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Campinas
2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
Campinas
2019
Agradecimentos
A elaboração desse trabalho não seria possível sem a colaboração, auxílio e estímulo de várias
pessoas. Portanto gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que
contribuíram de alguma forma para que esse trabalho fosse concluído.
Primeiramente agradeço a Deus por me guiar e abençoar a cada dia, por todas as bênçãos e
iluminação, sabendo que sem ele nada disso teria sido realizado, registro aqui minha eterna
gratidão.
Ao Prof. Dr. Mateus Giesbrecht, meu orientador, pelo incentivo, pelos ensinamento sobre
máquinas elétricas e pela enorme dedicação em auxiliar com o direcionamento técnico e a
elaboração desse trabalho. Deixo aqui registrado minha admiração por seu talento como
educador e por seu conhecimento técnico na área de máquinas elétricas.
Ao Prof. Dr. Paulo Valente pela introdução aos métodos de otimização matemática, que sem
eles não seria possível a conclusão desse trabalho.
Ao Prof. Dr. Cesar Pagan pelos ensinamentos sobre eletromagnetismo, registro aqui minha
admiração por seu profundo conhecimento acerca dessa disciplina.
À empresa Valeo Sistemas Automotivos pelo apoio e o tempo cedido para a conclusão desse
trabalho.
À Unicamp pelo acesso a materiais técnicos, periódicos e softwares imprescindíveis para
realização desse trabalho.
Aos meus amigos e familiares em especial aos meus pais José Flávio e Deisi que sempre
estiveram ao meu lado me apoiando e incentivando.
À minha querida Helen pelo apoio, carinho e companheirismo durante todos esses anos que
estamos juntos.
“I have looked into most philosophical systems and I have seen that none will work without
God.”
-James Clerk Maxwell
Resumo
O crescimento da eletriĄcação de componentes no mercado automotivo aumentou a demanda
por motores de corrente contínua com ímã permanente (do inglês, PMDC). O Desenvolvi-
mento dos motores PMDC envolve uma grande quantidade de tempo, portanto, economias
podem ser feitas se houver uma maneira assertiva de projetá-los. Neste trabalho são utilizados
dois métodos distintos para prever o desempenho de motores de corrente contínua, no caso,
motores de partida, sendo o primeiro baseado na simulação do Ćuxo magnético com o método
de elementos Ąnitos (MEF) e o segundo método baseado no cálculo analítico. Os resultados
obtidos com os dois métodos são comparados por teste realizado com protótipos em bancada.
Como resultado, foi veriĄcado que os métodos possuem erro menor que 6% quando compa-
rados com aos testes realizados com protótipos, o que valida a exatidão dos modelos. Então
são aplicadas técnicas de otimização matemática ao modelo obtido com o método analítico a
Ąm de modiĄcar parâmetros da máquina para maximização do torque desenvolvido. Ao Ąnal
da otimização matemática baseada no modelo analítico, foi obtido um incremento do torque
de 3,5%. Apesar do resultado ser menor que o erro dos modelos, ele pode ser considerado
signiĄcante uma vez que o motor utilizado possui projeto extensivamente estudado. Os re-
sultados do projeto otimizado foram validados com o MEF e foi veriĄcado um erro menor
que 1% demonstrando que o modelo analítico possuiu boa correlação com resultados obtidos
por MEF.
Figura 1 Ű Estator ilustrado com 4 imãs permanentes e yoke com patas para Ąxação 25
Figura 2 Ű Rotor ilustrado com fechamento da bobina com comutador radial . . . . 26
Figura 3 Ű Ilustração comutador montado com duas escovas e cordoalha . . . . . . . 26
Figura 4 Ű Enrolamento Imbricado em máquinas de duas escovas, quatro polos com
quatro lâminas do comutador, a polaridade dos polos e marcada pelas
letras N(norte) e S(sul) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 5 Ű Enrolamento Ondulado em uma máquina de duas escovas, dois polos ,
quatro lâminas do comutador e quatro bobinas, a polaridade dos polos
marcados pela letra N(norte) e S (sul) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 6 Ű Diagrama ilustrando condutor carregado percorrendo face polar pelo ca-
minho 𝑑 com velocidade æm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 7 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação inde-
pendente, onde 𝑉c é a tensão aplicada nos terminais da bobina de campo,
𝐼c corrente que circula na bobina de campo, 𝑅c resistência da bobina de
campo, 𝑉T tensão aplicada nos terminais da máquina, 𝐼a corrente de ar-
madura, 𝑅a resistência da bobina de armadura, 𝐸a tensão induzida na
armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 8 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação em
derivação, onde 𝑉T é a tensão aplicada nos terminais da máquina, 𝐼T é
a corrente fornecida pela fonte ligada aos terminais da máquina 𝐼C é a
corrente que circula na bobina de campo, 𝑅c resistência da bobina de
campo, 𝐼a corrente de armadura, 𝑅a resistência da bobina de armadura,
𝐸a tensão induzida na armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 9 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação em
série, onde 𝑉T é a tensão aplicada nos terminais da máquina, 𝐼T é a corrente
fornecida pela fonte ligada aos terminais da máquina 𝐼C é a corrente que
circula na bobina de campo, 𝑅c é a resistência da bobina de campo, 𝐼a é
a corrente de armadura, 𝑅a é a resistência da bobina de armadura, 𝐸a é a
tensão induzida na armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 10 Ű Característica BH de um imã ferrite com 𝐵r igual à 0,4T e 𝐻c igual à
-302kA/m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 11 Ű Fluxo de potência para um motor de corrente contínua . . . . . . . . . . 42
Figura 12 Ű Malha de triângulos formada para estrutura geométrica a ser submetida
ao método dos elementos Ąnitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 13 Ű Representação da função 𝑓 (𝑥) com mínimos e máximos globais e locais
dado o domínio da função 𝑓 (𝑥) em que 𝑥 ∈ R ♣ 𝑎 ⊘ 𝑥 ⊘ 𝑏 . . . . . . . . . 50
Figura 14 Ű Função 𝑧 = 𝑧 2 ⊗ 𝑦 2 que apresenta ponto de sela onde veriĄca-se em sua
redondeza existe pontos maiores e menores que (𝑥* , 𝑦 * ) . . . . . . . . . . 53
Figura 15 Ű Caminho percorrido pelo método dos pontos interiores na região 𝑃 ∈ R2 ,
saindo do ponto inicial 𝑥0 até o resultado ótimo 𝑥* . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 16 Ű GráĄco de cores simulado por MEF mostra intensidade de Ćuxo magnético
para o motor proposto, apresenta intensidade de Ćuxo magnético despre-
zível nas regiões do yoke, shunt e núcleo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 17 Ű (a) Caminhos distintos percorrido pelas linhas de Ćuxo. (b)Circuito repre-
sentativo de relutâncias (ℛ) e intensidade de campo magnético (𝐻c ) do
caminho que atravessa apenas o núcleo do rotor (ℛN ) e entreferro (ℛEF )
passando pelo ímã ℛP e Yoke (ℛy ). (c) Circuito representativo do cami-
nho que atravessa núcleo do rotor, bobina de cobre (ℛc ), entreferro, ímã
e Yoke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Figura 18 Ű Resultado obtido na simulação (mapa de cores) que apresenta os valores
da densidade do campo magnético e linhas de Ćuxo magnético . . . . . 68
Figura 19 Ű Distribuição da densidade do Ćuxo magnético através do perímetro do
entreferro do motor de corrente contínua de ímãs permanentes . . . . . . 68
Figura 20 Ű Distribuição de densidade magnética e linhas de Ćuxo obtido com resultado
da simulação executada pelo software Maxwell . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 21 Ű Distribuição da densidade do Ćuxo magnético através do perímetro do
entreferro do motor, resultado obtido com simulação do software Maxwell 70
Figura 22 Ű Banco de teste de característica elétrica para motores de partida . . . . . 72
Figura 23 Ű Exemplo curva característica elétrica conforme norma ISO-8856 . . . . . 73
Figura 24 Ű GráĄco contendo resultado de corrente e torque apresentado pelos 50 pro-
tótipos testados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Figura 25 Ű Resultados comparativos entre simulação, método analítico e protótipo
testados em laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 26 Ű Ilustração do motor com dimensões do projeto otimizado . . . . . . . . 81
Figura 27 Ű Distribuição de densidade magnética e linhas de Ćuxo obtido com resultado
da simulação para parâmetros otimizados do motor . . . . . . . . . . . . 82
Figura 28 Ű Comparativo da distribuição da densidade do Ćuxo magnético através do
perímetro do entreferro do motor para projeto atual e projeto com parâ-
metros otimizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 29 Ű
Ilustração da estrutura da máquina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 30 Ű
Dimensões do rotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Figura 31 Ű
Dimensões do estator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Figura 32 Ű
Biblioteca de materiais do software FEMM . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Figura 33 Ű
Seleção do material Ferrite para ímã e valor da direção do vetor da com-
ponente do campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 34 Ű Detalhamento da malha da MEF criada pelo software FEMM . . . . . . 96
Figura 35 Ű Atribuição de materiais no software Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 36 Ű ConĄguração do vetor de direção da densidade de Ćuxo magnético . . . . 98
Lista de tabelas
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Estrutura da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
I Revisão BibliográĄca 18
2 Contexto Histórico do Desenvolvimento e Aplicação de Motores Elétricos . . 19
2.1 Eletromagnetismo e o Motor Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2 Motores de Partida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3 Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 23
3.1 Princípios Eletromagnéticos Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Princípio Construtivo das Máquinas de Corrente Contínua . . . . . . . . . . 24
3.2.1 Estator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2.2 Rotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.3 Enrolamento da Armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.4 Enrolamento Imbricado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2.5 Enrolamento Ondulado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Tensão e Conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.1 Tensão Induzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3.2 Conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4 Circuito Equivalente Para Máquinas de Corrente Contínua . . . . . . . . . . 33
3.5 Motor de Corrente Contínua com Imãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5.1 Imã Permanente em Aplicação para Máquinas de Corrente Contínua . 38
3.5.2 Cálculo do Ponto de Operação do Motor de Corrente Contínua com
Imãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.6 Perdas em Motores de Corrente Contínua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.7 Método dos Elementos Finitos Aplicado ao Estudo de Motores de Corrente
Contínua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.7.1 Fundamentos da Análise de Elementos Finitos . . . . . . . . . . . . . 43
3.7.2 Simulação Computacional para Solução de Problemas Magnéticos . . 45
4 Otimização Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.1 Teoria da Otimização Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2 Métodos de Otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.1 Método de Otimização Clássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.2 Método dos Pontos Interiores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.2.3 Otimização aplicada ao Motor de Corrente Continua de Ímãs Perma-
nentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
II Resultados 61
5 Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Com-
putacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.1 Método Analítico para Cálculo de Fluxo Magnético da Máquina de Corrente
Contínua de Ímãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.2 Estimação da Densidade de Fluxo Magnético Utilizando Simulação Computa-
cional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2.1 Simulação Magnetostática Utilizando FEMM . . . . . . . . . . . . . 67
5.2.2 Simulação Magnetostática Utilizando ANSOFT Mawxell . . . . . . . 69
5.3 Ensaios em Bancada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.4 Comparativo dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
6 Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do
Motor CC de Ímãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.1 Análise do Resultado da Otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
6.2 Simulação Magnetostática do Projeto do Motor Otimizado . . . . . . . . . . 81
7 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Apêndices 90
APÊNDICE A Características Mecânicas e Elétricas do Motor de Corrente Con-
tínua de Ímãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
APÊNDICE B ConĄguração do Software para Simulação Magnetostática . . . 94
B.1 Software FEMM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
B.2 Software ANSOFT Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
APÊNDICE C Códigos Implementados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
C.1 Código em Matlab para Cálculo do Dimensionamento da Máquina CC Imã
Permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
C.2 Código em Matlab para Otimização Máquina CC Ímã Permanente . . . . . . 100
16
1 Introdução
O mercado automotivo torna-se mais competitivo a cada ano. Sendo assim, toda re-
dução de custo e inovação signiĄcam aumento de competitividade, consequentemente deixar
de buscar inovação pode signiĄcar uma grande perda Ąnanceira. Portanto, em tempos de
indústria 4.0 (HERMANN et al., 2016), métodos para desenvolvimento e predição de com-
portamentos de produtos são muito importantes.
