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CILAMCE 2016
Proceedings of the XXXVII Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering
Suzana Moreira Ávila (Editor), ABMEC, Brasília, DF, Brazil, November 6-9, 2016
Análise de Tensões em Estruturas Axissimétricas Empregando a Formulação em Coordenadas Polares da
Teoria de Volumes Finitos
1 INTRODUÇÃO
São chamadas de estruturas axissimétricas aquelas que resultam da rotação de uma figura
plana em torno de um eixo. Tais estruturas podem ser encontradas em inúmeras aplicações,
tanto na engenharia civil como na engenharia mecânica (Vaz, 2011). Considerando que o
principal estágio do processo de concepção de uma estrutura consiste na análise das tensões
internas que surgem em resposta as solicitações aplicadas, torna-se indispensável o
desenvolvimento de novas técnicas de análise e o aprimoramento daquelas já existentes.
Neste contexto, se insere os métodos numéricos voltados para análise de estruturas baseados
na Teoria de Volumes Finitos.
Nas últimas décadas, foram publicados diversos trabalhos que apresentaram e
comprovaram a eficiência de diferentes variações da formulação original em coordenadas
cartesianas da Teoria de Volumes Finitos proposta por Bansal e Pindera (2003). Como
exemplo, podem-se destacar formulações em coordenadas polares e paramétricas
apresentadas por Cavalcante e Marques (2005) e Cavalcante et al. (2007), nesta ordem. Nos
mencionados trabalhos foram realizadas várias análises de estruturas constituídas por
materiais heterogêneos, e os resultados obtidos foram comparados com outros provenientes de
soluções analíticas ou de análises empregando o Método dos Elementos Finitos.
No presente trabalho é apresentada uma formulação destinada à análise de tensões de
estruturas axissimétricas elaborada com base em uma versão em coordenadas polares da
Teoria de Volumes Finitos (Cavalcante e Marques, 2005). Esta formulação emprega
subvolumes com faces curvas na discretização da estrutura, e diferentemente da formulação
apresentada em Cavalcante e Marques (2005), baseia-se na montagem da matriz de rigidez
local, que relaciona vetores de tensões e de deslocamentos médios atuantes nas faces do
subvolume, e no método da rigidez direta para montagem da matriz de rigidez global, com base
nas incidências cinemáticas e estáticas da estrutura (Bansal e Pindera, 2003 e Cavalcante e
Pindera, 2012). Acrescenta-se ainda, que na presente formulação, as equações diferenciais de
equilíbrio são satisfeitas em termos médios nos subvolumes.
ε
1
2
u u
T
(relação deformação-deslocamento) (1)
1
onde ε rr r , eˆ r eˆ e u ur eˆ r u eˆ representam o tensor de deformação
r r r
de engenharia, o operador gradiente e o campo de deslocamentos em coordenadas polares,
respectivamente.
Uma vez conhecidas as componentes de deformação, pode-se determinar as componentes
de tensão através da Lei de Hooke Generalizada, mostrada a seguir:
ij C ijkl ij (relação constitutiva do material) (2)
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σ bdV 0
V
(equações de equilíbrio) (3)
1 ( q ) 2 eq ( q ) 1 ( q ) 2 q ( q )
2 2
u (q)
=U (q)
r (q)
U (q)
(q)
U (q)
3 r U i ( 20) 3 U i ( 02) (4)
4
i i ( 00) i (10) i ( 01)
2 4 2
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Análise de Tensões em Estruturas Axissimétricas Empregando a Formulação em Coordenadas Polares da
Teoria de Volumes Finitos
deslocamentos.
u e
1
u (q, p)
(q)
/ 2, ( q ) d ( q ) , para p 1,3 (5)
q
i i q
q /2
eq / 2
u r
1
u i
(q, p)
(q)
i
(q)
, q / 2 dr ( q ) , para p 2,4 (6)
eq eq / 2
(q, p)
onde ui são os deslocamentos médios na face p de um subvolume genérico q .
Substituindo as componentes do campo de deslocamentos, Eq. (4), nas duas equações
acima, são obtidas oito expressões para os deslocamentos médios nas faces em função dos
coeficientes do campo de deslocamentos. Tais expressões podem ser organizadas
matricialmente da seguinte forma:
u ( q ) A ((8q) 8) U ( q ) a ((8q) 2) U (( 00
q)
) (7)
sendo
u ( q ) u r( q ,1) , u( q ,1) , u r( q , 2) , u( q , 2 ) , u r( q ,3) , u( q ,3) , u r( q , 4 ) , u( q , 4)
T
o vetor local de
deslocamentos médios nas faces, U ( q ) U 2( q(10) ) ,U 2( q( 01
) (q) (q)
(q)
) , U 2 ( 20) , U 2 ( 02) , , U 3( 02)
T
o vetor formado
pelos coeficientes de primeira e segunda ordem e U (( 00
q)
) U 2 ( 00) , U 2 ( 00)
(q) (q)
o vetor formado
T
pelos coeficientes de ordem zero. O vetor formado pelos coeficientes de primeira e segunda
ordem pode ser avaliado como função dos deslocamentos médios nas faces e dos coeficientes
de ordem zero como segue:
U ( q ) A ((8q)8) 1
u ( q ) A ((8q)8) 1
a ((8q)2) U (( 00
q)
) (8)
Substituindo as componentes do campo de deslocamentos nas Eqs. (1) e (2), são obtidas
as componentes locais dos campos de deformações e de tensões para um subvolume genérico
q em função dos coeficientes do campo de deslocamentos. Vale ressaltar que para determinar
as componentes do tensor de tensões, considerou-se o material do subvolume como sendo
elástico linear, isotrópico e homogêneo. De posse de tais componentes, pode-se determinar as
componentes dos vetores de tensões atuantes nas faces de um subvolume genérico, conforme
mostrado abaixo:
t r( q , p ) ( q ) rr( q ) ( q ) , eq / 2 , t( q , p ) ( q ) r(q ) ( q ) , eq / 2 (para p 1,3 ) (9)
t r( q , p ) r r
(q) (q)
r
(q)
, q / 2 , t r r
(q, p) (q) (q)
(q)
, q / 2 (para p 2,4) (10)
t ( q ) B ((8q)8) U ( q ) b ((8q)2) U (( 00
q)
) (11)
sendo t ( q ) tr( q ,1) , t( q ,1) , tr( q , 2) , t( q , 2) , tr( q ,3) , t( q ,3) , tr( q , 4 ) , t( q , 4 )
T
o vetor local médio de tensões
atuantes nas faces de um subvolume genérico q .
