ainda de acordo com Greener (2020), com esse crescimento exponencial


gerado no Brasil, vários tipos de inversores foram sendo introduzidos no Brasil,
através de pesquisas nacionais estabelecidas, a figura 5 mostra quais fabricantes
foram buscas por essas empresas no ano de 2020, destacando o ranking de mais
procuradas.

Figura 5: Estudo de Greener, sobre os inversores mais utilizados por empresas de


energia solar no Brasil.

Fonte: Greener, 2020.

A partir da folha de dados fornecido pelos fabricantes como a eficiência,


testados em condições ideais, essa eficiência dos inversores tem que ser observada
com equipamentos em instalações reais. (SILVA, 2021)
21

Alguns modelos de Inversores comerciais são mostrados na figura 6.

Figura 6: Modelos de Inversores Comercialmente Disponíveis.

Fonte: Beny, 2022.

A potência nominal de módulos ligados ao inversor nunca poderá passar


de 110% da potência máxima de corrente contínua do inversor. (SILVA, 2013)

O que diferencia os inversores é sua topologia, tendo dois tipos que podem
ser conectados à rede, os do tipo:

➢ String;
➢ Microinversores.

2.7. Inversores Tipo String

Os inversores do tipo string podem ser encontrados de 3 formas:

i. Inversor Central;
ii. inversor string;
iii. Inversor multi-string.
22

2.6.1 Inversores Central

O inversor central é disposto por várias séries de módulos, onde estes vão
estar conectados em paralelo sendo estes interligadas ao mesmo inversor.
(CARVALHO, 2016)
A conversão de energia que é gerada pelos módulos é centralizada para
um único inversor, os inversores desse tipo são geralmente utilizados em sistemas
com um ranger de 20 a 400 kW. (RAMPINELLI, 2010)
Esse tipo de inversor tem como principal vantagem a utilização de apenas
um inversor para uma enorme quantidade de módulos, porém como desvantagem, o
seu sistema não é muito confiável, porque quando apresenta uma situação de falha
no equipamento, a geração toda é comprometida agravando mais ainda tendo falta
de um MPPT. (SILVA, 2021)
Um sistema fotovoltaico é apresentado a seguir na figura 7 com um inversor
central conectado à rede também conhecido como configuração SFCR.

Figura 7: SFCR com Inversor Central

Fonte: Silva 2021.


23

2.6.2 Inversores String

Topologia caracterizada por cada série de módulo estar conectado a um


inversor, como vantagens temos um aumento da eficiência e da confiabilidade no
sistema por redução de acoplamentos defeituosos, por minimização de perdas devido
a sombreamentos e ainda por evitar perdas nos diodos de bloqueio. Já como
desvantagens temos um aumento no custo por termos mais inversores de menor
potência. (RAMPINELLI; KRENZINGER; ROMERO, 2013).
A figura 8 mostra uma configuração SFCR que está conectado à rede com
3 inversores string.
Figura 8: SFCR com 3 Inversores String.

Fonte: Silva 2021.

2.6.3 Inversores Multi-String

“Os inversores multi-string são indicados para sistemas que têm vários
módulos ou arranjos com diferentes orientações e, consequentemente, submetidos a
diferentes condições de irradiância e temperatura”. (RAMPINELLI; KRENZINGER;
ROMERO, 2013 apud Silva, 2021).
24

Segundo Silva 2021, é caracterizado pelo o uso de um conversor CC/CC


dado pra cada série, sendo eles responsáveis pelo MPPT série, e ligado a um único
conversor CC/CA.

A configuração de um SFCR com inversores strings com MPPT é mostrado


na figura 9.

Figura 9: SFCR com 3 Inversores String com MPPT.

Fonte: Silva 2021.