Grande importância é dada à compreensão antecipada da performance de um produto,
uma vez que isso impacta diretamente na projeção dos custos. Além disso, métodos velozes
de testar diferentes comportamentos e parâmetros são de grande utilidade para engenheiros
envolvidos em desenvolvimento de dispositivos inovadores, portanto métodos e ferramentas
que simpliĄcam a tarefa de desenvolvimento merecem atenção.
O uso de motores elétricos em veículos automotores é comum, sendo aplicados para
diversas funcionalidades, como exemplo motores elétricos atuando na movimentação dos vi-
dros, limpadores de para brisa, assistência na direção, entre muitas outras aplicações. Essas
aplicações são desenvolvidas diariamente para simpliĄcar e melhorar a experiência do usuário
ao conduzir seu veículo.
No entanto, para desenvolver tais motores elétricos, é importante levar em conta a
fonte de alimentação disponível, que no caso de veículos automotores, em geral, é constituída
por uma bateria que fornece tensão de forma contínua, portanto motores de corrente contínua
são as soluções mais comuns. Um caso especial é o dos motores de corrente contínua com
imãs permanentes, que são máquinas muito utilizadas, pois agregam às aplicações redução
de dimensões e custo.
Neste trabalho é demonstrado como analisar o projeto de um motor de corrente con-
tínua de imãs permanentes, mais especiĄcamente o motor de partida. O trabalho é baseado
em estudos já realizados como em (MATRAZ, 2005) e (BAZHAR, 2017), que abordam mo-
delagem magnética e otimização em máquinas de corrente contínua.
No trabalho são utilizados dois métodos distintos para o modelamento da máquina
de corrente contínua, sendo o método analítico e o método de elementos Ąnitos (MEF). Em
seguida, os resultados obtidos com os dois métodos são comparados aos ensaios em protótipos.
Como resultado veriĄca-se que tanto a simulação computacional quanto o método analítico
possuem boa acurácia, com erro entre valores calculados e medidos menor que 6%.
Em seguida o modelo analítico do motor é submetido a métodos de otimização ma-
Capítulo 1. Introdução 17
temática que têm como objetivo a maximização do torque do motor sujeito a restrições de
dimensões a Ąm de não aumentar suas dimensões externas. Como resultado foi veriĄcado
que a otimização possibilitou o incremento de cerca de 3,5% do torque do motor, além disso,
ao confrontar os resultados obtidos com a simulação magnetostática por MEF, foi veriĄcado
erro menor que 1%.
Em resumo, veriĄca-se que tanto o modelo analítico quanto a simulação por MEF,
simpliĄcam a tarefa de desenvolvimento e permitem rápida veriĄcação da performance do
motor, sem que haja a necessidade de criar um protótipo físico para ser testado em labora-
tório. Foi veriĄcado ainda que o método analítico associado a otimização é um recurso útil
para poupar tempo no desenvolvimento e teste de diferentes parâmetros.
Parte I
Revisão BibliográĄca
19
Sua hipótese de força circular produzida pela corrente elétrica foi demonstrada em um expe-
rimento composto por um recipiente contendo mercúrio e um imã cilíndrico, um suporte de
cobre, montado ao lado do recipiente e, suspensa neste, uma haste de cobre, cuja extremidade
de apoio era móvel e a inferior mergulhada na solução de mercúrio. Ao energizar o circuito,
formado pelo suporte, haste e solução de mercúrio, a haste apresenta um movimento circular
ao redor do imã, devido a força gerada pela interação dos campos magnéticos do imã e do
cobre que conduz corrente. Pelos feitos de Faraday nos anos subsequentes no campo de estudo
da energia, em sua homagem foi dado o nome de Farad (F) para unidade de capacitância.
Em 1822, Peter Barlow, matemático e físico inglês, inventou o motor homo-polar
(BARLOW, 1824). Seu motor, o disco de Barlow, era composto por um disco de metal
dentado mergulhado parcialmente em mercúrio e posicionado perpendicularmente a um imã
em formato de ferradura. Esse imã criava um campo magnético que atravessava os dentes
do disco e, ao submeter o disco a uma corrente elétrica, este movimentava-se. Existe uma
curiosidade associada a tal invenção, o fato de que o disco não precisava possuir dentes para
funcionar. Foi William Sturgeon, cientista físico britânico, quem percebeu essa possibilidade
e substituiu o disco dentado por um disco circular, além disso fez a importante descoberta
do eletro-imã, veriĄcando que ao energizar um condutor bobinado a uma barra de ferro,
conseguiu criar um forte campo magnético capaz de atrair e suportar estruturas com peso
várias vezes maior em relação ao peso do aparato (STURGEON, 1850).
Em 1831 um importante avanço no campo da indução magnética foi feito por Faraday,
o qual descobriu de forma experimental que, ao se submeter um condutor a uma variação
do campo magnético, é gerada corrente elétrica. Em seu artigo lido em 24 de novembro de
1831 para a Real Sociedade de Londres, ele explica uma série de experimentos e constatações
sobre indução (FARADAY, 1832). Neste princípio fundamental, observado por Faraday, se
baseia o funcionamento dos geradores elétricos.
Desenvolvendo um trabalhando de forma independente a Faraday, o cientista ameri-
cano Joseph Henry desenvolveu um motor oscilatório baseado na repulsão e atração magnética
(HENRY, 1831). Apesar da descoberta da indução não ter sido atribuída a Henry, em 1832
ele publicou a descoberta de um fenômeno que mais tarde seria adotado com nome de indu-
tância própria. Henry percebeu que condutores bobinados apresentavam maior faiscamento
ao desconectar o circuito, do que condutores retos do mesmo tamanho, encontrando assim o
princípio da indutância própria (HENRY, 1832).
Também em 1832, o físico escocês William Ritchie inventou uma máquina rotatória
que ao realizar o movimento invertia a polaridade dos eletroímãs mecanicamente. O dispo-
sitivo responsável pela inversão da polaridade mais tarde foi batizado de comutador e sua
Capítulo 2. Contexto Histórico do Desenvolvimento e Aplicação de Motores Elétricos 21
𝐹⃗ = 𝑄(𝐸
⃗ +𝑈
⃗ × 𝐵)
⃗ (3.1)
A equação parte do princípio que, uma partícula carregada com a carga 𝑄 em mo-
vimento a uma velocidade 𝑈⃗ , ao ser submetida a um campo elétrico 𝐸
⃗ e uma densidade de
⃗ muda de trajetória em consequência da direção dos campos aplicados.
Ćuxo magnético 𝐵,
Se considerado um Ąo conduzindo uma corrente 𝐼c submetido apenas à densidade de Ćuxo
magnético, pode-se obter a seguinte equação:
𝐹⃗ = 𝐼c (𝐿
⃗ × 𝐵)
⃗ (3.2)
⃗ é o comprimento do condutor submetido ao campo 𝐵.
em que 𝐿 ⃗
⌊︁
⃗ ≤ dℓ = 𝐼c
𝐻 (3.3)
c
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 24
⃗ = Û𝐻
𝐵 ⃗ (3.4)
⌊︁ ∫︁ ⃗
𝜕𝐵 dã
𝑒ind = ⃗ ≤ dℓ = ⊗
𝐸 ≤ d𝑆 = ⊗ (3.5)
S 𝜕𝑡 d𝑡
Consequentemente, integrando os dois últimos termos da equação (3.5) veriĄca-se que:
ã = 𝐵𝐴 (3.6)
3.2.1 Estator
O estator (Ągura 1), tipicamente em uma máquina de corrente contínua utilizada
como motor de partida, é formado por uma carcaça responsável por suportar os mancais de
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 25
Ąxação do motor, assim como por Ąxar as bobinas de campo ou o imã, em caso de máquinas
de imãs permanentes. A Ąxação dos imãs se dá por parafusos atarraxados na carcaça, ou por
um conjunto de presilhas. No caso das bobinas de campo, é comum a bobina ser enrolada
diretamente na estrutura da carcaça. Neste trabalho será considerada apenas a máquina com
imã permanente.
A carcaça do motor é chamada de yoke. Normalmente esse componente é fabricado
com liga de ferro e possui tratamento superĄcial, aplicado a Ąm de evitar corrosão devido
à exposição ao meio ambiente. As propriedades e a forma do yoke não deve ser desprezadas
pois, além de integrar o circuito magnético da máquina, o yoke também é responsável pela
dissipação térmica, auxiliando na refrigeração da mesma quando em operação.
Figura 1 Ű Estator ilustrado com 4 imãs permanentes e yoke com patas para Ąxação
3.2.2 Rotor
O rotor (Ągura 2) é a parte móvel da máquina, normalmente carrega a bobina de
armadura enrolada em um núcleo de aço silício laminado.
O rotor possui forma cilíndrica e é posicionado no interior do estator de forma que as
bobinas sejam encobertas radialmente pelos polos magnéticos. As bobinas são constituídas
normalmente de Ąo de cobre, com diâmetro que pode variar conforme projeto da máquina.
Os Ąos das bobinas são posicionados em ranhuras na extremidade do núcleo magnético e é
comum forrar a ranhura com papel isolante ou até mesmo enrolar o Ąo em papel isolante,
cuja utilização visa garantir maior proteção mecânica para o verniz isolante do Ąo, assim
como um melhor isolamento elétrico.
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 26
O eixo do rotor é apoiado nos mancais por intermédio de rolamentos, que em motores
de partida podem ser tipo esfera, tipo agulha, ou até mesmo formados por buchas de material
como ligas de bronze. Essa construção básica não é mandatória, porém para o caso das
máquinas de corrente contínua estudadas nesse trabalho iremos considerar essa conĄguração.
As escovas são feitas geralmente de carbono, cobre, graĄte, ligas de metal ou misturas
desses materiais. O material utilizado na escova afeta diretamente fatores como dureza, po-
rosidade e condutividade, esses características da escova determinam sua vida útil e podem
também inĆuenciar na performance da máquina.
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 27
𝑍 = 2𝐶𝑁 (3.7)
𝑎=𝑃 (3.8)
Figura 4 Ű Enrolamento Imbricado em máquinas de duas escovas, quatro polos com quatro
lâminas do comutador, a polaridade dos polos e marcada pelas letras N(norte) e
S(sul)
Figura 5 Ű Enrolamento Ondulado em uma máquina de duas escovas, dois polos , quatro
lâminas do comutador e quatro bobinas, a polaridade dos polos marcados pela
letra N(norte) e S (sul)
O passo do comutador (𝑦c ) para alocar o segmento da bobina pode ser calculado com
a equação (3.9):
2(𝐶 ∘ 1)
𝑦c = (3.9)
𝑃
Onde 𝐶 é o número de bobinas, 𝑃 é o número de polos, o número ∘1 remete ao
enrolamento progressivo (+1) regressivo (⊗1).
