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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DAELE - DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA


CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

FÁBIO HENRIQUE DE SOUZA BARBOSA

ANÁLISE GRÁFICA DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA DE


GERADORES SÍNCRONOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS
INDUSTRIAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CORNÉLIO PROCÓPIO
2023
FÁBIO HENRIQUE DE SOUZA BARBOSA

ANÁLISE GRÁFICA DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA DE


GERADORES SÍNCRONOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS
INDUSTRIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Engenharia de Controle e Automação da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial para
a obtenção do tı́tulo de Bacharel.

Orientador: Prof. Dr. Emerson Ravazzi Pires da


Silva
Universidade Tecnológica Federal do Pa-
raná

CORNÉLIO PROCÓPIO
2023
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outros façam download dos trabalhos licenciados e os compartilhem desde que atribuam
crédito ao autor, mas sem que possam alterá-los de nenhuma forma ou utilizá-los para
4.0 Internacional fins comerciais.
Dedico este trabalho a minha fámilia que sem-
pre me apoiou e nunca deixou faltar nada nes-
ses anos de graduação. Dedico também aos
professores que sempre me auxiliaram e apoi-
aram, mesmo em momentos de dificuldades.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos às pessoas e instituições que


foram fundamentais para a conclusão deste trabalho de conclusão de curso. Em primeiro
lugar, sou imensamente grato à minha famı́lia, que mesmo estando distante, sempre me
apoiou incondicionalmente. Em especial, gostaria de agradecer minha mãe, que, apesar de
todas as dificuldades, sempre me fortaleceu ao longo desses anos de graduação. Agradeço
também à minha namorada, Larissa, que sempre me ofereceu apoio e permaneceu ao meu
lado mesmo quando estive ausente. Não posso deixar de expressar minha gratidão ao
professor Dr. Emerson Ravazzi Pires da Silva, por aceitar me orientar e me auxiliar em
todo o trabalho, sua orientação e conhecimento foram inestimáveis para o desenvolvimento
desta pesquisa. Agradeço à professora Dra. Maria Eugênia Dajer por todo o apoio que
me ofereceu durante a graduação, sua dedicação e incentivo foram essenciais para que eu
não desistisse e para os valiosos ensinamentos que levarei para toda a vida. Gostaria de
expressar minha gratidão ao meu gestor, Luciano Lima, e ao Raphael Maccari, por todo
o conhecimento compartilhado na área de sistemas elétricos de potência. A paciência de
vocês em explicar diversos assuntos foi fundamental para o meu crescimento profissional.
Agradeço à Universidade Tecnológica Federal do Paraná por me acolher e me proporcionar
oportunidades de aprendizado contı́nuo. Por fim, gostaria de agradecer aos colegas e amigos
que fiz ao longo desses anos de estudo e desenvolvimento deste trabalho. Suas contribuições,
ajuda mútua e companheirismo serão lembrados e valorizados por toda a vida. A todos
vocês, meu mais profundo agradecimento por fazerem parte desta jornada e por tornarem
possı́vel a conclusão deste trabalho de conclusão de curso.
RESUMO

BARBOSA, Fábio Henrique. Análise gráfica de Estabilidade transitória de Geradores


sı́ncronos em sistemas elétricos industriais. 2023. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso
– Curso de Engenharia de Controle e Automação, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Cornélio Procópio, 2023.

Com o crescimento e desenvolvimento das plantas elétricas industriais, surge a necessidade


crescente de garantir a segurança e a continuidade do fornecimento de energia, mesmo
durante perı́odos de falhas energéticas. Para isso, é crucial realizar uma análise adequada
de elementos essenciais, como curto-circuito, fluxo de carga e estabilidade transitória e
dinâmica. Essas considerações devem ser discutidas durante a fase de projeto, a fim de
assegurar o funcionamento satisfatório do sistema elétrico. Neste trabalho, é apresentado
um conjunto de estudos elétricos utilizando dados fornecidos de uma planta industrial do
setor de grãos. Esse estudo envolve a avaliação da capacidade dos dispositivos de proteção
por meio do cálculo de curto-circuito, a análise do fluxo de carga e, por fim, a avaliação
gráfica da estabilidade transitória de geradores sı́ncronos conectados a um sistema elétrico
industrial, utilizando o software SKM PTW. Tendo como principal objetivo analisar a
confiabilidade e comportamento do sistema e dos geradores diante de diferentes condições
impostas pelo sistema elétrico, a fim de evitar a instabilidade do gerador e, consequente-
mente, proteger a segurança das pessoas na planta e evitar prejuı́zos ao sistema de geração
de energia.

Palavras-chave: estabilidade transitória. sistemas elétricos. geradores. swing equation, fluxo


de carga, curto-circuito
ABSTRACT

BARBOSA, Fábio Henrique. Title in English. 2023. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso


– Curso de Engenharia de Controle e Automação, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Cornélio Procópio, 2023.

With the growth and development of industrial power plants, there is an increasing need
to ensure the safety and continuity of power supply, even during periods of power failures.
To achieve this, it is crucial to conduct a thorough analysis of essential elements such as
short-circuit, load flow, and transient and dynamic stability. These considerations should
be discussed during the design phase to ensure the satisfactory operation of the electrical
system.
This paper presents a set of electrical studies using provided data from a grain industry
plant. The study involves evaluating the capacity of protective devices through short-
circuit calculations, analyzing the load flow, and, finally, graphically assessing the transient
stability of synchronous generators connected to an industrial electrical system using the
SKM PTW software. The main objective is to analyze the reliability and behavior of the
system and generators under different conditions imposed by the electrical system, in order
to prevent generator instability and, consequently, protect the safety of individuals at the
plant and avoid losses in the power generation system.

Keywords: transient stability. electrical systems. generators. swing equation, load flow,
short-circuit
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Classificações de estabilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


Figura 2 – Software PTW com a utilização do módulo Dapper . . . . . . . . . . . 9
Figura 3 – Diagrama unifilar com dados de fluxo de carga . . . . . . . . . . . . . . 9
Figura 4 – Dados análise de fluxo de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 5 – Exemplo de modelagem de utilizando módulo I*SIM . . . . . . . . . . 11
Figura 6 – Diagrama de blocos para excitador tipo AC1 utilizando módulo I*SIM 11
Figura 7 – Diagrama unifilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 8 – Regulador de tensão ST1A de acordo com IEEE Std 421.5 . . . . . . . 24
Figura 9 – Regulador de velocidade tı́pico para geradores a diesel . . . . . . . . . 24
Figura 10 – Modelo de gerador a diesel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 11 – Resultado Caso 1: Velocidade x curto-circuito no CCM-03.3 . . . . . . 27
Figura 12 – Resultado Caso 2: Velocidade x Prim.TF-03.3 . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 13 – Resultado Caso 3: Velocidade x Desligamento TF-03.3 . . . . . . . . . 28
Figura 14 – Resultado Caso 4: Curva de velocidade do Gerador 1 . . . . . . . . . . 28
Figura 15 – Resultado Caso 5: Curva de velocidade do Gerador 1 . . . . . . . . . . 28
Figura 16 – Resultado Caso 6: Velocidade x Saı́da de bloco de 100kW . . . . . . . . 29
Figura 17 – Resultado Caso 7: Velocidade x Saı́da de bloco de 200kW . . . . . . . . 29
Figura 18 – Resultado Caso 8: Velocidade x Saı́da de bloco de 300kW . . . . . . . . 29
Figura 19 – Resultado Caso 9: Velocidade x Saı́da de bloco de 500kW . . . . . . . . 30
Figura 20 – Resultado Caso 10: Velocidade x Entrada de bloco de 200kW . . . . . 30
Figura 21 – Resultado Caso 11: Velocidade x Entrada de bloco de 300kW . . . . . 30
Figura 22 – Resultado Caso 12: Velocidade x Entrada de bloco de 400kW . . . . . 31
Figura 23 – Resultado Caso 13: Velocidade x Entrada de bloco de 500kW . . . . . 31
Figura 24 – Resultado Caso 14: Velocidade x Entrada de bloco de 600kW . . . . . 31
Figura 25 – Resultado Caso 15: Velocidade x Entrada de bloco de 700kW . . . . . 32
Figura 26 – Comparação da Velocidade nos casos 6, 7 e 8 . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 27 – Comparação da Velocidade nos casos 6, 7, 8 e 9 . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 28 – Comparação da Velocidade nos casos 10, 11, 12 e 13 . . . . . . . . . . 34
Figura 29 – Comparação da Velocidade nos casos 10, 11, 12, 13, 14 e 15 . . . . . . 34
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista de cabos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14


