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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ADEMIR DE SOUZA ALÍPIO


IGOR MARTINS MAZZUCO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE OVERLOAD DE INVERSORES NA GERAÇÃO DE


ENERGIA FOTOVOLTAICA NA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

Tubarão
2021
ADEMIR DE SOUZA ALÍPIO
IGOR MARTINS MAZZUCO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE OVERLOAD DE INVERSORES NA GERAÇÃO DE


ENERGIA FOTOVOLTAICA NA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia
Elétrica da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.

Orientador: Prof. Bruno William Wisintainer, Ms.

Tubarão
2021
ADEMIR DE SOUZA ALÍPIO
IGOR MARTINS MAZZUCO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE OVERLOAD DE INVERSORES NA GERAÇÃO DE


ENERGIA FOTOVOLTAICA NA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia
Elétrica da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.

Tubarão, 29 de novembro de 2021.

Professor e orientador Bruno William Wisintainer, Ms.


Universidade do Sul de Santa Catarina

Prof. Mário da Rosa João, Esp.


Universidade do Sul de Santa Catarina
Engenheiro Felipe Loch Kons, Bel.
Universidade do Sul de Santa Catarina

Dedico este trabalho a nossa família e


pessoas próximas, em especial nossos
pais, que sempre nos apoiaram e nos
proporcionaram a chance de iniciar e
concluir esta graduação de Engenharia
Elétrica.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos dar saúde e força de vontade


para seguir essa trajetória do início à conclusão do curso.
Às nossas famílias, pelo apoio e incentivo no decorrer de toda a faculdade,
ajudando a encarar todos os desafios e contribuindo da melhor forma para a
realização deste sonho.
Ao Prof. Bruno William Wisintainer por aceitar ser nosso orientador e por
desempenhar tal função com excelência e dedicação, além de estar presente em
todos os momentos para tirar dúvidas.
A empresa Reevisa Energia Solar por disponibilizar todas as informações
necessárias dos sistemas fotovoltaicos utilizados em nosso estudo.
A todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente para a realização
deste trabalho.
“Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e
Z é manter a boca fechada.” (Albert Einstein, 1929).
RESUMO

Os geradores fotovoltaicos vêm adquirindo um importante crescimento na matriz


energética mundial e isso mostra o quanto a acessibilidade aos sistemas de geração
solar vem aumentando. Com esse aumento, a participação da geração fotovoltaica
na matriz global de eletricidade passou a ser próximo de 3%. Segundo a Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR, 2019), em uma pesquisa
realizada pelo Ibope Inteligência, 93% dos brasileiros querem gerar energia
renovável em casa, em contrapartida no Brasil não há uma normativa consolidada
da ANEEL para a instalação de energia solar, deixando a critério das distribuidoras
de energia quais normativas devem ser utilizadas, gerando restrições e fazendo com
que a economia seja inferior a esperada. Uma alternativa para melhorar a economia
dos sistemas em relações as normativas é o uso de overload. Este trabalho
consiste na avaliação da viabilidade da utilização de overload (sobrecarga de
inversores fotovoltaicos) nos sistemas de geração de energia fotovoltaica, utilizando
dados extraídos do software SOLergo e análise da geração de sistemas na prática.
Com isso, é apresentado o dimensionamento de sistemas de geração fotovoltaica
com e sem a aplicação do overload, com o intuito de comparar as simulações com
os valores obtidos na prática, para analisar se é viável instalar inversores com
sobrecarga de módulos fotovoltaicos. Assim foi verificado através de simulações
com comparações com casos reais a quantidade de ganhos obtidos com o uso do
overload e suas perdas esperadas, chegando na conclusão de que é uma prática
viável economicamente, por gerar mais energia ao decorrer do ano, entretanto,
também acarreta perdas que poderiam ser melhor dimensionadas.

Palavras-chave: Inversor. Overload. Sistema Fotovoltaico.


ABSTRACT

Photovoltaic generators have been passing through an important growth in the


world's energy matrix, this data can show the magnitude that accessibility to solar
generation systems have been increasing. The participation of photovoltaic
generation in the global electricity matrix, following this increase, became close to
3%. According to the Brazilian Association of Photovoltaic Solar Energy (ABSOLAR,
2019), in a survey conducted by Ibope Intelligence, 93% of Brazilians want to
generate renewable energy at home, on the other hand in Brazil there is no
consolidated ANEEL regulation for solar energy installation, leaving the rules and
regulations to be dictated by energy distributors, who choose which ones to follow,
those terms generate restrictions and compromise the economy expected. An
interesting alternative, to improve the economy generated by those systems in
regulatory relationships, is the use of overload. This study consists in the evaluation
of the feasibility of overload systems appliance (overload of photovoltaic inverters) in
photovoltaic power generation systems, using data extracted from the software
"SOLergo" and a practical analysis of the system generation. With this in mind, it is
presented the dimensioning of photovoltaic generation systems with and without the
application of overload, in order to compare simulated systems with the values
obtained in real ones, to analyze If it is viable to install inverters with overload of
photovoltaic modules. Thus, it was verified through simulations comparing with real
cases to see the amount of gains obtained with the use of overload and its expected
losses, reaching the conclusion that it is an economically viable practice, because It
gets to generate more energy throughout the year, however, it also causes losses
that could be better dimensioned.

Keywords: Inverter. Overload. Photovoltaic System.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Representação do processo de conversão fotovoltaica..............................18


Figura 2: Célula fotovoltaica em um módulo...............................................................20
Figura 3: Inversor string de 75 kW instalado..............................................................21
Figura 4: Quadro de proteções...................................................................................22
Figura 5: Página inicial do software SOLergo com os dados de uso estudantil........25
Figura 6: Dados de irradiação da cidade de Armazém..............................................27
Figura 7: Dados de irradiação dos sistemas analisados............................................28
Figura 8: Exemplo de linha utilizada nas simulações desenvolvida através do
software SketchUp......................................................................................................29
Figura 9: Configuração do sistema de 4,4 kWp simulado em software.....................31
Figura 10: Verificações dos componentes utilizados na análise de 4,4 kWp.............31
Figura 11: Layout do sistema de 4,4 kWp no software SOLergo...............................32
Figura 12: Configuração do sistema de 7,04 kWp simulado em software.................35
Figura 13: Verificações dos componentes utilizados na análise de 7,04 kWp...........36
Figura 14: Layout do sistema de 7,04 kWp no software SOLergo.............................36
Figura 15: Configuração do sistema de 60,72 kWp simulado em software...............43
Figura 16: Verificações dos componentes utilizados na análise de 60,72 kWp.........44
Figura 17: Layout do sistema de 60,72 kWp no software SOLergo...........................45
Figura 18: Configuração do sistema de 71,28 kWp simulado em software...............48
Figura 19: Verificações dos componentes utilizados na análise de 71,28 kWp.........49
Figura 20: Layout do sistema de 71,28 kWp no software SOLergo...........................50
Figura 21: Geração real do sistema de 4,4 kWp........................................................57
Figura 22: Geração real do sistema de 7,04 kWp......................................................58
Figura 23: Geração real do sistema de 60,72 kWp....................................................60
Figura 24: Geração real do sistema de 71,28 kWp....................................................61
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Variação da capacidade de geração do sistema de 4,4 kWp ao decorrer


dos meses...................................................................................................................33
Gráfico 2: Variação da capacidade de geração do sistema de 7,04 kWp ao decorrer
dos meses...................................................................................................................38
Gráfico 3: Comparação entre os resultados obtidos nas simulações........................41
Gráfico 4: Variação da capacidade de geração do inversor de 60 kW ao decorrer dos
meses..........................................................................................................................46
Gráfico 5: Variação da capacidade de geração do sistema de 71,28 kWp ao decorrer
dos meses...................................................................................................................51
Gráfico 6: Comparação entre os resultados obtidos nas simulações........................54
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Eficiência de conversão energética em diferentes materiais.....................19


Tabela 2: Sistemas fotovoltaicos utilizados................................................................30
Tabela 3: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 4,4 kWp....32
Tabela 4: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 7,04 kWp. .37
Tabela 5: Comparação da geração simulada entre os sistemas com inversor de 5
kW................................................................................................................................40
Tabela 6: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 60,72 kWp 45
Tabela 7: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 71,28 kWp 50
Tabela 8: Comparação da geração simulada entre os sistemas com inversor de 60
kW................................................................................................................................53
Tabela 9: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 4,4 kWp....56
Tabela 10: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 7,04 kWp57
Tabela 11: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 60,72 kWp
.....................................................................................................................................59
Tabela 12: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 71,28 kWp
.....................................................................................................................................60
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................13
1.1 JUSTIFICATIVA..................................................................................................14
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................14
1.3 OBJETIVOS.........................................................................................................14
1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................15
1.3.2 Objetivos Específicos.....................................................................................15
1.4 DELIMITAÇÕES..................................................................................................15
1.5 METODOLOGIA..................................................................................................15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................17
2.1 EFEITO FOTOVOLTAICO..................................................................................17
2.2 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS...........................................................................19
2.3 INVERSORES FOTOVOLTAICOS.....................................................................20
2.4 PROTEÇÕES......................................................................................................22
2.4.1 DISJUNTOR.....................................................................................................23
2.4.2 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS.......................................23
2.5 ATERRAMENTO.................................................................................................23
2.6 ESTRUTURAS....................................................................................................24
2.7 SOFTWARES DE SIMULAÇÃO FOTOVOLTAICA............................................24
2.7.1 SOLergo...........................................................................................................24
2.7.2 SKETCHUP......................................................................................................25
2.8 SOFTWARES DE MONITORAMENTO FOTOVOLTAICO.................................26
2.8.1 RENOVIGI SOLAR...........................................................................................26
3 METODOLOGIA E RESULTADOS......................................................................27
3.1 INFORMAÇÕES DOS SISTEMAS ANALISADOS.............................................27
3.1.1 PERDAS CONSIDERADAS.............................................................................29
3.1.2 CONFIGURAÇÃO DOS SISTEMAS ANÁLISADOS.......................................29
3.1.3 ANÁLISE DAS SIMULAÇÕES EM SOFTWARE............................................30
3.1.3.1 PRIMEIRA ANÁLISE......................................................................................30
3.1.3.2 SEGUNDA ANÁLISE......................................................................................35
3.1.3.3 COMPARAÇÃO ENTRE AS ANÁLISES COM INVERSOR DE 5 KW..........40
3.1.3.4 TERCEIRA ANÁLISE.....................................................................................43
3.1.3.5 QUARTA ANÁLISE........................................................................................48
3.1.3.6 COMPARAÇÃO ENTRE AS ANÁLISES COM INVERSOR DE 60 KW........53
3.2 RESULTADOS REAIS........................................................................................56
3.2.1 PRIMEIRA ANÁLISE........................................................................................56
3.2.2 SEGUNDA ANÁLISE.......................................................................................57
3.2.3 TERCEIRA ANÁLISE.......................................................................................58
3.2.4 QUARTA ANÁLISE..........................................................................................60
4 CONCLUSÃO........................................................................................................62
REFERÊNCIAS...........................................................................................................64
14

