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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE (DEQ-1005)

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO FORÇADA

Santa Maria, RS

04 de Julho de 2016

1
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Módulo experimental para a realização do experimento.

Figura 2: Re versus Nu teóricos.

Figura 3: hexp e hteórico para cada velocidade.

Figura 4: Ajuste da curva Re versus Nu para Re < 4000.

Figura 5: Valores preditos versus valores resíduos para a faixa de Re < 4000.

Figura 6: Valores preditos versus valores observados para a faixa de Re < 4000.

Figura 7: Ajuste da curva Re versus Nu para Re > 4000.

Figura 8: Valores preditos versus resíduos para a Faixa de Re > 4000

Figura 9: Valores preditos versus valores observados para a Faixa de Re > 4000.

2
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Temperaturas medidas para cada velocidade de escoamento.

Tabela 2: Valores dos parâmetros b e n de acordo com Re.

Tabela 3: ρ, μ e K de Acordo com a Literatura.

Tabela 4: ρ, μ e K, Re, b e n para cada escoamento.

Tabela 5: Valores de Nu e Re a partir de h teórico.

Tabela 6: Valores de hexp e hteórico obtidos para cada velocidade(v).

Tabela 7: Valores de Nu e Re a partir do h experimental.

Tabela 8:Erro padrão, consistência e significância dos parâmetros para a faixa de 40 <
Re < 4000.

Tabela 9: Erro padrão, consistência e significância dos parâmetros para a faixa de 4000
< Re < 40000.

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SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA

h = coeficiente de película médio (W m-2 ºC-1)


hexp = coeficiente de película médio calculado experimentalmente (W m-2 ºC-1)
hteórico = coeficiente de película médio calculado com base na teoria(W m-2 ºC-1)
v = velocidade do ar (m s-1)
Re = número adimensional de Re
Nu = número adimensional de Nusselt
q = taxa de calor trocada (W)
A = área de troca térmica do cilindro (m2)
D = diâmetro do cilindro (m)
L = comprimento do cilindro (m)
Ts = temperatura da superfície do cilindro (ºC)
Tfluido = temperatura do escoamento de ar (ºC)
Ti = temperatura do termopar “i” (ºC)
Tsuperfície =menor temperatura de todas as Tis (ºC)
Tfilme = média aritmética entre Tfluido e Tmédia (ºC)
D = diâmetro do cilindro (m)
𝜌 = massa específica do fluido (kg m-3)
𝜇 = viscosidade do fluido (kg m-1 s-1)
K = condutividade térmica do fluido(W m-1 ºC-1)
U = potencial aplicado (V)
R = resistência ao potencial aplicado (Ω)
b = parâmetro adimensional para cálculo de Nu
n = parâmetro adimensional para cálculo de Nu

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Sumário
ÍNDICE DE FIGURAS......................................................................................................................2
ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................................................3
SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA.................................................................................................4
1.OBJETIVOS.................................................................................................................................6
2. MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................................7
2.1.Materiais utilizados................................................................................................................7
2.2. Metodologia Experimental....................................................................................................7
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................................................................8
3.1. Coeficiente Experimental de Troca Térmica por Convecção.................................................8
3.2. Coeficiente Teórico de Troca Térmica por Convecção...........................................................9
3.3. Estimação de b e n Experimentais.......................................................................................14
3.3.1. Regressão para 40 < Re < 4000.........................................................................................14
3.3.2. Regressão para 4000 < Re < 40000...................................................................................17
4. CONCLUSÃO...........................................................................................................................20
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................21

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1.OBJETIVOS

O presente trabalho teve como objetivo geral a observação de um caso de troca


térmica por convecção forçada. Para esse fim, procurou-se:

 Estimar o coeficiente de película médio (h) em diferentes velocidades do ar (v),


a partir da lei de resfriamento de Newton (experimental) e por análise
adimensional (teórico) para o escoamento externo ao redor de um cilindro.
Graficar os valores de h experimental e h teórico em função da velocidade e
discutir;
 Utilizando os valores de h (experimentais) obtidos nas diferentes velocidades
(v)traçar um gráfico do número de Nusselt (Nu) em função do número de
Reynolds (Re) e estimar as constantes b e n experimentais. Comparar com a
literatura;
 Utilizando os valores de h (teóricos) obtidos nas diferentes velocidades (v),
traçar um gráfico do número de Nusselt (Nu) em função do número de Reynolds
(Re).

