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Introdução

A calibração de instrumentos volumétricos e termométricos é de suma importância


para a realização de um experimento, uma vez que a precisão é crucial para o êxito do
mesmo.
Para tal feito, precisamos padronizar as medidas, isto é, calibrar um instrumento
tendo como base uma medida obtida na literatura.
Muitos instrumentos aferidos são utilizados na química, porém entre os mais
requisitados estão o termômetro, a balança e instrumentos de medida de volume, como a
pipeta volumétrica por exemplo.
O objetivo do experimento é de calibrar medidas de volumes e também de
termômetros, calculando a equação termométrica para o termômetro calibrado.
No caso de instrumentos volumétricos, o fundamento da calibração está no fato de a
água pura possui uma densidade exatamente conhecida a uma dada temperatura. A
relação entre volume e densidade é mostrada na equação (1) abaixo:
𝑚
𝜌=
𝑉
(1)
Na pratica, é determinada a massa da água que ocupa o volume do instrumento a ser
calibrado na temperatura ambiente, e com a densidade da água naquela temperatura (que
pode ser encontrada na literatura), é calculado o volume real do instrumento.
Para calibrar instrumentos de medida de temperatura, os termômetros, é definido dos
pontos fixos de temperaturas teóricas (tteo) para os dois estados térmicos diferentes e
facilmente realizáveis de uma substância, cuja temperatura ambiente (x) será medida. Em
geral esses pontos fixos são: o ponto de fusão do gelo (tf) e a temperatura de ebulição da
água (teb). Na escala de graus Celsius, atribui-se ao tf 0,00ºC e ao teb, 100,00ºC, à pressão
ambiente de 1,00 atm (760,0 mm Hg).
Procedimentos
Experimento 01. Efetuar a calibração de uma pipeta volumétrica.
Para o procedimento foi utilizado:
- 1 pipeta volumétrica de 10 mL
- 1 béquer de 50 mL
- 1 balança de precisão
- Água destilada
- 1 termômetro

Foi registrada a massa do béquer de 50 mL, vazio e limpo. Em seguida a pipeta foi
enchida com água destilada até que o menisco coincidisse com a marca de 10 mL. A água
foi transferida para o béquer e a massa do conjunto foi registrada, juntamente com a
temperatura da mesma, para determinar sua densidade a partir de uma tabela obtida na
literatura, HandBook). A partir desses dados registrados foi possível calcular o volume
correto da pipeta.

Experimento 02w. Efetuar a calibração de um termômetro.

Para o procedimento foi utilizado:


- 1 termômetro
- 1 Erlenmeyer de 250 mL
- 1 béquer de 50 mL
- 1 barômetro
- 1 bico de Bunsen
- 1 suporte universal
- 1 tela de amianto
- 1 garra de condensador
- 1 tripé
- água destilada
- gelo

