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Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira


Departamento de Engenharia Mecânica

Área de Ciências Térmicas

Laboratório de Transferência de Calor e Massa

Experimento 03
Transferência de calor em aletas cilíndricas.

Nome RA.:
João Eduardo Di Piero 202052338
João Paulo C. B. dos Santos 182055264
João Vitor Magre Carvalho 201051338

Professor: Henrique Matos Campos

09 de Outubro de 2023
1. Objetivos

Por meio deste experimento buscou-se analisar a distribuição longitudinal de


temperatura ao longo de uma aleta cilíndrica, comparar com os valores da solução analítica
exata e calcular a eficiência. Alem disso, analisou-se a influencia do material e da geometria
da aleta.

2. Montagem Experimental

Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes instrumentos:

●Reservatório com água aquecida a 100ºC (1);

●Aletas (2)

●Termopar (3);

●Voltímetro (multímetro) (4);

●Garrafa térmica (5);

●Gelo fundente (5);

A Figura 1 mostra os instrumentos e equipamentos utilizados.


A Figura 2 é um esquema simplificado do aparato do experimento.
Como mostram as figuras, no mesmo recipiente que tem a água a 100ºC, estão fixadas
as aletas. Em todas as aletas existem alguns furos, que são utilizados para inserir a ponta do
termopar, sendo possível realizar a medição de temperatura no interior das aletas.
A barra 1, possui 8 pontos de medição, sendo eles em mm: 0; 35; 85; 135; 210; 285; 385
e 484.
Já as demais barras, possuem 11, sendo eles em mm: 0; 35; 85; 135; 210; 285; 410;
545; 695;845; 989.
Figura 1 – Equipamentos utilizados.

Fonte: elaborado pelos autores.

Figura 2 – Aparato experimental.

Fonte: elaborado pelos autores.


Como é possível observar, as aletas diferem entre si não apenas no tamanho, mas
também no quesito material, visto que a barra 4 é de aço inoxidável. As outras três barras
utilizadas são de alumínio, mas apresentam diferentes dimensões, sendo que as barras 1 e 2
tem 5/8”de diâmetro, a barra 1 tem um comprimento de 0,5 m, as barras 2 e 3 tem 1 m de
comprimento e a barra 3 tem um diâmetro de 1”. A barra 4 possui as mesmas dimensões da
barra 3.

3. Procedimento Experimental

Primeiramente foi preparado o termopar, sendo colocado uma das junções no gelo e a
outra em uma ponteira, a foi inserida nos furos das barras.
A água do reservatório foi aquecida, por uma resistência, até os 100ºC, e permaneceu a
essa temperatura um longo período antes da realização do experimento, ao qual estão
acopladas quatro aletas metálicas de secções transversais cilíndricas.
Foi medida a temperatura do ar, e de cada ponto nas aletas. Esses valores foram
anotados.
Após um certo período, essas medições foram realizadas novamente, a fim de garantir
que as aletas já estavam em regime permanente.
Visto que o experimento estava preparado com antecedência, na segunda medição já se
constatou o regime permanente.

4. Resultados e Discussão

Os valores obtidos foram dispostos nas Tabela 1 a seguir.


As tensões todas são dadas em mV. Quanto às incertezas, utiliza-se as Equações 1 e 2,
mostradas a seguir.
𝐼.𝐸
𝑎= 2
(1)

𝑎
𝑢(𝑥) = (2)
2

Portanto, as incertezas para as tensões são de ± 0,003 mV


Tabela 1 – Tensões nas aletas.
Barra X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10
1 2,99 2,68 2,34 2,08 1,86 1,65 1,54 - - -
2 3,29 2,90 2,53 2,19 1,91 1,61 1,40 1,27 1,20 1,18
3 3,52 3,19 2,90 2,55 2,27 1,93 1,67 1,50 1,40 1,35
4 3,29 2,44 1,92 1,49 1,29 1,16 1,12 1,11 1,11 1,11
Fonte: elaborado pelos autores.
Através da medição dos pontos,levando em consideração as medidas em mV da temperatura de
cada ponto e a temperatura do ambiente, são obtidos os valores efetivos em mV que serão convertidos
em graus em °C, representando a temperatura em cada ponto a partir da origem.
A tabela 2 a seguir, mostra os valores de tensão convertidos para temperatura, em C.
Quanto a incerteza para temperatura, é de ± 0,003 mV.
Tabela 1 – Temperaturas nas aletas.
Barra X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10
1 71,2 63,9 56,0 49,9 44,8 39,9 37,4 - - -
2 78,2 69,1 60,4 52,5 46,0 39,0 34,1 31,1 43,0 29,0
3 83,5 75,8 69,1 60,9 54,4 46,5 40,4 36,4 34,1 32,9
4 78,2 58,3 46,2 36,2 31,6 28,5 27,6 27,4 27,4 27,4
Fonte: elaborado pelos autores.

