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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA

Avaliação do Impacto da Inserção de Fontes de Energia Eólica no


Controle Automático de Geração (CAG)

Braen Gleiser Araujo


Gabriel José Ferreira Ferraz

Itajubá, setembro de 2018


UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ


INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA

Braen Gleiser Araujo


Gabriel José Ferreira Ferraz

Avaliação do Impacto da Inserção de Fontes de Energia Eólica no


Controle Automático de Geração (CAG)

Monografia apresentada ao Instituto de


Sistemas Elétricos e Energia, da
Universidade Federal de Itajubá, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Maurício Campos Passaro

Itajubá, setembro de 2018


UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Agradecimentos
Agradecemos aos familiares e amigos, que nunca negaram palavras de força,
incentivo e otimismo ao longo da jornada acadêmica. Aos professores, nosso muito obrigado
pelo conhecimento transmitido, confiança e compreensão.

Somos especialmente gratos ao Prof. Dr. Maurício Campos Passaro, responsável pela
orientação do nosso projeto. Obrigado por esclarecer dúvidas, ser atencioso e compartilhar
seu tempo e experiência conosco.

À instituição Universidade Federal de Itajubá, nosso obrigado por oferecer um


ambiente de estudo agradável, motivador e repleto de oportunidades ao longo da nossa
formação.
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Resumo
A energia eólica é considerada limpa e renovável, ou seja, não ocorre a emissão de poluentes
no meio ambiente. A mesma é obtida através do movimento de massas de ar que é captado
por hélices ligadas a geradores. Com isso, esta energia depende da ocorrência de vento em
densidade e velocidades ideais. Tais parâmetros sofrem variações significativas no decorrer
do dia. Assim sendo, isto pode interferir na programação de geração proposta pela área de
planejamento da operação das empresas concessionárias de energia elétrica. Desta forma, ao
se utilizá-la pode-se ocorrer um impacto direto no Controle Automático de Geração (CAG).
Para isso, serão feitas simulações em programas de análise de fluxo de potência e transitórios
eletromecânicos para avaliar a consequência da inserção das fontes renováveis no CAG, bem
como sua possível utilização para este fim. Diante disso, variações maiores na frequência e
no tempo de acomodação para o sistema se estabilizar foram analisadas.

Palavras chave: CAG; Fluxo de Potência; Energia Eólica.


UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Abstract
Wind energy is considered clean and renewable, in other words, there is no pollutants
emission. This energy is obtained through the movement of air masses that is picked up by
propellers connected to generators and depends on the occurrence of wind in density and
ideal velocities. These parameters have significant variations throughout the day. Therefore,
this may interfere in the generation schedule proposed by the planning area in operation of
the electric power concessionaires companies. Thus, when using it, it can occur a direct
impact on Automatic Generation Control (CAG). To that, simulations will be made in power
flow and electromechanical transients programs to evaluate the consequence of renewable
sources insertion in CAG, as well as its possible use for this purpose.
Greater variations in frequency and accommodation time for the stabilizing system were
analyzed.

Key words: CAG; Wind Energy; Power Flow.


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Lista de Figuras

Figura 1: Representação do Sistema Elétrico de Potência ............................................. 14


Figura 2: Curva de carga do dia 18/02/2013 ± 78032 MW ............................................ 15
Figura 3: Curva representativa da variação da carga com a frequência ......................... 16
Figura 4: Exemplo de Regulador de Velocidade ............................................................ 17
Figura 5: Esquema físico do Regulador Isócrono .......................................................... 18
Figura 6: Função de Transferência do Regulador Isócrono ........................................... 19
Figura 7: Esquema físico do Regulador com Queda de Velocidade .............................. 20
Figura 8: Função de Transferência do Regulador com Queda de Velocidade ............... 20
Figura 9: Esquema físico do Regulador com Queda de Velocidade e Estatismo
transitório ........................................................................................................................ 21
Figura 10: Função de Transferência do Regulador com Queda de Velocidade e
Estatismo Transitório...................................................................................................... 22
Figura 11: Exemplo de Área de Controle ....................................................................... 23
Figura 12: Sistema Interligado ....................................................................................... 23
Figura 13: Esquema Físico do Regulador de Velocidade com Speed Changer ............. 25
Figura 14: Evolução da Energia Eólica no Brasil (MW) ............................................... 26
Figura 15: Distribuição da Energia Eólica no Brasil ...................................................... 27
Figura 16: Matriz Energética Instalada no Brasil (2009) ............................................... 27
Figura 17: Matriz Energética no Brasil (2013)............................................................... 28
Figura 18: Matriz Energética no Brasil (2018)............................................................... 28
Figura 19: Componentes de um aerogerador.................................................................. 29
Figura 20: Turbinas de eixo vertical ............................................................................... 30
Figura 21: Turbina de eixo horizontal ............................................................................ 30
Figura 22: Sistema Unifilar Brazilian Birds ................................................................... 31
Figura 23: Diagrama de Blocos do CAG ....................................................................... 35
Figura 24: Cálculo do Erro de Frequência ..................................................................... 36
Figura 25: Cálculo do Erro de Intercâmbio .................................................................... 36
Figura 26: Repartição de Potência Ativa e Participação dos Geradores ........................ 37
Figura 27: Formação do Sinal do CAG .......................................................................... 38
Figura 28: Sistema com participação de Eólica ............................................................. 40
Figura 29: Barra Garça ................................................................................................... 41
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Figura 30: Barra Coruja .................................................................................................. 41


Figura 31: CAG Modo FF ± Gráfico de Frequência ...................................................... 43
Figura 32: CAG Modo FF ± Gráfico do Erro de Intercâmbio ........................................ 44
Figura 33: CAG Modo FTL ± Gráfico de Frequência .................................................... 44
Figura 34: CAG Modo FTL ± Gráfico do Erro de Intercâmbio ..................................... 45
Figura 35: CAG Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico de Frequência ....... 46
Figura 36: CAG Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico do Erro de
Intercâmbio ..................................................................................................................... 46
Figura 37: Potência Mecânica ± Sistema sem participação de Eólica............................ 47
Figura 38: Potência Mecânica ± Sistema com participação de Eólica ........................... 47
Figura 39: Potência Mecânica das Unidades Eólicas ..................................................... 48
Figura 40: CAG Modo FF ± Gráfico de Frequência ...................................................... 48
Figura 41: CAG Modo FTL ± Gráfico de Frequência .................................................... 49
Figura 42: CAG Modo FTL ± Gráfico do Erro de Intercâmbio ..................................... 49
Figura 43: CAG Modo TLB ± Gráfico de Frequência ................................................... 50
Figura 44: CAG Modo TLB ± Gráfico do Erro de Intercâmbio..................................... 50
Figura 45: Variação de Carga no Modo FF ± Gráfico de Frequência ............................ 51
Figura 46: Variação de Carga no Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico de
Frequência ...................................................................................................................... 51
Figura 47: Variação de Carga no Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico do
Erro de Intercâmbio ........................................................................................................ 52

Figura B 1: Regulador de Tensão ................................................................................... 63


Figura B 2: Regulador de Tensão da Usina de Sabiá ..................................................... 63
Figura B 3: Regulador de Velocidade ............................................................................ 64
Figura B 4: Estabilizador - PSS ...................................................................................... 64
Figura C 1: Carga Pesada................................................................................................68
Figura C 2: Carga Leve...................................................................................................68
Figura C 3: Controle Automático de Geração................................................................69
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Lista de Tabelas
Tabela 1: Potências Ativa e Reativa nos barramentos da Área B .................................. 33
Tabela 2: Potências Ativa e Reativa nos barramentos da Área A .................................. 34
Tabela 3: Dados do Sistema Teste.................................................................................. 39
Tabela 4: Estatismo das Áreas ........................................................................................ 42
Tabela 5: Valores de Bias Adotados .............................................................................. 45

Tabela A 1: Dados das Linhas de Transmissão..............................................................60


Tabela A 2: Dados das Linhas de Transmissão entre barramentos................................60
Tabela A 3: Dados de transformadores de dois enrolamentos......................................61
Tabela A 4: Dados de transformadores de três enrolamentos.......................................61
Tabela A 5: Dados da compensação paralela................................................................61
Tabela A 6: Dados da compensação série.....................................................................62
Tabela A 7: Dados de cargas (carga pesada)................................................................62
Tabela A 8 Dados de máquinas síncronas (regime permanente)..................................62
Tabela A 9: Dados de máquinas síncronas (regime transitório)...................................62

Tabela B 1: Dados do Regulador de Tensão................................................................63


Tabela B 2: Dados do Regulador de Velocidade.........................................................63
Tabela B 3: Dados do Estabilizador PSS.....................................................................64
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Lista de Abreviaturas e Siglas


ANAREDE Análise de Rede
ANATEM Análise de Transitórios Eletromecânicos
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
B Bias
BB Sistema Teste Brazilian Birds
ȕ Característica Natural da Área
CAG Controle Automático de Geração
CDU Controladores definidos pelo usuário
CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
D Coeficiente de Amortecimento
ECA Erro de Controle de Área
FF Flat-Frequency
FTL Flat-Tie-Line
R Estatísmo do Regulador de Velocidade
RP Regime Permanente
SEP Sistema Elétrico de Potência
TLB Tie-Line-Bias
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

1.1 Importância do Tema .......................................................................................... 12

1.2 Problematização ................................................................................................. 13

1.2 Objetivos ............................................................................................................ 13