Tabela 2 – Lista de transformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Tabela 3 – Lista de relés . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Tabela 4 – Lista de disjuntores de média tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tabela 5 – Lista de disjuntores de baixa tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tabela 6 – Lista de geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tabela 7 – Lista de motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tabela 8 – Curto-circuito calculado nas barras do sistema . . . . . . . . . . . . . . 17
Tabela 9 – Resultado da suportabilidade de disjuntores de Média Tensão . . . . . 19
Tabela 10 – Resultado da suportabilidade de disjuntores de Baixa Tensão . . . . . 20
Tabela 11 – Cargas demandadas fornecidas pela empresa . . . . . . . . . . . . . . . 21
Tabela 12 – Resultados de fluxo de carga nas Barras . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Tabela 13 – Resultados de fluxo de carga nos cabos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Tabela 14 – Resultados de fluxo de carga nos transformadores . . . . . . . . . . . . 23
Tabela 15 – Dados dos geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 PROBLEMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 OBJETIVO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1 ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 ANÁLISE DE FLUXO DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 ANÁLISE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . 5

3 – MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1 SKM PTW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1.1 MÓDULO DAPPER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1.2 MÓDULO I*SIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.2 ESTUDOS DE CURTO-CIRCUITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2.1 MODELAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO . . . . . . . . . . . . . 11
3.3 ESTUDO DE FLUXO DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3.1 SIMULAÇÃO DE FLUXO DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.4 ESTUDO DE ESTABILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 14


4.1 LISTA DE EQUIPAMENTOS MODELADOS . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2 CURTO-CIRCUITO SUBTRANSITÓRIO TRIFÁSICO . . . . . . . . . . . 17
4.3 FLUXO DE CARGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.4 ESTABILIDADE TRANSITÓRIA DE GERADORES SÍNCRONOS . . . . 23

5 – CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1

1 INTRODUÇÃO

Com intuito de manter as plantas elétricas com energia mesmo com a ocorrência de
falhas elétricas, a importância da utilização de geradores em sistemas elétricos industriais
tem crescido cada vez mais, resultando na diminuição de perdas e paradas em operações.
Esses sistemas de geração podem atuar paralelamente ou de forma individual às redes de
distribuição e são pontos cruciais em seus projetos elétricos.
Ao analisarmos os projetos elétricos, devemos considerar se os geradores estão
atuando de forma satisfatória, verificando as variações de tensões e frequências dos mesmos,
a fim de não ocasionar sérios problemas ao demais equipamentos do sistema. Para isso, há
estudos a serem realizados previamente durante a fase de projeto, sendo eles, o estudo de
curto-circuito, estudo de fluxo de carga e o estudo de estabilidade transitória.
Para Shokooh (2018b) realizar estudos minuciosos e detalhados de curto-circuito e
análise de sistemas de energia industrial e comercial é de suma importância. Os sistemas de
energia elétrica em plantas industriais, edifı́cios comerciais e institucionais são projetados
com o objetivo de fornecer carga de maneira segura e confiável. O controle adequado
de curto-circuitos, também conhecidos como falhas, é uma consideração fundamental
durante o projeto. Curto-circuitos descontrolados podem acarretar interrupções no serviço,
resultando em perda de tempo de produção, inconveniências associadas, interrupção de
instalações essenciais ou serviços vitais, danos extensos aos equipamentos, lesões ou até
mesmo fatalidades de pessoal, além do risco potencial de incêndios.
Para Rodolakis (1998) o estudo de curto-circuito é tão importante para os sistemas
elétricos quanto outros estudos fundamentais, sejam estes o estudo de estabilidade, estudo
de análise harmônica, partida de motores, etc. Este deve ser realizado na fase de planeja-
mento do sistema, afim de determinar nı́veis de tensão, dimensionar cabos, determinar
transformadores e condutores e dispositivos de proteção como fusı́veis, disjuntores, relés
e etc. Em caso de sistema já existente, o estudo de curto-circuito é importante em caso
de instalação de uma nova geração de energia, instalação de novos motores, mudanças no
layout do sistema, troca de equipamentos e etc.
O estudo de fluxo de carga de acordo com Davis (1998) é uma análise da capacidade
dos sistemas de alimentar a carga conectada sob condições de regime permanente. Um
melhor gerenciamento do sistema de potência pode ser atingido através do uso desta
ferramenta analı́tica. Necessário no planejamento ou expansão de sistemas elétricos de
potência, um estudo de fluxo de potência demonstra a distribuição de potência e nı́veis de
tensão através do sistema para os diversos cenários de operação. Estes cenários podem
incluir modos de operação normal e de emergência, configurações de circuitos atuais e
futuras, e designs alternativos.
Para Lee (1998) a estabilidade transitória significa a capacidade de um sistema
elétrico de realizar uma mudança repentina na geração ou de caracterı́sticas de um sistema
sem que haja uma perda prolongada de sincronismo.
A partir dessas informações, realizaremos por meio deste trabalho os estudos de
suportabilidade de equipamentos utilizando o calculo de curto-circuito, fluxo de carga e
por fim a estabilidade transitória em dois geradores que estarão atuando em uma planta
elétrica industrial de uma empresa do ramo de grãos, com intuito de analisar gráficamente
através da utilização do software SKM PTW se o sistema permanece estável mesmo com
diversos distúrbios aplicados.
Capı́tulo 1. INTRODUÇÃO 2

1.1 PROBLEMA

Os sistemas elétricos podem ter as mais diversas configurações e condições opera-


cionais e, a depender destas, ocorrerem pequenas instabilidades. De acordo com Kundur
(1994), é possı́vel definir que um sistema elétrico pode ser chamado de estável se o mesmo
for capaz de suportar perturbações sem interrupção no fornecimento de energia.
De acordo com Lee (1998) os maiores problemas causados pela perda de sincronismo
de um sistema elétrico são os altos valores de transitórios de corrente e torque mecânico.
Uma operação que esteja com perda de sincronismo também causará grandes fluxos
oscilatórios de potência real e reativa sobre os circuitos que estão conectados. Embora este
seja principalmente um problema de concessionárias, esta situação também pode ocorrer
em grandes sistemas elétricos industriais ou onde há atuação do gerador operando em
paralelo com a concessionária.

1.2 JUSTIFICATIVA

Considerando as possı́veis consequências decorrentes da instabilidade do sistema,


torna-se indispensável a realização de estudos elétricos nas industrias. Estes tem o intuito de
prevenir problemas relacionados à segurança dos funcionários e evitar prejuı́zos financeiros
para as empresas devido a atuação indesejada do sistema de proteção, ação essa que
resultaria na parada do sistema elétrico. Dessa forma, procederemos aos estudos utilizando
o software SKM PTW, o qual nos permitirá modelar toda a infraestrutura elétrica da
planta, simular diversas condições e análisar seus resultados.

1.3 OBJETIVO GERAL

Na presente planta elétrica, será conduzido um estudo de curto-circuito para a


análise da suportabilidade de equipamentos de proteção, estudo de fluxo de carga e estudo
de estabilidade transitória para os dois geradores sı́ncronos em uso, visando a aplicação de
múltiplas condições com o propósito de induzir distúrbios no sistema elétrico, permitindo,
assim, a realização de análise gráficas através do software SKM PTW.

