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em Gestão de Pessoas
Micheli Campanaro Garcia Ghisleni
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Reitor Coordenadores Graduação Marilene de Fátima Capeleto Patrícia de Souza Amorim Karine Augusta Zanoni
Ailton Nazareno Soares Aloísio José Rodrigues Patricia A. Pereira de Carvalho Poliana Simao Marcia Luz de Oliveira
Ana Luísa Mülbert Paulo Lisboa Cordeiro Schenon Souza Preto Mayara Pereira Rosa
Vice-Reitor Ana Paula R.Pacheco Paulo Mauricio Silveira Bubalo Luciana Tomadão Borguetti
Sebastião Salésio Heerdt Artur Beck Neto Rosângela Mara Siegel Gerência de Desenho e
Bernardino José da Silva Simone Torres de Oliveira Desenvolvimento de Materiais Assuntos Jurídicos
Chefe de Gabinete da Reitoria Charles Odair Cesconetto da Silva Vanessa Pereira Santos Metzker Didáticos Bruno Lucion Roso
Willian Corrêa Máximo Dilsa Mondardo Vanilda Liordina Heerdt Márcia Loch (Gerente) Sheila Cristina Martins
Diva Marília Flemming Marketing Estratégico
Pró-Reitor de Ensino e Horácio Dutra Mello Gestão Documental Desenho Educacional
Lamuniê Souza (Coord.) Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Rafael Bavaresco Bongiolo
Pró-Reitor de Pesquisa, Itamar Pedro Bevilaqua
Pós-Graduação e Inovação Jairo Afonso Henkes Clair Maria Cardoso Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.) Portal e Comunicação
Daniel Lucas de Medeiros Aline Cassol Daga Catia Melissa Silveira Rodrigues
Mauri Luiz Heerdt Janaína Baeta Neves
Aline Pimentel
Jorge Alexandre Nogared Cardoso Jaliza Thizon de Bona Andreia Drewes
Pró-Reitora de Administração José Carlos da Silva Junior Guilherme Henrique Koerich Carmelita Schulze Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Acadêmica José Gabriel da Silva Josiane Leal Daniela Siqueira de Menezes Rafael Pessi
Marília Locks Fernandes Delma Cristiane Morari
Miriam de Fátima Bora Rosa José Humberto Dias de Toledo
Eliete de Oliveira Costa
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Pró-Reitor de Desenvolvimento Luiz G. Buchmann Figueiredo Gerência Administrativa e Eloísa Machado Seemann Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
e Inovação Institucional Marciel Evangelista Catâneo Financeira Flavia Lumi Matuzawa Francini Ferreira Dias
Renato André Luz (Gerente) Geovania Japiassu Martins
Valter Alves Schmitz Neto Maria Cristina Schweitzer Veit
Ana Luise Wehrle Isabel Zoldan da Veiga Rambo Design Visual
Maria da Graça Poyer
Diretora do Campus Mauro Faccioni Filho Anderson Zandré Prudêncio João Marcos de Souza Alves Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Universitário de Tubarão Moacir Fogaça Daniel Contessa Lisboa Leandro Romanó Bamberg Alberto Regis Elias
Milene Pacheco Kindermann Nélio Herzmann Naiara Jeremias da Rocha Lygia Pereira Alex Sandro Xavier
Onei Tadeu Dutra Rafael Bourdot Back Lis Airê Fogolari Anne Cristyne Pereira
Diretor do Campus Universitário Patrícia Fontanella Thais Helena Bonetti Luiz Henrique Milani Queriquelli Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
da Grande Florianópolis Roberto Iunskovski Valmir Venício Inácio Marcelo Tavares de Souza Campos Daiana Ferreira Cassanego
Hércules Nunes de Araújo Rose Clér Estivalete Beche Mariana Aparecida dos Santos Davi Pieper
Gerência de Ensino, Pesquisa e Marina Melhado Gomes da Silva Diogo Rafael da Silva
Secretária-Geral de Ensino Vice-Coordenadores Graduação Extensão Marina Cabeda Egger Moellwald Edison Rodrigo Valim
Adriana Santos Rammê Janaína Baeta Neves (Gerente) Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Fernanda Fernandes
Solange Antunes de Souza Aracelli Araldi Pâmella Rocha Flores da Silva
Bernardino José da Silva Frederico Trilha
Diretora do Campus Catia Melissa Silveira Rodrigues Rafael da Cunha Lara Jordana Paula Schulka
Elaboração de Projeto Roberta de Fátima Martins Marcelo Neri da Silva
Universitário UnisulVirtual Horácio Dutra Mello Carolina Hoeller da Silva Boing
Jucimara Roesler Jardel Mendes Vieira Roseli Aparecida Rocha Moterle Nelson Rosa
Vanderlei Brasil Sabrina Bleicher Noemia Souza Mesquita
Joel Irineu Lohn Francielle Arruda Rampelotte
Equipe UnisulVirtual José Carlos Noronha de Oliveira Verônica Ribas Cúrcio Oberdan Porto Leal Piantino
José Gabriel da Silva Reconhecimento de Curso
José Humberto Dias de Toledo Acessibilidade Multimídia
Diretor Adjunto Maria de Fátima Martins Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Sérgio Giron (Coord.)
Moacir Heerdt Luciana Manfroi
Rogério Santos da Costa Extensão Letícia Regiane Da Silva Tobal Dandara Lemos Reynaldo
Secretaria Executiva e Cerimonial Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Maria Cristina Veit (Coord.) Mariella Gloria Rodrigues Cleber Magri
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Sergio Sell Vanesa Montagna Fernando Gustav Soares Lima
Marcelo Fraiberg Machado Pesquisa Josué Lange
Tatiana Lee Marques Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Avaliação da aprendizagem
Tenille Catarina Valnei Carlos Denardin Claudia Gabriela Dreher Conferência (e-OLA)
Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)
Assessoria de Assuntos Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Jaqueline Cardozo Polla Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Internacionais Pós-Graduação Nágila Cristina Hinckel Bruno Augusto Zunino
Coordenadores Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Sabrina Paula Soares Scaranto
Murilo Matos Mendonça Aloísio José Rodrigues Gabriel Barbosa
Anelise Leal Vieira Cubas Thayanny Aparecida B. da Conceição
Assessoria de Relação com Poder Biblioteca Produção Industrial
Público e Forças Armadas Bernardino José da Silva Salete Cecília e Souza (Coord.) Gerência de Logística Marcelo Bittencourt (Coord.)