1.3 Organização do texto .......................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 14

2.1 Sistemas de Potência com Controle Automático de Geração ............................ 14

2.1.1 Regulação Própria ................................................................................... 15


2.1.2 Objetivos do Sistema de Controle ........................................................... 16
2.1.3 Regulação Primária ................................................................................. 17
2.1.4 Áreas de Controle .................................................................................... 22
2.1.5 Sistemas Interligados............................................................................... 23
2.1.6 Regulação Secundária ............................................................................. 24
2.2 Energia Eólica .................................................................................................... 25

2.2.1 Aerogeradores ......................................................................................... 29


2.3 Sistema Teste Brazilian Birds ............................................................................ 31

3 TESTES E RESULTADOS .................................................................................................. 33

3.1 Dados do Sistema Teste ..................................................................................... 33

3.2 CAG Implementado ........................................................................................... 35

3.3 Cenários Analisados ........................................................................................... 38

3.4 Cálculos da característica das áreas .................................................................... 42

3.5 Simulações no ANATEM .................................................................................. 43

3.5.1 Análise da Situação de Carga Pesada ...................................................... 43


3.5.2 Análise da Situação de Carga Leve ......................................................... 48
3.5.3 Avaliação do Desempenho do CAG - Patamares de Carga .................... 50
4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 53

5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 55
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ANEXO I ANATEM ............................................................................................................... 57

ANEXO 2 ANAREDE ............................................................................................................ 59

ANEXO 3 DADOS DO BRAZILIAN BIRDS ........................................................................ 60

ANEXO 4 DADOS DOS REGULADORES DE TENSÃO, VELOCIDADE E


ESTABILIZADOR ............................................................................................... 63

ANEXO 5 CAG ....................................................................................................................... 65

ANEXO 6 ADEQUAÇÕES NAS SIMULAÇÕES ................................................................ 68


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1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro capítulo será abordada a relevância de se avaliar o impacto que a
inserção de fontes renováveis pode causar no Controle Automático de Geração. Os objetivos
da monografia e sua estrutura também serão retratados.

1.1 Importância do Tema

Com o crescimento da demanda de energia elétrica, mostrou-se necessário a inserção


de novos meios para a geração de energia. Tendo em vista o atual avanço tecnológico, novas
alternativas vêm sendo estudadas para suprir as necessidades desse setor. Áreas que antes
eram desfavorecidas pela ausência de rios ou mananciais desenvolveram-se explorando
outras alternativas. Assim, como existe uma grande incidência de vento nas regiões Nordeste
e Sul, o governo passou a investir mais recursos em Usinas Eólicas. Desta forma, sua
participação na atual matriz energética brasileira vem aumentando.

Assim sendo, o avanço nestes estudos é acompanhado pelo surgimento de novas


centrais energéticas. As mesmas contêm fontes renováveis que impactam diretamente no
Sistema Elétrico de Potência (SEP). Tendo em vista que o sistema busca se manter em
condições ideais de funcionamento, faz-se necessário um controle mais refinado, pois
determinadas fontes apresentam geração intermitente.

A operação do SEP deve se adequar de modo que apresente confiabilidade, qualidade,


segurança, estabilidade, entre outras características necessárias para seu funcionamento.
Desta forma, o SEP deve atender o consumidor de eletricidade de forma contínua, sob um
custo mínimo e dentro um padrão de tensão e frequência (Hz). A carga deste sistema, ou seja,
a quantidade de energia elétrica utilizada pelos consumidores residenciais e industriais, não
se mantém constante no decorrer do dia, pois depende de fatores tais como o horário (período
de ponta ou fora de ponta), temperatura, datas festivas, entre outros.

O equilíbrio entre carga e geração é sempre alterado e, consequentemente, a


frequência se altera a cada instante. Diante disso, há a necessidade de retorná-la ao valor
nominal. Assim sendo, esse desequilíbrio é evitado se o sistema contar com um sistema de
controle adequado. Para isso, o mecanismo possui a regulação primária e secundária.

Utilizando-se apenas a regulação primária, o sistema será estável, porém pode não
estar operando em condições nominais (f<60Hz). Assim, necessita-se de uma nova regulação,
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UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

denominada regulação secundária ou Controle Automático de Geração. O CAG tem como


objetivo controlar a frequência, de forma que a mesma possua um erro nulo em regime
permanente. Esta fase é bem mais lenta do que a primeira, pois a redistribuição de carga entre
as unidades geradoras não deve causar impactos significativos na operação do sistema.

1.2 Problematização

A energia eólica apresenta uma geração variável, pois depende diretamente da


incidência de vento, que é um fenômeno de natureza intermitente. No período noturno uma
parcela maior de potência é gerada a partir desta matriz energética. Desta forma, é possível
desligar algumas unidades geradoras, por exemplo, hidráulicas, para compatibilizar a carga
com a geração. Assim sendo, a natureza intermitente da geração eólica provoca a necessidade
de atuação do controle automático de geração não só para as variações normais de carga, mas
também para compensar esta intermitência.

1.2 Objetivos

A monografia tem por objetivo avaliar o impacto das fontes renováveis sobre o CAG.
Nesse sentido, serão realizadas simulações nos programas Análise de Rede (ANAREDE) e
Análise de Transitórios Eletromecânicos (ANATEM) para se obter a resposta do sistema. Os
resultados encontrados serão analisados, de modo que, se possa compreender como o sistema
abordado reage à inserção de diferentes formas de geração. Desta forma, para que as
simulações possam ser realizadas, foi adotado o Sistema Teste Brazilian Birds, com
participação de energia eólica nas áreas de controle, para que se possa ter uma melhor
compreensão do impacto causado, já que a mesma não apresenta geração constante.

1.3 Organização do texto

A monografia é composta por quatro capítulos, em que serão abordados os


conhecimentos necessários para o estudo, a metodologia utilizada e os resultados e
conclusões encontradas. No segundo capítulo será abordada a fundamentação teórica
necessária para uma melhor compreensão do tema, aprofundando os conceitos sobre a
regulação do sistema e sobre energia eólica. Já o terceiro capítulo conterá os testes realizados,
os resultados encontrados, a avaliação dos resultados encontrados e a viabilidade do uso das
fontes renováveis no SEP. Por fim, no quarto capítulo serão apresentadas as conclusões
alcançadas com esta monografia.
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UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo, os principais conceitos teóricos abordados serão explicados
detalhadamente. Entre os mesmos, encontram-se a definição de um Sistema Elétrico de
Potência, a explicação do funcionamento de um Controle Automático de Geração, a
apresentação do Sistema Teste Brazilian Birds e um estudo sobre a geração de energia eólica.

2.1 Sistemas de Potência com Controle Automático de Geração

Sistemas Elétricos de Potência são grandes sistemas de energia que englobam a


geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Assim sendo, a geração é a etapa de
obtenção e transformação da energia oriunda de fontes primárias. Já a transmissão, é o passo
em que a energia é conduzida do seu local de produção até os centros de consumo. Por fim, a
distribuição é a etapa em que a tensão é reduzida para níveis mais seguros nas subestações. A
Figura 1 mostra uma ilustração do SEP:

Figura 1: Representação do Sistema Elétrico de Potência

Fonte: www.treinamentonr10.com

Assim sendo, o SEP tem como objetivo final básico atender de forma contínua ao
consumidor de eletricidade, sob um custo mínimo e dentro um padrão de qualidade para a
tensão e frequência.

14
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Desta forma, para que a frequência permaneça em seu valor nominal, que é 60 Hz no
Brasil, o valor gerado de energia elétrica deve ser compatível com a carga consumida. Caso a
geração seja menor que a carga, existirá um déficit de energia e a frequência diminuirá. Já a
situação inversa, ou seja, em que a carga é menor que a geração, a frequência aumentará.

Porém, ao longo do dia a carga apresenta variações, podendo alternar entre o período
de carga leve, média ou pesada. A Figura 2 apresenta uma curva de carga real:

Figura 2: Curva de carga do dia 18/02/2013 ± 78032 MW

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

Com isso, o equilíbrio entre a carga e a geração é sempre modificado, surgindo assim
uma constante necessidade de se restabelecer o estado de equilíbrio original. Diante disso,
deve-se haver um sistema de controle rápido e eficiente responsável por realizar este
reestabelecimento.

2.1.1 Regulação Própria

Quando há um aumento de carga em um barramento de um sistema, inicialmente se


terá um déficit de geração, tal aumento é suprido através da energia cinética das massas
rotativas, o que implica em uma redução da frequência. As cargas do sistema também variam
com a frequência, o que mostra a capacidade do sistema de alcançar um novo estado de
equilíbrio, ou de se auto regular.

15
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

A característica do sistema de auto regular-se é chamada de Regulação Própria do


sistema, a mesma é expressa através de um parâmetro (D), chamado de coeficiente de
amortecimento.

Desta forma, este fator de amortecimento pode ser calculado da seguinte maneira:

οܲ‫ܦ‬
‫ ܦ‬ൌ (1)
ο݂
Sendo:

 οܲ‫ = ܦ‬Montante de variação da carga;


 ο݂ = Variação da frequência do sistema;
 ‫ = ܦ‬Variação da carga com a frequência.

Com isso, a Figura 3 representa o parâmetro (D) graficamente:

Figura 3: Curva representativa da variação da carga com a frequência

Fonte: Vieira Filho, Xisto. 1984. Operação de Sistemas de Potência com Controle Automático de
Geração,15. Rio de Janeiro: Editora Campus Ltda.