1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Projetar todo sistema elétrico de uma empresa do ramo de grãos dentro do software
SKM PTW
• Realizar estudos prévios como estudo de curto-circuito e fluxo de carga
• Criar possı́veis cenários de distúrbios que possam vir a causar instabilidades
• Comparar e analisar os resultados gráficos gerados através do software SKM e em
caso de instabilidade apresentar uma solução para o problema

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho foi dividido em 6 capı́tulos. O primeiro capı́tulo é uma apresentação


geral sobre o tema abordado e são definidos os tópicos trabalhados. No capı́tulo seguinte é
uma revisão literária, conceituando a teoria dos estudos abordados. O terceiro capı́tulo é
composto pela metodologia aplicada e materiais utilizados. Em seguida, o quarto capı́tulo
expõem as análises e discussões dos resultados. No quinto capı́tulo é exposta a conclusão e
o sexto, e último capı́tulo, é composto pelas referências.
3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os estudos elétricos de acordo com Hoerauf (2001) tem como um dos seus principais
objetivos as prevenções de acidentes. A segurança dos sistemas elétricos deve sempre ser
prioridade sobre os demais objetivos, sendo eles, limitar o tamanho e a duração da
interrupção do sistema sempre quando houver falhas nos equipamentos, consequentemente
diminuindo prejuı́zos financeiros.

2.1 ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO

A análise de curto-circuito determina as correntes de falta que podem fluir no


sistema durante diversas condições de falta. Quando calculadas, essas servem de base para
a determinação dos ajustes e análise da suportabilidade dos dispositivos de proteção.
Em um sistema trifásico, as correntes de falta podem ser equilibradas nas três fases
ou desequilibradas. No primeiro caso, são normalmente consideradas como as correntes
máximas de curto-circuito para uma determinada barra, enquanto no segundo caso, envolve-
se apenas uma ou duas fases sendo, muitas vezes, considerada uma falta maior.
Considerando uma falta equilibrada, o primeiro passo é a definição da Lei de Ohm:

[E] = [Z][I] (1)


Sendo que:
E: Matriz tensão das barras
Z: Matriz impedância das barras – Matriz Z das barras
I: Matriz das correntes nodais das barras

A impedância Z em notação complexa é:

Z = R + jX (2)
Sendo que:
R: Resistência
X: Reatância

Em seguida, procede-se à elaboração do circuito equivalente de Thevenin. São deri-


vadas equações nodais por meio da aplicação da lei de Kirchhoff das correntes. Determina-se
uma impedância equivalente de Thevenin para cada ponto de interesse. A obtenção desses
circuitos equivalentes é realizada mediante a utilização de combinações de impedâncias em
série ou paralelo. A corrente de falta será, portanto, igual a:
V
If = (3)
Zthevenin
Para calcular uma falta desequilibrada de acordo com Anderson (1995) é necessário
a utilização das componentes simétricas. Este método transforma um sistema de três fases
desequilibradas em três sistemas de três fases equilibradas, conhecidos como sequência
positiva, negativa e zero. Para cada condição de desequilı́brio é necessário uma formulação
das três redes de sequência em diferentes configurações, baseando-se em um conjunto de
condições de contorno associado com o sistema em falta
Capı́tulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

Utilizando como exemplo uma condição de curto-circuito fase-terra, onde aplica-se


um curto na fase a, as condições de contorno serão:

Va = 0, Ib = 0, Ic = 0 (4)
A partir das componentes simétricas a seguinte matriz é obtida.
    
Ia0 1 1 1 Ia
 Ia1  = 1  1 a a2   Ib  (5)
3
Ia2 1 a2 a Ic
Sendo que o operador “a” é igual a 1∠120
Realizando a substituição das condições de contorno e do operador, temos que:
1 1 1
Ia0 = (Ia ), Ia1 = (Ia ), Ia2 = (Ia ) (6)
3 3 3
Portanto, Ia1 = Ia2 = Ia0 , e com isso conclui-se que os circuitos de sequência estão
em série. Dessa forma, a corrente de sequência positiva é igual a:
Ea
Ia1 = (7)
Z1 + Z2 + Z0
Das equações anteriores, sabe-se que as correntes de sequência são equivalentes a
um terço das correntes de fase. Assim:

Ia = 3Ia1 (8)

3Ea
Ia = (9)
Z1 + Z2 + Z0
Além das considerações feitas anteriormente, sabe-se que nos primeiros ciclos das
correntes de curto-circuito, além da componente CA, há também uma componente CC, que
promove uma assimetria da corrente de curto-circuito durante este tempo. Dessa forma,
o valor eficaz durante este tempo também será influenciado por esta assimetria. Por fim,
temos que o fator de assimetria para o primeiro meio-ciclo é dado por:
q

F A = 1 + 2e− X/R (10)

2.2 ANÁLISE DE FLUXO DE CARGA

O estudo de fluxo de carga é uma análise da capacidade do sistema de alimentar


a carga conectada sob condições de regime permanente. Um melhor gerenciamento do
sistema de carga pode ser atingido através do uso desta ferramenta analı́tica. Necessário
no planejamento ou expansão de sistemas elétricos de carga, um estudo de fluxo de
carga demonstra a distribuição de carga e nı́veis de tensão através do sistema para os
diversos cenários de operação. Estes cenários podem incluir modos de operação normal e
de emergência, configurações de circuitos atuais e futuras, e designs alternativos.
A metodologia do software SKM PTW consiste na solução do fluxo de carga
constante para um sistema elétrico que envolve a Lei de Ohm:

[I] = [Y ][V ] (11)


Capı́tulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5

Sendo que:
I: Vetor coluna total de correntes de sequência positiva, fluindo para cada nó (barra) no
sistema
Y : Inverso da matriz impedância da rede
V : Vetor coluna de tensão de sequência positiva em cada barra

Esta é uma equação algébrica linear complexa. A matriz deve ser reduzida e a
solução para ambos, tensão e corrente, alcançada utilizando álgebra de matriz. A corrente
fluindo para cada nó pode ser definida por:

(P i + jQi)∗
Ii = (12)
V i∗
Sendo que:
(P i + jQi)∗ : Conjugado complexo da potência aparente fluindo para o i-ésimo nó
V i: Conjugado complexo da tensão do i-ésimo nó

Combinando a equação (11) com a equação (12) temos que:


P − jQ
= [Y ][V ] (13)
V∗
A solução da equação (10) pela técnica de análise numérica, deve estimar o fluxo
de carga em cada ramo, resolvendo as equações algébricas, e então determinando se a
potência para cada barra é a mesma que irá deixá-las, incluindo as perdas, isto é, determina
se a corrente da Lei de Kirchoff foi encontrada.
Os cálculos continuam até que seja encontrada a convergência, ou seja, a potência
que chega aos nós é a mesma que irá sair. Isto depende da topologia do sistema, combinado
com o conhecimento de impedâncias de ramos associados e os dados de carga.
O software modela matrizes apropriadas e através da otimização do arranjo e do
padrão da técnica da matriz algébrica, resolve pelas variáveis dependentes. O programa
assume que não há perdas e calcula a corrente que flui em cada ramo dando valores de
cargas e tensão nominal do sistema. Então as perdas através do sistema são calculadas
e a queda de tensão para cada ramo e cada barra é determinada. Atribuindo esta nova
tensão para cada barra, as correntes de carga são recalculadas e o processo iterativo inicia.
O processo iterativo continua até existir uma pequena diferença entre a tensão estimada e
a tensão em cada barra que é definida através do software.

2.3 ANÁLISE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA

O estudo de estabilidade transitória é utilizado para definir a capacidade de um


sistema elétrico de realizar uma mudança repentina sem que haja uma perda prolongada
de sincronismo. A instabilidade gerada por um sistema mal dimensionado pode acarretar
em prejuı́zos enormes, sejam eles financeiros devido ao sistema parar pela falta de energia
ou com a destruição dos equipamentos de proteção.
De acordo com Lee (1998) os distúrbios mais comuns que produzem instabilidade
em sistemas elétricos industriais são:
• Curto-circuito em parte do sistema;
• Abertura de disjuntores de interligação;
• Perda de geração no sistema;
Capı́tulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6

• Partida de um motor que tenha um tamanho considerável comparado a capacidade


de geração do sistema;
• Operações de manobra;
• Aumento de cargas nos motores;
• Redução abrupta de carga.