Adenir Siqueira Viana Carmen Maria Cipriani Pandini Paula Sanhudo da Silva Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Walter Félix Cardoso Junior Daniela Ernani Monteiro Will Marília Ignacio de Espíndola Gerência Serviço de Atenção
Giovani de Paula Renan Felipe Cascaes Logísitca de Materiais Integral ao Acadêmico
Assessoria DAD - Disciplinas a Karla Leonora Dayse Nunes Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Maria Isabel Aragon (Gerente)
Distância Letícia Cristina Bizarro Barbosa Gestão Docente e Discente Abraao do Nascimento Germano Ana Paula Batista Detóni
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Luiz Otávio Botelho Lento Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Bruna Maciel André Luiz Portes
Carlos Alberto Areias Roberto Iunskovski Fernando Sardão da Silva Carolina Dias Damasceno
Cláudia Berh V. da Silva Rodrigo Nunes Lunardelli Capacitação e Assessoria ao Fylippy Margino dos Santos Cleide Inácio Goulart Seeman
Conceição Aparecida Kindermann Rogério Santos da Costa Docente Guilherme Lentz Denise Fernandes
Luiz Fernando Meneghel Thiago Coelho Soares Alessandra de Oliveira (Assessoria) Marlon Eliseu Pereira Francielle Fernandes
Renata Souza de A. Subtil Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Adriana Silveira Pablo Varela da Silveira Holdrin Milet Brandão
Alexandre Wagner da Rocha Rubens Amorim
Assessoria de Inovação e Jenniffer Camargo
Gerência Administração Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Yslann David Melo Cordeiro Jessica da Silva Bruchado
Qualidade de EAD Acadêmica Elizete De Marco
Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Jonatas Collaço de Souza
Angelita Marçal Flores (Gerente) Fabiana Pereira Avaliações Presenciais
Andrea Ouriques Balbinot Juliana Cardoso da Silva
Fernanda Farias Iris de Souza Barros Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Carmen Maria Cipriani Pandini Juliana Elen Tizian
Juliana Cardoso Esmeraldino Ana Paula de Andrade
Secretaria de Ensino a Distância Kamilla Rosa
Maria Lina Moratelli Prado Angelica Cristina Gollo
Assessoria de Tecnologia Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Simone Zigunovas
Mariana Souza
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Cristilaine Medeiros Marilene Fátima Capeleto
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Daiana Cristina Bortolotti
Felipe Fernandes Adenir Soares Júnior Tutoria e Suporte Maurício dos Santos Augusto
Felipe Jacson de Freitas Delano Pinheiro Gomes Maycon de Sousa Candido
Alessandro Alves da Silva Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Edson Martins Rosa Junior
Jefferson Amorin Oliveira Andréa Luci Mandira Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Monique Napoli Ribeiro
Phelipe Luiz Winter da Silva Fernando Steimbach Priscilla Geovana Pagani
Cristina Mara Schauffert Nordeste)
Fernando Oliveira Santos
Priscila da Silva Djeime Sammer Bortolotti Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Rodrigo Battistotti Pimpão Lisdeise Nunes Felipe Scheila Cristina Martins
Douglas Silveira Andreza Talles Cascais Marcelo Ramos
Tamara Bruna Ferreira da Silva Evilym Melo Livramento Daniela Cassol Peres Taize Muller
Marcio Ventura Tatiane Crestani Trentin
Fabiano Silva Michels Débora Cristina Silveira Osni Jose Seidler Junior
Coordenação Cursos Fabricio Botelho Espíndola Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Thais Bortolotti
Coordenadores de UNA Felipe Wronski Henrique Francine Cardoso da Silva
Diva Marília Flemming Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Janaina Conceição (Núcleo Sul) Gerência de Marketing
Marciel Evangelista Catâneo Indyanara Ramos Joice de Castro Peres Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente)
Roberto Iunskovski Janaina Conceição Karla F. Wisniewski Desengrini
Jorge Luiz Vilhar Malaquias Kelin Buss Relacionamento com o Mercado
Auxiliares de Coordenação Juliana Broering Martins Liana Ferreira Alvaro José Souto
Ana Denise Goularte de Souza Luana Borges da Silva Luiz Antônio Pires
Camile Martinelli Silveira Luana Tarsila Hellmann Maria Aparecida Teixeira Relacionamento com Polos
Fabiana Lange Patricio Luíza Koing Zumblick Mayara de Oliveira Bastos Presenciais
Tânia Regina Goularte Waltemann Maria José Rossetti Michael Mattar Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Universidade do Sul de Santa Catarina
Auditoria e Consultoria
em Gestão de Pessoas
Livro Digital
Palhoça
UnisulVirtual
2012
Copyright © UnisulVirtual 2012
Coordenação de Curso
Maria Cristina Schweitzer Veit
Design Instrucional
Verônica Ribas Cúrcio
Diagramação
Fernanda Fernandes
Revisão
Papyrus Textos
ISBN
978-85-7817-463-7
658.3
G34 Ghisleni, Micheli Campanaro Garcia
Auditoria e consultoria em gestão de pessoas : livro digital /Micheli
Campanaro Garcia Ghisleni ; design instrucional [Silvana Souza da Cruz
Clasen], Verônica Ribas Cúrcio. – Palhoça : UnisulVirtual, 2012.
108 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-463-7
Auditoria e Consultoria
em Gestão de Pessoas
Livro Digital
Designer instrucional
Verônica Ribas Cúrcio
Palhoça
UnisulVirtual
2012
Sumário
5 Sumário
7 Apresentação
9 Palavras da professora
11 Plano de estudo
15 Unidade 1
Auditoria
31 Unidade 2
Consultoria
53 Unidade 3
Ferramentas de auditoria
71 Unidade 4
Auditor e Consultor
101 Minicurrículo
105 Referências
Apresentação
Caro/a estudante,
Tais materiais didáticos foram construídos especialmente para este curso, levando
em consideração as necessidades da sua formação e aperfeiçoamento profissional.
Atenciosamente,
Equipe UnisulVirtual
Palavras da professora
Caros Acadêmicos,
O setor de recursos humanos de uma empresa tem muitos processos que podem
ser auditados como é o caso do ponto eletrônico, este auditado pelo MTE
(Ministério do Trabalho e Empregos). O que pode ser visto nesse caso? Pode ser
uma questão do pagamento de horas extras ou do adicional noturno; e ainda
podemos verificar a questão do batimento propriamente dito, pois, assim, é
possível verificar se está sendo ajustado ou não. Podemos, também, ser auditados
pelos programas de qualidade da empresa.
Isso é um pouco do que estudaremos nesta disciplina. Espero que todos gostem
e consigam assimilar o máximo de conhecimento possível para, assim, poderem
disputar as melhores oportunidades oferecidas aos bons profissionais pelo
mercado de trabalho.
Objetivo geral
Capacitar o aluno para ter uma visão global da função auditoria e consultoria, bem
como discutir as ferramentas e processos na prática profissional no contexto
organizacional.
Ementa
Padrões de avaliação e de controle em recursos humanos. Fontes de informações.
Amplitude e profundidade de ação da auditoria. O agente de auditoria de recursos
humanos. Metodologia para levantamento, análise e prognósticos organizacionais.
Conteúdo programático/objetivos
A seguir, as unidades que compõem o livro digital desta disciplina e os seus
respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar
ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o
conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de
habilidades e competências necessárias a este nível de estudo.
Unidades de estudo: 4
Unidade 1 – Auditoria
Unidade 2 – Consultoria
Pós-graduação
o plano de cargos e salários é feito por um consultor externo, pois uma de suas
funções é perceber os gaps de empresas dentro de uma visão mais global.
Em primeiro lugar, para podermos passar por uma auditoria, precisamos ter uma
preparação, ou seja, fazer um check-list dos dados a serem auditados. Um exemplo
disso é quando temos uma auditoria interna que irá verificar a questão da Segurança
do Trabalho. Neste contexto, o auditor poderá checar, por exemplo, os exames
médicos (ASO) e a entrega de EPI’s (essas informações já estão no manual da
empresa e os auditores vêm somente verificar se está tudo certo). Após a realização
da auditoria, um relatório é redigido com os acertos e pontos a serem melhorados,
com cronograma de atividades que devem ser cumpridas para que não haja repetição
de erros. Já a consultoria traz a metodologia pronta e só faz as devidas adequações
que precisa para atender a necessidade da empresa. Por vezes, a consultoria poderá,
inclusive, solicitar que seja adquirido um software para um melhor gerenciamento
das atividades, facilitando aos gestores nas suas tomadas de decisão.
Título da unidade
Unidade 1
Auditoria
Objetivos de aprendizagem
•• Entender a história da auditoria.
•• Compreender a auditoria e o seu conceito.
•• Reconhecer quando uma empresa está preparada para ser auditada.
Introdução
Nesta unidade, trabalharemos brevemente sobre o surgimento da Auditoria
no mundo, a qual faz parte da nossa história desde a época do Império. Neste
caso, havia pessoas responsáveis pela fiscalização dos valores que deveriam ser
arrecadados para o Império, e se esses estavam corretos ou não, ou seja, já faziam
o papel de auditores.
MTE e assim por diante. Toda a documentação exigida deve ser apresentada em
um prazo de cerca de trinta dias. O MTE concede um prazo de sete dias para
regularizar e, caso isso não venha a acontecer, a empresa é intimada a efetuar o
pagamento ou então entra com uma ação junto ao MTE contestando a multa.
A auditoria dá-se, primeiro, por meio de relatório elaborado por esta com as devidas
recomendações e, se não cumpridas as determinações, então vêm as autuações.
Por fim, chegamos à definição de que a auditoria não deve ter um caráter punitivo,
mas sim educativo.
Pós-graduação
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Importante
O objetivo de identificar fraudes e erros é da auditoria.
Historicamente, não há uma data precisa para o início das atividades de auditoria
no mundo, mas podemos dizer que foi há muitos séculos, quando houve a
necessidade de ter alguém que pudesse analisar, verificar os fatos ocorridos.
