Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO
No Laboratório Analítico, a confiabilidade das rotinas de medição é garantida a partir da
Calibração de Instrumentos, que visa verificar se a medida obtida é compatível com o esperado e se
instrumento está adequado ao uso. O processo envolve a comparação entre valores obtidos pelo
instrumento em avaliação e valores indicador por padrões de referência, que consiste em um instrumento
de medição usado para estabelecer como base para a calibração de outros instrumentos de medição.
No topo da cadeia hierárquica de laboratórios de metrologia está o Bureau Internacional de
Pesos e Medidas (BIPM), sediado na França. Ele é o responsável por manter padrões de referência
internacionais. A partir do BIPM, laboratórios nacionais, como os do Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Brasil, fazem a calibração de padrões nacionais.
No Brasil, uma rede de laboratórios credenciados pelo laboratório nacional, como a Rede Brasileira
de Calibração (RBC), propaga os padrões nacionais através de padrões de referência de laboratório de
calibração (Site do RBC http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/).
Quando se realiza uma medição, é comum ouvirmos: Qual é o nível de confiança dos resultados
apresentados no mostrador do sistema de medição? A resposta para essa pergunta pode ser
encontrada no certificado (ou carta) de calibração, que, por sua vez, é obtido por meio da calibração,
ou seja, por um processo de aferição.
A calibração hoje é requisito de processos de Certificação e Acreditação em ensaios e
laboratórios. Basicamente há dois tipos de calibração: a Direta e a Indireta. Na Calibração Direta o padrão
é medido diretamente pelo Sistema de Medição a Calibrar (SMC), e a indicação obtida (ISMC) é
comparada com os valores do padrão (VVC).
Instrumentos de medição de volume de líquidos ou dispensadores, como as pipetas, podem ser
calibrados por laboratórios acreditados no ESCOPO DA ACREDITAÇÃO - ABNT NBR ISO/IEC 17025 e
grupo de serviço “Volume e Massa Especifica”. Afinal, não é porque uma pipeta marca 25,00 mL que ela
realmente meça 25,00 mL, ou seja, ela pode conter 24,96 mL ou 25,07 mL e tudo causa erro nos volumes
medidos por essa vidraria, reduzindo a precisão e a exatidão dos resultados analíticos obtidos.
O processo de calibração passa pela escolha adequada do padrão de medida a ser utilizado,
nesse caso, um sistema de medição padrão, ou seja, utilizando um Instrumentos de Referência
Certificado. No laboratório de ensino, quando não há instrumentos certificados, não é possível realizar o
processo de CALIBRAÇÃO. Neste caso, realiza-se apenas a VERIFICAÇÃO do material volumétrico.
Uma vidraria poder ser aferida de forma simples pelo método gravimétrico de determinação da
massa de água contida na vidraria. Deve-se conhecer a temperatura da água. E a partir da sua densidade,
na temperatura conhecida, calcula-se o seu volume. Assim, conhecer ainda a sua expansão volumétrica,
pois vidros a base de borossilicatos, por exemplo, expandem cerca de 0,0010% por grau Célsius, logo,
um aumento 10 ºC acarretará num aumento do volume de 0,010%. O tempo de escoamento da pipeta
também deve ser aferido. Para qualquer pipeta de transferência deve ser tal que o escoamento livre do
líquido não ultrapasse um minuto e não seja inferior aos seguintes valores para os volumes específicos:
Um escoamento muito rápido pode levar a resultados não reprodutíveis, enquanto que um escoamento
muito lento tem o inconveniente de tornar o tempo de análise muito demorado. A Tabela 1 demonstra o
tempo mínimo de escoamento conforme o volume da pipeta.
O método gravimétrico para a VERIFICAÇÃO pode ser realizado por meio da pesagem do volume
de água destilada ou deionizada que é escoado da pipeta volumétrica, numa temperatura conhecida e
densidade da água prevista para a temperatura em estudo (Tabela 2).