De acordo com Valle (2018) a estabilidade pode ser classificada em três diferentes
tipos, sendo elas: estabilidade angular, estabilidade da frequência e estabilidade da tensão,
como podemos ver na figura 1 abaixo.

Figura 1 – Classificações de estabilidades

Fonte: Adaptado de (KUNDUR et al., 2004)

Sendo assim, estabilidade angular é a capacidade de uma máquina sı́ncrona


manter o sincronismo com o sistema elétrico, após ocorrer um distúrbio. Seus maiores
causadores de distúrbios são os curto-circuitos, são estes descritos acima por Lee (1998).
Com relação a estabilidade da tensão, esta é a habilidade de um sistema manter as tensões
estáveis nas suas barras, após ocorrer um distúrbio. Os problemas com estabilidades de
tensão ocorrem geralmente em sistemas maiores e tem como seus principais causadores os
limites de potência dos geradores, caracterı́sticas dos banco de capacitores e a atuação
de transformadores. E por fim a estabilidade da frequência é a capacidade do sistema
manter a frequência estável dentro de um nı́vel aceitável, após ocorrência de um distúrbio.
Os problemas de estabilidade da frequência, estão associados a equipamentos com uma
resposta inadequada, ou uma falha nos ajustes de coordenação dos relés de proteção.
Para Lee (1998) é importante salientar que para o estudo de estabilidade transitória
as oscilações dos rotores das máquinas sı́ncronas devem ser amortecidas em até 6 segundos,
isso se deve ao fato de uma possı́vel destruição dos equipamentos após este tempo. Sendo
assim, um sistema que é estável por definição pode vir a ser instável do ponto de vista
operacional.
Portanto, para a realização dos cálculos o software se baseia em análises de
autovalores no domı́nio do tempo e da frequência. A análise no domı́nio do tempo irá
utilizar o deslocamento angular dos rotores das máquinas estudadas em relação a uma
referência comum, para que assim possa se determinar a estabilidade. A diferença entre os
ângulos deve ser pequena para sistemas estáveis, sendo mais recomendadas para estudos de
estabilidade transitória.A análise no domı́nio da frequência é empregada para a identificação
Capı́tulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7

de cada frequência de oscilação potencial e seu fator de amortecimento. Portanto, seu uso
é mais apropriado para aplicações relacionadas à estabilidade dinâmica.
Os métodos matemáticos utilizados pelos softwares de Estabilidade, como no caso
do software SKM PTW módulo ISIM, dependem de uma solução repetida da equação de
oscilação, também conhecida como equação de swing para cada máquina estudada:

(M V A)H d2 δR
Pa = (14)
180f dt2
Sendo que:
Pa : é a potência de entrada menos potência de saı́da dá maquina
M V A: é o MVA nominal da máquina
H: é a constante de inércia da máquina
f : é a frequência do sistema
δR : é o ângulo do rotor
t: é o tempo em segundos

O programa começará com os resultados obtidos através do estudo de fluxo de


carga para assim estabelecer uma potência e tensão iniciais em todas máquinas e circuitos
conectados. O distúrbio especificado é aplicado em um tempo definido como zero, e as
mudanças resultantes nos nı́veis de potência são calculadas por um fluxo de carga de
rotina. Usando os valores dos cálculos da potência de aceleração, a equação de swing é
resolvida para um novo valor de ângulo do rotor em um tempo incremental menor que um
décimo da menor constante de tempo da máquina, para limitar os erros numéricos após a
perturbação.
Sendo assim, nı́veis de tensão e potência correspondentes às novas posições an-
gulares das máquinas sı́ncronas são usadas como informações básicas para a próxima
iteração.
8

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capı́tulo será apresentado os programas e métodos utilizados para a realização


dos estudos de curto-circuito, fluxo de carga e análise de estabilidade transitória.

3.1 SKM PTW

O SKM Power*Tools for Windows é um software que serve para projetar e analisar
sistemas elétricos de potência, sendo um dos lı́deres de mercado neste segmento. O pro-
grama conta com diversos módulos que podem ser utilizados para a realização de diversos
estudos, sendo alguns destes:

• DAPPER;
• I*SIM.

Neste trabalho foi utilizado dois módulos, sendo eles o DAPPER, e I*SIM. O
módulo dapper foi utilizado para os estudos de curto-circuito e Fluxo de carga e o I*SIM
para análise de estábilidade transitória.

3.1.1 MÓDULO DAPPER


O módulo dapper oferece quatro tipos de estudos:
• Demanda de cargas;
• Dimensionamento;
• Fluxo de carga;
• Curto-circuito.

De acordo com a SKM (2010) o módulo dapper é um conjunto de módulos para


projetos e análises de sistemas com alimentações trifásicas. Em relação ao estudo de fluxo
de carga, com o dapper pode-se calcular a queda de tensão em cada barra e perdas no
sistema. Ele pode ser utilizado para uma análise convencional de queda de tensão, análise
de perda, estudos de fator potência, colocação de capacitor no sistema, impacto de carga
para partidas de motores e dimensionamento de motores. O módulo Dapper pode ser visto
em funcionamento nas figuras abaixo. Na Figura 2 temos um exemplo da utilização do
módulo Dapper para a realização do estudo de curto-circuito transitório. Nas Figuras 3 e
4 temos um exemplo da utilização para o estudo de fluxo de carga.
Capı́tulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS 9

Figura 2 – Software PTW com a utilização do módulo Dapper

Fonte: Autoria própria

Figura 3 – Diagrama unifilar com dados de fluxo de carga

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS 10

Figura 4 – Dados análise de fluxo de carga

Fonte: Autoria própria

3.1.2 MÓDULO I*SIM


O módulo I*SIM é projetado para simular a resposta de um sistema elétrico durante
e após distúrbios transitórios, como falhas, mudanças de cargas, partida de motor, perda
de geração e etc. Tem como principal benefı́cio uma ampla gama de modelos equipamentos
como governadores, excitadores, estabilizadores de tensão entre outros equipamentos que
possam vir a ser utilizados. A Figura 5 exibe um exemplo de modelagem de um caso
utilizando este módulo, onde pode ser visto a oscilação da tensão em uma barra quando
há uma perturbação no sistema, enquanto na Figura 6 podemos ver um exemplo de um
diagrama de blocos de um excitador do tipo AC1 presente em sua biblioteca.
Capı́tulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS 11

Figura 5 – Exemplo de modelagem de utilizando módulo I*SIM

Fonte: (SKM, 2010)

Figura 6 – Diagrama de blocos para excitador tipo AC1 utilizando módulo I*SIM

Fonte: (SKM, 2010)

3.2 ESTUDOS DE CURTO-CIRCUITO

Para os estudos de curto-circuito foi possı́vel determinar as correntes de curto-


circuito subtransitória trifásica existentes em cada barra do sistema. Sua análise teve inı́cio
nas cargas de baixa tensão e irá ate o ponto de conexão com a concessionária, conforme
pode ser visto na Figura 7.

3.2.1 MODELAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO


Para a realização dos estudos o primeiro passo foi a modelagem do sistema elétrico
industrial dentro do software PTW. Sendo assim, foi necessário um trabalho prévio de
Capı́tulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS 12

levantamento de dados da planta elétrica afim de tornar o modelo o mais fiel possı́vel com
relação à planta no real, como pode ser visto na figura 7.

Figura 7 – Diagrama unifilar

Fonte: Autoria própria

Para os estudos de curto-circuito foi seguido algumas considerações.