Em um sistema de potência de grande porte, as variações de carga atingem valores


consideráveis. Porém, os valores típicos de D são relativamente baixos, em torno de 1%.
Desta forma, se o sistema dispuser apenas da regulação própria, variações inadmissíveis de
frequência podem surgir.

Assim sendo, para manter a frequência do sistema mais próxima da nominal, surge a
necessidade de um sistema de controle apropriado.

2.1.2 Objetivos do Sistema de Controle

Os principais objetivos de um sistema de controle são:

16
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

 Procurar manter constante a frequência do sistema de potência;


 Procurar manter constantes os intercâmbios de potência ativa;
 Auxiliar, na medida do possível, e de forma adequada, os subsistemas que
estejam eventualmente em uma situação de carência de geração com relação à
sua carga;
 Não prejudicar a estabilidade do sistema elétrico com ajustes inadequados.

2.1.3 Regulação Primária

Apenas a Regulação própria não é suficiente para manter um equilíbrio adequado


entre carga e geração quando surge a ocorrência de impactos de carga. Desta forma, é
necessário algo a mais para auxiliar na condução do sistema a um estado de equilíbrio mais
adequado.

Por esta razão, as unidades geradoras são dotadas de mecanismos de regulação de


velocidade automática. Tais mecanismos aumentam ou diminuem a potência da unidade
quando a velocidade (ou frequência) se afasta dos valores nominais.

Assim sendo, esta regulação automática exercida pelos reguladores de velocidade das
máquinas do sistema é denominada Regulação Primária.

Na Figura 4 encontra-se um exemplo de um regulador de velocidade em conjunto com


uma unidade geradora:

Figura 4: Exemplo de Regulador de Velocidade

Fonte: Museu Natural da Electricidade ± Seia/Portugal


17
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Segundo (Vieira Filho, 1984), alguns fatores podem influenciar no tempo de resposta
dos reguladores de velocidade, como por exemplo, as condições de carga, a configuração da
geração, a intensidade da variação da carga e as características dos reguladores.

Existem diversos modelos de reguladores de velocidade. Alguns deles são:

 Regulador isócrono;
 Regulador com queda de velocidade;
 Regulador com queda de velocidade e estatismo transitório.

2.1.3.1 Regulador Isócrono


Este regulador possui uma tendência de estabilidade precária. Desta forma, não é
utilizado em sistemas interligados, mas é viável em sistemas isolados.

A Figura 5 mostra como é o esquema de funcionamento deste regulador:

Figura 5: Esquema físico do Regulador Isócrono

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

Assim sendo, quando se tem um aumento súbito de carga, a frequência do sistema


elétrico de potência decai, pois a velocidade angular do rotor das unidades geradoras diminui.
Com isso, as esferas indicadas na Figura 5 giram em sincronismo com a turbina. Portanto, a
força resultante exercida sobre as mesmas depende da velocidade de rotação. Diante disso,
para cada valor de frequência, o ponto B estará em uma posição diferente.

18
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Desta forma, considerando-se que a carga no sistema sofre um aumento, a frequência


decairá. Consequentemente, o ponto B irá se elevar devido a força centrífuga das esferas e a
força de atração da mola. Assim sendo, os êmbolos serão deslocados e permitirão uma
injeção de óleo no pistão, aumentando assim a abertura na admissão da turbina. Tal processo
permite que a frequência retorne para o seu valor nominal.

O diagrama de blocos que representa o comportamento deste regulador encontra-se na


Figura 6:

Figura 6: Função de Transferência do Regulador Isócrono

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

Sendo:

 ǻA(s) = variação na abertura da válvula de admissão da turbina [p.u.];


 ǻF(s) = variação na frequência do sistema de potência, ou variação na
velocidade da turbina [p.u.];
 Ki = ganho do regulador de velocidade isócrono.

Pode-se perceber que este regulador se comporta como um integrador matemático,


pois a variação da abertura da válvula de admissão da turbina só será nula, quando a variação
de velocidade for nula.

Entre as principais desvantagens deste regulador, pode-se destacar sua baixa


estabilidade, pois o mesmo não possui realimentação e também o fato de não poder trabalhar
com duas ou mais máquinas em paralelo por não fazer repartição de carga, ou seja, só se pode
operar com uma máquina alimentando as cargas.

2.1.3.2 Regulador com Queda de Velocidade


Inicialmente, este regulador funciona de forma semelhante ao isócrono. Porém,
devido à ligação HGFE, se tem um fechamento parcial no elemento distribuidor. Desta
forma, se atinge o estado final de equilíbrio de forma mais rápida, pois ocorrerá antes da

19
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

frequência atingir seu valor inicial de operação. O esquema de funcionamento deste regulador
está situado na Figura 7:

Figura 7: Esquema físico do Regulador com Queda de Velocidade

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

O diagrama de blocos que representa esse regulador está na Figura 8:

Figura 8: Função de Transferência do Regulador com Queda de Velocidade

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

Sendo:

 ǻ$ V  YDULDomRQDDEHUWXUDGDYiOYXODGHDGPLVVmRGDWXUELQD>SX@

 ǻ) V   YDULDomR QD IUHTXrQFLD GR VLVWHPD GH potência, ou variação na


velocidade da turbina [p.u.];

 T1 = Constante de tempo do regulador;


 R = Regulação de velocidade em regime permanente;

20
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Por ter realimentação, esse regulador é mais rápido e estável que o isócrono.
Entretanto, o mesmo possui um erro final na frequência do sistema. Assim sendo, para
corrigir este erro, o CAG se faz necessário.

Diferente do regulador isócrono, o regulador com queda de velocidade pode trabalhar


com duas ou mais máquinas em paralelo inclusive com repartição adequada de carga entre as
unidades.

2.1.3.3 Regulador com Queda de Velocidade e Estatismo Transitório


O funcionamento deste regulador é semelhante ao do Regulador com Queda de
velocidade, porém ele contém uma nova malha de controle, que é a realimentação transitória
causada pela adição da Câmara de Óleo.

Seu estatismo transitório significa que para desvios rápidos na frequência, se tem uma
alta regulação. Já para variações lentas e no estado de equilíbrio, se tem uma baixa regulação.
A Figura 9 apresenta como é o esquema de funcionamento deste regulador:

Figura 9: Esquema físico do Regulador com Queda de Velocidade e Estatismo


transitório

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

21
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Sendo assim, a ligação I J K L (através da câmara de óleo) determina uma oposição às


variações rápidas na abertura da válvula da turbina, enquanto que a ligação HGFE desenvolve
uma reação às variações mais lentas de abertura.

A Função de Transferência que representa o funcionamento deste regulador encontra-


se na Figura 10:

Figura 10: Função de Transferência do Regulador com Queda de Velocidade e


Estatismo Transitório

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

Sendo:

 R = Regulação de velocidade em regime permanente;


 r = Regulação de velocidade transitória;
 Tt = Constante de tempo associada ao estatismo transitório;
 Tg = Constante de tempo do regulador de velocidade;
 ǻA(s) = variação na abertura da válvula de admissão da turbina [p.u.];
 ǻF(s) = variação na frequência do sistema de potência, ou variação na
velocidade da turbina [p.u.].

Este regulador não possui o inconveniente do Regulador Isócrono, que seria a


impossibilidade de repartição adequada da carga entre as unidades geradoras e sua
estabilidade precária. Porém, possui o mesmo problema do Regulador com Queda de
Velocidade, ou seja, também provoca o problema de desvio da frequência em regime
permanente. O mesmo é utilizado em unidades hidráulicas.

2.1.4 Áreas de Controle

De acordo com (Vieira Filho, 1984), uma área de controle pode ser considerada como
a parte de um sistema de potência na qual os grupos de unidades geradoras respondem às
variações de cargas contidas nesta parte do sistema. Tais áreas devem apresentar um
balanceamento entre carga e geração, possuir linhas de interligação com outras áreas

22
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

operando com folga para auxiliar alguma área carente e se ter coerência entre unidades
geradoras.

Com isso, uma unidade geradora composta por turbinas e reguladores de velocidade,
pode ser simplificada por uma área de controle, indicando assim o fluxo de potência presente
na mesma. A Figura 11 apresenta uma representação de uma área de controle e seu respectivo
IOX[RGHSRWrQFLDFRQWHQGRXPDSRWrQFLDJHUDGD³ܲ௚ ´ e uma potência consumida ³ܲ஼ ´:

Figura 11: Exemplo de Área de Controle

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

2.1.5 Sistemas Interligados

Um Sistema Elétrico de Potência pode ser dividido em diversas áreas de controle


interligadas, cada uma com sua própria carga e geração. Tal conjunto de áreas é denominado
Sistema Interligado.

A Figura 12 exemplifica um Sistema Interligado:

Figura 12: Sistema Interligado

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

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UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Sendo:

 T12 = Intercâmbio (programado) entre as áreas 1 e 2 [MW];


 ǻT12 = Variação da potência de intercâmbio [MW];
 Pg1 = Geração total da área 1 [MW];
 Pg2 = Geração total da área 2 [MW];
 Pc1 = Carga da área 1 [MW];
 Pc2 = Carga da área 2 [MW];
 ǻPc1 = Variação da carga da área 1 [MW].

Desta forma, quando uma determinada área de controle não contém os recursos
próprios de geração para atender sua própria carga, o intercâmbio de potência se faz
necessário.