1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais alternativas para a geração de energia elétrica são acessíveis
ao consumidor final, em um mercado onde as tecnologias tornam os sistemas de
geração mais baratos enquanto o preço dos serviços de eletrificação e das tarifas
para o fornecimento de energia elétrica tornam-se mais caros com o decorrer do
tempo, em contrapartida, os geradores fotovoltaicos vêm adquirindo um importante
crescimento na matriz energética mundial e isso mostra o quanto a acessibilidade
aos sistemas de geração solar vem aumentando. Segundo a International Energy
Agency (IEA, 2020), observando os sistemas de energia mundiais, estima-se que a
geração de energia fotovoltaica tenha aumentado 22% em 2019, para 720 TWh.
Com esse aumento, a participação da geração fotovoltaica na matriz global de
eletricidade passou a ser próximo de 3%.
Atribuído ao aumento significativo na geração, o surgimento de novas
tecnologias tem chamado cada vez mais a atenção para o mercado de geração de
energia, fazendo com que os consumidores tenham conhecimento e interesse em
produzir a própria energia elétrica. Segundo a Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (ABSOLAR, 2019), em uma pesquisa realizada pelo Ibope
Inteligência, 93% dos brasileiros querem gerar energia renovável em casa.
Segundo Zilles e colaboradores (2012), a usina de Itaipu possui uma área
alagada de aproximadamente 1,46 x 10 9 m² para 14 GW instalados, os quais, em
2019, geraram aproximadamente 91,6 TWh. Considerando uma incidência média
diária anual de 4,5 kWh/m² no plano horizontal, pode-se assumir que, anualmente a
área do reservatório da Itaipu incide 2,4 x 10³ TWh. Com uma distribuição de 100
W/m², uma potência baixa para as tecnologias atuais, e considerando a eficiência de
conversão desses módulos fotovoltaicos esteja na casa dos 10%, que representa
metade da eficiência comercializada atualmente, é possível estimar que, caso fosse
instalado um sistema gerador fotovoltaico na área ocupada pelo reservatório,
comportaria cerca de 146 GW de potência, que seria capaz de gerar
aproximadamente 240 TWh por ano.
15

1.1 JUSTIFICATIVA

No Brasil a ausência de uma legislação consolidada a respeito da geração


própria de energia elétrica por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) deixa ao entendimento das concessionárias, distribuidoras e cooperativas
que comercializam os serviços de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica como deve ocorrer as instalações e quais normativas os sistemas devem
atender para que sejam legalizados e tenham sua funcionalidade assegurada, desta
maneira, pode modificar-se a qualquer momento os entendimentos de geração de
energia elétrica própria.
Uma das regras restritivas presente nas normativas para a instalação de
sistemas geradores de energia refere-se à quantidade de potência nominal do
inversor, no caso, atribuindo tarifas e taxas fixas distintas para cada sistema de
acordo com a necessidade do atendimento da concessionária, em alguns casos,
tornando a economia do sistema muito menor do que a esperada pelos
consumidores. Neste contexto, uma das alternativas encontradas para adequar a
geração às normas exigidas é o overload (sobrecarga) dos inversores, que se
baseia na instalação de uma quantidade superior de potência para uma distribuição
melhor na geração do sistema ao decorrer do dia.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Considerando a eficiência energética presente no Brasil atrelada a falta de


uma legislação consolidada, o overload nos inversores é comumente utilizado na
maioria dos sistemas fotovoltaicos a fim de tornar os sistemas mais interessantes
energeticamente, e mantê-los com taxas e tarifas mais baratas, mas sem estudos
que comprovem a atratividade da utilização dessa alternativa.

1.3 OBJETIVOS

Para a realização deste projeto são descritos a seguir os objetivos gerais e


específicos.
16

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar a viabilidade da utilização de overload nos sistemas de geração de


energia fotovoltaica.

1.3.2 Objetivos Específicos

1. Dimensionar sistemas de geração de energia fotovoltaica com e sem


aplicação do overload utilizando software especializado.
2. Comparar os dimensionamentos em software com sistemas reais em
funcionamento e analisar a fidelidade dos resultados obtidos.
3. Analisar as vantagens e desvantagens econômicas obtidas com a
instalação de overload nos sistemas.
4. Analisar a viabilidade de implementação do overload em diferentes
regiões do sul de Santa Catarina.
5. Analisar a melhor configuração para instalação de sistemas com
overload.

1.4 DELIMITAÇÕES

São analisados sistemas fotovoltaicos instalados em residências e empresas


de clientes da Reevisa Energia Solar (empresa que disponibiliza as informações),
sendo assim, não há a exposição de dados e informações pessoais dos clientes em
questão, pois são observados apenas os dados técnicos e de funcionamento dos
sistemas fotovoltaicos.

1.5 METODOLOGIA

Os métodos utilizados se baseiam na análise dos equipamentos necessários


na implantação de sistemas de energia fotovoltaica, principalmente inversores e
módulos fotovoltaicos. Os sistemas solares estudados devem ser projetos onde foi
utilizado a aplicação de overload e os dados analisados são extraídos de manuais,
datasheets e dos equipamentos.
17

Para levantar e coletar os dados utilizados para enriquecer a elaboração do


presente estudo, são apanhadas informações através da análise do
dimensionamento de sistemas fotovoltaicos com overload, nos quais são utilizadas
planilhas de cálculos, softwares especializados no dimensionamento e de
geolocalização. E além dos dimensionamentos, são analisados a geração de
energia dos projetos instalados na prática para verificar a fidelidade dos projetos
feitos nos programas.
Outras formas de obtenção de informações são pesquisas bibliográficas em
livros, artigos e outras publicações. Os critérios para a escolha desses documentos
têm relação com a fidedignidade dos conceitos e características sobre energia
fotovoltaica contidas neles.
18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A geração de energia fotovoltaica necessita de uma série de equipamentos


para que seja possível o seu funcionamento, esses equipamentos por sua vez
funcionam através de fenômenos físicos e transformações para produzir energia
elétrica.

2.1 EFEITO FOTOVOLTAICO

A geração de energia elétrica através dos módulos fotovoltaicos ocorre


através de um fenômeno físico conhecido como efeito fotovoltaico, que consiste na
capacidade de alguns materiais semicondutores absorverem energia contida nos
fótons presentes na radiação luminosa incidente, essa energia absorvida quebra as
ligações químicas entre as moléculas do material semicondutor liberando cargas
elétricas que podem ser utilizadas para realizar trabalho.
Descoberto por Alexandre-Edmond Becquerel em 1839 ao perceber que uma
solução de um eletrólito com eletrodos de metal, quando exposta a radiação
luminosa, tem sua condutividade aumentada.
Segundo Zilles e colaboradores (2012), para que seja possível que esse
efeito ocorra com uma melhor eficiência, um material semicondutor é dopado com
um material do tipo receptor levando essa camada a uma deficiência de elétrons,
chamadas lacunas, ou seja, positivamente carregada, dá-se o nome então de região
tipo p. Com a criação de uma outra camada dopada com um material doador, têm-se
uma região com elétrons livres, chamada de região tipo n.
Entre essas camadas forma-se a junção p-n, cuja função é criar campo
elétrico interno quando ocorre a migração dos elétrons livres da região n para a
região p e quando as lacunas são preenchidas ocorre o caminho inverso, partindo
da região p para a região n. Esse movimento de elétrons cria um campo elétrico que
consolida a conversão fotovoltaica.
A construção do módulo pode ser visualizada na figura 1, de Zilles e
colaboradores (2012), que apresenta como são dispostas as camadas dos materiais
semicondutores presentes nos módulos fotovoltaicos e ocorre o efeito fotovoltaico.
19

Figura 1: Representação do processo de conversão fotovoltaica

Fonte: Zilles e colaboradores (2012)

O semicondutor mais utilizado para a geração de energia através do efeito


fotovoltaico é o silício, em suas formas monocristalina, policristalina ou amorfo,
contudo, também é possível encontrar outros materiais conhecidos como Thin-film,
ou filme fino, como o telureto de cádmio (CdTe) e o disseleneto de cobre índio e
gálio, conhecido popularmente como CIGS, que utilizam uma quantidade
consideravelmente menor de componentes semicondutores na composição das
células fotovoltaicas, em contrapartida, por serem tecnologias mais recentes,
possuem um grande valor agregado em sua produção, tornando esses produtos
mais caros que as células de silício.
Outros materiais promissores em eficiência são os chamados painéis de
multijunções, que são a associação de mais de um tipo de componentes para atingir
melhores resultados. Um exemplo disso, segundo Gonzalez (2015), são as células
fotovoltaicas de quatro junções formadas em associação de um fosfeto de gálio e
índio, um arsenieto de gálio e dois de arsenieto de gálio e índio, que através de
testes laboratoriais obteve-se uma eficiência de 45,7%.
20

A tabela a seguir, baseada em dados adaptados do infográfico de Kopidakis


(2021), demonstra as eficiências atingidas em laboratórios, sob ótimas
circunstâncias de testes, e as comercializadas em larga escala pelas diversas
fabricantes de módulos fotovoltaicos no mundo, utilizando como base a irradiação de
1000 W/m² e temperatura das células fotovoltaica de 25º C.