𝐸 (𝑋𝑖 −𝑋𝑣)
𝐸𝑟 = 𝑋 → 𝐸𝑟 = 𝑉𝑣
𝑥 100 (2)
𝑣
Enquanto, o Desvio (também chamado de erro aparente) de uma medida (di) é definido pela
equação (3) com a diferença entre o seu valor medido (Xi), e a média (X), que por sua vez é determinafa
por meio da equação (4), onde N é o número de medidas de uma série finita de uma mesma grandeza.
𝑑𝑖 = 𝑋𝑖 − 𝑋̅ (3)
1
𝑋̅ = ∑𝑖=𝑁
𝑖=1 𝑋𝑖 (3)
𝑁
2 OBJETIVO
Aferir uma pipeta volumétrica de 10,00 mL a partir da pesagem da quantidade de água que dela
é escoada e determinar o erro relativo e aparente para comparação com os valores aceitáveis.
2 PARTE EXPERIMENTAL
Materiais: 5 pipetas de 10,00 mL; 15 erlenmeyers de 125 mL; 5 béqueres de 250 mL; 10 pipetadores (pêra
de borracha); 5 termômetros; 5 pissetas; papel toalha, lixa d´água.
Reagentes: água deionizada (ou destilada); Acetona (CH3(CO)CH3) ou etanol (CH3CH2OH) P.A.
Equipamentos: Cronômetro; Balança analítica; Bico de Bunsen.
NOTA (para o técnico): Deixar em repouso no laboratório (onde será feita a aferição),
o recipiente contendo a água para que entre em equilíbrio térmico com o ambiente.
Ligar o ar condicionado.
NOTA: Para uma pipeta de 10 mL, o tempo de escoamento do liquido deve ser de
aproximadamente 20 segundos. Se o escoamento for muito rápido, o diâmetro da
abertura da ponta da pipeta deve ser diminuído convenientemente na chama de um
bico de Bunsen. Caso o escoamento seja muito lento, faz-se necessário aumentar o
diâmetro da abertura da ponta da pipeta lixando-se levemente a ponta da mesma com
uma lixa d´água até que o tempo requerido seja obtido.
- Conferir a limpeza da pipeta. Se necessário, lavar e secar a pipeta antes da aferição. Recomenda-se
usar acetona ou etanol de alto grau de pureza para facilitar a secagem da vidraria.
- Transferir água destilada para o béquer.
- Com auxílio de uma pêra de borracha, encher por aspiração a pipeta com água destilada até acima da
marca (acertar o menisco da pipeta com cuidado) de VERIFICAÇÃO da mesma, ou seja, 10,00 mL.
- Com auxílio de um cronômetro, medir o tempo de escoamento da água.
- Repetir esse procedimento por 3 (três) vezes.
- Anotar no caderno de laboratório todos os resultados.
NOTA: Deixar em repouso ao lado da balança o béquer com água, erlenmeyer (seco)
e pipeta (seca), a fim de estarem em equilíbrio térmico com o ambiente.
- Pesar três erlenmeyer limpo e seco, em uma balança analítica e anotar a massa obtida no caderno de
laboratório.
- Com a pipeta, aspirar cuidadosamente 10,00 mL de água destilada. Acertar o menisco da pipeta.
- Limpar o excesso de líquido da parte externa da pipeta com papel.
- Verte a água da pipeta para um erlenmeyer (previamente pesado).
3.3 Cálculos
3.3.1 Determinação do tempo de escoamento
Referências bibliográficas
BACCAN, N. ANDRADE, J. C., GODINHO, O. E. S., BARONE, J. S., Química Analítica Quantitativa
Elementar, Campinas, 3a edição, Ed. Edgard Blücher Ltda., 2001, 308p.
FERREIRA, R. DE Q.; RIBEIRO, J. Química analítica experimental, 2. Vitória: UFES, Núcleo de Educação
Aberta e a Distância, 2012.