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1.

INTRODUÇÃO

Na Química, uma ciência exata de caráter também experimental, um dos


procedimentos mais frequentemente utilizados em laboratório é ação de medição. Medir
significa mensurar, com base em um padrão, a quantidade de alguma grandeza. Sendo bem
comum, a prática química não exige que sejam realizadas medidas precisas - isso acontece
quando se trata de uma aula prática (como é o caso), onde o caráter é qualitativo. Outras
vezes, em contrapartida, é necessário saber com exatidão as quantidades (em massa ou
volume) das substâncias que estamos utilizando. Para determinarmos volumes, utilizamos
vários recipientes que nos ajudam a realizar medidas, também com diferentes níveis de
precisão.
Medições volumétricas têm um papel fundamental no laboratório. O usuário deve
determinar o grau de exatidão requerido para cada medição. Com base nisso, é possível
escolher o instrumento volumétrico apropriado, em outras palavras, o instrumento melhor
calibrado.
As medidas de volume aproximadas são efetuadas em equipamentos como provetas
graduadas e em béqueres em escala. As medidas volumétricas de precisão são realizadas
utilizando aparelhos volumétricos mais precisos (balão volumétrico, pipetas volumétricas e
graduadas, por exemplo). A prática de análise volumétrica requer a medida de volumes
líquidos com elevada precisão.
Entender as finalidades de cada vidraria, seu correto manuseio e seu correspondente
erro é de suma importância para a obtenção de um resultado preciso e, consequentemente,
para uma adequada representação de um resultado experimental.
O objetivo dessa aula prática é conhecer alguns dos equipamentos, materiais e as
técnicas de medida de volume, bem como manipular corretamente a vidraria disponível para
determinação de volume, analisando a exatidão dos recipientes volumétricos a fim de
desenvolver a habilidade de manipulação de tais vidrarias.

2. OBJETIVOS

Comparar a precisão em medidas de volume utilizando várias vidrarias de laboratório


de química.
3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1 REAGENTES E MATERIAIS

QUADRO 1 – Materiais e Reagentes

REAGENTES MATERIAIS
Erlenmeyer de 125 mL (5) Água destilada
Proveta de 10 mL
Proveta de 50 mL
Bureta de 50 mL
Pipeta Volumétrica de 50 mL
Pipeta Graduada de 10 mL
Becker de 50 mL
Suporte com Garra
Balança Analítica
Etiquetas
Termômetro
Pipetador
Papel Toalha

3.2 PROCEDIMENTO

Comparação de instrumentos volumetricos

O procedimento começa enumerando os Erlenmeyer com números de 1 a 5, logo após


utiliza-se da balança analítica para realizar a pesagem dos instrumentos, anotando o valor em
gramas (g) para cada um, o valor da massa aferida. É válido ressaltar que em todo momento
os equipamentos foram manuseados utilizando papel toalha, pois o mesmo evita o contato
direto da mão com a vidraria, que pode ocasionar um erro na medição.
Para transferir a água para o frasco de número 1, utilizamos a bureta graduada de 50
mL, foi colocado água no instrumento e observou-se se possuía bolhas de ar, se sim, retiramos
a água de pouco em pouco até o ar sair. Se a bureta não possui ar, colocamos ela
verticalmente encaixada no suporte com as suas devidas garras. Zerando o volume da água na
bureta, transfere-se, de forma lenta, a quantidade do liquido desejado, no caso, 25mL.

Para encher o frasco de número 2, foi usado uma pipeta volumétrica com auxílio de
um pipetador para realizar a transferência dos 25 mL de água, sempre lembrando da
importância de ter cuidado com a força exercida no pipetador para na hora de sugar a água
para a pipeta, ela não passar da marca.
Com o frasco 3 foi utilizado uma forma dividida em etapas, na pipeta graduada de 10
mL, colocou - se sua capacidade máxima duas vezes e em seguida, na terceira etapa,
preenche-se a pipeta com a quantidade que falta para chegar aos 25mL, nesse caso, 5mL.
De forma quase idêntica ao frasco 3, o número 4 foi realizado em etapas, com a
distinção de que o processo de transferência é realizado com uma proveta de 10 mL, e como o
método anterior, é realizado duas vezes a coleta de sua capacidade máxima e na terceira etapa
é colocado 5mL na proveta, completando, assim, os 25mL.
O preenchimento do Erlenmeyer 5 é realizado, de forma pouca precisa, através de um
Becker de 50 mL, mede-se 25mL nele e em seguida, transfere-se essa quantidade para o
frasco de número 5.
Depois de todos os Erlenmeyer serem devidamente enchidos com 25 mL de água,
pesou-se novamente, na mesma balança analítica suas massas, e foi medido a temperatura da
água nos recipientes, após isso, foram guardadas ambas as informações e por meio delas,
utilizamos a relação densidade = massa/volume, com a tabela de densidade entre a variação de
temperatura de 18-29 °C, é possível saber o volume real da água em todas as 5 vidraçarias.