Tabela 1: Eficiência de conversão energética em diferentes materiais.


Eficiência (%)
Tipo de célula
Em laboratório Comercial
Silício amorfo 15 9,8
Silício policristalino 23,3 20,4
Silício monocristalino 27,6 22,7
CdTe 22,1 19
CIGS 23,4 19,2
Células de quatro 45,7 38,9
junções
Fonte: Adaptado de Kopidakis (2021).

2.2 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

Os módulos fotovoltaicos são os equipamentos mais aparentes e lembrados


das usinas geradoras, constituem-se de diversas células fotovoltaicas responsáveis
por realizar a conversão fotovoltaica e gerar energia elétrica em corrente contínua.
Cada célula possui um tipo de material semicondutor e a associação em série de
uma quantidade de células é chamada de módulo fotovoltaico. A associação das
células atinge uma potência, chamada de potência de pico, cujo valor é utilizado
para comercialização do equipamento.
A figura 2, retirada do blog da Reevisa Energia Solar (2019), demonstra como
é a construção de um módulo fotovoltaico, mostrando as camadas existentes em um
painel fotovoltaico. O vidro especial presente nos módulos fotovoltaicos se difere dos
vidros comuns presente nas residências pelo fato de ser mais puro, possuindo um
baixo teor de ferro, é desenvolvido para refletir menos a luminosidade incidente,
21

além de ser temperado consegue oferecer proteção aos módulos fotovoltaicos até
em chuvas de granizo.
A película encapsulante é composto acetato-vinilo de etileno, um polímero
muito conhecido como EVA, é responsável por reduzir o envelhecimento das células
fotovoltaicas causado pelos raios ultravioleta, temperaturas e umidades.
O Backsheet, que representa a última camada de um painel fotovoltaico, é um
filme plástico branco grosso que atua como isolante elétrico com função principal de
proteger os componentes internos dos painéis.

Figura 2: Célula fotovoltaica em um módulo

Fonte: Reevisa Energia Solar (2019), acesso em: 18 maio 2021.

Cada módulo possui um material diferente de composição e, portanto, uma


eficiência distinta, podendo variar conforme construção, tecnologias envolvidas e
dimensões de montagem. Dependendo da aplicação são necessários diversos
módulos para atingir os resultados esperados, formando as usinas fotovoltaicas. É
necessário levar as características elétricas em consideração no dimensionamento
dos sistemas fotovoltaicos, pois, além de garantir o bom funcionamento do sistema,
impede o surgimento de problemas técnicos ao decorrer da instalação e
funcionamento da usina geradora.
22

2.3 INVERSORES FOTOVOLTAICOS

Existem três tipos de inversores fotovoltaicos, os on-grid, off-grid e híbridos,


que se diferenciam na maneira como fornecem energia elétrica aos equipamentos,
sendo, o on-grid conectado à rede de transmissão das concessionárias, convertendo
a geração elétrica e injetando o excedente que não é autoconsumido enquanto o off-
grid é voltado para localidades onde não há conexão ou não se deseja conectar-se à
rede, alimentando baterias para o consumo posterior. Os inversores híbridos são
responsáveis por atuar de ambas as maneiras, injetando ou não a energia gerada e
armazenando, caso, configurados assim. Os inversores são responsáveis
principalmente por converter a energia produzida em corrente contínua, através do
conjunto de módulos fotovoltaicos, para corrente alternada possibilitando a utilização
da energia produzida.
Os inversores on-grid possuem três tipos de classificação com base na
quantidade de potência suportada, sendo eles inversores centrais, utilizados em
grandes usinas fotovoltaicas. Inversores string, comumente utilizados em
empreendimentos menores, como os residenciais e empresariais, muito difundidos
pelo mercado comercial de geração de energia solar e os micros inversores que
trabalham com uma pequena quantidade de módulos, geralmente entre um e quatro
e com baixa potência de funcionamento, em relação aos outros tipos de inversores,
variando conforme fabricante.
Os inversores string geralmente são oferecidos ao consumidor com potências
entre 3 kW de 250 kW, variando conforme o dimensionamento e necessidade
exigida pelo empreendimento. Cada modelo possui diferentes tipos aceitáveis de
overload variando conforme fabricante e tecnologias empregadas aos mesmos,
sendo advertido que não sejam ultrapassados os limites aprovados.
23

Figura 3: Inversor string de 75 kW instalado

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


A figura anterior representa um inversor string instalado pela Reevisa
Energia Solar em um estabelecimento comercial, seguindo as exigências requeridas
pelas normas vigentes de instalação de sistemas fotovoltaicos.

2.4 PROTEÇÕES

É exigido pelas concessionárias de energia uma série de proteções para


garantir a funcionalidade e evitar riscos aos consumidores e às redes de
transmissão de energia, essas proteções variam conforme modelo do inversor e
tecnologias presentes na construção deles, já disponíveis modelos com proteções
internas. A figura 4 apresenta um quadro de proteções devidamente instalado, com
todas as proteções necessárias para o funcionamento do sistema.
24

Figura 4: Quadro de proteções

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

2.4.1 DISJUNTOR

Os disjuntores são equipamentos de proteção contra sobrecargas e curto-


circuito de instalações elétricas, nos sistemas on-grid os disjuntores são utilizados
nas conexões de corrente contínua entre as terminações dos conjuntos de módulos
fotovoltaicos e antes da conexão com o inversor e nas conexões em corrente
alternada são utilizados entre o inversor e o disjuntor geral presente no medidor de
energia da distribuidora de energia.
25

2.4.2 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS

Comumente chamados de DPS, os dispositivos de proteção contra surtos são


responsáveis por detectar sobretensões transitórias e desviar para o sistema de
aterramento, prevenindo a danos à rede elétrica e aos equipamentos. Os surtos
podem variar como descargas atmosféricas, partida e desligamento de motores ou
qualquer situação que tenha capacidade de variar bruscamente as características
elétricas da rede.
Como o surto elétrico é um fenômeno muito rápido, o disjuntor não chega a
ser acionado, desta maneira há necessidade da presença de dispositivos de
proteção contra surtos nas instalações do sistema fotovoltaico para que seja evitada
a queima dos equipamentos ou danos à rede elétrica.

2.5 ATERRAMENTO

Nos sistemas solares deve ser instalado um sistema de aterramento que


esteja de acordo com as exigências da norma ABNT NBR 5419 para proteções de
estruturas contra descargas atmosféricas. Toda peça condutora da instalação
elétrica que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente ou
acidentalmente, possa ficar sob tensão elétrica, deve ser aterrada, desde que esteja
em local acessível a contatos de pessoas. A este aterramento se conecta a estrutura
de fixação dos geradores fotovoltaicos e o borne de aterramento do inversor. O
sistema de aterramento da instalação fotovoltaica deve ser interligado ao sistema de
aterramento principal da instalação, ou seja, aterramento deve ser
equipotencializado ao aterramento geral do local da instalação. O circuito de
aterramento do sistema requer resistência máxima de 10 Ohms em todas as épocas
do ano.

2.6 ESTRUTURAS

As usinas geradoras fotovoltaicas podem ser instaladas utilizando os mais


diversos materiais, entretanto, devido ao tempo de garantia e vida útil dos
26

equipamentos é comum a fixação com estruturas de alumínio ou ferro galvanizado a


fogo por garantir uma fixação segura e com baixo custo de implementação.
Entretanto, cada estrutura possui suas características próprias tornando-as melhores
ou piores em cada ambiente de instalação, sendo indispensável o acompanhamento
técnico especializado para definir a melhor opção de implementação nas condições
existentes.
As estruturas podem variar conforme o layout de instalação, podendo serem
fixadas em telhados de residências e empresas ou com instalações em estrutura de
solo, corrigindo a orientação e inclinação dos módulos fotovoltaicos garantindo a
melhor eficiência de geração para a localidade do sistema.

2.7 SOFTWARES DE SIMULAÇÃO FOTOVOLTAICA

Os softwares de simulação fotovoltaica compreendem uma série de dados e


fórmulas necessárias para o dimensionamento e simulação de usinas geradoras
considerando todos os aspectos de influência no resultado esperado.

2.7.1 SOLergo

Utilizado como programa base no dimensionamento das usinas e cálculos


preliminares, o software faz parte do catálogo de produtos da empresa italiana
Electro Graphics e distribuído em território nacional através da empresa criciumense
Hyper Energy.
O SOLergo possui em seu banco de dados uma grande variedade de
equipamentos comercializados no mundo até a data das suas atualizações
semestrais, utilizam dados de irradiação e temperatura fornecidos por laboratórios e
empresas especializadas além de dados relevantes sobre impactos em diferentes
regiões e reflexões de terrenos, conhecido como Albedo ou coeficiente de reflexão.
O SOLergo é um software inteiramente pago, sendo disponibilizado pela
empresa Reevisa Energia Solar para dimensionamento dos sistemas apresentados.
A figura 5 representa os dados gerais da simulação realizada através do SOLergo.
27

Figura 5: Página inicial do software SOLergo com os dados de uso estudantil

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

2.7.2 SKETCHUP

O software SketchUp é utilizado em modelagem 3D distribuído pela Trimble


Navigation de propriedade da Google. Através dele são elaborados os layouts de
instalação e disposição das usinas abordadas, identificando as séries de módulos,
orientação e angulação consideradas no dimensionamento. O software SketchUp é
amplamente utilizado devido a facilidade de manuseio e a complexidade que é
possível atingir desenvolvendo layouts.

