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Alexandre Fernandes
Pro Boat Yachts
fernandes@proboat.com.br
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se obter a matriz de rigidez pelo principio De posse do valor de {u’’}, o valor de {u} é
variacional δΠ = 0 . calculado facilmente pela equação
{u ' '} = [T ]{u}pelo fato de [T] ser uma matriz
A matriz de rigidez mostrada na equação 2.1 triangular superior. A partir dos deslocamentos
deve ser relacionada para cada elemento do globais e das matrizes de rigidez locais, os
modelo da estrutura global. Uma vez obtida a esforços podem ser calculados.
matriz de rigidez de um elemento, o processo
de solução pelo método dos elementos finitos 2.2 Análise de Vibração Livre
se resume no tratamento de diversas
matrizes. Após a decomposição da matriz de rigidez
(equação 2.1) a análise de vibração livre pode
Após a expansão de todas as matrizes [K] de ser feita. A análise é baseada no método de
cada elemento, pode-se montar a matriz de iteração por subespaços melhorados. Este
rigidez global da estrutura e a partir da método requer a definição de um conjunto de
equação de equilíbrio já apresentada acima vetores de partida tais que, quando aplicados
resolver o sistema. Desta forma, decompôe-se à estrutura, resulte em um conjunto de vetores
a matriz de rigidez no produto: de deslocamento linearmente independentes.
Estes vetores são, então, utilizados como
K = [T ] [d ][T ] ,
t (2.2)
base de um subespaço para reduzir o
tamanho do problema. Os autovetores
onde [T] é uma matriz formada por resultantes são usados para estabelecer um
submatrizes identidade na diagonal e conjunto de melhores vetores de partida e o
submatrizes nulas abaixo da diagonal e d uma método é repetido até a convergência.
matriz formada por submatrizes nulas fora da
diagonal e por submatrizes não nulas na Este método de iteração por subespaços
diagonal. Após esta decomposição a solução consiste na solução da equação:
é calculada através de:
K . X = M . X . A (2.9)
[K ]{u} = { f }, ,
( mxm) ( mxn ) ( mxm ) ( mxn ) ( nxn )
(2.3)
onde K é a matriz de rigidez e M representa a
onde {u} é o vetor (ou matriz para mais de matriz massa (ambas de ordem m). Os
uma condição de carregamento) dos valores de X (matriz composta por n
deslocamentos e {f} é o vetor (ou matriz) das autovetores dispostos em colunas, n < m) e A
cargas aplicadas. Substituindo a primeira (matriz diagonal n x n contendo autovalores
equação na equação acima tem-se: em sua diagonal) são calculados a partir do
algoritimo a seguir:
[T ]t [d ][T ]{u} = { f } , (2.4)
Para k = 1, 2, ..., iteragir de (k-1) para
(k):
e definindo:
K . X K = M . X ' K −1 , (2.10)
{u '} = [d ][T ]{u}, (2.5)
2
K K .Q K = M K .Q K . AK , (2.13) M .&r& + C.r& + Kr = R(t ) , (2.15)
3
&r&0 = 1 (T 2 ) .(r1 − 2.r0 + r−1 ) , (2.20) tensões nos intervalos de tempo onde estes
deslocamentos foram determinados.
L.O.A.: 12,32 m
(2.23)
L.W.L.: 10,20 M
que pode ser resolvida para calcular r1 a
partir de valores já conhecidos. De posse
Boca: 4,50 M
de r1, podemos calcular r-1 através da
equação 2.21.
Calado: 0,61 M
Com os valores de r-1, r0 e r1
determinados, utiliza-se a fórmula de Deslocamento: 12.000 ton
recorrência, equação 2.17, para obter
r2,r3,r4,..., etc. Velocidade: 31 nós
(2.24)
K ' = T 2 .K + 3.T .C + 6.M .
Após a decomposição da matriz K’
calcula-se o valor de r1 e r-1 de acordo
com as equações 2.23 e 2.21
respectivamente. Após isto, calcula-se o
valor da matriz K’’ para os intervalos de
tempo subseqüentes:
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figura 3.1 – Arranjo Geral e Topologia Estrutural
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Forças e momentos de desbalanceamento
do motor:
1º Ordem: 46,7 Hz e 2º Ordem: 93,4 Hz
Forças excitadas pelo eixo propulsor:
1º Ordem: 23,3 Hz
4. MODELANDO O PROBLEMA
Para a modelação do problema foi utilizado o figura 4.1 – Modelo Unidimensional Final
programa MSC/NASTRAN V4.0. A modelação
da embarcação foi realizada de duas formas 4.2 Modelo Estrutural Tridimensional
diferentes: unidimensional e tridimensional.
