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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE

SANTANA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Relatório Física Experimental III


Lei de Ohm

Wendel Sampaio Nascimento


Luiz Fernando Silva dos Reis
Ronieri Rios Silva
Adriano Santos Bispo
Vítor de Oliveira Silva
Murillo Erismar de Souza Teixeira

Feira de Santana
2023
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RESUMO

Este é um relatório que busca estudar, testar e provar a Lei de Ohm através dos princípios da física
de circuitos utilizando as técnicas de propagação de erros e incertezas nas medidas. Durante o
período de aulas de Física Experimental III, foram estudados os conceitos iniciais de força
eletromotriz, tensão, resistência e corrente, até que o foi proposta a ideia de observar interações de
resistências sob efeito da força eletromotriz. Foi realizado um experimento para determinar a
corrente e tensão, um circuito foi montado com uma resistência sob uma força eletromotriz, a ideia é
determinar se o material seguia a Lei de Ohm. Após a explicação teórica e contextualização do
tema, foi então proposta a criação de um gráfico da corrente em função da tensão, as teorias da
análise de dados e propagação de erro foram utilizadas para obter resultados mais satisfatórios e
precisos. Por fim, os resultados adquiridos realmente foram eficientes, adquirindo um gráfico
proveitoso com suas barras de erro.

PALAVRAS-CHAVE: Circuitos. Lei de Ohm. Corrente Elétrica. Tensão. Experimento.


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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
1.1 Apresentação 4
2 CONTEXTUALIZAÇÃO 5
2.1 Medidas Diretas, Indiretas e Propagação de Erros 5
2.2 Contextualização Teórica 7
3 EXPERIMENTAÇÃO 7
3.2 Experimento: Lei de Ohm 7
4 ANÁLISE DOS DADOS 8
5 CONCLUSÃO 10
6 REFERÊNCIAS 10
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1 INTRODUÇÃO
A eletricidade é uma parte essencial de nossas vidas, desde a iluminação em
nossas casas até os dispositivos eletrônicos que usamos diariamente. No entanto, muitas
vezes, não entendemos completamente os princípios básicos que governam o
comportamento dos circuitos elétricos. Nesta apresentação, discutiremos três conceitos
fundamentais da eletricidade: corrente, tensão e força eletromotriz.
A corrente elétrica é definida como o fluxo de carga elétrica em um circuito
elétrico. A unidade de medida da corrente elétrica é o ampere (A). A corrente elétrica é
medida usando um amperímetro e é definida como a taxa de fluxo de carga elétrica em
um condutor em um determinado momento.
A tensão elétrica, também conhecida como diferença de potencial elétrico, é a
diferença de energia elétrica potencial entre dois pontos em um circuito elétrico. A
unidade de medida da tensão elétrica é o volt (V). A tensão elétrica é medida usando um
voltímetro e é definida como a quantidade de energia necessária para mover uma carga
elétrica de um ponto para outro em um circuito.
A força eletromotriz, é a força que impulsiona os elétrons através de um circuito
elétrico. A unidade de medida da força eletromotriz é o volt (V). A força eletromotriz é
medida usando um voltímetro e é definida como a quantidade de energia elétrica
potencial fornecida por uma fonte de energia elétrica para mover cargas elétricas em um
circuito elétrico.
A compreensão desses conceitos fundamentais da eletricidade é essencial para a
construção, manutenção e resolução de problemas em circuitos elétricos. Corrente,
tensão e força eletromotriz são inter-relacionados e podem ser descritos pela Lei de
Ohm. Uma compreensão completa desses conceitos é importante para os engenheiros
eletrônicos, técnicos, estudantes e para qualquer pessoa que trabalhe com eletricidade.
O objetivo desta atividade é aprender sobre a Lei de Ohm e examinar os
diferentes comportamentos de materiais ôhmicos e não-ôhmicos quando uma tensão é
aplicada a eles.