Já no século II, temos referência à auditoria na Inglaterra, por ser esta a nação
mais poderosa da época já que dominava os transportes marítimos e controlava
o comércio mundial. Para poder sustentar essa máquina administrativa imperial,
os donos de terra deviam prestar contas de seus domínios aos altos funcionários
Auditoria
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Por volta do século XVI e XVII, a Auditoria tomou um novo rumo. Isto aconteceu
quando as expedições marítimas começaram a se lançar a empreendimentos
comerciais em outros continentes.
No Brasil, podemos dizer que essa atividade data da era colonial, quando o juiz
colonial que representava o “olho do rei” era nomeado pela Coroa Portuguesa
para verificar se os recolhimentos de tributos para o tesouro imperial estavam
corretos. O objetivo disso era evitar e/ou reprimir fraudes ou sonegações. Para
Attie (1997 apud COUTO, 2005), a missão da Auditoria é de:
1. verificar a viabilidade dos planos dos empreendimentos;
2. estabelecer controle sobre a origem e o retorno do capital financeiro;
3. realizar o rateio preciso dos resultados, segundo critérios contratuais e
diferentes maneiras de participação;
4. verificar o controle à distância ou mediante prepostos de diversificada
formação cultural; e
5. examinar a diversidade e a dificuldade de precisão no valor agregado ao
resultado do negócio.
Você sabia?
Por volta de 1314, na Inglaterra, a função de Auditor (de tesouro)
passou a ser usada oficialmente. Essa titulação era conhecida na
época como Contador Público, e a de Auditor surgiu durante o
século XVIII; já a de Perito Contador somente no século XIX. O Perito
Contador tinha como missão descobrir fraudes e erros. A profissão de
Auditor só foi reconhecida por volta de 1900.
Pós-graduação
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Em 2001, foi fundado o Instituto dos Auditores O Instituto pode ser acessado pelo
Independentes do Brasil (Ibracon), que veio a substituir o endereço: <http://www.ibracon.com.br/>
Auditoria
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Pós-graduação
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Esse fato fez com que fosse necessária uma auditoria contínua e permanente nas
empresas, devido à carência das análises que eram feitas por esses auditores externos.
Também se percebeu a necessidade das auditorias estenderem-se para os demais
setores da empresa e não somente para a parte financeira que era o principal propósito.
Com essas novas necessidades, dados cada vez mais confidenciais e restritos, as
empresas começaram a nomear funcionários para coletar dados, surgindo assim
o espaço para o Auditor Interno. O Auditor Interno acabou aprendendo na prática
as técnicas de uma auditoria antes monopolizada pelos Auditores Externos.
Divisão do trabalho Dividido pelas principais áreas Divido pelas principais contas
operacionais da empresa e pelas do Balanço Patrimonial e da
linhas de responsabilidade: caixa, Demonstração de Resultado
estoques, pessoal, por exemplo. do Exercício (no caso de
Auditoria Contábil).
Preocupação com erros ou fraudes Preocupação direta com a Preocupação indireta com fraudes
prevenção e a descoberta e direta com erros substanciais
de erros ou fraudes. que possam afetar a produção
de dados (demonstrações
financeiras, por exemplo).
Auditoria
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Com essa nova visão de Auditoria, ela pode se espalhar por todos os órgãos da
empresa e garantir uma maior independência, passando ser ligada diretamente à
alta administração da empresa.
A partir desse momento vamos falar um pouco dos diferentes tipos de auditorias que
temos e, em seguida, discorreremos a respeito da auditoria de Recursos Humanos.
Assim sendo, o auditor dessa área deve conhecer as normas e princípios contábeis
para, assim, poder atuar de forma eficaz no exame das atividades financeiras e
emitir parecer sobre a demonstração resultante.
Para Lawrence (1995), a base da auditoria está na averiguação que pode se dar
por meio de um questionário de controle interno, no qual o auditor responsável
procura respostas do cliente para perguntas que representem um esboço
sistemático aceitável de um controle interno. O Auditor deve ter a preocupação
em buscar dados e informações suficientes para poder justificar sua análise e
parecer. Portanto, ele pode conferir valores, analisar dados e efetuar estimativas
globais e, acima de tudo, fazer averiguações. Assim, o auditor externo ou
independente surgiu, em um primeiro momento, como um profissional autônomo
ou pertencente a uma organização de auditoria. Já o auditor interno veio
para ajudar ou contemplar o trabalho do profissional independente. O auditor
interno tem vínculo empregatício com a organização que trabalha, ou seja, é um
funcionário da empresa a qual ele audita.
Pós-graduação
23
Importante
A diferença entre o auditor externo ou independente e o auditor
interno deve-se à existência ou não de vínculo empregatício na
empresa na qual se está fazendo a auditoria. Se ele pertencer ao
quadro de funcionário da empresa será um auditor interno; caso
contrário, será considerado um auditor externo ou independente.
Por volta de 1970, mudou-se um pouco a visão dessa auditoria, pois se passou a
entender melhor os objetivos dos controles internos e o exame detalhado dos
métodos e processos de trabalho, criando-se, assim, indicadores e padrões para
verificar como e por que as coisas acontecem, passando a analisar as causas das
não conformidades.
Auditoria
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Destaque
As auditorias internas da qualidade podem se subdividir em:
qualidade de sistemas – as quais examinarão a eficácia do sistema de
qualidade em uso; qualidade de processos – que analisará se os métodos
e procedimentos estabelecidos estão próximos à pratica real; e
qualidade de itens – determina se os produtos e/ou serviços estão de
acordo com as especificações técnicas.
Destaque
A ISO é um entidade internacional, com sede em Genebra, Suíça,
responsável pela normatização de atividades técnicas, ou seja, é
responsável pela criação de normas para os diferentes segmentos,
abrangendo padronização e especificações dos produtos, serviços,
matérias-primas para todas as áreas (exemplo, classificação
hoteleira), e essas normas devem traduzir o consenso entre todos os
países signatários (a ISO tem 130 países membros) a fim de facilitar o
comércio e a padronização internacional. Quem representa a ISO no
Brasil é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Em 1987,
surgiu a ISO 9000 que tem por objetivo o estabelecimento de critério
para a implantação dos sistemas de garantia da qualidade.
Pós-graduação
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Importante
Pensando dessa forma, deveríamos fazer os seguintes
questionamentos sobre as atividades de recursos humanos: será
que a prática e os procedimentos estão de acordo com a política e a
teoria? Será que a política de recursos humanos está adequada a uma
teoria aceitável? Os Recursos Humanos na empresa são vistos como
custo ou beneficio?
Podemos dizer que a auditoria veio ajudar os Recursos Humanos a ganhar forças
para criar indicadores para medir algumas práticas, como qualidade da liderança,
motivação no trabalho, eficiência na supervisão e o grau de desenvolvimento dos
empregados. Essa mudança aconteceu na década de 50, pois, anteriormente, os
empresários achavam que para a gestão de pessoas ter um bom desempenho era
necessário manter o emprego.
Auditoria
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Destaque
A partir de tudo que comentamos até agora sobre Auditoria de
Recursos Humanos, podemos chegar à seguinte conclusão: a função
é monitorar os talentos da organização, abrangendo as técnicas de
identificação e análise de desvios, variações e disfunções dos processos
de Recursos Humanos como recrutamento e seleção, administração
de pessoal, relações trabalhistas, treinamento e desenvolvimento,
plano de cargos e salários, medicina e saúde ocupacional, entre outros,
visando adotar medidas corretivas e/ou preventivas para, assim, manter
a adequada relação entre empresa e empregados.
Assim, afirmamos que o profissional, auditor, deve ser apto a examinar, sintética e
analiticamente, todas as operações trabalhistas, direitos e deveres do empregado
e do empregador e, ao final, redigir um relatório demonstrando um parecer
que, em caso de irregularidades, possa sugerir ações que a empresa poderá
desenvolver.
Exemplo
Um exemplo de auditoria em Recursos Humanos é quando o MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego) vem até a empresa para verificar
a situação de ponto dos empregados.
Pós-graduação
27
Exemplo
Vamos ser auditados nos processos de segurança e saúde no trabalho.