6
2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1.Materiais utilizados

O módulo experimental utilizado para a realização dos experimentos está representado


na figura 1.

Figura 1: Módulo experimental para a realização do experimento.

O módulo experimental é constituído pelos seguintes componentes:

 Túnel de vento com soprador axial, que possuí controle de vazão;


 Corpo cilíndrico de alumínio com comprimento de 235mm e diâmetro externo
de 44mm, dotado de uma resistência elétrica de 127 ohms;
 Quatro termopares anexados na superfície do cilindro;
 Painel de controle com voltímetro e indicadores de temperatura;
 Termoanemômetro.

2.2. Metodologia Experimental

Com a resistência elétrica já regulada para 120 volts, deu-se início a prática,
ajustando primeiramente o soprador axial com uma velocidade do ar de 3 m s -1
, sendo
esta velocidade verificada no termoanemômetro. As temperaturas dos quatro termopares
foram verificadas nos indicadores de temperatura e anotadas, assim como a temperatura
do termoanemômetro, após a condição de equilíbrio na superfície ser estabelecida (cerca
7
de 80-90ºC). Esperou-se o equilíbrio, pois era uma indicação de que o calor gerado no
cilindro estava uniformizado ao calor retirado pela passagem do fluido.

As quatro temperaturas pertencentes a cada termopar constituíam as


temperaturas locais na superfície do cilindro, escolheu-se a menor para representar a
temperatura da superfície pois todas as temperaturas deveriam ser próximas, mas
analisando-as existia uma variância entre as mesmas. Já a temperatura do
termoanemômetro apontava a temperatura média do fluído.

Prosseguiu-se o experimento ajustando-se uma velocidade de 2,5 m s -1


,
seguindo-se exatamente os passos anteriores e anotando-se as respectivas temperaturas.
Do mesmo modo, seguiu-se com as velocidades 2,0; 1,5; 1,0 e 0,5 m s -1.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Coeficiente Experimental de Troca Térmica por Convecção

As temperaturas obtidas pelos quatro termopares (T1, T2, T3 e T4), além da


temperatura do fluido (Tfluido) e sua velocidade de escoamento (v) estão apresentadas
na Tabela 1. Tsuperfície é a menor entre as quatro temperaturas medidas no cilindro e
Tfilme é a média entre Tfluido e Tsuperfície.

Tabela 1: Temperaturas medidas para cada velocidade de escoamento.

v (m s-1 ) Tfluido T1(ºC) T2(ºC) T3(ºC) T4(ºC) Tsuperfície(ºC) Tfilme (ºC)


(ºC)
3 15,9 82 82 86 84 82 48,95
2,5 15,8 90 90 95 92 90 52,9
2 16 101 101 106 103 101 58,5
1,5 16 103 103 118 115 103 59,5
1,0 16 132 132 137 135 132 74
0,5 16 151 150 155 153 150 83

8
Para a aquisição do coeficiente experimental de troca de calor por convecção,
hexp, adotou-se a equação (1).

𝑞 = ℎ𝑒𝑥𝑝 ∗ 𝐴 ∗ ∆𝑇 (1)

Onde A é a área de troca térmica, em m 2, q é o calor trocado em W e ΔT é a


diferença entre Tsuperfície e Tfluido. A área A é obtida através da equação (2).

𝐴 = 𝜋 ∗D ∗L (2)

Em que D é o diâmetro do cilindro, 44 mm, e L seu comprimento, 235 mm. A


troca térmica nas pontas do cilindro não foi considerada. A área calculada foi de
0,03248 m2.

O calor q pode ser adquirido pela relação entre a voltagem e a resistência,


conforme a equação (3).

U2
q= (3)
R

O valor obtido para q foi de 113,38 W.

Determinou-se então o h experimental, isolando o mesmo na equação (1)


conforme o exemplo demostrado a seguir:

113,38 = ℎ𝑒𝑥𝑝 ∗ 0,03248 ∗ (82 – 15,9)

Assim, obteve-se um hexp de 52,8037 W m-2 ºC -1


para a velocidade de
escoamento de 3,0 m s-1 . Os valores de hexp calculados para todas as velocidades serão
apresentados no próximo segmento (Tabela 6), juntamente com os correspondentes
teóricos.

3.2. Coeficiente Teórico de Troca Térmica por Convecção

Para o cálculo teórico dos coeficientes de troca térmica, utilizou-se a equação


(4).