2.8 SOFTWARES DE MONITORAMENTO FOTOVOLTAICO

Os softwares de monitoramento atuam na visualização em tempo real da


geração dos sistemas instalados, através deles é possível encontrar falhas
28

remotamente e iniciar os processos de reparo do sistema. Existe alguns tipos de


visualização através dos softwares, dentre elas, as mais comuns são as
visualizações administrativas ou de suporte técnico, responsáveis por gerenciar
todas as usinas instaladas e as visualizações de consumidores, donos dos sistemas
fotovoltaicos que possuem monitoramento em tempo real dos próprios sistemas.
Cada fabricante de inversores possui seus meios de monitorar remotamente a
geração das usinas.

2.8.1 RENOVIGI SOLAR

Os inversores de energia solar possuem métodos de monitorar remotamente


a geração do sistema, essa geração pode ser acompanhada em tempo real,
validando a funcionalidade do sistema, servindo também como forma preliminar de
identificação de problemas técnicos no sistema, pois é possível acompanhar falhas e
déficits na geração esperada. Existem diversos softwares utilizados para monitorar
as usinas fotovoltaicas, geralmente são disponibilizados pelas fabricantes dos
inversores utilizados na instalação das usinas fotovoltaicas, entretanto, pode ser
empregado monitoramentos terceiros para executar o processo de checagem em
tempo real.
O software utilizado para monitoramento online é o Renovigi Solar,
disponibilizado pela fabricante de inversores catarinense Renovigi.
29

3 METODOLOGIA E RESULTADOS

Para realizar o a análise da viabilidade de overload de inversores utilizou-se


dados extraídos do SOLergo, software simulador de geração fotovoltaica, contendo
as variações sazonais e irradiações presentes na região sul catarinense, que levam
em consideração situações ideais de geração para a localidade, desconsiderando,
por exemplo, possíveis inconsistências do clima que podem afetar diretamente os
sistemas instalados. Além da utilização do software, foi comparado os dados obtidos
com as gerações de sistemas em funcionamento, certificando se o planejamento
condiz com a geração. Por fim, foi comparado sistemas com e sem a presença de
overload para identificar se a utilização do sobredimensionamento de painéis é uma
prática rentável para instalações no sul de Santa Catarina.

3.1 INFORMAÇÕES DOS SISTEMAS ANALISADOS

A primeira etapa análise da viabilidade consiste em simular os sistemas em


software, para isso, foram criados alguns perfis de usinas fotovoltaicas, com e sem
overload no sistema, utilizando a mesma angulação de geração e a mesma cidade.
Para as análises realizadas foi escolhida a cidade de Armazém em Santa Catarina,
por ter diversas usinas fotovoltaicas em funcionamento que serve como base de
estudos para a realização desta análise. Armazém está localizada próximo à cidade
de Tubarão, faz parte das cidades do sul Catarinense e é integrante da Associação
de Municípios da Região de Laguna (Amurel), além de possuírem índices de
irradiação muito semelhantes. Os dados de irradiação retirados do Centro de
Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (Cresesb) apresenta a
cidade de Armazém de acordo com a figura 6 apresentada a seguir:
30

Figura 6: Dados de irradiação da cidade de Armazém

Fonte: Cresesb (2021)


Para padronizar as análises via software foi definido uma inclinação de 20°
com orientação norte para todos os sistemas, que foram configurados conforme a
figura 7, o gráfico demonstra o valor da irradiação ideal gerada em cada mês, esses
valores podem resultar em diferenças de acordo com situações climáticas e
problemas de instalação das usinas.

Figura 7: Dados de irradiação dos sistemas analisados

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Os sistemas foram elaborados considerando uma linha para as simulações


menores e quatro linhas para as simulações maiores, representando situações
viáveis de instalação comercial visando a eficiência e valor investido da usina. Vale
31

ressaltar que, como foram utilizados sistemas fictícios comparados com a geração
de sistemas reais similares, foi atentado para que todas as informações analisadas
estejam dentro de um parâmetro similar, portanto, utilizando angulações, perdas e
irradiações próximas das consideras comercialmente. Na figura 8 é mostrado como
foi pensado o layout de instalação dos módulos.

Figura 8: Exemplo de linha utilizada nas simula


ções desenvolvida através do software SketchUp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

3.1.1 PERDAS CONSIDERADAS

Todos os softwares presentes no mercado possuem perdas pré-definidas para


efetuar a análise dos sistemas fotovoltaicos, estas perdas são resultadas por
eventuais perdas por desacoplamento (má conexão entre os componentes do
sistema), perdas em corrente contínua e perdas gerais, como sujeira. Como os
softwares simulam de maneira geral para todas as cidades e sistemas configurados,
é definido um valor empírico fixo para representar as perdas esperadas no sistema,
este valor no SOLergo equivale a 11,5%.
32

3.1.2 CONFIGURAÇÃO DOS SISTEMAS ANÁLISADOS

Os sistemas analisados estão configurados de acordo com a tabela 2,


indicando a potência pico instalada, a potência nominal do sistema e a quantidade
de overload presente nesses sistemas. Os perfis apresentados foram escolhidos
pela possibilidade de comparar simulações com instalações reais e comparar os
resultados esperados, reforçando os resultados obtidos.

Tabela 2: Sistemas fotovoltaicos utilizados


Potência pico Potência nominal % de overload utilizado
4,4 kWp 5 kW -12%
7,04 kWp 5 kW 40,8%
60,72 kWp 60 kW 1,2%
71,28 kWp 60 kW 18,8%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Os painéis utilizados para compor os sistemas foram todos os mesmos,


visando padronização dos sistemas analisados, da marca Risen Energy modelo
RSM156-6-440M, possuindo 440 Wp por módulo instalado. Já inversores, todos
pertencentes à fabricante brasileira Renovigi, com sede em Chapecó, apresenta
mudança em suas características conforme a quantidade de potência do sistema
analisado.

3.1.3 ANÁLISE DAS SIMULAÇÕES EM SOFTWARE

Através dos dados gerais, de irradiação e com as informações da tabela 2, foi


posto o software para simular os sistemas fotovoltaicos, os resultados obtidos foram
dispostos nos próximos tópicos.
33

3.1.3.1 PRIMEIRA ANÁLISE

A primeira análise executada foi o sistema de 4,4 kWp, representando um


sistema sem overload aplicado, é composto por dez painéis fotovoltaicos de 440 Wp
Risen Energy, instalados em duas entradas de um inversor Renovigi de 5 kW
nominal, configurado conforme as figuras 9 e 10 no software SOLergo.

Figura 9: Configuração do sistema de 4,4 kWp simulado em software

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


34

Figura 10: Verificações dos componentes utilizados na análise de 4,4 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

O sistema foi disposto em uma linha única de módulos sem perda adicional
ocasionada por sombreamento, como pode ser constatado na figura 11, foram
aplicadas apenas as perdas mencionadas anteriormente.
35

Figura 11: Layout do sistema de 4,4 kWp no software SOLergo

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Com todas as configurações estabelecidas foi possível executar a simulação


do software, apresentando uma geração média esperada de 482,86 kWh e uma
geração anual de 5.794,4 kWh, distribuídos conforme a tabela 3.

Tabela 3: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 4,4 kWp

Mês Geração (kWh)


Janeiro 607,5
Fevereiro 523,8
Março 523,4
Abril 458,7
Maio 398,5
Junho 339,5
Julho 374,1
Agosto 450,7
Setembro 410,5
Outubro 490,8
Novembro 587,4
Dezembro 629,6
Média 482,86
Somatório de geração anual 5.794,4
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Além da produção mensal e anual, o software apresenta as gerações ideais


esperadas na geração do sistema durante um dia de cada mês, apresentando a
36

variação da geração ao decorrer das horas do dia apresentado, conforme os


gráficos apresentados a seguir.

Gráfico 1: Variação da capacidade de geração do sistema de 4,4 kWp ao decorrer dos meses

Capacidade de geração do inversor x horários em janeiro Capacidade de geração do inversor x horários em fevereiro
100% 100%
90% 90%
80% 80%
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
0

0
0
0
0
0
0
0

0
0

0
0
0
0
0
0
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0
0
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:00

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:00
:00
0:0
1:0
2:0
3:0
4:0
5:0
6:0
7:0
8:0
9:0

0:0
1:0
2:0
3:0
4:0
5:0
6:0
7:0
8:0
9:0
10
11
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23

10
11
12
13
14
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16
17
18
19
20
21
22
23
Capacidade de geração do inversor x horários em março Capacidade de geração do inversor x horários em abril
100% 100%

90% 90%

80% 80%

70% 70%

60% 60%

50% 50%

40% 40%

30% 30%

20% 20%

10% 10%

0% 0%
0

0
0
0
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0
0
0

0
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:00
:00
:00

:00
:00
0:0
1:0
2:0
3:0
4:0
5:0
6:0
7:0
8:0
9:0

0:0
1:0
2:0
3:0
4:0
5:0
6:0
7:0
8:0
9:0
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23

10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
Capacidade de geração do inversor x horários em maio Capacidade de geração do inversor x horários em junho
100% 100%

90% 90%

80% 80%

70% 70%

60% 60%

50% 50%

40% 40%

30% 30%

20% 20%

10% 10%

0% 0%
0

0
0
0
0
0

0
0
0
0
0
0
0

0
0

0
0

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0
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:00