O que o auditor pode verificar é o preenchimento adequado das
fichas de EPI’s (Equipamentos de proteção Individual), se os exames
médicos — ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) estão em dias, se
o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional),
LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho), PPRA
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) estão atualizados, pois
todos têm vencimento anual. Também pode observar se os mapas de
riscos estão dentro da validade, se os extintores de incêndio também
estão dentro da validade e assim por diante. Caso percebam que algum
item não está dentro da conformidade, uma não conformidade é
gerada com prazo definido para resolver a determinada questão. Isso
tudo vem descrito no relatório final, ou seja, no documento entregue
na empresa, normalmente para o diretor, em que é relatado as não
conformidades e sugestões de melhorias.
Após todas as descrições feitas até esse momento, podemos chegar à conclusão
de que a Auditoria é responsável pela identificação dos indicadores ou critérios
de qualidade dos diversos processos internos; descobre e utiliza as fontes
de informação disponível; utiliza escalas ou efetua medições para comparar
resultados com os padrões esperados.
Auditoria
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Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7. ed. (compacta). São Paulo: Atlas, 2002.
COUTO, Thadeu, SALLES, Mara Teller. Uma Metodologia de auditoria na função de Recursos
Humanos, com base no PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade). Disponível em: <http://www.
fae.edu/publicacoes/pdf/IIseminario/gestao/gestao_19.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2011.
LUZ, Lucas Gabriel da. Auditoria em Recursos Humanos. 2007. Disponível em: <http://www.
administradores.com.br/informe-se/artigos/auditoria-em-recursos-humanos/44464>. Acesso
em:15 nov. 2011.
OLIVEIRA, José Augusto Ribeiro de. Curso prático de auditoria administrativa. São Paulo:
Saraiva, 2006.
Pós-graduação
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Atividades de autoaprendizagem
Correlacione as colunas:
Atividades colaborativas
1. Através de sua experiência e pelo conhecimento que teve nesta primeira
unidade, você acredita que a auditoria é algo importante para todas as empresas?
Justifique sua resposta publicando na ferramenta Fórum.
2. Como você pôde perceber, desde os reinados já havia funcionários que tinham a
autorização de avaliar e passar para os seus superiores o que estava acontecendo
pelo reinado em relação aos recolhimentos de tributos para o tesouro imperial.
Você acredita que, nos dias atuais, as empresas passam por esse tipo de situação?
Justifique sua resposta e publique-a na ferramenta Exposição.
Síntese
Nesta Unidade 1, exploramos as origens da auditoria assim como o seu
desenvolvimento durante os séculos até chegarmos às definições modernas e sua
aplicabilidade na atualidade. Vimos que, durante o Império Romano, a função do
auditor é fiscalizar as atividades de outros prestando contas a um terceiro, no caso, o
imperador; o que trazido à nossa realidade é o trabalho exercido, nas empresas, por
um grupo de próprios funcionários ou por terceiros (independentes) com as mesmas
finalidades que antigamente, ou seja, fiscalizar de modo que seja possível prestar
contas ou esclarecimentos a um terceiro (outras empresas, acionistas, cotistas, etc.).
Auditoria
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Saiba mais
ALMEIDA, José Joaquim Marques de. A auditoria legal na união europeia.
Disponível em: <http://www.eac.fea.usp.br>. Acesso em: 9 jan. 2012.
ATTIE, William. Auditoria: conceito e aplicações. São Paulo: Editora Atlas, 1997.
Pós-graduação
Unidade 2
Consultoria
Objetivos de aprendizagem
•• Compreender o conceito de consultoria.
•• Conhecer os tipos de consultoria.
•• Entender a consultoria.
Introdução
Com a evolução ocorrida no mundo empresarial no final do século passado, as
empresas tornaram-se mais complexas e sofisticadas não só pelos produtos, nichos
de mercado e tecnologias, mas também pelo crescimento cultural, educacional e de
demandas elaboradas pelos acionistas, clientes e mesmo pelos colaboradores.
Por isso muitos profissionais da área passam a trabalhar desde as mais tradicionais
formas, tais como recrutamento e seleção, avaliação psicológica até as mais
modernas, como a visão estratégica empresarial, a gestão de mudanças,
indicadores de gestão, qualidade de vida, responsabilidade social, ou seja, passam
a ser profissionais com visão estratégica da empresa.
A área de Consultoria interna teve sua origem na década de 50, na Europa e nos
Estado Unidos. Por volta dos anos 80, foi o segmento que mais cresceu na área
de consultoria. Na década de 90, consolidou-se em virtude da necessidade de
mudanças nos resultados organizacionais (JOHRI; COOPER; PROKOPENKO, 1998
apud GIRARDI, 2009).
No Brasil, a consultoria interna evolui a partir da década de 60, pois teve uma grande
expansão empresarial que demandou a necessidade de novas técnicas de gestão e
desenvolvimento humano, para assim haver uma melhoria contínua e sustentada.
Pós-graduação
33
Pensando nessa nova estruturação da empresa, podemos dizer que ela precisa
que planejem, agreguem valores, pessoas que façam a diferença, pois as
máquinas não conseguem ter esse sentimento; elas são apenas ferramentas para
complementar o trabalho do homem.
Consultoria
34
Para que se tenha esse objetivo alcançado, é necessário que as pessoas possam
acompanhar os negócios da empresa, agir de forma proativa na concretização dos
objetivos da empresa. A forma ideal é que haja um acompanhamento e avaliações
para que, caso não se esteja alcançando algum objetivo, o processo possa ser alterado.
Então temos vários tipos de consultorias. A seguir, citaremos cada uma delas e a
sua respectiva definição, conforme Orlickas (1999).
Pós-graduação
35
Para ser consultor, precisamos respeitar algumas regras; por isso, apresentaremos
agora o Código de Ética do Consultor, segundo o IBCO – Instituto Brasileiro dos
Consultores de Organização:
Consultoria
36
ABRANGÊNCIA DO CÓDIGO
PARTE I
Relação com o cliente de Consultoria
Pós-graduação
37
3. Ao trabalhar para clientes que atuam num mesmo ramo de negócio, sendo
concorrentes entre si, e ainda prestando serviços em áreas de natureza
similar, o Consultor de Organização deve deixar clara tal situação tanto para
seus clientes atuais como para os potenciais.
Consultoria
38
10. O Consultor de Organização não deve procurar contratar, para si ou para outra
empresa, qualquer funcionário de seu cliente, exceto quando for autorizado.
11. O Consultor de Organização não deve impor ou tentar impor suas próprias
convicções ao cliente, mas sim procurar caminhos para o desenvolvimento
dele a partir dos objetivos e da cultura organizacional existentes.
PARTE II
Relações com a comunidade
Pós-graduação
39
PARTE III
Relações com a categoria profissional
A Consultoria Interna de Recursos Humanos faz com que o profissional que atue
com isso deva ser generalista para assim fazer link entre o cliente interno e os
recursos humanos corporativos.
Consultoria
40
Pós-graduação
41
Com esse exemplo, podemos dizer que, com todo o empenho que a empresa
tem com treinamento dos empregados, acabam tendo o seu diferencial no
atendimento, pois os seus empregados estão motivados, satisfeitos com os
benefícios oferecidos e até mesmo com os treinamentos.
Destaque
O consultor interno, em alguns casos, pode orientar sobre a forma
mais adequada para o recrutamento; trocar uma ideia com o seu
cliente interno sobre o perfil mais indicado para a função; ajudar a
definir as melhores ferramentas para avaliar o candidato; acompanhar
o processo para, assim, ajudar o seu cliente.
Consultoria
42
Dentro das empresas, a prova desse profissional é que ele se torne um especialista
e que adquira habilidade suficiente para se tornar um profissional multifuncional
ou multidisciplinar, ou seja, conhecedor de todas as atividades de Recursos
Humanos da empresa. O Consultor Interno não precisa dominar todos os
processos de RH, contudo, ele precisa ter uma boa visão dos benefícios.
Exemplo
No caso de um programa de políticas de remuneração, o consultor não
precisa saber elaborar o programa, mas detectar a fonte da insatisfação
dos funcionários: se no salário ou em outro motivo qualquer.
