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Relatório final
Programa: PIBIC/UNIFEI
Orientador: Dr. Eduardo Henrique da Silva Bittencourt
Itajubá
2023
AGRADECIMENTOS
A.M.C.S. agradece a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) pelo apoio financeiro (PIBIC-
UNIFEI) e oportunidades que me proporcionaram ao longo deste percurso tornando possível a
realização dessa pesquisa.
RESUMO
Começamos por analisar os tensores de Maxwell em um espaço com 3+1 dimensões, encon-
trando suas equações de movimento correspondentes. De modo a colocá-las numa forma mais
familiar, introduzimos uma classe de observadores que decompõe o espaço quadridimensional
em 3 dimensões espaciais, através do tensor de projeção, e do próprio campo de observadores,
que nos fornece a componente temporal das equações. No caso de meios materiais, existem
tensores especiais que caracterizam a resposta do meio a campos externos, deixando a análise
da óptica geométrica um pouco mais complicada, uma vez que a luz não seguirá mais linhas
retas no espaço plano. Aplicando o chamado método de Hadamard nas equações de Maxwell
no interior do dielétrico, obteremos exatamente a chamada métrica óptica efetiva (FONSECA,
2018) e (PRADO, 2022).
Palavras-chave: Eletrodinâmica não linear; Métrica efetiva; Método de Hadamard.
LISTA DE SÍMBOLOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 8
3.1 Vetores Contravariantes · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 8
3.2 Vetores Covariantes · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 8
3.3 Tensor · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 8
3.4 Métrica · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 9
3.5 Levantamento e abaixamento de índices· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 9
3.6 Os tensores e as equações de Maxwell · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 10
3.7 O tensor de projeção · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 11
6 CONCLUSÕES · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 17
7 REFERÊNCIAS · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 18
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1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento desse projeto tem como objetivo estudar a eletrodinâmica de Maxwell den-
tro de um meio material dielétrico e, posteriormente, obter a métrica óptica associada no limite
da óptica geométrica (NOVELLO & GOULART, 2010). Uma vez obtida tal métrica, e devido
às suas propriedades geométricas, é possível utilizá-la para imitar em laboratório, a princípio, a
cinemática de curvas do tipo-luz de soluções da teoria da relatividade geral. Esta é uma área de
pesquisa bastante ativa recentemente, denominada modelos análogos da gravitação.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.3 Tensor
A junção e generalização dos objetos contravariantes e covariantes é denominada como ten-
sor, ou seja qualquer função que obedeça a transformação da matriz jacobiana tanto para ín-
dices contravariantes e covariantes é um tensor, e podemos denomina-lo como um tensor s-
contravariante e r-covariante, melhor dizendo um tensor de grau (s,r):
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3 3 X
3 3
µ1 µ2 ...µs X X X ∂xµ1 ∂xµs ∂xβ1 ∂xβr α1 α2 ...µs
T ν1 ν2 ...νr = ... ... α1
... αs β1 ... βr T β1 β2 ...βr (5)
α=0 αs =0 β1 =0 β =0
∂x ∂x ∂x ∂x
r
Veja que na equação (5) os índices se repetem nas grandezas de forma seguirem um padrão
de tal forma que se vinculam a soma, com isso podemos omitir a notação de soma e simples-
mente representar a soma quando os índices estão se repetindo em cima e em baixo do tensor,
como evidenciado em (5), essa notação é chamada de Convenção de Einstein. Dessa forma a
equação (5) se reduz em:
3.4 Métrica
A métrica é um objeto que fornece informações sobre a geometria de uma variedade que está
sendo analisada, ou seja, a métrica é uma espécie de "régua"para o espaço que estamos anali-
sando permitindo analisar e medir tempo e espaço para uma dada geometria espacial. A infor-
mação de uma espaço quadridimensional é bem representada por:
(ds2 ) = (1)(dx0 )(dx0 ) + (−1)(dx1 )(dx1 ) + (−1)(dx2 )(dx2 ) + (−1)(dx3 )(dx3 ) (8)
Dessa forma podemos definir uma métrica plana no sistema cartesiano, com as assinaturas
dadas por (9), chamamos essa métrica de Minkowski:
1 0 0 0
0 −1 0 0
ηµν =
0 0 −1 0
ou ηµν = diag(1, −1, −1, −1) (10)
0 0 0 −1
ξµ = ηµν ξ ν (11)
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Como a matriz ηµν é não degenerada, ou seja, possui uma inversa η µν , tal qual η µν ηµϕ = δϕν ,
em que δ é chamado de delta de Kronecker que assume valores igual a um quando os índices são
iguais e zero quando os índices são diferentes, ou seja, a delta de Kronecker é representada por
uma matriz inidentidade em qualquer sistema de coordenadas. Sendo assim podemos definir o
levantamento de um índice utilizando a matriz inversa η µν da seguinte forma:
ξ µ = η µν ξν (12)
Com o mesmo raciocínio podemos definir o quadrado da norma de um vetor por:
ξ 2 = ξµ ξ µ = ηµν ξ µ ξ ν = η µν ξµ ξν (13)
Com isso podemos realizar a eletrodinâmica segundo Maxwell em uma linguagem que in-
depende do sistema de coordenadas.