1. As relações X/R dos motores foram obtidas a partir da (MUSA, 2000);
2. A corrente de inrush dos transformadores de baixa tensão foram consideradas de
14 ∗ In, assumindo que os transformadores são a seco;
3. A tensão do sistema foi modelada em 100% do valor nominal;
4. Nos locais onde não eram conhecidos os dados de cabos foi considerado um cabo fictı́-
cio com uma impedância desprezı́vel (Z = 0.0001+j0.0001) ohms/km e comprimento
de 1 m;
5. Nos locais onde os dados dos cabos eram conhecidos (bitola, comprimento, nº de
cabos por fase), os dados de impedância foram obtidos a partir de catálogos de
fabricantes e referências padrões;
6. Todos os cabos de média e baixa tensão cujos dados eram conhecidos, foram modelados
em dutos não magnéticos;
7. Para estimativa da capacidade de condução de corrente dos cabos de BT foi consi-
derado o método de instalação B1 da NBR 5410, cabos isolados a EPR, conexões
prensadas, três condutores carregados, cabos unipolares em trifólio, 1 circuito e
temperatura de 40ºC;
8. As relações X/R dos transformadores foram obtidas a partir da (MUSA, 2000);
9. As impedâncias do transformadores consideradas foram obtidas a partir de informa-
ções do cliente;

A partir dessas, foi calculadas as correntes de curto-circuito para faltas trifásicas


para cada barra mostrada no diagrama unifilar desde a entrada do sistema em 138kV até
a baixa tensão.
Capı́tulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS 13

3.3 ESTUDO DE FLUXO DE CARGA

Para o estudo de fluxo de carga, foi obtido o fluxo de potência ativa e reativa
através de transformadores e cabos, nı́veis de tensão nas barras do sistema, fator de potência
e perdas no sistema. Esses valores permitem a identificação de transformadores e cabos
sobrecarregados, recomendação de ajustes apropriados para os taps de transformadores e
determinação da necessidade de potência reativa para correção de fator de potência, com
a utilização de capacitores.

3.3.1 SIMULAÇÃO DE FLUXO DE CARGA


As cargas utilizadas na simulação para cada barra foram definidas através de
valores fornecidos pela empresa, juntamente com a informação que a potência máxima
demandada deve ficar em torno de 7MW.
Foi analisado apenas um único caso de fluxo de carga:
• Geradores de emergência desligados;
• Todos os disjuntores fechados;
• Banco de capacitores desligados.

3.4 ESTUDO DE ESTABILIDADE

Para o estudo de estabilidade foi realizado uma análise para dois geradores
sı́ncronos que estão instalados na planta elétrica em questão, nos quais foram aplicadas
diversas condições com intuito de criar distúrbios no sistema elétrico. A partir dessas
foi obtidos resultados gráficos das oscilações contı́nuas de magnitude finita, na qual foi
analisado se os resultados dos rotores estão amortecidos a um nı́vel aceitável após a
perturbação.
Em relação aos casos que serão desenvolvidos, sabe-se que neste sistema os
geradores 1 e 2 são geradores de emergência, sendo assim, não trabalharão em paralelo com
a concessionária de maneira contı́nua. Entretanto, há uma possibilidade de realização de
testes enquanto a concessionária estiver em operação, podendo ocasionar um paralelismo
que não deve ser superior a um tempo de 15 minutos. Portanto, será realizado casos
de estabilidade considerando os geradores e a concessionária em paralelo, além de casos
onde somente os geradores estarão atuando, sendo que os mesmo não alimentarão cargas
superiores a 1000kW.
14

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capı́tulo, serão expostos os resultados das simulações realizadas utilizando o


software SKM PTW referentes aos estudos de curto-circuito subtransitório trifásico, fluxo
de carga e estabilidade.

4.1 LISTA DE EQUIPAMENTOS MODELADOS

Antes de procedermos com as simulações, é necessário efetuar a modelagem dos


equipamentos visando à representação precisa do sistema. A seguir, será apresentada uma
lista dos equipamentos modelados, tais como cabos, transformadores, geradores, relés,
disjuntores de proteção de baixa e média tensão e motores.

Tabela 1 – Lista de cabos


Nome do componente Bitola (mm²) No.Condutores/fase Distância (m)
C-01/TF-02.1 25 1 225.0
C-02/TF-02.2 25 1 225.0
C-03/TF-02.3 25 1 225.0
C-04/TF-03.1 25 1 465.0
C-05/TF-03.2 25 1 465.0
C-06/TF-03.3 25 1 465.0
C-07/PINV-03.1 25 1 465.0
C-08/TF-04.1 25 1 435.0
C-GD1 150 3 30.0
C-GD2 150 3 30.0
C-Prim.TE1 240 8 30.0
C-SEC-TE1 25 1 150.0
C-SEC-TR-3 50 1 50.0
C-SEC-TR1 240 4 33.0
C-SERV.AUX. 35 1 50.0

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 15

Tabela 2 – Lista de transformadores


Transformadores Potência(kVA) Z% X/R Tensão Prim. (V) Tensão Secund. (V)
TE1 2500 6.5000 10.4736 440 13800
TF-02.1 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-02.2 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-02.3 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-03.1 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-03.2 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-03.3 2500 6.5000 10.4736 13800 480
TF-03.4 1500 6.5000 6.5397 13800 4160
TF-04.1 2000 6.5000 7.2905 13800 380
TR-3 75 3.4800 3.1562 13800 220
TR1 12000 9.0000 18.0446 138000 13800

Fonte: Autoria própria

Tabela 3 – Lista de relés


Tag do equipamento Relação de TC Modelo
R-01/SE-02 300 / 5 SEL-751
R-02/SE-02 300 / 5 SEL-751
R-03/SE-02 300 / 5 SEL-751
R-04/SE-03 300 / 5 SEL-751
R-05/SE-03 300 / 5 SEL-751
R-06/SE-03 300 / 5 SEL-751
R-07/SE-03 300 / 5 SEL-751
R-08/SE-04 300 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-02.1 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-02.2 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-02.3 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-03.1 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-03.2 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-03.3 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TF-04.1 3200 / 5 SEL-751
R-SEC-TR1 600 / 5 SEL-751
R-SEC-TR2 600 / 5 SEL-751
R-SERV.AUX. 100 / 5 SEL-751
RMF-L1 400 / 5 SEL-751A

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 16

Tabela 4 – Lista de disjuntores de média tensão


Tag do disjuntor Fabricante Modelo
DJ-AUX ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R01 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R02 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R03 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R04 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R05 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R06 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R07 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-R08 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-TE1 ABB RM sm 17.5p - 50
DJ-TR1 ABB RM sm 17.5p - 50

Fonte: Autoria própria

Tabela 5 – Lista de disjuntores de baixa tensão


Tag do disjuntor Fabricante Modelo Corrente nominal (A)
DJ-CCM-02.1 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-02.2 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-02.3 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-03.1 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-03.2 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-03.3 ABB E4H 3200.0A
DJ-CCM-04.1 ABB E2N 1600.0A
DJ-GD1 ABB E2.2 N 1250A 1250.0A
DJ-GD2 ABB E2.2 N 1250A 1250.0A
DJ-PSA Allen Bradley 140G-J6F3-D12 125.0A

Fonte: Autoria própria

Tabela 6 – Lista de geradores


Nome do Gerador Potência (kVA) Tensão (V)
GD1 840 440
GD2 840 440

Fonte: Autoria própria

Tabela 7 – Lista de motor


Motor Potência (kW) In (A) Fator de Potência Eficiência (%) Tensão(V)
M-1100 1100 160.7 0.9500 94 4160

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 17

4.2 CURTO-CIRCUITO SUBTRANSITÓRIO TRIFÁSICO

Para realizar a simulação de curto-circuito, é essencial incluir, durante a etapa de


modelagem, os valores de contribuição das correntes de curto-circuito trifásico e de terra
na entrada do sistema, considerando a tensão nominal de 138 kV. Esses valores foram
fornecidos pela empresa em questão e são os seguintes:

• Curto-circuito trifásico = 9425.0 A;


• Curto-circuito fase-terra = 8000.0 A.

A seguir, apresenta-se uma tabela contendo os resultados da simulação do estudo


de curto-circuito subtransitório trifásico eficaz e de pico para a condição de operação
em que o sistema é alimentado simultaneamente pela concessionária de energia e pelos
geradores.

