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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


ENGENHARIA MECÂNICA
Laboratório de Ciências Térmicas
e Fenômenos do Transporte

EXPERIMENTO 5: TROCADOR DE CALOR DUPLO

Ismael Anildo Kaiser – 141982@upf.br

Victor Nathan dos Santos Allebrandt – 173792@upf.br

Willian Reginato Joergensen – 112698@upf.br

Prof. Auro Candido Marcolan – marcolan@upf.br

Passo Fundo, 17 de março de 2023.


RESUMO
O modelo de trocar de calor do tipo casca e tubo é o mais simples trocador de
calor que pode ser construído, sendo o mais usado em processos industriais. São
amplamente utilizados no aquecimento, resfriamento, evaporação e condensação de
fluidos. Ele consiste em dois tubos montados de forma concêntrica onde o fluido circula
pelo tubo interno e o outro fluido pelo anulo formado pelos dois tubos.

Esses trocadores de calores têm diversas aplicações industriais de geração e


reaproveitamento de energia

Palavras-chave: trocador de calor, indústria, concêntrica.

1. INTRODUCÃO

O trocador de calor de tipo duplo é o mais simples trocador de calor que pode ser
construído, ele consiste em dois tubos montados concentricamente de tal forma que um
fluido circula a pelo tubo interno e o outro fluido circula pelo ânulo formado pelos dois
tubos. O coeficiente global de troca de calor U é um fator muito importante na análise
de um trocador de calor e pode ser difícil de ser determinado já que este depende das
resistências térmicas de convecção e a resistência térmica de condução na parede do
tubo, além disso, sujeiras e 2 incrustações podem alterar de maneira significativa esse
coeficiente, já que causam aumentos na resistência térmica por condução.

1.1 Objetivos Gerais e Específicos


1) Determinar o coeficiente global de troca de calor de um trocador de calor do tipo
duplo tubo;
2) Estudar a relação entre o coeficiente global de troca de calor com o numero de
Reynolds do escoamento no interior de calor;
3) Comparar os valores obtidos experimentalmente com aqueles previstos pelos
métodos de projeto para esse trocador de calor.

2. METODOLOGIA

Para a realização do experimento, , utilizou-se de uma bancada que consiste em um


trocador de calor duplo tubo de 900mm de comprimento aproximadamente, constituídos
de cobre e montado concentricamente, os tubos são isolados a fim de evitar perdas de
calor. Para medição das temperaturas necessárias, há a presença de quatro termopares
instalados estrategicamente na entrada e saída dos fluidos e uma chave seletora para
obtenção dos valores de forma digital, a bancada em questão é apresentada na Figura 1.

Figura. 1 – Montagem da bancada do trocador de calor de duplo tubo.


Fonte: Laboratório de Ciências Térmicas e Fenômenos do Transporte.
Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo/RS.

Inicialmente, é medido o comprimento útil do trocador de calor, medido através


dos centros de entrada e saída dos fluidos, e dos diâmetros dos tubos, para isso foram
utilizadas as ferramentas dispostas na Figura 2.
Figura. 2 – Ferramentas de medições
Fonte: Laboratório de Ciências Térmicas e Fenômenos do Transporte.
Universidade de Passo Fundo – Passo Fundo/RS.

Para se determinar o coeficiente global, realizou-se medições em 4 cenários que


estão representados na Tabela 1.

Tabela 1 – Cenários para medições


Q = 100% Q = 50% Q = 100% Q = 50%
F = 100 F = 100% F = 50% F = 50%

Sendo para água quente Q=100% determinado através da coluna de mercúrio do


manômetro em “U’ aproximadamente 114 mmHg e Q=50% a metade do valor
aproximadamente 54 mmHg. Já para água fria, F=100% foram determinadas através da
massa em um tempo de 1 minuto, e para F=50% a metade dessa massa no mesmo
intervalo de tempo.

Para cada cenário foram então medidas as temperaturas de entrada e saída da


água quente e fria, após estabilização delas, para assim serem aplicadas nas fórmulas a
seguir, além de três medições de massa e tempo para determinações da média de vazão.
Coletados os dados necessários, aplicam-se as seguintes equações. A troca de calor no
trocador de calor é descrita pela Equação 1, onde U é o coeficiente global de troca de
calor, A é a área efetiva de troca de calor e Δ𝑇𝑚𝑙 é a diferença de temperatura média
logarítmica.

q̇=U A ∆ T ml (1)

Para determinação de Δ𝑇𝑚𝑙, aplica-se a Equação 2:

∆ T 2−∆ T 1 ∆ T 2−∆ T 1 (2)