2.6.4 Microinversores

Citado por Harb et al. (2013, apud Silva, 2021), é caracterizado por possuir
cada módulo sua própria unidade eletrônica que é responsável pela MPPT do módulo
isso faz com que aumente a tensão, a conversão de CC/CA, a sincronização e
conexão. Para as vantagens temos maior confiabilidade, maior flexibilidade e
modularidade. A desvantagens ou o que pode dizer quer é o custo inicial sendo mais
25

alto apesar disso, comparando com o inversor central, isso é compensado com maior
captação de energia fazendo o módulo ser operado no seu máximo.

A configuração básica de um sistema conectado com inversor integrado ao


módulo e rede elétrica é mostrado na figura 10.

Figura 10: SFCR com 6 Microinversores.

Fonte: Silva 2021.

2.8. Vantagens e Desvantagens para Energia Solar fotovoltaica

Resumindo temos as principais vantagens e desvantagens mostradas


abaixo.

Dentre as vantagens são:


• Não consome nenhum tipo de combustível;
• Não emite poluição ou contamina o meio ambiente de
qualquer maneira;
• Não produz poluição sonora;
• O sistema apresenta vida útil maior do que 25 anos;
• As placas são resistentes a condições climáticas externas;
• Não apresenta componentes do sistema móveis e por isso a
necessidade de manutenção é reduzida;
• Possibilita um acréscimo na potência instalada com a simples
instalação de novos módulos;
26

• Produz energia ainda que o tempo esteja nebuloso;


Dentre as desvantagens destaca-se:
• A produção de células fotovoltaicas requer a utilização de
tecnologia de ponta;
• É um investimento alto;
• O rendimento em campo da conversão do sistema é
diminuído devido ao valor do investimento;
Seu rendimento é, invariavelmente, influenciado pelo clima;
• Descarte de placas;
• Aquecimento na região próxima a colocação das placas;
• Morte de aves em virtude do reflexo e excesso de calor
refletido ela radiação;
• A grande dependência da incidência solar para o bom
funcionamento do sistema. (JÚNIOR; SOUZA, 2018)

2.9. Normativa 482

Inserida pela ANEEL em abril de 2012 a resolução apresenta um sistema


de compensação, ou seja, o objetivo disso é facilitar reduzindo as dificuldades que
existiam entra as companhias de distribuição para a criação e auxilio na conexão de
rede para usina que possam gerar essa energia de forma renovável, permitindo assim
que consumidores dessas concessionárias instalem pequenas usinas geradoras de
energia, podendo ser fotovoltaica ou pequenas turbinas eólicas em empresas ou
residências. (CHAVES, 2019)

2.10. Normativa 414

Ainda citado por Chaves (2019), é através dessa resolução normativa que
o custo da disponibilidade é inserida, esse custo é o que garante a disposição da
energia elétrica, suprindo assim mesmo que não esteja utilizando, essa compensação
financeira seja variável em relação da conexão da conexão do consumidor a rede,
variando entre mono-, bi- e trifásicas, com custos em torno de 30, 50 e 100 kWh, isso
faz com que exista uma impacto positivo no investimento e dimensionamento tendo o
consumidor o dever de pagar esse custo mensalmente, o pensamento é utilizar a
demanda total menos o custo da disponibilidade e não só a demanda total de energia.
27

2.11. Dimensionamento do sistema FV

Segundo Júnior e Souza (2018), o montante médio consumido em kW é


subtraído pelo custo de disponibilidade para o dimensionamento, sendo que o
proprietário vai continuar pagando a essa tarifa mínima, o cálculo é pela equação 1.

𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝐼𝑑𝑒𝑟𝑎𝑙 = 𝐶𝑀𝐴 − 𝐶𝐷 (1)

Onde:

CMA = Consumo Médio Anual;

CD = Custo de Disponibilidade.

Na maioria das vezes é desejável trabalhar com geração diária no


dimensionamento utilizando a equação 2 abaixo.

𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑀𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 (2)


𝐸𝑐𝑑 =
30
Onde:

Ecd = Energia de Compensação em Média Diária – em kWh/dia;

30 = Constante relativa à quantidade de dias do mês, em média.