1.1 Apresentação
Este estudo foi dividido da seguinte forma:
1) Introdução, contando com a explicação inicial do relatório, de forma rasa abordando
os objetivos do experimento e apresentação do tema abordado ao longo deste trabalho.
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2) Contextualização, dando todo o arsenal necessário para entender o processo de


experimentação.
3) Experimentação, apresentação dos objetivos do experimento, as grandezas físicas
utilizadas, os materiais necessários, esquema dos experimentos e por fim o
procedimento experimental.
4) Análise dos dados, apresentação dos dados coletados, e como foram tratados,
hipóteses utilizadas, criação de figuras e tabelas, além da determinação dos parâmetros e
leis descobertas ou estudadas.
5) Conclusão, recapitulação do problema estudado, explicação de todo o processo
experimental e apresentação dos principais resultados e respectivos erros.
6) Referências, catalogação de todos os estudos usados como base para a formulação
teórica e prática do relatório.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Seção dedicada à apresentação das fórmulas e leis que atuarão no experimento.
2.1 Medidas Diretas, Indiretas e Propagação de Erros
Nas medidas diretas, o valor numérico atribuído à grandeza física é lido diretamente da
escala do instrumento. Nas medidas indiretas, a grandeza resulta de um cálculo realizado com
valores de grandezas medidas diretamente.
A medida direta da grandeza, com seu erro estimado, pode ser feita de duas formas
distintas: medindo-se apenas uma vez a grandeza x, e - medindo-se várias vezes a mesma
grandeza x, mantendo as mesmas condições físicas. No primeiro caso, a estimativa do erro na
medida ∆x é feita a partir do equipamento utilizado e o resultado será dado por (x ± ∆x). Para o
segundo caso, consideremos que tenha sido feita uma série de n medidas para a grandeza x.
Descontados os erros grosseiros e sistemáticos, os valores medidos 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, ..., 𝑥𝑛 não são

geralmente iguais entre si; as diferenças entre eles são atribuídas a erros acidentais. O valor mais
provável da grandeza que se está medindo pode ser obtido pelo cálculo do valor médio dado na
Equação 1:

1
𝑛 (1)
𝑥= 𝑛
∑ 𝑥𝑖
𝑖=1
Denomina-se desvio de uma medida a diferença entre o valor obtido (𝑥𝑖) nessa medida e

o valor médio 𝑥, obtido de diversas medidas. Os valores de δ𝑖 podem ser positivos ou negativos,

e sua fórmula é delatada na Equação 2.


δ𝑖 = 𝑥𝑖 − 𝑥 (2)
Pode-se definir também o desvio médio absoluto, δ, dado na Equação 3, que representa
6

a média aritmética dos valores absolutos dos desvios δ𝑖.


𝑛 (3)
δ=
1
𝑛 | |
∑ δ𝑖
𝑖=1
O desvio médio absoluto é utilizado quando há erros sistemáticos ou quando não se
têm certeza da minimização dos mesmos. Neste caso, a medida da grandeza x será dada por
𝑥 = 𝑥 ± δ. Para representar o valor de uma grandeza, utiliza-se normalmente a representação
dada na Equação 4, onde ∆x' pode ser tanto o desvio médio absoluto δ, quanto o desvio avaliado
no próprio equipamento utilizado para a medida. O valor ∆x' mais apropriado é o maior dos
dois.
𝑥 = 𝑥 ± ∆𝑥' (4)
Outra forma de representar o desvio é a utilização do desvio padrão ou desvio médio
quadrático que mede a dispersão estatística dos valores da grandeza medida. Quanto maior for o
desvio padrão, maior será a dispersão e é definida na Equação 5:
𝑛 (5)
( )2
∑ δ𝑖
1
σ= 𝑛−1
Substituindo a Equação 2 na Equação 5, obtêm-se a Equação 5.1:
𝑛 2
(5.1)
( )
∑ 𝑥𝑖−𝑥
1
σ= 𝑛−1
Quando o valor calculado para σ ou δ, é menor que a precisão D do instrumento, a
incerteza será dada pelo próprio valor D.
É possível calcular a propagação das incertezas para qualquer operação matemática
elementar ou função. Supondo que a grandeza física, medida indiretamente, está determinada
por uma função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦, ...), das várias grandezas medidas diretamente com suas
respectivas incertezas (𝑥±∆𝑥, 𝑦±∆𝑦, ...), a incerteza ∆𝑧 propagada pode ser calculada
utilizando ferramentas do cálculo diferencial, conforme mostra a Equação 6.
∂𝑓 ∂𝑓
∆𝑧 = || ∂𝑥 ||∆𝑥 + || ∂𝑦 ||∆𝑦 + … (6)
Aplicando a Equação 6 para funções simples, obtêm-se os resultados de 𝑧±∆𝑧 para
várias funções elementares, na Tabela 1.2.1 é possível ter algumas fórmulas de propagação de
incertezas.
Tabela 1 - Fórmulas de propagação de incertezas para algumas funções elementares.