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 30
A vantagem técnica desse tipo de enrolamento está no fato de que sempre haverá dois
caminhos de corrente, portanto para enrolamento ondulado:
𝑎=2 (3.10)
d𝜃c = æm d𝑡 (3.11)
Figura 6 Ű Diagrama ilustrando condutor carregado percorrendo face polar pelo caminho 𝑑
com velocidade æm
dã = 2𝐵Δ𝐴 (3.12)
Δ𝐴 = 𝑟𝑙d𝜃c (3.13)
desta forma:
dã = 2𝐵𝑟𝑙d𝜃c (3.14)
dã
𝑒ind = ⊗ (3.15)
d𝑡
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 32
Utilizando a equação (3.6), considerando a densidade de Ćuxo médio por polo, apli-
cando na equação (3.16):
𝑃ã 𝑃ã
𝑒ind = 2𝐵(𝜃c )𝑟𝑙æm 𝑠𝑒 𝐵(𝜃c ) = =⇒ 𝑒ind = æm (3.17)
2Þ𝑟𝑙 Þ
Ponto importante a ser notado é que ã descrito na equação (3.17) se refere a fração
do Ćuxo magnético efetivo no entreferro descontando o Ćuxo disperso e a redução de Ćuxo
devida à reação de armadura.
Para uma máquina de 𝑎 caminhos paralelos e 𝑁 espiras observa-se que a tensão
terminal média da máquina será:
𝑁 𝑁𝑃
𝐸a = 𝑒ind =⇒ 𝐸a = ãæm (3.18)
𝑎 Þ𝑎
Portanto:
𝐸a = 𝐾a ãæm (3.19)
em que 𝐾a é a constante construtiva da máquina, que tem valor Ąxo e está diretamente ligada
a seu projeto.
𝑁𝑃
𝐾a = (3.20)
Þ𝑎
3.3.2 Conjugado
Como apresentado anteriormente, quando um condutor carregado é submetido a um
campo magnético, uma força age sobre ele, sendo essa força dada pela equação (3.2). Para um
condutor de comprimento 𝑙 submetido a uma densidade de Ćuxo de módulo 𝐵 que varia em
função de 𝜃c , em que 𝜃c é a posição angular em relação as faces polares, e posicionado a uma
distância 𝑟 do centro do rotor, o conjugado desenvolvido em função de seu posicionamento é
igual a:
𝐼a
𝑇ind = 2𝑁 𝐵𝑙𝑟 (3.22)
𝑎
Novamente, utilizando a equação (3.6), em que 𝐴 é a área por polo da máquina, pode-
se obter o conjugado total na bobina de armadura em função do Ćuxo magnético da máquina
com a seguinte equação:
ã 𝐼a
𝑇ind = 2𝑁 𝑙𝑟 (3.23)
𝐴 𝑎
em que:
2Þ𝑙𝑟
𝐴= (3.24)
𝑃
portanto:
2Þ𝑙𝑟 𝑃 ã 𝐼a
𝐴= =⇒ 𝑇ind = 𝑁 (3.25)
𝑃 Þ 𝑎
reagrupando os termos:
𝑁𝑃
𝑇ind =
ã𝐼a (3.26)
𝑎Þ
Então utilizando o termo 𝐾a da equação (3.20) na equação (3.26):
de corrente contínua de imãs permanentes pode-se aplicar o mesmo modelo dos motores com
excitação independente.
Figura 7 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação independente,
onde 𝑉c é a tensão aplicada nos terminais da bobina de campo, 𝐼c corrente que
circula na bobina de campo, 𝑅c resistência da bobina de campo, 𝑉T tensão aplicada
nos terminais da máquina, 𝐼a corrente de armadura, 𝑅a resistência da bobina de
armadura, 𝐸a tensão induzida na armadura
Figura 8 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação em derivação,
onde 𝑉T é a tensão aplicada nos terminais da máquina, 𝐼T é a corrente fornecida
pela fonte ligada aos terminais da máquina 𝐼C é a corrente que circula na bobina de
campo, 𝑅c resistência da bobina de campo, 𝐼a corrente de armadura, 𝑅a resistência
da bobina de armadura, 𝐸a tensão induzida na armadura
𝑉T = 𝐸a + 𝐼a 𝑅a (3.28)
𝑇ind
𝑉T = 𝐾a ãæm + 𝑅a (3.29)
𝐾a ã
Isolando a rotação em função do conjugado:
𝑉T 𝑅a
æm = ⊗ 𝑇ind (3.30)
𝐾a ã (𝐾a ã)2
ã = 𝑟φ 𝐼a (3.31)
𝑉T = 𝐸a + 𝐼a (𝑅a + 𝑅c ) (3.32)
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 36
Figura 9 Ű Circuito equivalente para motor de corrente contínua com excitação em série, onde
𝑉T é a tensão aplicada nos terminais da máquina, 𝐼T é a corrente fornecida pela
fonte ligada aos terminais da máquina 𝐼C é a corrente que circula na bobina de
campo, 𝑅c é a resistência da bobina de campo, 𝐼a é a corrente de armadura, 𝑅a
é a resistência da bobina de armadura, 𝐸a é a tensão induzida na armadura
No entanto como o Ćuxo é afetado pela corrente de armadura, a partir das equações
(3.27) e (3.31) a equação para o torque é obtida:
√︃
𝑇ind
𝑉T = 𝐾a ãæm + (𝑅a + 𝑅c ) (3.34)
𝐾a 𝑟 φ
𝐾a 2
𝑇ind = ã (3.35)
𝑟φ
Isolando o Ćuxo:
√︃
𝑟φ √︁
ã= 𝑇ind (3.36)
𝐾a
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 37
√︃ √︃
𝑟φ √︁ 𝑇ind
𝑉T = 𝐾a 𝑇ind æm + (𝑅a + 𝑅c ) (3.37)
𝐾a 𝐾a 𝑟 φ
√︁ √︁ (𝑅a + 𝑅c ) √︁
𝐾a 𝑟φ 𝑇ind æm = 𝑉T ⊗ √︁ 𝑇ind (3.38)
𝐾a 𝑟 φ
Então:
𝑉T 𝑅a + 𝑅c
æm = √︁ ⊗ (3.39)
𝐾a 𝑟φ 𝑇ind 𝐾a 𝑟 φ
Analisando a equação (3.39) é possível notar que se o torque é igual a zero a rotação
tende a inĄnito, no caso real isso não é possível devido às perdas, porém a máquina irá
apresentar rotação alta quando em vazio. Quando o torque aumenta, a velocidade da máquina
cai em função do inverso da raiz quadrada do torque, e que a variação da velocidade em função
do torque ocorre de maneira não linear.
Motores com essa conĄguração são muito utilizados para aplicações que requerem alto
torque de partida já que, conforme a equação (3.33), o torque aumenta conforme o quadrado
da corrente de armadura.
Existem outras estratégias de utilização da bobina de campo, tais como as ligações
compound long e short shunt, porém nesse trabalho não serão abordados outros modelos. O
modelo a ser utilizado é o apresentado para motores com excitação independente, pois o foco
desse trabalho está relacionado a máquina com estator composto por imãs permanentes.
neste trabalho) também costuma ser mais barata, pois os imãs eliminam a necessidade de
cobre dos enrolamentos de campo e reduzem a quantidade de aço empregado na construção
carcaça.
No entanto também existem algumas desvantagens em relação aos motores bobina-
dos. Os imãs são Ąsicamente mais frágeis que as bobinas de campo, podem apresentar ainda
problemas relacionados à desmagnetização dos imãs. Esse efeito causa a diminuição do Ćuxo
magnético gerado pelo imã e pode ser causado por alguns fatores, como choque mecânico ou
exposição prolongada a altas ou baixas temperaturas fora da zona de trabalho especiĄcada
pelos fornecedores do imã. Além disso, a desmagnetização pode ocorrer caso o motor seja sub-
metido a um evento de reação de armadura muito alta, ao ponto que a força magnetomotriz
induzida pela armadura altere a densidade de Ćuxo residual dos imãs.
Outro ponto importante é que, em máquinas de imãs permanentes, não é possível a
modiĄcação da performance e controle de velocidade por enfraquecimento de campo. Além
disso, é comum utilizar o enrolamento de campo em série com bobina de armadura para
aumentar o torque de bloqueio, porém para motores de imã permanente não é possível utilizar
essa particularidade, pois seu campo magnético é sempre Ąxo e a corrente de armadura em
nada altera suas propriedades magnéticas, portanto é impossível melhorar a performance em
bloqueio nesse tipo de máquina.
alto valor do campo coercitivo, apresentam ainda resistência elevada a temperatura podendo
trabalhar acima de 150◇ C . O imã de ferrite é o utilizado no motor apresentado neste trabalho
e suas características são apresentadas na Ągura 10.
Imãs de Alnico são metais magnéticos formados por ligas de ferro, alumínio, níquel
e cobalto. Dentre suas características são alto valor de densidade de Ćuxo magnético rema-
nente e baixo valor do campo coercitivo, além disso apresentam alta resistência mecânica e
alta resistência a temperatura, sendo capazes de operar em temperaturas acima de 400◇ C.
Esses imãs são pouco utilizados para aplicações em máquinas elétricas, devido sua coerci-
tividade baixa, sendo normalmente aplicados em sensores magnéticos, em que é necessária
sensibilidade na captação da variação da desmagnetização.
Os imãs tipo terras raras são ligas formados por boro, neodímio e ferro ou ligas de
samário e cobalto, possuem alto valor de densidade de Ćuxo magnético remanente podendo
chegar a 1.4T, também apresentam alto valor do campo coercitivo, tornando esse tipo de
imã ideal para aplicações de alta eĄciência. No entanto esse tipo de imã pode oxidar, sendo
necessário banhá-los com uma camada de proteção anticorrosiva. Além disso, sua capacidade
de trabalho em alta temperatura é menor, não podendo ultrapassar a temperaturas superiores
a 150◇ C.
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 40
𝐵r
Ûrec = (3.40)
𝐻c
Quando o imã é empregado em um circuito magnético, seu campo é desmagnetizado.
Em função da desmagnetização ele irá apresentar uma densidade de Ćuxo magnético re-
sultante 𝐵m , sendo esta consequente da característica deĄnida pelo circuito magnético em
questão. A característica do circuito magnético é representada na Ągura 10 pela reta de carga,
e é calculada utilizando as características do circuito magnético. O ponto de intersecção entre
a reta de carga e a característica linearizada do imã é uma aproximação para seu ponto de
operação.