2.12. Fator de Capacidade


.
Definido como sendo a razão da potência gerada em um intervalo de tempo
(t2 – t1) pela energia gerada na condição de fornecimento da potência nominal de
saída durante esse mesmo intervalo. Esse coeficiente relaciona a energia entre o
sistema pela a energia que pode ser gerada se o máximo de conversão acontece por
todo o tempo de geração, é representada pela equação 3. (ZILLES; MACÊDO;
GALHARDO)
28

𝑡2
∫ 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎.𝑑𝑡
FC = 𝑡1
% (3)
𝑃𝑛(𝑡2−𝑡1)

Onde:
𝐹𝐶 = Fator de Capacidade, em %;
Psaída = Potência elétrica entregue a rede, em kWh;
𝑃𝑛 = Potência nominal do sistema;
𝑡 = Intervalo de tempo da captação do dado.

2.13. Produtividade

A produtividade é dada pela equação 4, onde seu valor é correspondente


a energia gerada em kWh/kWp, podendo ser em horas, para isso, Yf seria o número
de horas que deveria operar em sua potência nominal para gerar ou produzir a mesma
quantidade de energia entregue no período. (BENEDITO, 2009)

𝑡2
∫ 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎.𝑑𝑡
Yf = 𝑡1
(4)
𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑜

Onde:
Yf = Produtividade do sistema;
Pinstalada = Potência instalado do sistema, em kW.

2.14. Eficiência

Esse é um parâmetro que indica a relação da potência produzida pela


célula fotovoltaica com a potência da energia solar que incide. Define o quanto é
efetivo o processo de energia solar em energia elétrica, é dado pela equação 4.
29

𝑃𝑚𝑝
η= . 100 (5)
𝐴.𝐺
Onde:
η= Eficiência do modulo medido em %;
Pmp = Potência de máximo pico, em Wp;
A= Área do módulo, em m²;
G= Irradiação nas condições STC, em W/m².

2.15. Cálculo de Custo Nivelado de Energia LCOE

Segundo Chaves (2019), é representado pela razão entre o valor presente


do fluxo de caixa que é descontado do custo total do sistema e a soma da energia
gerada durante a vida do sistema, é geralmente utilizado de modo a comparar
diferentes fontes de energia e também auxiliando a pessoa ou empresa na tomada de
decisão.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎


LCOE = (6)
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎

“Diferentes formas de calcular o LCOE existem, a maioria considera apenas


taxas, algumas considerando apenas as taxas de desconto, outras incluindo apenas
as taxas de financiamentos”. (CHAVES, 2019)

2.16. Custo

O dimensionamento dos custos necessários de investimento no sistema


FV, pode-se encontrar o custo do $/Wp associado a cada sistema. É possível observar
como estão divididos os custos dentro de cada sistema. (HOLDERMANN, 2012)

Alguns parâmetros que estão associados ao custo performance são


mostrados na figura 11.
30

Figura 11: Parâmetros associados ao sistema FV.

Fonte: Holdermann, 2012.

2.17. Fatores que Afetam o Desempenho SFCR

Alguns exemplos podem ser dados como a radiação solar que incide nos
módulos variando de onde se localiza, a orientação de cada módulo fotovoltaico,
temperatura nos módulos que é influenciado pelo sombreamento parcial nos módulos,
pela resistência dos condutores, limpeza e manutenção, escolhas construtivas das
células e as perdas por descaso dos módulos chamado de (mismatch losses). (SILVA,
2021)

Na figura 12 exemplos das perdas de um gerador FV de 1kWp nas


condições de laboratório.
31

Figura 12: Perdas associados ao gerador FV.