∆ T ml= =
ln ⁡(∆ T 2 /∆ T 1 ) ln ⁡(∆ T 2 /∆ T 1)

Δ𝑇1 e Δ𝑇2 podem ser definidos pela Equação 3 e 4

∆ T 1=T q , s−T f , e (3)

∆ T 2=T q , e−T f , s (4)

O calor trocado por cada corrente de fluido pode ser avaliado através do balanço
de energia em cada uma das correntes, podendo ser determinados através das Equações
4 e 5, onde 𝑞̇ é o fluxo de calor trocado entre as correntes de fluido, ṁ é o fluxo
mássico, c é o calor específico, os índices f e q indicam fluido frio e fluido quente, e e e
s indicam entrada e saída, respectivamente.

q̇ f =ṁ f c f ( T ¿ ¿ f , s−T f , e )¿ (4)

q˙q= ṁq c q (T ¿ ¿ q , s−T q , e ) ¿ (5)


O valor ṁ é determinado através da Equação 6, sendo Δp em cmHg e a vazão
mássica dada em kg/s.

ṁagua =0,0035 √ ∆ p ±0,003 (6)

Parte do calor acaba sendo perdido pelo isolamento o que pode fazer que
algumas mediadas os fluxos de calor trocado pelo fluxo quente e pelo fluxo frio
apresentem valores diferentes. Caso essas diferenças não forem muito grandes, utiliza-
se da Equação 7.

q̇ f + q̇ q (7)
q̇=
2

O coeficiente global de troca de calor (U) pode, então, ser dado pela Equação 8.

q̇ (8)
U=
A ∆ T ml

A área externa de troca de calor é dada pela Equação 9, onde D é o diâmetro


externo do tubo interno e L é o comprimento total do tubo.

A=π d e L (9)

Com as equações apresentadas são realizados os cálculos necessários apresentados a


seguir, e por fim calculado o coeficiente global.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Seguindo o procedimento experimental explicado anteriormente, obteram-se as
temperaturas de entrada e saída da água, a vazão mássica da água fria e a diferença de
pressão, os dados são apresentados na tabela 2.

Tabela 2 – Resultados medidos


Temperatura Terminais Vazões
Água Fria Água Quente
Medida
Entra Entra
Sai (°C) Sai (°C) Massa Tempo ∆p
(°C) (°C)

13,58 59,94
Q = 100% 13,3 59,00
21,8 24,7 47,4 38,5 114
F = 100% 13,52 59,75
13,46 59,56

13,52 59,88
Q = 50% 13,35 59,94
22,0 23,6 43,3 34,6 57
F = 100% 13,38 59,78
13,41 59,86

8,2 59,31
Q = 100% 8,27 59,85
21,5 26,5 46,4 39,6 108
F = 50% 8,3 60,4
8,25 59,85

7,82 59,50
Q = 50% 4,86 59,28
22,0 27,5 44,2 41,2 54
F = 50% 4,42 59,72
5,7 59,5

Com os resultados obtidos, calculou-se experimentalmente as vazões de água


quente e fria, expressas na tabela 3.
Tabela 3 – Resultados

∆T1 ∆T2 U
∆ T ml(°C) qf qq
Cenário q (W) A (mm²) (W/m²
(°C) (°C) (W) (W)
°C)
Q=100%
16,7 22,7 19,5 2,418 3,123 2,771 0,00125
F=100%
Q=50%
12,6 19,7 15,9 44,73 98,35 71,538 0,02836
F=100%
Q=100% 86.132,68
18,1 19,9 19 95,68 72,64 84,160 0,04984
F=50%
Q=50%
19,2 16,7 17,9 59,64 61,23 60,433 0,02862
F=50%

4. CONCLUSÕES

Os resultados e os comentários dos experimentos descritos neste trabalho, é de


grande importância na pesquisa térmica, pois demonstram equações empíricas para
calcular coeficientes de convecção. Assim, de acordo com as equações, a vazão
corresponde diretamente ao coeficiente de convecção, fato comprovado por
experimentos. Esse comportamento pode ser explicado pela redução da velocidade da
água quente ou fria no interior dos tubos que causa uma redução ou aumento do
coeficiente convectivo. Também se observa a diferença entre os fluxos de calor dos
fluidos frios e quentes que pode ser explicado devido à perda de calor para o meio
externo ao regime de controle do experimento. As incertezas de medição também
podem ter alguma influência nestas variações. Portanto, pode-se concluir que os dados
obtidos são válidos, e os procedimentos experimentais e os valores obtidos são
processados de acordo com o modelo previamente estabelecido.

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