𝐻m 𝑙m + 𝐻g 𝑙g + 𝐻f 𝑙f + 𝐻c 𝑙c = 0 (3.41)
𝑙g
𝐻m = ⊗ 𝐻g (3.42)
𝑙m
Considerando a conservação do Ćuxo magnético e a equação (3.42) e a equação (3.40):
𝐵m 𝐴m
ã = 𝐵m 𝐴m = 𝐵g 𝐴g =⇒ 𝐻g = (3.43)
𝐴g Û0
Û0 𝐴g 𝑙m
𝐵m = ⊗ 𝐻m (3.44)
𝐴m 𝑙g
𝐵m ⊗ 𝐵r = Ûrec 𝐻m (3.45)
Desta forma:
𝐵m = Ûrec 𝐻m + 𝐵r (3.46)
Û0 𝐴g 𝑙m
∏︁
⨄︁𝐵 =⊗ 𝐻m
⋁︁
⋁︁
m
𝐴m 𝑙g (3.47)
= Ûrec 𝐻m + 𝐵r
⋁︁
⋃︁𝐵
⋁︁
m
𝑃saida
Ö= × 100% (3.48)
𝑃entrada
Em que:
𝑃c = 𝐼c2 𝑅c (3.50)
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 43
𝑃a = 𝐼a2 𝑅a (3.51)
Figura 12 Ű Malha de triângulos formada para estrutura geométrica a ser submetida ao mé-
todo dos elementos Ąnitos
⃗ = 𝐽⃗
∇×𝐻 (3.52)
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 46
⃗ =∇×𝐴
𝐵 ⃗ (3.53)
Além disso é preciso utilizar a relação constitutiva entre densidade de Ćuxo magnético
e intensidade de Ćuxo magnético em meios lineares e isotrópicos dada pela seguinte equação:
⃗ = 1 ⃗
𝐻 𝐵 (3.54)
Û0 Ûr
Portanto substituindo as equações (3.53) e (3.54) na equação (3.52):
1
(︃ )︃
(︁ )︁
𝐽⃗ = ∇ × ⃗
∇×𝐴 (3.55)
Û0 Ûr
O segundo solver do ANSOFT Maxell é utilizado para solução de problemas magné-
ticos onde são envolvidos campos harmônico magnéticos, ou seja, campos que variam com
uma determinada frequência em regime permanente senoidal. Esse solver é muito utilizado
para calcular correntes parasitas, por esse motivo na interface do software o solver recebe o
nome de Eddy Current.
O solver transiente magnético resolve também a equação (3.52) porém é utilizado a
relação constitutiva entre densidade de corrente e potencial elétrico, desta forma:
𝐽⃗ = à 𝐸
⃗ (3.56)
Portanto:
⃗ = à𝐸
∇×𝐻 ⃗ (3.57)
1 (︁
(︃ )︃
)︁
∇× ⃗ = à𝐸
∇×𝐴 ⃗ (3.58)
Û0 Ûr
Sabendo que:
⃗ = ⊗𝑗æ 𝐴
𝐸 ⃗ ⊗ ∇𝑉 (3.59)
Capítulo 3. Princípios Físicos, Características Construtivas e Modelagem de Motores CC 47
1 (︁
(︃ )︃
)︁
∇× ⃗ = à(⊗𝑗æ 𝐴
∇×𝐴 ⃗ ⊗ ∇𝑉 ) (3.60)
Û0 Ûr
1 (︁ ⃗
(︃ )︃
⃗ = 𝐽⃗s ⊗ à 𝜕 𝐴 ⊗ à∇𝑉 + ∇ × 𝐻
)︁
∇× ∇×𝐴 ⃗ c + à⃗𝑣 × ∇ × 𝐴
⃗ (3.61)
Û0 Ûr 𝜕𝑡
Para a equação (3.61) onde 𝐽⃗s é referente a densidade de corrente imposta no modelo,
𝜕𝐴⃗
à são as correntes harmônicas induzidas, à∇𝑉 é o potencial elétrico imposto ao modelo,
𝜕𝑡
∇×𝐻 ⃗ c é o termo referente às correntes induzidas por ímãs permanentes e à⃗𝑣 × ∇ × 𝐴
⃗ se
refere as correntes induzidas por corpos em movimento atravessando o campo magnético.
O Software FEMM também utiliza as mesmas equações (3.55) e (3.60) para calcular
o campo magnético na solução do problema eletrostático e harmônicos magnéticos, mas não
possuiu ferramentas para solução de problemas que envolvam transientes magnéticos.
Para este trabalho será utilizado apenas o solver magnetostático, uma vez que o
objetivo é encontrar o Ćuxo magnético ã para que seja utilizada na equação (3.27), a partir
da qual será calculado a torque induzido a partir da corrente de armadura da máquina de
corrente contínua.
48
4 Otimização Matemática
subsequentes.
Existem muitos métodos para resolver um problema de otimização. Dependendo do
tipo de função do problema ou do modo que se apresenta o domínio da função, alguns
métodos podem ser mais precisos para certos casos que outros, portanto existem vários tipos
de métodos para problemas diferentes. Em geral métodos que buscam a otimalidade são
estudados no ramo da ciência matemática chamada de pesquisa operacional.
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* )
⊙ 0 𝑠𝑒 ℎ > 0 (4.1)
ℎ
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* )
⊘ 0 𝑠𝑒 ℎ < 0 (4.2)
ℎ
Na equação 4.1 observa-se que se ℎ é positivo o termo 𝑓 (𝑥* + ℎ) é maior que 𝑓 (𝑥* )
pois o ponto crítico em consideração é mínimo, portanto o coeĄciente da fração é positivo
como o denominador ℎ também é positivo, então a fração é positiva, ou seja, conforme Ągura
Capítulo 4. Otimização Matemática 50
Figura 13 Ű Representação da função 𝑓 (𝑥) com mínimos e máximos globais e locais dado o
domínio da função 𝑓 (𝑥) em que 𝑥 ∈ R ♣ 𝑎 ⊘ 𝑥 ⊘ 𝑏
13, considerando um dos pontos críticos mínimos 𝑓 (𝑥* ) afastando-se para a direita porém
próximo a redondeza de 𝑓 (𝑥* ) teremos sempre um valor 𝑓 (𝑥) maior que 𝑓 (𝑥* ). A equação
4.2 observa-se ainda que se ℎ é negativo então 𝑓 (𝑥* + ℎ) ainda é maior que 𝑓 (𝑥* ) tornando o
coeĄciente da equação positiva, entretanto o denominador da fração ℎ é negativo, da mesma
forma que anteriormente conforme Ągura 13, considerando um dos pontos críticos mínimos
𝑓 (𝑥* ) afastando-se para desta vez para esquerda ainda próximo a redondeza de 𝑓 (𝑥* ) teremos
sempre um valor 𝑓 (𝑥) maior que 𝑓 (𝑥* ) o que torna então o resultado da divisão negativo.
Enquanto isso temos que:
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* )
𝑓 ′ (𝑥* ) = lim (4.3)
h⊃0 ℎ
de acordo então com (4.3) se ℎ tende a zero por valores positivos:
𝑓 ′ (𝑥* ) ⊙ 0 (4.4)
Capítulo 4. Otimização Matemática 51
𝑓 ′ (𝑥* ) ⊘ 0 (4.5)
𝑓 ′ (𝑥* ) = 0 (4.6)
A mesma prova pode ser utilizada desta vez para um ponto crítico máximo em que:
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* )
⊘ 0 𝑠𝑒 ℎ > 0 (4.7)
ℎ
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* )
⊙ 0 𝑠𝑒 ℎ < 0 (4.8)
ℎ
novamente de acordo com (4.3) se h tende a zero por valores negativos
𝑓 ′ (𝑥* ) ⊙ 0 (4.9)
𝑓 ′ (𝑥* ) ⊘ 0 (4.10)
porém
Desta forma 𝑓 (𝑥* ) é um valor mínimo de 𝑓 (𝑥) se 𝑓 (n) (𝑥* ) > 0 e 𝑛 é par ou um valor
máximo de 𝑓 (𝑥) se 𝑓 (n) (𝑥* ) < 0 e 𝑛 é par ou nem máximo nem mínimo se 𝑛 é impar.
A aĄrmação acima pode ser provada da seguinte maneira. Considerando a expansão
da série de Taylor para a função 𝑓 (𝑥* + ℎ):
ℎ2 ′′ *
𝑓 (𝑥* + ℎ) = 𝑓 (𝑥* ) + ℎ𝑓 ′ (𝑥* ) + 𝑓 (𝑥 ) + ≤ ≤ ≤
2!
(4.13)
ℎn⊗1 (n⊗1) * ℎn (n) *
+ 𝑓 (𝑥 ) + 𝑓 (𝑥 + 𝜃ℎ) para 0 < 𝜃 < 1
(𝑛 ⊗ 1)! 𝑛!
considerando a equação (4.11) reescrevendo a equação (4.13):
ℎn (n) *
𝑓 (𝑥* + ℎ) = 𝑓 (𝑥* ) + 𝑓 (𝑥 + 𝜃ℎ) (4.14)
𝑛!
portanto:
ℎn (n) *
𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* ) = 𝑓 (𝑥 + 𝜃ℎ) (4.15)
𝑛!
Como 𝑓 (n) (𝑥* ) ̸= 0 existe um intervalo nas proximidades de 𝑥* para qualquer ponto de
𝑥 ao qual este possuirá o mesmo sinal, portanto qualquer ponto em 𝑥* + ℎ possuiu o mesmo
sinal de 𝑓 (n) (𝑥* ).
ℎn
Desta forma analisando a equação (4.15) vemos que quando 𝑛 é par então é positivo
𝑛!
indiferente do valor de ℎ, desta forma 𝑓 (𝑥* + ℎ) ⊗ 𝑓 (𝑥* ) terá o mesmo sinal de 𝑓 (n) (𝑥* ).
Portanto, 𝑥* será mínimo global se 𝑓 (n) (𝑥* ) for positivo, e 𝑥* será máximo global se
ℎn
𝑓 (n) (𝑥* ) for negativo. Quando 𝑛 é impar muda de sinal dependendo de ℎ, portanto 𝑥* não
𝑛!
é mínimo nem máximo, sendo normalmente chamado de ponto de inĆexão.
Quando o problema envolve mais de uma variável a ser minimizada pode-se ter míni-
mos globais e locais ou pontos de sela. Para alcançar a solução observa-se que 𝑋 = 𝑋 * se a
derivada parcial de 𝑓 (𝑋) existe em 𝑋 * portanto:
𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
(𝑋 * ) = (𝑋 * ) = ≤ ≤ ≤ = (𝑋 * ) = 0 (4.16)
𝜕𝑥1 𝜕𝑥2 𝜕𝑥n
Para descobrir se o valor encontrado para (𝑥* , 𝑦 * ) é mínimo ou máximo, deve-se aplicar
a derivada parcial de segunda ordem ao resultado da (4.16), dessa forma obtendo a matriz
Hessiana.
Capítulo 4. Otimização Matemática 53
No caso especial em que a matriz hessiana resultante da equação (4.16) não apresenta
valor nem positivo ou negativo deĄnido no ponto mínimo (𝑥* , 𝑦 * ), observa-se um ponto de
sela, conforme ilustrado na Ągura 14.
Figura 14 Ű Função 𝑧 = 𝑧 2 ⊗𝑦 2 que apresenta ponto de sela onde veriĄca-se em sua redondeza
existe pontos maiores e menores que (𝑥* , 𝑦 * )
Neste caso quando Ąxado 𝑥 = 𝑥* , é obtido o valor máximo para 𝑦 enquanto que
Ąxando 𝑦 = 𝑦 * é obtido o valor mínimo para 𝑥.
Ainda existem problemas de otimização cujo o resultado é submetido a restrições. No
caso do problema com restrições de igualdade podem-se utilizar diversos métodos para obter
a solução, como o método da substituição direta ou multiplicadores de Lagrange.
