Você está na página 1de 291

capa_curva.

pdf 1 12/01/20 15:03

CM

MY

CY

CMY

ISBN 978-85-7817-252-7

9 788578 172527
Universidade do Sul de Santa Catarina

Geometria Analítica
Disciplina na modalidade a distância

Palhoça
UnisulVirtual
2011

2011_geometria_analitica.indd 1 11/12/16 15:36


Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Reitor Coordenadores Graduação Marilene de Fátima Capeleto Patrícia de Souza Amorim Karine Augusta Zanoni
Ailton Nazareno Soares Aloísio José Rodrigues Patricia A. Pereira de Carvalho Poliana Simao Marcia Luz de Oliveira
Ana Luísa Mülbert Paulo Lisboa Cordeiro Schenon Souza Preto Mayara Pereira Rosa
Vice-Reitor Ana Paula R.Pacheco Paulo Mauricio Silveira Bubalo Luciana Tomadão Borguetti
Sebastião Salésio Heerdt Artur Beck Neto Rosângela Mara Siegel Gerência de Desenho e
Bernardino José da Silva Simone Torres de Oliveira Desenvolvimento de Materiais Assuntos Jurídicos
Chefe de Gabinete da Reitoria Charles Odair Cesconetto da Silva Vanessa Pereira Santos Metzker Didáticos Bruno Lucion Roso
Willian Corrêa Máximo Dilsa Mondardo Vanilda Liordina Heerdt Márcia Loch (Gerente) Sheila Cristina Martins
Diva Marília Flemming Marketing Estratégico
Pró-Reitor de Ensino e Horácio Dutra Mello Gestão Documental Desenho Educacional
Lamuniê Souza (Coord.) Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Rafael Bavaresco Bongiolo
Pró-Reitor de Pesquisa, Itamar Pedro Bevilaqua
Pós-Graduação e Inovação Jairo Afonso Henkes Clair Maria Cardoso Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.) Portal e Comunicação
Daniel Lucas de Medeiros Aline Cassol Daga Catia Melissa Silveira Rodrigues
Mauri Luiz Heerdt Janaína Baeta Neves
Aline Pimentel
Jorge Alexandre Nogared Cardoso Jaliza Thizon de Bona Andreia Drewes
Pró-Reitora de Administração José Carlos da Silva Junior Guilherme Henrique Koerich Carmelita Schulze Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Acadêmica José Gabriel da Silva Josiane Leal Daniela Siqueira de Menezes Rafael Pessi
Marília Locks Fernandes Delma Cristiane Morari
Miriam de Fátima Bora Rosa José Humberto Dias de Toledo
Eliete de Oliveira Costa
Joseane Borges de Miranda Gerência de Produção
Pró-Reitor de Desenvolvimento Luiz G. Buchmann Figueiredo Gerência Administrativa e Eloísa Machado Seemann Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
e Inovação Institucional Marciel Evangelista Catâneo Financeira Flavia Lumi Matuzawa Francini Ferreira Dias
Renato André Luz (Gerente) Geovania Japiassu Martins
Valter Alves Schmitz Neto Maria Cristina Schweitzer Veit
Ana Luise Wehrle Isabel Zoldan da Veiga Rambo Design Visual
Maria da Graça Poyer
Diretora do Campus Mauro Faccioni Filho Anderson Zandré Prudêncio João Marcos de Souza Alves Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Universitário de Tubarão Moacir Fogaça Daniel Contessa Lisboa Leandro Romanó Bamberg Alberto Regis Elias
Milene Pacheco Kindermann Nélio Herzmann Naiara Jeremias da Rocha Lygia Pereira Alex Sandro Xavier
Onei Tadeu Dutra Rafael Bourdot Back Lis Airê Fogolari Anne Cristyne Pereira
Diretor do Campus Universitário Patrícia Fontanella Thais Helena Bonetti Luiz Henrique Milani Queriquelli Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
da Grande Florianópolis Roberto Iunskovski Valmir Venício Inácio Marcelo Tavares de Souza Campos Daiana Ferreira Cassanego
Hércules Nunes de Araújo Rose Clér Estivalete Beche Mariana Aparecida dos Santos Davi Pieper
Gerência de Ensino, Pesquisa e Marina Melhado Gomes da Silva Diogo Rafael da Silva
Secretária-Geral de Ensino Vice-Coordenadores Graduação Extensão Marina Cabeda Egger Moellwald Edison Rodrigo Valim
Adriana Santos Rammê Janaína Baeta Neves (Gerente) Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Fernanda Fernandes
Solange Antunes de Souza Aracelli Araldi Pâmella Rocha Flores da Silva
Bernardino José da Silva Frederico Trilha
Diretora do Campus Catia Melissa Silveira Rodrigues Rafael da Cunha Lara Jordana Paula Schulka
Elaboração de Projeto Roberta de Fátima Martins Marcelo Neri da Silva
Universitário UnisulVirtual Horácio Dutra Mello Carolina Hoeller da Silva Boing
Jucimara Roesler Jardel Mendes Vieira Roseli Aparecida Rocha Moterle Nelson Rosa
Vanderlei Brasil Sabrina Bleicher Noemia Souza Mesquita
Joel Irineu Lohn Francielle Arruda Rampelotte
Equipe UnisulVirtual José Carlos Noronha de Oliveira Verônica Ribas Cúrcio Oberdan Porto Leal Piantino
José Gabriel da Silva Reconhecimento de Curso
José Humberto Dias de Toledo Acessibilidade Multimídia
Diretor Adjunto Maria de Fátima Martins Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Sérgio Giron (Coord.)
Moacir Heerdt Luciana Manfroi
Rogério Santos da Costa Extensão Letícia Regiane Da Silva Tobal Dandara Lemos Reynaldo
Secretaria Executiva e Cerimonial Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Maria Cristina Veit (Coord.) Mariella Gloria Rodrigues Cleber Magri
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Sergio Sell Vanesa Montagna Fernando Gustav Soares Lima
Marcelo Fraiberg Machado Pesquisa Josué Lange
Tatiana Lee Marques Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Avaliação da aprendizagem
Tenille Catarina Valnei Carlos Denardin Claudia Gabriela Dreher Conferência (e-OLA)
Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)
Assessoria de Assuntos Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Jaqueline Cardozo Polla Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Internacionais Pós-Graduação Nágila Cristina Hinckel Bruno Augusto Zunino
Coordenadores Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Sabrina Paula Soares Scaranto
Murilo Matos Mendonça Aloísio José Rodrigues Gabriel Barbosa
Anelise Leal Vieira Cubas Thayanny Aparecida B. da Conceição
Assessoria de Relação com Poder Biblioteca Produção Industrial
Público e Forças Armadas Bernardino José da Silva Salete Cecília e Souza (Coord.) Gerência de Logística Marcelo Bittencourt (Coord.)
Adenir Siqueira Viana Carmen Maria Cipriani Pandini Paula Sanhudo da Silva Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Walter Félix Cardoso Junior Daniela Ernani Monteiro Will Marília Ignacio de Espíndola Gerência Serviço de Atenção
Giovani de Paula Renan Felipe Cascaes Logísitca de Materiais Integral ao Acadêmico
Assessoria DAD - Disciplinas a Karla Leonora Dayse Nunes Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Maria Isabel Aragon (Gerente)
Distância Letícia Cristina Bizarro Barbosa Gestão Docente e Discente Abraao do Nascimento Germano Ana Paula Batista Detóni
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Luiz Otávio Botelho Lento Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Bruna Maciel André Luiz Portes
Carlos Alberto Areias Roberto Iunskovski Fernando Sardão da Silva Carolina Dias Damasceno
Cláudia Berh V. da Silva Rodrigo Nunes Lunardelli Capacitação e Assessoria ao Fylippy Margino dos Santos Cleide Inácio Goulart Seeman
Conceição Aparecida Kindermann Rogério Santos da Costa Docente Guilherme Lentz Denise Fernandes
Luiz Fernando Meneghel Thiago Coelho Soares Alessandra de Oliveira (Assessoria) Marlon Eliseu Pereira Francielle Fernandes
Renata Souza de A. Subtil Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Adriana Silveira Pablo Varela da Silveira Holdrin Milet Brandão
Alexandre Wagner da Rocha Rubens Amorim
Assessoria de Inovação e Jenniffer Camargo
Gerência Administração Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Yslann David Melo Cordeiro Jessica da Silva Bruchado
Qualidade de EAD Acadêmica Elizete De Marco
Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Jonatas Collaço de Souza
Angelita Marçal Flores (Gerente) Fabiana Pereira Avaliações Presenciais
Andrea Ouriques Balbinot Juliana Cardoso da Silva
Fernanda Farias Iris de Souza Barros Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Carmen Maria Cipriani Pandini Juliana Elen Tizian
Juliana Cardoso Esmeraldino Ana Paula de Andrade
Secretaria de Ensino a Distância Kamilla Rosa
Maria Lina Moratelli Prado Angelica Cristina Gollo
Assessoria de Tecnologia Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Simone Zigunovas
Mariana Souza
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Cristilaine Medeiros Marilene Fátima Capeleto
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Daiana Cristina Bortolotti
Felipe Fernandes Adenir Soares Júnior Tutoria e Suporte Maurício dos Santos Augusto
Felipe Jacson de Freitas Delano Pinheiro Gomes Maycon de Sousa Candido
Alessandro Alves da Silva Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Edson Martins Rosa Junior
Jefferson Amorin Oliveira Andréa Luci Mandira Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Monique Napoli Ribeiro
Phelipe Luiz Winter da Silva Fernando Steimbach Priscilla Geovana Pagani
Cristina Mara Schauffert Nordeste)
Fernando Oliveira Santos
Priscila da Silva Djeime Sammer Bortolotti Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Rodrigo Battistotti Pimpão Lisdeise Nunes Felipe Scheila Cristina Martins
Douglas Silveira Andreza Talles Cascais Marcelo Ramos
Tamara Bruna Ferreira da Silva Evilym Melo Livramento Daniela Cassol Peres Taize Muller
Marcio Ventura Tatiane Crestani Trentin
Fabiano Silva Michels Débora Cristina Silveira Osni Jose Seidler Junior
Coordenação Cursos Fabricio Botelho Espíndola Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Thais Bortolotti
Coordenadores de UNA Felipe Wronski Henrique Francine Cardoso da Silva
Diva Marília Flemming Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Janaina Conceição (Núcleo Sul) Gerência de Marketing
Marciel Evangelista Catâneo Indyanara Ramos Joice de Castro Peres Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente)
Roberto Iunskovski Janaina Conceição Karla F. Wisniewski Desengrini
Jorge Luiz Vilhar Malaquias Kelin Buss Relacionamento com o Mercado
Auxiliares de Coordenação Juliana Broering Martins Liana Ferreira Alvaro José Souto
Ana Denise Goularte de Souza Luana Borges da Silva Luiz Antônio Pires
Camile Martinelli Silveira Luana Tarsila Hellmann Maria Aparecida Teixeira Relacionamento com Polos
Fabiana Lange Patricio Luíza Koing  Zumblick Mayara de Oliveira Bastos Presenciais
Tânia Regina Goularte Waltemann Maria José Rossetti Michael Mattar Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo

2011_geometria_analitica.indd 2 11/12/16 15:36


Mário Selhorst
Carlos Henrique Hobold

Geometria Analítica
Livro didático

Revisão e atualização de conteúdo


Carlos Henrique Hobold

Design Instrucional
Roseli Rocha Moterle

4ª edição

Palhoça
UnisulVirtual
2011

2011_geometria_analitica.indd 3 11/12/16 15:36


Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

Edição – Livro Didático


Professor Conteudista
Mário Selhorst
Carlos Henrique Hobold

Revisão e atualização de conteúdo


Carlos Henrique Hobold

Designer Instrucional
Karla Leonora Dahse Nunes
Roseli Rocha Moterle (4ª edição)

ISBN
978-85-7817-252-7
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual

Diagramação
Rafael Pessi
Edison Valim (4ª edição)

Revisão
Jaqueline Tartari

516.3
S46 Selhorst, Mário
Geometria analítica : livro didático / Mario Selhorst, Carlos Henrique
Hobold ; revisão e atualização de conteúdo Carlos Henrique Hobold ;
design instrucional [Karla Leonora Dahse Nunes], Roseli Rocha Moterle. – 4.
ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011.
290 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-252-7

1. Geometria analítica. 2. Matrizes (Matemática). 3. Vetores. I. Hobold,


Carlos Henrique. II. Nunes, Karla Leonora Dahse. III. Moterle, Roseli Rocha.
IV. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

2011_pag_iniciais.indd 4 12/01/20 14:45


Sumário

Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Palavras do(s) professor(es). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE 1 - Matrizes, determinantes e sistemas lineares. . . . . . . . . . . . . . . 15


UNIDADE 2 - Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
UNIDADE 3 - Geometria Analítica no plano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
UNIDADE 4 - Geometria Analítica no espaço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179

Para concluir o estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237


Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239
Sobre os professores conteudistas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação. . . . . . . . . . . . . . 243
Biblioteca Virtual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289

2011_geometria_analitica.indd 5 11/12/16 15:36


2011_geometria_analitica.indd 6 11/12/16 15:36
Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Geometria Analítica.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma


e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância,
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a
um aprendizado contextualizado e eficaz.

Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será


acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica
caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou
para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e
instituição estarão sempre conectados com você.

Então, sempre que sentir necessidade entre em contato. Você tem


à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como:
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem,
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade.
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe
atender, porque sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual

2011_geometria_analitica.indd 7 11/12/16 15:36


2011_geometria_analitica.indd 8 11/12/16 15:36
Palavras do(s) professor(es)

Ao fazer a escolha de um curso na modalidade a distância


você assume uma grande responsabilidade, pois você vai ser o
principal personagem da construção dos seus conhecimentos.
Mas, não se preocupe, pois você não está sozinho nesta
caminhada. Estamos bem perto de você por meio das palavras,
das fórmulas e dos algebrismos colocados neste texto didático.

Você está lidando com uma área de conhecimento que para


muitos pode ser considerada difícil e pesada. Entretanto,
podemos ter outro olhar: a Matemática que promove
mudanças na sua vida, na sua mente, no seu coração. É! É isso
mesmo! O seu envolvimento emocional com a Matemática
vai promover mudanças na sua vida, afinal é aqui que vamos
discutir problemas!

Estamos felizes por poder compartilhar com você toda a nossa


motivação e inspiração da geometria.

O material didático apresenta aspectos históricos e teóricos,


dentre os quais destacamos: matrizes e sistemas lineares;
vetores, os quais físicos e engenheiros usam para estudar
forças, deslocamentos, velocidades; e, por último, iniciamos
também o estudo dos conceitos matemáticos relacionados com
o plano e o espaço.

Informamos que as tabelas e ilustrações sem indicação de fonte


foram elaboradas pelos autores.

Seja bem-vindo à nossa comunidade virtual, na qual estamos


inseridos, compartilhando dúvidas, dificuldades, vitórias e
alegrias!

Um grande abraço!

Prof. Mário Selhorst e Prof. Carlos Henrique Hobold

2011_geometria_analitica.indd 9 11/12/16 15:36


2011_geometria_analitica.indd 10 11/12/16 15:36
Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da


disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva


em conta instrumentos que se articulam e se complementam,
portanto, a construção de competências se dá sobre a
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de
ação/mediação.

São elementos desse processo:

„„ o livro didático;

„„ o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);

„„ as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de


autoavaliação);

„„ o Sistema Tutorial.

Ementa
Matrizes. Determinantes. Sistemas Lineares. Vetores.
Operações com vetores. Geometria Analítica Plana: retas;
círculos; cônicas; mudanças de coordenadas. Elementos
da Geometria Analítica no espaço: retas e planos; curvas.
Visualização de superfícies usando pacotes computacionais.

2011_geometria_analitica.indd 11 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Objetivos

Geral:
A disciplina tem como objetivos gerais a construção de
conhecimentos e a reflexão sobre os conceitos envolvidos no
contexto da Geometria Analítica, propiciando ao aluno condições
de: investigar, observar, analisar, interpretar, delinear conclusões
e aplicar os conhecimentos adquiridos.

Específicos:

„„ Realizar operações com matrizes, calcular a matriz


inversa e o determinante de uma matriz.

„„ Resolver sistemas lineares.

„„ Operar com vetores e interpretar geometricamente o


módulo do produto vetorial e do produto misto.

„„ Identificar e representar retas, círculos e cônicas no


espaço bidimensional.

„„ Reconhecer e representar retas, planos e curvas no espaço


tridimensional.

„„ Alterar coordenadas de objetos planos e espaciais.

„„ Visualizar curvas no plano e no espaço.

Carga Horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.

Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de

12

2011_geometria_analitica.indd 12 11/12/16 15:36


Geometria Analítica

estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de


conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.

Unidades de estudo: 4

Unidade 1 – Matrizes, determinantes e sistemas lineares


Nesta unidade, você vai lidar com representações de conjuntos de
dados dispostos em tabelas ou em blocos retangulares de termos
denominados de matriz. As matrizes estão associadas a números
chamados determinantes, úteis para interpretação, análise de
dados e resolução de problemas. Também trataremos da resolução
de sistemas de equações lineares, com diversos exemplos e
possibilidades de aplicações.

Unidade 2 – Vetores
Analisar, discutir, interpretar, operar e representar vetores são
alguns dos objetivos desta unidade. As técnicas de operação
e representação de vetores são acompanhadas de diversas
representações geométricas e físicas.

Unidade 3 – Geometria Analítica no plano


O estudo da reta e da circunferência no plano, suas características e
relações permeiam esta unidade. A variedade de representações que
surgem no processo de resolução de problemas geométricos exige o
conhecimento de diversas relações e peculiaridades desses objetos.

Unidade 4 – Geometria Analítica no espaço


O espaço tridimensional permite ampliar os conceitos adquiridos
da geometria plana. A representação de retas e de planos
no espaço, as relações entre estes tais como o paralelismo,
o perpendicularismo, as distâncias e os ângulos permitem
reconhecer e solucionar problemas.

13

2011_geometria_analitica.indd 13 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Agenda de atividades/Cronograma

„„ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar


periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus
estudos depende da priorização do tempo para a leitura,
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da
interação com os seus colegas e professor.

„„ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço


a seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA.

„„ Use o quadro para agendar e programar as atividades


relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades obrigatórias

Demais atividades (registro pessoal)

14

2011_geometria_analitica.indd 14 11/12/16 15:36


1
UNIDADE 1

Matrizes, determinantes e
sistemas lineares

Objetivos de aprendizagem
n Realizar operações com matrizes.

n Calcular a inversa de uma matriz.

n Calcular o determinante de uma matriz.

n Resolver sistemas lineares.

Seções de estudo
Seção 1 Introdução
Seção 2 Adição de matrizes e suas propriedades
Seção 3 Determinantes de matrizes
Seção 4 Sistemas Lineares

2011_geometria_analitica.indd 15 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, você vai trabalhar com representações de
conjuntos de dados dispostos em tabelas ou em blocos
retangulares de termos denominados de matriz. As matrizes
estão associadas a números chamados determinantes, úteis para
interpretação, análise de dados e resolução de problemas.

Imagine um grupo de clientes de uma empresa que tem


preferências pelos mais variados produtos. Organizar esses
dados na forma de matrizes possibilitaria estudos e conclusões
quanto às preferências comuns e ao oferecimento de promoções
diferenciadas.

Matrizes e determinantes são também largamente utilizados


na resolução de problemas. Representam sistemas de equações
na programação de sistemas computacionais e diversas outras
aplicações.

Desta forma, perceba que, para além de um estudo aprazível


ainda há a possibilidade de tornar o conteúdo desta unidade útil e
facilitador do dia a dia.

Você utilizará Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares para


resolver problemas de natureza matemática e também de outras
áreas do conhecimento.

Então, prepare-se, concentre-se e inicie o estudo ciente da sua


importância.

Seção 1 - Introdução
A Geometria Analítica trabalha a conversão entre dois tipos de
representações: a geométrica e a analítica. As diferentes figuras
geométricas com tratamento analítico descritas até o século
XVII, foram agrupadas e sistematizadas pelos trabalhos de René
Descartes e Pierre de Fermat e passaram a constituir uma
subárea da Matemática.

16

2011_geometria_analitica.indd 16 11/12/16 15:36


Geometria Analítica

Um pouco de história

René Descartes (1596-1650), nasceu na França. De família


nobre, recebeu suas primeiras instruções no colégio jesuíta
de La Flèche, graduando-se em Direito, em Poitiers. Em 1637
escreveu seu mais célebre tratado, o Discurso do Método,
no qual expôs sua teoria de que o universo era todo feito
de matéria em movimento e qualquer fenômeno poderia
ser explicado por meio das forças exercidas pela matéria
contígua. Ficou conhecido com o “pai da filosofia moderna”.
Essa teoria só foi superada pelo raciocínio matemático de
Newton.
Suas ideias filosóficas e científicas eram revolucionárias,
mas sua matemática guardava fortes vínculos com a
antiguidade. Essa relação com o passado permitiu-lhe a
fundação da Geometria Analítica, escrevendo livros sobre
ela (BOYER, 2002, p.229).
Pierre de Fermat (1601-1665), nascido
também na França, foi advogado em
Toulouse e oficial do governo na maior
parte de sua vida. Dedicou-se à Literatura,
às Ciências e à Matemática, por prazer.
Em 1636, Fermat propôs um sistema de
Geometria Analítica semelhante àquele
que Descartes proporia um ano depois.
O trabalho de Fermat foi baseado na reconstrução do
trabalho de outros matemáticos como Apolonio e Viète. Um
trabalho semelhante conduziu Fermat a descobrir métodos
similares para diferenciação e integração por máximos e
mínimos. Publicou pouco de suas descobertas. (BOYER,
2002, p.238).

Há inúmeras referências sobre os diversos


matemáticos que ajudaram a construir esta ciência ao
longo dos séculos, além dos clássicos, como o livro
História da Matemática de Carl B. BOYER, São Paulo, E.
Blücher, 2002.

Unidade 1 17

2011_geometria_analitica.indd 17 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 2 - Adição de matrizes e suas propriedades


Imagine que você é gerente de uma fábrica de roupas. Tendo que
mostrar o desempenho da produção dos três primeiros meses do
ano de 2006, você solicita ao diretor de produção informações e
recebe um relatório no seguinte formato:

No mês de janeiro foram produzidas 2.350 calças, 3.150


camisas, 2.200 camisetas e 1.350 bermudas; no mês de
fevereiro foram produzidas 3.500 calças, 2.150 camisas,
1.900 camisetas e 1.430 bermudas; no mês de março
a produção foi de 2.540 calças, 4.260 camisas, 1.200
camisetas e não foram produzidas bermudas.

Será que essa é a melhor maneira de apresentação


destes dados? É possível representá-los de outra
forma?

Essa forma de apresentação de dados não é muito funcional, não


é mesmo? Sugerimos então, a elaboração de uma tabela com os
mesmos dados apresentados no relatório do diretor de produção.
Visualize-a!

Tabela 1.1 - Produção da Fábrica no 1o Trimestre de 2006


Produto Janeiro Fevereiro Março
Calças 2.350 3.500 2.540
Camisas 3.150 2.150 4.260
Camisetas 2.200 1.900 1.200
Bermudas 1.350 1.430 0

E então? O que você pensa? Nesse formato ficou mais


fácil interpretar os dados apresentados no relatório?

O conjunto de dados dispostos em linhas e colunas denomina-se


matriz.

As matrizes aparecem com muita frequência em diversas áreas


como: Administração, Economia, Engenharia, Genética,
Estatística, entre outras. São também muito importantes para a
solução de problemas que envolvem sistemas lineares.

18

2011_geometria_analitica.indd 18 11/12/16 15:36


Geometria Analítica

Assim, uma matriz A do tipo mxn é um quadro composto de m


linhas e n colunas, cuja representação é:

. Os índices indicam a linha e a


coluna do elemento.

De modo simplificado a matriz A é representada por A = (aij)m×n, onde


A é o nome da matriz, representa o elemento da matriz situado na
linha i e na coluna j, onde e . A matriz A letra que representa a
é representada entre parênteses ou colchetes. matriz deve ser sempre
maiúscula.
Acompanhe alguns exemplos.

Exemplo 1:

Matriz de ordem 4x3 (4 linhas e 3


colunas).

Exemplo 2:

Matriz de ordem 3 (3 linhas e 3 colunas).

Unidade 1 19

2011_geometria_analitica.indd 19 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

No exemplo 2, a matriz tem o número de linhas


igual ao número de colunas. Este tipo de matriz é
denominado de matriz quadrada. Nas matrizes
quadradas podemos identificar a diagonal principal
e a diagonal secundária. Observe:

Exemplo 3:

Matriz de ordem 2x3 (2 linhas e 3 colunas).

Podemos também representar as matrizes por sentenças


associadas aos índices i e j.

com

A matriz C é do tipo 3x2, cuja representação é:

, com , ou seja, .

Exemplo 4:

Este é um tipo particular de matriz.

Matriz de ordem 1x3 (1 linha e 3 colunas).

Quando a matriz é composta por uma única linha é


denominada matriz linha.

20

2011_geometria_analitica.indd 20 11/12/16 15:36


Geometria Analítica

Exemplo 5:

É também um exemplo:

Matriz de ordem 2x1 (2 linhas e 1 coluna).

Quando a matriz é composta por uma única coluna é


denominada matriz coluna.

Exemplo 6:

Outro tipo de matriz pode ser representado pelo exemplo:

A matriz G é uma matriz identidade de ordem 3, ou seja, é uma


matriz quadrada onde os elementos da diagonal principal são
todos iguais a 1 e os demais são nulos.

Exemplo 7:

Existem também matrizes cujo valor é zero.

Matriz nula de ordem 2.

Matriz nula de ordem 1x2.

Reconhecidos os principais tipos de matrizes, pode-se tratar das


operações com matrizes.

Unidade 1 21

2011_geometria_analitica.indd 21 11/12/16 15:36


Universidade do Sul de Santa Catarina

Operações com matrizes

Voltando ao exemplo da produção da fábrica de roupas da


Tabela 1.1.

E se tivesse também a produção do 1o trimestre de 2005? Qual


seria a produção total de cada mês por item produzido?

Tabela 1.1 - Produção da Fábrica no 1o Trimestre de 2006


Produto Janeiro Fevereiro Março
Calças 2350 3500 2540
Camisas 3150 2150 4260
Camisetas 2200 1900 1200
Bermudas 1350 1430 0

Tabela 1.2 - Produção da Fábrica no 1o Trimestre de 2005


Produto Janeiro Fevereiro Março
Calças 4150 3240 2520
Camisas 2150 2350 4420
Camisetas 2400 1650 1230
Bermudas 1550 1280 400

O que se pretende é somar os valores correspondentes das duas


tabelas. Essa operação é chamada de adição de matrizes.

Usando a notação matricial podemos escrever:

Logo, a produção total de cada mês por item produzido nos dois
trimestres seria:

Tabela 1.3 - Produção da Fábrica no 1o Trimestre de 2005 e 2006


Produto Janeiro Fevereiro Março
Calças 6500 6740 5060
Camisas 5300 4500 8680
Camisetas 4600 3550 2430
Bermudas 2900 2710 400

O que se fez foi uma operação de adição de matrizes. Observe


que a ordem das duas matrizes é a mesma. Essa é uma condição
indispensável para que a adição possa ser efetuada.

22

2011_geometria_analitica.indd 22 11/12/16 15:36


Geometria Analítica

Podemos então formalizar.

A adição de duas matrizes e do tipo m n,


indicada por (A + B), é a matriz onde, = .

Acompanhe os exemplos a seguir.

Exemplo 1:

Vamos tratar de uma operação de adição.

Dadas as matrizes A e B, temos:

A subtração é também um caso de adição.

(subtração de matrizes)

Exemplo 2:

Se A e B são matrizes e e e aij = i + j e


bij = j – i, podemos construir as matrizes:

Assim,

A análise da operação de adição permite escrever algumas


propriedades.

Unidade 1 23

2011_geometria_analitica.indd 23 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Propriedades da adição

Se A, B e C são matrizes de mesma ordem, valem as seguintes


propriedades:

„„ Comutativa: A+B=B+A
„„ Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
„„ Elemento Neutro: A+0=A
„„ Elemento Oposto: A + (-A) = 0

Uma matriz é nula quando todos os seus elementos


são nulos.