Tabela 8 – Curto-circuito calculado nas barras do sistema


Barras Corrente de CC eficaz (kA) Corrente de CC de pico (kA)
CCM-04.1 38.918 86.232
CCM-03.3 37.008 83.892
CCM-03.2 37.008 83.892
CCM-03.1 37.008 83.892
CCM-02.3 37.704 88.660
CCM-02.2 37.704 88.660
CCM-02.1 3.7704 88.660
PSA 3.147 4.593
QD-MT-01.1 7.707 18.258
QD-GE 55.205 12.821

Fonte: Autoria própria

O propósito da avaliação da suportabilidade de equipamentos é comparar os


valores máximos de corrente de curto-circuito calculados em cada barra do sistema, com
os valores nominais dos dispositivos de manobra. Tal comparação é feita para determinar
se o dispositivo está apto a interromper ou suportar as potenciais correntes de falta do
sistema elétrico no qual tal equipamento se encontra.
É de suma importância ressaltar que a análise de suportabilidade dos disjuntores
foi conduzida levando em consideração o valor de Ics, o qual representa a abordagem mais
conservadora. Embora muitos disjuntores apresentem valores idênticos para ambos Ics e Icu,
é comum encontrar casos em que o valor de Ics é inferior ao valor de Icu. Adicionalmente,
vale mencionar que o valor de Ics está sujeito a uma condição que estabelece seu retorno à
operação normal para até três eventos de atuação. Não existe uma definição normativa
que indique qual valor deve ser adotado. Por precaução, optou-se pela utilização do valor
de Ics para avaliar os disjuntores.
A seguir apresenta-se uma tabela de comparação onde poderá ser identificados
o local, fabricante, status da análise, tipo, tensão, valores de curto-circuito calculados,
valores de curto-circuito nominais e porcentual de esforço máximo dos dispositivos de
proteção e das barras. Tal porcentual é calculado por:
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 18

Corrente de Curto-Circuito na barra


.100 (15)
Capacidade de interrupção do disjuntor
O resultado dos percentuais são classificados como Passou, Marginal ou Falhou,
conforme os seguintes critérios:

• O equipamento possui a avaliação como: “Passou”, quando o valor calculado dividido


pelo valor nominal é menor ou igual a 90%;
• O equipamento possui a avaliação como: “Marginal”, quando o valor calculado
dividido pelo valor nominal é maior que 90% e menor que 100%;
• O equipamento possui a avaliação como: “Falhou”, quando o valor calculado dividido
pelo valor nominal é maior ou igual a 100%;
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 19

Tabela 9 – Resultado da suportabilidade de disjuntores de Média Tensão


Tensão Ics Icm
Dispositivo Descrição Dispos. nominal nominal
Dispositivo (V) (kA) (kA) Avaliação
de proteção Tensão Corrente Corrente
Barra Barra CC eficaz calc. CC Pico calc.
(V) (kA) (kA)
Razão Razão
Fabricante Razão (%)
(%) (%)
DJ-AUX RM 13800 21 52,3
QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R01 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R02 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R03 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R04 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R05 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R06 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R07 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-R08 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

DJ-TR1 RM 13800 21 52,3


QD-MT-01.1 800A - Óleo 13800 7,7 18,25 Passou
ABB RM sm 17.5p - 50 100 36,67 34,89

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 20

Tabela 10 – Resultado da suportabilidade de disjuntores de Baixa Tensão


Tensão Ics Icm
Dispositivo Descrição Dispos. nominal nominal
Dispositivo (V) (kA) (kA) Avaliação
de proteção Tensão Corrente Corrente
Barra Barra CC eficaz CC pico
(V) calc. (kA) calc. (kA)
Razão Razão Razão
Fabricante
(%) (%) (%)
DJ-GD1 EMAX E2 440 66 145
QD-GE EKIP DIP LSIG 440 55,2 128,21 Passou
ABB E2.2 N 1250A 100 83,64 88,42

DJ-GD2 EMAX E2 440 66 145


QD-GE EKIP DIP LSIG 440 55,2 128,21 Passou
ABB E2.2 N 1250A 100 83,64 88,42

DJ-CCM-02.1 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-02.1 PR122/P-LSIG 525 37,7 88,66 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,70 40,30

DJ-CCM-02.2 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-02.2 PR122/P-LSIG 525 37,7 88,66 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,70 40,30

DJ-CCM-02.3 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-02.3 PR122/P-LSIG 525 37,7 88,66 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,70 40,30

DJ-CCM-03.1 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-03.1 PR122/P-LSIG 525 37 83,89 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,00 38,13

DJ-CCM-03.2 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-03.2 PR122/P-LSIG 525 37 83,89 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,00 38,13

DJ-CCM-03.3 EMAX - E4 & E6 480 100 220


CCM-03.3 PR122/P-LSIG 525 37 83,89 Passou
ABB E4H, 3200-6300 A 91,43 37,00 38,13

DJ-CCM-04.1 EMAX - E1, E2 & E3 380 55 121


CCM-04.1 PR122/P-LSIG 525 38,91 86,23 Passou
ABB E2N, 400 - 3200 A 72,38 70,75 71,26

DJ-PSA 140G-J6/J0 220 100 124,7


076 PSA 80 - 250A [TM] adj 230 3,14 4,59 Passou
Allen Bradley 140G-J6F3-D12 95,65 3,14 3,68

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 21

Com base na análise do curto-circuito subtransitório eficaz e de pico em relação


aos valores de capacidade de interrupção (Ics e Icm) dos disjuntores instalados na planta,
observou-se que todos apresentaram resultados satisfatórios. A relação entre o valor
calculado de curto-circuito e o valor nominal foi inferior a 90%. Portanto, é possı́vel
concluir que os disjuntores estão devidamente dimensionados para o sistema em questão.

4.3 FLUXO DE CARGA

Os resultados deste estudo englobam o cálculo do fluxo de carga ativa e reativa


por meio de transformadores e cabos, bem como a determinação dos nı́veis de tensão nas
barras do sistema, o fator de potência e as perdas no sistema. Esses valores possibilitam a
identificação de transformadores e cabos que estão operando em condições de sobrecarga, a
recomendação de ajustes adequados para os taps dos transformadores e a determinação da
necessidade de potência reativa para a correção do fator de potência, utilizando capacitores.
A análise em questão está centrada exclusivamente na indicação dos nı́veis de
carga e quedas de tensão nas barras desse sistema. O escopo da análise abrange as barras
de baixa tensão do sistema, seguindo até a entrada do sistema em 138 kV.
É importante destacar que as cargas utilizadas na simulação foram fornecidas
pela empresa, considerando que a potência máxima demandada pelo sistema deve ser
aproximadamente de 7 MW.
A seguir, apresenta-se uma tabela contendo as barras do sistema e suas respectivas
cargas demandadas:

Tabela 11 – Cargas demandadas fornecidas pela empresa


Barra Carga Corrente A) Tensão (V) Potência demandada (kW)
CCM-02.1 CEQ CCM-02.1 1437.2 480 1123.2
CCM-02.2 CEQ CCM-02.2 1644.9 480 1285.5
CCM-02.3 CEQ CCM-02.3 1830.3 480 1430.4
CCM-03.1 CEQ CCM-03.1 861.1 480 672.9
CCM-03.2 CEQ CCM-03.2 1155.2 480 902.8
CCM-03.3 CEQ CCM-03.3 1104 480 862.8
CCM-04.1 CEQ CCM-04.1 629 380 389.1

Fonte: Autoria própria

Para todas as tabelas a seguir, as grandezas expostas podem ser assim definidas:
V : Tensão de operação da barra;
VN : Tensão nominal da barra;
∆V %: Queda de tensão (em %);
SN : Potência aparente nominal do transformador;
SLF : Potência aparente de operação;
PLF : Potência ativa de operação;
QLF : Potência reativa de operação;
∆S%: Carregamento (em %);
ILF : Corrente de operação;
ILF %: Carregamento (em %);
V (%): Valor de tensão de operação nas barras (em %).
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 22