A aplicação dos multiplicadores de Lagrange é conveniente quando existe uma função
𝑓 (𝑥, 𝑦, ...) e está é submetida a uma restrição do tipo 𝑔(𝑥, 𝑦, ...) = 𝑐. A aplicação do método
inicia-se na formulação de uma equação especial, tal equação recebe o nome de lagrangiana
em honra ao seu criador Joseph Louis Lagrange. Como apresentado na equação (4.17), a
lagrangiana recebe em seu primeiro termo a função objetivo 𝑓 (𝑥, 𝑦, ...) e em seu segundo
termo é subtraída a função restrição a qual é multiplicada por um multiplicador Ú o qual é
Capítulo 4. Otimização Matemática 54
Figura 15 Ű Caminho percorrido pelo método dos pontos interiores na região 𝑃 ∈ R2 , saindo
do ponto inicial 𝑥0 até o resultado ótimo 𝑥* .
O algoritmo pode ser descrito em três passos. No primeiro passo é deĄnido um vetor
de início, o vetor deve ser uma solução para o problema de tal forma a respeitar as restrições
impostas. Em seguida, como segundo passo, deve ser veriĄcado se o vetor solução proposto
é ótimo para a função objetivo. Se for ótimo, o resultado foi encontrado, caso contrário,
como terceiro passo, devem ser veriĄcadas todas as direções para encontrar o caminho que
miniminiza a função objetivo, desta forma um passo deve ser dado nessa direção, e então
deve-se retornar para o segundo passo.
No capitulo 6 deste trabalho é aplicada otimização matemática para solucionar o
problema não linear monovariável, onde a função objetivo maximiza o torque com as restrições
apresentadas. Para tanto é aplicada a rotina do matlab fmincon, a qual utiliza-se do método
dos pontos interiores para a solução do problema não linear.
trutivos particulares da máquina elétrica. Para este trabalho é proposto maximizar o torque
da motor de corrente contínua em detrimento de seus aspectos construtivos dimensionais.
Para realizar a tarefa de otimização será empregada a rotina fmincon disponível no
Matlab, que pode ser utilizada para resolver equações não lineares, onde o problema P apre-
senta as seguintes características:
⧹︃
⧹︃minimizar 𝑓 (𝑥)
⧹︃
⧹︃
⧹︃
⧹︃sujeito a
⧹︃ 𝐴𝑥 ⊘ 𝑏
⧹︃
𝐴eq 𝑥 = 𝑏eq
⧹︃
⧹︃
⧹︃
(P) ⧹︃⧹︃ (4.19)
⧹︃
𝑙𝑏 ⊘ 𝑥 ⊘ 𝑢𝑏
⧹︃
𝑐𝑒𝑞(𝑥) = 0
⧹︃
⧹︃
⧹︃
𝑐(𝑥) < 0
⧹︃
⧹︃
⧹︃
⧹︃
𝑥0 = Vetor de valores inciais
⧹︃
⧹︃
Como apresentado na Ągura 10, a densidade do Ćuxo magnético é dada pelo ponto de
operação do motor, portanto, trabalhando o sistema apresentado na equação 3.47 isolando
𝐻m na primeira equação do sistema veriĄca-se:
𝐴m 𝑙g
𝐻m = ⊗𝐵m (4.20)
Û0 𝐴g 𝑙m
considerante que 𝐴m = 𝐴g , então submetendo 4.20 na segunda equação do sistema, obtem-se:
𝑙g
𝐵m = ⊗Ûrec 𝐵m + 𝐵r (4.21)
Û0 𝑙m
(︃ )︃
𝑙g 𝑙g
𝐵m + Ûrec 𝐵m = 𝐵r =⇒ 𝐵m 1 + Ûrec = 𝐵r (4.22)
Û0 𝑙m Û0 𝑙m
portanto:
𝐵r
𝐵m = (4.23)
𝑙g
1 + Ûrec
Û0 𝑙m
Como apresentado com maior detalhe na seção 5.1 existem dois caminhos distintos
para as linhas Ćuxo magnético, o primeiro atravessa apenas o entreferro, o outro atravessa
entreferro e cobre das espiras. Portanto a equação 4.23 está relacionada ao caminho que
atravessa apenas o entreferro, para o caminho entreferro e cobre observa-se:
𝐵r
𝐵m = (4.24)
𝑙g + 𝑙c
1 + Ûrec
Û0 𝑙m
Adequando o comprimento do entreferro (𝑙g ) e o comprimento do ímã (𝑙m ) ao formato
das informações disponíveis nas tabelas 11 e 12, aplicando a equação 3.40 à equação 4.23:
𝐵r
𝐵m = (4.25)
𝐷im 𝐷en
(︂ )︂
𝐵r ⊗
1+ 2 2 )︂
𝐷em 𝐷im
(︂
𝐻c
Û0 ⊗
2 2
realizando o mesmo procedimento para a equação 4.24, obtêm-se:
𝐵r
𝐵m = (4.26)
𝐷im 𝐷enr
(︂ )︂
𝐵r ⊗
1+ 2 2 )︂
𝐷em 𝐷im
(︂
𝐻c
Û0 ⊗
2 2
Capítulo 4. Otimização Matemática 58
nas equações 4.25 e 4.26 𝐷im , 𝐷em , 𝐷em , 𝐷enr são respectivamente diâmetro interno ímã (em
mm), Diâmetro externo ímã (em mm) Diâmetro externo núcleo(em mm) Diâmetro fundo
ranhura núcleo (em mm).
Ao passo que cada caminho de linhas de Ćuxo que compõem o Ćuxo total possuem um
peso, considerou-se que o caminho onde as linhas de Ćuxo atravessam o cobre possui menor
representatividade que o caminho que atravessa apenas o entreferro. Desta forma foi adotado
o coeĄciente 𝑐r , o qual é aplicado para calcular o peso da densidade de Ćuxo magnético de
cada caminho, no cálculo da densidade de Ćuxo magnético total. Sendo que 𝑐r é aplicado no
aumento do comprimento do dente da armadura (caminho das linhas de Ćuxo pelo entreferro)
e redução do fundo da ranhura do núcleo da armadura (caminho entreferro e cobre), de forma
que o peso 𝑝c para o caminho que atravessa o cobre é dado por:
𝑐r ≤ 𝑐e
𝑝c = (4.27)
𝑐f r ≤ (2 ⊗ 𝑐e ) + 𝑐r ≤ 𝑐e
onde 𝑐r comprimento do dente da ranhura, 𝑐f r comprimento fundo da ranhura. O peso 𝑝t do
Ćuxo que atravessa o caminho dos dentes é dado por 1-𝑝c . Agrupando as equações 4.25 4.26
e 4.27, a densidade do Ćuxo magnético total será:
𝐵r 𝐵r
𝐵m = 𝑝c ≤ )︂ + 𝑝t ≤ (4.28)
𝐷im 𝐷en 𝐷im 𝐷enr
(︂ (︂ )︂
𝐵r ⊗ 𝐵r ⊗
1+ 2 2 )︂ 1+ 2 2 )︂
𝐷 𝐷 𝐷 𝐷im
(︂ (︂
𝐻c em im 𝐻c em
Û0 ⊗ Û0 ⊗
2 2 2 2
multiplicando 𝐵m pela área a qual a densidade de Ćuxo magnética atravessa, é obtida a
função objetivo:
∏︀ ∫︀
̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︂
̂︁ 𝐵r 𝐵r ̂︂
ã =̂︁𝑝c ≤ )︂ + 𝑝t ≤
̂︁ ̂︂
𝐷im 𝐷en 𝐷im 𝐷enr ̂︂
(︂ (︂ )︂ ̂︂
(4.29)
̂︁
̂︁
𝐵r ⊗ 𝐵r ⊗ ̂︂
̂︁
̂︁ 1+ 2 2 )︂ 1+ 2 2 ̂︂
)︂ ̂︂
𝐷em 𝐷im 𝐷em 𝐷im ̂︂
(︂ (︂
𝐻c 𝐻c
̂︁
Û0 ⊗ Û0 ⊗
∐︁ ̂︀
2 2 2 2
𝑎m
≤ ≤ 𝐷im ≤ Þ ≤ ℎm ≤ 1 ≤ 10⊗6
360
onde 𝑎m é o angulo de cobertura do ímã e ℎm é a dimensão do imã no sentido axial da
máquina.
Capítulo 4. Otimização Matemática 59
Na forma padrão 𝑓 (𝑥) da rotina de otimização deve-se multiplicar a equação 4.29 por
-1, ao passo que desejamos maximizar a função. Na seção 6 a equação 4.29 é utilizada para
a otimização do motor de corrente contínua apresentado neste trabalho.
As restrições de fronteira inferior e superior, os vetores 𝑙𝑏 e 𝑢𝑏, são responsáveis
por determinar os valores mínimos e máximos, os valores devem ser atribuídos conforme
a necessidade do problema, como exemplo limitar altura máxima do ímã, limitar tamanho
mínimo do fundo da ranhura entre outros. Para o problema proposto os vetores possuem a
seguinte estrutura.
⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀
𝐵
⋁︀ r mínimo ∑︁
𝐵
⋁︀ r máximo ∑︁
⋁︀ 𝐻c mínimo ∑︁ ⋁︀ 𝐻c máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ℎm mínimo ∑︁ ⋁︀ ℎm máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑎m mínimo ∑︁ ⋁︀ 𝑎m máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝐷im mínimo ∑︁ ⋁︀ 𝐷im máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
𝑙𝑏T = ⋁︀ 𝐷em mínimo ∑︁ ; 𝑢𝑏T = ⋁︀ 𝐷em máximo ∑︁ (4.30)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀
∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝐷en mínimo ∑︁ ⋁︀ 𝐷en máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀𝐷enr mínimo ∑︁ ⋁︀𝐷enr máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑐r mínomo ∑︁ ⋁︀ 𝑐r máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑐f r mínimo ∑︁ ⋁︀ 𝑐f r máximo ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ ⋀︀
𝑐e mínimo 𝑐e máximo
Os vetores das funções de restrição, são montados a partir de equações que deĄnem
fronteiras limitantes atuando na cadeia dimensional, como por exemplo pode-se limitar um
valor máximo de entreferro uma vez que a dimensão do entreferro é dada pelo diâmetro
interno do ímã menos o diâmetro externo do rotor, ou então pode se limitar dimensões para
que não ocorram situações impossíveis, com exemplo, espessura do ímã menor que zero, que
é dada pelo diâmetro externo do ímã menos diâmetro interno do ímã.
A equação 4.31 apresenta a formulação dos vetores da função de restrição de desi-
gualdade 𝑐(𝑥) para os dois casos citados acima, valor máximo do entreferro limitado em 0.5
mm a partir das dimensões diametrais externa do rotor e interna do ímã, e valor mínimo da
espessura do imã em 2 mm dado pelo diâmetro externo do ímã e diâmetro interno do ímã.
⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀
𝐷em ⊗ 𝐷im ⋀︀ ⨄︀ 1, 0 ⋀︀
𝑐(𝑥) = ⨄︀ + <0 (4.31)
⊗𝐷en + 𝐷im 4, 00
O mesmo procedimento pode ser feito para as restrição de igualdade porém dessa vez
as equações que deĄnem a cadeia dimensional são igualadas a valores Ąxos. A aplicação da
Capítulo 4. Otimização Matemática 60
otimização para o problema do motor de partida apresentado neste trabalho são detalhadas
na seção 6.