No modelo tridimensional, todo o casco,
Primeiramente, foi realizada a modelação
convés e elementos estruturais foram
unidimensional, onde toda a embarcação foi
modelados de forma a retratar a embarcação
reduzida a uma viga. Em geral, este processo
o mais próximo possível com a realidade. Isto
possui uma etapa rápida de pré-
faz com que este tipo de modelação,
processamento, entretanto é necessário que
tridimensional, consuma muito tempo.
muitas considerações e simplificações sejam
impostas ao modelo. A primeira etapa para gerar o modelo
Entretanto, na modelação tridimensional leva- tridimensional foi utilizar um programa de
se muitas horas de pré-processamento, arquitetura naval para obter a superfície do
porém, é possível que o problema seja melhor casco. Para isso foi utilizado o programa
visualizado, ou seja, obtém-se uma melhor MAXSURF 8.05. Após a geração da superfície
etapa de pós-processamento. do casco, o próximo passo foi importar esta
para outro programa de geração de
4.1 Modelo Estrutural Unidimensional superfícies (SOLIDWORKS 2000), a fim de
gerar toda a topologia estrutural da
A definição do modelo unidimensional foi embarcação. As superfícies geradas
dividida em sete etapas. Na primeira etapa, a anteriormente foram importadas para o
embarcação foi dividida em 26 seções, programa MSC/NASTRAN V4.0, onde, de
igualmente espaçadas, e definidas as suas acordo com o plano de laminação, foram
características geométricas (ATOTAL, AYY , AZZ , criadas as seguintes layers: costado, fundo,
IYY, IZZ e Jx ). espelho de popa, convés, anteparas
transversais, anteparas longitudinais, teto do
O próximo passo foi fazer o levantamento e
túnel, lateral do túnel, longarinas e
simplificações das propriedades mecânicas
transversais.
dos materiais utilizados. A partir disto, pode-se
definir os elementos de viga e de mola, esses
últimos através de uma simulação do empuxo.
Através do posicionamento dos motores,
tanques d’água e de diesel pode-se definir os
elementos de massa e, a partir da aplicação
de cargas e de condições de contorno, pode-
se analisar o modelo.
A figura a seguir apresenta o modelo
unidimensional final que foi utilizado para as
análises e comparações ao longo do trabalho.
O modelo apresentou 26 elementos de viga,
21 elementos de mola, 6 elementos de massa,
49 nós e 160 graus de liberdade.
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figura 4.2 – Vista Isométrica das Superfícies
Foram utilizados elementos do tipo laminado elásticas definidas anteriormente no modelo
para a representação das superfícies do casco unidimensional, conforme observado na tabela
(fundo, espelho de popa e costado), do convés abaixo.
e de toda a parte estrutural (longarinas,
transversais e anteparas transversais e O posicionamento dos elementos de massa foi
longitudinais). feito de acordo com o posicionamento dos
dois motores, dos dois tanques d’água e dois
Com o objetivo de que os dois modelos tanques de combustível. As massas foram
retratassem o mesmo problema, foi divididas em quatro elementos de massa e
considerado que cada mola calculada posicionados.
anteriormente, no modelo unidimensional,
fosse dividida em duas molas em paralelo e Ao final desta fase de pré-processamento, foi
que colocadas nas mesmas posições obtido o modelo tridimensional onde foram
longitudinais do modelo unidimensional. Foi utilizados um total de 23.034 nós, 23.730
utilizado para cada uma das molas, o valor elementos de laminado, 44 elementos de mola
corresponde à metade das constantes e condições de contorno que forneceram
130.000 graus de liberdade.
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figura 4.3 – Modelo Tridimensional Final
É recomendável que uma análise estática A análise de vibração livre foi feita utilizando
preceda a análise dinâmica (transiente e dois modelos: com molas e sem mola. Em
harmônica). Esta análise estática foi feita no ambos os modelos foram feitos uma análise
modelo unidimensional e no modelo entre as freqüências de 0 a 60 Hz. A escolha
tridimensional. No modelo tridimensional foi deste intervalo foi feita de forma a garantir
aplicada a pressão de slamming no fundo e no que estivesse sendo analisado a faixa de
modelo unidimensional foi analisado o freqüência do primeiro e do segundo modo de
momento que motor aplica na estrutura. vibração e da faixa de excitação do eixo
propulsor (23,3 Hz) e do motor (46,7 Hz).