9
h∗D
Nu= (4)
K

Em que D é o diâmetro do cilindro, K é o coeficiente de troca térmica condutivo


do fluido (ar) e Nu é o número adimensional de Nusselt do escoamento, o qual é
calculado pela equação (5).

𝑁𝑢 = 𝑏 ∗ 𝑅𝑒 𝑛 (5)

Em que b e n são parâmetros dados pelo roteiro experimental, provindos da literatura e


apresentados na Tabela 2. O número adimensional de Reynolds é calculado pela
equação (6).

D∗V ∗ρ
ℜ= (6)
µ

Tabela 2: Valores dos parâmetros b e n de acordo com Re.

Re n b
1-4 0,330 0,891
4-40 0,385 0,821
40-4000 0,466 0,615
4000-40000 0,618 0,174
40000-250000 0,805 0,0239

Tabela 3: ρ, μ e K de Acordo com a Literatura.

Temperatura (ºC) 𝛒 (kg m-3) 𝛍 * 10-5 (N s m-2 ) K (W m-1 ºC-1 )

15 1,230 1,790 0,025


70 1,030 2,040 0,029
127 0,871 2,300 0,038

As propriedades exibidas na Tabela 3 interpoladas para as temperaturas de filme


relativas a cada velocidade de escoamento se apresentam na Tabela 4, assim como os
Re calculados pela equação (6), b e n respectivos e Nu calculados pela equação (5).

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Tabela 4: ρ, μ e K, Re, b e n para cada escoamento.

Tfilme (ºC) 𝛒 (kg m-3 ) 𝛍 * 10-5 (N s m2) K (W m-1 ºC-1 ) Re b n

48,95 1,1065 1,9443 0,0276 7512,1123 0,174 0,618


52,9 1,0921 1,9622 0,0279 6122,2607 0,174 0,618
58,5 1,0718 1,9877 0,0283 4745,1023 0,174 0,618
59,5 1,0681 1,9922 0,0284 3538,5302 0,615 0,466
74 1,0188 2,0582 0,0296 2177,9807 0,615 0,466
83 0,9937 2,0992 0,031 1041,4157 0,615 0,466

Com os adimensionais apresentados na Tabela 4, foi possível calcular o Nusselt a partir


da equação (5), e com uso da equação (4), e o número de Reynolds proveniente da
equação (6), foram calculados os h teóricos para cada velocidade.

Tabela 5: Valores de Nu e Re a partir de h teórico.

Velocidade (ms-1) hteórico (W m-2 ºC-1 ) Nu(teórico) Re

3,0 27,1160 43,2285 7512,1123

2,5 24,1553 38,0944 6122,2607

2,0 20,9316 32,5438 4745,1023

1,5 17,8851 27,7094 3538,5302


1,0 14,8678 22,1008 2177,9807
0,5 11,0407 15,6707 1041,4157

A Figura 2 ilustra o comportamento do número de Nusselt teórico em função do


número de Reynolds, que assume difusividade térmica e de momento como iguais,
desconsiderando, assim, o número de Prandtl.

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Re versus Nu (teórico)
50
45
43.2285
40
38.0944
35
32.5438
30
Nu(teórico)

27.7094
25
22.1008
20
15 15.6707
10
5
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Re

Figura 2: Re versus Nu teórico.

Com os adimensionais Nu apresentados na Tabela 4 e com uso da equação (4),


foram obtidos os valores de hteórico. Estes estão apresentados na Tabela 6, juntamente
com os valores de hexp obtidos na seção anterior. Os valores também estão
representados pelo gráfico da Figura 3.

Tabela 6: Valores de hexp e hteórico obtidos para cada velocidade(v).

v(ms-1) hexp (W m-2 ºC-1 ) hteórico (W m-2 ºC-1 )


3,0 52,8037 27,1160
2,5 47,0394 24,1553
2,0 41,0626 20,9316
1,5 40,1186 17,8851
1,0 30,0890 14,8678
0,5 26,0472 11,0407

12
60

50

40
h (W m-2 ºC-1 )

30
Experimental
20 Teórico

10

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
V(ms-1)

Figura 3: hexp e hteórico para cada velocidade.

Pode-se constatar uma grande diferença entre valores de hexp e hteórico para
um mesmo valor de v. Na realização do experimento, a estabilização das medidas de
temperaturas levou um tempo demasiadamente longo, isto é, a cada vez que se diminuía
a velocidade, as temperaturas demoravam a subir. Deste modo, é possível que se tenha
tomado nota das temperaturas antes das mesmas alcançarem seus valores estáveis.
Quando as temperaturas estivessem completamente estáveis, as mesmas estariam mais
altas do que as aqui apesentadas, assim ΔT seria maior, logo, os valores de hexp seriam
mais baixos e mais próximos do expectável na teoria.