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:00

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:00
:00
:00

:00
:00
0:0
1:0
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4:0
5:0
6:0
7:0
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0:0
1:0
2:0
3:0
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6:0
7:0
8:0
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10
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12
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10
11
12
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20
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22
23
0%
0%

10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0:0 0:0

500%

0%
1000%
1500%
2000%
2500%
3000%
0:0
0 0 0
1:0 1:0
1:0
0 0 0
2:0 2:0
2:0
0 0 0
3:0 3:0
3:0
0 0 0
4:0 4:0
4:0
0 0 0
5:0 5:0
5:0
0 0 0
6:0 6:0
6:0
0 0 0
7:0 7:0 7:0
0 0 0
8:0 8:0 8:0
0 0 0
9:0 9:0 9:0
0 0 0
10 10 10
:00 :00 :00
11 11 11
:00 :00 :00
12 12 12
:00 :00 :00
13 13 13
:00 :00 :00
14 14 14
:00 :00 :00
15 15 15
:00 :00 :00
16 16 16
:00 :00 :00
17 17 17

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


:00 :00 :00
18 18 18
:00 :00 :00
19 19 19
Capacidade de geração do inversor x horários em julho

:00 :00 :00

Capacidade de geração do inversor x horários em setembro

Capacidade de geração do inversor x horários em novembro


20 20 20
:00 :00 :00
21 21 21
:00 :00 :00
22 22 22
:00 :00 :00
23 23 23
:00 :00 :00

0%
0%

10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%

100%
100%

0:0 0:0

500%
1000%
1500%
2000%
2500%
3000%

0%
0:0
0 0 0
1:0 1:0
1:0
0 0 0
2:0 2:0
2:0
0 0 0
3:0 3:0
3:0
0 0 0
4:0 4:0
4:0
0 0 0
5:0 5:0
5:0
0 0 0
6:0 6:0
6:0
0 0 0
7:0 7:0 7:0
0 0 0
8:0 8:0 8:0
0 0 0
9:0 9:0 9:0
0 0 0
10 10 10
:00 :00 :00
11 11 11
:00 :00 :00
12 12 12
:00 :00 :00
13 13 13
:00 :00 :00
14 14 14
:00 :00 :00
15 15 15
:00 :00 :00
16 16 16
:00 :00 :00
17 17 17
:00 :00 :00
18 18 18
:00 :00 :00
19 19 19
:00 :00
Capacidade de geração do inversor x horários em agosto

:00
Capacidade de geração do inversor x horários em outubro

Capacidade de geração do inversor x horários em dezembro

20 20 20
:00 :00 :00
21 21 21
:00 :00 :00
22 22 22
:00 :00 :00
23 23 23
:00 :00 :00
37
38

Há uma grande variação da geração de energia elétrica no decorrer do ano,


como é verificado nos gráficos gerados através da simulação, esse fenômeno é
esperado dado a sazonalidade existente na região analisada, desta maneira, a
geração esperada no pior mês (junho) representa 53,92% em relação a maior
geração (dezembro) e 70,31% em relação à média anual.

3.1.3.2 SEGUNDA ANÁLISE

A segunda análise realizada utiliza 16 painéis fotovoltaicos instalados em


duas mppts de 8 painéis cada. Os painéis, da marca Risen Energy de 440 Wp, são
do mesmo modelo que a análise anterior, resultando em 7,04 kWp de potência
instalada. Essa configuração é completada com um inversor Renovigi de 5 kW
nominal, resultando em um overload de 40,8% de potência instalada em
comparação com a potência nominal de operação do inversor, conforme as figuras
12 e 13 apresentam.
39

Figura 12: Configuração do sistema de 7,04 kWp simulado em software

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


40

Figura 13: Verificações dos componentes utilizados na análise de 7,04 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

O sistema foi disposto em uma linha única de módulos sem perda adicional
ocasionada por sombreamento, como pode ser constatado na figura 14, foram
aplicadas apenas as perdas mencionadas anteriormente.
41

Figura 14: Layout do sistema de 7,04 kWp no software SOLergo

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


Com todas as configurações estabelecidas foi possível executar a simulação
do software, apresentando uma geração média esperada de 772,58 kWh e uma
geração anual de 9.271 kWh, distribuídos conforme a tabela 4. Como o software não
apresenta uma limitação de geração devido ao corte de geração quando o inversor
ultrapassa a potência nominal, foi efetuado a limitação com base na diferença entre
os dados de geração diária fornecidos pela análise realizada aplicando a limitação
do inversor, subtraindo a diferença encontrada na geração diária com a geração
nominal, conforme as fórmulas D=Gdm−Gnm, onde D representa a diferença entre
a geração diária no mês (Gdm) e a geração nominal do inversor no mês (Gnm), os
resultados de geração real (Gr) esperada foram obtidos da seguinte maneira
Gr=( Gd−D )∗diasdo mês .

Tabela 4: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 7,04 kWp

Mês Geração (kWh) Geração real (kWh) Diferenças (kWh) % perdas


Janeiro 972,0 847,9 124,1 14,6%
Fevereiro 838,1 739,8 98,3 13,3%
Março 837,4 761,7 75,7 9,9%
Abril 733,9 685,2 48,7 7,1%
Maio 637,7 629,3 8,4 1,3%
Junho 543,1 543,0 0,1 0,0%
Julho 598,6 598,6 0 0,0%
Agosto 721,1 686,3 34,8 5,1%
42

Setembro 656,7 649,2 7,5 1,2%


Outubro 785,3 748,7 36,6 4,9%
Novembro 939,8 815,7 124,1 15,2%
Dezembro 1.007,3 862,7 144,6 16,8%
Média 772,58 714,0 58,58 8,2%
Somatório de geração anual 9.271,0 8.568,0 703 8,2%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Através dos gráficos 2, apresentados a seguir, de geração diária da segunda


análise, pode-se verificar a existência das perdas por limitações do inversor e como
o inversor atinge o valor máximo de geração por mais horas, valor que não chegou a
ser identificado na primeira análise.

Gráfico 2: Variação da capacidade de geração do sistema de 7,04 kWp ao decorrer dos meses

Capacidade de geração do inversor x horários em janeiro Capacidade de geração do inversor x horários em fevereiro
140% 140%

120% 120%

100% 100%

80% 80%

60% 60%

40% 40%

20% 20%

0% 0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3Capacidade
4 5 6 de 7 geração
8 9 10 do 11inversor
12 13 x14
horários
15 16 em
17 abril
18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real 140% Geração total Geração real

120%
Capacidade de geração do inversor 100%
x horários em março Capacidade de geração do inversor x horários em abril
80%
140% 140%
120% 60%
120%
100% 40%
80% 100%
60% 20%
40% 80%
20% 0%
60% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0% -20%
-20% 40%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

Geração total Geração real


20%

0%
Geração total Geração real 0 1 2
Capacidade de geração do inversor x horários em junho
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
-20%
140%

120% Geração total Geração real

100%
Capacidade de geração do inversor x horários em junho
80%
140%

60%
120%

40%
100%

20%
80%

0%
60%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
40%
Geração total Geração real
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real

43

Capacidade de geração do inversor x horários em agosto


Capacidade de geração do inversor
x horários em maio 140%

120%
140%
120% 100%
100%
80%
80%
60% 60%
40%
20% 40%
0% 20%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
-20%

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em outubro


Capacidade de geração do inversor
x horários em julho 140%

120%
140%
100%
120%
100% 80%
80%
60%
60%
40% 40%

20% 20%
0%
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

-20%

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em novembro Capacidade de geração do inversor x horários em dezembro
Capacidade de geração do inversor
140%
x horários em setembro 140%

120% 120%
140%
120%
100% 100%
100%
80%
80% 80%
60%
60% 60%
40%
20%
40% 40%
0%
20% 20%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0% 0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total
Geração total Geração
Geração real real Geração total Geração real
44

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Os gráficos apresentam que uma parte da geração total é perdida por conta
de limitações do inversor, essas perdas são mais evidentes nos meses próximos ao
solstício de verão, onde há uma maior irradiação solar, em alguns meses pode-se
verificar que o inversor já está no limite operacional por volta das 9h a manhã,
exemplo dos meses janeiro, fevereiro, novembro e dezembro e deixa de operar no
limite após às 14h nesses mesmos meses. Nos meses de junho e julho,
apresentados no gráfico, há uma geração menor que o limite operacional do
inversor, representando desta maneira uma eficiência de 100% do uso do overload.
Os meses de maio e setembro possuem valores pouco maiores que o limite
operacional, representando um bom aproveitamento da prática utilizada. Os demais
meses apresentam perdas maiores por conta do uso do overload, que são
esperadas pelo uso desse procedimento.

3.1.3.3 COMPARAÇÃO ENTRE AS ANÁLISES COM INVERSOR DE 5 KW

Ao comparar as duas simulações pode-se observar o comportamento do


overload e os ganhos obtidos com o uso dessa prática, na tabela 5 é possível
visualizar os resultados das análises realizadas nas duas primeiras simulações. A
segunda simulação representa um aumento de 60% de potência instalada em
relação a primeira simulação e um overload de 40,8% sobre o limite operacional do
inversor analisado.