Na análise transiente foi utilizado o modelo
tridimensional e a pressão de slamming foi
aplicada, em função do tempo, a partir de uma
função em rampa com valor máximo unitário. As figuras a seguir apresentam o primeiro e o
Na análise harmônica foi utilizado o modelo segundo modo de flexão para os modelos com
unidimensional e foi feita a análise na faixa de molas e sem mola encontrados após a
análise.
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figura 5.1 – Modelo Unidimensional sem Molas:
1º Modo de Flexão (6,64 Hz) e 2º Modo de Flexão (17,23 Hz)
figura 5.3 – Modelo Unidimensional com Molas: Modo próximo da excitação do Motor (42.05 Hz)
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tabela 5.1 – Frequencias Naturais Molas: Modo próximo da excitação do Motor
(41.27 Hz)
5.1.2 Modelo Tridimensional Na tabela abaixo são apresentados os valores
de freqüências naturais encontrados.
Em uma análise preliminar obteve-se uma
grande quantidade de modos de corpo rígido,
de modos locais e de modos de flexão
acoplada com torção. Desta forma, para MODELO TRIDIMENSIONAL
diminuir a capacidade computacional
necessária, a faixa de freqüência inicial foi Sem Mola Com Mola
modificada para dois intervalos, no primeiro,
de 1~10Hz, foi possível eliminar os efeitos de 1º Modo 6,34 Hz 6,36 Hz
corpo rígido, abaixo de 1 Hz, no segundo
intervalo, de 40~50 Hz, foi feita a análise na Modo Motor 41,27 Hz 41,29 Hz
faixa de freqüência de excitação do motor.
tabela 5.2 – Frequencias Naturais
As figuras a seguir apresentam o primeiro
modo de flexão para os modelos com molas e
sem mola e o modo encontrado perto da 5.1 Vibração Forçada (Estática)
freqüência de excitação do motor.
Foram feitas duas análises estáticas. Na
primeira, utilizando o modelo tridimensional,
foi analisada a resposta da estrutura para as
pressões de slamming. Na segunda análise,
utilizando o modelo unidimensional, foi
simulado o momento gerado pelo motor na
estrutura. Este momento, de 1kN.m, foi
aplicado no nó entre os dois elementos de
massa que definiam os motores.
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figura 5.7 – Modelo Unidimensional com
Molas: Deformações em Y (m)
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análises apresentadas anteriormente, foram
feitas três comparações: freqüência natural,
pressões de slamming e momento devido ao
motor, para que se possa dar início a
discussão a respeito de um critério para
avaliar antecipadamente a necessidade ou
não de uma análise dinâmica completa.
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MODELO UNIDIMENSIONAL MODELO TRIDIMENSIONAL
MODELO TRIDIMENSIONAL
MODELO TRIDIMENSIONAL
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utilização de uma análise harmônica não se invés de somente uma análise estática.
torne inviável e cara, podendo ser utilizada ao
MODELO UNIDIMENSIONAL
Nó 14 0,000137 M 0,00312 m
MODELO UNIDIMENSIONAL
Ao final deste trabalho pode-se citar como ASSAN, A.E. (1999), Método dos Elementos
grandes contribuições os seguintes itens: Finitos, Primeiros Passos, (Editora
Unicamp, Campinas).
Desenvolvimento de modelos de
elementos finitos a partir de AUTOCAD 2000 (2000), User’s Guide.
ferramentas computacionais de CAD;
DATA, C. (1982), Introdução ao Método dos
Avaliação do tempo computacional Elementos Finitos.
empregado nas diversas análises
estáticas e dinâmicas; DIVINYCELL (1991), Technical Manual – H
Grade.
Simplicidade na utilização de modelos
unidimensionais, com bons resultados HUGHES, O.F. (1988), Ship Structural Design,
em modo de flexão; A Rationally-Based, Computer-Aided
Optimization Approach, (Sname, New
Comparação de uma situação real Jersey).
transiente, slamming, com cálculos
estáticos que são normalmente MAXSURF 8.05 (2000), User Manual.
realizados, sendo um primeiro passo
para um futuro critério para realização, MERIAM, J.L. (1985), Estática, (LTC – Livros
ou não, de avaliação da necessidade Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de
de análises dinâmicas. Janeiro).
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SANDRI, M. e NASSEH, J. (1992), Finite
Element Structural Analysis on Planing
th
Boats Due to wave Impact, 47 Annual
Conference, Composites Institute, SPI,
Session 11-B.
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