61
Parte II
Resultados
62
Neste capítulo são apresentados os cálculos e resultados obtidos pelo modelo analí-
tico. Em seguida são expostos os valores obtidos pelo método de elementos Ąnitos com a
utilização dos dois softwares de modelagem (FEMM e Ansoft Maxwell). Ao Ąnal todos os
valores são compilados e comparados com os resultados obtidos a partir de testes realizados
em laboratório com amostras protótipo.
Como a parcela referente ao ferro (núcleo, shunt e yoke) é 20 mil vezes menor que a do
entreferro, bobina e ímã, para efeito de cálculo o ferro será desconsiderado, já que intensidade
de Ćuxo no ferro será desprezível como mostra a simulação por MEF na Ągura 16. Caso o
comprimento 𝑙f fosse 20 mil vezes maior igualando à 𝑙g , 𝑙c e 𝑙m então seria necessário considerar
a parcela proveniente do ferro.
Avaliando a extensão da face polar veriĄca-se que existem dois caminhos distintos no
entreferro, conforme apresentado na Ągura 17.a. No primeiro, representado em vermelho, as
linhas de Ćuxo seguem: ímã, entreferro, núcleo, entreferro, ímã e yoke. O segundo caminho
representado em azul, atravessa os seguintes componentes: ímã, entreferro, bobina de cobre,
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 63
Figura 16 Ű GráĄco de cores simulado por MEF mostra intensidade de Ćuxo magnético para o
motor proposto, apresenta intensidade de Ćuxo magnético desprezível nas regiões
do yoke, shunt e núcleo.
núcleo, bobina de cobre, entreferro, ímã e yoke. Ainda na Ągura é apresento o circuito mag-
nético equivalente do caminho que engloba apenas o entreferro (17.b) e o circuito para o
caminho que engloba o entreferro e o cobre (17.c).
Pela extensão da face polar os dois caminhos se repetem três vezes, porém a densidade
de Ćuxo não é cumulativa ao longo da face polar, não sendo possível somar as parcelas
calculadas, isso ocorre pois a densidade de Ćuxo independe da área avaliada contanto que a
área das seções transversais dos caminhos percorridos sejam iguais.
Desta forma, as regiões com ferro serão removidas do cálculo e a distância do caminho
percorrido no núcleo e yoke serão ignoradas. Importante atentar que serão considerados dois
caminhos distintos, um que engloba 𝑙g + 𝑙c e outro que engloba apenas 𝑙g , tendo em vista que
existe diferença signiĄcativa entre a densidade de Ćuxo entre ambos os caminhos, e ambos
estão concentrados abaixo da face polar.
Conforme apresentado na Ągura 10, para encontrar o ponto de operação da máquina
é necessário encontrar as equações apresentadas no sistema (3.47). A primeira equação é
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 64
Figura 17 Ű (a) Caminhos distintos percorrido pelas linhas de Ćuxo. (b)Circuito representa-
tivo de relutâncias (ℛ) e intensidade de campo magnético (𝐻c ) do caminho que
atravessa apenas o núcleo do rotor (ℛN ) e entreferro (ℛEF ) passando pelo ímã
ℛP e Yoke (ℛy ). (c) Circuito representativo do caminho que atravessa núcleo do
rotor, bobina de cobre (ℛc ), entreferro, ímã e Yoke
0, 4
Ûrec = H/m (5.2)
302 ≤ 103
Substituído o valor da equação (5.2) na equação (3.46) veriĄca-se a primeira equação
do sistema:
55,1
é 2
mm, portanto o perímetro de dois imãs será:
55, 1
2 ≤ 2Þ * 𝑟 = 2 ≤ 2Þ ≤ 0, 11541 ≤ = 39, 96 mm (5.4)
2
Observa-se também que a área de dois ímãs (𝐴m ): 2317,54 mm2 , é igual a a área do
entreferro para dois ímãs (𝐴g ): 2317,54 mm2 , o comprimento do entreferro (𝑙g ):0,65 mm, o
comprimento entreferro e cobre (𝑙g + 𝑙c ):9,38 mm e o comprimento do ímã (𝑙c ):7,85 mm.
Primeiramente considerando o caminho que engloba 𝑙g e 𝑙c , substituindo os valores na
equação (3.44) já considerando o caminho do cobre 𝑙c , obtem-se:
4 ≤ Þ ≤ 10⊗7 ≤ 𝐴g ≤ 𝑙m
𝐵m = ⊗ ≤ 𝐻m (5.5)
𝐴m ≤ (𝑙g + 𝑙c )
∏︁
⨄︁𝐵m
⋁︁
= ⊗7, 8372 ≤ 10⊗7 𝐻m
=⇒ 𝐵m = 0, 1487 T (5.7)
⋃︁𝐵m = 1, 324 ≤ 10⊗6 ≤ 𝐻m + 0, 4
⋁︁
∏︁
⨄︁𝐵m
⋁︁
= ⊗1, 131 ≤ 10⊗5 𝐻m
=⇒ 𝐵m = 0, 3581 T (5.9)
⋃︁𝐵m = 1, 324 ≤ 10⊗6 ≤ 𝐻m + 0, 4
⋁︁
A densidade de Ćuxo do caminho que atravessa apenas o entreferro é maior que aquela
que atravessa as bobinas e o entreferro. É necessário considerar o peso de cada caminho em
função de seu comprimento na obtenção da densidade de Ćuxo total, além disso é preciso
considerar o efeito do decaimento da densidade de Ćuxo na região do entreferro devido ao
Ćuxo disperso. Para tanto foi considerado para efeito de cálculo um fator de 40% de aumento
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 66
sobre o comprimento do dente e redução de 40% do fundo da ranhura, desta forma para o
dente:
𝑐r ≤ 𝑐e 4, 5 ≤ 1, 4
= = 0, 8216 = 82, 16% (5.10)
𝑐f r ≤ (2 ⊗ 𝑐e ) + 𝑐r ≤ 𝑐e 2, 28 ≤ (2 ⊗ 1, 4) + 4, 5 ≤ 1, 4
Então considerando a equação (3.6) e os dados da tabela 3.3 o Ćuxo total sobre a face
polar de um ímã será:
𝑍𝑃 100 ≤ 4
𝐾a = = = 47, 746 (5.14)
2Þ𝑎 2Þ ≤ 2
Considerando ainda que para este motor, um valor de 40 A foi descontado dos valores
dos cálculos para representar as perdas (corrente de operação sem carga medida em ban-
cada), esse valor foi retirado da corrente de operação sem carga, apresentado em média pelos
protótipos testados. Essa aproximação será feita devido às perdas relacionadas ao efeito da
histerese e às perdas mecânicas rotacionais, o modelo segue o Ćuxo de potência apresentado
na Ągura 11.
Aplicando então os resultados obtidos de 𝐾a e o Ćuxo magnético obtido com a equação
(3.27), e submetendo à 7 valores de corrente na gama de operação de 96 A até 416 A,
escolhidos de acordo com os dados experimentais apresentados na seção 5.3, observam-se os
seguintes resultados na tabela 1. O código implementado em Matlab para o método analítico
desenvolvido nesta seção encontra-se disponível para consulta no APÊNDICE C.1.
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 67
I(A) T(Nm)
96 0,99
157 2,08
183 2,54
215 3,10
310 4,79
356 5,61
416 6,67
Avaliando apenas o perímetro que compreende a face polar observa-se que o perímetro
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 69
de interesse é:
41, 55 55, 1
𝑃f p = ≤ ≤ 2 ≤ Þ = 19, 98mm (5.15)
360 2
Portanto extraindo a média da densidade de Ćuxo magnético sob o perímetro de
interesse da faixa polar com extensão de 19, 98 mm obtem-se o valor resultante 0,3200T.
Então considerando a equação (3.6) e os dados da tabela 12, o Ćuxo total sobre a face
polar de um ímã com os valores de densidade de Ćuxo obtido pelo software FEMM será:
T(modelagem FEMM)
I(A)
Nm
96 1,00
157 2,08
183 2,54
215 3,11
310 4,79
356 5,60
416 6,67
Então considerando a equação (3.6) e os dados da tabela 12 o Ćuxo total sobre a face
polar de um ímã com os valores de densidade de Ćuxo obtido pelo software Maxwell será:
Para o trabalho aqui apresentado foram testados 50 protótipos. O objetivo foi mapear
a corrente apresentada em função do torque. Todos os protótipos foram submetidos à mesma
condição de ensaio e mesma lei de alimentação, foi utilizada uma alimentação de 12 V e
um cabeamento de 15 mΩ. Os resultados de torque e corrente obtidos para as 50 peças são
apresentados no gráĄco da Ągura 24.
As médias dos resultados obtidos são apresentados na tabela 4 juntamente com o
cálculo do desvio padrão da corrente, corrente máxima e corrente mínima para cada ponto.
O primeiro conjunto de pontos que apresenta torque de 0 Nm é referente à média dos valores
de corrente de operação à vazio (sem carga).
Importante citar que apesar do controle do ensaio ser realizado pelo controle do tor-
que e a corrente ser uma medição decorrente, para este trabalho, conforme apresentado nos
capítulos anteriores, por conveniência na aplicação direta da equação (3.27) foi utilizado o
valor de corrente para obter o torque, não existe prejuízo para análise já que para motores o
torque está relacionado diretamente a corrente aplicada. A estratégia de controle por torque
aplicado durante o ensaio está puramente atrelada ao requisito da norma, ao passo que Ąxa
os pontos de torque resistivo que devem ser aplicados.
Capítulo 5. Cálculos e Resultados Obtidos Pelo Método Analítico e por Simulação Computacional 74
Para solução do problema apresentado neste capítulo foi utilizado o MatLab, como
abordado anteriormente, será utilizado o algorítimo padrão do fmincon, o qual utiliza o
método dos pontos interiores conforme apresentado na seção 4.2.2.
O problema de otimização apresentado nesse capítulo tem como objetivo maximizar o
torque do motor de corrente contínua de ímãs permanentes, sujeito a limitações dimensionais
como altura dos ímãs e diâmetro externo dos ímãs, a Ąm de que a otimização seja restringida
as dimensões que não afetem o tamanho da máquina. Para isso foi resolvido o problema de
otimização detalhado na seção 4.2.3 desta dissertação.