Tabela 5: Comparação da geração simulada entre os sistemas com inversor de 5 kW

Geração real
Mês Geração 4,4 kWp(kWh) % de ganhos
7,04 kWp (kWh)
Janeiro 607,5 847,9 39,57%
Fevereiro 523,8 739,8 41,24%
Março 523,4 761,7 45,53%
Abril 458,7 685,2 49,38%
45

Maio 398,5 629,3 57,92%


Junho 339,5 543,0 59,94%
Julho 374,1 598,6 60,01%
Agosto 450,7 686,3 52,27%
Setembro 410,5 649,2 58,15%
Outubro 490,8 748,7 52,55%
Novembro 587,4 815,7 38,87%
Dezembro 629,6 862,7 37,02%
Média 482,86 714,0 47,87%
Somatório de geração anual 5.794,4 8.568,0 47,87%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Como apresentado na tabela, em apenas dois meses a geração foi


equivalente a proporção de overload utilizada na segunda simulação, em
contrapartida, a geração média e o somatório das gerações equivalem a 47,87% que
representa um ganho considerável em relação ao a primeira análise, todavia,
comparando com o aumento de potência instalada, de 60%, a geração obtida
representa um valor abaixo do ideal, desta maneira, um sistema com overload
menor aplicado é mais eficiente. Ao sobrepor os gráficos apresentados entre a
geração de um sistema sem e com overload aplicado pode-se observar o
comportamento do uso dessa prática, exposto através do gráfico 3.
46

Gráfico 3: Comparação entre os resultados obtidos nas simulações

Capacidade de geração com e sem overload x horários em janeiro Capacidade de geração com e sem overload x horários em fevereiro
140% 140%

120% 120%

100% 100%

80% 80%

60% 60%

40% 40%

20% 20%

0% 0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em abril


Capacidade de geração com e sem over-
140%
load x horários em março
120%
140%
120% 100%
100%
80% 80%
60%
60%
40%
20% 40%
0%
-20% 20%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0%
Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração 4,4 kWp Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em junho


Capacidade de geração com e sem over-
140%
load x horários em maio
120%
140%
120% 100%
100%
80% 80%
60%
60%
40%
20% 40%
0%
20%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0%
Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração 4,4 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp
47

Capacidade de geração com e sem overload x horários em agosto


Capacidade de geração com e sem over-
140%
load x horários em julho
120%
140%
120% 100%

100% 80%
80%
60%
60%
40% 40%

20% 20%
0%
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
-20%

Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em outubro


Capacidade de geração com e sem over-
load x horários em setembro 140%

120%
140%
120% 100%
100%
80%
80%
60% 60%
40%
20% 40%

0% 20%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp -20%

Geração 4,4 kWp Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em novembro Capacidade de geração com e sem overload x horários em dezembro
140% 140%

120% 120%

100% 100%

80% 80%

60% 60%

40% 40%

20% 20%

0% 0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp Geração total 7,04 kWp Geração real 7,04 kWp Geração 4,4 kWp
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Em todas as comparações apresentadas pode-se identificar que o sistema


com overload aplicado demonstra uma crescente geração a partir das primeiras
horas do dia, perdurando com horas finais do dia, compensando as perdas
apresentadas na tabela 4 por exceder o limite operacional do inversor.
48

3.1.3.4 TERCEIRA ANÁLISE

A terceira análise executada foi com o sistema de 60,72 kWp, representando


um sistema sem overload considerável aplicado, é composto por cento e trinta e oito
painéis fotovoltaicos de 440 Wp Risen Energy, instalados em três strings distribuídas
em quatro mppts, com duas séries de configurações diferentes, sendo, dois trios de
doze painéis e dois trios de onze painéis, resultando no somatório total. O inversor
trifásico utilizado para essa análise é da marca Renovigi, com 60 kW nominal,
configurado conforme as figuras 15 e 16 no software SOLergo.

Figura 15: Configuração do sistema de 60,72 kWp simulado em software

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


49

Figura 16: Verificações dos componentes utilizados na análise de 60,72 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

O sistema foi disposto em quatro fileiras, cada uma representando uma mppt
do inversor utilizado, desta maneira, as duas primeiras linhas contém trinta e seis
módulos cada e as duas outras trinta e três cada, todos os módulos foram dispostos
de maneira que nenhuma perda adicional ocasionada por sombreamento aconteça,
como pode ser constatado na figura 17.
50

Figura 17: Layout do sistema de 60,72 kWp no software SOLergo

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Com todas as configurações estabelecidas foi possível executar a simulação


do software, apresentando uma geração média esperada de 6.358,02 kWh e uma
geração anual de 76.296,3 kWh, distribuídos conforme a tabela 6.

Tabela 6: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 60,72 kWp

Mês Geração total (kWh) Geração real (kWh)


Janeiro 7.998,7 7.957,7
Fevereiro 6.897,1 6.889,1
Março 6.891,2 6.891,2
Abril 6.039,3 6.039,3
Maio 5.247,7 5.247,7
Junho 4.469,8 4.469,8
Julho 4.926,3 4.926,3
Agosto 5.934,6 5.934,6
Setembro 5.404,7 5.404,7
Outubro 6.462,8 6..462,8
Novembro 7.734,1 7.677,6
Dezembro 8.290,0 8.189,9
Média 6.358,02 6.340,9
Somatório de geração anual 76.296,3 76.090,7
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)
51

Essas gerações distribuem-se através dos gráficos de geração diária


fornecida pelo simulador, que pode ser visualizado no gráfico 4.
Gráfico 4: Variação da capacidade de geração do inversor de 60 kW ao decorrer dos meses

Capacidade de geração do inversor x horários em janeiro Capacidade de geração do inversor x horários em fevereiro

100.00% 100.00%

80.00% 80.00%

60.00%
60.00%

40.00%
40.00%

20.00%
20.00%

0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0.00%
Geração total Geração real 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Capacidade de geração do inversor x horários em abril


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em março
100.00%
80.00%

80.00%
60.00%
60.00%
40.00%
40.00%

20.00% 20.00%

0.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Capacidade de geração do inversor x horários em junho


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em maio
100.00%
80.00%

80.00%
60.00%
60.00%
40.00%
40.00%

20.00% 20.00%

0.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
52

Capacidade de geração do inversor x horários em agosto


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em julho
100.00%
80.00%

80.00%
60.00%
60.00%
40.00%
40.00%

20.00% 20.00%

0.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Capacidade de geração do inversor x horários em outubro


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em setembro
100.00%
80.00%

80.00%
60.00%
60.00%
40.00%
40.00%

20.00% 20.00%

0.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Capacidade de geração do inversor x horários em novembro Capacidade de geração do inversor x horários em dezembro

100.00%
100.00%

80.00%
80.00%

60.00%
60.00%

40.00% 40.00%

20.00% 20.00%

0.00% 0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Através da terceira análise é possível verificar um comportamento similar aos


primeiros resultados apresentados. Há uma grande variação da geração de energia
elétrica no decorrer do ano, como é verificada nos gráficos gerados através da
simulação, nesta análise a geração esperada no pior mês (junho) representa 54,57%
53

em relação a maior geração (dezembro), resultando em uma geração mais eficiente


e 70,49% em relação à média anual.
Como o sistema analisado apresenta 1,2% de overload aplicado e conforme
os gráficos apresentam, há baixo índice de perdas nos meses do solstício de verão,
que representam, na média, 0,65% de perdas por limitações do inversor.

3.1.3.5 QUARTA ANÁLISE

A quarta análise executada foi com o sistema de 71,28 kWp, representando


um sistema com overload de 18,8% em relação a potência nominal do inversor. é
composto por cento e sessenta e dois painéis fotovoltaicos de 440 Wp Risen
Energy, instalados em três strings distribuídas em quatro mppts, com duas séries de
configurações diferentes, sendo, dois trios de quatorze painéis e dois trios de treze
painéis, resultando no somatório total. O inversor trifásico utilizado para essa análise
é da marca Renovigi, com 60 kW nominal, configurado conforme as figuras 18 e 19
no software SOLergo.
54

Figura 18: Configuração do sistema de 71,28 kWp simulado em software

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


55

Figura 19: Verificações dos componentes utilizados na análise de 71,28 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

O sistema foi disposto em quatro fileiras, cada uma representando uma mppt
do inversor utilizado, desta maneira, as duas primeiras linhas contém trinta e seis
módulos cada e as duas outras trinta e três cada, todos os módulos foram dispostos
de maneira que nenhuma perda adicional ocasionada por sombreamento aconteça,
como pode ser constatado na figura 20.
56

Figura 20: Layout do sistema de 71,28 kWp no software SOLergo

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Com todas as configurações estabelecidas foi possível executar a simulação


do software, apresentando uma geração média esperada de 7.463,76 kWh e uma
geração anual de 89.565,3 kWh, distribuídos conforme a tabela 7. Igualmente à
segunda análise, o inversor possui um limite operacional devido sua potência
nominal, acarretando as perdas informadas na tabela.