Produto de um número real por uma matriz

Esta operação permite multiplicar ou dividir os valores de uma


matriz por um número real. Para que uma matriz possa ser
multiplicada por um número real. Para isto, basta multiplicar
cada número da matriz pelo número real. Observe:

Exemplo 1:

Se e , podemos escrever as matrizes:

a)

b)

No exemplo b as matrizes foram divididas por .

24

2011_geometria_analitica.indd 24 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Matriz transposta

Outra representação bastante comum é a chamada matriz


transposta. A matriz transposta de uma matriz A de ordem mxn,
indicada por At, é a matriz de ordem nxm que tem as suas linhas
ordenadamente iguais às colunas da matriz A. Veja nos exemplos:

Exemplo 1:

Se , então .

Exemplo 2:

Se , então .

Matemática e informática
Softwares matemáticos são
comuns e facilmente encontrados
na internet, por exemplo: Derive,
Math Lab, Software Thales, entre
outros.

Multiplicação de matrizes

As operações vistas até aqui foram as consideradas simples. No


entanto, a multiplicação de uma matriz por outra exige uma
técnica mais apurada. Primeiro é preciso avaliar se é possível
multiplicar as matrizes. Na multiplicação o produto se dá entre
linhas e colunas, assim é imprescindível que o número de colunas
da primeira matriz seja igual ao número de linhas da segunda
matriz.

Unidade 1 25

2011_geometria_analitica.indd 25 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Veja um exemplo prático:

Um torneio de futebol conta com três times e o campeão do


certame é aquele que obtiver um maior número de pontos após
todos jogarem entre si, em turno e returno, de acordo com as
tabelas 1.4 e 1.5.

Tabela 1.4 - Placar geral do torneio


Partidas Partidas
Times Empates
Ganhas Perdidas
Nacional 2 1 1
União 1 1 2
América 2 0 2

Tabela 1.5 - Pontuação das partidas


Tipo Pontos
Partidas Ganhas 3
Empates 1
Partidas Perdidas 0

Qual é a pontuação e classificação de cada time?

Calcule a pontuação da seguinte forma:

Tabela 1.6 - Pontuação dos times


Times Pontuação
Nacional 2.3 + 1.1 + 1.0
União 1.3 + 1.1 + 2.0
América 2.3 + 0.1 + 2.0

Logo:

Tabela 1.7 - Resultado final


Times Pontuação
Nacional 7
União 4
América 6

Desta forma, o campeão é o Nacional, seguido pelo América e


por último, o União.

Fazendo a representação somente com as matrizes dos dados


teremos:

26

2011_geometria_analitica.indd 26 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

O procedimento realizado para chegar à pontuação de cada time


é o que chamamos de multiplicação de matrizes.

É importante observar que o número de colunas da matriz dos


dados da tabela 1.4 é exatamente igual ao número de linhas da
tabela 1.5

Podemos, então, multiplicar duas matrizes A e B se e


. O produto A.B será a matriz , sendo que
cada elemento é obtido pela soma dos produtos dos elementos
da i-ésima linha de A pelos elementos da j-ésima coluna de B.
Note que a matriz produto terá o número de linhas da matriz A e
o número de colunas da matriz B.

Por exemplo, o elemento é obtido pela soma dos produtos dos


elementos da segunda linha de A, pelos elementos da terceira
coluna de B.

A multiplicação de matrizes não é comutativa: .

O esquema a seguir auxilia a avaliar as matrizes e o resultado da


multiplicação:

Acompanhe outros exemplos:

Exemplo 1:

Dadas as matrizes e

O produto A.B é possível pois, o número de colunas de A (2) é


igual ao número de linhas de B (2). O resultado será uma matriz
C de ordem 3x4:

Unidade 1 27

2011_geometria_analitica.indd 27 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Calculando:

Assim:

Exemplo 2:

Sejam e , vamos encontrar:

Matriz inversa

Quando se fala do inverso a-1 de um número qualquer a, diferente


de zero, verifica-se que a.a-1=1. Assim, também a inversa de uma
matriz A, indicada por A-1, quando existe, satisfaz a condição:

A . A-1 = In e A-1 . A = In

Na expressão: A é a matriz dada.

A-1 é a matriz inversa de A.

In é a matriz identidade de mesma ordem da


matriz A.

A matriz A é sempre uma matriz quadrada.

28

2011_geometria_analitica.indd 28 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Exemplo 1:

A matriz é inversa da matriz , pois,

A.B=I

Verificando:

Exemplo 2:

Determine a matriz inversa da matriz .

Sabendo que C . C-1 = In.

Se representar , pode-se escrever:

Multiplicando, tem-se:

Na igualdade encontramos os sistemas de equações:

Resolvendo os sistemas, encontramos a = 2, b = 3, c = 1 e d = 2.

Assim, a matriz inversa de C é .

Concluindo esta seção, resolva as atividades que estão dispostas


no final da Unidade. Conhecer e operar matrizes é fundamental
para estudar as próximas seções.

Unidade 1 29

2011_geometria_analitica.indd 29 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 3 - Determinantes de matrizes


A teoria dos determinantes foi desenvolvida no final do século
XVII por Leibniz e Kowa, simultaneamente na Alemanha e no
Japão, ao procurarem a solução de sistemas com “n” equações e
“n” incógnitas.

Um pouco de história

O matemático e filósofo alemão,


Gottfried Wilhelm von Leibniz
(1646-1716), formou-se bacharel aos
dezessete anos e é considerado um
gênio universal e fundador da ciência
moderna.
Ele antecipou o desenvolvimento de
LÓGICA simbólica e, independentemente
de Isaac Newton, inventou o cálculo
com uma notação superior, incluindo os símbolos para
diferenciação, dx e dy, e de integração, (BOYER, 2002,
p.275).

Para iniciar os estudos dos determinantes considere a seguinte


situação-problema:

1 - Num torneio de tiro ao alvo, cada tiro certo dá ao competidor


10 pontos e cada tiro errado subtrai 6 pontos da sua contagem.
Se o competidor João conseguiu 160 pontos ao final de 40 tiros,
quantos tiros acertou e quantos errou?

Para resolver este problema, geralmente proposto para turmas da


sexta série do ensino fundamental, é preciso montar um sistema
de equações:

Chamando o tiro certo de C e tiro errado de E, tem-se:

30

2011_geometria_analitica.indd 30 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Observe o raciocínio:

Multiplicando a segunda equação por 6:

Multiplicando a segunda equação por (-10):

Escrevendo a matriz A dos coeficientes das incógnitas do sistema

de equações, , pode-se perceber que o produto dos

números da diagonal principal menos o produto dos números da


diagonal secundária é exatamente 16, ou seja, .

Esta coincidência vai além.

Se escrever as matrizes AC e AE dos coeficientes com os termos


independentes poder-se-á obter também:

, fazendo o mesmo cálculo acima temos:

, e em o valor de

Você percebeu as coincidências?

Concluindo, verifica-se que a solução do sistema poderia ser


obtida por:
AC 160 ⋅1 − 40 ⋅ ( −6 ) 400
C= = = = 25
A 10 ⋅1 − 1 ⋅ ( −6 ) 16
A 10 ⋅ 40 − 1 ⋅160 240
E= E = = = 15
A 10 ⋅1 − 1⋅ ( −6 ) 16

Portanto, o competidor João acertou 25 tiros e errou 15 tiros.

Unidade 1 31

2011_geometria_analitica.indd 31 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Estas operações realizadas sobre todos os elementos de uma


matriz são utilizadas para determinar a solução de sistemas de
equações e chamam-se determinantes de matrizes.

O determinante de uma matriz A é indicada por det A ou por


duas barras verticais e pode ser calculado somente de matrizes
quadradas. A maneira de calcular é que varia de acordo com a
ordem da matriz.

Determinante de uma matriz de ordem 1

Dada uma matriz de ordem 1, seu determinante

, ou .

Por exemplo, o determinante da matriz é representado


por .

O determinante de uma matriz quadrada A é


representado por ou com duas barras verticais.
As barras verticais não devem ser confundidas com a
simbologia adotada para representar valor absoluto
ou módulo de um número.

Determinante de uma matriz de ordem 2

Dada a matriz , o determinante é representado por

Exemplo 1:

Seja a matriz A da situação-problema 1:

, calcule det A.

32

2011_geometria_analitica.indd 32 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Exemplo 2:
 5 −1
Dada a matriz A =  , calcule det A.
 −2 2 
5 −1
det A = = 5 ⋅ 2 − ( −1) ⋅ (- 2 ) = 10 − 2 = 8
−2 2

Exemplo 3:

Resolva a equação

Determinante de uma matriz de ordem 3

Para calcular o determinante de matrizes de ordem 3, entre as


várias possibilidades, você pode utilizar uma regra muito prática,
denominada de regra de Sarrus.

Dada a matriz .

Repetem-se as duas primeiras colunas à direita da matriz ou as


duas primeiras linhas na parte inferior da matriz. Repetindo as
colunas ao lado temos:

Faz-se a multiplicação na direção da diagonal principal e depois


na direção da diagonal secundária invertendo os sinais,

Unidade 1 33

2011_geometria_analitica.indd 33 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Pode-se também repetir as duas primeiras linhas abaixo da


matriz.

Neste caso, também se faz a multiplicação na direção da diagonal


principal e depois na direção da diagonal secundária invertendo
os sinais.

Exemplo 1:

Agora você irá utilizar a regra de Sarrus para calcular o


determinante de uma matriz. Lembre-se de que ela é apropriada
para calcular o determinante de matrizes de ordem 3.

Seja a matriz .

Resolução:

Escrevendo a matriz e repetindo as duas primeiras colunas, tem-se:

34

2011_geometria_analitica.indd 34 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Determinante de uma matriz de ordem 4

Para encontrar o determinante de uma matriz de ordem 4 ou


maior, utiliza-se, entre outras regras, o Teorema de Laplace.
Este teorema envolve conceitos como menor complementar e
cofator, que será discutido em seguida. O Teorema de Laplace
também pode ser utilizado para calcular o determinante de
matrizes de qualquer ordem maior ou igual a 2.

Um pouco de história

Pierre Simon Laplace foi um gênio


reconhecido já na sua época. Nascido
na Normandia em 1649 mudou-se
para Paris para estudar com o famoso
matemático francês Jean d’Alembert. Bem
relacionado com a nobreza, foi autor de
diversos trabalhos que o colocaram em
posição de destaque no meio político,
assumindo cargos importantes em diversas ocasiões. Suas
publicações diziam respeito principalmente à mecânica
celeste. Entre outros, no “Tratado de Mecânica Celeste”,
Laplace reuniu tudo o que havia de esparso em trabalhos
de vários cientistas, sobre as consequências da gravitação
universal. Na Matemática, fez estudos profundos sobre
a teoria das probabilidades - na obra “Teoria Analítica
das Probabilidades” - e foi quem primeiro demonstrou
integralmente o teorema de d’Alembert sobre as raízes das
equações algébricas. Como físico, deixou estudos sobre
refração, pêndulos, efeitos capilares, medidas barométricas,
velocidade do som e dilatação dos corpos sólidos. (BOYER,
2002, p. 339).

Unidade 1 35

2011_geometria_analitica.indd 35 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Menor complementar

Denomina-se o menor complementar de uma matriz A


quadrada de ordem maior que 2, do elemento escolhido, ao
determinante da matriz obtida quando retiramos a linha e a
coluna que contém o elemento .

Exemplo 1:

Se , vamos calcular o menor complementar dos

elementos , e .

O menor complementar de se dá pelo determinante da matriz


formada pelos elementos da matriz A que não pertencem a linha

2 e coluna 3. Assim, .

Eliminando os elementos da 3a linha e da 1a coluna obtemos a


matriz cujo determinante é o menor complementar do elemento
.

E também,

Cofator

O cofator de um elemento é dado pela expressão


, isto é, multiplicando-se pelo menor
complementar do elemento.

36

2011_geometria_analitica.indd 36 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Exemplo 1:

Da matriz do exemplo acima, calcule os elementos cofatores


.

Resolução:

Teorema de Laplace

O Teorema de Laplace pode ser utilizado para calcular o


determinante de uma matriz quadrada de ordem maior ou igual a
2; o determinante é obtido pela soma dos produtos dos elementos
de uma linha ou coluna escolhida pelos seus respectivos cofatores.

Acompanhe alguns exemplos:

Exemplo 1:

Calcule o determinante da matriz .

Resolução:

Escolhendo-se a segunda linha, tem-se:

Exemplo 2:

Calcule o determinante da matriz .

Unidade 1 37

2011_geometria_analitica.indd 37 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Escolhendo-se a quarta coluna, tem-se:

Note que a presença de zeros em alguma linha ou coluna facilita


o cálculo do determinante (o produto sempre é igual a zero).

Conhecendo as matrizes e como calcular seus determinantes


você pode então utilizar estes conhecimentos para resolver
sistemas lineares. Antes disso, aprimore os estudos resolvendo as
atividades propostas no final da Unidade.

Seção 4 - Sistemas lineares


Os sistemas lineares são elaborados a partir de situações
problema que estabelecem diferentes relações entre as incógnitas
envolvidas. Veja uma situação:

João foi à feira durante três semanas seguidas. Na primeira


semana comprou 2 kg de bananas, 3 kg de manga e 5 kg de
laranja e pagou R $ 21,00. Na segunda semana, comprou 1 kg
de banana, 2 kg de manga e 6 kg de laranja e pagou R$ 16,00.
Na terceira semana, comprou 2 kg de banana, 3 kg de manga e
6 kg de laranja e pagou R$ 22,00. Supondo que os preços não
mudaram no decorrer das 3 semanas, pergunta-se: Qual é o
preço de um quilo de banana? De um quilo de manga? E de um
quilo de laranja?

Para resolver o seguinte problema, pode-se usar a seguinte


denominação:

„„ x é o preço do quilo da banana;

38

2011_geometria_analitica.indd 38 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

„„ y é o preço do quilo da manga;


„„ z é o preço do quilo da laranja.
Então, o problema pode ser sintetizado na seguinte expressão:

, que recebe nome de sistema linear.

Como resolver este sistema? Antes, acompanhe algumas


considerações sobre os sistemas em geral.

Cada sistema linear é composto de equações lineares, do tipo:


.

Em que: são os coeficientes;

são as incógnitas;

b é o termo independente.

Exemplo 1:

A expressão é uma equação linear.

Um conjunto de equações lineares compõe um sistema linear que


pode ser representado da forma de m equações e n incógnitas
, conforme modelo abaixo:

„„ são os coeficientes;
„„ são os termos independentes.

Se os termos , o sistema linear


será dito homogêneo.

Unidade 1 39

2011_geometria_analitica.indd 39 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 2:

O sistema linear é homogêneo, pois os termos

independentes são todos iguais a zero. Se o sistema linear


homogêneo apresentar apenas a solução , a solução é
chamada trivial. Se admitir outras soluções, onde as incógnitas
não são todas nulas, a solução será dita solução não trivial.

E como encontrar a solução?

Um dos métodos mais conhecidos é a regra de Cramer. Vamos


conferir.

Regra de Cramer

A regra de Cramer consiste num método para resolver um


sistema linear, em que o número de equações e de incógnitas é o
mesmo.

No sistema , com m e n iguais,


temos que:

, , ,... , ; sendo que,

é a solução do sistema.

Na representação:

„„ D é o determinante da matriz mxn dos coeficientes das


Como o D é um denominador, só incógnitas do sistema;
teremos uma solução quando
.
„„ D1 é o determinante da matriz mxn dos coeficientes
das incógnitas substituindo a 1a coluna pelos termos
independentes;

40

2011_geometria_analitica.indd 40 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

„„ D2, D3,..., Dn, é o determinante da matriz mxn dos


coeficientes das incógnitas substituindo a respectiva
coluna (2, 3, ..., n) pelos termos independentes.

Voltando ao problema da feira proposto no início da seção,


acompanhe como encontrar a solução:

Se , então:

Calcula-se , logo o sistema possível é

determinado e pode-se seguir em frente.

Calcula-se D1, D2, D3, substituindo a 1a, 2a e 3a coluna,


respectivamente, pelos termos independentes da matriz.

Pode-se então, encontrar os valores das incógnitas:

Logo, S = {(2,4,1)}.

E, assim, na feira feita por João:

„„ um quilo de banana custa r$ 2,00;


„„ um quilo de manga custa r$ 4,00;
„„ um quilo de laranja custa r$ 1,00.

Unidade 1 41

2011_geometria_analitica.indd 41 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Um pouco de história

Gabriel Cramer (1704-1752) trabalhou


em análise e determinantes e publicou
a conhecida regra de Cramer em 1750.
Outros trabalhos não publicados como
o de Leibniz, sem o conhecimento de
Cramer, também inspiravam o uso de
determinantes na resolução de sistemas.
Cramer também estudou Física e
Geometria. (BOYER, 2002, p. 297).

Soluções de um sistema linear

A classificação de um sistema linear quanto ao tipo de soluções


está associada aos valores de D, D1, D2,..., Dn. Vejamos no
esquema:

Figura 1.1 – Classificação de um sistema linear

Temos que:

„„ Se o determinante D é diferente de zero, então o sistema


linear n x n é possível e determinado, ou, se o linear n x n
é possível e determinado então D é diferente de zero;

42

2011_geometria_analitica.indd 42 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

„„ Se um sistema linear é possível e indeterminado, então


o determinante D é igual a zero e D1, D2, ..., Dn também
são iguais a zero.
„„ Se um sistema linear é impossível, o determinante D é
igual a zero e D1 ou D2 ou, ..., ou Dn são diferentes de
zero.

Exemplo 1:

No sistema linear tem-se que .

Como D é diferente de zero, pode-se garantir que o sistema é


possível e determinado e tem uma única solução.

Exemplo 2:

O sistema linear tem:

Assim, e que são indeterminações.

O sistema é possível e indeterminado, pois admite infinitas


soluções.

Exemplo 3:

Já no sistema linear tem-se:

Unidade 1 43

2011_geometria_analitica.indd 43 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como e , nem é preciso calcular D2, pois

é uma operação impossível. Portanto, este sistema

linear é impossível.

Sistema linear homogêneo

Um sistema linear é denominado homogêneo quando todos os


coeficientes independentes de incógnitas se apresentem nulos.
Todo sistema linear homogêneo admite a solução (0, 0, ...,0),
chamada de solução trivial.
A solução trivial pode não ser a
Exemplo 1:
única solução do sistema.

O sistema é homogêneo e admite a solução

Interpretação gráfica da solução de um sistema linear

Equações lineares com duas variáveis representam retas num


plano cartesiano, enquanto que equações lineares com três
variáveis representam planos no espaço tridimensional.

Os sistemas lineares podem ser resolvidos graficamente


considerando essas representações:

„„ Sistemas lineares 2×2: as equações representam retas no


plano cartesiano e a solução, caso exista, são os pontos
comuns às duas retas.
Veja alguns exemplos:

Exemplo 1:

1) Seja o sistema , sua solução é x = 3 e y = 1, um

sistema possível e com única solução. Graficamente, a solução


corresponde ao ponto (3,1) do plano cartesiano, como na Figura 1.2.

44

2011_geometria_analitica.indd 44 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Figura 1.2 - Solução gráfica de um sistema linear possível e determinado

Exemplo 2:

2) No sistema , não há ponto comum às duas retas, o

sistema é impossível, como na figura 1.3.

Figura 1.3 - Solução gráfica de um sistema impossível

Unidade 1 45

2011_geometria_analitica.indd 45 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 3:

Neste, , as retas coincidem, pode-se concluir que há

infinitos pontos em comum, logo o sistema é dito indeterminado,


não há uma única solução, como na figura 1.4.

Figura 1.4 - Solução gráfica de um sistema linear possível e indeterminado

„„ Sistemas lineares 3×3: geometricamente num sistema


linear 3×3, cada equação representa um plano no espaço.
A solução corresponde aos pontos comuns entre os três
planos, como na figura 1.5 na qual, respectivamente,
temos uma única solução, infinitas soluções e, nenhuma
solução.

Figura 1.5 - Solução gráfica de um sistema linear 3x3

46

2011_geometria_analitica.indd 46 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Veja mais alguns exemplos:

Exemplo 4:

No sistema , a solução é x = 1, y = 2 e z = 4 que

corresponde a tripla ordenada (1,2,4) no espaço tridimensional.


Na figura 1.6 mostra-se a visualização do ponto comum entre os
planos do sistema.

Figura 1.6 - Solução do sistema linear 3x3


Exemplo 5:

O sistema não tem solução, logo, os planos não

têm ponto comum, como na figura 1.7.

Unidade 1 47

2011_geometria_analitica.indd 47 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 1.7 - Sistema linear 3x3 impossível

Concluindo o estudo desta seção, resolva as atividades de


autoavaliação. Conhecer bem as matrizes, determinantes e sistemas
lineares facilitará o estudo que introduz o cálculo vetorial.

48

2011_geometria_analitica.indd 48 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Síntese

Você estudou, nesta unidade, os seguintes conteúdos:

„„ Matrizes - operações com matrizes, entre as quais


destacaram-se: a adição de matrizes, produto de um
número real por uma matriz e multiplicação de matrizes.
„„ Determinantes - destacaram-se o determinante de ordem
2, o determinante de ordem 3, a regra de Sarrus e o
Teorema de Laplace.
„„ Sistemas lineares - destacaram-se a regra de Cramer para
resolução de sistemas lineares, as soluções de um sistema
linear e a sua interpretação gráfica.

Atividades de autoavaliação

1) Construa a matriz , tal que .

2) Calcule o valor de x e y na igualdade:

 3 -2 1 y   4 2
− x  +   = − − 
 4  3 1   1 4 

3) Se a matriz D é dada por , determine .

4) Se as matrizes dadas são e , determine o

valor de A+ B, A – B, 3A e .

Unidade 1 49

2011_geometria_analitica.indd 49 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

5) Se e , qual é a matriz ?

Verifique os resultados utilizando o software Derive.

1 2   a b   1 11
6) Resolva a equação matricial  ⋅ = 5
3 −1  c d   4

7) Observe as tabelas a seguir:


Uma confeitaria dispõe da seguinte quantidade de ingredientes para
produção de doces tipo A, B e C, conforme tabela a seguir:

Tabela 1.8 – Produção de doces

Doces Ingrediente I Ingrediente II Ingrediente III Ingrediente IV


Tipo A 2 1 4 1
Tipo B 1 3 2 4
Tipo C 1 2 3 1
E os preços em reais dos ingredientes da Cidade X e da Cidade Y,
conforme a tabela a seguir:

Tabela 1.9 – Preços dos ingredientes

Doces Preço na cidade X Preço na cidade Y


Ingrediente I 1 2
Ingrediente II 2 1
Ingrediente III 3 2
Ingrediente IV 4 3
Desejamos saber quanto irá custar cada doce para ser produzido na
cidade X e Y?

8) Uma lanchonete vende dois tipos de sanduíche, o light e o da casa,


utilizando os ingredientes (queijo, salada, presunto e maionese) nas
seguintes quantidades (em gramas) por sanduíche:

Tabela 1.10 – Ingredientes por tipo de sanduíche

Sanduíche light Sanduíche da casa


queijo 10 g 20 g
salada 25 g 30 g
presunto 10 g 25 g
maionese 0g 20 g
Durante a tarde foram vendidos 9 sanduíches light e 15 sanduíches
da casa. Qual foi a quantidade necessária de cada ingrediente para a
preparação desses 24 sanduíches?

50

2011_geometria_analitica.indd 50 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

9) Calcule os determinantes das matrizes.

a) b)

c) d)

10) A soma dos perímetros das figuras é de 48cm. Sabendo que a


diferença entre a medida do lado do quadrado e o lado do hexágono
regular é de 2cm, calcule a área de cada figura.

11) Resolva os sistemas de equações usando a regra de Cramer.

a) b)

c) d)

e) f)

12) Com o objetivo de verificar o consumo de algumas mercadorias do


supermercado, Isabel anotou as quantidades consumidas nos três
meses anteriores com a compra de carne, peixe e frango e percebeu
que esqueceu de registrar o preço de cada um destes produtos. No
primeiro mês registrado consumiu 6,35 kg de carne, 3,60 kg de peixe
e 9,80 kg de frango; no segundo mês consumiu 4,65 kg de carne,

Unidade 1 51

2011_geometria_analitica.indd 51 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

5,80 kg de peixe e 8,20 kg de frango; e no terceiro, 5,10 kg de carne,


6,10 kg de peixe e 8,50 kg de frango. Determine o preço de cada
uma das mercadorias sabendo que gastou R$ 91,89 no primeiro mês,
R$ 84,83 no segundo mês e R$ 90,65 no terceiro mês.

Saiba mais

Para saber mais sobre esses assuntos, sugere-se pesquisar e


estudar os livros didáticos do Ensino Médio, que trazem uma
grande diversidade de questões e problemas envolvendo Matrizes,
Determinantes e Sistemas Lineares.

52

2011_geometria_analitica.indd 52 11/12/16 15:37


2
UNIDADE 2

Vetores

Objetivos de aprendizagem
n Identificar sistemas de coordenadas cartesianas
bidimensional e tridimensional.
n Reconhecer vetores.
n Operar com vetores no espaço bidimensional e no
espaço tridimensional.
n Interpretar geometricamente o módulo do produto
vetorial e do produto misto.

Seções de estudo
Seção 1 Vetores
Seção 2 Operações com vetores
Seção 3 Produtos de vetores

2011_geometria_analitica.indd 53 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade você irá relembrar o sistema de coordenadas
cartesianas no plano e passará à introdução do sistema de
coordenadas tridimensional que permite, além de representar
pontos no espaço, representar apropriadamente grandezas
diversas por meio dos chamados Vetores. Conhecer e operar com
vetores é importante para desenvolver diversos estudos e resolver
problemas em Matemática, Física, Química e outras áreas.

Seção 1 - Vetores
Nesta primeira seção você irá se dedicar a explorar um pouco do
espaço tridimensional e reconhecer as principais características
dos vetores. Para facilitar os estudos, inicie relembrando o sistema
de coordenadas no espaço bidimensional, ou seja, no plano.

Sistemas de coordenadas bi e tridimensionais

Para a representação de um ponto no plano, são necessários dois


números reais, que associados a dois eixos coordenados (retas
reais perpendiculares), constituem um par ordenado que indica a
posição do ponto.

Se os eixos são denominados x e y, conforme a figura 2.1, o ponto


A é definido pelo par ordenado (a, b).

54

2011_geometria_analitica.indd 54 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Figura 2.1 - Par ordenado no plano

O par ordenado (a, b) corresponde às coordenadas do ponto A no


plano xy situado no espaço bidimensional .

Para representar pontos no espaço tridimensional, é preciso


três números reais e três eixos coordenados . Geralmente,
estes eixos são chamados de x, y e z e são dispostos
perpendicularmente entre si, x e y na horizontal e z na vertical,
cruzando-se mutuamente na origem 0.

Um ponto P no espaço é definido por uma tripla ordenada (a,


b, c) de números reais, como na figura 2.2(a). Os três eixos
coordenados determinam três planos coordenados xy, xz e yz que
dividem o espaço em oito octantes. O primeiro octante é aquele
definido pelos eixos positivos como mostra a figura 2.2(b).

Figura 2.2(a) - Ponto P no espaço tridimensional Figura 2.2(b) - Planos coordenados

Unidade 2 55

2011_geometria_analitica.indd 55 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Acompanhe alguns exemplos:

Exemplo 1:

A representação dos pontos A (2, 1, 3) e C(-3, 2, 3) é a das figuras


2.3(a) e 2.3(b):

Figura 2.3(a) - Representação do ponto A Figura 2.3(b) - Representação do ponto C

Vetores

Diariamente acontecem situações que, na maioria das vezes,


passam despercebidas quanto ao seu significado. É comum
ouvirmos nos noticiários televisivos, jornalistas informando, por
exemplo, que a temperatura mínima em determinada cidade
para o dia seguinte será de 17º C e a máxima de 32º C; ou ainda
que, uma determinada rodovia com 22 km de extensão necessita
urgentemente de pavimentação; que o preço de 1 kg de frango
está 30% mais barato, entre tantas outras informações.