A equação 6.1 apresenta a equação 4.29 que apresenta do Ćuxo do motor no formato
𝑓 (𝑥):
∏︀
∏︀ ∫︀
̂︁
̂︁ ̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︁ 𝑥9 ≤ 𝑥11 𝑥1 ̂︂
𝑓 (𝑥) = ⊗̂︁ ̂︁ ≤
̂︁ ̂︁ ̂︂
≤ (2 ⊗ 𝑥11 ) + 𝑥9 ≤ 𝑥11 𝑥5 𝑥7
(︂ )︂ ̂︂
̂︁ ̂︁ 𝑥10
⊗
̂︂
𝑥1 2 (︂ 2
̂︁ ̂︁ ̂︂
1+
̂︁ ̂︁ ̂︂
̂︁ ̂︁ ≤
𝑥2 4 ≤ 10⊗7 ≤ Þ ≤ 𝑥6 ⊗ 𝑥5 ̂︀
̂︁ ∐︁ )︂ ̂︂
∐︁
2 2
∫︀
∏︀ ∫︀
̂︂
̂︁ ̂︂ ̂︂
̂︁ ̂︂ ̂︂
̂︁ ̂︂ ̂︂
̂︁(︃ )︃ ̂︂ ̂︂
̂︁ 𝑥9 ≤ 𝑥11 𝑥1 ̂︂ ̂︂ 𝑥4
+ ̂︁
̂︁ 1 ⊗ ≤ 𝑥5 𝑥8 ̂︂ ̂︂ ≤
̂︂ ̂︂
𝑥10 ≤ (2 ⊗ 𝑥11 ) + 𝑥9 ≤ 𝑥11 360
(︂ )︂
⊗
̂︁ ̂︂ ̂︂
𝑥1 2 (︂ 2
̂︁ ̂︂ ̂︂
1+
̂︁ ̂︂ ̂︂
̂︁ ≤
𝑥2 4 ≤ 10⊗7 ≤ Þ ≤ 𝑥6 ⊗ 𝑥5 ̂︀ ̂︂
∐︁ )︂ ̂︂ ̂︂
̂︀
2 2
≤ 𝑥5 ≤ Þ ≤ 𝑥3 ≤ 1 ≤ 10⊗6
(6.1)
Capítulo 6. Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do Motor CC de Ímãs
Permanentes 77
onde:
⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀
𝑥
⋁︀ 1 ∑︁
𝐵
⋁︀ r ∑︁ ⋁︀
Densidade de Ćuxo remanente do ímã (T)∑︁
⋁︀ 𝑥2 ∑︁ ⋁︀ 𝐻c ∑︁ ⋁︀ Intensidade de Ćuxo coercitiva (kA/m) ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥3 ∑︁ ⋁︀ ℎm ∑︁ Altura do ímã (mm)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥4 ∑︁ ⋁︀ 𝑎m ∑︁ Angulo do ímã (grad)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥5 ∑︁ ⋁︀ 𝐷im ∑︁ Diâmetro interno ímã (mm)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
𝑥 = ⋁︀ 𝑥6 ∑︁
T
= ⋁︀ 𝐷em ∑︁ = Diâmetro externo ímã (mm) (6.2)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥7 ∑︁ ⋁︀ 𝐷en ∑︁ Diâmetro externo núcleo(mm)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥8 ∑︁ ⋁︀𝐷enr ∑︁ ⋁︀ Diâmetro fundo ranhura núcleo (mm) ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 𝑥9 ∑︁ ⋁︀ 𝑐r ∑︁ Comprimento ranhura(mm)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀𝑥10 ∑︁ ⋁︀ 𝑐f r ∑︁ Comprimento fundo ranhura(mm)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ ⋀︀
𝑥11 11x1 𝑐e 11x1 CoeĄciente de espraiamento
Para as restrições de fronteira inferior, vetor 𝑙𝑏, foram escolhidos valores de forma
a evitar resultados com dimensões menores que zero, além disso foi restringida a profundi-
dade da ranhura em 27 mm, dimensão foi restringida para evitar problemas com a cadeia
dimensional do núcleo, ao passo que o fundo da ranhura pode-se encontrar com o fundo da
ranhura adjacente caso ambas se aprofundem. Foi também restringida altura mínima do ímã
em 55 mm para garantir variação mínima no comprimento da máquina. Para as restrições de
fronteira superior, vetor 𝑢𝑏, foi restringido o diâmetro máximo da motor em 66.8 mm, a Ąm
de restringir um aumento do tamanho da motor em decorrência do processo de otimização.
Desta forma os vetores se apresentam da seguinte forma:
⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀
0
⋁︀ ∑︁ ⋁︀
∞ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀ ∞ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀55∑︁ ⋁︀ 58 ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀ ∞ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀66, 8∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
𝑙𝑏T = ⋁︀ 0 ∑︁ ; 𝑢𝑏T = ⋁︀66, 8∑︁ (6.3)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀66, 8∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀27∑︁ ⋁︀66, 8∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀ ∞ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ 0 ∑︁ ⋁︀ ∞ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ ⋀︀
0 1, 4
Para as restrições não lineares foi atribuída a restrição onde não é permitida a so-
breposição de quotas dimensionais do diâmetro externo ímã, diâmetro interno ímã, diâmetro
Capítulo 6. Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do Motor CC de Ímãs
Permanentes 78
externo núcleo (mm) e diâmetro fundo ranhura núcleo. Tendo em vista que o esperado é
𝐷em > 𝐷im > 𝐷em > 𝐷enr . Além de limitar o entreferro em 0.5 mm mínimo, a espessura
mínima do ímã em 5 mm. A profundidade da ranhura mínima foi limitada em 8 mm e a
tamanho do fundo da ranhura em 2 mm mínimo, para permitir o alojamento da bobina de
armadura. Desta forma:
⋃︀ ⋂︀ ⋃︀ ⋂︀
𝑥 ⊗ 𝑥5 ∑︁ ⋁︀ 1, 0 ∑︁
⋁︀ 7
⋁︀ ⊗𝑥6 + 𝑥5 ∑︁ ⋁︀10, 00∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
𝑐(𝑥) = ⋁︀
⋁︀ ⊗𝑥7 + 𝑥8 ∑︁ + ⋁︀16, 00∑︁ < 0
∑︁ ⋁︀ ∑︁
(6.4)
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⋁︀⊗𝑥9 + 𝑥10 ∑︁ ⋁︀ 0 ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ ⋀︀
⊗𝑥(10) 2
⋃︀ ⋂︀
0, 40
⋃︀ ⋂︀
𝑥1 ∑︁ ⋁︀ ∑︁
3, 02 105 ∑︁
⋁︀
⋁︀
⋁︀ 𝑥2 ∑︁
∑︁ ⋁︀⋁︀ ≤ ∑︁
∑︁ ⋁︀ ∑︁
41, 55
⋁︀
𝑐𝑒𝑞(𝑥) = ⋁︀ ∑︁ = 0 (6.5)
⋁︀ ∑︁
𝑥 ⊗
⋁︀ ∑︁ ⋁︀
4 ∑︁
14, 4 ∑︁
⋁︀ ∑︁ ⋁︀⋁︀ ∑︁
⋁︀𝑥9 + 𝑥10 ∑︁ ⋁︀𝑥7 ≤ Þ ≤
⋁︀ ∑︁ ⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀ ⨄︀ 360 ∑︁⋀︀
𝑥11 1, 4
A condição inicial foi a mesma do projeto da motor atual, de forma que fosse encon-
Capítulo 6. Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do Motor CC de Ímãs
Permanentes 79
⋃︀ ⋂︀
⋁︀
0, 4 ∑︁
⋁︀3, 02 ≤ 105 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
58
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 41, 55 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 55, 1 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
𝑥0 = ⋁︀
⋁︀ 66, 8 ∑︁
∑︁
(6.6)
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 53, 8 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 36, 34 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
4, 5
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 2, 28 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀
1, 4
Ao rodar o rotina diversas vezes para diferentes valores iniciais foi veriĄcado que os
valores inicias afetam diretamente o resultado da otimização, mostrando que a superfície
do problema possui diversos mínimos locais, tal resultado pode ser explicado pelo fato do
problema ser formulado por uma grande quantidade de parâmetros.
⋃︀ ⋂︀
⋁︀
0, 40 ∑︁
⋁︀3, 02 ≤ 105 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 57, 98 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 41, 55 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 55, 84 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
𝑥 = ⋁︀
⋁︀ 66, 78 ∑︁
∑︁
(6.7)
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 54, 83 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 31, 25 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 4, 87 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ ∑︁
⋁︀ 2, 01 ∑︁
⋁︀ ∑︁
⨄︀ ⋀︀
1, 4
Então aplicando o valor de Ćuxo magnético do novo projeto a equação (3.27) para os
7 valores de corrente e descontando 40A, relacionado as perdas rotacionais, são obtidos os
resultados apresentados na tabela 7. Nesta tabela também são reapresentados os valores dos
cálculos analíticos para o motor conforme projeto atual.
Capítulo 6. Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do Motor CC de Ímãs
Permanentes 81
Avaliando apenas o perímetro de 20,24 mm o qual compreende a face polar, sendo que
a face do ímã possui diâmetro de 55,84 mm e ângulo de 44,55◇ , é obtido o valor de 0,3305T.
Capítulo 6. Aplicação de Otimização Matemática ao problema do Dimensionamento do Motor CC de Ímãs
Permanentes 83
7 Conclusão
Apresentam-se neste trabalho os principais pontos sobre como criar um modelo ana-
lítico de cálculo e também como utilizar simulações de Ćuxo magnético para prever as carac-
terísticas elétricas do motor de corrente contínua de ímãs permanentes.
O trabalho revela que o modelo analítico e a simulação predizem as características
elétricas da máquinas com erro menor que 6%, em relação ao protótipo testado na bancada.
Também demonstra-se que a simulação é uma ferramenta poderosa para reduzir o tempo e
os recursos gastos no processo de projeto e que o cálculo do modelo analítico garante também
boa acurácia, sendo então apto para ser aplicado a métodos de otimização.
Aplicando a otimização matemática com auxílio do Matlab, foi possível incrementar
o torque da máquina em cerca de 3.5%. As alterações que levaram ao incremento do Ćuxo
magnético estão relacionadas com a profundidade e espaço entre as ranhuras, diâmetro do ímã
e do núcleo do rotor. VeriĄca-se que o alongamento da cavidade da ranhura e a diminuição
do comprimento do fundo da ranhura auxiliam para incremento do Ćuxo total. Também
foi veriĄcado que ao submeter os novos parâmetros, extraídos do processo de otimização, à
simulação magnetostática, são obtidos os resultados com erro inferior à 1% quando comparado
aos cálculos utilizando o modelo analítico.
Apesar de o ganho de torque apresentado (3.5%) ser menor que a margem de erro
dos modelos (6%), o entendimento é que a otimização ainda é válida, ao passo que o projeto
do protótipo analisado é baseado em um projeto de produção seriada que possuiu inúmeras
horas de engenharia gastas em seu desenvolvimento ao longo dos anos, ou seja, este trabalho
é baseado em um projeto consagrado, portanto possivelmente próximo ao ponto ótimo. Desta
forma é considerado que o método apresentado neste trabalho pode ser utilizado e pode ser
particularmente interessante para o desenvolvimento de novos motores.
A otimização matemática mostra-se uma extraordinária ferramenta para testar dife-
rentes parâmetros relacionando limitações e oportunidades, esse trabalho apresenta apenas
uma abordagem simples desse ferramenta, porém a otimização poderia também ser utili-
zada aprofundando o problema para envolver número de espiras, seção transversal do cobre,
número de ranhuras do estator, incrementando a complexidade do problema aumentando a
quantidade de parâmetros para serem avaliados
O modelo analítico aqui apresentado é passível de melhoramentos, tais como a inserção
de novos parâmetros, a Ąm de modelar outros fenômenos, que nesse trabalho foram apenas
Capítulo 7. Conclusão 85
Referências
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sur celle qui existe entre un courant électrique et un aimant et celle de deux aimants lŠun
sur lŠautre. Journal de Physique, de Chimie et d’Histoire Naturelle, v. 91, p. 76 Ű 78, 1820.
Disponível em: <http://www.ampere.cnrs.fr/bibliographies/pdf/1820-P059.pdf>. Citado
na página 19.
