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Transferência de Calor 2

Prof. Pereira

Capítulo 7
Escoamento Externo
Escoamento Externo 2

Objetivo Geral
Desejamos calcular as taxas de transferência de calor
entrando e/ou saindo de uma superfície em contato com um
escoamento externo.

Características dos Escoamentos Externos

• As camadas limites se desenvolvem livremente, sem


restrições impostas por superfícies adjacentes.
• Possui uma região externa à camada-limite, na qual os
gradientes de velocidade, temperatura são desprezíveis.

Exemplos incluem

• Movimento de um fluido sobre uma placa plana (inclinada


ou paralela) à direção da corrente livre)
• Escoamento sobre superfícies curvas, tais como esfera,
cilindros, aerofólios ou pás de turbinas.
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Características do problema

• Convecção forçada
• Baixas velocidades
• Sem mudança de fase no fluido

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Objetivo Principal

• Determinar os coeficientes convectivos em diferentes


geometrias de escoamento.
• Obter formas especificas para as funções que representam
esses coeficientes.

Pela adimensionalização das equações da camada-limite


chegamos à conclusão de que os coeficientes convectivos
locais e médios podem ser relacionados por equações com as

  
 ,
formas
   ,
 , 

O problema da convecção é obter essas funções.

Há duas abordagens que podem ser adotadas:


• Experimental • Teórica

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Abordagem Experimental

Envolve a execução de medidas de transferência de calor


sob condições controladas em laboratório e a correlação
dos dados em termos de parâmetros adimensionais
apropriados.

Abordagem Téorica

Envolve obter a resolução das camadas-limite para uma


determinada geometria.
Obtido o perfil de temperatura T  , usamos a equação
  
    
  

Para determinar  local e consequentemente o coeficiente


convectivo local  .
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Conhecendo como  varia ao longo da superfície podemos


usar


   
 


número de Nusselt médio 
Para determinar o coeficiente convectivo médio, e assim o

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O Método Empírico
Obtenção experimental de uma correlação para a
transferência de calor por convecção
Placa Plana

Escoamento Paralelo

 !

Transferência de calor
ocorre da superfície para
o fluido

  – coeficiente de transferência por convecção de calor médio




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Conhecemos: ,  (geometria)
", #, $,  (fluido)
%! (escoamento)

Podemos medir: 
!

 "' $
 
 
 # (
Podemos calcular:

O experimento é repetido para uma variedade de condições de


teste

%! 
Fluido (ar, água, óleo)
substancialmente diferente
Podemos variar:

Teríamos muitos valores diferentes de  correspondente a


uma ampla faixa de número de
e
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Colocando os resultados em um gráfico em uma escala log-log.

Para um dado )*
fixo (fluido) os
resultados situam-
se próximo a uma
linha reta

dependência de +,
Isso indica uma

em relação a -. na
forma de lei de
potência

  /.
1 . 2 (correlação empírica)


/, 1, 2 - são frequentemente independente da natureza do fluido


- variam com a natureza da geometria e tipo de escoamento
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em uma única linha ao representar os resultados em termos


Podemos concentrar as linhas correspondentes a diferentes


de

2

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Hipótese de propriedade do fluido constante

• Está frequentemente implícita nos resultados.


• Propriedades do fluido variam com T através da camada-
limite.
•  , " , # podem influenciar a taxa de transferência
de calor

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Temperatura média da camada-limite


  !
 3
4
• Temperatura do filme:

• Propriedades avaliadas para  : 5 6, "5 6, #5 6

Temperatura da corrente livre !

• ! , "! , #!


• Multiplicamos por um parâmetro adicional (variação das
propriedades)
8 #8
 
 /.
. . 7
1 2
9  
ou  /.
. . 7 9
1 2
 #
•  e # são propriedades avaliadas para  (Temperatura
da superfície)

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A placa plana em escoamento paralelo

• Apesar da simplicidade, ocorre em numerosas aplicações


da engenharia.
Supondo:
• escoamento
laminar
• incompressível
• regime permanente
• propriedades
constantes
• dissipação viscosa
desprezível
:
• 


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Equações da camada-limite
Continuidade

Momento

Energia

A solução fluidodinâmica segue o método de Blasius.

função corrente ;,  .