∂ν F µν = j µ (17)
µν
∂ν F = jµ (18)
Realizando as operações para µ = 0,1,2,3: µ = 0
∂ν F 0ν = j 0 (19)
∂0 F 00 + ∂1 F 01 + ∂2 F 02 + ∂3 F 03 = j 0 (20)
∂Ex ∂Ey ∂Ez
0+ + + =ρ (21)
∂x ∂y ∂z
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Da equação (21) vemos a noção de rotacional de um campo elétrico, sendo assim portanto
chegamos na Lei de Gauss:
⃗ ·E
∇ ⃗ =ρ (22)
µ=1
∂ν F 1ν = j 1 (23)
∂0 F 10 + ∂1 F 11 + ∂2 F 12 + ∂3 F 13 = j 1 (24)
∂Ex ∂Bz ∂By
− +0+ − = jx (25)
∂t ∂y ∂z
µ=2
∂ν F 2ν = j 2 (26)
∂0 F 20 + ∂1 F 21 + ∂2 F 22 + ∂3 F 23 = j 2 (27)
∂Ey ∂Bz ∂Bx
− − +0+ = jy (28)
∂t ∂x ∂z
µ=3
∂ν F 3ν = j 3 (29)
∂0 F 30 + ∂1 F 31 + ∂2 F 32 + ∂3 F 33 = j 3 (30)
∂Ez ∂By ∂Bx
− + − + 0 = jz (31)
∂t ∂x ∂y
Agora somando as equações (25),(28) e (31), vamos obter o divergente do campo magnético
e por consequência a lei de Ampére Maxwell:
∇×B ⃗ = 1 (⃗j + d E)
⃗ (32)
c dt
De forma similar para o tensor dual vamos repetir o processo e enfim encontrar também o
monopolo magnético e ainda a Lei de Faraday dadas por:
⃗ ·B
∇ ⃗ =0 (33)
∇ ⃗ = −1 d B
⃗ ×E ⃗ (34)
c dt
Fµν = Eµ vν − Eν vµ + η µν αβ vα Bβ (36)
Pµν = Dµ vν − Dν vµ + η µν αβ vα Hβ (37)
Os vetores dados pelo campo eletromagnético tem tipo espaço, ou seja, não tem componen-
tes dadas pelo tempo, portanto não variam, sendo assim temos a seguinte estrutura:
E α Eα = −E 2 (38)
H α Hα = −H 2 (39)
Então as relações constitutivas do meio podem ser expressas na forma:
∂ν P µν = 0 (42)
∂ν F̂ µν = 0 (43)
Então tomando um observador do tipo tempo v µ ,ν vamos obter as seguintes equações:
Dµ ,ν v ν − Dν ,ν v µ + η µν αβ vα Hβ,ν = 0 (44)
B µ ,ν v ν − B ν ,ν v µ + η µν αβ vα Eβ,ν = 0 (45)
Projetando essas equações utilizando o tensor de projeção dado em (35) vamos obter as
equações:
Com isso podemos utilizar as relações constitutivas do meio dadas por (40) e (41), em que a
permissividade magnética é constante e igual a µ0 e a permissividade elétrica depende somente
do campo elétrico ϵ = ϵ(E), dessa forma vamos obter:
ν ϵ, E µ E ν
ϵE ,ν − Eµ,ν = 0 (50)
E
µ0 H ν ,ν = 0 (51)
ϵ, E ϕ E µ v ν αβ
ϵĖϕ − Eµ,ν + η ϕν vα Hβ,ν = 0 (52)
E
αβ
µ0 Ḣ ϕ − η ϕν vα Eβ,ν = 0 (53)
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kµ,λ k λ = 0 (55)
[µ0 H ν ,ν ]Σ = 0 (62)
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µ0 k ν hν = 0 (63)
Para a equação (52)
ϵ, E ϕ E µ E ν
[ϵĖϕ − Eµ,ν + η ϕναβ vα Hβ,ν ]Σ = 0 (64)
E
ν ϵ, E ϕ E µ E ν ϵ, E ϕ E µ E ν