Nas três situações abordadas é possível observarmos grandezas


como: temperatura, comprimento e massa que, na Física,
recebem o nome de grandezas escalares.

Grandeza escalar é aquela que fica perfeitamente


caracterizada por um número associado a uma
unidade de medida.

Considere outra situação: se disséssemos que viajamos 200


km, provavelmente alguém perguntaria: para onde?. Ou seja,
para que a informação fosse completa, deveríamos acrescentar,

56

2011_geometria_analitica.indd 56 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

por exemplo, que viajamos de Florianópolis a Joinville. Assim,


apresentaríamos uma direção: norte-sul; um sentido: de
Florianópolis a Joinville; e uma intensidade do deslocamento:
200 km. Esta situação é definida como grandeza vetorial, pois
só falando em 200 km, a informação ficaria muito vaga.

Lembre-se:
„„ Grandeza vetorial é aquela que fica caracterizada
quando conhecemos sua direção, seu sentido e sua
intensidade.
„„ Uma grandeza, que precisa ser caracterizada por
uma direção, um sentido e um número chamado
módulo (ou intensidade) é chamada de vetor.
„„ Vetor é o ente matemático caracterizado por uma
direção, um sentido e um módulo (ou intensidade).

Representamos vetor por um segmento orientado de reta


ou também por uma letra minúscula, com uma flecha em cima
. Na figura 2.4 representamos estas características.

Figura 2.4 - Características de um vetor

Agora observe as situações representadas nas figuras 2.5(a) e


2.5(b). São segmentos orientados em diferentes posições.

Situação 1 Situação 2


Figura 2.5(a) - Segmentos orientados 1 Figura 2.5(b) - Segmentos orientados 2

Unidade 2 57

2011_geometria_analitica.indd 57 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Observe que, nas duas situações, os três segmentos têm o mesmo


comprimento, a mesma direção e o mesmo sentido, por isso
podemos dizer que estes segmentos são equipolentes.

Se estes segmentos representam vetores, são vetores


iguais?

São sim. Vetores iguais são representados por segmentos


equipolentes. Deste modo, os segmentos representam
vetores iguais, assim como .

Observe agora a situação 3, na figura 2.6, na qual também estão


representados segmentos orientados. Os segmentos orientados
têm o mesmo comprimento, a mesma direção e sentidos
contrários, e são denominados vetores opostos.

Figura 2.6 - Segmentos orientados 3

Na situação 4, representada na figura 2.7, os segmentos


orientados são somente paralelos, representando vetores paralelos:
.

Figura 2.7 - Vetores paralelos

Quando a origem de um vetor coincide com


a extremidade, é denominado vetor nulo e
representado por ou , isto é, não possui direção,
sentido ou intensidade.

58

2011_geometria_analitica.indd 58 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Um vetor bastante utilizado é o chamado vetor unitário ou


versor, cujo módulo é 1. Em geral, se , então o vetor que
tem a mesma direção e sentido de e módulo 1 é o vetor unitário
de .

Exemplo 1:

Na figura 2.8, representamos um vetor unitário de um vetor


de módulo 4.

Figura 2.8 - Vetor unitário

Num vetor , unitário, temos . Na figura 2.8,


e .

Os vetores podem ser representados e utilizados no espaço


bidimensional e tridimensional. Se a origem e a extremidade de
diversos vetores estão situadas num mesmo plano ou não, estes
são denominados coplanares ou não coplanares, como na figura
2.9(a) e 2.9(b).


Figura 2.9(a) - Vetores coplanares Figura 2.9(b) - Vetores não-coplanares

Unidade 2 59

2011_geometria_analitica.indd 59 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Um pouco de história

Os Vetores surgiram no início do século XIX, com trabalhos


de Caspar Wessel (1745 -1818), Jean Robert Argand
(1768 -1822) e Carl Friedrich Gauss (1777 -1855) que, no
estudo dos números complexos, como pontos no plano
bidimensional, os representaram como segmentos de reta
orientados com representação bidimensional. Diversos
matemáticos e cientistas trabalharam na mesma época
com este tipo de representação, sem a denominação
de vetores, mas como pares ordenados de números
reais. Avanço significativo houve em 1827 com August
Ferdinand Möbius quando publicou um pequeno livro,
The Barycentric Calculus, no qual introduziu diretamente
segmentos de reta denotados por letras do alfabeto,
vetores na essência, mas ainda não no nome. No seu
estudo de centros de gravidade e Geometria Projetiva,
Möbius desenvolveu uma aritmética destes segmentos
de reta; adicionou-os e mostrou como multiplicá-los por
um número real. Seus interesses estavam em outro lugar,
e ninguém se importou em notar a importância destes
cálculos. (EVES, 2002, p.491).

Seção 2 – Operações com vetores


Nesta seção você estudará as operações com vetores,
especificamente, a adição e a subtração, produto de vetores por
números reais e a representação de vetores no plano e no espaço.

Quando operamos grandezas escalares, usamos apenas regras aritméticas


e a unidade de medida da grandeza.

Exemplo 1:

Grandezas como massa de um corpo, distância entre dois pontos


e volume de um líquido, são grandezas escalares e podem ser
somadas aritmeticamente, mantendo a unidade de medida:

60

2011_geometria_analitica.indd 60 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Quando lidamos com grandezas vetoriais, o cálculo aritmético


vem acompanhado com a interpretação e representação gráfica,
pois, além do módulo, trabalhamos também com a direção e o
sentido do vetor que representa a grandeza.

Exemplo 2:

Vamos considerar um carro que sai da cidade A e percorre 40


km em linha reta para o Sul, atingindo a cidade B; em seguida,
percorre mais 30 km, a partir da cidade B, para o Oeste, até
chegar à cidade C. Qual é a distância que separa a cidade A da
cidade C?

Para resolver a questão, você deve considerar as referências


dadas para os deslocamentos. Na figura 2.10, representa-se estes
deslocamentos.


Figura 2.10 - Deslocamento do carro

Unidade 2 61

2011_geometria_analitica.indd 61 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo ABC,


tem-se que:

Logo, a distância da cidade A até a cidade C, é de , na


direção e sentido previstos.

As grandezas vetoriais exigem a utilização de


representações gráficas.

Para resolver problemas que envolvam adição de vetores, deve-se


recorrer a duas regras conhecidas:

1. a regra do polígono, e

2. a regra do paralelogramo.

Observe como funcionam!

Adição de vetores

Regra do polígono
A soma de dois vetores e , representados na figura 2.11 se
dá transportando o vetor , mantendo sua direção, sentido
e comprimento e, a partir da extremidade desse vetor,
transportando-se o segundo vetor , mantendo também suas
características. Liga-se a origem do primeiro vetor com a
extremidade do segundo vetor e obtém-se o vetor , que é a
adição de e .

Figura 2.11 - Soma dos vetores e pela regra do polígono

62

2011_geometria_analitica.indd 62 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Para determinar a adição de mais vetores procede-


se da mesma maneira, ligando cada um deles a
extremidade do anterior, mantendo o módulo, a
direção e o sentido, até desenhar todos. O vetor
resultante da adição se obtém ligando a origem
do primeiro com a extremidade do último vetor
representado.

Regra do paralelogramo

Esta regra utiliza a representação de um paralelogramo


construído sobre cada dois vetores a serem somados. Na soma
de dois vetores e , transporta-se os dois vetores, fazendo com
que suas origens coincidam e, pela extremidade de cada um dos
vetores, traça-se uma reta paralela ao outro, construindo um
paralelogramo a partir de suas extremidades. A soma de e
é o vetor que corresponde à diagonal desse paralelogramo.

Figura 2.12 - Soma dos vetores e pela regra do paralelogramo

A diferença de vetores é definida através da operação


soma, do primeiro vetor com o oposto do segundo
vetor. Se é o vetor diferença entre e temos a
operação , conforme é
representado na figura 2.13.

Unidade 2 63

2011_geometria_analitica.indd 63 11/12/16 15:37


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.13 - Subtração de vetores

Logo, para subtrair um vetor de outro, deve-se somar o oposto


desse vetor ao outro.

Propriedades da adição de vetores

A adição de vetores apresenta algumas propriedades peculiares à


adição de escalares.

Sejam dados vetores quaisquer, então:

a) (comutativa);

b) (associativa);

c) (elemento neutro);

d) (elemento simétrico).

Produto de um número real por um vetor

É possível multiplicar um vetor por um número real. O produto


de um número real ou escalar diferente de zero por um vetor
mantém a mesma direção do vetor original, enquanto que a
direção e o módulo dependem do número real. O novo vetor
diminui, aumenta de tamanho e até pode mudar o sentido se o
número tiver sinal negativo, preservando a mesma direção.

64

2011_geometria_analitica.indd 64 11/12/16 15:37


Geometria Analítica

Exemplo 1:

Seja o vetor dado, pode-se multiplicar este por números reais,


conforme representado na figura 2.14.

Figura 2.14 - Produto de um vetor por um número real

A multiplicação de vetores também tem suas propriedades. Seja


e vetores quaisquer e c e d números reais, tem-se:

a) (distributiva);

b) (distributiva);

c) (associativa);

d) (elemento neutro).

Vetores como combinação linear dos vetores da base ortogonal i, j e k;

Até agora você estudou os vetores exclusivamente do ponto de


vista geométrico, como segmento de reta orientado. Porém,
os vetores também podem ser associados com os sistemas de
coordenadas do plano e do espaço . Acompanhe!

a) Vetores no plano
Para representar vetores no plano, utiliza-se como base os vetores
cujas origens são a origem do plano cartesiano xy e extremidades
dos pontos e , conhecidos respectivamente como
vetores e , às vezes simplesmente representados por i e j,
conforme a figura 2.15.

Unidade 2 65

2011_geometria_analitica.indd 65 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.15 - Vetores da base ortogonal e

A base formada pelos vetores e é chamada de


base canônica que é particularmente importante
por estar associada à representação cartesiana usual
da Geometria plana. Os vetores e os pares ordenados
compartilham os mesmos pontos do plano cartesiano.

Conhecidos os vetores e , de módulo 1, qualquer vetor do


plano cartesiano pode ser decomposto segundo as direções de
e , ou seja, tem-se que determinar dois vetores cujas direções
sejam e , e cuja soma seja . Considerando a multiplicação de

um vetor por um escalar (número real), pode-se indicar o vetor v
como a soma dos vetores e multiplicados pelos escalares a e b
convenientes.

Tem-se então, o vetor , que pode ser representado


no plano usando as projeções ortogonais das extremidades
de sobre os eixos coordenados x e y, determinando ali os
componentes escalares a e b, da representação vetorial. A figura
2.16 ilustra essa decomposição.

Figura 2.16 - Componentes de um vetor no plano

66

2011_geometria_analitica.indd 66 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Assim, qualquer vetor no plano xy pode ser expresso em função


da base padrão e .

Um vetor bidimensional pode ser representado


genericamente por um par ordenado:

pode ser representado por ou

Exemplo 2:

Veja a representação genérica de vetores com base ortogonal e


para os vetores:

a) ;

b) ;

c) ;

d) .

Exemplo 3:

O vetor é representado graficamente conforme a

figura 2.17(a) ou simplesmente como na figura 2.17(b):

Figura 2.17(a) - Vetor no plano 1 Figura 2.17(b) - Vetor no plano 2

Considerando esta modalidade de representação, a adição de dois


vetores e define-se como:

Unidade 2 67

2011_geometria_analitica.indd 67 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

A multiplicação de um vetor por um escalar c define-se


como:

Exemplo 4:

Se e , determine , , , .

a)

, ou seja,

b)

, ou seja,

c)

, ou seja,

d) , ou seja,

A representação gráfica de do exemplo 4 pode ser


observada na figura 2.18.

Figura 2.18 - Soma de dois vetores

68

2011_geometria_analitica.indd 68 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Vetores no espaço tridimensional

Quando se trata com vetores no espaço tridimensional, utiliza-


se como base, os vetores cujas origens são a origem do plano
cartesiano xyz e extremidades os pontos , e
, constituindo os vetores , e , denominada base
canônica, representados na figura 2.19. Alguns autores utilizam
simplesmente , , .

Figura 2.19 - Vetores da base ortogonal , e

Assim como no plano, qualquer vetor do espaço


tridimensional pode ser decomposto segundo as direções
de e e , ou seja, pode-se determinar três vetores cujas
direções sejam , e , e cuja soma seja . Considerando
a multiplicação de um vetor por um escalar (número real), é
possível indicar o vetor como a soma dos vetores , e
multiplicados pelos escalares a, b e c convenientes.

Similar aos vetores no plano, tem-se o vetor ,


que pode ser representado no sistema cartesiano xyz usando
as projeções ortogonais das extremidades de sobre os eixos
coordenados x, y e z, determinando ali os componentes
escalares a, b e c, da representação vetorial.

A figura 2.20 ilustra essa decomposição.

Unidade 2 69

2011_geometria_analitica.indd 69 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.20 - Componentes de um vetor no espaço tridimensional

Assim, qualquer vetor no espaço xyz pode ser expresso em função


da base padrão , e .

Um vetor tridimensional pode ser representado


genericamente por uma tripla ordenada:

pode ser representado por ou


.

As operações com vetores no são realizadas tal como no plano.

Exemplo 5:

Dados os vetores e , determine ,

, .

a)

, ou seja,

b)

, ou seja, .

c)

, ou seja, .

70

2011_geometria_analitica.indd 70 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Um vetor do plano pode ser representado


como um vetor do espaço
tridimensional considerando a componente c igual a
zero. Afinal, o plano xy está contido no espaço xyz.

Exemplo 6:

Determine , , sendo e

a)

, ou seja,

b)

, ou
seja, .

No início desta seção, você viu que um vetor de origem


A e extremidade B pode ser expresso como uma diferença:
. Analise o exemplo a seguir.

Exemplo 7:

Se é um vetor com origem no ponto A(1, 4) e extremidade


no ponto B(5, 6), determine o vetor como a diferença
.

, ou seja, .

Graficamente, na figura 2.21, é possível observar que o vetor


é o mesmo que o vetor , ou seja, corresponde a um
vetor de origem zero. O vetor é representante do vetor .

Unidade 2 71

2011_geometria_analitica.indd 71 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.21 - Vetor representante

O que você conclui?

Se você concluiu que o vetor é o representante na origem do


sistema de qualquer vetor que possui mesma direção, mesmo
sentido e mesmo comprimento de , saiu-se muito bem. É isso
mesmo, parabéns!

Se considerar um outro vetor com origem no ponto e


extremidade no ponto , temos

, portanto, igual a , que é

representante também do vetor .

Módulo ou norma de um vetor

O módulo, ou magnitude, ou norma, ou comprimento de um


vetor , representado por é o comprimento de qualquer um
dos seus representantes e é calculado pela fórmula da distância
entre dois pontos no plano, ou seja, a distância entre a origem 0 e
a extremidade do vetor.

Se é um vetor bidimensional como na figura


2.22, e aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo
OAB formado, tem-se que: , logo, .

72

2011_geometria_analitica.indd 72 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Se é um vetor tridimensional, como


na figura 2.23, tem-se dois triângulos retângulos: OAB e
OBC. Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo OAB,
obtém-se que e no triângulo OBC, tem-se que
.

Substituindo, ter-se-á: .

E assim, .


Figura 2.22 - Vetor bidimensional. Figura 2.23 - Vetor tridimensional

Exemplo 8:

Se e , calcule e .

Vetor unitário ou versor de um vetor

Se tomar qualquer vetor diferente do vetor nulo e dividir pelo


seu módulo, terá um novo vetor de mesma direção e sentido, seu
módulo será igual a 1. Este vetor representa a unidade do vetor
considerado para o problema. Assim, para o vetor , diferente do

vetor nulo, o seu versor ou vetor unitário será .

Unidade 2 73

2011_geometria_analitica.indd 73 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 9:

Dado o vetor , o seu versor pode ser obtido

calculando primeiro o módulo do vetor :

Logo: .

Pode-se verificar se o módulo do vetor obtido é realmente 1,


calculando | |:

Graficamente, tem-se:

| |

Os vetores , e são exemplos de versores ou


vetores unitários.

Exemplo 10:

Determine o versor do vetor .

a) O módulo do vetor .

Sendo , tem-se que .

Se houver necessidade de conferir o módulo do vetor


obtido, faz-se:

74

2011_geometria_analitica.indd 74 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Seção 3 – Produtos de vetores


Nesta seção, você estudará: os produtos de vetores denominados
produto escalar, produto vetorial e produto misto; bem como a
interpretação geométrica destes produtos.

Produto escalar

Você sabe qual é o significado físico do produto


escalar?

Segundo Halliday (2002), uma força constante que atua


sobre um corpo e este corpo sofre um deslocamento , o
produto interno entre a força e o deslocamento , e se
representa por , é o trabalho realizado para mover o corpo.

O autor exemplifica com uma situação em que um corpo de


massa m se move sob ação de uma força , que forma um ângulo
com a direção do movimento. O corpo parte da posição A
para a posição B, conforme a figura 2.24. Usando conceitos
da Física, estabelece que o trabalho da força é dado por
, que é caracterizado por um produto de dois
vetores, denominado produto escalar.

Figura 2.24 - Trabalho de uma força

Matematicamente, o produto escalar ou interno de dois vetores


e representa um número que é expresso por:

Unidade 2 75

2011_geometria_analitica.indd 75 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

, onde é a medida do ângulo formado


entre os vetores e , e . Graficamente pode ser
representado como na figura 2.25.

Figura 2.25 - Produto escalar

Observe na figura 2.25 que é exatamente o comprimento


da projeção do vetor sobre .

Propriedades do produto escalar


Quaisquer que sejam os vetores , , e , tem-se:

I) ;

II) ;

III) .

Para realizar o produto escalar de dois vetores, consideram-


se componentes cartesianas e as propriedades já relacionadas,
conforme apresentado a seguir.

Expressão cartesiana do produto escalar


Sejam os vetores e , tem-se
que:

Aplicando a propriedade II, obtém-se a expressão:

76

2011_geometria_analitica.indd 76 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Considerando a propriedade III, pode-se organizar o produto


agrupando escalar com escalar e vetor com vetor:

Resolvendo os produtos escalares com sendo vetores


unitários, obtém-se:

E ainda:

, consequentemente pela

propriedade I, .

, consequentemente pela

propriedade I, .

, consequentemente pela

propriedade I, .

Conclui-se que a expressão cartesiana do produto escalar é:

Exemplo 1:

Dados os vetores e , calcule .

Para resolver, basta utilizar a expressão cartesiana do produto


escalar:

Unidade 2 77

2011_geometria_analitica.indd 77 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Distância entre dois pontos

A distância entre os pontos e do espaço


pode ser definida como sendo o comprimento do vetor ,
conforme figura 2.26:

Figura 2.26 - Distância entre dois pontos

Obtém-se o comprimento do vetor calculando o módulo da


diferença entre os dois pontos:

Exemplo 2:

Calcule a distância entre os pontos e

Ângulo entre dois vetores

Da definição de produto escalar tem-se que .

78

2011_geometria_analitica.indd 78 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Se e são diferentes do vetor nulo pode-se isolar a expressão

e, assim, , que permite determinar o ângulo

existente entre os dois vetores.

Exemplo 3:

Calcular o ângulo entre os vetores:

a) e

b) e .

Resolvendo:

a) Como , precisa-se calcular o produto escalar

, como no exemplo 1, e o módulo de cada um dos vetores

e :

Se , então:

Utilizando uma calculadora e calculando o inverso da função


cosseno, tem-se:
α ≅ arccos (0, 4961)
α ≅ 60, 250

b) Como , calcula-se, inicialmente, o produto escalar

e o módulo de cada um dos vetores e

Unidade 2 79

2011_geometria_analitica.indd 79 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se , então:

Utilizando uma calculadora e calculando o inverso da função


cosseno, tem-se:
α ≅ arccos (− 0,3311)
α ≅ 109,330

Se dois vetores forem ortogonais, seu produto escalar


será igual a zero, pois .

Exemplo 4:

Verifique se os vetores e são ortogonais?

Resposta: Deve-se verificar se

, logo, os vetores são


ortogonais.

80

2011_geometria_analitica.indd 80 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

Ângulos diretores

Um vetor forma ângulos com os eixos x, y, e z, chamados


ângulos diretores, conforme a figura 2.27.
z

k v




j y
i
x

Figura 2.27 - Ângulos diretores


Fonte: Adaptado de Steinbruch e Winterle (1987, p. 51).

Utilizando a fórmula do ângulo entre dois vetores,

pode-se deduzir que o ângulo formado pelo vetor


com o eixo x, é o mesmo que o ângulo formado entre o vetor , o
vetor unitário , conforme figura 2.27.

O ângulo formado pelo vetor com o eixo y, é o mesmo que o


ângulo formado entre o vetor , o vetor unitário , conforme
figura 2.27.

O ângulo formado pelo vetor com o eixo z, é o mesmo ângulo


formado entre o vetor e o vetor unitário , conforme figura
2.27.

Unidade 2 81

2011_geometria_analitica.indd 81 11/12/16 15:38


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 5:

Calcular o ângulo que o vetor forma com os


eixos coordenados x, y e z.

Resolução: Deve-se achar primeiramente o módulo do vetor


para depois calcular os cossenos dos ângulos e,
finalmente, os ângulos.

Produto vetorial

O que significa produto vetorial?

Na Física, o produto vetorial representa o torque . Para os


engenheiros, significa momento. Torque é uma palavra que vem
do latim e significa torcer, pode ser identificada como a ação de
girar ou de torcer de uma força.

Parte-se da seguinte situação: na hora que usamos o saca-rolha


para abrir uma garrafa de vinho estamos aplicando uma força
sobre ele, fazendo-o girar para penetrar na rolha conforme figura
2.28. Na figura, o braço do saca-rolha, que vai do centro até a
extremidade, é chamado de alavanca e corresponde a um vetor .

Define-se o módulo do vetor torque como sendo o produto


do vetor comprimento e a intensidade da força pelo seno do
ângulo formado entre e , sendo que e estão no mesmo
plano.

Assim sendo, .

82

2011_geometria_analitica.indd 82 11/12/16 15:38


Geometria Analítica

O vetor torque é perpendicular a e . É expresso pela


equação , a qual define como produto vetorial.

Na situação inversa, de retirar o saca-rolha, a ação dos vetores se


dá conforme a figura 2.29, ou seja, .


Figura 2.28 - Forças num saca-rolha1 Figura 2.29 - Forças num saca-rolha 2

A partir desta ideia, pode-se definir produto vetorial ou externo.

Dados dois vetores e , não paralelos entre si, o produto


vetorial ou externo, é um terceiro vetor que apresenta as seguintes
características:

1. A direção do vetor é perpendicular aos


vetores e ;
2. Os sentidos dos vetores e nesta ordem formam
um triedro positivo; ou seja, se observado a partir de
, conforme figura 2.30, está situado à direta e à
esquerda.
3. Seu módulo é em que é a medida
do ângulo entre e .


Figura 2.30 - Produto vetorial

Unidade 2 83

2011_geometria_analitica.indd 83 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Produto vetorial nulo

O produto vetorial é nulo, quando um dos vetores for


nulo ou quando os dois vetores forem paralelos, isto é ,
ou seja, ou .

Vetores paralelos

Pode-se tratar da condição de paralelismo de dois vetores.

Sejam e . Os vetores e
são paralelos, se acontecer a condição , isto é,
, ou .

Assim teremos: , e ,

consequentemente, ; e , logo é

uma condição de paralelismo.

Se uma das componentes do vetor for zero, então


para que os vetores sejam paralelos a componente
correspondente, também terá que ser igual a zero.

Exemplo 1:

Verificar se os vetores e são paralelos.

Aplicando a condição , obtém-se: .

Simplificando, resulta em: .

Verificada a igualdade, conclui-se que os vetores são paralelos.

84

2011_geometria_analitica.indd 84 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Exemplo 2:

Qual deve ser o valor de x para que os vetores e


sejam paralelos?

Aplicando a condição , obtém-se .

Não se considera a terceira componente dos dois vetores pelo fato


de ambas serem iguais a zero.

Da igualdade obtida, pode-se escrever:

Propriedades do produto vetorial

I) (figura 2.31);

II) ;

III) .

Figura 2.31 - Representação geométrica de


Fonte: Adaptado de Steinbruch e Winterle (1987, p. 68).

Unidade 2 85

2011_geometria_analitica.indd 85 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Produto vetorial dos versores , e

Em particular os versores , e , nesta ordem, formam um


triedro positivo, representado na figura 2.32.

Como se identifica um triedro positivo?

Se fosse possível ficar em pé na posição do versor , a sua direita


estaria o versor e, a sua esquerda o versor .


Figura 2.32 - Triedro positivo Figura 2.33 - Circunferência do produto vetorial
Fonte: Venturi (2009, p. 106). Fonte: Adaptado de Steinbruch e Winterle (1987, p. 68).

Na prática, pode-se utilizar a circunferência ou a regra da mão


direita para efetuar o produto externo de dois desses versores.

Na circunferência, figura 2.33, o resultado é o versor faltante.


De sinal positivo, se no sentido anti-horário, e negativo, se no
sentido horário.

Exemplo 3:

a)

b)

c)

d)
86

2011_geometria_analitica.indd 86 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Exemplo 4:

Casos particulares.

Por serem paralelos , e .

Regra da mão direita

Pode-se também aplicar a regra da mão direita para determinar o


sentido do produto vetorial de dois vetores não nulos da seguinte
forma:

„„ Coloca-se a mão sobre o primeiro vetor , fecha-se para


cima do vetor . O polegar indicará o sentido do vetor
resultante do produto de . Conforme a figura 2.34:

Figura 2.34 - Regra da mão direita

Expressão cartesiana do produto vetorial

Sejam os vetores e , então:

Pela propriedade III, do produto vetorial, tem-se:

Unidade 2 87

2011_geometria_analitica.indd 87 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Usando a propriedade II, agrupa-se escalar com escalar e vetor


com vetor:

Resolvendo os produtos escalares, conforme os exemplos 3 e 4


desta seção:

Fatorando, obtém-se:

A expressão obtida corresponde ao determinante de uma matriz


formada pelos vetores e .

Exemplo 5:

Sendo dados os vetores e , calcule


.

Inicialmente, calcula-se o determinante de .

Exemplo 6:

Determinar um vetor simultaneamente ortogonal aos vetores


e , sendo dados os vetores e .

Inicia-se a resolução calculando os vetores e :

88

2011_geometria_analitica.indd 88 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Como o produto vetorial é um vetor simultaneamente ortogonal


aos vetores que compõem o produto, conforme a definição,
escreve-se:

Resolvendo o determinante:

Assim, o vetor simultaneamente ortogonal aos vetores e


é .

Produto misto

Dados os vetores , tomados nesta ordem, chama-se


produto misto dos vetores ao número real ou
.

Pode-se escrever que: , em que


.

Note que, se o ângulo entre e for de , já que é


perpendicular a e , os três vetores , e serão coplanares
(vetores no mesmo plano). Deduz-se, então que para três vetores
serem coplanares o produto misto .

Figura 2.35 - Produto misto

Unidade 2 89

2011_geometria_analitica.indd 89 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Expressão cartesiana do produto misto

Sejam os vetores , e
   
w = a3 i + b3 j +c3 k , então:

para determinar , calcula-se por etapas o produto.

1ª etapa: Calcula-se o produto vetorial.

2ª etapa: Calcula-se o produto escalar.

Que é equivalente ao determinante da matriz composta pelos


componentes dos três vetores , e envolvidos:

Exemplo 1:

Dados os vetores , e ,
calcule:

a)

b)

Resolvendo:

a) Deve-se calcular o determinante conforme a definição


.

Assim sendo,

90

2011_geometria_analitica.indd 90 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Calculando o determinante:

b)

Primeiramente, calcula-se:

Calcula-se o produto misto usando o


determinante da expressão cartesiana do produto misto.

Calculando:

2) Verificar se os vetores , e
são coplanares.

Deve-se mostrar que o produto misto

Logo, como , os vetores não são coplanares.

Unidade 2 91

2011_geometria_analitica.indd 91 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

3) Determine o valor do componente do vetor para que


vetores , e sejam coplanares, sendo dados
, e .