Pós-graduação
43
Consultoria
44
Logo, o consultor interno dever respeitar todos esses itens citados para poder
ter sucesso na sua profissão de consultoria, mas é claro que precisa fazer um
gerenciamento da própria carreira. Em outras palavras, o consultor não deve ficar
esperando que a empresa disponha de investimento para desenvolver a sua carreira.
Pós-graduação
45
O consultor interno ou externo deve ser veloz, ou seja, se ele não agir com rapidez
sempre haverá outros profissionais que podem ocupar o seu espaço. A seguir, no
Quadro 2, mencionamos os pontos mais importantes para a carreira do consultor.
Idoneidade e confiança: por motivos óbvios, é bom ser idôneo. Você estará,
quase em tempo integral, lidando com informações delicadas e sigilosas. Sendo
idôneo, sempre terá o aval do cliente ao qual você prestou um bom serviço.
Saúde: para você estar bem no trabalho é imprescindível ter uma boa qualidade de vida. Cuide-se.
O stress é o mal que mais aflige os profissionais atualmente. Faça esportes e tenha um hobby.
Consultoria
46
Referências
Pós-graduação
47
Logo, para cada pilar, precisamos de pessoas diferentes e com atitudes diferenciadas
para que agreguem valor à organização. Então, antes de contratar uma consultoria,
deve ser feita uma reestruturação de sua equipe dentro desses
Gap, para a área de recursos humanos,
pilares, conforme suas habilidades e seus talentos. Após isso, significa uma lacuna entre as
pode-se pensar em contratar uma consultoria para que essa competências operacionalizadas nos
quadros e aquelas que a empresa precisa
auxilie na eliminação rápida e eficiente dos gaps existentes nos desenvolver; é o chamado “gap de
pilares da área de RH. competências” (BISPO, 2005).
Consultoria
48
Para que as mudanças estratégicas ocorram dentro dos pilares, é necessário que o
gestor de RH tenha claros a situação e os objetivos da empresa, pois estes são
peça fundamental em todo o planejamento e tomadas de decisões da empresa. O
gestor de RH vai saber qual é o melhor pilar para poder contratar a consultoria
certa e trabalhar os gaps que ali estão.
Será que vale a pena contratarmos uma consultoria? Será que o custo-benefício
vale a pena? Se pensarmos que contrataremos uma consultoria apenas quando
não tivermos as competências requeridas dentro da organização, agregaremos,
certamente, maior experiência e ganharemos tempo na implantação do processo.
Também eliminaremos os desperdícios e muito profissionalismo será somado. Isso
valida o custo que teremos com a consultoria.
Pós-graduação
49
Consultoria
50
Referências
Pós-graduação
51
Atividade de autoaprendizagem
Por que o RH da era industrial era percebido como um “Setor de Custos” apenas?
Atividade colaborativa
Pensando em Consultoria interna, cite exemplos de como deveria ser feita a
consultoria interna em uma empresa. Publique seus exemplos na ferramenta FÓRUM.
Síntese
Nesta Unidade 2, verificamos como surgiu a Consultoria Interna de Recursos
Humanos e qual o papel desta dentro das empresas.
Pensando em Consultoria Interna, podemos dizer que ela veio para deixar o
RH mais estratégico do que burocrático, tendo como objetivo fazer com que a
empresa tenha um empregado interno que já conheça todos os processos para
auxiliar nessa nova etapa.
O Consultor vai ser a ponte entre a alta gerência e os executores. Ele não executa
as atividades, ele expõe as ideias e as melhores formas de se resolver determinado
problema, como por exemplo, elaborar uma entrevista para determinado cargo.
Vai apontar o que devemos melhorar ou o que já está adequado.
Consultoria
52
Saiba mais
BISPO, Patrícia. Muita dedicação na McDonald’s. 2004. Disponível em: <http://
www.rh.com.br/Portal/Carreira/Entrevista/3809/muita-dedicacao-ao-mcdonalds.
html>. Acesso em: 15 jan. 2012.
______. O que uma consultoria de RH pode oferecer? 2003. Disponível em: <http://
www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Entrevista/3687/o-que-uma-consultoria-interna-de-
rh-pode-oferecer.html>. Acesso em: 16 jan. 2012.
GIRARDI, Dante Marciano; LAPOLLI, Edis Mafra; TOSTA, Kelly Cristina Benetti
Tonari. A Consultoria Interna de Recursos Humanos como Prática Catalisadora da
gestão do Conhecimento Organizacional. In: Revista de Ciência da Administração.
v. 11, n. 25, p. 151-76, set./dez. 2009.
Pós-graduação
Unidade 3
Ferramentas de auditoria
Objetivos de aprendizagem
•• Conhecer alguns tipos de ferramentas de auditoria.
•• Conhecer a aplicabilidade das ferramentas de auditoria.
Introdução
O aumento da competitividade de mercados e de empresas faz com que as
estas tenham os seus controles internos, e esses controles, quanto melhores e
mais precisos forem, melhores serão as informações e dados disponíveis para as
tomadas de decisões. Os controles internos são ferramentas que acompanham
os resultados da empresa e isso faz com que o gestor tenha uma análise clara da
situação da empresa.
Aplicações da Auditoria
Micheli Campanaro Garcia Ghisleni
1ª – recrutamento;
2ª – divulgação da vaga;
3ª – recebimento de currículos;
4ª – análise curricular;
Pós-graduação
55
5ª – seleção;
6ª – entrevista;
7ª – contratação;
8ª – admissão;
9ª – integração;
Desse processo, elencamos alguns dados de controle interno que podemos ter na
empresa no caso de precisarmos em auditoria, como:
•• comprovação do anúncio da vaga;
•• formulário para a avaliação do currículo;
•• lista de presença nas etapas dos processos;
•• formulário de entrevista;
•• lista de presença da integração; e
•• formulário do período de experiência.
Nesse momento, elaboramos o cargo que teremos como base para as demais
etapas, com base no Quadro 1 abaixo:
- Auxiliar a diretoria.
- Auxiliar no arquivamento de documentos.
Ferramentas de auditoria
56
Esses dados são elaborados juntamente com os setores que têm esse cargo na sua
equipe.
Empresa Z
Contrata para a sua equipe:
- Assistente Administrativo:
Formação: Ensino Médio completo
Experiência de 06 meses em atendimento ao cliente.
Enviar currículo até o dia 30/03/2012 para o e-mail:
recursoshumanos@empresaz.com.br com o nome da vaga no assunto ou na empresa:
Endereço: Rua Catanduva, nº 200 Centro – São Paulo/SP, no setor de recursos humanos.
Pós-graduação
57
Deveremos imprimir todos os currículos recebidos por e-mail e deixá-los juntos aos
recebidos na empresa. Caso a empresa possua um site corporativo, podemos fazer
com que os currículos sejam enviados pelos candidatos através do item “Trabalhe
conosco”. Este serviço de recebimento de currículos via site pode estar conjugado
a um sistema de informações no qual seja possível imprimir todos os currículos
assim como a relação dos candidatos.
Ferramentas de auditoria
58
Competências Pontuação
ORGANIZAÇÃO: capacidade de 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ter controle sobre todas as suas
atividades e realizá-las dentro Justificativa:
da sequência mais produtiva.
(Rabaglio, 2008, p. 76)
PRÓ-ATIVIDADE: capacidade de 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
desenvolver atitudes preventivas
capazes de impedir adversidades Justificativa:
e visualizar oportunidades e
resultados. (Rabaglio, 2008, p. 77)
Este formulário deve estar junto no momento da entrevista, pois, com ele, temos
as competências necessárias para a avaliação, conforme consta na descrição do
cargo. A mesma deve ser preenchida com as notas para cada competência assim
como a justificativa da nota.
Pós-graduação
59
Ferramentas de auditoria
60
Formulário de Admissão
Nome:______________________________________________________________
e-mail particular:_____________________RG:_______________
Órgão expedidor:___________Data de emissão:_________Estado de emissão:__________
CPF:_________________CTPS:________________Série:___________
Data de Emissão:___________Órgão Emissor:_________
Carteira de Motorista:______________Categoria:____________
Data de Emissão:________Validade:_______Carteira de reservista:_________________
Escolaridade:
Pós-graduação
61
Nome Assinatura
EMPRESA Z
EMPRESA Z
Foto
Nome Nome
Função
Modelo 1 Modelo 2
Ferramentas de auditoria
62
Aqui podemos ter a avaliação tanto por parte do superior direto como do
colaborador. Podemos citar um exemplo de cada entrevista.