Fonte: Araujo, Rank, e Bueno, 2016

2.18. Sombreamento de Módulos FV

Um ponto muito importante da instalação de módulos FV é o efeito de


sombreamento, pois a intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à
irradiação que incide na célula, sendo assim, se essa radiação não for suficiente pode
se tornar nula, o sombreamento age impedindo a passagem elétricas na célula, se o
módulo não estiver sendo alimentado de irradiação toda a eletricidade da corrente
elétrica é reduzida diminuindo a energia produzida. O módulo estando parcialmente
sombreado uma curva Potência x Tensão como na figura 13, a ser analisada com
apresentação de uma queda na tensão, o que faz diminuir o rendimento dos módulos
FV. (ROCHA; ASSUNÇÃO, 2020)
32

Figura 13: Curva P vs V de um Sistema FV.

Fonte: Kandemir; Cetin; Borekc et al., 2017.

Uma outra ilustração na figura 14 mostra uma célula obstruída limitando a


corrente nas outras células, estando em série, o que prejudica todos os outros
módulos do conjunto.

Figura 14: Perdas Associados ao Gerador FV.

Fonte: Rocha; Assunção, 2020.


33

Ainda de acordo com Rocha & Assunção (2020), uma medida preventiva
que pode ser tomada minimizando esse efeito é adicionar um diodo de by-pass
conectado em paralelo com as células, é ideal que utilize um diodo para cada célula,
mas a depender do custo é mais utilizado um diodo para cada grupo.

Esse efeito do diodo by-pass é mostrado na figura 15 logo abaixo.

Figura 15: Efeito do Diodo by-pass.

Fonte: Rocha; Assunção, 2020

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesse trabalho foi baseada em:


• Realizar uma análise de dados reais sobre Fator de Capacidade e
Produtividade na disponibilidade da implementação do sistema;
• Descrever sobre as vantagens e desvantagens de cada método;

• Por fim, descrever quais as situações em que cada método deve ser
aplicado para um projeto, fazendo uma análise da situação futura da
tecnologia no país.
34

3.1. Coleta de Dados

Esses dados foram colhidos do dia 5 a 14 de setembro na plataforma da


Growatt, fabricante do inversor usado no sistema, os dados fornecem informações
importantes, que é a energia total do sistema, tendo uma redução de emissão de CO2,
frisando isso porque, é quase 10 toneladas a menos desse gás que podia está sendo
gerado por outros tipos de fontes não limpas e não renováveis que agridem o meio
ambiente. A potência nominal necessária para esse sistema fotovoltaico é informado
no quadro 1 a seguir com algumas informações adicionais.

Quadro 1: Dados Importantes

Dados Importantes Valores


Energia Total (kWh) 9491,1
Redução de Emissão de CO2 (Kg) 9462,6
Potência Nominal (W) 8000

Fonte: Rocha; Assunção, 2020

3.2. Equipamentos Utilizados para Avaliação dos Dados

➢ Excel;
➢ Minitab.

O Minitab é um software bastante utilizado nas análises estatísticas dentro


das empresas. Com ele é possível utilizar várias ferramentas estatísticas de todos os
níveis (do básico ao complexo), possibilitando uma ampla gama de interpretações e
aplicações.

Os dados gerados na plataforma da Gowatt no período estabelecidos,


como é de praxe, são gerados em tabelas, daí transferidos para o excel onde foram
organizados e copiados no Minitab, nele temos a disponibilidade de fazer várias
avaliações estatística para sistema FV, essas avaliações podem auxiliar em tomadas
de decisões ou não, sobre algumas análises específicas, é uma ótima ferramenta de
análise.
35

3.3. Avaliação dos Gráficos e Resultados

Gráficos são mostrados na figura 16 com alguns dados gerados na


plataforma da empresa, como a potência total do conjunto (Ppv), potência de corrente
alternada (Pac), em relação ao tempo Total (H), nos dias que foram obtidos os dados.
O Tempo Total (H) é uma variável hora, esse valor é tão alto com uma variação tão
pequena porque esse valor é contado desde que o técnico configurou a placa do
inversor e ela começou a gerar, ou seja, desde o primeiro dado lido em função do
tempo, é um dado cumulativo, o software manda os dados de 5 em 5 minutos, nisso
vai variando bem pouco daí, quando é gerado 12 intervalos de 5 min gera 1 hora, é
mais conveniente usar ele para análises de controle do sistema.