2.1.6 Regulação Secundária


De acordo (Vieira Filho, 1984), o CAG tem por finalidade garantir o desvio nulo de
frequência ou potência ativa de intercâmbio, ou ambos, de acordo com a modalidade
operativa: As modalidades operativas são descritas abaixo:

 Flat-Frequency (FF) ± tem como objetivo garantir desvios nulos de


frequência;
 Flat-Tie-Line (FTL) ± tem como objetivo garantir desvios nulos de potência de
intercâmbio;
 Tie-Line-Bias (TLB) ± tem como objetivo garantir desvios nulos de frequência
e de potência ativa de intercâmbio.

A modalidade FTL quando empregada em uma área de controle isolada faz o controle
do desvio de frequência, mas não visa manter constante o intercâmbio de potência ativa.
Assim, apresenta um erro de controle de área (ECA) igual à variação da frequência. Desta
forma seu coeficiente de polarização é igual a zero.

De acordo (Cohn, 1957), a modalidade TLB é empregada em áreas de controle


interligadas, em que o controle secundário é responsável por fazer o controle do desvio de
frequência e do intercâmbio de potência ativa. O ECA é dado por:

‫ ܣܥܧ‬ൌ ‫ כ ܤ‬ο݂ ൅  οܶ (2)

24
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Sendo:

 B = Bias;
 ǻI YDULDomRGDIUHTXrQFLD
 ǻ7 YDULDomRGRLQWHUFkPELR de potência.

Para se reestabelecer o valor original de frequência do sistema, é utilizado um


controlador de característica isócrona ou um motor variador de velocidade, conhecido como
Speed Changer. A Figura 13 mostra o esquema do regulador de velocidade com a presença
do Speed Changer.

Figura 13: Esquema Físico do Regulador de Velocidade com Speed Changer

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI

O Speed Changer atua na referência da regulação da velocidade e, consequentemente,


na variação da potência ativa gerada. O mesmo injeta um sinal adicional na referência do
regulador de velocidade, de modo que a frequência se mantenha em valor nominal em regime
permanente.

2.2 Energia Eólica

Com o avanço das redes elétricas novas fontes de energias renováveis foram sendo
estudadas. Desta forma, em um desses estudos se focou na energia provinda das massas de ar.
A energia cinética de translação contida nas massas de ar é convertida em energia cinética de
rotação, com o emprego de aerogeradores, para a geração de energia elétrica.

25
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Mesmo que a energia eólica seja tão antiga quanto à energia hidráulica em finalidades
que envolvem energia mecânica, a mesma só começou a receber investimentos suficientes
para viabilizar o seu desenvolvimento após a crise internacional do petróleo (década de
1970). Recentemente, com os eventuais avanços tecnológicos, houve redução dos custos e
melhora no desempenho e confiabilidade dos equipamentos.

De acordo com (ANEEL, 2005), para que a energia eólica seja considerada
aproveitável, é necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m², a uma altura de
50 m, o que requer uma velocidade mínima de 7 a 8 m/s.

A Figura 14 foi publicada pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para
mostrar o desenvolvimento da energia eólica no país:

Figura 14: Evolução da Energia Eólica no Brasil (MW)

Fonte: www.aneel.gov.br (2018)

Com isso, percebe-se que em dez anos esta fonte de energia cresceu
exponencialmente, conforme os leilões foram sendo ofertados.

A região brasileira que apresenta um maior investimento no setor eólico é o nordeste.


Isto se deve a uma maior incidência de vento neste local. A Figura 15 apresenta a
participação da energia eólica e quantidade de usinas em cada um dos estados brasileiros:

26
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 15: Distribuição da Energia Eólica no Brasil

Fonte: www.aneel.gov.br (2018)

Pode-se observar a evolução da matriz energética brasileira entre 2009 e 2018, para
assim analisar seu crescimento em relação às demais fontes. Assim, a situação de 2009
encontra-se na Figura 16:

Figura 16: Matriz Energética Instalada no Brasil (2009)

Fonte: www.mme.gov.br

Percebe-se que em 2009 a parcela da energia eólica representava apenas 0,4% da


matriz energética brasileira. Já a energia hidrelétrica, que ocupava a maior parte da mesma,
representava 75,23%, ou seja, a energia eólica era quase insignificante.

27
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

2.2.1 Aerogeradores

As turbinas de vento ou aerogeradores são responsáveis por converter a energia


cinética de translação das massas de ar em energia de rotação. Com isso, as mesmas
convertem a energia cinética (mecânica) em energia elétrica. A Figura 19 apresenta um
esquema geral de um aerogerador.

Figura 19: Componentes de um aerogerador

Fonte: www.aneel.gov.br (2006)


29
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

2.2.1 Aerogeradores

As turbinas de vento ou aerogeradores são responsáveis por converter a energia


cinética de translação das massas de ar em energia de rotação. Com isso, as mesmas
convertem a energia cinética (mecânica) em energia elétrica. A Figura 19 apresenta um
esquema geral de um aerogerador.

Figura 19: Componentes de um aerogerador

Fonte: www.aneel.gov.br (2006)


29
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

De acordo com o tipo de rotor, os aerogeradores podem ser divididos em dois tipos,
ou seja, os de eixo horizontal e de eixo vertical. Os mesmos se diferenciam em seu custo de
produção e eficiência

Os aerogeradores de eixo vertical são mais baratos em relação aos de eixo horizontal,
pois o gerador é fixo e apenas seu rotor gira. Desta forma, o desempenho do rotor de eixo
vertical é inferior. Com isso, os rotores de eixo horizontal são mais utilizados por ter uma
maior eficiência, compensando seu custo elevado. Esse tipo de turbina eólica ainda se divide
em rotores de duas, três ou múltiplas pás. As Figuras 20 e 21 representam as turbinas
mencionadas:

Figura 20: Turbinas de eixo vertical Figura 21: Turbina de eixo horizontal

Fonte: www.evolucaoaalp.wordpress.com Fonte: www.energiaeolicabr.blogspot.com.br

As pás da turbina eólica giram com a força do vento, fazendo com que o rotor gire e
transmita a rotação pela caixa multiplicadora ao gerador. Assim, o gerador converte essa
energia mecânica em energia elétrica e a mesma é injetada na rede elétrica do parque eólico.

A potência mecânica extraída do vento pela turbina eólica, tratando-se de estudos


elétricos, é dada por:

ͳ
ܲ௠௘௖ ൌ  ‫ݒ כ ܣ כ ߩ כ‬ௐ ଷ ‫ܥ כ‬௣ (3)
ʹ

30
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Sendo:

 Cp = coeficiente de potência da turbina eólica;


 Ȝ = razão entre a velocidade tangencial da ponta da pá e a velocidade do vento
incidente;
 ȡ = densidade do ar (kg/m³);
 A = área varrida pelo rotor da turbina eólica (m²);
 vw = velocidade do vento incidente na turbina eólica (m/s).

2.3 Sistema Teste Brazilian Birds

O Brazilian Birds é um sistema de potência multimáquina e multibarra composto por


duas áreas A e B, interligadas através de linhas de transmissão em 440 kV. O mesmo tem um
total de 43 barras, 21 linhas e 19 transformadores. Além disso, possui unidades geradoras em
quatro barramentos, sendo eles Canário, Sabiá, Tucano e Gavião. A área A é composta das
barras de Canário, Cardeal, Sanhaço, Curió, Tiziu, Sabiá, Pardal, Azulão, Bicudo e Chopim.
A área B é composta das barras de Tucano, Gavião, Garça, Urubu, Arara, Pelicano e Coruja.
A Figura 22 apresenta este sistema:

Figura 22: Sistema Unifilar Brazilian Birds

Fonte: Notas de aula Operação de Sistemas de Potência - UNIFEI


31
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

O intercâmbio de potência ocorre de B para A, em duas situações:

 Intercâmbio baixo: em torno de 220 a 260 MW;


 Intercâmbio alto: em torno de 400 a 450 MW.

O intercâmbio baixo é a maneira usual de operação do sistema, enquanto o


intercâmbio alto acontece quando a disponibilidade da área A é insuficiente ou as máquinas
da Usina de Canário estão em manutenção e operam com limitação.

O sistema é predominantemente industrial, e podem ser consideradas três opções de


carga:

 Carga pesada: conforme anexo (Tabela A7);


 Carga média: 85% da carga pesada;
 Carga leve: 70% da carga pesada.

Os demais dados deste sistema teste encontram-se em anexo:

32
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

3 TESTES E RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados dos diversos cenários avaliados, tais
como:

 Condições de carga pesada com e sem participação das centrais eólicas na


programação da operação elétrica;
 Condições de carga leve com e sem participação das centrais eólicas na
programação da operação elétrica;

Pretende-se avaliar o impacto da participação dos parques eólicos na operação


elétrica, mais especificamente no Controle Automático de Geração (CAG).

Para o desenvolvimento do estudo, simulações foram realizadas nos programas


ANATEM e ANAREDE, apresentados nos ANEXOS 1 e 2. O sistema teste utilizado é o
Brazilian Birds e encontra-se descrito no subcapítulo 2.3.

3.1 Dados do Sistema Teste

O sistema foi implementado inicialmente de acordo com a Figura 22 e com os dados


apresentados no ANEXO 3. Porém, para um melhor estudo dos cenários avaliados, foram
recalculadas as cargas do sistema.