Além disso, o cálculo teórico do coeficiente de filme apresenta que toda a


energia trocada é destinada ao aumento de temperatura, todavia na prática, dissipações
podem ocorrer. Assim sendo, já é esperado que o coeficiente de troca de calor fosse
maior na prática do que na teoria.

É recomendado notar que a inclinação das retas da Figura 3 têm


comportamentos similares, independentemente da distância vertical. Isso corrobora o
pressuposto de ter ocorrido um erro pertinente a todo o processo, e não um erro pontual
de medida ou de método.

3.3. Estimação de b e n Experimentais


13
Os valores de hexp obtidos foram utilizados para cálculo de valores de
Nu(equação 4) experimentais , como é apresentado na tabela 7. De posse destes e dos
valores de Re anteriormente calculados, procedeu-se com uso do software Statistica®
para fazer uma regressão linear da forma Nu = b *Re n, de forma a encontrar valores dos
parâmetros b e n experimentais. Do modo que b e n são constantes em determinadas
faixas de Re, e estes foram obtidos de forma a se localizarem em duas faixas diferentes,
fez-se duas regressões independentes, uma para a faixa 40 < Re < 4000 e outra para
4000 < Re < 40000. Os resultados das regressões estão apresentados nas próximas
seções.

Tabela 7: Valores de Nu e Re a partir do h experimental.

Velocidade (ms-1) hexp (W m-2 ºC-1 ) Nu Re


3,0 52,8037 84,1798 7512,1123
2,5 47,0394 74,1840 6122,2607
2,0 41,0626 63,8429 4745,1023
1,5 40,1186 62,1556 3538,5302
1,0 30,0890 44,7269 2177,9807
0,5 26,0472 36,9702 1041,4157

3.3.1. Regressão para 40 < Re < 4000

Para velocidades de escoamento abaixo de 2 m s -1 , os Re se situam na faixa


abaixo de 4000. Os valores experimentais de Nu foram construídos em função dos Re
dessa faixa. Ajustou-se essa sequência de dados à função da forma Nu = b * Re n como
mostra a Figura 4.

14
Figura 4: Ajuste da curva Re versus Nu para Re < 4000.

A função obtida foi:

Nu = 1,5519151* Re 0,447902

então: 𝑏 = 1,5519151

𝑛 = 0,447902

Comparando-se esses valores com os encontrados na Tabela 2 (b = 0,615 e n =


0,466), tem-se grande desigualdade entre o obtido experimentalmente e o esperado
segundo a literatura, principalmente no caso de b. Deduz-se que esse erro pode ser em
virtude de um pequeno número de pontos obtidos nessa faixa de Re, além da
possibilidade de diversos de erros experimentais, como má calibração dos equipamentos
ou a não estabilização dos termopares.

Com o intuito de verificar a qualidade do ajuste, iniciou-se pela análise do valor


do erro médio quadrático do ajuste, R2, que foi de 0,965979, o que é extremamente
satisfatório. Examina-se, então, o gráfico dos valores preditos contra os resíduos, como
mostra a Figura 5.

15
Figura 5: Valores preditos versus valores resíduos para a faixa de Re < 4000.

Figura 6: Valores preditos versus valores observados para a faixa de Re < 4000.

A variação dos pontos da Figura 5 indica um bom ajuste, ou seja, o ajuste não foi
tendencioso. Observando a figura 6, houve uma concordância entre os valores apreditos
pela equação ajustada e os valores observados.Por fim, apresenta-se a Tabela 8 com os

16
valores relativos a cada parâmetro de erro padrão – representa a faixa de variação do
parâmetro, t – representa a consistência – e p – representa a significância.

Tabela 8:Erro padrão, consistência e significância dos parâmetros para a faixa de 40 <
Re < 4000.
Parâmetr Valor Erro Padrão t p
o
b 1,5519151 1,522040 1,019628 0,493813

n 0,447902 0,125454 3,570243 0,173858

Averiguando-se a Tabela 8, pode-se concluir que ambos os parâmetros são


confiáveis, devido ao baixo erro e ao t ser menor que 10. Contudo, nenhum dos
parâmetros pode ser considerado significativo, já que os dois apresentaram significância
p acima do limite máximo de 0,05.