Pac é a potência na saída do inversor, se colocar o total máximo que ele


aguenta de placas ele vai dar a potência máxima se não ele vai dar potência
proporcional a quantidade de placas que está conectada nele. A figura 16 mostram os
perfis oscilatórios durante os dias 5 e 14 de setembro para Ppv, Pac vs Time Total (H).

Figura 16: Gráficos de Ppv, Pac vs TimeTotal (H)

Fonte: Própria, 2022

Na figura 17 e 18, mostram os gráficos Ipv1 vs TimeTotal (H) com um perfil


oscilatório próximo dos gráficos de potências e Vpv1 vs TimeTotal (H) indicando alguns
pontos de queda de tensão.
36

Figura 17: Gráfico de Ipv1 vs TimeTotal (H)

Fonte: Própria, 2022

Figura 18: Gráfico de Vpv1 vs TimeTotal (H)

Fonte: Própria, 2022

.
37

Gerado essas curvas, podemos ver padrões oscilatórios como picos,


períodos, limites e pontos extremos, como é no caso do gráfico da tensão mostrado,
podemos ver também alguns desses pontos extremos indicando que em alguns dados
momentos existiu quedas de tensão nesse período de coleta de dados, com isso
posso avaliar motivos causadores disso e tomar medidas preventivas para minimizar
essas circunstâncias que afetam o sistema de modo geral, como por exemplo uso de
diodos talvez fosse conveniente mas refletiria no custo.

Comparando a os perfis de Potência total do conjunto gerado por uma CC


que entra no inversor e a da saída do inversor que é uma CA, um padrão oscilatório
praticamente idêntico é observado.

Através de uma avaliação de carta de controle Xbarra-R de Ppv, gerado no


relatório do Minitab podemos entender um pouco de como estava a estabilidade do
sistema de FV nesse período. A finalidade desta carta é monitorar o controle do
processo e ter praticidade e ganho de tempo ao se fazer uma avaliação com dados. A
figura 19 e 20 mostram informações que foram geradas com o relatório.

Figura 19: Comparação de Relatórios de Controle Xbarra-R de Ppv e Pac.

Fonte: Própria, 2022


38

Na interpretação desses relatórios é observável que a estabilidade da


corrente CC antes do inversor ou também potência Pvp que são diretamente
proporcionais é 51,5%, é maior do que a estabilidade da corrente CA e potência Pac
que é 50,9%, uma diferença de 0,6%, sendo que, para esses valores como um todo a
média pode indicar uma não estabilidade ocorrida nesse período de dias,
sombreamento talvez devido ao fator climático ou algo que influencie a isso. Através
dessas informações dos subgrupos que são os pontos em vermelho, então devemos
dar uma atenção aos pontos que estão abaixo do limite inferior, que são baixas do
sistema e tentar integrar eles dentro dos limites de controle, procurar os motivos e as
tomadas de decisões em um melhor controle minimizando e otimizando melhor forma
de geração mais eficiente. Comparando dados temos.

Ppv : LSC > LSC : Pac

Ppv : LIC < LIC : Pac

Ppv : 𝑥̅ > 𝑥̅ LIC : Pac

Ppv : Desvpad > Desvpad : Pac

Figura 20: Comparação de Relatórios de Controle Xbarra-R de Ppv e Pac com Tipos
de Padrões de Tendência que podem ser observados.

Fonte: Própria, 2022


39

Na figura 21 mostra uma regressão que foi feita no software para Ppv e Pac
em função de Vpv1, tendo agora modelos lineares que podem predizer a variação das
potencias em relação à Vpv1. O valor P < 0,005 indica que a variação da tensão é
estatisticamente significativa. Os valores de R2< 3% significa que menos de 3% da
variação do modelo está sendo atribuída à Vpv1. Podemos ver também que os pontos
de maior potência se concentram em um intervalo de tensão entre 250 – 290V.
Também podemos identificar o ponto máximo de potência que é 8365,3 W ou 8,3653
kW

Figura 21: Regressão de Ppv e Pac vs Vpv1

Fonte: Própria, 2022.