Se os três vetores são coplanares, o produto misto .


Pode-se escrever:

Interpretação geométrica do módulo do produto vetorial

A interpretação geométrica do módulo do produto vetorial pode


ser entendida a partir de um paralelogramo construído sobre dois
vetores, conforme a figura 2.36.

Figura 2.36 - Interpretação do módulo do produto vetorial


Fonte: Adaptado de Steinbruch e Winterle (1987, p. 70).

92

2011_geometria_analitica.indd 92 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

O paralelogramo da figura 2.36, tem a área definida como o


produto da medida da base b pela sua altura h, o seja .

A base do paralelogramo corresponde ao módulo do vetor , ou


seja, assim, a área pode ser:

, onde

Substituindo, tem-se:

A expressão obtida corresponde ao produto vetorial de dois


vetores e , definido anteriormente, .

Conclui-se que o módulo do produto vetorial de dois vetores


corresponde à área do paralelogramo obtida pelas projeções
paralelas aos vetores a partir dos seus vértices conforme a figura
2.36.

Logo: .

Exemplo 1:

Calcule a área do paralelogramo cujos lados são construídos com


os vetores e , onde e .

Como o módulo do produto vetorial de dois vetores corresponde


à área do paralelogramo construído sobre estes vetores, considera-
se que:

Inicialmente, determinamos os vetores e .

Unidade 2 93

2011_geometria_analitica.indd 93 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como , precisamos ainda calcular o módulo


do vetor obtido:

Logo, unidades quadradas.

Exemplo 2:

Calcule a área do triângulo de vértices e


.

O triângulo está situado no espaço tridimensional e pode ser


representado de modo simplificado pela figura 2.37.

Figura 2.37 - Triângulo de vértices ABC

Da Geometria elementar, sabe-se que a área de um triângulo


é igual a medida da área de um paralelogramo dividido por
dois, conforme a figura 2.38. Assim, pode-se propor que a
área do triângulo ABC corresponde à metade do módulo do
produto vetorial dos dois vetores e , que determinam o
paralelogramo.

Logo,

94

2011_geometria_analitica.indd 94 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Figura 2.38 - Paralelogramo e triângulo

Como não há vetores, tem-se que determiná-los a partir dos


pontos que determinam os vértices, ou seja, e .

Como , calcula-se inicialmente o produto

vetorial .

Calculando o módulo do produto vetorial:

Finalizando, tem-se que a área do triângulo é:

u.a (unidades de área).

Unidade 2 95

2011_geometria_analitica.indd 95 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Interpretação geométrica do módulo do produto misto

A interpretação geométrica do módulo de um produto misto é


desenvolvida a partir do cálculo do volume de um paralelepípedo
construído sobre os três vetores que o compõem, conforme a
figura 2.39.

Figura 2.39 - Interpretação do módulo do produto misto

Para calcular o volume do paralelepípedo , utiliza-se da


Geometria espacial, que .

Anteriormente você viu que a área da base do paralelepípedo, que


é um paralelogramo, é dada pelo módulo do produto vetorial dos
vetores e , ou seja, .

Na figura 2.39 observa-se que .

Como , pode-se escrever que ou


.

A expressão obtida é igual ao produto misto de três vetores,


, logo:

, que corresponde ao volume do paralelepípedo.

96

2011_geometria_analitica.indd 96 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Exemplo 1:

Calcular o volume do paralelepípedo construído sobre os vetores


, e .

O volume do paralelepípedo é dado pelo módulo do produto


misto dos vetores , e , ou seja, .

Inicialmente, calcula-se o produto misto .

Como .

u.v (unidades de volume).

Síntese

Nesta unidade, você estudou os seguintes conteúdos:

„„ sistemas de coordenadas bi e tridimensionais;


„„ vetores: suas características, principais operações e
algumas aplicações;
„„ produto de vetores: produto escalar, produto vetorial e
produto misto;
„„ interpretação geométrica do módulo do produto vetorial
e do produto misto.
Conhecer vetores é fundamental para prosseguir nos estudos da
Geometria e, posteriormente, da Álgebra.

Unidade 2 97

2011_geometria_analitica.indd 97 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de autoavaliação

1) Dados os vetores , e , representados na figura abaixo, apresentar


um representante de cada um dos itens propostos:

a)

b)

2) Dados os pontos no como , e ,


determinar o vetor .

3) Dados os vetores , e , calcule as


operações e .

4) Sabendo que , calcule o valor de no vetor


.

5) Qual deve ser o valor de para que os vetores e


sejam ortogonais?

6) Considere o triângulo ABC de vértices , e


. Determine o ângulo interno ao vértice desse triângulo.

7) Mostrar que cos2 a + cos2 b + cos2 δ = 1, sendo a, b e δ os ângulos


diretores de um vetor.

8) Os ângulos diretores de um vetor podem ser , e ?

98

2011_geometria_analitica.indd 98 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

9) Uma força , cuja intensidade é igual a , desloca um carrinho por


, num plano horizontal, sem atrito. A força faz um ângulo de
com o deslocamento. Qual o trabalho realizado pela força ?

10) Dados os vetores , e , calcule o


produto vetorial e o produto misto solicitados em cada item.
a)

b)

c)

11) Determinar um vetor simultaneamente ortogonal aos vetores


e .

12) Calcule a área do triângulo ABC do exercício 6.

13) Verificar se os pontos , , e


estão no mesmo plano.

14) Dados os vetores , e . Calcular


o valor de para que o volume do paralelepípedo determinado por
, e seja igual a 9 u.v. (unidades de volume).

Unidade 2 99

2011_geometria_analitica.indd 99 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

15) Calcular a intensidade do torque (ou momento) sobre o segmento


da figura a seguir quando giramos a ferramenta
apertando o parafuso.

Saiba mais

Para saber mais sobre o conteúdo desta unidade pesquise e


estude livros específicos de Geometria Analítica. Sugerimos:
Geometria Analítica, de Alfredo Steinbruch e Paulo Winterle,
da editora McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1987. Você já o
conhece?

100

2011_geometria_analitica.indd 100 11/12/16 15:39


3
UNIDADE 3

Geometria Analítica no plano

Objetivos de aprendizagem
n Identificar e representar retas no espaço bidimensional.

n Identificar as relações entre retas e retas, e retas e


ângulos.
n Calcular distâncias e áreas de triângulos no plano

cartesiano.
n Identificar e representar circunferências no espaço

bidimensional.
n Relacionar pontos, retas e circunferências.

n Reconhecer as principais características da elipse, da


hipérbole e da parábola.
n Converter coordenadas cartesianas em polares e vice-

versa.

Seções de estudo
Seção 1 Retas no plano
Seção 2 Circunferências no plano
Seção 3 Elipse, hipérbole e parábola
Seção 4 Coordenadas polares

2011_geometria_analitica.indd 101 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, estudaremos as diversas relações entre geometria
e álgebra envolvendo conceitos de pontos, retas e circunferências
num plano; e a representação de uma figura num plano lhe
confere uma posição que pode ser identificada em relação aos
eixos coordenados e também em relação a outras figuras dispostas
sobre o mesmo.

Trabalhar com o sistema de coordenadas polares, diferente


do sistema de coordenadas cartesianas, abre um leque de
possibilidades, tanto de representação algébrica quanto de
representação gráfica de diversas figuras geométricas.

Os conteúdos tratados nesta unidade são, em grande parte,


aqueles normalmente trabalhados nas escolas de ensino
médio, facilitando assim sua compreensão e possibilitando seu
aprofundamento. Com este aprendizado, podemos resolver
diversos problemas matemáticos, geométricos e práticos.

Vamos ao estudo?

Seção 1 - Retas no plano


Na Geometria Analítica, uma reta é representada por uma
equação. Esta equação relaciona entre si as coordenadas dos
pontos que a compõem. Conhecer e estudar as retas e suas
equações permite averiguar se um ponto pertence a uma reta, se
está acima ou abaixo, ou se as retas são coincidentes ou distintas,
paralelas ou concorrentes.

Na geometria elementar, sabemos que uma reta fica definida por


dois pontos distintos. Além dessa condição, também podemos
definir uma reta conhecendo um de seus pontos e sua inclinação.

São essas representações que estudaremos. Um dos primeiros


conceitos que vamos lembrar é a condição de alinhamento de três
pontos, necessários para chegarmos à equação geral de uma reta a
partir de dois pontos.

102

2011_geometria_analitica.indd 102 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Um pouco de história

A representação cartesiana de pontos na sua forma atual


e a sistematização da Geometria Analítica é creditada aos
trabalhos de Descartes (1596-1650) e Fermat (1601-1665).
No entanto, há muita discordância quanto à origem
desses conceitos. Alguns historiadores salientam que
a representação de pontos por meio de coordenadas
convenientes já teria sido utilizada pelos egípcios e
romanos na agrimensura e pelos gregos na confecção de
mapas.
Relacionando coordenadas e equações de curvas, o
grego Apolônio desenvolveu seus estudos envolvendo
a geometria e a álgebra, seguindo ideias que parecem
ter surgido de Menaecmus, por volta de 350 a.C. Outros
atribuem a invenção da própria Geometria Analítica a
Nicole Oresme, nascido em torno de 1323, cujos trabalhos
teriam influenciado matemáticos posteriores, inclusive
Descartes. (SMOLE, 2005, p. 30).

Condição de alinhamento de três pontos

Considere a existência de três pontos sobre uma reta r de


coordenadas , e , conforme
representados no plano cartesiano xy da figura 3.1.

Figura 3.1 - Pontos colineares num plano

Unidade 3 103

2011_geometria_analitica.indd 103 11/12/16 15:39


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se r é uma reta qualquer, não paralela aos eixos coordenados,


pode-se reconhecer como semelhantes os triângulos ABD e BCE.

Como nos triângulos semelhantes os lados correspondentes são


proporcionais, tem-se que:

ou

Substituindo pelas medidas dos segmentos, e desenvolvendo a


expressão:

Ou

A expressão obtida é equivalente ao determinante D da matriz


constituída pelas coordenadas dos pontos A, B e C.

Ou seja, se , e são pontos

colineares, então .

Equação geral da reta

Se conhecermos dois pontos distintos de uma reta, e


, e considerarmos um ponto genérico da mesma,
pela condição de alinhamento de três pontos podemos escrever
que:

Calculando o determinante temos:

104

2011_geometria_analitica.indd 104 11/12/16 15:39


Geometria Analítica

Fazendo , e pode-se
escrever a equação geral de uma reta.

Na equação, a, b e c são números reais e a e b não podem ser nulos


ao mesmo tempo.

Exemplo:

Escreva a equação da reta definida pelos pontos e .

A equação pode ser obtida usando a condição de alinhamento de


três pontos: , e um ponto genérico .

Assim, a equação geral da reta é .

Equação reduzida da reta

Se conhecermos apenas um ponto da reta e a sua


inclinação m associada a um ângulo , a mesma também fica
perfeitamente definida, como na figura 3.2.

Figura 3.2 - Reta no plano

Unidade 3 105

2011_geometria_analitica.indd 105 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

Na figura 3.2, pode-se reconhecer o triângulo PQR como


retângulo. Assim, usando a razão trigonométrica tangente, temos
que a inclinação m da reta corresponde a:

ou

De modo mais geral, se conhecemos um dos pontos da


reta e se consideramos um ponto genérico , podemos

escrever que e, assim, e

A expressão é chamada de equação reduzida da


reta e neste formato fica evidente o valor da inclinação m e do
coeficiente linear n. A inclinação m ou coeficiente angular ou
declividade representa a tangente do ângulo formado entre a reta
e o eixo das abscissas no sentido positivo. O coeficiente linear n é
o ponto em que a reta intercepta o eixo y.

Atenção às seguintes observações!


1. Se a reta é horizontal, o ângulo entre a reta e o eixo
x é de 0° e a inclinação é zero, assim, a equação se
reduz a .
2. Se a reta é vertical, ela forma um ângulo reto com
o eixo x. Como a tangente de 90° não existe, não
podemos escrever sua equação na forma reduzida.
Retas verticais têm equação do tipo , em que
é o ponto no qual a reta intercepta o eixo .

Exemplo:

João comprou um trator agrícola há quatro anos por um valor de


R$ 60.000,00. Hoje, na troca por um novo, seu trator está cotado
em R$ 30.000,00. Considerando que a depreciação é linear,
determine a depreciação anual.

Considere os pares ordenados e :

106

2011_geometria_analitica.indd 106 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Logo, o trator desvaloriza anualmente o equivalente a R$


7.500,00.

Equação segmentária da reta

Esta forma de representação da equação da reta expressa


claramente os pontos e , em que a mesma intercepta
os dois eixos coordenados, como na figura 3.3.

Figura 3.3 - Intersecção da reta com os eixos coordenados

Pela condição de alinhamento de três pontos, podemos escrever:

Dividindo a equação obtida por :

, que é a equação segmentária da reta.

Na prática, pode-se transformar a equação geral


da reta para a forma reduzida ou segmentária
balanceando convenientemente a expressão.

Unidade 3 107

2011_geometria_analitica.indd 107 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 1:

Se uma reta passa pelos pontos e escreva sua


equação reduzida.

Existem várias maneiras de encontrar a equação desta reta.


Uma delas é utilizando a condição de alinhamento de três
pontos já estudada. Outra maneira é utilizando a expressão
.

Considerando os pontos A e B e que .

Usando a inclinação e um dos pontos dados


obtém-se a equação a partir de , ou seja,

Assim, a equação reduzida da reta é y = 2x – 5.

A equação geral então é .

Se desenharmos a reta no plano cartesiano, podemos observar os


diversos elementos da equação na forma reduzida.

Figura 3.4 - Função y = 2x – 5.

108

2011_geometria_analitica.indd 108 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Na equação , o coeficiente angular ou inclinação é


e o coeficiente linear é . Na figura 3.4, a tangente
do ângulo representado é 2 e o ponto onde a reta intercepta o
eixo y é -5.

Exemplo 2:

Encontre um valor para n para que o ponto pertença à reta


de equação .

Para resolver, basta substituir os valores na equação dada:

Logo, .

Exemplo 3:

Escreva a equação geral e a equação reduzida da reta que passa


pelos pontos e , indicando seu coeficiente angular,
o valor aproximado do ângulo existente entre a reta e o eixo das
abscissas e o ponto onde a reta intercepta o eixo das ordenadas.
Represente graficamente a reta indicando essas informações.

Podemos encontrar a equação geral da reta através da condição de


alinhamento de três pontos, ou seja, os pontos A e B e um ponto
genérico

A equação reduzida pode ser obtida isolando y na equação geral:

Unidade 3 109

2011_geometria_analitica.indd 109 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

O coeficiente angular ou inclinação é o que significa que


a tangente do ângulo que existe entre a reta e o eixo das abscissas
no sentido positivo tem valor de . O ângulo pode ser obtido
com o uso de uma calculadora, usando a função inversa da
tangente:

Observando a equação reduzida da reta, temos que o termo


independente é . Este valor é o coeficiente linear, logo a reta
intercepta o eixo das ordenadas y no ponto .
Se a reta passa nos pontos e intercepta o eixo das
ordenadas no ponto , podemos desenhar:

Figura 3.5 - Gráfico da reta que passa por (–2,2) e (3,5)

Exemplo 4:

Encontre a equação da reta que no plano cartesiano faz um


ângulo de com o eixo das abscissas, no sentido positivo e
passa no ponto .

Se o ângulo formado é conhecido, temos como encontrar o


coeficiente angular ou inclinação da reta:

110

2011_geometria_analitica.indd 110 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Conhecendo a inclinação e um ponto utiliza-se a equação da reta


na forma , ou seja, .

E, assim, é a equação da referida reta.

Exemplo 5:

As retas de equações e se
interceptam num ponto. Determine as coordenadas deste ponto.

O ponto de encontro de duas retas corresponde a solução do


sistema linear formado pelas suas equações:

Resolvendo o sistema, obtemos e . Logo o ponto é


.

Exemplo 6:

Qual é a equação da reta representada na figura 3.6?

3 r

Figura 3.6 - Reta que passa por (0,1) e (4,3)

O coeficiente angular pode ser obtido por .

Unidade 3 111

2011_geometria_analitica.indd 111 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

A reta intercepta o eixo das ordenadas no ponto , assim o


coeficiente linear é 1.

Usando a forma reduzida da equação da reta , temos:

Ou na forma geral, .

Relações entre retas

Da geometria elementar, conhecemos que duas retas no plano


podem ser coincidentes ou distintas. Se forem distintas, podem
ser paralelas ou concorrentes. Se forem concorrentes, podem ser
perpendiculares ou não. Vamos nos dedicar ao estudo destas
particularidades.

Retas coincidentes, paralelas e concorrentes


Duas retas são identificadas como coincidentes quando ocupam
o mesmo lugar geométrico, ou seja, têm todos os seus pontos em
comum. Em outros termos, o gráfico de duas retas coincidentes é
de duas retas sobrepostas. Analiticamente, suas equações formam
um sistema linear classificado como possível e indeterminado, já
que têm infinitas soluções.

Duas retas coplanares, não coincidentes, são ditas paralelas


quando não têm nenhum ponto em comum e o sistema
linear formado por suas equações é classificado como sistema
impossível.

Por fim, se duas retas distintas, coplanares tiverem um único


ponto em comum são denominadas concorrentes e seus gráficos
concorrem neste ponto. Analiticamente suas equações formam
um sistema linear possível e determinado.

A identificação da relação entre as retas pode ser facilmente


localizada quando escritas na sua forma reduzida ,
como veremos a seguir.

112

2011_geometria_analitica.indd 112 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Se duas retas r e s têm coeficiente angular e , e coeficiente


linear e respectivamente, podemos mostrar que:

„„ Se e , as retas são coincidentes ;


„„ Se e , as retas são paralelas ;
„„ Se , as retas são concorrentes ;
„„ Se e , as retas concorrentes são
perpendiculares ;
„„ Se duas retas do tipo (horizontal) e (vertical)
são sempre perpendiculares entre si.

Exemplo 1:

As retas de equações e são


coincidentes. Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear:

Utilizando a regra de Cramer, temos que ,

e caracterizam um sistema

linear possível e indeterminado, ou seja, com infinitas soluções.


Lembramos que a resolução gráfica de um sistema linear significa
encontrar os pontos comuns as várias equações. Neste caso, todos os
pontos são comuns as duas retas. A figura 3.7 representa estas retas.

2
x+y+3=0

-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4

-2

2x+2y+6=0
-4

Figura 3.7 - Retas coincidentes

Unidade 3 113

2011_geometria_analitica.indd 113 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

De maneira mais prática, podemos analisar as equações reduzidas


das retas:

Na primeira reta , temos e


;

Na segunda reta ,
temos e .

Como e , as retas são coincidentes.

Exemplo 2:

As retas de equações e são paralelas.


Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear:

Utilizando a regra de Cramer, temos que ,

e , caracterizam um sistema linear

impossível, sem solução, ou seja, as equações não têm nenhum


ponto em comum.

Na figura 3.8 temos a representação gráfica.

2 2x+2y-6=0
x+y-1=0

-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4

-1

Figura 3.8 - Retas paralelas

114

2011_geometria_analitica.indd 114 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Analisando a relação pelas equações reduzidas, temos:

Na primeira reta , temos e ;

Na segunda reta ,
temos e .

Como e , as retas são paralelas.

Exemplo 3:

As retas de equações e são


concorrentes. Podemos verificar isto resolvendo o sistema linear:

Utilizando a regra de Cramer, temos que ,

e , caracterizam um

sistema linear possível e determinado, ou seja, com uma única


solução.

Encontrando a solução:

Na figura 3.9 temos a representação gráfica.

5
x - 2y + 6=0

2
2x + y -8=0
1

-2 -1 1 2 3 4 5 6

-1

Figura 3.9 - Retas concorrentes

Unidade 3 115

2011_geometria_analitica.indd 115 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

A partir das equações reduzidas, podemos também chegar à


mesma conclusão:

Na primeira reta , temos e


;

Na segunda reta , temos e


.

Como , concluímos que as retas são concorrentes.

Exemplo 4:

Sejam um ponto de um plano e r a reta


contida no mesmo plano, determine:

a) A reta s perpendicular à reta r e que passa pelo ponto A;

b) A projeção ortogonal do ponto A sobre a reta r.

Resolução

a) Iniciamos determinando o coeficiente angular de r e s:

Como r e s devem ser perpendiculares, .

Assim, e passa pelo ponto .

Sabemos que , portanto:

Logo, s é a reta ou .

A r

s
Figura 3.10 - Retas perpendiculares

116

2011_geometria_analitica.indd 116 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

b) Como o ponto não pertence à reta r (pode ser


verificado substituindo o ponto na equação), a projeção ortogonal
de A sobre r é o ponto B, intersecção de r com s.

Resolvendo o sistema formado pelas equações, temos:

, onde e .

Assim, é o ponto procurado.

Exemplo 5:

Para que valor de k as retas e


são paralelas?

Inicialmente, vamos determinar o coeficiente angular de r e s:

Se r e s são paralelas, , ou seja,

Exemplo 6:

Dada a função demanda definida por e a função

oferta definida por , em que P é o preço e Q é a

quantidade do produto, encontre o preço e a quantidade de


equilíbrio na qual a oferta fica igual à demanda.

Para encontrar os valores solicitados, resolvemos o sistema

Unidade 3 117

2011_geometria_analitica.indd 117 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como Q = Q, temos:

Como , substituindo P, encontramos:

Logo, para que se tenha o equilíbrio solicitado, o preço do


produto é R$ 16,00 e a quantidade é de 11 unidades.

Ângulos entre duas retas


Entre duas retas r e s, concorrentes e não perpendiculares,
formam-se ângulos agudos de mesma medida e ângulos
obtusos de mesma medida .

Podemos determinar este ângulo de duas maneiras,


dependendo da posição das retas em relação aos eixos
coordenados.

1° caso: Nenhuma das retas é perpendicular ao eixo x.

Observando a figura 3.11, notamos a existência de um triângulo


ABC, no qual aplicaremos o teorema do ângulo externo de um
triângulo.

r
s

180 ° B

s r
A C
Figura 3.11 - Ângulos entre retas 1

118

2011_geometria_analitica.indd 118 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

No triângulo ABC, da figura 3.11, pode-se observar:

Inserindo uma igualdade trigonométrica conveniente, temos:

Como é um ângulo agudo, e pode ser calculado pela


expressão:

2° caso: Uma das retas é perpendicular ao eixo x.

Neste caso, não temos coeficiente angular de uma das retas já que
não existe.

s s
r r

180ο−αr r
αr

Figura 3.12 - Ângulos entre retas 2 Figura 3.13 - Ângulos entre retas 3

Na figura 3.12, observamos que e são complementares,

assim podemos escrever que , consequentemente,

Como , e pela observação na figura 3.12, temos que .

Unidade 3 119

2011_geometria_analitica.indd 119 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

De modo análogo, na figura 3.13, observamos que e


são complementares, assim podemos escrever que

, consequentemente, e .

Como , e pela observação na figura 3.13, temos que .

Podemos resumir as duas situações escrevendo:

Exemplo 1:

Sejam as retas e respectivamente e ,


determine o ângulo existente entre elas.

Temos que: , e:

Como ambas as retas têm inclinação e as retas não são paralelas


ou perpendiculares aos eixos coordenados, utilizamos a expressão

Assim: .

Logo, o ângulo é aquele cuja tangente vale 1, ou seja, ,


ou .

Exemplo 2:

Se as retas e forem e é fácil

perceber que , portanto e .

Exemplo 3:

Se as retas e forem e qual

seria o ângulo entre elas? Temos que , e é fácil

120

2011_geometria_analitica.indd 120 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

perceber que o ângulo entre elas é de , ou seja, , pois


.

Exemplo 4:

Se as retas e forem e , percebemos que


a reta é perpendicular ao eixo das abscissas, e que .

Logo, o ângulo entre as retas é dado por .

Assim:

Logo, e o ângulo entre elas é .

Distância entre ponto e reta


Uma das aplicações do perpendicularismo de retas é a
possibilidade de determinar a distância entre um ponto qualquer
e uma reta, muito útil para determinar a altura de triângulos e
retas tangentes a circunferências. Neste item, estudaremos como
determinar a distância entre um ponto qualquer e uma reta. Essa
distância, nada mais é do que a distância entre o ponto dado e o
“pé” da perpendicular à reta dada, passando pelo ponto dado.

Para chegar a essa medida, vamos considerar a existência de uma


reta e um ponto , como representado na
figura 3.14.

P r

Figura 3.14 - Distância de um ponto a uma reta

Unidade 3 121

2011_geometria_analitica.indd 121 11/12/16 15:40


Universidade do Sul de Santa Catarina

Com a equação de é possível chegar à equação de passando


por , de modo que . Quando e se encontram, temos
o ponto e, a distância do ponto à reta é a distância entre os
pontos e .

Pode-se mostrar que essa distância, entre o ponto e a reta , é


dada por:

, cujo valor é sempre maior ou igual a zero.

Exemplo 1:

Calcule a altura do triângulo ABC, relativa ao vértice A. São


dados que , e .

Para resolver, temos que determinar a distância entre o vértice A


e a reta suporte do lado . Inicialmente, determinamos a reta
suporte do lado .

(reta r).

A distância d entre o vértice e a reta r é dada por:

Exemplo 2:

Determine as distâncias entre as retas de equações e


.

122

2011_geometria_analitica.indd 122 11/12/16 15:40


Geometria Analítica

Para calcular a distância entre duas retas paralelas, encontramos


um ponto que pertence a uma das retas e depois calculamos a
distância deste ponto até a outra reta.

Inicialmente, calculamos um ponto da reta . Para


isso, atribuímos um valor qualquer a x e calculamos y.

Para , temos , logo temos .

Calculando a distância entre o ponto P e a reta .

Área de um triângulo

Podemos também calcular a área de um triângulo


qualquer, em função dos pontos , e
que correspondem aos seus vértices.

yA A

h C
yC A
r

B H
yB

B
xB xA xC
Figura 3.15 - Triângulo dado por três pontos

Unidade 3 123

2011_geometria_analitica.indd 123 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Considerando o triângulo da figura 3.15, podemos escrever sua

área como sendo: .

A base do triângulo pode ser tratada como a distância entre os


pontos B e C e a altura como a distância existente entre o ponto
A e a reta suporte do lado BC do triângulo.

Assim, podemos representar a distância entre os pontos B e C


como e calcular:

Para encontrar a distância do ponto A até reta suporte do lado


BC, iniciamos determinando a equação da reta .

A reta é dada por:

Fatorando, encontramos a equação da reta:

(*)

Agora determinamos a distância do ponto A até a reta obtida:

Substituindo na expressão .

Simplificando:

Podemos observar que a expressão obtida corresponde à


equação da reta marcada com o asterisco (*) que corresponde ao
determinante D.

124

2011_geometria_analitica.indd 124 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Portanto, .

Exemplo 1:

Encontre a área do triângulo ABC cujos vértices são os pontos


, e .

Se a área é dada por .

Assim, unidades de área.

Exemplo 2:

Determine a equação da reta que passa pelo ponto e


define com os eixos coordenados no 1° quadrante um triângulo
cuja área mede 6.

Para determinar a equação dessa reta, precisamos de dois dos seus


pontos. Como conhecemos a sua área, que um de seus vértices é
a origem do sistema de coordenadas e que os outros dois e
estão sobre os eixos coordenados, podemos escrever:

Unidade 3 125

2011_geometria_analitica.indd 125 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como a área é do primeiro quadrante, b e c são positivos, assim:

A equação segmentária da reta que passa por e é:

Substituindo o ponto, temos

Comparando as equações obtidas, podemos escrever:

Resolvendo, encontramos o valor positivo . Como

Concluindo:

Seção 2 - Circunferências no plano


Assim como a reta, a circunferência também pode ser
representada por uma equação. Esta equação relaciona o conjunto
infinito de pontos do plano equidistantes de um mesmo ponto
chamado centro da circunferência. Lembramos que, quando
usamos o termo circunferência, estamos nos referindo à linha
curva formada pelos pontos equidistantes de um centro e, quando
usamos o termo círculo, estamos nos referindo à região do plano
compreendida pela circunferência.

Nesta seção, trataremos da circunferência, suas características e


relações com outras circunferências e retas.