Primeiramente foi adicionado 100 mL de agua destilada em um erlenmeyer de 250


mL e colocado sobre a tela de amianto, apoiada em um tripé e sobre o bico de Bunsen.
Com o auxílio do suporte universal e de uma garra de condensador, o termômetro foi
pendurado de modo que seu bulbo ficasse muito próximo da superfície da água, porém
que não encostasse na mesma. A água foi aquecida e registrada sua temperatura de
ebulição.
Em um béquer de 50 mL foi colocado cerca de 30 mL de água destilada à
temperatura ambiente e registrada sua temperatura. Em seguida o béquer foi completado
com pedras de gelo e foi registrada a sua temperatura de fusão.
A leitura da pressão atmosférica foi efetuada previamente e com um barômetro, e
a partir dessa medida foi possível observar em uma tabela que correlaciona a pressão
atmosférica com temperatura de ebulição da água qual era a sua verdadeira temperatura
de ebulição.
Foi construído um gráfico que relaciona os valores teóricos de fusão e ebulição
com os valores experimentais obtidos.
Resultados
No primeiro experimento, foi registrada uma massa de 29,12 g do béquer de 50 mL
vazio e limpo. Quando os 10 mL água foram adicionados, a massa registrada foi de
38,90 g, portanto a massa da água foi calculada pela diferença de massas do béquer cheio
e vazio foi de 9,78 g. E com um termômetro foi registrada a temperatura ambiente da
água, de 20,5ºC, para que fosse possível consultar a tabela e descobrir sua densidade à
essa temperatura, 0,998099 g/mL¹.
Com a equação (1) vista acima e com os dados de densidade e massa da água, foi
possível calcular qual era o volume experimental da pipeta volumétrica utilizada,
chegando a um resultado de 9,79 mL.
9,78 𝑔
0,998099 𝑔/𝑚𝐿 =
𝑣
𝑣 = 9,79 𝑚𝐿
Com isso é possível observar que a pipeta utilizada no experimento teve um desvio
percentual de 2,1% em relação com seu volume teórico. Esse resultado foi obtido a partir
da equação (2), onde o volume teórico é de 10 mL e o volume experimental de 9,79 mL.
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑖𝑝𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑙) 100%
=
𝑣(𝑡𝑒𝑜) − 𝑣(exp)𝑑𝑎 𝑝𝑖𝑝𝑒𝑡𝑎 (𝑚𝑙) 𝑥%
(2)
10 𝑚𝐿 100%
=
10 𝑚𝐿 − 9,79 𝑚𝐿 𝑥%
𝑥 = 2,1%
No experimento 02, com o valor da pressão atmosférica obtida com o barômetro, de
713 atm, foi possível consultar uma tabela¹, obtida na literatura, que relaciona a pressão
atmosférica com a temperatura de ebulição da água. O valor encontrado para a
temperatura de ebulição teórica foi de 98,223ºC¹ e para a temperatura de fusão foi de 0ºC,
visto que a temperatura de fusão é pouco influenciável pela pressão atmosférica.
Ao medir a temperatura de ebulição e fusão experimental da água com o termômetro
a ser calibrado, foi visto que a temperatura é de 99ºC para a ebulição e 0,2ºC para a fusão.
Com a equação (3) é possível calcular qual é a temperatura teórica x da água em sua
temperatura ambiente, experimental de 20,5ºC.
𝑡𝑒(𝑡𝑒𝑜) − 𝑡𝑓(𝑡𝑒𝑜) 𝑡𝑒(exp) − 𝑡𝑓(exp)
=
𝑥(𝑡𝑒𝑜) − 𝑡𝑓(𝑡𝑒𝑜) 𝑡(𝑎𝑚𝑏) − 𝑡𝑓(exp)
(3)
98,223°𝐶 − 0 99°𝐶 − 0,2°𝐶
=
𝑥°𝐶 − 0 20,5°𝐶 − 0,2°𝐶
𝑥 = 20,1°𝐶
Efetuando a conta foi possível chegar ao resultado de 20,1°C para a temperatura x
teórica. Isso significa que esse termômetro teve um desvio percentual de 1,95%, desvio
esse que pôde ser calculado por uma equação parecida com a equação (2), porém que
relaciona a temperatura ambiente (20,5ºC) com a diferença entre a temperatura
experimental e a teórica (0,4ºC).
20,5°𝐶 100%
=
20,5°𝐶 − 20,1°𝐶 𝑥%
𝑥 = 1,95%
Com o gráfico (1) construído previamente é possível observar mais claramente como
fica a reta de aumento da temperatura, todos os dados encontrados de temperaturas de
fusão e ebulição, além da temperatura ambiente real corrigida.
Discussão
Para o primeiro experimento, o valor do desvio obtido de 2,1% pode parecer pequeno,
mas pode fazer uma grande diferença e ter um grande impacto no resultado de um
experimento onde a precisão é essencial. Uma possível causa para ter acontecido esse
desvio foi o erro sistemático na hora de medir os 10 mL de água na pipeta volumétrica.
Pode também ter ocorrido um erro dos experimentadores, na hora da realização dos
experimentos ou cálculos.
No segundo experimento, novamente, o valor de 1,95% do desvio pode parecer um
valor pequeno, mas pode afetar em grande escala o resultado de um experimento. Isso
pode ter ocorrido por conta de um erro sistemático na hora de medir a temperatura da
água nos pontos de fusão, ebulição e à temperatura ambiente.
Conclusão
Através da densidade da água à temperatura ambiente de 20,5ºC e sua massa de
9,78 g foi possível calcular qual é o volume real da pipeta de 10 mL. Já com a temperatura
de fusão e ebulição da água foi possível observar qual era a real temperatura de um
termômetro.
Os experimentos foram realizados de acordo com o estipulado, porém houve desvios
com relação ao volume verdadeiro da pipeta e da temperatura real que o termômetro
marca. Sendo assim, ao final do experimento foi possível entender quão importante é a
calibração de um instrumento, visto que cada um tem seus padrões.
Referencias Bibliográficas
[1] - LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; TANAKA, A. S.; VIANA FILHO, E. A.;
SILVA, M. B. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora,
2004. 390 p.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIENCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO: QUIMICA – LICENCIATURA
DISCIPLINA: 503 – QUIMICA GERAL EXPERIMENTAL

CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS VOLUMÉTRICOS E


TERMOMÉTRICOS

ACADÊMICOS:

Lucas Makoto Tanaka dos Santos RA: 92744

Nayara Kazue Nariai RA: 93269

Wilson Bokorny Fernandes Filho RA: 93758

Professora Débora Piai

MARINGÁ, JULHO DE 2015

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