Os componentes da velocidade são definido em termo de uma

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De modo que a equação da continuidade é automaticamente


satisfeita.
As novas variáveis definidas:

Independente: Dependente:

O uso dessas variáveis simplifica a questão através da


redução da equação diferencial parcial (Eq. do Momento) em
uma equação diferencial ordinária.
A solução de Blasius é dita uma solução por similaridade, e < é
uma variável similar.
Apesar do crescimento da camada-limite com a distância  da
%
%8
aresta frontal, o perfil de velocidade permanece
geometricamente similar.
Forma funcional da similaridade do perfil de
velocidade
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Resolvendo o perfil de velocidade , = em termos de função


corrente, obtemos:
$
>  %! ? . <
%!

@> $ @
 %! ? .
@< %! @<

%! @< %!
<  ? A ?
$ @ $

Diferenciando os componentes da velocidade

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Substituindo na equação do momento, obtemos:


Assim o problema da camada-limite
fluidodinâmica é reduzido a solução de uma
equação diferencial ordinária, não-linear, de
terceira ordem.

Condições de Contorno
e

Em termos das variáveis de similaridade

A solução pode ser obtida por uma expansão em série ou por


integração numérica.
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Resultados da
solução para
diversos
valores de <.

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Espessura da camada-limite (B)


%
• B é o valor de C onde  , DD, observamos para <  E F
%8
%
 , DD4
%8

A tensão de cisalhamento (G )

Coeficiente de atrito local

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Equação da Energia

Conhecendo o perfil de velocidade na camada-limite, podemos


resolver a equação da energia.
Introduzindo a temperatura adimensional
e

representa a dependência da solução


térmica em relação às condições
fluidodinâmicas.

As condições de contorno apropriadas


e
são:

Podemos resolver a equação da energia por integração


numérica para diferentes valores do número de Prandtl.

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Para

Representando o coeficiente convectivo local por

Assim o número de Nusselt local tem a forma

A partir da solução da equação da energia obtemos a razão


entre as espessuras das camadas-limites de velocidade e
térmica.

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A partir dos resultados locais, parâmetros médios da camada-


limite podem ser determinados

Coeficiente de Atrito Médio

Substituindo e integrando, temos:

Coeficiente de Transferência de Calor Médio

Integrando e substituindo, tem-se que

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Metais Líquidos

• Gálio, mercúrio, sódio, potássio, lítio.


• Natureza corrosiva e reativa.
• Ponto de fusão e de pressão de vapor reduzidos.
• Elevada capacidade e condutividade térmicas.
• Utilizados como refrigerantes em aplicações que exigem
elevadas taxas de transferência de calor
• Número de Prandtl pequeno

Para número de Prandtl pequeno


Desenvolvimento da camada-limite térmica é muito mais rápido
do que o desenvolvimento da camada-limite de velocidade

E é razoável admitir velocidade uniforme ao longo


da camada-limite térmica;

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Resolvendo a equação da camada-limite, baseado na hipótese


de velocidade uniforme, obtemos:

HHI JKL.IçãO
HHI IOPK,çãO
onde , número de Peclet

Correlação aplicada a todos os valores de )*, recomendada


por Churchill e Ozoe

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Escoamento Turbulento sobre uma placa plana isotérmica

De experimentos, para escoamentos turbulentos com


número de Reynolds de até aproximadamente 108.

• Coeficiente de atrito local (15% de precisão)


• Espessura da camada-limite

O desenvolvimento da camada-limite é fortemente


influenciado por flutuações aleatórias no fluido e
não pela difusividade molecular. O crescimento

de .
relativo das camadas-limite não depende do valor

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• Número de Nusselt

número de Nusselt modificado

A melhor mistura causa um crescimento mais rápido da


camada-limite turbulenta, quando comparado ao da
camada-limite laminar, e faz com que ela tenha maiores
coeficientes de atrito e convectivo.

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Condições de Camada-Limite Mista

Escoamento laminar sobre placa


plana

Se a transição ocorre
próximo à aresta de saída da
placa plana podemos usa a
equação acima.