Assim sendo, os valores das cargas adotadas nas barras da Área B encontram-se na
Tabela 1:

Tabela 1: Potências Ativa e Reativa nos barramentos da Área B

Carga Leve Carga Pesada


Nome Número MW MVAr Nome Número MW MVAr
Arara 224 90 25 Arara 224 128 35
Coruja 240 74 16 Coruja 240 105 23
Urubu 251 65 16 Urubu 251 93 23
Garça 260 98 41 Garça 260 140 58
Total 327 98 Total 466 140
:

Já os valores adotados na Área A estão situados na Tabela 2:

33
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Tabela 2: Potências Ativa e Reativa nos barramentos da Área A

Carga Leve Carga Pesada


Nome Número MW MVAr Nome Número MW MVAr
Cardeal 121 99 33 Cardeal 121 141 47
Sanhaço 140 57 16 Sanhaço 140 82 23
Curio 135 90 33 Curio 135 128 47
Sabia 111 33 8 Sabia 111 47 12
Tiziu 151 131 49 Tiziu 151 187 70
Pardal 161 33 8 Pardal 161 47 12
Azulão 171 33 8 Azulão 171 47 12
Bicudo 181 106 33 Bicudo 181 152 47
Chopin 191 74 16 Chopin 191 105 23
Total 656 204 Total 936 292

Após as devidas alterações no fluxo de potência foi possível representar o CAG no


sistema. Os reguladores de tensão, velocidade e o estabilizador utilizados para o controle
encontram-se no ANEXO 4.

34
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

3.2 CAG Implementado

Como apresentado no subcapítulo 2.1.6, a regulação secundária é responsável por


enviar um sinal para o regulador de velocidade, de modo que se anule o Erro de Controle de
Área. Assim sendo, o diagrama de blocos modelado no ANATEM, através do CDU, para o
CAG encontra-se na Figura 23:

Figura 23: Diagrama de Blocos do CAG


FREF
ENTRAD
(2)
FREF
FERR X1
FMED + #B1 X1
(3) (4) ECA1 ECA1 #Ki +#Kp s IECA1
IMPORT FMED
FERR
X3 + s IECA1
(14) (15)
FREQ,#Loc1 X10
(1)
X7 + X10
(44)
X12
PBSIS X
(46)
X2 X12
X3 21 N
#SW1
(13) ENTRAD
PBSIS
27 PBGER1
19
÷ VCAG1 VCAG1 EXPORT
VCAG,#Loc3
* (48) (50)
37 (16)
ZERO 47
ENTRAD 38
(9) IECA1 X11
ZERO X11
FLXERR
=<0
>0
SELET2
X2
X9 + PBSIS X X13
(45) 16 (47)
(12) X13
FLXREF N
ENTRAD
(6) FLXREF
SL1
PBGER2
25
÷ VCAG2 VCAG2 EXPORT
VCAG,#Loc4
FLXERR (49) (51)
FLXA12 +
(8)

IMPORT FLXMED FLXMED


FLXA,#Loc2 FLXA12 FLXA12 FLXABS FLXABS SL1
(5)
FLXMID + ABS PULSO
(7) (10) (11)
IMPORT FLXMID
FLXA,#Loc5
(52)

IMPORT PE1M
PELE,#Loc3
(17)
PE1M
X4
PBGER1 X X4
N
(20)
PBSIS ÷ PE1 PE1
PE1T
16 (21)
NUGER1 X PE1TX
PBGER1 (22)
ENTRAD 48
*
(19) PE1T +
(32)
PE1ER

IMPORT NUGER1
NUGER,#Loc3
(18) PE1T
PET #Ki1 +#Kp1 s
PET PE1ER X6
PE2T + ALFA1 X PE1TX
s
(29) (34) ZERO
(30) =<0
9 X7
X6 SELET2
>0
(37)

SL2

IMPORT PE2M
PELE,#Loc4
(23)
PE2M X5
N
PBGER2 X X5
PBSIS ÷ PE2

(26)16 (27) PET


PBGER2
ENTRAD
*
(25)
49
ALFA2 X
(31)
PE2TX

ZERO
PE2TX 9 =<0
X9
PE2ER #Ki2 +#Kp2 s X8 X8 SELET2
IMPORT
NUGER,#Loc4
NUGER2
PE2
PE2T + s
>0
(38)
(33) (35)
(24) PE2T PE2ER
NUGER2 X SL2
(28)

PE1T0 SL2
ENTRAD ENTRAD
(39) (36)
PE1T0
N
PET0 ÷ ALFA1

(42)

PET0
ENTRAD
(41)

PE2T0
N
PET0 ÷ ALFA2

PE2T0 (43)
ENTRAD
(40)

O CAG é responsável por ler o valor da frequência no sistema constantemente. Desta


forma, quando surgir um valor diferente de 60 Hz, o devido controle é feito. Para isso,
subtrai-se o valor adquirido pelo nominal, obtendo-se assim o erro de frequência, que é
necessário para o cálculo do ECA, apresentado na Equação 2. O mesmo é multiplicado por
um bias, de forma que apresente a mesma dimensão do ECA. Tal processo pode ser
averiguado na Figura 24:

35
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 24: Cálculo do Erro de Frequência

FREF
ENTRAD
(2) FREF
FERR X1
FMED + #B1
(3) (4)
FERR
IMPORT FMED
FREQ,#Loc1
(1)

Para o cálculo do erro de controle, também é necessário o erro de intercâmbio. Assim


sendo, o CAG recebe os valores do intercâmbio e compara com seu valor referencial. Desta
forma, calcula-se o erro, que é multiplicado por um ganho. Feito isso, o controle e suas
devidas regulações são feitas. Diante disso, como no sistema teste estudado encontram-se
intercâmbios em duas regiões diferentes, os sinais dos mesmos precisaram ser somados. Com
isso, o diagrama de blocos que indica o funcionamento deste processo está na Figura 25, a
seguir.

Figura 25: Cálculo do Erro de Intercâmbio


X2 X3
#SW1
(13)
37
ZERO
ENTRAD 38
(9)
ZERO
=<0
X2
FLXERR SELET2
>0
(12)
FLXREF
ENTRAD
(6) FLXREF
SL1
FLXERR
FLXA12 +
(8)

IMPORT FLXMED FLXMED


FLXA,#Loc2 FLXA12 FLXA12 FLXABS FLXABS SL1
(5)
FLXMID + ABS PULSO
(7) (10) (11)
IMPORT FLXMID
FLXA,#Loc5
(52)

A determinação da participação de cada máquina geradora também é feita, ou seja, o


quanto as mesmas podem fornecer para o sistema. A Figura 26 apresenta como é feito esse
mecanismo:

36
19

37
Trabalho Final de Graduação

25
Figura 26: Repartição de Potência Ativa e Participação dos Geradores

ZERO
9 =<0
X9
X8 SELET2
>0
(38)
SL2
IMPORT PE1M
PELE,#Loc3
(17)
PE1M
X4 X4
PBGER1 X N
(20)
PBSIS ÷ PE1 PE1
PE1T
16 (21)
NUGER1 X PE1TX
PBGER1 (22)
ENTRAD
*
(19) PE1T +
(32)
PE1ER
IMPORT NUGER1
NUGER,#Loc3 ZERO
PE1T 9 =<0
(18) X7
PET #Ki1 +#Kp1 s X6 SELET2
PET PE1ER X6
PE2T + ALFA1 X PE1TX
s
>0
(37)
(29) (34)
(30)
SL2
IMPORT PE2M
PELE,#Loc4
(23)
PE2M X5
N
PBGER2 X X5
PBSIS ÷ PE2
(26)16 (27) PET
PBGER2
ENTRAD
*
(25)
ALFA2 X
(31)
PE2TX
PE2TX
PE2ER #Ki2 +#Kp2 s X8
IMPORT
NUGER,#Loc4
NUGER2
PE2
PE2T + s
(33) (35)
(24) PE2T PE2ER
NUGER2 X
(28)
PE1T0 SL2
ENTRAD ENTRAD
(39) (36)
PE1T0
N
PET0 ÷ ALFA1
(42)
PET0
ENTRAD
(41)
PE2T0
N
PET0 ÷ ALFA2
UNIFEI ± ISEE

PE2T0 (43)
ENTRAD
(40)
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 27: Formação do Sinal do CAG

X1
ECA1 ECA1 #Ki +#Kp s IECA1
X3 + s IECA1
(14) (15)
X10
X7 + X10
(44)
X12
PBSIS X
(46) X12 N
21

ENTRAD
PBSIS
27 PBGER1
19
÷ VCAG1 VCAG1 EXPORT
VCAG,#Loc3
* (48) (50)
(16)
47

IECA1 X11
X11
X9 + PBSIS X X13
(45) 16 (47) X13 N

PBGER2
25
÷ VCAG2 VCAG2 EXPORT
VCAG,#Loc4
(49) (51)

ZERO
9 =<0 X7
X6 SELET2
>0
(37)

ZERO =<0
9 X9 SL2
X8 SELET2
>0
(38)

SL2

Tendo calculado o ECA e a participação dos grupos de geradores, o sistema monta o


sinal VCAG que é exportado para o regulador de velocidade. A Figura 27 apresenta este
processo:

3.3 Cenários Analisados

Com o intuito de melhor observar o impacto das fontes eólicas no sistema de potência,
foram avaliados diferentes cenários de carga. Sendo assim, os seguintes casos foram
adotados:

 Carga Pesada;
 Carga Pesada com participação de Eólica;
 Carga Leve;
 Carga Leve com participação de Eólica.