Vamos ao estudo!

126

2011_geometria_analitica.indd 126 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Circunferência

A circunferência é uma figura muito familiar. Grande parte dos


objetos, instrumentos e construções do nosso espaço de moradia
ou trabalho, guarda alguma relação com esta forma geométrica.
Analiticamente, a circunferência pode ser associada a uma equação
a partir de sua definição:

Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um


plano que estão situados a uma mesma distância ,
chamada raio, de um ponto estabelecido, chamado
centro da circunferência.

Equação geral da circunferência

Podemos dizer também que um ponto pode mover-


se sobre a circunferência e assumir coordenadas cartesianas
diferentes, mas estará sempre à mesma distância do centro da
circunferência. Esta distância , chamada de raio, pode ser obtida
a partir da equação da distância entre dois pontos do plano,
conforme visto na seção 1, ou com o Teorema de Pitágoras. Veja a
figura 3.16, que mostra esta relação:

P(x,y)

y-b
C
b
x-a

a
Figura 3.16 - Circunferência de raio r

Unidade 3 127

2011_geometria_analitica.indd 127 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Na figura 3.16, pode-se observar que:

Esta expressão é denominada equação reduzida da circunferência


de centro e raio r. Ela é muito útil, pois expressa as
coordenadas do centro e o valor do raio.

Esta equação, se expandida, permite representar o que chamamos


de equação geral da circunferência:

Na equação geral da circunferência, devemos observar alguns


detalhes:

„„ substituindo os termos independentes da equação por


, pode-se escrever ;
„„ o raio então é , sendo ;
„„ a equação geral é do 2° grau em x e em y;
„„ os coeficientes de e são iguais e diferentes de zero;
„„ não existem termos , estes têm coeficiente zero;
„„ pode ser facilmente transformada na equação reduzida
através de fatoração simples.
Exemplo 1:

Escrever a equação da circunferência de raio 3 e centro no ponto


do plano cartesiano.

Usando a equação reduzida da circunferência ,


podemos facilmente escrever:

Se pretendermos obter a equação geral, expandimos a equação


reduzida e obtemos:

128

2011_geometria_analitica.indd 128 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Graficamente, podemos representá-la a partir de conjunto de


pares ordenados que a satisfaçam, conforme a figura 3.17:

A
2

-2 2 4 6

-2

Figura 3.17 - Circunferência de centro e raio 3

Exemplo 2:

Encontrar o raio e o centro da circunferência que têm equação


.

Uma das maneiras de obter o raio e o centro de uma


circunferência é obtendo a sua equação reduzida, através da
fatoração em quadrados perfeitos:

A equação pode ser escrita, completando

os quadrados, como

ou na forma reduzida

Daí pode-se concluir que e o centro da circunferência é o


ponto .

Unidade 3 129

2011_geometria_analitica.indd 129 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 3:

Verificar se as equações representam circunferências.

a) .

Podemos obter resposta por meio da análise dos coeficientes da


equação ou através da transformação. Neste exemplo, vamos
utilizar os dois modos para discutir as possibilidades.

Para analisar os coeficientes, iniciamos dividindo a equação por 2


para reduzir os coeficientes dos termos quadrados a 1.

Assim, e comparando com a equação


geral:

Podemos escrever:

Como e isolando podemos


determinar o raio:

Concluindo, a equação dada representa uma circunferência com


raio e centro no ponto .

Para chegar à mesma conclusão através da equação reduzida,


também é conveniente dividir os coeficientes de modo que os
coeficientes dos termos quadrados sejam iguais à unidade. Assim,
é a equação.

Fatorando a expressão em quadrados perfeitos (completando os


quadrados), obtemos:

130

2011_geometria_analitica.indd 130 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Assim, concluímos que o centro da circunferência é o ponto


e o raio é .

b) .

Analisando os coeficientes da equação, iniciamos dividindo-os


por 3:

Assim, e comparando com a equação


geral:

Podemos escrever: .

Como , determinamos o raio:

Concluímos que a equação não representa uma circunferência,


uma vez que não é um número real e não pode ser o raio de
uma circunferência.

Chegaríamos à mesma conclusão se transformássemos a equação


à forma reduzida.

Exemplo 4:

Seja C a circunferência que tem o centro no ponto e raio de


medida 5. Determine:

a) Os pontos onde a circunferência C intercepta o eixo das


abscissas (eixo x).

b) O valor de p para que o ponto (-2, p), pertença a C.

Unidade 3 131

2011_geometria_analitica.indd 131 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Resolvendo:

a) A circunferência de centro e raio 5 tem equação


.
Vamos representar um ponto qualquer do eixo das
abscissas pelo par ordenado (m,0).
Para verificar a intersecção com o eixo das abscissas,
substituímos o ponto na equação de C:

Obtemos:

Resolvendo a equação de 2° grau, encontramos e


.
Logo, os pontos em que a circunferência C intercepta o
eixo das abscissas são e (6,0).

b) O valor de p para que o ponto (-2, p) pertença a C.


Substituindo o ponto (-2, p) na equação de C:
, temos:

Resolvendo a equação de 2° grau, encontramos o valor


único .

Exemplo 5:

Uma fábrica de celulose produz dois tipos de papel: classe A


e classe B. As quantidades produzidas, respectivamente x e y
toneladas satisfazem a equação . Que
quantidades do produto devem ser produzidas se, por razões
comerciais, o papel B deve ter o dobro da produção do papel A?

Substituindo na equação:

132

2011_geometria_analitica.indd 132 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Resolvendo a equação, encontramos: e . Como


o valor negativo não satisfaz, e .

Portanto, a produção do papel A e B deve ser de aproximadamente


2,35 e 4,70 toneladas.

Posições relativas entre um ponto e uma circunferência

Sabemos que os pontos de uma circunferência estão todos


dispostos a uma mesma distância, correspondente ao raio, do
centro da mesma. Os pontos situados no mesmo plano e a uma
distância menor ou maior do centro do que a medida do raio, não
pertencerão à circunferência e serão internos ou externos a ela.

Assim, podemos relacionar a posição de um ponto com uma


circunferência, à medida que for possível comparar a distância do
centro desta com a medida do raio.

Uma circunferência M de centro de raio r que tem


equação:

, também pode ser escrita como:

Em relação a M, um ponto pode assumir as seguintes


posições:

a) Se P pertence a M (figura 3.18.a):

ou ainda,

b) Se P é interno a M (figura 3.18.b):

ou ainda, .

c) Se P é externo a M (figura 3.18.c):

ou ainda, .

Unidade 3 133

2011_geometria_analitica.indd 133 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

P
P
P

C C C
r r r
M M M

(a) (b) (c)


Figura 3.18 - Posições relativas de um ponto a uma circunferência

Exemplo 1:

Esboce a circunferência num plano cartesiano


e verifique a posição, em relação a ela, dos pontos: ,
, , , .

Podemos esboçar o gráfico, reconhecendo o centro e o raio da


mesma: no caso, e e, em seguida, marcar os pontos
pelas suas cooordenadas, conforme a figura 3.19.

C 4
A

2 B

-6 -4 -2 2 4 6

-2

D
-4
E

Figura 3.19 - Circunferência e os pontos A, B, C, D, E

Concluindo, os pontos A, C e D pertencem à circunferência, B é


interno e E é um ponto externo à circunferência.

134

2011_geometria_analitica.indd 134 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Exemplo 2:

Qual é a posição do ponto em relação à circunferência


?

Para concluir sobre a posição do ponto em relação à


circunferência, podemos substituir o ponto na equação e
comparar o resultado com o raio:

Concluímos que o ponto é externo à circunferência


dada.

Posições relativas entre uma reta e uma circunferência

Uma reta pode interceptar uma circunferência marcando sobre


ela dois pontos; pode tocar a circunferência e ter apenas um
ponto em comum; como também pode não ter nenhum ponto em
comum com a mesma.

Estas retas são denominadas, respectivamente, de secantes,


tangentes e externas à circunferência.

Assim, uma reta s e uma circunferência M, coplanares, podem ser


relacionadas como na figura 3.20.

P
P

Q
s s
M M M
s

(a)
(b) (c)

Figura 3.20 - Relações entre reta e circunferência

Unidade 3 135

2011_geometria_analitica.indd 135 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se a reta s e a circunferência M:

a) têm dois pontos comuns, s é secante à M (figura 3.20.a);


.

b) têm um único ponto em comum, s é tangente M (figura


3.20.b);
.

c) não têm ponto comum, s é externa à M (figura 3.20.c);


.

Observação: é importante lembrar que a reta tangente


à circunferência é perpendicular ao raio no ponto de
tangência (figura 3.21).

s
C
M

Figura 3.21 - A reta tangente é perpendicular ao raio.

Podemos analisar a posição de uma reta em relação a uma


circunferência, determinando a distância da reta até a
circunferência. Se a circunferência M tem centro C e raio r, e a
reta s está situada a uma distância do centro, temos que:

„„ Se , s é secante a M;
„„ Se , s é tangente a M;
„„ Se , s é externa a M.
Também é possível descobrir a posição de s em relação a M
resolvendo o sistema de equações formado pela equação da reta e
a equação da circunferência:

136

2011_geometria_analitica.indd 136 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Se o sistema tem duas soluções, a reta é secante à circunferência;


se tem uma única solução, a reta é tangente e se não tem solução
a reta é externa à circunferência.

Exemplo 1:

Discutir a posição relativa entre as retas r, s e t e a circunferência


M , sendo , e
.

Resolvendo:

a)
Precisamos resolver o sistema formado por:

Isolando y na equação da reta, temos:


e substituindo na equação da circunferência
, encontramos:

Desenvolvendo, encontramos:

Para facilitar a resolução, podemos dividir toda a equação


por e obter:

Resolvendo a equação, encontramos uma única solução:


.
Substituindo este valor na equação da reta, obtemos o
valor de y:

Unidade 3 137

2011_geometria_analitica.indd 137 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Concluímos que a reta r é tangente à M no ponto .

b)

Precisamos resolver o sistema:

Isolando y na primeira equação:

Substituindo na segunda, temos:

Resolvendo a equação, encontramos e .

Como uma das equações é e substituindo


chegamos aos pontos e , concluímos que a reta
é secante à circunferência M nestes pontos.

c)

Resolvendo o sistema, , chegamos

à conclusão de que ele não tem solução. Assim, a reta t é


externa à circunferência M e não tem nenhum ponto em
comum.

Exemplo 2:

Encontre os valores de m para que a reta ea


circunferência sejam:

a) secantes b) tangentes c) exteriores

138

2011_geometria_analitica.indd 138 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Resolvendo: podemos fazê-lo, determinando os valores de


m para que a distância da reta ao centro da circunferência
seja respectivamente menor, igual e maior que o raio. A
circunferência dada pode ser escrita na sua forma reduzida:

Portanto, temos que o centro é e o raio é .

Calculando a distância do centro à reta com a expressão

Assim, podemos avaliar o valor de m para cada um dos casos:

a) secantes:

Dá origem à inequação:

Resolvendo: ou , temos que:

ou , ou seja, a reta é secante quando


.

b) tangentes:

Dá origem à inequação:

Resolvendo: ou , temos que:

ou , ou seja, a reta é tangente à


circunferência quando ou .

Unidade 3 139

2011_geometria_analitica.indd 139 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

c) exteriores:

Dá origem à inequação:

Resolvendo: ou , temos que:

ou , ou seja, a reta é exterior quando


ou .

Exemplo 3:

Que equações têm as retas que são paralelas à reta


e que tangenciam a circunferência
?

Vamos resolver: se uma reta s é paralela à reta r dada, ela tem


os mesmos coeficientes de x e y, variando apenas o termo
independente c, ou seja, , é paralela a r. Sabemos
também que M tem centro e raio

Se a reta s tangencia M, então e podemos escrever:

Resolvendo a equação, temos que: ou , o que leva à


conclusão de que existem duas retas tangentes à circunferência M.

Uma das retas é e a outra é .

Posições relativas entre duas circunferências

Uma circunferência também pode ser relacionada a outra, do


mesmo plano, de acordo com a posição em que se encontra.
Dependendo da posição, assumem a denominação de secantes,
tangentes ou disjuntas.

Considerando as circunferências coplanares , de centro


e raio , e , de centro e raio , podemos
dizer que:

140

2011_geometria_analitica.indd 140 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

a) e são secantes se têm dois pontos em comum, conforme


figura 3.22.

M1
M2

Figura 3.22 - Circunferências secantes

b) e são tangentes se têm um único ponto em comum,


conforme figura 3.23.

M1 M1 M2
M2

Figura 3.23 - Circunferências tangentes

c) e são disjuntas se não têm nenhum ponto em comum,


conforme figura 3.24.

M1 M2 M1 M2

Figura 3.24 - Circunferências disjuntas

Podemos analisar o sistema formado pelas equações de e


da seguinte forma:

„„ Se o sistema tem duas soluções, e são secantes;


„„ Se o sistema tem uma única solução, e são
tangentes;
„„ Se o sistema não tem solução, e são disjuntas;

Unidade 3 141

2011_geometria_analitica.indd 141 11/12/16 15:41


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 1:

Analise as posições da circunferência , e em relação a


, sendo:

Vamos resolver através da resolução do respectivo sistema de


equações:

a) e

Fazendo (1) – (2), encontramos:

Substituindo (3) em (1), temos:

Resolvendo a equação, encontramos uma única solução,

, que substituindo em (3) permite encontrar .

Concluímos que e têm um único ponto em

comum, e são tangentes.

b) e

142

2011_geometria_analitica.indd 142 11/12/16 15:41


Geometria Analítica

Fazendo (1) – (2), encontramos:

Substituindo (3) em (1), vem que:

Resolvendo a equação e substituindo em (3),


encontramos duas soluções aproximadas
e , e podemos concluir que e são
secantes.

c) e

Fazendo (1) – (2), encontramos:

A igualdade não é verdadeira, portanto, não temos


solução para o sistema de equações e e não têm
ponto em comum, são disjuntas.

Seção 3 - Elipse, hipérbole e parábola


Quando falamos em cônicas, estamos nos referindo às curvas que
podem ser obtidas quando um plano intercepta uma superfície
cônica dupla. Desta intersecção resultam formas conhecidas
como a circunferência, a elipse, a hipérbole e a parábola.
Geralmente, a circunferência constitui um capítulo à parte e é
tratada separadamente, como fizemos na seção 2, deste livro.

Unidade 3 143

2011_geometria_analitica.indd 143 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 3.25 - Circunferência Figura 3.26 - Elipse

Figura 3.27 - Parábola Figura 3.28 - Hipérbole

Um pouco de história

O estudo das cônicas iniciou em épocas


muito remotas. Os primeiros registros
datam de 200 a.C e são atribuídos a
Apolônio de Perga. Considera-se que ele
tenha vivido entre 262 a.C. e 190 a.C.
Ele deixou uma vasta produção em
diversas áreas do conhecimento, em especial, na geometria
analítica. Viveu num período de grande evolução da
matemática grega e, entre suas muitas obras, a maioria
perdidas, algumas traduzidas e preservadas, destaca-se um
conjunto de oito livros denominado “As Cônicas”, dos quais
quatro são preservados ainda em grego e outros três foram
traduzidos antes que se perdessem.
Em 1710, Edmund Halley fez a tradução latina para os sete
livros e, a parir daí, apareceram traduções em diversas
línguas. Foi Apolônio quem sugeriu as denominações
“elipse”, “hipérbole” e “parábola”, utilizadas até hoje,
embora estes nomes já fossem usados, talvez pelos
pitagóricos, com outros significados.

144

2011_geometria_analitica.indd 144 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

Deve-se a Apolônio uma visão moderna e muito próxima


da atual do estudo das cônicas. (BOYER, 1974, p.104).
Por muito tempo as cônicas foram estudadas apenas por
curiosidade. Somente a partir da Idade Moderna é que
físicos, astrônomos e projetistas começaram a associar
as cônicas aos elementos do mundo físico.
A órbita dos planetas, por exemplo, têm
trajetória elíptica. Vamos estudar um pouco
de cada uma delas.

Elipse

A elipse é uma curva fechada, determinada pela intersecção de


um plano com uma superfície cônica, como na figura 3.29.

Os pontos de uma elipse possuem uma característica comum que


pode ser entendida a partir da figura 3.29.

Q B1
P

F1 O F2
A1 A2

R
S
B2
2c

2a
Figura 3.29 - Pontos da elipse

Dados dois pontos e , denominados focos, pertencentes a


um plano , e a distância entre eles. Elipse é o conjunto de
pontos do plano cuja soma das distâncias a e é a constante
, sendo , ou ainda, .

Unidade 3 145

2011_geometria_analitica.indd 145 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Na figura 3.29, temos:

Observa-se também que o segmento

Elementos principais da elipse


Na figura 3.30, destacamos os principais elementos da elipse e as
suas denominações.
B1

a
b
F1 c F2
A1 A2
O

B2

Figura 3.30 - Elementos da elipse

Temos:

, : focos;

: distância focal;

: centro;

: eixo maior;

: eixo menor;

: relação fundamental.

Excentricidade da elipse
A excentricidade (e) de uma elipse corresponde ao quociente entre
a distância focal (2c) e a medida do eixo maior (2a), e permite
perceber se a elipse é mais ou menos achatada.

146

2011_geometria_analitica.indd 146 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

, onde . Se a excentricidade aproxima-se de

zero, a elipse aproxima-se da circunferência, quando aproxima-se


de 1, o eixo menor da elipse aproxima-se de zero.

Equação da elipse
Neste estudo, vamos tratar da equação da elipse, cujos eixos estão
contidos nos eixos coordenados e o centro na origem.

Temos duas possibilidades, conforme a figura 3.31:

A1(0,a)

F1
P(x,y)

B1(0,b)
P(x,y) O B1(b,0)
B2(-b,0)
F2 F1
A1(-a,0) O A2(a,0) F2

A2(0,-a)
B2(0,-b)
F1(c,0), F2(-c,0) F1(0,c), F2(0,-c)

(a) (b)
Figura 3.31 - Disposição da elipse no plano

A equação da elipse com os eixos sobre os eixos coordenados,


centro na origem e focos e no eixo , figura 3.31(a), é dada
a partir da relação:

Unidade 3 147

2011_geometria_analitica.indd 147 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Calculando as distâncias:

Da relação fundamental , podemos escrever


e substituindo:

Dividindo por , chegamos à equação:

Pode-se mostrar também que a equação da elipse com os eixos


sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos e no
eixo , figura 3.31(b), é:

Exemplo 1:

Uma elipse, com o eixo maior sobre o eixo x, medindo 10 cm


e com distância focal de 8 cm, pode ser representada como na
figura 3.32.

Se o maior eixo mede 10 cm e a distância focal mede 8 cm:

148

2011_geometria_analitica.indd 148 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

Como , temos:

Se a posição é a indicada na figura, então sua equação é:

, ou seja,

B1

a=5
b
F2 F1
A1 O c=4 A2

B2

10

Figura 3.32 - Elipse

Exemplo 2:

A elipse com centro na origem, focos contidos no eixo y e semi-

eixos de comprimentos e tem equação , ou

seja, .

Exemplo 3:

Se uma elipse tem focos e , e o eixo menor


medindo 10, determine:

a) o seu centro C;

b) sua equação;

c) os pontos extremos dos eixos maior e menor.

Unidade 3 149

2011_geometria_analitica.indd 149 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Resolução:

a) O centro C da elipse é o ponto médio do segmento


.

b) Como os focos estão situados no eixo x, a elipse tem

equação do tipo .

Pelas coordenadas dos focos, podemos concluir que


.

Temos também a medida do eixo menor, onde


.

Utilizando a relação pitagórica , temos:

Assim, a equação da elipse é:

c) Como , os extremos do eixo maior são: e


e os extremos do eixo menor são obtidos a partir de
, ou seja, são pontos do eixo y de coordenadas
e .

Exemplo 4:

Determine a distância focal e a excentricidade da elipse


.

Iniciamos determinando a equação reduzida da elipse, para isso


dividimos a equação por 6400:

Daí obtemos:

Como o maior denominador é o do termo , podemos concluir


que os focos da elipse estão situados no eixo y, ou seja, a equação
é do tipo: .

150

2011_geometria_analitica.indd 150 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

Assim,

Utilizando a relação , encontramos o c.

Concluindo:

A distância focal é dada por

A excentricidade é dada por

Um pouco de história

Falar em elipse lembra-nos da órbita


dos planetas em torno do Sol. Esta
figura está diretamente associada
a diversas leis dos movimentos
dos planetas que transformaram
o pensamento científico na época
em que foram divulgadas pelo
alemão Johannes Kepler (1571-
1630). Influenciaram inclusive o
desenvolvimento da Teoria de Gravitação Universal de Isaac
Newton (1642-1727).
Uma das dificuldades para formular um modelo para a
órbita dos planetas, diferente da circular aceita por muito
tempo, estava na estética da curvatura da elipse. Enquanto
não definida matematicamente, apresentava-se como
uma curva imperfeita e inaceitável como um padrão de
movimento. Kepler foi convencido pela fidelidade aos
dados observados e pelo rigor dos cálculos efetuados
(SMOLE, 2005, p.147).

Hipérbole

A hipérbole é uma curva aberta, que pode ser obtida a partir de


uma secção de uma superfície cônica dupla por um plano paralelo
ao eixo central, como na figura 3.33.

Unidade 3 151

2011_geometria_analitica.indd 151 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Dados dois pontos e , denominados focos, pertencentes a


um plano , e a distância entre eles, chamamos de hipérbole
o conjunto de pontos do plano, cuja diferença (valor absoluto) das
distâncias a e é a constante , sendo , ou ainda,
. Veja a figura 3.33.

F1 A1 O A2 F2

R
2a S

2c

Figura 3.33 - Hipérbole

Na figura 3.33, temos:

Observemos também que o segmento e .

Elementos principais da hipérbole


Na figura 3.34, destacamos os principais elementos da hipérbole
e a sua denominação.

152

2011_geometria_analitica.indd 152 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

B1

c
b

F1 A1 O a A2 F2

B2

Figura 3.34 - Elementos da hipérbole

Temos:

, : focos;

: distância focal;

: centro;

: eixo real;

: eixo imaginário;

: relação fundamental.

: excentricidade, .

Observe que: quando , a hipérbole é equilátera.

Unidade 3 153

2011_geometria_analitica.indd 153 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Equação da hipérbole
Tal como na elipse, vamos tratar apenas da equação da hipérbole
cujos eixos estão contidos nos eixos coordenados e o centro na
origem.

Temos que considerar a possibilidade de que o eixo real pode


estar situado tanto no eixo x quanto no eixo y, como na figura
3.35.

F2
B1 P(x,y)
P(x,y)

A2

F1 A1 O A2 F2
B2 O B1

A1

B2
F1

(a) (b)

Figura 3.35 - Disposição da hipérbole no plano

A equação da hipérbole com os eixos sobre os eixos coordenados,


centro na origem e focos e no eixo , figura
3.35(a), pode ser obtida a partir da condição dos pontos, que é:

154

2011_geometria_analitica.indd 154 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

Calculando as distâncias:

Da relação fundamental , podemos escrever


e substituindo:

Dividindo por , chegamos à equação:

Pode-se mostrar também que a equação da hipérbole com os


eixos sobre os eixos coordenados, centro na origem e focos e
no eixo , figura 3.35(b), é:

Exemplo 1:

A hipérbole com eixo real de extremidades e e


eixo imaginário de extremidades e tem equação

do tipo , pois as extremidades do eixo real estão sobre

o eixo das abscissas. Sua equação é .

Unidade 3 155

2011_geometria_analitica.indd 155 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 2:

Obtenha a distância focal da hipérbole, cuja equação é

Pela equação, sabemos que os focos estão dispostos sobre o eixo x

e que: .

Usando a relação , temos que .

A distância focal é 2c, portanto, .

Exemplo 3:

Seja a hipérbole que tem focos e , e o eixo


imaginário medindo 10, determine:

a) o seu centro C;

b) sua equação;

c) os pontos extremos dos eixos real e imaginário.

Resolução:

a) A hipérbole tem equação do tipo , pois

os focos estão contidos no eixo y. Assim, o centro


corresponde ao ponto médio dos focos: .

b) A distância focal .

O eixo imaginário mede 10, logo, .

Usando a relação , encontramos a:

Assim, a equação da hipérbole é

156

2011_geometria_analitica.indd 156 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

c) Os extremos do eixo real são e ; os


extremos do eixo imaginário são e .

Parábola

Quando estudamos a função quadrática, ainda no ensino


fundamental ou médio, vimos que seu gráfico é uma parábola.
Geometricamente a parábola também pode ser obtida pela
secção entre um plano inclinado e um cone, como na figura
3.36. Analiticamente, partimos da proposição: dados uma reta d
e um ponto F fora da reta d, situados num plano , o conjunto
de pontos do plano equidistantes de d e F recebe o nome de
parábola, conforme ilustrado na figura 3.36.

d
P

B V F

Figura 3.36 - Parábola

Na figura 3.36, temos:

Unidade 3 157

2011_geometria_analitica.indd 157 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Elementos principais da parábola


Observando a figura 3.36, podemos destacar alguns dos elementos
da parábola:

: foco (ponto fixo);

: reta diretriz (reta fixa);

: parâmetro ;

: eixo de simetria;

: vértice;

Equação da parábola com vértice na origem


Vamos considerar, inicialmente, a parábola com vértice na origem
do sistema de coordenadas cartesianas, eixo de simetria no eixo
das abscissas ou das ordenadas.

Observemos a figura 3.37.

d
P‘ P(x,y)
P(x,y)
F
p
2
V
O
p p p
2 V 2 2 P‘
d
B O F B

(a) (b)

Figura 3.37 - Disposição da parábola no plano

158

2011_geometria_analitica.indd 158 11/12/16 15:42


Geometria Analítica

Pode-se mostrar que, no primeiro caso, figura 3.37(a) com o eixo


de simetria no eixo dos x e vértice na origem:

A diretriz d tem equação: .

O ponto da parábola é tal que .

Calculando as distâncias:

Que resulta na equação:

Assim, também, quando o vértice está situado na origem do


sistema de coordenadas e o eixo de simetria da parábola está
sobre o eixo y, figura 3.37(b), pode-se mostrar que a equação é
dada por:

Fique atento! Acrescentar o sinal negativo no segundo


termo da equação muda a direção da concavidade da
parábola.

Equação da parábola com vértice fora da origem


Quando uma parábola tem o vértice fora da origem do sistema
cartesiano , num ponto e eixo de simetria paralelo
ao eixo dos x, concavidade voltada para a direita, utilizamos um
sistema auxiliar , como na figura 3.38.

Neste sistema, sua equação corresponde a .

Transferindo esta equação para o sistema de eixos , temos a


equação:

Unidade 3 159

2011_geometria_analitica.indd 159 11/12/16 15:42


Universidade do Sul de Santa Catarina

Onde e a diretriz d é .

d y‘

y0 V
F x‘

O x0

Figura 3.38 - Parábola com vértice fora da origem

Se a parábola tem o vértice fora da origem do sistema cartesiano


, num ponto e eixo de simetria paralelo ao eixo dos
y, com concavidade voltada para cima, temos a equação:

Sendo que o foco é e a diretriz d é .

Atenção!
Em cada uma das equações da parábola, a introdução
do sinal negativo no segundo termo faz com que a
parábola tenha concavidade voltada para a esquerda
e para baixo, respectivamente. Portanto,
é a equação da parábola
que tem diretriz , paralela ao eixo y, e foco
à esquerda da diretriz, enquanto que
é a equação da parábola
que tem diretriz , paralela ao eixo x, e foco
abaixo da diretriz.

160

2011_geometria_analitica.indd 160 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

Exemplo 1:

Encontre a equação da parábola que tem foco e diretriz


.

Resolvendo:

Conhecidos o foco sobre o eixo x, e a diretriz paralela ao eixo y,


temos que o parâmetro e o vértice da parábola estão
situados na origem do sistema, logo sua equação é do tipo .

Portanto, .

Exemplo 2:

Obtenha a equação da parábola que tem parâmetro , vértice


e eixo de simetria paralelo ao eixo y.