No caso da camada-limite mista o coeficiente de transferência


de calor convectivo médio em toda a placa é dado por:

integrando ao longo da região laminar e da


região turbulenta, podemos escrever na forma
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Coeficiente de Transferência de Calor Convectivo Médio

Admitindo que a transição ocorre abruptamente em

Substituindo QRST e QUVWX , temos

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Coeficiente de Atrito Médio

Pode ser encontrado usando a expressão

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Comprimento Inicial não aquecido

Fazer resumo
Resolver o exercício 7.37

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Placas Planas com condição de fluxo constante

Escoamento Laminar
Escoamento
Turbulento

Se o fluxo de calor é conhecido, podemos


calcular a temperatura da superfície

Taxa de Transferência de Calor:

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Temperatura Superficial Média

Onde:

Esse resultado é apenas 2% superior ao


obtido por

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Metodologia para um cálculo de convecção

1. Reconheça imediatamente a geometria do escoamento.


2. Especifique a temperatura de referência apropriada e
determine as propriedades do fluido pertinentes naquela
temperatura.
3. Calcule o número de Reynolds.
4. Decida se um coeficiente local ou um coeficiente médio
na superfície é necessário.
5. Selecione a correlação apropriada.

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Exercícios:

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Cilindro em escoamento cruzado

• Pressão diminui com o aumento de , a camada-limite se


• Ponto de estagnação frontal.

desenvolve sob a influência de um gradiente de pressão


:
favorável 7 Y 09..

• A pressão tem que atingir um mínimo e na direção da parte de
trás do cilindro a continuação do desenvolvimento ocorre na
:
presença de um gradiente de pressão adverso 7 09.

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Transição na camada-limite

Ponto de separação é o local no qual  [


@
@ 

! : ! :
0 \,JPKO Y0 Y 0 ]^2_ 0
   
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Efeito da turbulência na separação


Se camada-limite laminar até
Se camada-limite laminar até

Para os efeitos da separação são desprezíveis - arrasto viscoso

Aumento os efeitos da separação são - arrasto de


de importantes forma

- transição retarda a separação


Para ocorre redução
- reduzindo o arrasto de forma

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Força de Arrasto – Coeficiente de Arrasto

• Coeficiente de Arrasto Local

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Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor -


Correlações
• Local

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Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor


– Correlações

• Coeficiente Convectivo Médio


(Correlação Empírica proposta por Hilpert)

Cilindro Circular em escoamento cruzado

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Cilindro Não-Circular em escoamento cruzado de um gás

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• Correlação proposta por Zukauskas

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Escoamento Externo 43

• Correlação proposta por Churchill and Bernstein

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A Esfera

• Coeficiente de Arrasto

• Coeficiente Convectivo Médio

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Escoamento Externo Cruzado em Matrizes Tubulares


Relevante em
inúmeras aplicações
industriais

Geração de vapor
em caldeira

Resfriamento de ar
em condicionadores
de ar

Transferência de calor
no escoamento
cruzado sobre os tubos

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Arranjo Alinhado Arranjo Alternado

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Número de Reynolds

Arranjo Alinhado Arranjo Alternado

ou

Não é desejável

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Correlação de Grimison

• Escoamento de ar
• Matrizes de tubo com 10 ou mais colunas

• Estender resultados para outros fluidos

Propriedades avaliadas na temperatura do filme


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Constantes das correlações para 10 ou mais colunas

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Para um número de colunas menor que 10, utilizamos fator de


correção.

Tabela: Fator de Correção C2 para NL<10

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Correlações de Zukauska

Propriedades avaliadas pela média aritmética da temperatura


de entrada e de saída do fluido.

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Constantes das correlações para 20 ou mais colunas

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Para um número de colunas menor que 20, utilizamos fator de


correção

Fator de Correção C2 para NL < 20

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Media Logarítmica da Diferença de Temperatura

Pela Lei de Resfriamento de Newton

se aproxima de  e |∆| diminui.


Quando o fluido atravessa a matriz tubular sua temperatura

Para este tipo de comportamento a forma apropriada é:

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Perda de carga

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Exercicios:

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