3.3.2. Regressão para 4000 < Re < 40000

Para velocidades de escoamento a partir de 2 m s -1 , os Re se encontram na


faixa acima de 4000. Construiu-se o gráfico com os valores experimentais de Nu em
função dos Re dessa faixa. Ajustou-se essa série de dados à função da forma Nu = b *
Ren , como mostra a Figura 6.

17
Figura 7: Ajuste da curva Re versus Nu para Re > 4000.

A função obtida foi:

Nu = 0,3879092* Re 0,602739

então: 𝑏 = 0,3879092

𝑛 = 0,602739

Relacionando-se esses valores com os apresentados na Tabela 2 (b = 0,174 e n


= 0,618), tem-se uma considerável semelhança entre o obtido experimentalmente e o
esperado segundo a literatura. Adotaram-se algumas medidas para analisar a qualidade
do ajuste. Primeiro, analisou-se o valor do erro médio quadrático do ajuste, R2 , que foi
de 0,999906. O ajuste pode ser considerado satisfatório, uma vez que R 2 está acima de
0,95. Examina-se, então, o gráfico dos valores preditos versus observados, como indica
a Figura 7.

Figura 8: Valores preditos versus resíduos para a Faixa de Re > 4000

18
Figura 9: Valores preditos versus valores observados para a Faixa de Re > 4000.

A variação dos pontos da Figura 8 indica um bom ajuste, ou seja, o ajuste


não foi tendencioso. Nota-se que houve uma concordância entre valores preditos pela
equação ajustada e os observados experimentalmente, na figura 9 visto que os pontos se
distribuem próximos da região da reta normal.
Por fim, apresenta-se a Tabela 9 com os valores relativos a cada parâmetro de
erro padrão, t e p.

Tabela 9: Erro padrão, consistência e significância dos parâmetros para a faixa de 4000
< Re < 40000
Parâmetr Valor Erro Padrão t p
o
b 0,3879092 0,0285224 13,600164 0,046726

n 0,602739 0,008407 71,695968 0,008879

Analisando-se a Tabela 9, pode-se concluir que ambos os parâmetros são


confiáveis, devido ao erro ser baixo, porém apresentam t maior que 10. Os parâmetros

19
podem ser considerados significativos, já que ambos apresentaram significância p
menor que o limite máximo que é 0,05.

20
4. CONCLUSÃO

Foram expostos aqui os procedimentos utilizados para a obtenção de dados


experimentais a partir de uma técnica de transferência convectiva de calor. O
experimento se deu em um laboratório didático e visou o cálculo do coeficiente de
película, h, para ser comparado com o valor dessa variável estimado pela literatura.
Também, procurou-se obter parâmetros experimentais para o cálculo do número
adimensional de Nu, posteriormente comparados com análises anteriores.
A transferência de calor originada pelo escoamento forçado de ar sobre um dado
cilindro é regida pelo coeficiente de película citado. Este foi, então, calculado para
diferentes velocidades de escoamento. Os resultados foram consideravelmente
aproximados ao do esperado pela literatura. A diferença observada deve ter sido
causada pela não estabilização dos termopares, o que indica uma transferência ainda em
estado transiente; pela má calibração dos equipamentos utilizados e ainda pelo fato de
para fins de cálculos assumiu-se a ausência de dissipação de energia. É oportuno
destacar que o desenvolvimento contínuo do valor do coeficiente h com o aumento da
velocidade foi semelhante entre os valores teóricos e experimentais.
Os parâmetros b e n, que são utilizados para correlacionar os números
adimensionais de Nusselt e de Reynolds, foram estimados a com uso do software
Statistica®. A não conformidade entre os valores de b e n obtidos por regressões
lineares se deve, especialmente, pelo baixo número de pontos. São propostos diferentes
parâmetros dependendo da faixa de número de Reynolds obtida - os pontos medidos no
experimento aqui mencionado se distribuíram em duas faixas, resultando assim em três
pontos para cada regressão. Ressaltando que aqui servem também as possíveis fontes de
erro relatadas anteriormente.

21
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
INCROPERA, Frank P.; DEWITT, David P. – Fundamentos de Transferência de
Calor e Massa. 7a Edição, 2014.

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAgKgAE/propriedades-ar-seco-sob-


pressao-normal#, Acesso em: 1º de Julho de 2016.

DOTTO, GL. Laboratório de Fenômenos de Transporte. Santa Maria, 2016.(Apostila)

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