Resolvendo:

Neste caso, não conhecemos o foco ou a diretriz da parábola. Esta


pode estar voltada para cima ou para baixo. Temos então duas
possibilidades:

a) O foco F está acima de V.

A equação da parábola com vértice fora da origem,


com concavidade voltada para cima, é do tipo
.

Portanto, sua equação é


.
Note que as equações obtidas neste estudo são equivalentes
às obtidas no estudo da função quadrática. Veja, neste
caso, se desenvolvermos a equação ,
chegaremos

à expressão conhecida .

Unidade 3 161

2011_geometria_analitica.indd 161 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

b) O foco F está abaixo de V.

A equação da parábola com vértice fora da origem,


com concavidade voltada para baixo, é do tipo
(inserimos o sinal negativo no
segundo termo).

Portanto, sua equação é .

Exemplo 3:

Encontre as coordenadas do vértice V e do foco F, e a equação da


diretriz d da parábola:

a)

b)

Resolvendo:

a) Da equação da parábola comparada


com o modelo , concluímos que:

, , , logo, .

O foco tem coordenadas , portanto,

A diretriz d tem equação , portanto,

b) Da equação da parábola , comparada


com o modelo , concluímos que:

, , , logo, .

O foco tem coordenadas , portanto,

162

2011_geometria_analitica.indd 162 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

A diretriz d tem equação , portanto,


.

Matemática e informática

Existe uma variedade muito


grande de softwares que tratam
da Geometria Analítica. Permitem
realizar desde as representações
gráficas planas e espaciais, modelar
curvas e formas, calcular raízes,
áreas, volumes e diversas outras
características e propriedades.
Os softwares de geometria dinâmica, por sua vez, têm
agregado o importante recurso do “arrastar”, que mantém
as propriedades dos objetos construídos mediante o
movimento. Tal recurso permite desenvolver atividades
exploratórias e de investigação.

Seção 4 - Coordenadas polares


Na Geometria Analítica, as representações planas são,
geralmente, apresentadas no sistema de coordenadas cartesianas
, formado por duas retas reais perpendiculares, comumente
conhecido como plano cartesiano. Figuras de natureza circular,
principalmente, levaram à criação do sistema de coordenadas
polares, envolvendo distâncias e ângulos para a localização e
determinação de pontos e curvas no plano.

Estas representações e as transformações de um sistema de


coordenadas para outro é o objeto de estudo desta seção.

Unidade 3 163

2011_geometria_analitica.indd 163 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

O sistema de coordenadas polares

Segundo Anton (2002, p. 122) o sistema de coordenadas polares


especifica pontos no plano por meio de uma distância r de um
ponto fixo chamado polo, uma medida de ângulo , medido a
partir de um eixo que tem origem no ponto fixo, chamado eixo
polar. O eixo polar corresponde a uma semirreta numerada
positiva, disposta à direita do polo, como mostra a figura 3.39.

P(r,θ)

θ
Pólo
O Eixo Polar

Figura 3.39 - Coordenadas polares

Cada ponto deste sistema P fica definido por um par ordenado


, onde o indica a distância que este ponto está da
origem e , em radianos, indica o ângulo medido a partir do eixo
polar. Os sinais, positivo ou negativo, de r e indicam o sentido
da medição. Um ponto com coordenadas , para qualquer
valor de , sempre indicará o polo.

Exemplo 1:

Representação dos pontos , , e

M(3, π ) Q(-3,- π )
4 4
3 π
4 3
0 2 4
3 0 2 4

4
3
P(-3, π )
4
N(3,- π )
4
Figura 3.40 - Representação dos pontos M e P Figura 3.41 - Representação dos pontos N e Q

164

2011_geometria_analitica.indd 164 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

Observe que cada par ordenado polar corresponde a


um único ponto do plano, porém um mesmo ponto
do plano pode ser representado por infinitos pares
ordenados. O par ordenado , por exemplo,
corresponde ao mesmo ponto que o par ordenado
.

As coordenadas polares podem ser relacionadas com as


coordenadas cartesianas por sobreposição dos dois sistemas.
Se um ponto P tem coordenadas polares e coordenadas
cartesianas , temos a sobreposição como na figura 3.42.

(r,θ) (x,y)

r
y
θ
0 x

Figura 3.42 - Sobreposição dos sistemas

Na figura 3.42, podemos observar as seguintes relações:

Essas relações permitem converter as coordenadas cartesianas em


polares e vice-versa.

Unidade 3 165

2011_geometria_analitica.indd 165 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 2:

Transformar as coordenadas cartesianas com e


em coordenadas polares.

Como e , aplicamos a relação de transformação

e . Assim:

Como e o ponto está situado no segundo

quadrante, , logo, o ponto polar é .

Exemplo 3:

Converter as coordenadas polares em coordenadas


cartesianas.

Usamos as relações e .

Logo, o ponto cartesiano é .

Exemplo 4:

Transforme as equações cartesianas (a): , (b):


e (c): para equações em coordenadas polares.

a)

Substituindo e , temos:

166

2011_geometria_analitica.indd 166 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

b)

Como , temos:

c)

Substituindo e , temos:

Da equação, podemos escrever:

ou .

A equação corresponde ao polo e, também,


está incluída em , logo pode ser
desconsiderada.

A equação representa ambas.


Normalmente, as equações polares são escritas
expressando r em função de :

Unidade 3 167

2011_geometria_analitica.indd 167 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

Gráficos de equações em coordenadas polares

Um gráfico polar é representado por todos os pontos


do plano, cujas coordenadas satisfazem a equação. Podem ser
determinados manualmente, a partir de um conjunto de pares
ordenados, onde estejam especificados valores como máximos
e mínimos, ponto onde o r é nulo e as simetrias, ou através de
softwares geradores de gráficos, que simplificam muito o trabalho.

Exemplo 1:

O gráfico da função é uma espiral, com r variando de 0 a


20, corresponde à figura 3.43.

20

10

-20 20

-10

-20

Figura 3.43 - Gráfico da função (espiral)

168

2011_geometria_analitica.indd 168 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

Exemplo 2:

O gráfico da função corresponde a uma reta que passa pela

origem do eixo polar e faz ângulo de rad com o mesmo.

10

-10 10

-5

-10

Figura 3.44 - Gráfico da função (reta)

Exemplo 3:

Representar graficamente, com o auxílio de um software, os


gráficos das funções em coordenadas polares:

a) e)

b) f)

c) g)

d) h)

Unidade 3 169

2011_geometria_analitica.indd 169 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

a)

-2 2

-1

-2

Figura 3.45 - Gráfico da função (circunferência)

b)
2

-2 2

Figura 3.46 - Gráfico da função ( reta horizontal)


c)

-2 2

Figura 3.47 - Gráfico da função (circunferência)


170

2011_geometria_analitica.indd 170 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

d) 3

2 2

Figura 3.48 - Gráfico da função (limaçon)

e)

-2 2

-1

-2

-3

-4

Figura 3.49 - Gráfico da função (cardioide)

Unidade 3 171

2011_geometria_analitica.indd 171 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

f)

-2 2

-1

-2
Figura 3.50 - Gráfico da função (rosácea)

g)

-2 2

-1

-2
Figura 3.51 - Gráfico da função (rosácea)

172

2011_geometria_analitica.indd 172 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

h)

-2 2

-1

-2

Figura 3.52 - Gráfico da função (lemniscata)

Síntese

Nesta unidade, você estudou:

„„ retas no plano: condição de alinhamento de três pontos,


equação geral da reta, equação reduzida da reta, distância
entre ponto e reta, área do triangulo;
„„ circunferência: equação geral da circunferência;
„„ cônicas: elipse, hipérbole e parábola;
„„ noções de coordenadas polares.
Se você entendeu os conceitos apresentados, com certeza terá um
embasamento significativo para prosseguir no estudo do espaço
tridimensional. Mas se tiver dúvidas, retorne ao conteúdo e
solicite auxílio do professor.

Unidade 3 173

2011_geometria_analitica.indd 173 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de autoavaliação

Utilize folhas extras para realizar os cálculos das atividades a seguir.


1) Encontre a equação da reta s, que passa pelo ponto ,eé
perpendicular à reta r de equação .

2) Quando uma família tem uma renda mensal de R$ 2.400,00, ela gasta
R$ 2.100,00 por mês; quando a renda é de R$ 4.200,00, ela consome R$
2.800,00. Chamando de R a renda mensal, de C o consumo, obtenha C
em função de R, sabendo que a evolução da renda e do consumo é
linear.

3) Determinar o ponto de nivelamento entre a receita eo

custo total .

4) Determine as distâncias entre as retas e


.

5) Seja M a circunferência de centro e raio 10, determine:


a) As intersecções de M com o eixo x;

b) As intersecções de M com o eixo y;

c) Os pontos de M que têm ordenada 9;

d) Os pontos de M que têm abscissa 20.

6) Um terreno urbano situado entre duas ruas tem forma de um trapézio


de vértices ABCD, onde os lados AB e CD são paralelos e correspondem
às ruas. Sabendo que as coordenadas dos vértices do terreno são
, , e , encontre a distância de
uma rua à outra.

174

2011_geometria_analitica.indd 174 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

7) Obtenha uma equação da circunferência que tem como diâmetro o


segmento de extremos e .

8) Determine as equações das retas tangentes à circunferência de equação


e que são perpendiculares à reta .

9) Esboce a elipse e obtenha a equação em cada caso:


a) Eixo menor de comprimento 6 e focos e .

b) Eixo maior de comprimento 26 e focos e .

c) Eixo menor de comprimento 8 e extremos em e .

d) Eixo menor de extremos e e excentricidade 0,8.

10) Seja a hipérbole de focos e e de vértices


e . Determine a equação da hipérbole e sua
excentricidade.

11) Para fazer um jardim, o jardineiro amarra as extremidades de uma


corda de 10 m de comprimento em duas estacas e , e com um
riscador estica a corda de modo a obter um triângulo , e .
Deslizando o riscador de forma que a corda fique sempre esticada e
rente ao chão obtém o contorno do jardim na forma da figura. Se M é o
ponto médio de e , qual é a distância entre as estacas?

A3
3

A1 M A2
3

Unidade 3 175

2011_geometria_analitica.indd 175 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

12) Seja a hipérbole de equação , encontre :


a) Os focos, os extremos dos eixos real e imaginário;

b) A intersecções da hipérbole com a reta de equação .

13) Traçar um esboço do gráfico e obter uma equação da parábola que


satisfaz as condições:
a) Vértice (0,0) e foco (2,0);

b) Vértice (0,0) e diretriz .

14) Na figura abaixo, o arco representado por uma parábola passa pelos
pontos D e C, e o segmento AB está dividido em 8 partes iguais.
Sabendo que , e , determinar
e .

C D

h2 h1
d

A B

15) Obtenha a equação da parábola que passa por P, tem vértice na


origem e eixo de simetria nos casos:
a) = eixo x e P(9,6)

b) = eixo y e P(1,1)

16) Converter as coordenadas cartesianas e , com e


, em coordenadas polares.

176

2011_geometria_analitica.indd 176 11/12/16 15:43


Geometria Analítica

17) Transforme as equações cartesianas em coordenadas polares.


a)

b)

Saiba mais

Para saber mais sobre estes assuntos, uma boa sugestão é


pesquisar e estudar os livros didáticos de ensino médio, que
trazem uma grande diversidade de questões e problemas
envolvendo retas, circunferências e cônicas. Também,
encontramos estes assuntos e as coordenadas polares em
livros que introduzem o cálculo diferencial e integral e,
especificamente, de geometria analítica.

Unidade 3 177

2011_geometria_analitica.indd 177 11/12/16 15:43


2011_geometria_analitica.indd 178 11/12/16 15:43
4
UNIDADE 4

Geometria Analítica no espaço

Objetivos de aprendizagem
n Identificar e representar retas e planos no espaço
tridimensional.
n Identificar as relações de paralelismo e

perpendicularismo, distâncias e ângulos, de intersecções


e outras, entre retas e planos.
n Converter coordenadas cartesianas espaciais em

coordenadas cilíndricas e esféricas.


n Identificar curvas nos espaço tridimensional.

Seções de estudo
Seção 1 Retas no espaço tridimensional
Seção 2 Planos no espaço tridimensional
Seção 3 Relações entre retas e planos
Seção 4 Coordenadas cilíndricas e esféricas e curvas no
espaço

2011_geometria_analitica.indd 179 11/12/16 15:43


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, estudaremos as diversas relações entre Geometria
e Álgebra, envolvendo conceitos de retas e planos no espaço.
Vamos utilizar os conceitos de vetores e suas operações. Veremos,
também, que é possível transformar as coordenadas cartesianas
do espaço tridimensional em coordenadas cilíndricas e esféricas,
muito úteis para representar figuras geométricas tridimensionais
de natureza cilíndrica ou esférica.

Os conteúdos tratados nesta unidade contribuem para a formação


do professor de Matemática e auxiliam na resolução de problemas
práticos, de natureza geométrica ou física.

Vamos estudá-los?

Seção 1 - Retas no espaço

Quando olhamos para uma casa como a da figura 4.1, podemos


identificar diversas formas geométricas que representam pontos,
retas, planos e também sólidos geométricos. Por exemplo,
as paredes da casa, as partes do telhado e outras superfícies
representam planos, a linha marcada pelo encontro de duas paredes
ou dois planos representam uma reta, assim como no lugar onde
duas ou mais retas se encontram, temos pontos. Notem que
estes elementos não estão situados num mesmo plano, como na
geometria plana, eles estão situados no espaço tridimensional que
identificamos geralmente como o espaço . Vamos, inicialmente,
ver como podemos representar retas nesse espaço.

Figura 4.1 - Esboço de uma casa

180

2011_geometria_analitica.indd 180 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Equações da reta no

Sabemos que dois pontos definem uma reta . Com apenas um dos
pontos também é possível definir a posição de uma reta, desde que
tenhamos a direção precisa da mesma. Se utilizarmos um vetor e
um ponto, teremos, então, como definir exatamente a posição de
uma reta.

Observe a figura 4.2, nela definimos os pontos: ,


conhecido e pertencente à reta e , um ponto qualquer
pertencente à mesma reta . O vetor é um vetor
paralelo à reta e é o vetor diretor da reta.
r

A
v
Figura 4.2 - Reta e vetor paralelo .

Como o vetor é paralelo à reta , também é paralelo ao vetor ,


marcado sobre a reta , temos que // e, se é uma constante,
então e:

A expressão é chamada de equação vetorial da reta .

Substituindo os valores dos pontos e , temos:

Unidade 4 181

2011_geometria_analitica.indd 181 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Podemos escrever que:

, que correspondem às equações paramétricas da reta .

Podemos continuar o processo, isolando o em cada uma das


sentenças, da seguinte forma:

Da expressão .

Da expressão

Da expressão , como todos os

ficaram isolados, podemos compará-los, fazendo:

. Essa é a equação simétrica da reta .

É possível ainda uma outra representação. Na igualdade que podemos


obter:

e , vamos escrever o como valor

dependente de .

Como e , logo .

Vamos agora isolar , tendo como variável independente também o :

Como e , temos que .

O par de equações é chamado de equações

reduzidas da reta .

182

2011_geometria_analitica.indd 182 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Estas equações também podem ter como variável independente

o ou o , e poderíamos também escrever e

Exemplo 1:

Determinar as equações paramétricas da reta que passa pelos


pontos e .

Resolvendo:

A equação paramétrica da reta é representada por ,

basta acharmos o vetor diretor da reta que é indicado por


e o substituirmos na equação.

Como temos dois pontos, vamos construir o vetor:

, logo substituindo
e um dos pontos, escolhemos o ponto , temos a

equação

Exemplo 2:

Determinar as equações reduzidas da reta, com variável


independente y, que passa pelo ponto e tem a direção
do vetor .

Resolução:

Para determinar as equações reduzidas da reta, precisamos

montar a equação simétrica da reta .

Unidade 4 183

2011_geometria_analitica.indd 183 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como já temos o vetor diretor e um ponto, escrevemos:

Agora vamos separar as equações da seguinte forma

e , assim, isolando o :

Isolando z.

Logo, as equações reduzidas da reta são:

Exemplo 3:

Citar um ponto e o vetor diretor das equações das retas:

a) b) c)

d) e) f)

Resolvendo:

a)

Para “citarmos” um ponto, basta atribuirmos um valor aleatório


para , por exemplo, e substituirmos na equação.

Logo, um ponto da reta é .

184

2011_geometria_analitica.indd 184 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Para acharmos o vetor diretor, podemos proceder de duas


maneiras:

(I) Podemos achar outro ponto dando outro valor para ,


calculamos outro ponto da reta e, com estes, determinamos o
vetor diretor.

Seja :

Assim, outro ponto da reta é . Calculando o vetor


diretor:

Logo, .

(II) Podemos também determinar o vetor diretor partindo das


equações dadas que estão na forma reduzida, retornando para a
forma simétrica.

Como , isolamos o nas duas equações e temos:

Logo, e como o vetor diretor está localizado

no denominador da equação na forma simétrica, temos que


.

Observe que o vetor no primeiro modo é ( ) vezes o vetor do


segundo modo, o que não representa nenhum problema, pois
estamos tratando com vetores diretores de retas.

b)

Unidade 4 185

2011_geometria_analitica.indd 185 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Agora, temos as equações na forma paramétrica: ,

onde e .

Comparando as equações, concluímos que um ponto da reta é


e o vetor diretor é .

c)

Neste caso, temos a equação na forma simétrica:


, em que e .

Comparando as equações, encontramos o ponto eo


vetor .

d)

A forma da equação sugere a forma simétrica

, e , no entanto,

precisamos inicialmente arrumar a equação:

Dividimos o membro da primeira parte por e da segunda por


3, dessa forma, temos:

186

2011_geometria_analitica.indd 186 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Agora, comparando as equações, temos e o vetor

e)

Note que, neste caso, trata-se de uma equação reduzida com


variável independente z.

Conforme visto no exemplo (a), temos duas maneiras de achar o


ponto e o vetor diretor:

(I) Atribuímos dois valores arbitrários ao , sejam, e ,e


como e são constantes, os pontos serão e .

O vetor diretor .

(II) Pelo segundo modo, consideramos que as equações


reduzidas da reta originaram das equações simétricas. Fazemos o
procedimento inverso e transformamos as equações reduzidas em
simétricas:

Na equação , isolando o :

Logo, e no denominador, temos o vetor diretor

Observe que o vetor encontrado no primeiro modo é (3) vezes o


vetor do segundo modo, no entanto eles têm a mesma direção e,
juntamente com o ponto, definem a reta.

f)

Unidade 4 187

2011_geometria_analitica.indd 187 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Neste caso, a primeira parte está na forma paramétrica, ou

seja, , e a segunda está na forma simétrica.

Comparando as duas formas, podemos escrever que o ponto é


e o vetor diretor é .

Exemplo 4:

Represente graficamente as seguintes retas:

a)

Resolvendo:

Para que possamos traçar uma reta, precisamos de dois pontos.


Atribuindo-se dois valores arbitrários para , que é a variável
independente, temos:

Se , então e como é constante, um ponto


da reta é .

Se , então e como é fixo, o segundo é


.

Representando na figura 4.3:


z

B 0
2 y
4
A
6
x
Figura 4.3 - Reta no espaço

188

2011_geometria_analitica.indd 188 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

b)

Como se tratam de equações paramétricas da reta, podemos


extrair um ponto da própria equação, ou seja, .
Obtemos o outro ponto atribuindo um valor arbitrário para o
parâmetro .

Assim, para , temos:

, logo .

Obtidos os pontos e , desenhamos a reta,


como na figura 4.4:
z

B
4
A

-5 -3
y
2
5

Figura 4.4 - Reta no espaço

Unidade 4 189

2011_geometria_analitica.indd 189 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Ângulo entre duas retas

Duas retas podem ser comparadas através da inclinação de uma


em relação à outra, ou seja, determinando o ângulo formado
por elas. Na figura 4.5, esboçamos duas retas e , os vetores
diretores e que as representam e o ângulo formado por
elas.
r
u

α
s

v
Figura 4.5 - Ângulo entre retas

Considerando os vetores diretores das retas e , e aplicando a

relação que determina o ângulo entre dois vetores, ,

com uma pequena adaptação, ou seja, acrescentando o módulo no


numerador, uma vez que o ângulo entre duas retas não é superior
a , pois só medimos o menor ângulo entre elas, temos:

, onde .

Exemplo 1:

Calcular o ângulo entre a reta que passa pelos pontos


e , e a reta que passa pelos pontos e
.

Resolvendo:

Como , vamos, inicialmente, encontrar os vetores

diretores e :

190

2011_geometria_analitica.indd 190 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Calculando o produto escalar:


 
u • v = 5.(−2) + (−6).1 + 2.(−5) = −10 − 6 − 10 = − 26.

Determinando também o módulo dos vetores e :

E utilizando a expressão , temos que:

Condição de paralelismo entre duas retas

Quando as duas retas são paralelas, como na figura 4.6, podemos


deduzir que o vetor diretor pertencente à reta e o vetor diretor
pertencente à reta , também são paralelos. Por isso, podemos
usar a condição de paralelismo entre dois vetores, ou

seja, se e , então .

u
r

s
v
Figura 4.6 - Retas paralelas

Exemplo 1:

Vamos verificar se as retas e

são paralelas.

Unidade 4 191

2011_geometria_analitica.indd 191 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Resolvendo:

Conforme definição, a reta está na forma vetorial, ou seja,


. Por comparação, o vetor diretor da
reta é .

A reta está na forma paramétrica, ou seja, na forma

Comparando com a reta dada, concluímos que: .

Aplicando a condição de paralelismo , verificamos

que é verdadeiro, simplificando todas as frações,

obtemos a constante . Logo, as retas e são paralelas.

Condição de ortogonalidade ou perpendicularidade

Se duas retas e são ortogonais, como na figura 4.7, os seus


vetores diretores também são ortogonais. Para mostrarmos a
ortogonalidade entre duas retas, basta aplicarmos a condição de
ortogonalidade entre dois vetores, ou seja, .

s
v

Figura 4.7 - Retas ortogonais

192

2011_geometria_analitica.indd 192 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Exemplo 1:

Verificar se a reta é ortogonal à

reta

A reta é apresentada na forma paramétrica e simétrica. Para


encontrar o vetor diretor, comparamos a parte do com a
forma paramétrica , logo a componente
.

A segunda parte , e comparada a ,

onde identificamos as componentes e . Assim, o vetor


diretor de é .

No caso da reta , a equação está na forma reduzida com variável


independente , então vamos passá-la para a forma simétrica

isolando o , ou seja, , em que identificamos o

vetor diretor de como .

Pela condição de ortogonalidade de dois


vetores . Efetuando o produto, temos:
, logo as retas
e não são ortogonais.

Condição para duas retas sejam coplanares

Duas retas no espaço podem estar situadas num mesmo plano ou


em planos diferentes. Observe as figuras 4.8(a) e 4.8(b):

r r

s s

(a) (b)
Figura 4.8 - Retas de um plano

Unidade 4 193

2011_geometria_analitica.indd 193 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Na figura 4.8(a), as retas são paralelas, ou seja, são coplanares.


Na figura 4.8(b), as retas são concorrentes, portanto, também são
coplanares, Mas como garantir que elas sejam concorrentes?

Para isso, vamos trabalhar com três vetores. Dois vetores já


conhecidos, os vetores diretores das retas e , e o terceiro
obtido a partir de um ponto pertencente à reta e de outro ponto
pertencente à reta . Se estes três vetores forem coplanares, as
retas que os suportam são concorrentes e, consequentemente,
são coplanares. A verificação é feita através da condição de
coplanariedade entre três vetores, ou seja, o produto misto
.

Exemplo 1:

As retas e são coplanares?

Como a reta está na forma simétrica, o vetor diretor está


presente no denominador, assim, . A reta está na
forma paramétrica e o vetor diretor é dado pelos coeficientes do
parâmetro , então .

Vamos primeiramente verificar se as retas são paralelas:

Se as retas forem paralelas elas serão coplanares, para fazer esta


verificação vamos aplicar a condição do paralelismo entre dois
vetores diretores da reta, temos que: 2 ≠ 4 ≠ 5 , como não se
3 −4 4
verificou a igualdade as retas não são paralelas.

Então precisamos de um terceiro vetor que será formado pelos


pontos pertencente a reta r e s . Na reta r, o ponto pode ser
A(−2, 3, −2) e da reta s o ponto B(2, 3, 5) .
  
Se as retas são coplanares, AB • (u × v ) = 0 .

Assim:

AB = B − A = (2 + 2, 3 − 3, 5 + 2) = (4, 0, 7) , e calculando:

−2 3 −2
  
AB • (u × v ) = 2 4 5 = −32 + 45 + 16 + 24 − 40 − 24 = 11 ≠ 0
3 −4 4
logo as retas não são coplanares.

194

2011_geometria_analitica.indd 194 11/12/16 15:44


Geometria Analítica

Seção 2 - Planos no espaço

Lembrando a casa representada na figura 4.1, percebemos que os


planos representados por duas paredes opostas não têm pontos
em comum. Os dois planos representados pelas abas do telhado,
no entanto, encontram-se na cumeeira. Assim, também, outras
situações podem ser analisadas e permitem concluir que os planos
estão relacionados entre si, de acordo com as suas posições.
Vamos tratar da representação de um plano e das suas relações
nesta seção.
Equação geral do plano
Vamos partir do modelo representado na figura 4.9: um
plano contendo um ponto , ortogonal a um vetor
, chamado de vetor normal ao plano.
n

(a)
Figura 4.9 - Plano com vetor ortogonal

O ponto representa qualquer ponto pertencente ao


plano, enquanto que representa um ponto conhecido. Com o
ponto e o ponto , podemos montar um vetor ortogonal ao
vetor . Pela condição de ortogonalidade entre dois vetores, o
produto escalar entre eles é igual a zero, isto é: .

Então:

Unidade 4 195

2011_geometria_analitica.indd 195 11/12/16 15:44


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como é um ponto conhecido, podemos isolar e


propor que:

, e assim:

, que é a chamada equação geral do plano.

Exemplo 1:

Determinar a equação geral do plano que passa pelo ponto


e tem como vetor normal .

Resolvendo:

Como , substituindo o vetor na equação,


temos . Para calcularmos o valor de , basta
substituirmos x, y e z pelas coordenadas do ponto .

Logo, a equação geral do plano é .

Exemplo 2:

Determinar a equação geral do plano que passa pelos pontos


, e .

Conforme figura 4.10(a), representamos os três pontos.


n

δ δ
B B

A A
C
C

(a) (b)
Figura 4.10 - Pontos e vetores no plano

196

2011_geometria_analitica.indd 196 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

Formamos os vetores e , conforme figura 4.10(b), e com


estes determinamos o vetor .

Assim:

e
.

Então, o vetor .

Resolvendo pela regra de Sarrus:

Na equação geral do plano , substituímos o


vetor .

Assim, e, para acharmos o valor de d,


escolhemos qualquer um dos três pontos. Neste exemplo,
escolhemos o ponto .

Substituindo,
.

Logo, a equação geral do plano é .

Poderíamos determinar a equação do plano pela


condição de coplanariedade de vetores. Considerando
os três pontos conhecidos, A, B e C, e representado
um quarto ponto genérico , formamos três
vetores coplanares, por exemplo, , e .

Para que três vetores sejam coplanares, o produto misto deles tem
que ser igual a zero, ou seja, o produto misto .
Vamos verificar esta possibilidade no exemplo 2.

Exemplo 2:

Determinar a equação geral do plano que passa pelos pontos


, e .

Unidade 4 197

2011_geometria_analitica.indd 197 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Conforme a condição de coplanariedade ,o


ponto genérico D é um ponto qualquer pertencente ao plano, que
representamos por .

Assim, ,
e
.

Calculando , temos pela

regra de Sarrus:

Logo, .

a) No exemplo 2, poderíamos também ter escolhido


como a origem dos vetores o ponto B ou ponto C.
b) A equação do plano então pode ser obtida através
do determinante:

Exemplo 3:

Determinar a equação geral do plano que passa pelos pontos


e e é paralelo ao vetor .

Resolvendo:

Na figura 4.11(a), representamos os pontos A e B conhecidos,


o vetor e o vetor , paralelo ao plano . Na figura 4.11(b),
adequamos a posição do vetor e representamos também o vetor
ortogonal .