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BOYD, S. Convex Optimization. 4th. ed. [S.l.]: Cambridge University Press, 2004. Citado
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CHENG, D. Field and wave electromagnetics. 2nd. ed. [S.l.]: Addison-Wesley Publishing
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CLAYTON, A. E. The Performance And Design Of Direct Current Machines. 3th. ed. [S.l.]:
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GANGL, P.; LANGER, U.; LAURAIN, A.; MEFTAHI, H.; STURM, K. Shape optimization
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HERMANN, M.; PENTEK, T.; OTTO, B. Design principles for industrie 4.0 scenarios. p.
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HUTTON, D. Fundamentals of Finite Element Analysis. 1st. ed. [S.l.]: MC Graw Hill, 2004.
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LENZ, H. F. E. Ueber die bestimmung der richtung der durch elektodynamische vertheilung
erregten galvanischen ströme. Poggendorff’s Annalen der Physik und Chemie, v. 107, p. 483
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Referências 88
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513 p. Cambridge, Massachusetts. Disponível em: <https://archive.org/details/in.ernet.dli.
2015.449479>. Citado na página 21.
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RAO, S. S. Engineering optimization : theory and practice. 4th. ed. [S.l.]: John Wiley and
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SADIKU, M. Elementos de Eletromagnetismo. 3th. ed. [S.l.]: Bookman, 2004. 243 Ű 365 p.
Citado na página 23.
SEN, P. C. Principles of electric machines and power electronics. 2nd. ed. [S.l.]: John Wiley
and Sons, 1996. 121 Ű 183 p. Citado 2 vezes nas páginas 30 e 33.
STRANG, G. An analysis of the finite element method. 1st. ed. [S.l.]: Prentice-Hall, 1973.
Citado na página 45.
Apêndices
91
Todos os cálculos desse trabalho são baseados no motor de partida de 0,9 kW. O
motor se trata de uma máquina de corrente contínua de ímãs permanentes de quatro escovas
e enrolamento ondulado.
As características construtivas, mecânicas e elétricas do motor que são necessárias
para a realização dos cálculos, são aprestadas nas tabelas 9, 10, 11 e 12.
cessário indicar a direção do vetor do campo magnético. Para tanto, é preciso indicar no
menu propriedades do material no campo "Magnetization Direction", cada ímã deve receber
a direção posição do vetor, lembrando que a polaridade também é indicada dessa forma.
A direção atribuída a cada ímã, nessa simulação, pode ser veriĄcada na Ągura 33.
Após atribuir os materiais a todas as superfícies é necessário criar uma região de
contorno para o problema. Para criar a região de contorno deve-se clicar no menu do cabeça-
lho em "Properties>Boundary" e adicionar uma nova propriedade no botão "Add Property",
então deve-se criar uma linha fechada ao redor da estrutura. E selecionando essa linha, em
propriedades, deve-se atribuir a região de contorno criada.
Após Ąnalizar essas etapas é possível gerar a malha da MEF, clicando no menu do
cabeçalho em "Mesh>Create Mesh", possibilitando veriĄcar o detalhamento da malha nas
regiões de interesse como é apresentado na Ągura 34.
Para obter a solução da simulação é necessário clicar no menu do cabeçalho em "Analy-
sis>Analize", o software irá resolver o problema e o resultado deve ser veriĄcado clicando no
menu do cabeçalho em "Analysis>View Results".
APÊNDICE B. ConĄguração do Software para Simulação Magnetostática 96
Figura 33 Ű Seleção do material Ferrite para ímã e valor da direção do vetor da componente
do campo magnético
Após atribuir os materiais é preciso atribuir uma região de contorno. Para realizar
esta tarefa deve-se desenhar uma superfície cobrindo estrutura de interesse, então deve-se
apertar a tecla "e"e selecionar a borda da superfície desenhada.
Com a borda da superfície selecionada basta clicar com o botão direito sobre a borda
e clicar em "Assign Boundary>Balloon".
Antes de analisar a solução deve-se criar uma solução, clicando com o botão direito
em "Analysis>Solution Type" localizado no menu do projeto, em seguida clicar em "OK". No
mesmo menu do projeto, para realizar a análise, deve-se clicar em "Analysis>Analyze All".
O Maxwell possui integrada uma ferramenta de malha auto adaptativa, que cria uma
malha de elementos Ąnitos otimizada, assim melhorando os resultados obtidos pela simulação,
ao passo que gera uma maior discretização da superfície em regiões de maior interesse.
99
1 %*************************************************************************%
2 %Dimensionamento maquina CC imã permanente %
3 %Lucas Salles de Oliveira %
4 %*************************************************************************%
5 %% Variaveis *EDITAR AQUI*
6 close all; clear all; clc;clearvars -global;
7 N_r=25; %Numero de ranhuras
8 N_fr=4; %Numero de fios por ranhura
9 a=2; %Numero de caminhos
10 p=6; %Numero de polos
11 B_r=0.4; %Densidade de fluxo remanete de imã (T)
12 H_c=3.02e5; %Intensidade de fluxo coerciva (kA/m)
13 h_m=58; %Altura do imã (mm)
14 a_m=41.55; %Angulo do imã (grad)
15 Di_m=55.1; %Diametro interno imã (mm)
16 De_m=66.8; %Diametro externo imã (mm)
17 De_n=53.8; %Diametro externo nucleo(mm)
18 De_nr=36.34; %Diametro fundo ranhura nucleo (mm)
19 c_r=4.5; %Comprimento ranhura
20 c_fr=2.28; %Comprimento fundo ranhura 2.6
21 c_e=1.4; %Coeficiente de expraiamento
22 I_nl=40; %Corrente de No Load estimada
23 Pontos_corrente= [96 157 183 215 310 356 416];
24
25 %% Calculo variaveis auxiliares
26 k_a=(N_r*N_fr*p)/(2*pi()*a); %Constante construtiva da maquina
27 l_g=(Di_m/2)-(De_n/2); %comprimento Entreferro (mm)
28 l_gc=(Di_m/2)-(De_nr/2); %Comprimento entreferro + cobre (mm)
29 l_m=(De_m/2)-(Di_m/2); %Comprimento imã (mm)
30 P_m=(2*(a_m/360)*(Di_m/2)*2*pi()); %Perim. da face polar de dois imãs (mm)
31 A_m=P_m*h_m; %area de duas faces polares (mm)
32 mu_r=B_r/H_c; %Caracteristica linear imã
33 %% calculo para região lg
34 mu_mg=(4e-7*pi()*l_m)/l_g;
35 B_mg=(B_r)/(1+(mu_r/mu_mg));
36 %% calculo para região lg+lc
37 mu_mgc=(4e-7*pi()*l_m)/l_gc;
38 B_mgc=(B_r)/(1+(mu_r/mu_mgc));
39 %% calculo peso densidade de fluxo e fluxo total
40 B_mtot=((c_r*c_e/(c_fr*(2-c_e)+c_r*c_e))*B_mg)+((1-(c_r*c_e/(c_fr*...
41 (2-c_e)+c_r*c_e)))*B_mgc);
APÊNDICE C. Códigos Implementados 100
42 phi=B_mtot*(A_m/2)*1e-6;
43 %% Plotar gráfico calculo e imprime resultado
44 figure()%%incializa figura
45 hold on;
46 grid on;
47 Res_calc=(Pontos_corrente-I_nl)*(k_a*phi);
48 plot(Pontos_corrente,Res_calc,’r’);
49 lg=legend(’Torque Calculo’);
50 set(lg,’location’,’northeastoutside’);
51 str = sprintf(’Dimensionamento maquina CC imã permanente’);
52 title(str);
53 str1=[’Densidade de fluxo magnético B_mtot = ’,num2str(B_mtot) ,’ T’];
54 disp(str1);
55 disp(’ ’)
56 str1=[’Fluxo magnético resultante Phi = ’,num2str(phi,’%10.3e\n’),’ wb’];
57 disp(str1);
58 disp(’ ’)
59 disp(’Resultado Corrente x torque:’);
60 resultados=cat(2,Pontos_corrente’,Res_calc’);
61 disp({’I(A)’ ’T(Nm)’});
62 disp(resultados);
1 %*************************************************************************%
2 %Otimização maquina CC imã permanente %
3 %Lucas Salles de Oliveira %
4 %main.m %
5 %*************************************************************************%
6 %% Valores Inciais
7 close all; clear all; clc;clearvars -global;format short;
8 x0(1)=0.4; %Densidade de fluxo remanete de imã (T)
9 x0(2)=3.02e5; %Intensidade de fluxo coerciva (kA/m)
10 x0(3)=58; %Altura do imã (mm)
11 x0(4)=41.55; %Angulo do imã (grad)
12 x0(5)=55.1; %Diametro interno imã (mm)
13 x0(6)=66.8; %Diametro externo imã (mm)
14 x0(7)=53.8; %Diametro externo nucleo(mm)
15 x0(8)=36.34; %Diametro fundo ranhura nucleo (mm)
16 x0(9)=4.5; %Comprimento ranhura
17 x0(10)=2.28; %Comprimento fundo ranhura 2.6
18 x0(11)=1.4; %Coeficiente de expraiamento
19
20 %% Função Objetivo
21 objective = @(x) -(((x(9)*x(11)/(x(10)*(2-x(11))+x(9)*x(11)))*((x(1))/...
APÊNDICE C. Códigos Implementados 101
22 (1+((x(1)/x(2))/((4e-7*pi()*((x(6)/2)-(x(5)/2)))/((x(5)/2)-(x(7)/2)...
23 ))))))+((1-(x(9)*x(11)/(x(10)*(2-x(11))+x(9)*x(11))))*((x(1))/(1+(...
24 (x(1)/x(2))/((4e-7*pi()*((x(6)/2)-(x(5)/2)))/((x(5)/2)-(x(8)/2))))...
25 ))))*((2*(x(4)/360)*(x(5)/2)*2*pi())*x(3)/2)*1e-6;
26 objective(x0)
27 %% Restrições do problema
28 A=[];
29 B=[];
30 Aeq=[];
31 Beq=[];
32 nonlincon=@nlcon;
33 lb=[0 ; 0; 55; 0; 0; 0; 0; 27; 0 ;0 ; 0];
34 ub=[inf; inf; 58; inf; 66.8; 66.8; 66.8; 66.8; inf ;inf ; 1.4];
35 %% Aplicação rotina fmincon para solucionar problema
36 [x,FVAL,EXITF,OUTPUT] = fmincon(objective,x0,A,B,Aeq,Beq,lb,ub,nonlincon);
37 str1=[’Fluxo otimizado = ’,num2str(-objective(x),’%10.3e\n’),’ wb’];
38 disp(str1);
39 str1=[’Algoritimo utilizado: ’,OUTPUT.algorithm];
40 disp(str1);
41 str1=[’Quantidade de interações para obtenção do resultado: ’,...
42 num2str(OUTPUT.iterations)];
43 disp(str1);
44
45 %*************************************************************************%
46 %Restrições não lineares otimização maquina CC %
47 %Lucas Salles de Oliveira %
48 %nlcon.m %
49 %*************************************************************************%
50 function [c,ceq] = nlcon(x)
51 c=[1.00;10;16;0;2]+[x(7)-x(5);-x(6)+x(5);-x(7)+x(8);-x(9)+x(10);-x(10)];
52 ceq= [x(1); x(2); x(4);x(9)+x(10);x(11)]-[0.40; 3.02e5; 41.55;x(7)*pi()*...
53 (14.4/360);1.4];