Nesta formulação, as equações diferenciais de equilíbrio relativas a um subvolume são
satisfeitas em termos médios no volume, Eq. (3), resultando na seguinte equação matricial:
(( q2) 8) U ( q ) (( q2) 2) U (( 00
q)
) 0 ( 21) (12)
U (( 00 ) a( 28 ) u
q) (q) (q)
(13)
1
1
sendo a((2q)8) Φ( 28) A ((8q)8) a ((8q)2) (( q2) 2) Φ( 28) A ((8q)8) . Substituindo a Eq. (13) na Eq. (8), 1
pode-se encontrar uma relação matricial entre o vetor formado pelos coeficientes de primeira
e segunda ordem do campo de deslocamentos com o vetor local de deslocamentos médios nas
faces, resultando em:
U (q ) A ((8q)8) u ( q ) (14)
onde A((8q)8) A ((8q)8) A ((8q)8) a((8q)2) a((2q)8) . Finalmente, substituindo as Eqs. (13) e (14) na
1 1
Eq. (11), chega-se no sistema local de equações de um subvolume como mostrado a seguir:
t ( q ) K ((8q)8) u ( q ) (15)
onde K ((8q)8) B ((8q)8) A ((8q)8) b ((8q)2) a((2q)8) representa a matriz de rigidez local de um subvolume
genérico q .
onde U u1 ,, u Ngl e T t1 ,, t Ngl são os vetores globais de deslocamentos e de
T
T
tensões médias atuantes nas faces da estrutura discretizada, respectivamente. Com base nas
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Nq
K ( N gl , N gl ) L((q8)N gl ) K ((8q)8) L((q8)N gl )
T
(17)
q 1
sendo L((q8)N gl ) e L((q8)N gl ) T
as matrizes de compatibilidade estática e cinemática da estrutura,
nesta ordem.
Tc K cd K cc U d
K dc U c
(18)
Td K dd
onde Tc e Td representam os vetores de tensões conhecidas e desconhecidas,
respectivamente, e U c e U d simbolizam os vetores de deslocamentos conhecidos e
desconhecidos, nesta ordem. Assim, os vetores de deslocamentos e de tensões desconhecidas
podem ser determinados através das equações apresentadas a seguir:
U d K cd Tc K cd K cc U c
1 1
(19)
Td K dd U d K dc U c (20)
4 RESULTADOS NUMÉRICOS
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Teoria de Volumes Finitos
Solução Numérica
Solução Analítica
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Análise de Tensões em Estruturas Axissimétricas Empregando a Formulação em Coordenadas Polares da
Teoria de Volumes Finitos
5 CONCLUSÕES
Neste trabalho, foi apresentada uma formulação em coordenadas polares da Teoria de
Volumes Finitos voltada para análise de tensões de estruturas axissimétricas. Com o objetivo
de verificar a formulação proposta, foram analisados três problemas cujas soluções analíticas
são fornecidas pela Teoria da Elasticidade Linear. A comparação dos resultados numéricos
com os obtidos a partir das soluções analíticas confirmaram a eficiência da mencionada
formulação na análise bidimensional de estruturas axissimétricas.
AGRADECIMENTOS
Ao LCCV (Laboratório de Computação Científica e Visualização) do Campus do Sertão,
por disponibilizar a infraestrutura necessária à realização desta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bansal, Y., & Pindera, M. J. (2003). Efficient reformulation of the thermoelastic higher-order
theory for functionally graded materials. Journal of Thermal Stresses, 26(11-12), 1055-1092.
Cavalcante, M. A. A., & Marques, S. P. C. (2005). Análise Termoelástica Transiente de
Estruturas Radialmente Simétricas de Materiais Compósitos com Gradação Funcional.
In Proceedings of the XXVI Iberian Latin-American Congress on Computational methods in
Engineering CILAMCE.
Cavalcante, M. A., Marques, S. P., & Pindera, M. J. (2007). Parametric formulation of the
finite-volume theory for functionally graded materials—part I: analysis. Journal of Applied
Mechanics, 74(5), 935-945.
Cavalcante, M. A., & Pindera, M. J. (2012). Generalized Finite-Volume Theory for Elastic
Stress Analysis in Solid Mechanics - Part I: Framework. Journal of Applied Mechanics, 79(5),
051006.
Timoshenko, S. P., & Goodier, J. N. (1980). Teoria da Elasticidade (3ª ed.). (S. F. Villaça, H.
L. Soriano, & H. S. Souza, Trads.) Rio de Janeiro: Guanabara Dois.
VAZ, L. E. (2011). Método dos elementos finitos em análise de estruturas. Rio de Janeiro:
Elsevier.
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