A partir do que foi visto, podemos descrever como deve ser preparado o processo
de auditoria de uma empresa, assim como a definição das ferramentas que serão
utilizadas para esse processo.
Nov Nov
Ago Set Out Dez
(1a quinzena) (2a quinzena)
Indicação dos Capacitação Período da Período da Final de Prazo de ação
auditores dos auditores auditoria auditoria até novembro:
meados de apresentação
novembro do relatório
para a empresa
Pós-graduação
63
Nome do avaliador:
2 RH A avaliação do período
de experiência está
sendo realizada?
3 RH O documento de solicitação
de vale transporte
está atualizado?
4 RH O formulário do Imposto de
Renda de Pessoa Física está
preenchido devidamente
conforme consta no
sistema de informação?
5 RH No processo seletivo,
consta a lista de presença?
Legenda – Status
1 Atende
2 Atende plenamente
3 Atende parcialmente
4 Não atende
Você viu, nesta leitura, como deve ser feito um procedimento de contratação, qual
a maneira de organizá-lo e quais etapas seguir. Apresentamos modelos de listas
de presenças, modelos de entrevistas por competências, entre outros. Estudamos
também como deve se dar o processo de preparação de uma auditoria, e a
elaboração do cronograma de atividades.
Ferramentas de auditoria
64
Referências
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Disponível em: <http://www.soleis.com.br/ebooks/TRABALHISTA-90.htm>. Acesso em: 14
dez. 2011.
RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
Pós-graduação
65
Ferramentas de auditoria
66
Desse modo, podemos dizer que, para cada processo que o setor de
Recursos Humanos executa, existem ferramentas e formas de controle
interno que podem ser utilizados pelo auditor no decorrer do processo
de auditoria. Como vemos, há toda uma preparação do auditor antes
de iniciar uma auditoria e, ao término do levantamento dos dados
Pós-graduação
67
Referências
ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1998.
CREPALDI, S.A. Auditoria Contábil: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Disponível
em: <http://www.soleis.com.br/ebooks/TRABALHISTA-90.htm>. Acesso em: 14 dez. 2011.
MIGLIAVACCA, Paulo N.. Controles Internos nas organizações. 2. ed. São Paulo: Edicta, 2004.
RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
Ferramentas de auditoria
68
Atividade de autoaprendizagem
1. Quais são os passos para que tenhamos uma auditoria de sucesso?
a. Controles internos
b. Auditores preparados
d. Postura ética
Atividade colaborativa
Você já participou de uma auditoria interna como auditor ou auditado? Quais
eram as suas expectativas? Suas apreensões? Qual foi o resultado? Conte-nos essa
experiência! Publique seu relato na ferramenta Exposição.
Síntese
Como vimos, cada empresa pode criar os seus próprios critérios de auditoria
tendo em mãos as ferramentas necessárias para isso. Contudo, vamos ressaltar
mais uma vez alguns princípios básicos para a tarefa de auditor, como sugere
Crepaldi (2002, p. 210): “levantar o sistema de controle interno; verificar se o
sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; avaliar a possibilidade de
o sistema revelar de imediatos erros e irregularidades; e determinar o tipo, data e
volume dos procedimentos de auditoria”.
Isso tudo porque, na área de Recursos Humanos, cada vez mais, cresce a
necessidade de estarmos informados e atualizados sobre a legislação que,
como sabemos, frequentemente sofre alterações. Assim como em outras áreas,
devemos ser corretos e éticos e a auditoria, quando realizada com frequência,
pode, com certeza, melhorar os processos que estão em andamento e aperfeiçoar
os que já estão concluídos. Vale lembrar que, nesse setor, nada fica acabado,
finalizado, mas sim concluído por um período.
Pós-graduação
69
Saiba mais
CAETANO, Altaíres Aparecido; COLLETO, Elis Roberto; RICARDO, Antonio; SOARES,
Juliano Lima. A importância da auditoria de Recursos Humanos. Disponível em:
<http://www.contabilidadeamazonia.com.br/artigos/artigo_54artigo_05.pdf >.
Acesso em: 01 dez. 2011.
Ferramentas de auditoria
Unidade 4
Auditor e Consultor
Objetivos de aprendizagem
•• Conhecer o perfil do auditor/consultor.
•• Entender quais os objetivos do auditor/consultor.
•• Compreender a vida de auditor/consultor.
Introdução
Nesta unidade, mostramos um estudo de caso de como é o processo seletivo
de uma consultoria multinacional. A consultoria é multinacional, pois o caso que
apresentamos está baseado nesse tipo de consultoria.
Meneses foi contratada por essa empresa, mas, para isso, precisou participar
de um processo seletivo muito detalhado. A primeira etapa foi verificar se
ela contemplaria os requisitos desejados pela empresa – o perfil necessário
de um trainee poderia ser encontrado em anúncio do site da empresa, como
exemplificado no Quadro 1.
Dê esse grande passo na sua vida profissional e venha fazer parte de uma das
maiores empresas do mundo nas áreas de auditoria, Assessoria Tributária e
Transações Corporativas.
Pós-graduação
73
O candidato deveria ter entre 18 e 24 anos de idade, ser universitário, ter inglês
fluente, ter conhecimentos de informática e o que não está escrito no texto acima:
possuir disponibilidade para viagens. Esses requisitos, ela possuía.
Algumas semanas após entregar o seu currículo, Meneses recebeu uma ligação
que lhe chamava para participar dos primeiros testes de seleção (todas as
etapas eram eliminatórias). Durante as provas, ficou sabendo que cerca de 100
candidatos disputariam vaga e que destes somente 4 seriam contratados. Os
candidatos deveriam ter um bom conhecimento de português, matemática, inglês
e conhecimentos gerais, e os melhores escores seriam convidados a participar da
segunda etapa: uma prova de contabilidade.
O objetivo dessa primeira etapa era homogeneizar os candidatos para saber quais
deles tinham os requisitos mínimos para fazer parte da organização.
Quando ficou sabendo que tinha sido aprovada na primeira etapa, Meneses logo
procurou um professor particular de contabilidade para garantir a passagem para
a próxima etapa.
Algum tempo depois, ficou sabendo que, na prova de contabilidade, tinha tirado a
nota necessária para aprovar, mas que, na prova de inglês, havia alcançado 94% de
acertos e isso chamou a atenção da empresa.
Chegou a terceira etapa que era a entrevista individual, sendo que ocorreram
duas entrevistas. A primeira entrevista aconteceu junto ao supervisor – esse com
aproximadamente cinco anos de empresa e a segunda entrevista, uma semana
mais tarde, com o gerente geral do escritório.
Auditor e Consultor
74
Logo após o término da dinâmica, os candidatos foram para o escritório para serem
entrevistados pelo sócio. Quando saiu da entrevista, Meneses comentou com os
pais que seria reprovada, pois o perfil dela era muito diferente do restante da turma.
Sabia que comentavam dela em festas, mas não sabiam nem o nome dela, mas sim
o cargo que ocupava. Todos esperavam muito dela, mas não sabia se conseguiria
corresponder às expectativas. Caso perdesse o cargo, o que iriam falar dela?
Como a rotina era de muitas viagens pelo Brasil, estava sempre como o notebook
e se sentindo importante, mas muito insegura. A partir de agora não participava
mais de encontros com amigos, parentes, festas de aniversário em família, dia dos
pais. A única data comemorativa que era respeitada era o Natal. Não conseguia
mais fazer planos particulares; todos deveriam se adequar à empresa.
Pós-graduação
75
Auditor e Consultor
76
Então, cada trainee tinha o seu conselheiro. Normalmente, esse era um sênior/
gerente/diretor/sócio escolhido para acompanhar a sua trajetória na empresa.
Essa pessoa tem o papel de filtrar os problemas e acaba assumindo o papel de
psicólogo do seu aconselhado. Meneses, como atuava em um escritório pequeno,
então o gerente sênior era o conselheiro de todos os funcionários da região.