Para a análise dos sistemas, foram inseridos dois novos geradores na Área B, sendo
ambos hidráulicos para os casos sem eólica, e eólicos quando há participação. Os mesmos
representam 50% e 75% da geração desta área em carga pesada e leve, respectivamente. Os
valores de tensão e potência ativa deste novo modelo encontram-se na Tabela 3:

38
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Tabela 3: Dados do Sistema Teste

Carga Pesada Carga Leve


Nome MW Tensão (p.u.) Nome MW Tensão (p.u.)
Canário 324,2 1,040 Canário 184,4 0,970
Sabiá 270,0 1,040 Sabiá 125,0 0,980
Tucano 250,0 1,000 Tucano 100,0 0,950
Gavião 175,0 0,995 Gavião 75,0 0,960
Garça 250,0 0,995 Garça 300,0 1,000
Coruja 175,0 0,995 Coruja 225,0 0,960

A configuração do circuito deste modelo implementado no ANAREDE encontra-se na


Figura 28:

39
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 28: Sistema com participação de Eólica

40
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Para a inserção dos geradores eólicos, duas barras novas foram adicionadas ao
sistema. As mesmas são as barras 30 e 31, que estão conectadas em Garça e Coruja
respectivamente, como se pode observar nas Figuras 29 e 30:

Figura 29: Barra Garça

Figura 30: Barra Coruja

41
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Em cada cenário descrito, diferentes situações foram estudadas. Desta forma,


analisou-se o comportamento do sistema quando o CAG está operando em FF, FTL, TLB e
também com diferentes valores de Bias operando em cada área.

3.4 Cálculos da característica das áreas

3DUDREWHURELDVpQHFHVViULRFDOFXODUDFDUDFWHUtVWLFDQDWXUDOGDiUHDGHFRQWUROH ȕ 
a mesma pode ser vista na Equação 4:

ͳ (
ߚ ൌ ൅ ‫ܦ‬
ܴ (4)
Sendo:

 D = Variação da carga com a frequência;


 R = Estatismo do Regulador de Velocidade;

Porém, como D apresenta valores muito menores do que 1/R, toma-se a Equação 5:

ͳ (
ߚ ൌ
ܴ (5)
Assim sendo, a característica natural da área de controle passa a ser o inverso do
estatismo das máquinas geradoras em cada área. Com isso, R é adotado como 5%, permitindo
assim o cálculo do estatismo de cada máquina. Consequentemente, encontrou-se ȕ para cada
uma das áreas, como mostra a Tabela 5:

Tabela 4: Estatismo das Áreas

Área Centro Gerador Estatismo β


Canário 20
A 40
Sabiá 20
Tucano 20
B 40
Gavião 20

De acordo (Cohn, 1967), deve-se considerar varáveis de interesse que vão influenciar
ou refletir sobre o desempenho do sistema de controle. Carga e geração estão entre essas
variáveis, sendo assim com uma comparação entre elas é possível se definir o bias utilizado
para os estudos, os casos para determinação são os seguintes:

42
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

 Se carga e geração forem próximas, % ȕ


 Se a carga for maior que a geração, B = 0, ȕ
 Se a geração for maior que a carga, B = 1, ȕ

3.5 Simulações no ANATEM


Tomando os casos citados anteriormente como base, foi aplicado um aumento de
carga de 20 MW na barra Sabia (111), aos 10 segundos de simulação. De modo que fosse
observado o impacto da eólica em relação ao sistema.

3.5.1 Análise da Situação de Carga Pesada

As seguintes simulações representam a operação em carga pesada. Desta forma, foram


feitas comparações entre situações em que o sistema trabalhava puramente com geradores
hidráulicos e térmicos, com o caso em que o mesmo era híbrido, utilizando de 50% da
geração total da área B composta por fontes eólicas.

No primeiro caso simulado, o CAG foi colocado em função FF. Desta forma, o
mesmo é responsável por apenas fazer o controle da frequência do sistema. Sendo assim, a
Figura 31 representa este cenário:

Figura 31: CAG Modo FF ± Gráfico de Frequência

Pode-se perceber que ao inserir os geradores eólicos, uma maior oscilação na


frequência foi ocasionada na fase de regulação primária. Isto se deve à perda da inércia do
sistema como um todo, pois quanto menor for a inércia, maior será a oscilação.

43
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Já o controle de intercâmbio não é feito nesta configuração, pois o mesmo se adequa


durante a regulação, mas não torna o erro nulo, como mostra a Figura 32:

Figura 32: CAG Modo FF ± Gráfico do Erro de Intercâmbio

Utilizando o modo FTL, o controle secundário apresenta como objetivo apenas tornar
nulo o erro de intercâmbio. Assim, a Figura 33 apresenta o comportamento da frequência
nesta situação:

Figura 33: CAG Modo FTL ± Gráfico de Frequência

Pode-se perceber que o sistema se estabiliza em ambas as situações, porém não


retornam ao valor nominal, pois apenas a regulação primária atuará para estabilizar a
frequência do sistema. Outro fator analisado foi que a excursão de frequência para o cenário
com eólica foi maior.

44
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Na Figura 34, uma comparação entre o erro de intercâmbio com e sem a inserção de
eólica é feita:

Figura 34: CAG Modo FTL ± Gráfico do Erro de Intercâmbio

Percebe-se assim que o erro é nulo nas duas situações nesta configuração.

Já para o caso TLB, os valores de bias inicialmente escolhidos para as áreas


encontram-se na Tabela 5:

Tabela 5: Valores de Bias Adotados

Área A Área B
Bias = 0,5* ȕ Bias = 1,5* ȕ

. Tal escolha foi feita pela área B apresentar uma geração muito maior do que a carga
consumida na mesma, enquanto A tem uma carga maior que a geração. Desta forma, como
tratado no subcapítulo 3.4, quando a área em consideração apresenta uma geração maior do
que sua carga, deve-se considerar bias 50% maior que o original, e para o caso inverso é
necessário considera-lo como 50% menor.

. Com o bias devidamente ajustado, as Figuras 35 e 36 foram geradas:

45
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 35: CAG Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico de Frequência

Figura 36: CAG Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico do Erro de
Intercâmbio

Assim sendo, o erro de controle de área foi anulado, ou seja, o sistema retorna a 60
Hz, e não apresenta variação no intercâmbio após o CAG agir.

Para se analisar como a potência mecânica se comporta nas barras geradoras nessa
situação, as Figuras 37 e 38 foram plotadas:

46
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 37: Potência Mecânica ± Sistema sem participação de Eólica

Figura 38: Potência Mecânica ± Sistema com participação de Eólica

Como apresentado no início deste subcapítulo a contingência ocorre na Barra 111 da


área A, sendo assim o aumento de carga deve ser suprido pelas unidades geradoras desta
mesma área. Desta forma a área B, inicialmente apresenta um acréscimo de geração para
auxiliar no controle, porém a mesma retorna para seu valor antecessor à contingência.

Ao se avaliar Figura 38, percebe-se que com a participação de eólica, apenas as


unidades geradoras hidráulicas e térmicas contribuem para a regulação, no entanto, as
unidades eólicas também apresentam variação, mas estas por sua vez apresentam variações
desprezíveis, como pode-se ver na Figura 39:

47
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 39: Potência Mecânica das Unidades Eólicas

3.5.2 Análise da Situação de Carga Leve

Para os seguintes gráficos foi adotado uma participação de 75% de geração Eólica na
área B, pois o período de carga leve ocorre principalmente durante a madrugada, que é
quando se têm as maiores incidências de vento. Desta forma, ao se observar a Figura 41, tem-
se que independente do cenário analisado a oscilação de frequência no período de regulação
primária é maior na presença de eólica, devido a perda de inércia no sistema.

Figura 40: CAG Modo FF ± Gráfico de Frequência

Assim sendo, no primeiro instante se tem a variação da carga e consequentemente a


variação da frequência da rede. Desta forma, naturalmente se tem uma resposta inercial das

48
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hídricas frente aos distúrbios, mas as eólicas não possuem esta característica natural,
contribuindo assim para maiores desvios de frequência.

As Figuras 43 e 44 apresentam, consequentemente, os gráficos de frequência e


intercâmbio no modo FTL:

Figura 41: CAG Modo FTL ± Gráfico de Frequência

Figura 42: CAG Modo FTL ± Gráfico do Erro de Intercâmbio

Assim como o cenário de carga pesada, no modo FTL a frequência não foi
restabelecida para o valor nominal, porém o erro de intercâmbio foi nulo.

Já para o modo TLB, utilizando o mesmo valor de Bias adotado na Tabela 5, os


resultados da variação de frequência e intercâmbio encontram-se nas Figuras 44 e 45:

49
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Figura 43: CAG Modo TLB ± Gráfico de Frequência

Figura 44: CAG Modo TLB ± Gráfico do Erro de Intercâmbio

Neste modo, tanto o erro de frequência quanto o erro de intercâmbio foram zerados.
Assim sendo, percebe-se que independente do cenário de carga, ou do modo do CAG, o
sistema apresentará maior variação de frequência, quando há presença de eólica no sistema:

3.5.3 Avaliação do Desempenho do CAG - Patamares de Carga

Com o estudo dos casos apresentados durante os subcapítulos 3.5.1 e 3.5.2, avaliou-se
a influência da energia eólica no sistema. Sendo assim, é necessário avaliar o desempenho do
CAG nos diferentes patamares de carga do sistema.