Operação 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) ∆𝑧
Soma 𝑧=𝑥+𝑦 ∆𝑥 + ∆𝑦
Subtração 𝑧=𝑥−𝑦 ∆𝑥 + ∆𝑦
Produto 𝑧 = 𝑥. 𝑦 𝑥∆𝑦 + 𝑦∆𝑥
Divisão 𝑧=
𝑥 𝑥∆𝑦+𝑦∆𝑥
2
𝑦 𝑦
7

2.2 Contextualização Teórica


A primeira lei de Ohm é um dos princípios fundamentais da eletricidade e
descreve a relação entre a corrente elétrica, a tensão aplicada e a resistência de um
circuito elétrico. Essa lei foi formulada pelo físico alemão Georg Simon Ohm em 1827,
e é amplamente utilizada em vários campos da engenharia elétrica e eletrônica.
A lei de Ohm estabelece que a corrente elétrica que flui através de um condutor
é diretamente proporcional à tensão aplicada ao mesmo, e inversamente proporcional à
sua resistência elétrica. Em termos matemáticos, a lei pode ser expressa como na
Equação 7.

𝐼=
𝑉 (7)
𝑅
Onde I é a corrente elétrica medida em amperes (A), V é a tensão aplicada
medida em volts (V) e R é a resistência elétrica medida em ohms (Ω).
Essa equação simples tem implicações importantes na análise e projeto de
circuitos elétricos. Por exemplo, ela nos permite calcular a corrente elétrica que flui
através de um circuito quando conhecemos a tensão aplicada e a resistência elétrica total
do circuito. Além disso, a lei de Ohm também nos ajuda a entender como as mudanças
na tensão e na resistência afetam a corrente elétrica em um circuito.
É importante lembrar que a lei de Ohm é uma aproximação válida apenas para
alguns tipos de materiais, conhecidos como materiais ôhmicos. Esses materiais
apresentam uma relação linear entre a corrente elétrica e a tensão aplicada, como é o
caso da maioria dos metais. No entanto, materiais não-ôhmicos, como os diodos e
transistores, não obedecem à lei de Ohm e exigem análises mais complexas para serem
compreendidos.

3 EXPERIMENTAÇÃO
Figura 1: Voltímetro
8

Figura 2: Multímetro

Figura 3: Painel Eletrônico

Figura 4: Fonte de Bancada

Figura 5: Amperímetro

3.2 Experimento: Lei de Ohm


O experimento utilizou-se de um circuito com uma resistência R e força
eletromotriz V. Foram medidos 8 vezes, cada corrente para cada tensão e resistência
utilizando ferramentas digitais e analógicas a fim de determinar se os dados coletados
obedecem ou não a lei de ohm. experimento, menores divisões de escala e erros.
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Material MDE Erro de Escala