Pós-graduação
77
A cada ano, era entregue aos funcionários um formulário, cujas habilidades que
possuíam deveriam ser informadas, quando as adquiriram e quais estavam
dispostos a adquirir no próximo ano. Caso o funcionário não tivesse tempo, a
empresa perguntava o que se faz da meia noite às seis da manhã. Meneses, no seu
trabalho, cita frases como “Cobra não tem perna e anda.”, “Se vira.” e muitas
vezes essa última frase trazia alguns problemas para empresa.
Auditor e Consultor
78
O quarto pilar é Qualidade de Vida. O funcionário normalmente não passava dia dos
pais, carnavais, aniversários com a família. Era comum não participar de eventos
particulares e não era permitido reclamar, ou seja, não se tinha vida pessoal.
Os funcionários que se deslocavam para clientes fora da cidade natal tinham direito
de vir de 15 em 15 dias, durante os finais de semana. Muitas vezes, acabavam nem
voltando para casa, pois não era permitido sair do cliente na sexta-feira, então tinha
que usar o sábado para viajar e ficar, muitas vezes, menos de 24 horas em casa. Às
vezes, os funcionários eram avisados de última hora. Meneses relata o fato de uma
vez avisarem-na sobre um projeto – cuja viagem de avião seria necessária – uma
hora e meia antes do voo. Vivia em constante sensação de incerteza.
Outra questão é que não importa o gênero do funcionário para a realização dos
projetos. Uma mulher pode ir para uma cidade perigosa, distante; pode dirigir em
estradas desconhecidas. Relata que muitas vezes não foi realizar o trabalho, pois
achou que estava se arriscando demais.
Pós-graduação
79
Notas 1 2 3 4 5
Permanece
mas não
Rendimento contribui com
Desligamento Prosseguirá
Consequência baixo; poderá inovação. Exclusividade.
da empresa. na empresa.
ser demitido. Recebem
promoções
medianas.
Auditor e Consultor
80
Era necessário que estivessem sempre analisando a base para podermos verificar
os trabalhos de outras equipes que pudessem agregar valor ao projeto atual. Caso
não fizessem isso, no futuro, seriam cobrados e, quando não realizavam nas suas
horas de folga, sentiam-se mal.
Um dos programas que o RH utilizava era o People First, cujo objetivo era valorizar o
funcionário acima do trabalho. Esse programa era motivo de risadas e piadas entre
os funcionários, pois eles não viam a questão da valorização dos funcionários.
Havia apenas uma psicóloga disponível por telefone para auxiliar quando
necessário, mas o serviço de psicologia era pouco utilizado, pois os funcionários
tinham medo de que as informações pudessem vazar e que o programa não
resolvesse o problema.
Essas práticas citadas acima são comumente encontradas nas empresas de consultoria
e auditoria para construir, motivar, treinar e recompensar os seus funcionários.
Pós-graduação
81
Referências
Auditor e Consultor
82
Perfil do Auditor/Consultor
Micheli Campanaro Garcia Ghisleni
No caso da Consultoria “A”, que é o nosso foco de estudo, ela coloca em seu
site alguns requisitos para que o candidato possa fazer parte da equipe. Um
deles é estar cursando o último ano ou ser recém-formado nos seguintes cursos:
Administração de Empresas, Ciências Atuariais, Ciências Contábeis, Ciências da
Computação, Direito, Economia, Engenharia, Estatística, Matemática ou Sistemas
de Informação. Outro requisito é o domínio fluente da língua inglesa, além de
conhecimentos de informática. Então são poucos os estudantes que conseguem
concorrer a uma vaga em consultorias desse tipo, pois as Big Four, normalmente,
contratam candidatos que tiveram uma vivência fora do país.
A área que está sendo mais buscada para admissão nas consultorias/auditorias
é a Administração, pois tem uma visão mais global de negócio, diferente dos
estudantes de Contabilidade que ainda veem com uma visão técnica, direcionada à
parte financeira. Por mais que a auditoria tenha seus primórdios na contabilidade,
o perfil do profissional mudou.
Pós-graduação
83
Outra questão que é possível identificar nas entrevistas é que grande parte dos
entrevistados conheceram a profissão através de amigos que já trabalham em
consultorias. Pode ser constatado que a maioria das empresas de consultoria/
auditoria usa seus próprios funcionários para recrutar colaboradores novos. Na
pesquisa de Meneses (2008), quando se questionou os auditores/consultores
sobre o perfil ideal para trabalhar na empresa, eles foram unânimes em afirmar
que os profissionais devem possuir características muito semelhantes as suas. Isso
é mais uma forma de modelar a subjetividade de seus funcionários.
O cara tem que saber que ele vai ser pressionado, tem que saber absorver
isso. Tem que ser alguém que tenha disponibilidade para viajar [...]. Tem
que ser alguém que esteja disposto a fazer sacrifícios. Tem que ter ambição.
Ambição, não aquela que você passa por cima de todo mundo, a ambição
sábia, que você tem chegar aqui e tem que querer chegar a algum lugar.
Tem que ser uma pessoa focada com seus objetivos para poder atender aos
objetivos da empresa, às exigências da empresa. (MENESES, 2008, p. 79)
Em outro momento da entrevista, Marcelo cita alguns sacrifícios que tem feito
para conciliar trabalho e vida em família:
É porque é difícil eu sair às 20:00 horas, não é? Assim, nesse período agora
que minha filha está de férias eu consigo pegar ela acordada. Por exemplo,
pra você ter uma ideia de um sacrifício que eu faço, que eu to fazendo
diariamente, eu to fazendo academia, eu poderia fazer à noite. A academia
fecha às 22:00 horas, eu poderia sair daqui 20:00 horas e ir para a academia.
Mas aí quando eu chegar em casa, minha filha vai estar dormindo. Então
eu acordo às 5:20 da manhã pra fazer academia de 6:00 às 7:00, porque eu
volto para casa e minha filha não está dormindo. (MENESES, 2008, p. 80).
Auditor e Consultor
84
Mas, segundo Bauman (2007a), devemos ter cuidado para não tornar os ativos
em passivos, por isso as realizações individuais não podem se tornar posses
permanentes. Caso isso aconteça, os ativos transformam-se em passivos e as
capacidades em incapacidades.
Pós-graduação
85
Auditor e Consultor
86
As características citadas podem ser evidenciadas por Deleuze (1998, p. 216), o que
chamou de sociedade de controle:
[...] funcionam não mais por confinamento, mas por controle contínuo e
comunicação instantânea. [...] O que está sendo implantado às cegas são
novos tipos de sanções, de educação, de tratamento. [...] Pode-se prever
que a educação será cada vez menos um meio fechado, distinto do meio
profissional – um outro meio fechado -, mas que os dois desaparecerão
em favor de uma terrível formação permanente, de um controle contínuo
se exercendo sobre o operário-aluno ou o executivo-universitário. Tentam
nos fazer acreditar numa reforma da escola, quando se trata de uma
liquidação. Num regime de controle nunca se termina em nada.
Alguns entrevistados citam que passavam a se cobrar para cada vez mais por se
aperfeiçoarem. Alguns determinaram duas horas diárias para estudar assuntos
que os auxiliariam no desempenho de seu trabalho para, assim, manterem-se no
nível em que se encontravam.
Pós-graduação
87
Auditor e Consultor
88
Geralmente, a mala já está pronta, pois a qualquer momento pode surgir uma
viagem de última hora. O que mais alegrava os auditores/consultores era quando
precisavam ir para os escritórios do Rio de Janeiro ou São Paulo, pois passavam
a conhecer os dirigentes dos escritórios da região sul e sudeste. Às vezes, era
possível fazer algum tipo de turismo nas cidades em que trabalhavam. No começo,
os novatos acreditavam que essa seria a profissão ideal, pois trabalhavam e
ainda tinham a possibilidade de conhecer a cidade com as despesas todas pagas
pelos clientes. E, a cada quinze dias, podiam voltar para casa. Com o passar do
tempo, o funcionário começa a perceber que a distância da sua cidade é longa
e cansativa, dependendo de onde está trabalhando, então acaba não voltando
para casa de quinze em quinze dias. Também há o caso em que a cidade do cliente
é muito distante, fazendo com que o profissional tenha que viajar no domingo,
“sacrificando” o seu final de semana com a família.