50
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura 45: Variação de Carga no Modo FF ± Gráfico de Frequência

Pela Figura 46, percebe-se que quanto maior a inserção de eólica no sistema, maior
será a oscilação apresentada pela frequência, devido a menor inércia.

Com o CAG operando no modo TLB, utilizando o bias apresentado na Tabela 5, têm-
se que este caso também apresenta oscilação maior de frequência com a inserção de eólica.
Tal cenário encontra-se na Figura 47:

Figura 46: Variação de Carga no Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico de
Frequência

Já o erro de intercâmbio desta situação encontra-se na Figura 48, apresentando um


maior tempo de acomodação para reestabelecimento aos valores nominais com a inserção de
um maior montante de eólica:

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Figura 47: Variação de Carga no Modo TLB com Bias Maior na Área B ± Gráfico do
Erro de Intercâmbio

Desta forma, percebe-se que independentemente do modo escolhido no CAG, o


mesmo necessitará de um período maior para estabilizar quanto maior for à participação da
energia eólica no sistema.

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4 CONCLUSÕES
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise do impacto de fontes
de energia eólica no Controle Automático de Geração. Desta forma, foi aplicado como
exemplo de Sistema Elétrico de Potência o Sistema Teste Brazilian Birds, que foi
devidamente representado no ANAREDE. Assim sendo, avaliou-se através de simulações de
transitório eletromecânico o comportamento das seguintes grandezas: frequência, potência
mecânica e erro de controle de área em cenários cuja matriz energética é hidro-térmica e
também quando parte da geração hidráulica é substituída por eólica.

Para se observar o comportamento do sistema ao enfrentar variações de carga,


diversos cenários foram avaliados. Entre eles, encontram-se casos em que se operava em
carga leve, carga pesada e diferentes modos de controle do CAG, ou seja, quando se utilizava
Flat-Frequency, Flat-Tie-Line ou Tie-Line-Bias.

A energia eólica possui uma série de vantagens, pois não emite gases poluentes, não
geram resíduos e é considerada como uma geração inesgotável. Porém, a mesma apresenta
alguns inconvenientes, pois é uma geração intermitente, apresentando assim diferentes
incidências de vento no decorrer do dia. Tal fator não é desejável, pois o sistema deve estar
apto para suprir uma variação súbita de carga a todo o momento.

Desta forma, quando se opera com geradores eólicos, para se obter uma resposta mais
adequada do sistema é conveniente se utilizar uma reserva operativa hidro-térmica, pois
assim se evita possíveis déficits de energia

Observa-se que o sistema retornou as condições nominais ao se inserir energia eólica


no sistema, ou seja, quando solicitado o CAG regulou a frequência em 60 Hz, zerou o erro de
intercâmbio entre áreas ou ambos, porém o mesmo apresenta uma maior oscilação em sua
frequência, isto se deve devido à perda de inércia. Outro fator analisado é que quanto maior a
presença de geração eólica, o tempo de acomodação durante a regulação secundária é maior.
Tal atraso a se estabilizar também pode ser explicado pela perda de inércia.

Analisando-se as simulações feitas, têm-se que o ajuste do bias deve ser adequado,
pois o mesmo é responsável por quantificar a participação de cada área na regulação do
sistema. Diante disso, áreas que possuem uma geração maior que a carga, devem possuir um

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bias maior, pois as mesmas podem transferir potência para áreas que apresentam carência de
geração.

Por fim, como as fontes de energias renováveis apresentam crescimento exponencial


nos últimos anos, o estudo de sua inserção no sistema elétrico deve ser feito constantemente
para o pleno funcionamento do mesmo, evitando-se possíveis déficits de energia ou
desequilíbrios.

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5 REFERÊNCIAS
TECNOGERA: Sistema Elétrico de Potência. Disponível em:
<http://www.tecnogera.com/blog/o-que-e-sep-sistema-eletrico-de-potencia>. Acesso em: 30
março 2018.

CEPEL, Programa de Análise de Redes. ANAREDE ± Manual do Usuário ± Versão


10.01.01, Rio de Janeiro, Brasil, Julho 20016.

CEPEL, Programa de Análise de Transitórios Eletromecânicos. ANATEM ± Manual


do Usuário ± Versão 11.00.01, Rio de Janeiro, Brasil, Agosto 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ. µ6LVWHPD7HVWH%UD]LOLDQ%LUGV¶


20p.

VIEIRA FILHO, X. Operação de Sistemas de Potência com Controle Automático de


Geração, Rio de Janeiro: Editora Campus Ltda, 1984.

3$66$520&µ2SHUDomRGH6LVWHPDVGH3RWrQFLD¶2017. 183p. Notas de Aula

&2+1 1 ³6RPH $VSHFWV RI Tie-Line Bias Control on Interconnected Power
Systems”, AIEE Transactions on Power Apparatus and Systens, v. 75, pp. 1415-1436,
Fevereiro 1957.

ANEEL, Atlas de Energia Elétrica do Brasil ± 2ª edição, Brasil, 2005.

ANEEL: Evolução da Energia Eólica no Brasil. Disponível em: <


http://www.aneel.gov.br/aneel-essencial/-
/asset_publisher/c4M6OIoMkLad/content/evolucao-da-energia-eolica-no-
brasil?inheritRedirect=false>. Acesso em: 08 maio 2018.

MME: Ministério de Minas Energia. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/


/web/guest/consultaspublicas;jsessionid=CECA8EA2E5F50C83E7751B9E05DB8769.sr
v155>. Acesso em 14 maio 2018.

ANEEL: Atlas 2ª edição. Disponível em: <


http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/download.htm>. Acesso em: 30 março 2018.

55
UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

ENERGIA EÓLICA: Tipos de Turbina. Disponível em:


<http://energiaeolicabr.blogspot.com.br/2011/12/tipos-de-turbina.html>. Acesso em: 15 maio
2018.

&2+1 1 ³Considerations in the Regulation of Interconnected Areas”, IEEE


Transactions on Power Apparatus and Systems, v. PAS-86, pp. 1527-1538, Dezembro 1967.

SGARBI, R. S., Novas Facilidades Gráficas do Programa ANATEM, Trabalho Final


de Graduação, UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, Janeiro 2010.

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ANEXO I ANATEM
O ANATEM (Análise de Transitórios Eletromecânicos) é uma ferramenta
computacional utilizada para estudos de estabilidade transitória à frequência fundamental
tanto para operação como para planejamento. Tem a finalidade de realizar simulações de
desempenho dinâmico dos Sistemas Elétricos de Potência.

O programa possui a capacidade de representar os principais componentes dinâmicos


do SEP. Com isso, os sistemas de controle podem ser representados por modelos predefinidos
ou por controladores definidos pelo usuário (CDU). Assim, isto lhe proporciona uma
flexibilidade de modelagem e precisão de resultados únicos, pois o programa possui uma
grande variedade de blocos elementares para a montagem dos controladores e apresenta uma
solução simples e eficiente destes blocos quando combinados em grande quantidade e de
forma complexa.

O programa está dimensionado e projetado para a simulação de sistemas de grande


porte. Com isso, o software fornece uma resposta frente a uma sequência de perturbações,
seja ela de pequena ou grande magnitude, sendo seguida por operações de abertura e
religamento de circuitos de transmissão, em alguns casos também pode haver desligamento
de outros elementos. De acordo com (Sgarbi, 2010), o programa pode ser utilizado para as
seguintes aplicações:

 Determinação dos limites operativos como, por exemplo, máxima


transferência de potência entre áreas;
 Avaliação da estabilidade transitória e dinâmica do sistema elétrico frente a
contingências simples ou múltiplas;
 Desempenho dinâmico de Esquemas de Controle de Emergência e de
Esquemas de Controle de Segurança;
 Análise de desempenho de sistemas de controle nas oscilações de caráter local
ou interáreas;
 Análise de colapso de tensão, por incremento dinâmico do carregamento;
 Teste de comissionamento de equipamentos.

O programa apresenta como saída uma relação de defeitos e manobras, estabelecidas


ou que possam vir a ocorrer. Também apresenta um relatório para um conjunto de grandezas
no domínio do tempo que são previamente escolhidas pelo usuário. Após a realização da
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simulação é emitido um relatório final de resultados na tela ou impresso, em formato de


tabela ou saída gráfica.

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ANEXO 2 ANAREDE
O ANAREDE é utilizado para análise e síntese de redes elétricas em regime
permanente. Para o desenvolvimento do programa o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
(CEPEL) integrou um conjunto de técnicas e métodos desenvolvidos para a análise de rede
em aplicações computacionais. O mesmo é adequado para condições específicas do sistema
brasileiro.

O software é composto dos seguintes programas:

 Programa de Fluxo de Potência;


 Programa de Equivalente de Redes;
 Programa de Análise de Contingências;
 Programa de Análise de Sensibilidade de Tensão;
 Programa de Análise de Sensibilidade de Fluxo;
 Programa de Fluxo de Potência Continuado;
 Programa de Definição das Redes Complementar e de Simulação;
 Programa de Análise de Corredores de Recomposição.

Após a entrada de dados como especificação de barras, circuitos, compensação série e


paralelo, carga e geração. O software identifica se é possível executar a simulação, após
confirmar e realiza-la o mesmo apresenta como saída do programa o arquivo texto e o
diagrama representativo.