198

2011_geometria_analitica.indd 198 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

δ δ
v
v
B B

A A

(a) (b)

Figura 4.11 - Plano paralelo a um vetor

Pela condição ortogonalidade

Na equação geral do plano , substituindo o


vetor , obtemos . Para encontrarmos o
valor de d, escolhemos qualquer um dos pontos, seja o ponto
.

Assim, .

Logo, , ou dividindo por , temos


simplesmente:

Como podemos observar em todos os exemplos, o vetor normal


é considerado.

Unidade 4 199

2011_geometria_analitica.indd 199 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Representação gráfica de planos

Os planos podem facilmente ser representados graficamente.

Exemplo 1:

Representar graficamente os seguintes planos, citando o vetor


normal ao plano:

a)

Esta é uma equação incompleta, apenas o é determinado.


Seu gráfico é um plano paralelo ao plano coordenado e
intercepta apenas o eixo .

y
4

Figura 4.12 - Gráfico do plano

Comparando a equação com a equação


, temos , e , ou, ainda,
podemos escrever . Logo, o vetor normal é
.

b)

Nesta equação, incompleta, apenas o e o estão relacionados,


logo o plano corta apenas o eixo e o eixo .

Para sabermos onde o plano corta o eixo , fazemos ,


.

200

2011_geometria_analitica.indd 200 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

Para sabermos onde o plano corta o eixo , fazemos ,


.

2
y
4

x
Figura 4.13 - Gráfico do plano

Para acharmos o vetor normal ao plano, temos que comparar


com a equação , logo ,
e , ou seja, .

c)

Esta equação apresenta as três variáveis, isso torna evidente que o


plano cortará os eixos , e .

Para sabermos onde o plano corta o eixo , fazemos e


na equação :

Para sabermos onde o plano corta o eixo , fazemos e


na equação

Para sabermos onde o plano corta o eixo , fazemos e


na equação

Unidade 4 201

2011_geometria_analitica.indd 201 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Desenhando o gráfico:

3
y

x
Figura 4.14 - Gráfico do plano

Para determinarmos o vetor normal ao plano, temos que


comparar com a equação ,
logo , e , .

Neste exemplo, podemos definir a equação


segmentária do plano. Para isso, isolamos o termo
independente e dividimos todos os termos por esse
número; no primeiro membro, ajustamos as frações
deixando os números com as variáveis positivas.

Assim:

Dividindo a equação por (6):

Ajustando os numeradores, obtemos , que é a

equação do plano na forma segmentária. Note que os elementos


que estão dividindo as variáveis são exatamente os pontos de

202

2011_geometria_analitica.indd 202 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

intersecção do plano com os eixos coordenados. Se m, n e o


são os valores em que o plano intercepta os eixos coordenados,
respectivamente, a equação segmentária pode ser expressa como

Seção 3 - Relações entre retas e planos


Nesta seção, estaremos relacionando as retas com os planos no
espaço. Vamos determinar ângulos, relações de paralelismo e
ortogonalidade, distâncias e outras relações envolvendo retas e
planos, no espaço tridimensional.

Ângulo entre dois planos

Conforme já dissemos, os planos podem ser relacionados entre


si de acordo com sua posição no espaço. Uma dessas relações
trata do ângulo formado entre os planos. Na figura 4.15,
representamos dois planos que formam entre si um ângulo e
seus vetores normais e . Se observarmos a figura, podemos
concluir que o ângulo entre os seus vetores normais e
também é . Assim, para determinar o ângulo entre dois planos,
basta calcular o ângulo entre os dois vetores normais, isto é,

, onde .

n1

n2
2

Figura 4.15 - Ângulo entre planos

Unidade 4 203

2011_geometria_analitica.indd 203 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Ângulo entre uma reta e um plano

Na figura 4.16, a reta forma um ângulo com o plano . A reta


tem o vetor diretor e no plano tem o vetor normal .
Representamos o ângulo entre o plano e a reta com o valor
. Observando ainda a figura, podemos concluir que e
são complementares, portanto, e, da trigonometria,
.

Para determinar o ângulo entre os dois vetores, utilizamos

a relação ; como o ângulo procurado é o , e

, podemos substituir por .

Assim: , em que .

n t

u
α δ
θ

Figura 4.16 - Ângulo entre reta e plano

Exemplo 1:

Calcular o ângulo entre o plano e o plano


.

Resolvendo:

Primeiramente, precisamos dos vetores normais dos planos.


O vetor normal do plano é e é o vetor
.

Para utilizar a relação , temos que determinar:

204

2011_geometria_analitica.indd 204 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

Exemplo 2:

O plano forma um ângulo de com a reta

. Determine o valor de a.

Resolução:

Vamos ter que trabalhar com o vetor normal ao plano , em que


e o vetor diretor da reta , é .

O ângulo entre um plano e uma reta é dado por :

Da expressão:

Elevando os dois membros ao quadrado e resolvendo a equação


resultante, encontramos e .

Unidade 4 205

2011_geometria_analitica.indd 205 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Condição de paralelismo entre plano e plano

Agora, temos o interesse de verificar se dois planos são ou não


paralelos. Na figura 4.17, desenhamos dois planos paralelos e
e seus vetores normais e .

Podemos observar que, se os dois vetores normais são paralelos,


os dois planos também o são, ou seja, se então .
Assim, a condição para que dois planos sejam paralelos é que seus
vetores normais também o sejam. Portanto, se e

então .

n
1

n
2

Figura 4.17 - Planos paralelos

Condição de paralelismo entre reta e plano

Quais são as condições para que uma reta possa ser


classificada como paralela a um plano?

Como uma reta tem a direção definida por um vetor diretor e


um plano possui um vetor normal , conforme representamos
na figura 4.18, precisamos apenas verificar se o vetor normal ao

206

2011_geometria_analitica.indd 206 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

plano é perpendicular ao vetor diretor pertencente à reta, isto é:


se , ou seja, .
n
u t

Figura 4.18 - Reta paralela ao plano

Condição de ortogonalidade entre plano e plano

A ortogonalidade entre dois planos, por sua vez, pode ser


verificada comparando os vetores normais de cada um deles,
como na figura 4.19. Se os vetores normais dos planos e são,
respectivamente, e , podemos dizer que os planos e são
ortogonais quando e são ortogonais, ou seja, quando
. Assim .

n1
δ2
n2

δ1

Figura 4.19 - Planos ortogonais

Unidade 4 207

2011_geometria_analitica.indd 207 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Condição de ortogonalidade entre reta e plano

E como é verificada a ortogonalidade entre uma reta e


um plano?

Se a reta é e tem um vetor diretor e o plano é e tem um


vetor normal , como na figura 4.20, basta verificar se o vetor
normal é paralelo ao vetor diretor , isto é, se , ou

seja, se e , então: .

u n

Figura 4.20 - Reta ortogonal ao plano

Exemplo 1:

Verificar se as retas e são

ortogonais.

Resolvendo:

Para verificarmos se as duas retas são ortogonais, basta


aplicarmos a condição de ortogonalidade entre os vetores
diretores de e .

O vetor diretor de é e o vetor diretor é


, a condição de ortogonalidade entre dois vetores é
.

208

2011_geometria_analitica.indd 208 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

Assim:

, logo, e são
ortogonais.

Exemplo 2:

Verificar se o plano é ortogonal à reta

Resolvendo:

Devemos trabalhar com o vetor normal do plano e o vetor diretor


da reta, lembrando que a condição de ortogonalidade entre
reta e plano é . O vetor normal do plano é eo
vetor diretor da reta é . Aplicando a condição de
paralelismo

entre dois vetores , temos que: , logo o

plano não é ortogonal à reta .

Equação paramétrica do plano

Observe a figura 4.21.

mv δ

A B

nu
Figura 4.21 - Componentes da equação paramétrica do plano

Unidade 4 209

2011_geometria_analitica.indd 209 11/12/16 15:45


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se o vetor e o vetor são dois vetores


não paralelos e ambos paralelos ao plano , o ponto
um ponto conhecido e pertencente ao plano e o ponto
representando um ponto qualquer pertencente ao plano ,
podemos notar, na figura 4.21, que o vetor , ou seja:
, ou, ainda, .

Substituindo as componentes de cada vetor ou ponto, temos:

Multiplicando, encontramos:

, que é
chamada equação paramétrica do plano, geralmente apresentada
na forma:

, onde

Exemplo 1:

Determinar as equações paramétricas do plano que passa


pelo ponto e é paralelo aos vetores e
.

Resolvendo:

Considerando a equação paramétrica do plano

, basta apenas substituirmos os elementos

correspondentes, ou seja, .

210

2011_geometria_analitica.indd 210 11/12/16 15:45


Geometria Analítica

Distâncias entre dois pontos

Apenas lembramos que a distância entre dois pontos e


do espaço tridimensional, é dada pela expressão:

Distância de um ponto a uma Reta

Dado um ponto e uma reta , pertencente ao espaço


tridimensional, um vetor diretor da reta e um ponto
pertencente à reta , como na figura 4.22.

v r
A

Figura 4.22 - Distância entre ponto e reta

O triângulo formado na figura 4.22 é retângulo e podemos


escrever que:

ou .

Considerando as operações com vetores que estudamos, temos que:

Substituindo:

Logo .

Unidade 4 211

2011_geometria_analitica.indd 211 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Distância de um ponto a um plano

Para encontrar a distância de um ponto a um plano, vamos


considerar a representação da figura 4.23:

B n

Figura 4.23 - Distância entre um ponto e um plano

A distância do ponto perpendicular ao ponto


pertencente ao plano é equivalente ao valor do
módulo do vetor . Podemos, então, aplicar o produto escalar
entre o vetor e o vetor normal ao plano, ou seja,
. Como e ou ,
temos:

, como o ou , devemos

então usar o módulo na segunda parte , ou seja,

Como .

Considerando que:

, temos:

212

2011_geometria_analitica.indd 212 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

Logo, .

Distâncias entre duas retas

Representamos na figura 4.24, uma reta , contendo o ponto e


o vetor diretor e a reta , contendo o ponto e o vetor diretor
. As duas retas são chamadas reversas.

u
B
r
C

s
D
D
v
A
Figura 4.24 - Distância entre duas retas

Do triângulo projetado ABC, podemos escrever: .

Como o produto misto , vamos

aplicar o módulo nos dois membros da equação:

Assim, .

Substituindo na equação:

Como a distância já é positiva, então .

a) Se as retas forem paralelas, vamos calcular a


distância de um ponto pertencente a até a reta ,
ou vice-versa, como podemos observar na figura 4.25.

Unidade 4 213

2011_geometria_analitica.indd 213 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

B u
r

v
s
A
Figura 4.25 - Distância entre retas paralelas

b) Se as retas são concorrentes, a distância entre elas é igual a zero.

Exemplo 1:

Determinar a distância entre o ponto e a reta

Resolução:

Como vimos, a distância entre um ponto e uma reta no espaço

tridimensional é dada por . Neste caso, temos o

ponto , o ponto que pertencente à reta e


é o vetor diretor da reta .

Vamos determinar primeiro o vetor


.

O produto vetorial e seu módulo:

214

2011_geometria_analitica.indd 214 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

Substituindo os valores em :

Exemplo 2:

Um pássaro descreve uma trajetória conforme a equação da

reta . De cima, ele avista um lago, cuja

superfície corresponde à equação . Visto


que a trajetória do pássaro é linear, determine a altura do pássaro
em relação à superfície do lago, considerando a unidade de
medida em metros.

Resolvendo:

Devemos primeiro verificar se a reta e plano são paralelos.


Vamos trabalhar com os vetores e ,
respectivamente, vetor diretor da reta e vetor normal ao plano
.

Se a reta e o plano são paralelos, e .

Assim:
.

Concluímos que a reta e plano são paralelos.

Agora, vamos determinar a distância entre a reta e plano


. Para isso, escolhemos um ponto arbitrário
pertencente à
reta , seja .

A distância é dada pela fórmula , na qual o

numerador corresponde à equação do plano dado.

Comparando com a equação do plano , temos que ,


, e .

Unidade 4 215

2011_geometria_analitica.indd 215 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Substituindo em :

Logo, a altura do pássaro em relação ao lago é de,


aproximadamente, 4,82 metros.

Exemplo 3:

Determinar a distância entre a reta

e a reta .

Resolvendo:

Inicialmente, vamos verificar se as retas são paralelas. Para isso,


vamos trabalhar com os seus vetores diretores. Transformando

a reta na forma simétrica, temos , na qual seu

vetor diretor é ; da reta , temos seu vetor diretor


.

Podemos perceber que não é paralelo a , pois .

Agora, vamos verificar se as retas são coplanares. Para isso,


precisamos de um terceiro vetor que é obtido a partir de um
ponto pertencente à reta e de um ponto pertencente à reta .

Da reta, obtemos um ponto atribuindo um valor qualquer .


Fazendo , pela equação de , temos que e ,
constituindo o ponto .

Da reta , obtemos o ponto observando a equação, ou seja,


.

Se as retas são coplanares, .

216

2011_geometria_analitica.indd 216 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

Assim:

e calculando:

logo as retas não são coplanares, mas sim, reversas.

Calculando ainda o produto vetorial e o seu módulo:

Finalmente, calculando :

Seção 4 - Coordenadas cilíndricas e esféricas e curvas


no espaço
A representação de pontos e superfícies no espaço tridimensional
é, geralmente, realizada a partir da coordenadas cartesianas
considerando triplas ordenadas , conforme já utilizamos
na representação de pontos e planos. No entanto, para
representar superfícies e curvas de natureza circular, esférica ou
helicoidal, utilizamos outras referências igualmente eficientes e
mais apropriadas para interpretação. Geralmente, as equações
cartesianas de tais superfícies ou curvas mostram-se muito
complexas e de difícil operação. Nesta seção, vamos descrever
as coordenadas cilíndricas, as coordenadas esféricas e tratar de
algumas noções de representação de curvas no espaço.

Unidade 4 217

2011_geometria_analitica.indd 217 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Um pouco de história

Um dos maiores matemáticos da


antiguidade foi Arquimedes. Nascido
em torno de 287 a.C., morreu em 212
a.C. num ataque à cidade de Siracusa.
Famoso na sua época, era um grande
matemático e inventor. Deixou uma
vasta obra que tratava principalmente da
Geometria Plana e Espacial, Astronomia,
Aritmética, Mecânica e Hidrostática. Encontrou um método
para calcular o valor do número π com maior aproximação.
É considerado um dos maiores gênios de todos os tempos
e na Geometria desenvolveu estudos sobre: o Equilíbrio
dos Planos, a Quadratura da Parábola, a Esfera e o Cilindro,
a Medida do Círculo, Conoides e Esferoides, Espirais e
diversos teoremas mecânicos. Atribuem-lhe diversas
invenções importantes e a famosa frase: “dê-me uma
alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”.
(EVES, 2002, p.192)

O sistema de coordenadas cilíndricas

O sistema de coordenadas cilíndricas especifica pontos do espaço


por meio de uma tripla ordenada , em que representa
a altura do ponto em relação à base do plano polar sobreposto ao
plano cartesiano .

As coordenadas cilíndricas de um ponto P no espaço, de


coordenadas cartesianas (x, y, z), conforme representamos na
figura 4.26, correspondem às coordenadas polares da projeção do
ponto sobre a base e a altura z do ponto.

218

2011_geometria_analitica.indd 218 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

y
y
r
x
x
Figura 4.26 - Sistema de coordenadas cilíndricas
Fonte: Gonçalves e Flemming (2007, p. 285).

Conforme já deduzimos, a relação entre as coordenadas polares e


cartesianas é dada por e .

Assim, para as coordenadas cilíndricas, , e


.

Exemplo: O ponto correspondente à posição indicada na


figura 4.27.

z
3

2 y

x 3

Figura 4.27 - Ponto em coordenadas cilíndricas

Unidade 4 219

2011_geometria_analitica.indd 219 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Gráficos de equações em coordenadas cilíndricas

Um gráfico em coordenadas cilíndricas é representado por todos


os pontos do espaço, cujas coordenadas satisfazem a relação polar
e a variação de z considerada.

Podem ser determinados manualmente, a partir de um conjunto


de triplas ordenadas ou, preferencialmente, com um software
gerador de gráficos.

Exemplo 1:

A equação corresponde a uma circunferência no plano


cartesiano. Sendo , corresponde à equação
para qualquer z.

z
5

y
x

-5

-5
-5
x
y

5 5
Figura 4.28 - Gráfico da função

220

2011_geometria_analitica.indd 220 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

Exemplo 2:

O gráfico da equação cartesiana tem como gráfico


um cone duplo com vértice na origem. Convertendo a equação
em coordenadas cilíndricas, temos .

x
y

-5 -5

-5
y
x

5 5
Figura 4.29 - Gráfico da equação

Exemplo 3:

A equação cartesiana representa uma esfera.


Transformando a equação, obtemos em coordenadas cilíndricas:
. Representando somente o valor positivo, temos o
gráfico:

Unidade 4 221

2011_geometria_analitica.indd 221 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

-5
-5
-5
x
y

5 5

Figura 4.30 - Gráfico da equação

O sistema de coordenadas esféricas

Segundo Anton (2002, p. 245), “As coordenadas esféricas estão


relacionadas com as coordenadas em longitude e latitude usadas
na navegação.”

O sistema de coordenadas esféricas especifica pontos do espaço


por meio de uma tripla ordenada , leia-se: rho, theta,
phi.

Um ponto do espaço tridimensional pode ser


relacionado com as coordenadas esféricas através da comparação
dos dois sistemas de coordenadas, como na figura 4.31.

222

2011_geometria_analitica.indd 222 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

z
P

ρ
φ

y
y

θ r
x
x
Figura 4.31- Ponto em coordenadas esféricas
Fonte: Gonçalves e Flemming (2007, p. 290).

Num ponto , o valor de corresponde à distância da


origem ao ponto P, cujo valor é sempre positivo, ou seja, ;
o ângulo tem o mesmo significado que nas coordenadas
cilíndricas e é o ângulo de inclinação da linha que vai da
origem ao ponto P em relação ao eixo positivo , .

Observando a figura 4.31, podemos relacionar as coordenadas


cartesianas com as esféricas. Se aplicarmos as relações seno
e cosseno no triângulo retângulo que tem ângulo agudo ,
teremos:

Substituindo em e , encontramos:

, , .

Outra importante relação pode ser obtida aplicando


sucessivamente o teorema de Pitágoras:

e .

Substituindo a primeira na segunda, temos:

Unidade 4 223

2011_geometria_analitica.indd 223 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exemplo 1:

O ponto corresponde ao ponto da figura 4.32.

4 2

x
Figura 4.32 - Ponto em coordenadas esféricas

Gráfico de equações em coordenadas esféricas

Os gráficos de equações em coordenadas esféricas podem ser


representados manualmente, porém é recomendado utilizar um
software gerador de gráficos para tal atividade.

Exemplo 1

A equação cartesiana pode ser convertida em


coordenadas esféricas e representada graficamente.

Veja:

Como , e , e sabendo
da trigonometria que , temos:

224

2011_geometria_analitica.indd 224 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

Gráfico:

-5 -5
y -5
x
5 5

Figura 4.33 - Gráfico da equação : esfera

As representações em coordenadas cilíndricas e


esféricas são muito úteis quando lidamos com
superfícies de natureza circular ou esférica, por
exemplo, para calcular volumes de sólidos através da
integração múltipla.

Unidade 4 225

2011_geometria_analitica.indd 225 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Curvas no espaço

Quando observamos o movimento de uma asa-delta, percebemos


que, para subir ela fica espiralando para cima devido ao ar
ascendente muito veloz. Neste movimento de subir, ela descreve
uma trajetória, conforme a figura 4.34:

Figura 4.34 - Espiral de voo de uma asa-delta

Uma curva é um conjunto de pontos , delimitados pelas

equações paramétricas , de funções contínuas de uma

variável t, definidas em , do domínio de t.

A curva é determinada pelo vetor posição


, ou seja, todo ponto pertencente à curva
possui um vetor que dá suporte àquele ponto da curva. Na figura
4.35, damos dois valores para o parâmetro e obtemos dois vetores
de posição e .

226

2011_geometria_analitica.indd 226 11/12/16 15:46


Geometria Analítica

r (t1 ) r (t2 )
y

x
Figura 4.35 - Vetores suporte de curvas

No plano, as curvas ficam definidas com o vetor


posição .

r (t)

Figura 4.36 - Vetor posição

Exemplo 1:

Esboçar a curva no espaço bidimensional.

Sua forma paramétrica é

Unidade 4 227

2011_geometria_analitica.indd 227 11/12/16 15:46


Universidade do Sul de Santa Catarina

Se atribuirmos valores arbitrários ao t, podemos calcular:

Tabela 4.1 – Valores arbitrários para t

t x y
-2 -2 4
-1 -1 1
0 0 0
1 1 1
2 2 4

Representando os pontos num plano , temos uma parábola


como na figura 4.37.

-3 -2 -1 1 2 3

-2

Figura 4.37 - Gráfico da equação paramétrica

Exemplo 2:

Esboçar a curva .

As equações paramétricas desta curva são .

Exemplo adaptado de Gonçalves (1994, p. 42).

228

2011_geometria_analitica.indd 228 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

Construindo uma tabela e atribuindo alguns valores para t, temos:

Tabela 4.2 – Valores arbitrários para t

t x y z
0 1 0 0
0 1
-1 0
0 -1
1 0

No gráfico representado na figura 4.38, temos estes pontos numa


espiral.

z
(1,0,2π)

(-1,0,π)

(0,-1, 3π )
2

(0,1, π )
2

(1,0,0)
x

Figura 4.38 - Gráfico da equação

Quando o valor de cresce, a curva avança no sentido


das setas. A curva define uma hélice circular. Uma
representação da hélice circular dupla pode ser vista
na molécula do DNA (Ácido desoxirribonucléico).

Unidade 4 229

2011_geometria_analitica.indd 229 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 4.39 - Característica da molécula de DNA


Fonte: Adaptado de U.S. National Libray of Medicine (apud FREUDENRICH, 2007).

Exemplo 3:

Esboçar a curva .

Resolvendo:

Vamos escrever as equações paramétricas da curva: .

Note que esta curva representa uma reta. Para traçar uma reta,
precisamos de dois pontos ou de um ponto e do vetor diretor da
reta. Se utilizarmos o vetor diretor da reta e um ponto, podemos
proceder da seguinte maneira:

Comparando a equação com a forma paramétrica da reta, temos


o ponto e o vetor diretor .

Desenhamos o vetor e a reta paralela ao vetor passando pelo


ponto , como na figura 4.40.

230

2011_geometria_analitica.indd 230 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

3
v

-1
y
2
A
2
x

Figura 4.40 - Gráfico da curva

Nem todas as curvas são tão fáceis de desenhar, é conveniente


utilizar um software gerador de gráficos adequado.

Exemplo 1:

Esboçar os gráficos das equações:

a)

Vamos iniciar transformando a equação na forma paramétrica:

x y

Figura 4.41 - Gráfico da curva

Unidade 4 231

2011_geometria_analitica.indd 231 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

b)

Neste caso, já temos os parâmetros:


Z

X y

Figura 4.42 - Gráfico da curva

c)

Na forma paramétrica: .

X
Y

Figura 4.43 - Gráfico da equação

232

2011_geometria_analitica.indd 232 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

Síntese

Nesta unidade, você estudou as principais representações de


retas, planos e curvas no espaço tridimensional. Esses conceitos
são úteis para resolver situações-problemas do dia a dia e de
outras áreas do conhecimento. Se você entendeu os conceitos aqui
apresentados, estará apto a realizar as avaliações necessárias, que
envolvem os assuntos discutidos até aqui. Sucesso!

Atividades de autoavaliação

Use folhas auxiliares para resolução destes cálculos.


1) Formar as equações paramétricas e simétricas das medianas do lado AB
do triângulo cujos vértices são , e .

2) Verificar se as retas e são coplanares.

a) e

b) e

3) Represente graficamente as seguintes retas e cite o vetor diretor:

a) b)

4) Calcule o ângulo entre as retas e , em que é determinada pelos


pontos e , e é determinada pelos pontos
e .

Unidade 4 233

2011_geometria_analitica.indd 233 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

5) Determinar o valor de de modo que as retas


e , sejam ortogonais.

6) Determinar a equação geral do plano:


a) que possui o ponto e é perpendicular ao vetor
.
b) Que passa pelos pontos , e .

7) Determinar a equação paramétrica do plano que passa pelos pontos


, e .

8) Determinar a equação geral do plano determinado pelas retas


e .

9) Calcule o ângulo formado entre a reta e o plano


.

10) Determinar a distância da reta ao plano


.

11) Determinar a equação dos planos das paredes e do telhado da casa


abaixo.

234

2011_geometria_analitica.indd 234 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

12) Converter as equações em coordenadas cilíndricas e representá-las


graficamente utilizando um software de geometria dinâmica.
a)

b)

13) Converter em coordenada esférica e representá-la


graficamente com um software de geometria dinâmica.

14) Esboçar no espaço bidimensional as seguintes curvas.


a) ,

b)

15) Esboçar no espaço tridimensional das seguintes curvas, conferir com


um software de geometria dinâmica.
a) ,

b)

Saiba mais

Para saber mais sobre esses assuntos, uma boa sugestão é


pesquisar e estudar em livros de Geometria Analítica e de
Introdução ao Cálculo Vetorial.

Unidade 4 235

2011_geometria_analitica.indd 235 11/12/16 15:47


2011_geometria_analitica.indd 236 11/12/16 15:47
Para concluir o estudo

Na disciplina de Geometria Analítica, você aprendeu conceitos


importantes, efetuou operações com matrizes, resolveu sistemas
lineares, vetores e seus produtos; trabalhou com retas no plano e
no espaço, determinou equações do plano no espaço e curvas no
espaço.

Parabenizamos a você pela dedicação e esforço despendido para


vencer mais esta etapa. Procuramos em todo momento, durante
a elaboração deste livro didático, abordar os conteúdos visando a
um fácil entendimento e a uma aprendizagem progressiva.

Esperamos ter contribuído para sua formação e que você, caro


aluno, tenha atingido os objetivos propostos pela disciplina e
esteja preparado para dar continuidade ao curso e utilizar esses
conhecimentos nas mais diversas situações, sejam essas escolares
ou não.

Um grande abraço a todos e sucesso!!

2011_geometria_analitica.indd 237 11/12/16 15:47


2011_geometria_analitica.indd 238 11/12/16 15:47
Referências

ANTON, Howard. Cálculo: um novo horizonte. 6. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2002, 578 p. 2.v.
BOYER, Carl B. História da matemática. 2. ed. São Paulo: E. Blucher, 1996.
EVES, Howard. Introdução a História da Matemática. 3. ed. São Paulo:
Editora da UNICAMP, 2002.
FREUDENRICH, Craig. Como funciona o DNA. HowStuffWorks, 5 set.
2008. Disponível em: <http://saude.hsw.uol.com.br/dna.htm>. Acesso
em: 30 jun. 2011.
GONÇALVES, Mirian Buss. Cálculo C: Funções vetoriais, integrais
curvilíneas, Integrais de superfície. 2. ed. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 1994.
364 p.
GONÇALVES, Mírian Buss; FLEMMING, Diva Marília. Cálculo B: funções de
várias variáveis integrais duplas e triplas. 2. ed. São Paulo: Makron Books
do Brasil, 2007.
HALLIDAY, David, Fundamentos de Física. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC 2001.
SMOLE, Kátia C.S. Matemática: 3ª série, Ensino Médio. 3. ed.. São Paulo:
Saraiva, 2003. 3.v.
STEINBRUCH, Alfredo; WINTERLE, Paulo. Geometria analítica. 2. ed. São
Paulo: Makron Books, 1987.
VENTURI, Jacir J. Álgebra Vetorial e Geometria Analítica. 9. ed. Curitiba:
Ed. Unificado, 2009. Disponível em: <www.geometriaanalitica.com.br>.
Acesso em: 20 jun. 2011.