Tabela 12 – Resultados de fluxo de carga nas Barras


Barras VN (kV ) V(kV) ∆V % P (kW) Q (kVAr) V (%)
CCM-04.1 0.380 0.369 2.83 389.14 141.24 97.17
CCM-02.1 0.480 0.462 3.65 1123.20 407.67 96.35
CCM-02.2 0.480 0.461 3.89 1285.52 466.58 96.11
CCM-02.3 0.480 0.460 4.10 1430.40 519.17 95.90
CCM-03.1 0.480 0.465 3.09 672.94 244.24 96.91
CCM-03.2 0.480 0.463 3.45 902.78 327.67 96.55
CCM-03.3 0.480 0.463 3.39 862.75 313.14 96.61
PN-M-1100 4.160 4.017 3.42 550.00 180.78 96.58
QD-MT-01.1 13.800 13.512 2.09 7254.32 2844.66 97.91

Fonte: Autoria própria

Tabela 13 – Resultados de fluxo de carga nos cabos


Secção Cabos IAmpac . ILF ILF
Descrição ∆V % P (kW) Q (kVAR)
(mm²) p/ fase (A) (A) (%)
C-01/TF-02.1 25 1 125.6 52 41.31 0.1 1128.7 447.8
C-02/TF-02.2 25 1 125.6 60 47.40 0.2 1292.7 519.4
C-03/TF-02.3 25 1 125.6 66 52.86 0.2 1439.4 584.8
C-04/TF-03.1 25 1 125.6 31 24.61 0.2 675.5 258.6
C-05/TF-03.2 25 1 125.6 42 33.14 0.2 907.5 353.7
C-06/TF-03.3 25 1 125.6 40 31.65 0.2 867.0 336.9
C-07/PINV-03.1 25 1 125.6 25 19.97 0.1 553.2 196.3
C-08/TF-04.1 25 1 125.6 18 14.19 0.1 390.3 147.2
C-SEC-TR1 240 4 1138.3 333 29.25 0.0 7254.6 2845.0

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 23

Tabela 14 – Resultados de fluxo de carga nos transformadores


SN SLF PLF QLF
Descrição ∆V % ∆S%
(kVA) (kVA) (kW) (kVAr)
TF-02.1 2500 1212.58 1127.0 447.5 1.4 49.61
TF-02.2 2500 1390.97 1290.5 519.0 1.6 56.91
TF-02.3 2500 1550.91 1436.6 584.3 1.8 63.47
TF-03.1 2500 722.09 674.3 258.4 0.8 29.55
TF-03.2 2500 971.72 905.2 353.3 1.1 39.79
TF-03.3 2500 928.13 865.0 336.5 1.1 38.00
TF-03.4 1500 586.15 552.4 196.2 1.2 39.97
TF-04.1 2000 416.76 389.9 147.1 0.7 21.30
TR1 12000 7958.10 7275.6 3224.4 2.1 53.05

Fonte: Autoria própria

De acordo com Shokooh (2018a) os limites tı́picos de sobretensão e subtensão são


determinados com base no tipo de sistema e no nı́vel de tensão. Os limites de tensão ANSI
C84.1 são de ±5%. O limite mı́nimo de tensão de utilização normal é de -10%, ou seja, que
a queda de tensão pode chegar a 10% em relação à tensão nominal do barramento para
alguns equipamentos. Com base nesse referencial, ao analisarmos os resultados das tabelas,
é possı́vel observar que não ocorreram quedas de tensão superiores a 5% nos painéis. No
que diz respeito à análise do carregamento de cabos e transformadores, os resultados foram
satisfatórios, uma vez que não foram registrados valores superiores a 100%, indicando que
não há sobrecarga operacional.

4.4 ESTABILIDADE TRANSITÓRIA DE GERADORES SÍNCRONOS

Para realização dosdos casos visando a análise da estabilidade, é imprescindı́vel a


modelagem de elementos especı́ficos, sendo esses:
• Regulador de tensão;
• Regulador de velocidade;
• Modelo do gerador.
Para este sistema, foi informado que o regulador de tensão utilizado é do tipo
ST1A, conforme ilustrado na IEEE Std 421.5 como pode ser visto na imagem abaixo:
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 24

Figura 8 – Regulador de tensão ST1A de acordo com IEEE Std 421.5

Fonte: (HAJAGOS, 2016)

O regulador de velocidade a ser utilizado não foi informado pela empresa. Sendo
assim, utilizou-se um regulador tı́pico para geradores a diesel fornecido pela própria
biblioteca do módulo ISIM* do SKM PTW.

Figura 9 – Regulador de velocidade tı́pico para geradores a diesel

Fonte: (SKM, 2010)

O modelo do gerador a diesel é um modelo fornecido pela biblioteca do módulo


ISIM* do software SKM PTW e representa um modelo de máquina sı́ncrona em um nı́vel
subtransitório.
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 25

Figura 10 – Modelo de gerador a diesel

Fonte: (SKM, 2010)

Os dados da tabela abaixo foram retirados da folha de dados do gerador fornecidos


pela WEG, alguns dados como Xl, coeficiente de amortecimento (D), Tq0”, Fator de
saturação 100% e 120% foram utilizados valores tı́picos fornecidos por Lee (1998) pois os
mesmos não foram descritos na folha de dados.

Tabela 15 – Dados dos geradores


Modelo do gerador a diesel
Ra: Resistência de armadura 0.0029
Xd: Reatância sı́ncrona de eixo direto 2.476
Xq: Reatância sı́ncrona de eixo em quad. 0.612
Xd’: Reatância transitória de eixo direto 0.172
X”: Reatância de seq. neg. de eixo em quad. 0.11
Xl: Reatância de fuga 0.072
H: Constante de inércia 0.2436
D: Coeficiente de amortecimento de carga 0
Td0’: Constante trans. de circ. aberto 1.826
Td0”: Constante subtrans. de circ. aberto 0.002
Tq0”: Constante de tempo subtransitória 0.06
S10: Fator de saturação at V=1.0 PU 0.11
S12: Fator de saturação at V=1.2 PU 0.48

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 26

Para a análise foram estabelecidos alguns casos citados abaixo:


• Caso 001: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, curto-circuito
aplicado no CCM-03.3 com atuação da proteção e trip do circuito;
• Caso 002: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, curto-circuito
aplicado no primário do transformador TF-03.3 com atuação da proteção e trip do
circuito;
• Caso 003: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, desligamento
abrupto do transformador TF-03.3;
• Caso 004: Somente geradores em operação, curto-circuito aplicado no CCM-03.2 com
atuação da proteção e trip do circuito;
• Caso 005: Somente geradores em operação, curto-circuito aplicado no primário do
transformador TF-03.2 com atuação da proteção e trip do circuito;
• Caso 006: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de
900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 100 kW;
• Caso 007: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de
900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 200 kW;
• Caso 008: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de
900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 300 kW;
• Caso 009: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de
900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 500 kW;
• Caso 010: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 200 kW;
• Caso 011: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 300 kW;
• Caso 012: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 400 kW;
• Caso 013: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 500 kW;
• Caso 014: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 600 kW;
• Caso 015: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores a
vazio). Entrada de um bloco de carga de 700 kW.
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 27

Após a definição dos casos, foram realizadas as simulações aplicando os respectivos


distúrbios. A seguir estarão os descritivos dos casos e seus resultados gráficos.

Caso 1: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, curto-circuito


aplicado no CCM-03.3. Atuação da proteção e trip do circuito.

Figura 11 – Resultado Caso 1: Velocidade x curto-circuito no CCM-03.3

Fonte: Autoria própria

Caso 2: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, curto-circuito


aplicado no primário do transformador TF-03.3 com atuação da proteção e trip do circuito.

Figura 12 – Resultado Caso 2: Velocidade x Prim.TF-03.3

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 28

Caso 3: Geradores e Concessionária funcionando simultaneamente, desligamento


abrupto do transformador TF-03.3.