([ϵ]Σ Ėϕ +ϵ[Ėϕ ]Σ )−[v ([ ]Σ Eµ,ν + [Eµ,ν ]Σ )]Σ +([η ϕναβ vα ]Σ Hβ,ν +η ϕναβ vα [Hβ,ν ]Σ ) = 0
E E
(65)
Veja novamente que existem termos contínuos na equação e portanto resultam em zero ao
aplicar o método, e ainda lembrando que Ėp hi = Eϕ,ν v ν sendo assim:
ϵ, E ϕ E µ v ν
ϵeϕ k ϕ vν − eµ kν + η ϕναβ vα hβ kν = 0 (66)
E
Para a equação (53):
µ0 hϕ k ν vν − η ϕναβ vα eβ kν = 0 (69)
Após aplicar o método temos como resultado quatro equações, reorganizando os termos
das equações e mudando os índices a fim de facilitar a visualização e o desenvolvimento das
equações enfim vamos obter:
ϵ, α
ϵk µ eµ − E eα k β Eβ = 0 (70)
E
µ0 k α hα = 0 (71)
ϵ, α
ϵk α vα eµ − E eα k λ vλ E µ + η µναβ kν vα hβ = 0 (72)
E
µ0 k α vα hµ − η µναβ kν vα eβ = 0 (73)
Vale ressaltar que das equações (70), (71), (72) e (73) o termo k µ é o vetor de propagação
da onda e ϵ, é a derivada de ϵ com respeito a E.
Substituindo a equação (60) em (59) vamos obter:
ϵ, β eλ k α eα λ
ϵk α vα eλ − E eβ k α vα E λ + (k µ
kµ − (k ν
v ν )2
) − k =0 (74)
E µ0 k α vα µ0 k β vβ
Para simplificar a equação (74) será utilizado a seguinte relação:
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α
δbα δcα δdα
δa
δ β δbβ δcβ δdβ
η αβγσ ηabcd = − a (75)
δbγ δdγ
δaγ δcγ
δaσ δbσ δcσ δdσ
Com (75) vamos contrair diversos termos através da delta de Kronecker, ou seja, vão resultar
em valores unitários, sendo assim vamos encontrar a seguinte relação para o dielétrico:
ϵ, µ ν
(η µν + v µ v ν (µ0 ϵ − 1 + µ0 ϵ, E) −
E E )kµ kν = 0 (76)
ϵE
Veja que a equação (76) não condiz com uma superfície da teoria linear, ou seja, têm-se
uma estrutura causal característica determinada pelo meio, isto é, atrelada as propriedades do
material em que as ondas percorrem. Dessa forma é possível interpretar como uma geometria
Riemanniana em que:
ĝ µν kµ kν = 0 (77)
Sendo ĝ a própria métrica efetiva do meio óptico do dielétrico, sendo assim comparando a
equação (76) com (77) vemos efetivamente que a métrica é definida por:
µν µν µ ν , ϵ, µ ν
ĝ =η + v v (µ0 ϵ − 1 + µ0 ϵ E) − E E (78)
ϵE
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6 CONCLUSÕES
7 REFERÊNCIAS
PRADO, W.P. Uma busca por um modelo análogo para a métrica de Alcubierre. Trabalho
de conclusão de curso. UNIFEI, Itajubá-MG 2022.
FONSECA, E.B. Eletrodinâmica não linear. Trabalho de conclusão de curso. UNIFEI, Itajubá-
MG 2018.
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