Painel para Associações - -
Eletro-eletrônicas
Fonte de Alimentação - -
Multímetro Digital ± 0, 01 𝑉 ± 0, 01 𝑉
Multímetro Digital ± 0, 01 𝐴 ± 0, 01 𝐴
Voltimetro Trapezoidal CC/AC ± 0, 20 𝑉 ± 0, 10 𝑉
Amperimetro Trapezoidal ± 5, 00 𝑚𝐴 ± 2, 50 𝑚𝐴

Com o objetivo de determinar se o sistema elétrico obedece a lei de Ohm, o


equipamento foi montado de duas maneiras diferentes. Na primeira medição, o
potencial é medido utilizando o voltímetro trapezoidal (analógico) e a corrente é medida
utilizando o multímetro digital, na segunda medição, a corrente é medida utilizando o
multímetro digital e o potencial utilizando o amperímetro trapezoidal (analógico). Todo
o sistema recebe energia de uma fonte de alimentação, onde a corrente passa por um
resistor e é medida pelos equipamentos anteriores.

4 ANÁLISE DOS DADOS


Realizadas as medidas podemos organizar os dados em tabelas para melhor
visualização. A Tab. 3 apresenta os dados medidos utilizando o voltímetro analógico e o
amperímetro digital. A Tab. 4 apresenta o
Tabela 2 - Materiais utilizados nos dados medidos utilizando o voltímetro digital e o
amperímetro analógico.
Tabela 3. Dados medidos utilizando o voltímetro analógico e o amperímetro digital.
𝐴 ± 0, 017 𝑉 ± 1, 62
0,000 0,00
0,011 1,06
0,021 1,99
0,030 2,93
0,039 3,83
0,050 4,77
0,061 5,80
0,072 6,76
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Tabela 4. Dados medidos utilizando o voltímetro digital e o amperímetro analógico.


𝐴 ± 0, 03 𝑉 ± 1, 66
0,00 0,0
0,01 1,0
0,04 2,2
0,05 3,2
0,07 4,2
0,09 5,1
0,11 5,9
0,13 6,9

Utilizando os dados apresentados nas Tab. 3 e Tab. 4 foram produzidos gráficos


de Tensão (V) em função da Corrente Elétrica (I) com intuito de analisar o
comportamento das grandezas colhidas, a fim de determinar se existe uma relação entre
Resistência (R) e Tensão (V). Com base nesse comportamento podemos identificar se a
Resistência (R) obedece ou não a lei de ohm.

Imagem 1 - Gráfico da Tensão em função da corrente elétrica utilizando equipamentos digitais.


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Imagem 2 - Gráfico da Tensão em função da corrente elétrica utilizando equipamentos analógicos.

5 CONCLUSÃO

Partindo da análise dos gráficos obtidos conseguimos perceber um caráter linear


do mesmo, isso significa que obtivemos um coeficiente angular aproximadamente
constante, coeficiente esse que representa a Resistência (R) como podemos observar
pela equação 𝑅 = 𝑉 ÷ 𝑖 apresentada nos gráficos 1 e 2 respectivamente. Dessa
maneira podemos concluir dentro do erro apresentado que a Resistência (R) independe
da Tensão (V), ou seja a Resistência obedece a lei de Ohm.

6 REFERÊNCIAS

CHAVES, S. A. Física mecânica: curso básico para estudantes de ciências físicas e


engenharias. Volume 1. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. v. 1, 10ª ed.
Rio de Janeiro: Livros Técnicos Científicos, 1996.
PIANCENTINI, João J. et al. Introdução ao laboratório de física. 5ª ed.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2013.
Tipler, A. Paul, Física Eletricidade e Magnetismo volume 3, Editora-Guanabara
Koogan S. A/ Physics for Scientists and Engineers, third Edition,Extended Version,
New York, (1991).
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Serway, Raymond A., Física 3- Eletricidade Magnetismo e Ótica, 3ª edição, Editora


SA, (1992).

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