Figura 13 – Resultado Caso 3: Velocidade x Desligamento TF-03.3

Fonte: Autoria própria

Caso 4: Somente geradores em operação, curto-circuito aplicado no CCM-03.2


com atuação da proteção e trip do circuito.

Figura 14 – Resultado Caso 4: Curva de velocidade do Gerador 1

Fonte: Autoria própria

Caso 5: Somente geradores em operação, curto-circuito aplicado no primário do


transformador TF-03.2 com atuação da proteção e trip do circuito.

Figura 15 – Resultado Caso 5: Curva de velocidade do Gerador 1

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 29

Caso 6: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de


900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 100 kW.

Figura 16 – Resultado Caso 6: Velocidade x Saı́da de bloco de 100kW

Fonte: Autoria própria

Caso 7: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de


900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 200 kW.

Figura 17 – Resultado Caso 7: Velocidade x Saı́da de bloco de 200kW

Fonte: Autoria própria

Caso 8: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de


900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 300 kW.

Figura 18 – Resultado Caso 8: Velocidade x Saı́da de bloco de 300kW

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 30

Caso 9: Somente geradores em operação. Carga no sistema aproximadamente de


900 kW. Saı́da de um bloco de carga de 500 kW.

Figura 19 – Resultado Caso 9: Velocidade x Saı́da de bloco de 500kW

Fonte: Autoria própria

Caso 10: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 200 kW.

Figura 20 – Resultado Caso 10: Velocidade x Entrada de bloco de 200kW

Fonte: Autoria própria

Caso 11: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 300 kW.

Figura 21 – Resultado Caso 11: Velocidade x Entrada de bloco de 300kW

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 31

Caso 12: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 400 kW.

Figura 22 – Resultado Caso 12: Velocidade x Entrada de bloco de 400kW

Fonte: Autoria própria

Caso 13: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 500 kW.

Figura 23 – Resultado Caso 13: Velocidade x Entrada de bloco de 500kW

Fonte: Autoria própria

Caso 14: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 600 kW.

Figura 24 – Resultado Caso 14: Velocidade x Entrada de bloco de 600kW

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 32

Caso 15: Somente geradores em operação. Carga no sistema em 0 kW (Geradores


a vazio). Entrada de um bloco de carga de 700 kW.

Figura 25 – Resultado Caso 15: Velocidade x Entrada de bloco de 700kW

Fonte: Autoria própria

Após a realização das simulações dos casos 1 a 3, foi possı́vel analisar que durante
o paralelismo entre a concessionária e os geradores, na ocorrência de um curto-circuito no
secundário de um transformador com a atuação do disjuntor de baixa tensão do respectivo
circuito, os geradores apresentam estabilidade. Da mesma forma, em caso de curto-circuito
no primário de um transformador com a atuação do disjuntor de média tensão do respectivo
circuito, os geradores também se mantêm em condição estável, embora sua velocidade
máxima possa atingir de forma transitória valores elevados, o que pode resultar em danos
nos geradores caso ocorra um ou mais eventos.
Considerando apenas os geradores em operação no caso 4 e 5, verificou-se que tanto
em um cenário de curto-circuito no secundário do transformador quanto em um cenário
de curto-circuito no primário do transformador com a atuação do respectivo disjuntor do
circuito, os geradores não conseguem manter a estabilidade. Isso indica que, em caso de
curto-circuito no sistema, a proteção dos geradores não precisa aguardar a atuação de
qualquer elemento de proteção das saı́das, mas sim agir instantaneamente ou o mais rápido
possı́vel.
Para os casos 6, 7, 8 e 9, levando em consideração apenas os geradores em operação,
nos quais esses geradores iniciam com a carga demandada pelo sistema, foram realizadas
simulações com a retirada de carga de 100 kW, 200 kW, 300 kW e 500 kW, respectivamente.
Nas imagens a seguir, são apresentadas comparações entre esses casos em dois gráficos,
com o intuito de proporcionar uma visualização mais clara.
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 33

Figura 26 – Comparação da Velocidade nos casos 6, 7 e 8

Fonte: Autoria própria

Figura 27 – Comparação da Velocidade nos casos 6, 7, 8 e 9

Fonte: Autoria própria

Observa-se que tanto na retirada de 100 kW e na retirada de 200 kW, os geradores


conseguem manter a estabilidade. No caso da retirada de 300 kW, os geradores ainda
são capazes de manter a estabilidade, porém a velocidade máxima alcançada de forma
transitória é consideravelmente alta, o que pode resultar em danos aos geradores em caso de
ocorrência de um ou mais eventos. No entanto, na condição em que um bloco de cargas de
500 kW é retirado, a velocidade atingida é excessivamente alta e se mantém por mais que
6 segundos, o que não é recomendado para a operação de acordo com Lee (1998). Portanto,
para a retirada de cargas, é recomendável que o valor não exceda 200 kW de uma única vez.

E para os ultimos cinco casos considerando apenas os geradores em operação,


desta vez com os mesmos inicialmente em vazio, foram simulados casos com a entrada de
blocos de cargas. Foram introduzidos recpectivamente blocos de 200 kW, 300 kW, 400 kW,
500 kW, 600 kW e 700 kW. Representa-se a seguir um comparativo do comportamento da
velocidade dos geradores entre estes casos.
Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 34

Figura 28 – Comparação da Velocidade nos casos 10, 11, 12 e 13

Fonte: Autoria própria

Figura 29 – Comparação da Velocidade nos casos 10, 11, 12, 13, 14 e 15

Fonte: Autoria própria


Capı́tulo 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 35

Nota-se, nas duas primeiras condições, ou seja, na entrada de 200 kW e na entrada


de 300 kW, os geradores são capazes de manter a estabilidade. No caso da entrada de 400
e 500 kW, os geradores ainda são capazes de manter a estabilidade, no entanto, a redução
na velocidade atingida de forma transitória é significativa, o que pode resultar em danos
nos geradores caso ocorra um ou mais eventos. Porém, no caso da entrada de blocos de
carga de 600 kW ou mais, a diminuição na velocidade atingida é excessivamente alta e
persiste por alguns segundos, o que não é recomendado para a operação.
Portanto, para a entrada de cargas, é recomendável que o valor não ultrapasse
200 kW de uma única vez. Em situações excepcionais, pode-se chegar a 300 kW.
36

5 CONCLUSÃO

A realização deste trabalho destaca a importância dos estudos elétricos, abran-


gendo todas as etapas, desde o planejamento até a implementação prática do projeto.
A análise minuciosa dos dispositivos de proteção utilizados no sistema elétrico da em-
presa é viabilizada por meio dos estudos de curto-circuito e fluxo de carga, ressaltando a
necessidade de um projeto adequadamente dimensionado para assegurar o desempenho
satisfatório dessas proteções. Essa abordagem evita gastos desnecessários relacionados
à falha de equipamentos e ao uso de cabos subdimensionados que, ao longo do tempo,
poderiam acarretar a deterioração do sistema. Trazendo assim com a realização destes
estudos mais confiabilidade, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro aos
funcionários.
Além disso, a análise de estabilidade permitiu a avaliação dos diferentes cenários,
fazendo com que a empresa possa realizar um planejamento apropriado para intervenções
nos geradores, se necessário, sem ocasionar problemas ou danos aos equipamentos.
Apesar dos resultados positivos obtidos com esses estudos, o presente trabalho
abre perspectivas de aprimoramento para pesquisas futuras. Isso inclui a possibilidade de
priorizar análises especı́ficas e aprofundar as modelagens do sistema, bem como conduzir
estudos adicionais visando a aumentar a confiabilidade do sistema como, por exemplo, a
realização de estudo de rejeição de cargas monitorando e atuando para frequências não
aceitáveis.
37

Referências

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Citado na página 3.

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VALLE, R. L. de S. DESEMPENHO DINÂMICO DE SISTEMAS ELÉTRICOS IN-


DUSTRIAIS COM GRANDES CARGAS MOTÓRICAS E GERAÇÃO SÍNCRONA.
Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 3 2018.
An optional note. Citado na página 6.

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