Tabela 7: Geração em kWh apresentada pelo simulador no sistema de 71,28 kWp

Mês Geração (kWh) Geração real (kWh) Diferenças (kWh) % perdas


Janeiro 9.389,8 8.780,4 609,4 6,94%
Fevereiro 8.096,6 7.622,4 474,2 6,22%
Março 8.089,7 7.860,1 229,6 2,92%
Abril 7.089,6 6.991,8 97,8 1,40%
Maio 6.160,4 6.160,0 0,4 0,01%
Junho 5.247,2 5.247,2 0,0 0,00%
Julho 5.783,0 5.783,0 0,0 0,00%
Agosto 6.966,7 6.939,9 26,8 0,39%
Setembro 6.344,6 6.344,6 0,0 0,00%
Outubro 7.586,8 7.568,3 18,5 0,24%
Novembro 9.079,1 8.454,6 624,5 7,39%
Dezembro 9.731,7 8.987,2 744,5 8,28%
Média 7.463,76 7.228,29 235,47 3,26%
57

Somatório de geração anual 89.565,3 86.739,5 2.825,8 3,26%


Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Gráfico 5: Variação da capacidade de geração do sistema de 71,28 kWp ao decorrer dos meses

Capacidade de geração do inversor x horários em janeiro Capacidade de geração do inversor x horários em fevereiro
120.00% 120.00%

100.00% 100.00%

80.00% 80.00%

60.00% 60.00%

40.00% 40.00%

20.00% 20.00%

0.00% 0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
-20.00% -20.00%

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em abril


Capacidade de geração do inversor x
horários em março 120.00%

120.00% 100.00%

100.00%
80.00%
80.00%
60.00% 60.00%
40.00%
20.00% 40.00%

0.00%
20.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em junho


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em maio
90.00%
100.00% 80.00%

80.00% 70.00%
60.00%
60.00%
50.00%
40.00% 40.00%
30.00%
20.00%
20.00%
0.00% 10.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real


58

Capacidade de geração do inversor x horários em agosto


Capacidade de geração do inversor x
100.00%
horários em julho
90.00%
100.00% 80.00%

80.00% 70.00%
60.00%
60.00%
50.00%
40.00% 40.00%
30.00%
20.00%
20.00%
0.00% 10.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em outubro


Capacidade de geração do inversor x
horários em setembro 100.00%

100.00% 80.00%

80.00%
60.00%
60.00%
40.00% 40.00%

20.00%
20.00%
0.00%
0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real

Capacidade de geração do inversor x horários em novembro Capacidade de geração do inversor x horários em dezembro
120.00% 120.00%

100.00% 100.00%

80.00% 80.00%

60.00% 60.00%

40.00% 40.00%

20.00% 20.00%

0.00% 0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total Geração real Geração total Geração real

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Os gráficos apresentam que uma parte da geração total é perdida por conta
de limitações do inversor, essas perdas são mais evidentes nos meses próximos ao
solstício de verão, onde há uma maior irradiação solar, diferente da segunda análise,
até nos meses de maior geração o inversor entra no limite de geração após às 9h da
59

manhã, e deixa de operar no limite antes das 14h. Nessa análise é possível observar
uma melhor performance do inversor em mais meses do ano, não existindo tantas
perdas por limitações operacionais, resultados esperados pela faixa de overload
utilizado nessa análise.

3.1.3.6 COMPARAÇÃO ENTRE AS ANÁLISES COM INVERSOR DE 60 KW

Ao comparar as duas simulações pode-se observar um comportamento de


overload mais aproximado, devido uma diferença menor entre as simulações. Na
tabela 8 é possível analisar os resultados da terceira e quarta simulação. A quarta
simulação representa um aumento de 17,39% de potência instalada em relação a
terceira simulação e um overload de 18,8% sobre o limite operacional do inversor
analisado.

Tabela 8: Comparação da geração simulada entre os sistemas com inversor de 60 kW

Geração real Geração real


Mês % de ganhos
60,72 kWp(kWh) 71,28 kWp (kWh)
Janeiro 7.957,7 8.780,4 10,34%
Fevereiro 6.889,1 7.622,4 10,64%
Março 6.891,2 7.860,1 14,06%
Abril 6.039,3 6.991,8 15,77%
Maio 5.247,7 6.160,0 17,38%
Junho 4.469,8 5.247,2 17,39%
Julho 4.926,3 5.783,0 17,39%
Agosto 5.934,6 6.939,9 16,94%
Setembro 5.404,7 6.344,6 17,39%
Outubro 6..462,8 7.568,3 17,11%
Novembro 7.677,6 8.454,6 10,12%
Dezembro 8.189,9 8.987,2 09,74%
Média 6.340,9 7.228,29 13,99%
Somatório de geração anual 76.090,7 86.739,5 13,99%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Como apresentado na tabela, três meses apresentaram resultados iguais a


quantidade de overload aplicada nas análises, um mês a mais que na primeira
comparação, pode-se verificar também que as variações entre os ganhos por uso de
60

overload tiveram variações menores entre os meses, a geração média e o somatório


das gerações equivalem a 13,99% que representa um ganho razoável, se
comparado com as porcentagens obtidas na primeira comparação. Em relação a
quantidade de overload aplicado com os ganhos obtidos há valores mais próximos, o
que representa uma eficiência melhor do uso dessa prática. Ao sobrepor os gráficos
apresentados entre as gerações obtidas nas simulações pode-se observar o
comportamento dos resultados, exposto através do gráfico 6.

Gráfico 6: Comparação entre os resultados obtidos nas simulações

Capacidade de geração com e sem overload x horários em janeiro Capacidade de geração com e sem overload x horários em fevereiro
120.00% 120.00%

100.00% 100.00%

80.00% 80.00%

60.00% 60.00%

40.00% 40.00%

20.00%
20.00%

0.00%
0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Geração total 71,28 kWp
Geração total 71,28 kWp
Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp
Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em abril


Capacidade de geração com e sem over-
120.00%
load x horários em março
120.00% 100.00%

100.00%
80.00%
80.00%
60.00%
60.00%
40.00%
20.00% 40.00%
0.00%
20.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Geração total 71,28 kWp Geração real 71,28 kWp
Geração total 71,28 kWp
Geração real 60,72 kWp Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em junho


90.00%

80.00%

70.00%

60.00%

50.00%

40.00%

30.00%

20.00%

10.00%

0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total 71,28 kWp Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp
61

Capacidade de geração com e sem overload x horários em agosto


Capacidade de geração com e sem over-
load x horários em maio 100.00%

100.00%
80.00%
80.00%
60.00% 60.00%

40.00%
40.00%
20.00%
0.00% 20.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
0.00%
Geração total 71,28 kWp 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp Geração total 71,28 kWp Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em outubro


Capacidade de geração com e sem over-
load x horários em julho 100.00%

100.00% 80.00%
80.00%
60.00%
60.00%
40.00% 40.00%
20.00%
0.00% 20.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0.00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Geração total 71,28 kWp
Geração total 71,28 kWp
Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp

Capacidade de geração com e sem overload x horários em novembro Capacidade de geração com e sem overload x horários em dezembro
120.00% Capacidade de geração com e sem over- 120.00%
load x horários em setembro
100.00% 100.00%
100.00%
80.00%
80.00% 80.00%

60.00%
60.00% 60.00%

40.00%
40.00% 40.00%
20.00%
20.00% 20.00%
0.00%
0.00% 0.00%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Geração total
Geração 71,28
total 71,28 kWp kWp Geração total 71,28 kWp
Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp
Geração real 71,28 kWp Geração real 60,72 kWp
62

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Em todas as comparações apresentadas pode-se identificar que o sistema


com overload aplicado demonstra um pequeno ganho de geração a partir das
primeiras horas do dia, perdurando nas horas finais do dia, igual à comparação entre
a primeira e segunda análise, entretanto, pode-se verificar que as perdas existentes
nessa comparação são relativamente menores, em relação com a comparação
anterior.

3.2 RESULTADOS REAIS

Através de dados de usinas reais instaladas, fornecidas pela empresa


tubaronense de energia solar Reevisa Energia Solar, é possível comparar os dados
obtidos nas simulações com casos reais.

3.2.1 PRIMEIRA ANÁLISE

A primeira comparação é entre a simulação de 4,4 kWp com um sistema


instalado com a mesma quantidade de potência. Pode-se verificar na tabela 9 os
dados obtidos a partir do histórico de geração em comparação com os dados da
simulação.

Tabela 9: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 4,4 kWp

Mês Geração simulação (kWh) Geração real (kWh) Diferenças %


Janeiro 607,5 519 -17,05%
Fevereiro 523,8 585 10,46%
Março 523,4 485 -7,92%
Abril 458,7 522 12,13%
Maio 398,5 477 16,46%
Junho 339,5 300 -13,17%
63

Julho 374,1 506 26,07%


Agosto 450,7 361 -24,85%
Setembro 410,5 389 -5,53%
Outubro 490,8 449 -9,31%
Novembro 587,4 521 -12,74%
Dezembro 629,6 491 -28,23%
Média 482,86 467,08 -3,40%
Somatório de geração anual 5.794,4 5.605 -3,38%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

A primeira comparação demonstra resultados bem diferentes ao decorrer do


ano, apresentando variações de -24,85% no mês de agosto, o pior dos casos, até
26,07% no mês de julho o mês mais promissor. Essa variação pode ser atribuída a
variação sazonal presente ao decorrer dos meses, como dias chuvosos. No geral a
média representou uma variação de -3,40%, valor muito próximo do obtido em
simulações com situações ideais. Pode-se verificar na figura que até em dias com
uma geração perto dos parâmetros ideais o sistema apresenta alguma variação na
geração, esse problema pode ser resultado de diversos fatores passiveis de casos
reais.

Figura 21: Geração real do sistema de 4,4 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


64

3.2.2 SEGUNDA ANÁLISE

A segunda comparação é entre a simulação de 7,04 kWp com um sistema


instalado com a mesma quantidade de potência. Pode-se verificar na tabela 10 os
dados obtidos a partir do histórico de geração em comparação com os dados da
simulação.
Tabela 10: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 7,04 kWp

Mês Geração simulação (kWh) Geração real (kWh) Diferenças %


Janeiro 847,9 780 -8,71%
Fevereiro 739,8 863 14,28%
Março 761,7 695 -9,60%
Abril 685,2 634 -8,08%
Maio 629,3 523 -20,33%
Junho 543,0 367 -47,96%
Julho 598,6 556 -7,66%
Agosto 686,3 509 -34,83%
Setembro 649,2 593 -9,48%
Outubro 748,7 727 -2,98%
Novembro 815,7 864 5,59%
Dezembro 862,7 857 -0,67%
Média 714,0 664 -7,53%
Somatório de geração anual 8.568,0 7968 -7,53%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Na segunda comparação verifica-se que há uma maior discrepância entre


os resultados obtidos, com o melhor resultado, no mês de fevereiro com 14,28% de
geração real em relação a simulação, e no pior caso, -47,96% de diferença no mês
de junho. Tanto a média, quanto a somatória apresentaram a mesma variação de -
7,53%. Novamente pode-se atribuir a diferença da simulação para a instalação real
devida a intempéries, podendo ser também causado devido problemas de instalação
ou do equipamento. Na figura 21 pode-se verificar o aspecto principal do uso do
overload, o corte de geração ao atingir o limite operacional do inversor, que ocorre
pouco após às 9h da manhã, perdurando até pouco mais de 14h. Igualmente
verificado na figura 21, a figura 22 apresenta cortes na geração ao decorrer do dia,
sem causas analisadas. Há chances de que, caso não existissem esses cortes a
geração real da usina fosse superior aos dados analisados.
65

Figura 22: Geração real do sistema de 7,04 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

3.2.3 TERCEIRA ANÁLISE

A terceira comparação é entre a simulação de 60,72 kWp é um sistema


instalado com a mesma quantidade de potência. Pode-se verificar na tabela 11 os
dados obtidos a partir do histórico de geração em comparação com os dados da
simulação.