Na figura 22 e 23 mostram correlações de Pearson para algumas variáveis


do sistema FV, dentre essas, 1 fortemente positiva, dados os valores de “r” que
indicam isso. A correlação das tensões das strings 1 e 2 não são fortemente positivas,
mas são altas, ao olhar o gráfico e valores percebesse que na string 2 gera tensões
mais altas do que a string 1, para melhorar isso poderia fazer uso de microinversores
por ter uma melhor sincronização, as duas strings poderiam atuar equiparadas.
40

Figura 22: Correlação de Pearson para Ppv vs Ipv1(A).

Fonte: Própria, 2022.

Figura 23: Correlação de Pearson para Vpv1(V) vs Vpv2(V).

Fonte: Própria, 2022

Para calcular o fator de capacidade, como temos um range de dados de


alguns dias, então para Psaída = Pac foi calculado a média desses dados, no caso
41

𝑎= 𝑃𝑎𝑐= 2798,7845 com t1 e t2 sendo os limites de tempo da coleta de dados,


𝑠𝑎í𝑑
𝑃
usando a equação 3 temos.

FC = 34,98 %

Ou seja, 34, 98% é a relação da energia que entra no sistema pela a


energia que pode ser gerada se o máximo de conversão aconteceu, esse valor é bem
baixo porque para esse caso, o intervalo dos dados é de poucos dias e provavelmente
foram dias com influência de sombreamento climático, ou algum fator externo,
normalmente esse valor é bem maior a considerar que, para isso teria que ser usado
dados anuais.

Para a produtividade foi usado também a média para calcular a potência


do sistema 𝑃
𝑖𝑛 𝑎= 𝑃𝑝
𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑 𝑣.

Yf = 50,78 h

Assim, nesse período de tempo o sistema teve uma produtividade de quase


de 51 horas gerando energia. Em valor de porcentagem temos o seguinte, a coleta de
dados foi d dia 5 a 14, no caso 9 dias de dados, cada dia é equivalente a 12 horas de
possível geração, para 9 dias teríamos 108 h que poderia ser gerado energia, então
Yf = 47,02% do tempo total de trabalho nesse período foi possível produzir energia.

Outros Cálculos apresentados não foram utilizados por falta de valores


cedidos pela empresa, porém eles podem ser apresentados em outra situação com
dados disponibilizados de custos.

A tomada de decisão do responsável na hora de alguns problemas,


melhorias, manutenção ou projeto é um fator que deve ser considerado no que diz
respeito a vida útil e economia, ou seja, no nosso caso, a troca de um equipamento,
a troca de um sistema todo, a expansão pra mais geração de energia...etc.
42

4. CONCLUSÃO

Todos os pontos exigidos foram abordados para esse trabalho


aumentando a gama de conhecimento adquiridos durante a graduação.

Foi feito também a revisão dos temas em questão e as análises gráficas e


estatísticas com uso de softwares como ferramenta nas condições de dados reais
adequados e cedidos pela empresa.

Foi possível gerar alguns modelos para tomadas de decisões no que diz
respeito ao âmbito da energia solar.

Outros modelos de inversores, a nível de monitoramento, aumento da


eficiência, estabilidade e sincronicidade poderiam ser testados, apesar de interferir no
custo.

Conclui-se que para esse sistema da empresa, a string 2 tá sendo mais


eficiente do que a string 1 e que no inversor 0,6% se perde de potência na conversão
de CC/CA para introduzir na rede.

Pode-se entender parâmetros essenciais que devem ser monitorados


constantemente.

Através das pesquisas feitas para esse trabalho é possível ter a dimensão
do quanto tem crescido os investimentos mundiais em equipamentos e instalações de
usinas fotovoltaicas.
43

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