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ANEXO 3 DADOS DO BRAZILIAN BIRDS


Tabela A 1: Dados das Linhas de Transmissão

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 2: Dados das Linhas de Transmissão entre barramentos

Barramento Tensão Comprimento Reator (MVAr) não chaveável


Lado 1 Lado 2 (kV) (km) Lado 1 Lado 2
CANÁRIO CARDEAL 230 108
CANÁRIO TIZIU 230 230
CARDEAL TIZIU 230 225
CARDEAL CURIÓ 230 180
SABIÁ CURIÓ 230 50
SABIÁ TIZIU 230 94
CURIÓ SANHAÇO 69 5,75
TIZIU PARDAL 138 40
SABIÁ AZULÃO 138 19
PARDAL AZULÃO 138 26
SABIÁ BICUDO 440 60
BICUDO CHOPIM 440 150 40 40
CURIÓ ARARA 440 450 80 80
CHOPIM PELICANO 440 240
PELICANO CORUJA 230 41
PELICANO URUBU 230 65
URUBU GARÇA 230 44
GAVIÃO GARÇA 230 90
TUCANO GAVIÃO 230 85
TUCANO ARARA 230 96
ARARA PELICANO 230 101

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

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Tabela A 3: Dados de transformadores de dois enrolamentos


Tensão (kV) X (%) base do S (MVA) por Número de Tap Ligação
Barramento
Enrolamento 1 Enrolamento 2 transformador unidade unidades tipo local passo Enr 1 Enr 2
CANÁRIO 18 230 11,70 110 5 fixo alta 4 x +/-2,5% Delta Yat
SABIÁ 13,8 230 13,10 85 4 fixo alta 4 x +/-2,5% Delta Yat
SABIÁ 230 138 13,76 150 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
CARDEAL 230 88 9,46 80 2 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
CURIÓ 230 138 14,00 140 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
CURIÓ 230 69 12,57 30 2 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
CURIÓ 230 69 12,85 30 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
PARDAL 138 69 9,40 120 2 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
AZULÃO 138 69 8,80 100 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
TIZIU 230 138 13,92 150 2 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
CHOPIM 440 138 13,27 100 1 LTC alta 5 x -2,0% Yat Yat
TUCANO 13,8 230 12,00 110 5 fixo alta 4 x +/-2,5% Delta Yat
GAVIÃO 13,8 230 12,40 180 4 fixo alta 4 x +/-2,5% Delta Yat
ARARA 230 138 11,10 120 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta
URUBU 230 138 12,92 100 1 LTC alta 5 x +/-2,0% Yat Delta

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 4: Dados de transformadores de três enrolamentos


Tensão (kV) X (%) na base do transformador S (MVA) Número de LTC Tap fixo Conexão
Barramento
Primário (P) Secundário (S) Terciário (T) P-S S-T T-P unidade unidades Local passo Local passo P S T

CURIÓ 230 440 13,8 14,00 10,50 26,00 150 2 S 4 x +/-1,25% P 218,5 / 241,5 Yat Yat Delta
ARARA 230 440 13,8 14,00 10,50 26,00 150 2 S 4 x +/-1,25% P 218,5 / 241,5 Yat Yat Delta
SABIÁ 230 440 13,8 14,00 10,50 26,00 150 2 S 4 x +/-1,25% P 218,5 / 241,5 Yat Yat Delta
PELICANO 230 440 13,8 14,00 10,50 26,00 150 2 S 4 x +/-1,25% P 218,5 / 241,5 Yat Yat Delta
BICUDO 440 69 13,8 12,00 3,55 15,50 80 2 P 4 x +/-1,25% não tem Yat Yat Delta

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 5: Dados da compensação paralela

Tensão Nominal Potência Número de


Barramento Tipo Chaveável ?
(kV) (MVAr) unidades

PARDAL Capacitor 138 20 2 Sim


BICUDO Capacitor 13.8 5 2 Sim
BICUDO Reator 440 40 1 Sim
GARÇA Capacitor 230 10 5 Sim

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

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Tabela A 6: Dados da compensação série

Tensão Nominal
Local Tipo Valor
(kV)

CURIÓ Capacitor 440 14,0% da LT CURIÓ-ARARA


ARARA Capacitor 440 14,0% da LT CURIÓ-ARARA

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 7: Dados de cargas (carga pesada)


Tensão Nominal Potência Tipo (%)
Barramento
(kV) Ativa (MW) Reativa(MVAr) P constante Z constante I constante
SABIÁ 138 40,0 10,0 100 0 0
CARDEAL 88 120,0 40,0 100 0 0
CURIÓ 138 110,0 40,0 100 0 0
SANHAÇO 69 70,0 20,0 100 0 0
TIZIU 138 160,0 60,0 100 0 0
PARDAL 69 40,0 10,0 100 0 0
AZULÃO 69 40,0 10,0 100 0 0
BICUDO 69 130,0 40,0 100 0 0
CHOPIM 138 90,0 20,0 100 0 0
ARARA 138 110,0 30,0 100 0 0
CORUJA 230 90,0 20,0 100 0 0
URUBU 138 80,0 20,0 100 0 0
GARÇA 230 120,0 50,0 100 0 0

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 8 Dados de máquinas síncronas (regime permanente)

Tensão Nominal Potência/máq. Limite/máq. de reativos (MVAr) Número de


Barramento Tipo
(kV) Nominal (MVA) Máximo Mínimo unidades

CANÁRIO 18 100 35 -35 5 hidráulica


SABIÁ 13,8 75 25 -25 4 térmica
TUCANO 13,8 115 35 0 5 hidráulica
GAVIÃO 13,8 158 45 -45 4 hidráulica

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

Tabela A 9: Dados de máquinas síncronas (regime transitório)


Base de Potência da Máquina H
Máquina T'd0 (s) T'q0 (s) T"d0 (s) T"q0 (s)
Xd (%) Xq (%) X'd (%) X'q (%) X"d (%) Xl (%) Ra (%) D (pu) (MJ/MVA)

CANÁRIO 101,40 77,00 31,40 28,00 16,30 0,50 2,00 6,55 0,04 0,07 3,12
SABIÁ 105,00 98,00 18,50 36,00 13,00 7,00 0,31 2,00 6,10 0,30 0,04 0,10 6,19
TUCANO 106,00 61,00 31,50 25,00 14,70 0,24 2,00 8,68 0,04 0,08 3,82
GAVIÃO 92,00 51,00 30,00 22,00 13,00 0,20 2,00 5,20 0,03 0,03 3,18

Fonte: Relatório Sistema Teste Brazilian Birds - UNIFEI

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ANEXO 4 DADOS DOS REGULADORES DE TENSÃO,


VELOCIDADE E ESTABILIZADOR
Para a convergência dos programas, algumas constantes na base de potência da
máquina foram implementadas.

Assim sendo, o mesmo regulador de tensão utilizado nos geradores apresentam os


parâmetros descritos na Tabela B1:

Tabela B 1: Dados do Regulador de Tensão

Base de Potência da Máquina


Ka Ta
100 0.05
A Figura 44 mostra o diagrama de blocos do regulador de tensão:

Figura B 1: Regulador de Tensão

IMPORT Vt
VOLT
(1) Emax
Vt
Vref Vref X1 X1 #Ka EFD EFD
ENTRAD
VSAD
+ 1+#Ta s
EXPORT
EFD
(3) (4) (5) (6)

Emin
IMPORT VSAD
VSAD
(2)

Figura B 2: Regulador de Tensão da Usina de Sabiá

IMPORT Vt Emax
VOLT
(1) Vt
X1 X1 #Ka EFD EFD
Vref + 1+#Ta s
EXPORT
EFD
(4) (5) (6)
Vref
ENTRAD Emin
(3)

O regulador de velocidade utilizado encontra-se na Figura 24 e seus devidos


parâmetros utilizados nos geradores estão na Tabela B2:

Tabela B 2: Dados do Regulador de Velocidade

Base de Potência da Máquina


R TG TW1 TW2
0.05 0.50 1.00 0.50

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UNIFEI ± ISEE Trabalho Final de Graduação

Figura B 3: Regulador de Velocidade


WREF
ENTRAD
(3) WREF
DW 1 DP
WMAQ + #R
DP
(4) (5) X1 1 X2
DW
VCAG + X1
X2
X3 X3 1+#TW1 s P P
IMPORT WMAQ (6) 1+#TG s (7) PREF + 1+#TW2 s
EXPORT
PMEC
WMAQ (9) (10) (11)
(1)
IMPORT VCAG
VCAG
(2) PREF
ENTRAD
(8)

Os Estabilizadores PSS foram agregados apenas aos geradores hidráulicos. As bases


de potência da máquina podem ser vistas na Tabela B3 e seu diagrama de blocos na Figura
46:

Tabela B 3: Dados do Estabilizador PSS

Base de Potência da Máquina


K T T1 T2 T3 T4 Lmin Lmax
15.000 1.500 0.150 0.030 0.150 0.030 -0.100 0.100

Figura B 4: Estabilizador - PSS


WREF
ENTRAD
(3) WREF
DW 1 DP
WMAQ + #R
DP
(4) (5) X1 1 X2
DW
VCAG + X1
X2
X3 X3 1+#TW1 s P P
IMPORT WMAQ (6) 1+#TG s (7) PREF + 1+#TW2 s
EXPORT
PMEC
WMAQ (9) (10) (11)
(1)
IMPORT VCAG
VCAG
(2) PREF
ENTRAD
(8)

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ANEXO 5 CAG

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