Tabela 11: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 60,72 kWp

Mês Geração simulação (kWh) Geração real (kWh) Diferenças %


Janeiro 7.957,7 6.710 -18,59%
Fevereiro 6.889,1 4.940 -39,46%
Março 6.891,2 7.830 11,99%
Abril 6.039,3 6.760 10,66%
Maio 5.247,7 6.310 16,84%
Junho 4.469,8 4.480 0,23%
Julho 4.926,3 4.830 -1,99%
Agosto 5.934,6 5.770 -2,85%
Setembro 5.404,7 4.950 -9,19%
Outubro 6..462,8 6.740 4,11%
Novembro 7.677,6 6.370 -20,53%
Dezembro 8.189,9 6.240 -31,25%
Média 6.340,9 5.994,16 -5,78%
66

Somatório de geração anual 76.090,7 71.930,0 -5,78%


Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Na terceira comparação verifica-se novamente a existência de uma


discrepância entre os resultados obtidos, principalmente entre os meses do solstício
de verão. Em fevereiro observa-se o pior resultado obtido, com -39,46% de geração
real em relação a simulação, e enquanto maio fica 16,84% acima do valor simulado.
Tanto a média, quanto a somatória apresentaram a mesma variação de -5,78%.
Novamente pode-se atribuir a diferença da simulação para a instalação real devida a
intempéries, neste caso, como trata-se de uma instalação em estrutura de solo, além
dos problemas relacionados anteriormente nas outras comparações, pode haver
falhas na comunicação do inversor com o sistema de monitoramento, devido falhas
de rede wifi ou demais problemas. Na figura 23 pode-se verificar diversos cortes
ocorridos durante o monitoramento, desta maneira, caso estes cortes não
existissem, e o sistema fosse mais consistente, os resultados reais poderiam ser
superiores aos simulados, em condições ideais. As capturas diferentes são
resultadas a atualizações distintas do software de monitoramento usados em cada
usina.

Figura 23: Geração real do sistema de 60,72 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


67

3.2.4 QUARTA ANÁLISE

A quarta comparação é entre a simulação de 71,28 kWp é um sistema


instalado com a mesma quantidade de potência. Pode-se verificar na tabela 12 os
dados obtidos a partir do histórico de geração em comparação com os dados da
simulação.

Tabela 12: Comparação entre simulação e instalação real de sistema de 71,28 kWp

Mês Geração simulação (kWh) Geração real (kWh) Diferenças %


Janeiro 8.780,4 7.078 -24,05%
Fevereiro 7.622,4 6.878 -10,82%
Março 7.860,1 4.256 -84,68%
Abril 6.991,8 7.135 2,01%
Maio 6.160,0 8.522 27,72%
Junho 5.247,2 6.106 14,06%
Julho 5.783,0 6.532 11,47%
Agosto 6.939,9 7.584 8,49%
Setembro 6.344,6 6.717 5,54%
Outubro 7.568,3 8.879 14,76%
Novembro 8.454,6 8.040 -5,16%
Dezembro 8.987,2 7.601 -18,24%
Média 7.228,29 7.110,66 -1,65%
Somatório de geração anual 86.739,5 85.328,0 -1,65%
Fonte: Elaboração dos autores. (2021)

Na quarta comparação o ponto que mais chama atenção é a diferença


verificada no mês de março, onde o valor simulado é quase o dobro que o valor
monitorado, esse caso provavelmente explica-se por alguma falha no sistema de
monitoramento ou do equipamento da usina em si, o fato é que, caso o resultado de
março fosse próximo do esperado a geração real seria maior que a simulada em
software, portanto, assegurando uma faixa de utilização da prática de overload.
Apesar das variações existentes, a usina demonstrou-se muito mais eficiente nos
meses de inverno, compensando todas as perdas encontradas nos meses de verão.
Assumindo que o pior resultado, -84,68%, o mês de março, seja resultado de
alguma problemática técnica, o segundo pior resultado foi encontrado no mês de
janeiro com -24,05% de diferenças, em maio, encontra-se o melhor resultado com
68

27,72% a mais de geração em relação com o valor simulado. A variação média e a


somatória anual tiverem diferença de -1,65%, valor totalmente influenciado pelo
baixo valor verificado em março. Na figura 24 verifica-se um dia de geração nesta
usina, que não apresenta cortes significativos no dia capturado.

Figura 24: Geração real do sistema de 71,28 kWp

Fonte: Elaboração dos autores. (2021)


69

4 CONCLUSÃO

Em decorrência do aumento da demanda em relação à procura da instalação


de sistemas fotovoltaicos e de seu preço que ainda se encontra relativamente
elevado, o overload (sobrecarga dos inversores) se tornou uma prática comum para
tentar obter o máximo de geração para um determinado inversor de um sistema
durante o ano.
Este trabalho apresentou a simulação e os valores de geração na prática de
alguns sistemas fotovoltaicos instalados a aproximadamente 12 meses, com e sem
a aplicação do overload, utilizando simulações no software SOLergo e o site de
monitoramento da Renovigi, fazendo a comparação entre os valores de geração
simulados com os valores reais gerados, para mostrar se a geração real de sistemas
com sobrecarga realmente se sobressai em relação a sistemas sem sobrecarga.
Como apresentado no decorrer do trabalho, alguns fatores como irradiação
solar da localidade, problemas na instalação, problemas com monitoramento e
posicionamento dos módulos fotovoltaicos podem interferir na análise dos sistemas
para verificar os efeitos da aplicação do overload, mas mesmo com estes requisitos
foi possível analisar e apresentar alguns pontos relevantes.
Ao comparar a simulação com a geração em um inversor de 5 kW, sem
overload aplicado, foi obtido uma geração anual simulada de 5.794,4 kWh e geração
real de 5.605 kWh, com uma diferença de -3,38%. Para o mesmo inversor, porém
com sobrecarga foi obtido uma geração anual simulada de 8.568,0 kWh e geração
real de 7.968 kWh, com uma diferença de -7,53%. Sendo assim, foi possível
observar que a sobrecarga aplicada em excesso permite que o sistema tenha uma
maior geração de energia, porém com uma menor eficiência. Há a possibilidade de
que os valores de geração real sejam mais próximos do simulado, pelo fato de que é
possível que haja falhas técnicas, climáticas ou de monitoramento.
Ao utilizar um inversor de 60 kW sem aplicar sobrecarga, foi obtido uma
geração anual simulada de 76.090,7 kWh e geração real de 71.930,0 kWh, com uma
diferença de -5,78%. Para o mesmo inversor, porém com sobrecarga (menor do que
o overload do inversor anterior) foi obtido uma geração anual simulada de 86.739,5
kWh e geração real de 85.328,0 kWh, com uma diferença de -1,65%. Para este
70

inversor, sem desconsiderar que os valores de geração reais podem estar mais
próximos dos simulados devido a possíveis falhas técnicas, verificou-se em relação
ao inversor anterior que aplicando uma sobrecarga menos elevada, além de obter
uma geração maior em relação ao sistema que foi utilizado um inversor de 60 kW
sem overload, tem uma melhor eficiência.
Portanto, o overload representa uma prática rentável para nossa região,
aumentando consideravelmente a geração estimada para o inversor atrelado a um
baixo custo de implementação, visto que, essa prática consiste na instalação de
mais módulos fotovoltaicos, não acarretando gastos extras com proteções,
inversores e cabeamento. Vale ressaltar que, como constatado nas simulações, há
faixas mais interessantes para instalação do overload, que resultariam num melhor
aproveitamento da prática, o que não significa que a aplicação maior dessa ação
seja um ponto negativo, ele vai gerar mais energia em comparação com casos de
instalação sem uso da prática, mas também vai perder mais energia ao decorrer do
ano.
71

REFERÊNCIAS

CRESESB (Brasil) (org.). Centro de Referência para Energia Solar e Eólica


Sérgio Brito. 2021. Disponível em: http://www.cresesb.cepel.br. Acesso em: 06 nov.
2021.

FRAUNHOFER INSTITUTE FOR SOLAR ENERGY SYSTEMS (org.). Photovoltaics


Report. Freiburg: ISE, 2020. 50 slides, color. Disponível em:
https://www.ise.fraunhofer.de/content/dam/ise/de/documents/publications/studies/
Photovoltaics-Report.pdf. Acesso em: 30 abr. 2021.

GROTH, Júlio Augusto. Usina de Geração Fotovoltaica: custo de implementação,


operação e taxa de retorno do investimento. 2013. 121 f. TCC (Graduação) - Curso
de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/96209. Acesso em: 03 maio 2021.

GONZALEZ, Carlos. Four-Junction Solar Cell Boosts Efficiency to 45.7%: 2015.


Disponível em: https://www.machinedesign.com/automation-iiot/batteries-power-
supplies/article/21831821/fourjunction-solar-cell-boosts-efficiency-to-457. Acesso
em: 18 maio 2021.

JÄGER-WALDAU, Arnulf. PV status report 2016. 2. ed. Luxembourg: Joint


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