Com as temperaturas obtidas em vários pontos de comprimento da aleta conseguimos


quantificar a transferência de calor por condução (adiabático), como mostra a Equação 3, e por
convecção como mostra a Equação 4. Para identificar esses fenômenos foram utilizadas condições de
contorno apropriadas para cada caso, assim obtemos as equações de transferência de calor teóricas.

cosh𝑐𝑜𝑠ℎ (𝑚(𝐿−𝑥))
𝑇(𝑥) = ⎡ ⎤ * (𝑇𝑏 − 𝑇∞) #(3)
⎣ cosh𝑐𝑜𝑠ℎ (𝑚𝐿) ⎦
⎡ 𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑚(𝐿−𝑥))+( 𝑚𝑘 )𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚(𝐿−𝑥)) ⎤

𝑇(𝑥) = ⎢ ⎥(𝑇𝑏 − 𝑇∞) + 𝑇∞ #(4)


𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑚𝐿)+( 𝑚𝑘 )𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿)

⎣ ⎦

Onde “m” é representado por:

𝑚 = ( )#(5)
ℎ𝑃
𝑘𝐴𝑡

Na Equação 5, “h” é o coeficiente de transferência de calor médio por convecção natural que
segundo a literatura (Bergman, 2011), varia entre 5-25 𝑊/𝑚2𝐾, para este utilizou-se h igual a 5 , “P” é
o perímetro (𝜋𝐷) enquanto 𝐴𝑡 é a área transversal de cada aleta (𝜋𝐷 2 4 ).
Foi plotado um gráfico para cada aleta demonstrando o comportamento do calor ao longo dela
através dos pontos experimentais e de uma curva calculada teoricamente. O eixo x foi representado em
proporção da aleta, x/L, sendo x os pontos da aleta e L o comprimento total. O eixo y é a temperatura
em graus Celsius. Percebe-se que a curva teórica tanto para a condição de contorno de convecção e
adiabático são de mesmo comportamento.

Figura 3 – Barra 1: Temperatura x comprimento

Fonte: Autoria própria.


Figura 4 – Barra 2: Temperatura x comprimento

Fonte: Autoria própria.

Figura 5 – Barra 3: Temperatura x comprimento

Fonte: Autoria própria.


Figura 6 – Barra 4: Temperatura x comprimento

Fonte: Autoria própria.

Foi calculado o RMS das aletas comparando os resultados dos pontos experimentais e das curvas
teóricas de convecção e condução (adiabático), a partir da Equação 6.

2
⎡ ∑𝑛 (𝑇𝑒𝑥𝑝−𝑇𝑡𝑒𝑜,𝑖 ) ⎤
⎢ 𝑖=1 ⎥
𝑅𝑀𝑆 = ⎢ 𝑛 ⎥#(6)
⎢ ⎥
⎣ ⎦

Tabela 3 – Valores RMS

Fonte: Autoria própria.


O valor de RMS que mais variou foi da aleta 1, isso pode ter se dado pelos fatores do ambiente,
como a temperatura. A sala onde ocorreu o experimento estava com o ar condicionado ligado, o que
pode ter alterado os dados do experimento, fazendo com que a aleta tivesse uma convecção forçada
devido a diferença de temperatura. Também pode ser devido ao comprimento da aleta, como ela é
menor a transferência de calor não chega a uma temperatura ambiente na outra extremidade, por estar
realizando convecção constante na ponta da aleta devido a diferença de temperatura. Nas outras aletas
vemos que na ponta as temperaturas começam a se tornar constantes, sinais de um regime
permanente.
Para calcular as eficiências tanto experimentais, Equação 7, quanto teóricas Equações 8 e 9. Com
𝑞𝑎 sendo o calor real transferido, calculado pela Equação 10.

− 𝑞𝑎
η𝑎 = ℎ𝐴𝑠(𝑇𝑏−𝑇∞)
#(7)

𝑡𝑎𝑛ℎ (𝑚𝐿)
η𝑒𝑐𝑜𝑛𝑣 = 𝑚𝐿
* 100#(8)

𝑡𝑎𝑛ℎ (𝑚𝐿+ 𝐷 4 )
η𝑒𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑚𝐿
* 100#(9)

𝑇𝑏−𝑇1
𝑞𝑎 = 𝑘𝐴𝑡𝑟 𝑥1−𝑥0
#(10)

Tabela 4 – Eficiência de cada aleta.

Fonte: Autoria própria.

Com base as deficiências obtidas, é possível verificar que a maior eficiência é obtida na aleta 1,
o que é justificado pela convecção ocorrer em sua totalidade por possuir o menor comprimento entre as
4 aletas. Ao comparar as aletas 3 e 2, podemos observar que a maior eficiência é a da aleta 3, pois
essa possui maior diâmetro, fazendo com que a transferencia de calor por convecção ocorra numa area
maior e por condução em uma seção transversal maior. Por fim, a pior eficiências é observada na aleta
4, pois está possui a menor condutividade térmica quando comparada diretamente com a aleta 3 que
tem mesmas dimensões. Ao comparar as deficiências analíticas e experimental, é notável altos
percentuais de erros que podem ser justificados por influência do ambiente, baixa repetições
experimental e o baixo número de pontos para análise.
5. Referências

Bergman, T. L., Bergman, T. L., Incropera, F. P., Dewitt, D. P., & Lavine, A. S. (2011). Fundamentals of
heat and mass transfer. John Wiley & Sons
6. Apêndice A

A Equação 3, mostra a curva de calibração do termopar utilizado no experimento.


𝑇(º𝐶) = 1, 5 = 23, 3. 𝑈

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