Nesse contexto, percebe-se que não há tempo para o tão desejado turismo e aprendem
a perder comemorações. Quando a data é muito importe, deve ser negociada com o
gerente do projeto para que autorize uma viagem para participar da comemoração.
Pós-graduação
89
As datas que são respeitadas são as festas de final de ano e a Páscoa. Só que
muitos auditores/consultores não conseguem viajar no fim do ano, pois, em
muitas empresas, no primeiro dia do ano, é feita a contagem de estoque. A
Consultoria “A” implantou dois benefícios para os profissionais: no dia do
aniversário, o profissional não trabalha e o segundo diz respeito às mulheres, que
têm algumas horas livres por semana para participar de eventos da família, levar
filho ao médico, entre outras atividades. Contudo, nem sempre os profissionais
estão em sua cidade natal para participar das comemorações.
Se você não se desenvolve, não adianta que você vai realizar um trabalho
ruim lá fora. E se você realizar um trabalho ruim no cliente você tem uma
avaliação ruim no final do trabalho. Se você tiver uma avaliação ruim
provavelmente a carreira fica comprometida. (MENESES, 2008, p. 89).
Auditor e Consultor
90
Pós-graduação
91
O auditor/consultor está em constante vigilância, o que faz com que crie uma
obediência cega à instituição, exercendo assim o controle, conforme descrito abaixo.
Este controle pode estar: na tecnologia que o torna sutil e impessoal; nas
incontestáveis estatísticas que refletem tanto o resultado coletivo como o
individual a partir de ferramentas alimentadas pelos próprios trabalhadores;
na hierarquia, que não mais reprime, pune ou impõe, mas busca a adesão
voluntária via sedução, gratificação ou estímulo ao comprometimento
individual; nos protocolos de avaliação de desempenho informatizados,
que não são contestados, por fazerem crer que sua transparência e
objetividade portam confiabilidade e segurança (GRISCI, 2006, p. 70).
As avaliações conforme são feitas podem ser injustas, pois depende de quem está
avaliando. Muitas vezes, o avaliador utiliza a avaliação para o lado subjetivo e não o
objetivo, no qual consiste o objetivo da avaliação; ou seja, acaba misturando se gosta
ou não gosta do funcionário para assim poder apresentar as rixas que tem. Logo, o
Auditor e Consultor
92
funcionário acaba ficando refém do avaliador. Mas é importante ressaltar que esse
tipo de avaliação não é regra; nem todos os avaliadores usam da subjetividade.
Para ser manterem na empresa, os funcionários procuram ter sempre o nível alto
de satisfação para. Assim, obterem reconhecimento. Se o superior tiver um ritmo
ótimo, ou seja, que supere as expectativas, todos da equipe tentam alcançar o
mesmo nível para tal reconhecimento; caso contrário, não são reconhecidos.
A obtenção de um nível alto era comum para alguns funcionários, mas não para
outros; então estes deveriam trabalhar e despender um esforço maior a fim de
obter a apreciação do superior. Nem sempre a eficácia é a única característica
que confere ao subordinado a apreciação do superior; muitas vezes a simpatia
também ajuda na avaliação.
Por exemplo, se você trabalhou com uma pessoa em determinado projeto e esta
avaliou o seu trabalho considerando-o ruim e depois você realiza outro trabalho
com a mesma pessoa e ela o classifica como um bom trabalho, normalmente, o
avaliador não consegue separar as duas avaliações, prejudicando o funcionário
que está sendo avaliado. Em muitos casos, o funcionário sente-se menosprezado,
pois os superiores fazem com que ele se sinta dessa forma. O que faz com que o
funcionário não consiga atingir a avaliação alta.
Outra experiência com que o auditor/consultor deve saber lidar é com o controle
de suas horas, através de banco de horas. Quando o projeto é vendido, o
responsável por ele determina a carga horária do projeto por funcionário. A partir
da quantidade de horas e do grau de experiência do profissional, são calculados os
honorários que serão pagos pelo cliente. O profissional com mais experiência faz
com que a sua hora seja mais cara, então, normalmente, é utilizado um gerente e
um sênior responsável por um número maior de auditor/consultor e/ou trainees.
Pós-graduação
93
No início da carreira, logo se percebe que não é interessante ser enviado para casa
em banco de horas, porque assim ele não estará obtendo conhecimento. O ideal é
que o auditor/consultor saia de um cliente e imediatamente seja alocado em outro
cliente. Mesmo ficando em casa sem previsão de trabalho, o profissional não pode
programar viagem ou se ausentar, pois ele precisa ficar à disposição da empresa.
Isso também se aplica ao período de férias do auditor/consultor.
Alguns auditores/consultores saem da empresa por achar que não estão fazendo
trabalhos interessantes; acabam fazendo somente o que sobra. Então se desligam
da empresa para não comprometer a sua carreira.
Auditor e Consultor
94
Quando isso acontece, a única pessoa prejudicada é o consultor, pois ele trabalha
literalmente de graça. Ele não pode fazer nenhum tipo de comentário ou até
mesmo reclamar da situação. Deve, sim, agradecer ao gestor por tê-lo alocado
neste cliente para, assim, continuar adquirindo experiência e de não estar em casa
acumulando horas negativas.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2007a..
______. Globalização: As consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1999.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: a história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 2000.
PELBART, Peter, Pál. Vida Capital: ensaios sobre biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.
Pós-graduação
95
Atividades de autoaprendizagem
1. Sobre o processo seletivo de uma consultoria multinacional, podemos afirmar
que o candidato precisa ter as seguintes competências:
b) O perfil é parecido com o do superior que está selecionando, para assim poder
continuar a cultura da empresa.
a) a, c, d
b) a, b, d
c) b, c, d
d) a, b, c
Auditor e Consultor
96
Atividade colaborativa
Faça uma análise da relação vida profissional x pessoal do auditor/consultor.
Síntese
Relatamos aqui como é o processo seletivo de uma consultoria multinacional e
apresentamos todos os critérios que são analisados até a contratação do novo
profissional.
Pós-graduação
97
Saiba mais
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Ed.
Atlas, 2003.
Auditor e Consultor
Para concluir os estudos
Prezados alunos,
A Consultoria/Auditoria é algo muito novo em nosso país, por isso você deve
continuar se dedicando a essa área para conhecer melhor os processos que
essas exigem para o mercado de trabalho. Você pode buscar conhecimento em
leitura de revistas, dissertações, teses, e assim continuar aprofundando o seu
conhecimento.
Sendo a profissão de consultor muito recente, devemos cada vez mais buscar
aprimoramento na área. A função de auditor é mais conhecida em virtude de já
existir em órgãos estaduais e federais na área de Recursos Humanos, como na
Previdência Social e no Ministério do Trabalho e Emprego.
Deixamos aqui um pouco do conhecimento dessas áreas e que isso seja apenas
o começo de um aprendizado. Se possível, utilize esse conhecimento adquirido
nesta disciplina no seu dia-a-dia.
Unidade 1
Atividade de autoaprendizagem
Gabarito: 1, 3, 2.
Unidade 2
Atividade de autoaprendizagem
Gabarito: c.
Unidade 3
Atividade de autoaprendizagem
Gabarito: e.
Unidade 4
Atividade de autoaprendizagem
1. Gabarito: d.
2. Gabarito: c.
Referências
ALMEIDA, José Joaquim Marques de. A auditoria legal na união europeia. Disponível em:
<http://www.eac.fea.usp.br>. Acesso em: 9 jan. 2012.
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BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2007a.
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rh.com.br/Portal/Mudanca/Entrevista/3687/o-que-uma-consultoria-interna-de-rh-pode-
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Magdalena. Manual de Gestão de Pessoas e equipe. v. 2, São Paulo: Gente, 2002, p. 667–74.
COUTO, Thadeu, SALLES, Mara Teller. Uma Metodologia de auditoria na função de Recursos
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fae.edu/publicacoes/pdf/IIseminario/gestao/gestao_19.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2011.
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A Consultoria Interna de Recursos Humanos como Prática Catalisadora da gestão do
Conhecimento Organizacional. In: Revista de Ciência da Administração. v. 11, n. 25, p. 151-
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Pós-graduação
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PELBART, Peter, Pál. Vida Capital: ensaios sobre biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.
Título da Disciplina
108
RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
Pós-graduação