2011_geometria_analitica.indd 239 11/12/16 15:47


2011_geometria_analitica.indd 240 11/12/16 15:47
Sobre os professores conteudistas

Mario Selhorst é licenciado em Matemática pela Universidade


do Sul de Santa Catarina (UNISUL - 1997). Especialista em
Matemática Superior pela Fundação Educacional Severino
Sombra (FUSVE - 1998). Mestre em Engenharia de Produção
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC - 2001).
Professor da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina desde
1983. Professor da UNISUL desde 1988, atuando em cursos de
Graduação e Especialização presencial e a distância. Exerceu o
cargo de Secretário Municipal de Educação do Município de São
Martinho – SC, no período de 1997 a 2007. É coautor do livro
de Geometria Analítica da UnisulVirtual.

Carlos Henrique Hobold é licenciado em Matemática pela


Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista
em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ouro Fino. Mestre em Engenharia de Produção pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É professor
horista na UNISUL desde 1989, onde tem atua como professor
nos cursos de Licenciatura em Matemática, Licenciatura em
Química, Administração, Engenharia Civil, Engenharia
Química, Química Industrial. É professor na Rede Pública
Estadual, desde 1990.

2011_geometria_analitica.indd 241 11/12/16 15:47


2011_geometria_analitica.indd 242 11/12/16 15:47
Respostas e comentários das
atividades de autoavaliação

Unidade 1

Resposta 1
Representamos a matriz M onde i e j são os índices:

Resposta 2
Observando a adição podemos escrever:

Resposta 3
3) Se a matriz D é dada por , determine .

Se , podemos escrever matriz transposta:

Como =

2011_geometria_analitica.indd 243 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

Resposta 4

Resposta 5

Resposta 6

Multiplicando temos:

Que dá origem aos sistemas:

244

2011_geometria_analitica.indd 244 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

Resolvendo temos:
a = , b = 3, c = , d = 4 e a matriz fica assim constituída:

Resposta 7
Para resolver esta questão, utilizamos a multiplicação de matrizes. Se o
chamarmos de T a matriz dos ingredientes e de P a matriz dos preços,
podemos escrever:

Multiplicando as matrizes temos:

Assim, podemos responder a questão:


Na cidade X o doce A irá custar 20 reais, o doce B 29 reais e o doce C 18
reais. Na cidade Y, o doce A irá custar 16 reais, o doce B 21 reais e o doce C
13 reais.

Resposta 8
Chamando de I a matriz dos ingredientes e de Q a quantidade de
sanduíches vendidos, temos:

Multiplicando:

245

2011_geometria_analitica.indd 245 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

Assim, a quantidade de cada ingrediente é:


Queijo: 390 gramas
Salada: 675 gramas
Presunto: 465 gramas
Maionese: 300 gramas

Resposta 9
a) A matriz A é de ordem 2, logo, o determinante pode ser calculado pelo
cálculo da diferença entre o produto das diagonais:

b) A matriz B é de ordem 2, logo, o determinante pode ser calculado pelo


cálculo da diferença entre o produto das diagonais

c) A matriz B é de ordem 3, logo, o determinante pode ser calculado com a


Regra de Sarrus.
⎡ 2 4 1⎤
Organizando a matriz C = ⎢ −3 2 4 ⎥ com a repetição das duas
⎢ ⎥
⎢⎣ 0 2 1 ⎥⎦
primeiras colunas e multiplicando as diagonais, temos:

2 4 1 2 4
DetC = −3 2 4 −3 2 = 2.2.1 + 4.4.0 + 1.(−3).2 − 0.2.1 − 2.4.2 − 1.((−3).4 =
0 2 1 0 2
= 4 − 6 − 16 + 12 = −6

d) A matriz D é de ordem 4, logo o determinante pode ser calculado com o


Teorema de Laplace.
⎡3 2 1 1⎤
⎢1 0 2 3 ⎥⎥
Escolhemos uma linha ou coluna da matriz D = ⎢ de
⎢3 0 1 4⎥
⎢ ⎥
⎣2 0 2 3⎦
preferência que possua o maior número de zeros, assim vamos escolher a
segunda coluna:

246

2011_geometria_analitica.indd 246 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

3 2 1 1
1 2 3 3 1 1 3 1 1
1 0 2 3
det D = 1+ 2 2+ 2 3+ 2
= 2.(−1) 3 1 4 + 0.(−1) 3 1 4 + 0.(−1) 1 2 3 +
3 0 1 4
2 2 3 2 2 3 2 2 3
2 0 2 3
3 1 1
4+ 2
+0.(−1) 1 2 3 = 2.(−1)3 .5 + 0 + 0 + 0 = 2.(−1).5 = −10
3 1 4

Resposta 10
Primeiro temos que elaborar as equações que relacionam os dados:

x y
y

O perímetro do quadrado é e do hexágono regular é , assim .

Da diferença entre as medidas dos lados obtemos , dando origem ao


sistema de equações lineares:

Resolvendo o sistema temos que x =6cm e .


Utilizando os conceitos de área estudados em geometria, temos que:
A área do quadrado é .

A área do hexágono regular é

Respostas 11
Você pode resolver a questão construindo um gráfico por meio de um software ou
manualmente.

247

2011_geometria_analitica.indd 247 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

11a) O sistema linear tem:

Assim, e , logo a solução é

11b) O sistema linear tem:

Substituindo a 1a e 2a colunas, respectivamente, pelos termos independentes do


sistema, encontramos:

Assim, e , logo a solução é .

11c) No sistema linear temos:

Substituindo a 1a, 2a e 3a coluna, respectivamente, pelos termos independentes do


sistema, encontramos:

248

2011_geometria_analitica.indd 248 11/12/16 15:47


Geometria Analítica

Pode-se então, encontrar os valores das incógnitas:

Logo, .

11d) No sistema linear temos:

Substituindo a 1a, 2a e 3a coluna, respectivamente, pelos termos independentes do


sistema, encontramos:

Pode-se então, encontrar os valores das incógnitas:


Logo, .

11e) O sistema linear tem:

Substituindo a 1a e 2a colunas, respectivamente, pelos termos independentes do


sistema, encontramos:

Como são todos iguais a zero podemos concluir que o sistema é possível e
indeterminado (SPI).

249

2011_geometria_analitica.indd 249 11/12/16 15:47


Universidade do Sul de Santa Catarina

As frações, e , são indeterminações que admitem

inúmeras soluções.
Resolvendo este sistema graficamente, você perceberá que as retas que correspondem às
equações são coincidentes, têm todos os pontos em comum.

11f) No sistema linear temos:

Substituindo a 1a, 2a e 3a coluna, respectivamente, pelos termos independentes do sistema,


encontramos:

Procurando determinar os valores das incógnitas:

impossível impossível

Logo, o sistema não tem solução, é um sistema impossível (SI).


Resolvendo este sistema graficamente você perceberá que as retas que correspondem às
equações são paralelas, não têm ponto comum.

Resposta 12
Construindo as equações e montando o sistema linear, temos:

250

2011_geometria_analitica.indd 250 11/12/16 15:48


Geometria Analítica

Calculando o determinante da matriz dos coeficientes:

Substituindo a 1a, 2a e 3a coluna, respectivamente, pelos termos


independentes do sistema, encontramos:

Pode-se então, encontrar os valores das incógnitas:

Logo, concluiu que o preço da carne foi R$ 8,20 por kg, do peixe R$ 4,80
por kg e do frango R$ 2,30 por kg.

251

2011_geometria_analitica.indd 251 11/12/16 15:48


Universidade do Sul de Santa Catarina

Unidade 2
1) a)

Vamos utilizar a regra do polígono. Para isso transportamos os vetores


e com mesma direção, mesmo sentido e mesmo comprimento, fazendo
com que a origem de coincida com a extremidade de Ligando a
origem de com a extremidade de , temos a soma de e conforme
mostramos na figura:

a+b

b)

Usando a regra do polígono, representamos:

-2b

a - 2b + c

Tal como no item a, transportamos os vetores de modo que a origem de


cada um deles coincida com a extremidade do anterior. O resultado da
operação corresponde ao vetor que inicia na origem do primeiro vetor e
termina na extremidade do último.

2) Primeiramente, vamos determinar os vetores e .

252

2011_geometria_analitica.indd 252 11/12/16 15:48


Geometria Analítica

Calculando o valor da expressão , temos:

ou

3) a)
Calculando:

b)
Neste caso podemos calcular inicialmente algumas partes da expressão:

Calculando o valor de toda a expressão, temos:

4) Sabemos que o módulo de um vetor é dado por .


Adaptando temos:
, como
, elevando os dois lados da igualdade ao quadrado:

Logo, o valor de pode ser e 3.

5) Para que e sejam ortogonais, devemos ter o produto escalar destes


vetores nulo, ou seja, .

253

2011_geometria_analitica.indd 253 11/12/16 15:48


Universidade do Sul de Santa Catarina

Assim, ,

multiplicando por ( ), temos

6) Fazendo um esboço do triângulo podemos representar os lados CB e CA


como vetores. Para determinar o ângulo entre dois vetores e ,
utilizamos a expressão , em que é o ângulo entre os lados
no vértice C.
Chamando de o vetor e de o vetor , temos a representação:

B
u

α
C

A v

Primeiramente, determinamos os vetores e .

Em seguida, o produto escalar e o módulo desses vetores:

Calculando o ângulo com , temos:

254

2011_geometria_analitica.indd 254 11/12/16 15:48


Geometria Analítica

Logo, o ângulo mede aproximadamente 36,27°.


7) Considerando um vetor , os cossenos diretores de são as
expressões:
, e

Substituindo estas expressões na equação dada, temos:

Como módulo do vetor é , podemos


escrever que

Logo, se então , ou seja, .

Portanto,

8) Usando a relação demonstrada no exercício anterior,


, e nomeando , e , respectivamente,
como , e , temos:

Como , os ângulos descritos não satisfazem a condição e não são


ângulos diretores de um vetor.

255

2011_geometria_analitica.indd 255 11/12/16 15:48


Universidade do Sul de Santa Catarina

9) Desenhando podemos observar a situação:

60°
d = 8m

Definimos o trabalho realizado por uma força como .


Assim, sendo , e , temos que o trabalho é:

Logo, .

10) a)
Inicialmente, calculamos os vetores que compõem o produto vetorial:

Para calcular o produto vetorial, utilizamos o cálculo do determinante dos


componentes dos vetores. Assim temos:

b)
Neste caso, primeiro calculamos a adição e depois o valor do produto misto.

256

2011_geometria_analitica.indd 256 11/12/16 15:48


Geometria Analítica

O produto misto é equivalente ao determinante da matriz composta pelos


componentes dos três vetores envolvidos:

c)

Já calculamos do item b, ou seja, .

Também

Assim, temos os vetores que compõem o produto escalar:

11) O resultado do produto vetorial é o vetor que é simultaneamente ortogonal


aos vetores e . Calculando o produto vetorial,

Concluímos que é simultaneamente ortogonal a e .

Observação: Como não foi especificada a ordem dos vetores, o produto poderia ser
na ordem , que também é ortogonal a e .

12) A área de um triângulo é dado por , sendo e os vetores que


determinam dois dos lados do triângulo.

No exercício 6, os vetores obtidos foram e , vamos


calcular o determinante .

257

2011_geometria_analitica.indd 257 11/12/16 15:48


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como , ou seja, corresponde a metade do módulo do produto

vetorial, escrevemos:

u.a (unidades de área).

13) Se os pontos são coplanares, então, os vetores que podem ser construídos com esses
pontos também são coplanares. Para que três vetores sejam coplanares, o produto misto
destes é nulo, ou seja, . Como não temos os vetores , e , começamos
pela sua determinação.
Podemos escolher qualquer um dos pontos , , e como a origem dos vetores , e
. Escolhemos o ponto A, como na figura seguinte.

u
v
A C
w
D
Assim temos:

Para que os três vetores sejam coplanares

Calculando

Os vetores não são coplanares, consequentemente os pontos não estão no mesmo plano.

258

2011_geometria_analitica.indd 258 11/12/16 15:48


Geometria Analítica

14) O volume de um paralelepípedo determinado por três vetores , e


é dado pela expressão , ou seja, pelo módulo do produto
misto. Assim temos:

Como e , podemos escrever:

e resolvendo a equação modular, temos que:

ou

Resolvendo:

Logo, o valor de pode ser ou .

15) Podemos observar que a força de intensidade está na direção


do eixo e forma um ângulo de com o segmento . O vetor
, por estar na direção do eixo e o vetor força .

O vetor torque é dado pelo produto vetorial .


Assim,

Calculando a intensidade (ou módulo) do torque teremos:

259

2011_geometria_analitica.indd 259 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Também podemos calcular utilizando a expressão:

Unidade 3

Resposta 1
Determinando o coeficiente angular da reta r:

Se as retas r e s são perpendiculares então


Assim:
A equação da reta s então é:

Resposta 2
Podemos resolver a questão identificando os pares de pontos que compõe
a situação:
A (2400, 2100) e B (4200, 2800).
A função consumo é representada pela equação da reta que passa pelos
dois pontos. Assim temos:

260

2011_geometria_analitica.indd 260 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Resposta 3
Teremos o nivelamento quando

Portanto, quando , teremos o nivelamento, ou seja:



Resposta 4
As retas r e s são paralelas entre si. Logo, a distância entre elas será dada
pela distância de qualquer ponto de uma delas até a outra reta.
Tomando arbitrariamente o ponto , podemos escrever:

Resposta 5
A circunferência tem equação
a) Os pontos de intersecção com o eixo x têm coordenadas ,
portanto:

Logo, os pontos são e .

b) Os pontos de intersecção com o eixo y têm coordenadas ,


portanto:

261

2011_geometria_analitica.indd 261 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Logo, os pontos são e .

c) Os pontos de ordenada 9 têm coordenadas .

Logo, os pontos são e .

d) Os pontos de abscissa 20 têm coordenadas

A equação não tem solução real, portanto, nenhum ponto da


circunferência tem abscissa 20.

Resposta 6
Para resolver a questão precisamos encontrar a distância de um dos
pontos de uma das ruas à reta que passa pelos pontos da outra rua.
Podemos escolher então a distância do ponto a reta .
Determinando a reta

Calculando a distância, temos:

262

2011_geometria_analitica.indd 262 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Resposta 7
Para determinar a equação precisamos do centro, que corresponde ao
ponto médio do segmento, e do raio que corresponde a distância entre o
ponto médio e uma extremidade do segmento.

Ponto médio

Centro:

Raio:

Assim a equação da circunferência é:

Resposta 8
Para resolver, fazemos o esboço abaixo: inicialmente determinamos a
equação da reta r paralela a t que passa pelo centro C da circunferência;
depois determinamos as intersecções A e B da reta r com a circunferência
e, em seguida, as retas tangentes a circunferência, que passam nos pontos
A e B e são perpendiculares a reta t.

s
r
A
t
C
w

Centro da circunferência:

Coeficiente angular da reta t:

263

2011_geometria_analitica.indd 263 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Coeficiente angular da reta r:


Equação da reta r:

Pontos de intersecção da reta r com a circunferência

Assim, os pontos são e .


Como a reta t é horizontal e seu coeficiente angular é zero, retas
perpendiculares à t são verticais e não têm coeficiente angular. São do tipo

Logo, as retas são e .

Resposta 9
a) Resolvendo:
Distância focal:
Eixo menor:
Relação fundamental:

Equação:

264

2011_geometria_analitica.indd 264 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Esboço do gráfico:

2
C

0
-4 -2 0 2 4

-10

b) Resolvendo:
Eixo maior:
Distância focal:
Relação fundamental:
Equação:

Esboço do gráfico:

20

d 10

0
-20 -10 0 10 20

-10

c) Resolvendo:
Eixo menor:
Extremos no eixo y:

265

2011_geometria_analitica.indd 265 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Equação com eixo maior em y:


Esboço do gráfico:

0
-5 0 20

c -10

-5

d) Resolvendo:
Excentricidade:

Relação fundamental:
Equação com eixo maior em y:
Esboço do gráfico:

10

0
-5
-5 0 5

c
-5

-10

Resposta 10
Distância focal da hipérbole:
Eixo real:

266

2011_geometria_analitica.indd 266 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Relação fundamental:
Equação com eixo real em x:

Excentricidade:

Resposta 11
O que queremos calcular é a distância focal que é a distância focal: 2c
O eixo menor é no eixo x:
Pela definição de elipse
Como a corda da figura mede 8 m, temos:
Relação fundamental:
Logo, a distância entre as estacas,
Ou seja,

Resposta 12
Dividindo a equação por 144, temos:

Pela equação que tem como modelo , é uma hipérbole com

centro na origem e focos no eixo , onde e .


Relação fundamental:

Assim:
a) Os focos têm coordenadas e ; os extremos do eixo real
são os pontos e ; os extremos do eixo imaginário são os pontos
e .

267

2011_geometria_analitica.indd 267 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

b) A intersecção se dá pela solução do sistema:

Resolvendo encontramos os pontos e .

Resposta 13
a) Vértice (0,0) e foco (2,0)
A parábola tem centro na origem e concavidade voltada para a direita e
sua equação é do tipo .
A distância do vértice ao foco é .
Logo, sua equação é

Gráfico:

0
-4 -2 0 2

-2

-4

b) Vértice (0,0) e diretriz .


Como a parábola tem centro na origem e a diretriz é uma reta horizontal
acima do eixo das abscissas, podemos concluir que esta tem concavidade
voltada para baixo e equação do tipo

268

2011_geometria_analitica.indd 268 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Assim, a equação da parábola é: .

Gráfico:

0
-10 -5 0 5 10

-5

Resposta 14
Vamos considerar a parábola com o eixo sobre o eixo das ordenadas e o
segmento AB sobre o eixo das abscissas. Assim, o vértice da parábola, fora
da origem, é o ponto e um dos seus pontos pode ser encontrado:
.
Vejamos na figura:

C D (40,50)
F

h2 h1
d

A -20 0 -30 B

A concavidade é voltada para cima, logo a equação é do tipo

Substituindo os valores podemos determinar p.

269

2011_geometria_analitica.indd 269 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como podemos concluir que a equação da parábola é:

A reta diretriz , que corresponde ao


segmento AB.

Determinar e significa encontrar as ordenadas dos pontos e


.

Para o ponto temos pela equação :

Para o ponto temos pela equação :

Resposta 15

a) = eixo x e P(9,6)
Como o vértice é na origem, o eixo de simetria no eixo x e o ponto P está
situado no primeiro quadrante podemos concluir que a concavidade é
voltada para a direita e sua equação é do tipo .
Substituindo P:

Logo, a equação é .

270

2011_geometria_analitica.indd 270 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

b) = eixo y e P(1,1)
Como o vértice é na origem, o eixo de simetria no eixo y e o ponto P está
situado no primeiro quadrante podemos concluir que a concavidade é
voltada para cima e sua equação é do tipo .
Substituindo P:

Logo, a equação é .

Resposta 16

Ponto :
Como e , aplicamos a relação de transformação
e .
Assim:

Como e o ponto está situado no primeiro quadrante,


, logo, o ponto polar é .

Ponto :
Como e , aplicamos a relação de transformação
e .
Assim:

271

2011_geometria_analitica.indd 271 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

Como e o ponto está situado no primeiro quadrante, , logo, o


ponto polar é .

Resposta 17
a)
Como , temos:

b)
Como e , temos:

Unidade 4
Exercício 1)
Resolução:
Observe a figura a seguir:

272

2011_geometria_analitica.indd 272 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

O ponto M é o ponto médio de AB, então a reta formada pelos pontos M e C é a reta mediana
do lado AB.

, onde , logo ponto .

Para achar o vetor diretor vamos fazer

As equações paramétricas são da forma , então vamos substituir o vetor

e um dos pontos M ou C , logo , ou .

As equações simétricas são da forma , também substituindo o


vetor e o ponto, temos .

Exercício 2

a) e

Resolução:
Vamos trabalhar com o vetor , vetor diretor da reta e o vetor .
Primeiro vamos verificar se os vetores e são paralelos, aplicando a condição de
paralelismo entre dois vetores: , logo são paralelos pois existe uma constante de
proporcionalidade igual a .
Por serem paralelos os vetores diretores, as retas são paralelas e duas retas paralelas são
coplanares.

273

2011_geometria_analitica.indd 273 11/12/16 15:50


Universidade do Sul de Santa Catarina

b) e

Resolução:
Vamos primeiro trabalhar com os vetores diretores de e : o vetor diretor
de é e de é , vamos verificar se os dois são
paralelos com a proporção:

Não podemos estabelecer uma constante entre eles, logo não são
paralelos.

Agora então teremos que aplicar a condição de coplanariedade entre três


vetores: temos que obter outro vetor, que pode ser obtido através de um
ponto da reta e outro de , ou seja, e .
Fazemos

Aplicando a condição de coplanariedade entre três vetores temos:

, logo os

vetores não são paralelos, consequentemente, as retas não são paralelas.

Exercício 3

a)

Para termos o vetor, podemos proceder de duas maneiras:


A primeira é transformar a equação da reta na forma simétrica isolando o z
nas duas expressões , logo o vetor diretor é .
A outra forma é achar os dois pontos pertencentes a r, dando valores
aleatórios para z.
Seja

274

2011_geometria_analitica.indd 274 11/12/16 15:50


Geometria Analítica

Logo, um fica definido como .


Seja também .
Logo, o ponto fica definido como sendo .
Na sequência, fazemos ,
que é um múltiplo de . Para traçarmos o gráfico utilizaremos os dois
pontos:

3
B
A
-4

-5 7
y
2

b)

Observamos que esta equação está na forma reduzida com variável


independente , vamos então achar dois pontos pertencentes a reta
como, por exemplo, se logo, o ponto ,
se , logo, o ponto .
O vetor , será obtido fazendo .
Marcando a reta:
z

5
B

275

2011_geometria_analitica.indd 275 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Exercício 4
Resolução:
Para calcularmos o ângulo entre duas retas precisamos trabalhar com seus
vetores diretores:

O vetor diretor da reta é obtido fazendo

o vetor diretor de é obtido fazendo


.

Aplicando a relação:

Exercício 5
Resolução:
Devemos trabalhar com os vetores diretores das retas e aplicar a condição
de ortogonalidade entre duas retas. Como as retas estão na forma
simétrica os seus vetores diretores são respectivamente e

A condição de ortogonalidade é . Assim:

Logo o valor de .

276

2011_geometria_analitica.indd 276 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

Exercício 6
Resolução:
a) que possui o ponto e é perpendiculr ao vetor .

Como é perpendicular ao plano, podemos usar o vetor como vetor normal


ao plano. Substituindo o vetor na equação geral do plano ,
temos:

Falta achar o número d substituindo o ponto :

Logo, a equação geral da reta fica definida como .

b) Que passa pelos pontos , e .


Resolução:

Vamos ter que achar o vetor normal ao plano:

Substituindo na equação geral do plano obtemos


16x – 6y – z + d = 0.
Para achar o valor de d, substituímos qualquer um dos três pontos, seja o ponto
:

Logo a equação é: 16x – 6y – z + 29 = 0.

Exercício 7
Para determinar as equações paramétricas do plano precisamos de dois vetores
paralelos ao plano, como temos três pontos podemos determinar os vetores e
.

277

2011_geometria_analitica.indd 277 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Equações paramétricas tem a forma

Substituindo os vetores e um dos pontos, seja o ponto , temos:

Exercício 8
Precisamos dos vetores diretores das retas. O vetor diretor da reta é e da
reta é .

Agora verificamos se são paralelos ou não: comparando temos que .

Como não são paralelos determinamos o vetor normal fazendo o produto vetorial:

Com o vetor normal montamos a equação geral do plano a partir da equação geral
.
Para encontrar o valor de escolhemos um dos pontos pertencente a uma das retas, seja
o ponto .

Substituindo na equação:

Assim a equação fica sendo - 4x - 2y + 4z - 16 = 0 , que pode ser toda dividida por
.

Logo, a equação é 2x + y - 2z + 8 = 0.

278

2011_geometria_analitica.indd 278 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

Exercício 9
Vamos, inicialmente, encontrar o vetor diretor da reta transformando-a na forma
simétrica: , logo .

O vetor normal de é .

O ângulo entre reta e plano é definido por .

Calculando os componentes da equação:

Substituindo, temos:

Exercício 10
Inicialmente verificamos se a reta e o plano são paralelos, considerando o vetor
diretor da reta e o vetor normal ao plano.

O vetor diretor da reta é e o vetor normal do plano é .

Aplicamos a condição de paralelismo entre reta e plano:

, logo a reta e o plano são


paralelos.

Para calcular a distância utilizando a expressão , ainda

precisamos de um ponto pertencente a reta. O ponto expresso na primeira


equação é

279

2011_geometria_analitica.indd 279 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Substituindo os valores:

Exercício 11
O plano formado pela parede é de equação , pois a
parede só corta o eixo .

O plano formado pela parede é de equação , pois a


parede só corta o eixo .

O plano formado pela parede é de equação , representado


também pelo plano .

O plano formado pela parede é de equação , representado


também pelo plano .
O plano do telhado pode ser calculado através das coordenadas
dos pontos , e . Vamos utilizar a
fórmula:

Logo, a equação é , que ainda podemos dividir por


, e teremos:

O plano do telhado , pode ser determinado do mesmo modo, a


partir dos pontos , e

280

2011_geometria_analitica.indd 280 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

Logo, a equação fica definida por , dividindo por


, temos: .

Exercício 12

a)

Em coordenadas cilíndricas e . Substituindo temos:

O gráfico é:

z
5

x y

-5
-5 -5

y x

5 5

b)

281

2011_geometria_analitica.indd 281 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Substituindo, temos:

O gráfico é:

z 9

-1

-5
-5 y
x
x
y

Exercício 13

Em coordenadas esféricas, , ,
Desenvolvendo e substituindo na equação:

282

2011_geometria_analitica.indd 282 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

y
x
z

5 -5
y 5
x
-5 -5

Exercício 14
a) ,

Escrevendo a equação na forma paramétrica temos:


Propondo valores para o parâmetro :

t x y

283

2011_geometria_analitica.indd 283 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Os pontos obtidos marcam alguns de uma elipse.


y

2 6 x
-2

b)
Representando na forma paramétrica, temos: .

Montando a tabela:

t x y

284

2011_geometria_analitica.indd 284 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

Representando os pontos temos a curva construída manualmente

y
8

1
-2 -1
0 1 2 x

-8

Exercício 15

a) ,

Representando na forma paramétrica

285

2011_geometria_analitica.indd 285 11/12/16 15:51


Universidade do Sul de Santa Catarina

Construindo uma tabela:

t x y z

A equação corresponde a espiral da figura

z
(3,0,2π)

(-1,0,π)

(0,-3, 3π )
2

(0,3, π )
2

(3,0,0)
x

286

2011_geometria_analitica.indd 286 11/12/16 15:51


Geometria Analítica

b)

Na forma paramétrica

Construindo a tabela:

t x y z

Temos o gráfico:
z

3
-2
-1
0
1 1 4 y
2

287

2011_geometria_analitica.indd 287 11/12/16 15:51


2011_geometria_analitica.indd 288 11/12/16 15:51
Biblioteca Virtual

Veja a seguir os serviços oferecidos pela Biblioteca Virtual aos


alunos a distância:

„„ Pesquisa a publicações on-line


<www.unisul.br/textocompleto>
„„ Acesso a bases de dados assinadas
<www.unisul.br/bdassinadas>
„„ Acesso a bases de dados gratuitas selecionadas
<www.unisul.br/bdgratuitas >
„„ Acesso a jornais e revistas on-line
<www.unisul.br/periodicos>
„„ Empréstimo de livros
<www.unisul.br/emprestimos>
„„ Escaneamento de parte de obra1

Acesse a página da Biblioteca Virtual da Unisul, disponível no EVA,


e explore seus recursos digitais.
Qualquer dúvida escreva para: bv@unisul.br

1 Se você optar por escaneamento de parte do livro, será lhe enviado o


sumário da obra para que você possa escolher quais capítulos deseja solicitar
a reprodução. Lembrando que para não ferir a Lei dos direitos autorais (Lei
9610/98) pode-se reproduzir até 10% do total de páginas do livro.

2011_geometria_analitica.indd 289 11/12/16 15:51


capa_curva.pdf 1 12/01/20 15:03

CM

MY

CY

CMY

ISBN 978-85-7817-252-7

9 788578 172527

Você também pode gostar