Calibração

Utilizando a proveta de 50 mL, e com o auxílio a pipeta graduada de 10 mL (para


transferência de volume), realizamos 5 pesagens, com volumes variando 0 a 50 mL.
Primeiramente, pesou-se a proveta vazia, depois com 10 mL, depois com 20 mL, assim até a
marca máxima de 50 mL da proveta. Para efeito de cálculo da densidade, também aferimos a
temperatura da água, medindo 25 °C.
4 . RESULTADOS E DISCUSSÃO

Comparação de Instrumentos Volumétricos

Foram obtidos os seguintes resultados das pesagens dos Erlenmeyers no experimento


como mostra a Tabela 1:

TABELA 1 – Dados do Experimento

Massa Volume medido


Erlenmeyer Massa c/ Água (g)
Vazio (g) (mL)
1 (Bureta) 81,1559 25,00 106,0045
2 (Pipt. Vol.) 59,8732 25,0 84,7323
3 ( Pipt. Grad.) 80,0992 25,00 104,6698
4 (Proveta) 73,0992 25,0 97,9037
5 (Becker) 66,5093 25,0 90,3870

Fonte: Dos Autores (2022)

Com os valores obtidos na Tabela 1, foram realizados cálculos de variação das massas,
obtendo a massa da água de cada Erlenmeyer, e os valores reais em mL contidos neles (dado a
temperatura da água de cada um) pelo cálculo da densidade, como mostra a Tabela 2:

Volume Real
Erlenmeyer Massa da Água (g) Temperatura Densidade
(mL)
1 24,8486 26°C 0,996783 24,9288
2 24,8591 24°C 0,997296 24,9265
3 24,5706 24°C 0,997296 24,6372
4 24,8045 25°C 0,997044 24,8780
5 23,8777 24°C 0,997296 23,9424
TABELA 2 – Dados do Experimento

Fonte: Dos Autores (2022)


Com os valores calculados, isto é, os volumes reais, obtivemos os seguintes erros
absolutos e relativos, dada a Tabela 3:

TABELA 3 – Erros

Erlenmeyer Erro Absoluto Erro Relativo (%)

1 0,0712 0,285613
2 0,0735 0,294867
3 0,3628 1,47257
4 0,122 0,490393
5 1,0576 4,41727

Fonte: Dos Autores (2022)

Através desses erros observamos que as transferências volumétricas realizadas pela


Bureta (Erlenmeyer 1), pela Pipeta Volumétrica (Erlenmeyer 2) e pela Proveta 10 mL
(Erlenmeyer 4) foram as que apresentaram os menores desvios em relação os volumes reais, e,
portanto, são os instrumentos que apresentam maior exatidão e precisão no experimento,
dentro das nossas condições de controle e manuseio em laboratório. O instrumento, o qual
apresentou maior desvio foi o Becker 50 mL (Erlenmeyer 5), com erros consideráveis em
relação ao valor medido de 25,0 mL, sendo assim o menos preciso e não exato. Com a Pipeta
Graduada (Erlenmeyer 3), em detrimento aos demais apresentou um desvio acima do
esperado, sendo esta pipeta um material com certa precisão, então houve deslizes durante a
captura da quantidade exata a ser transferida durante o experimento.

Calibração

Foram obtidas as seguintes aferições das pesagens na utilização da proveta 50 ml,


como mostra a Tabela 4:
TABELA 4 – Dados do Experimento

Massa da Proveta
Massa da Água (g)
(g)

Proveta vazia 93,0122 ---

10 mL 103,0072 9,995
20 mL 113,0157 20,0035
30 mL 122,3678 29,3856
40 mL 133,0282 40,0160
50 mL 142,4062 49,394

Fonte: Dos Autores (2022)

A água a uma temperatura de 25° C, e dada a massa da água na Tabela 4, conseguimos


calcular o valor do volume de água real em mL de cada situação, como mostra a Tabela 5:

TABELA 5 – Dados do Experimento

Erro Absoluto e
Densidade à 25° C Volume Real (mL)
Relativo (%)

Proveta vazia --- --- ---

E : - 0,02
10 mL 10,02
ER: - 0,1996
E : - 0,0628
20 mL 20,0628
ER: - 0,313017
E : 0,5275
30 mL 0,997044 29,4727
ER: 1,78911
E : - 0,1346
40 mL 40,1346
ER: -0,335371
E : 0,4596
50 mL 49,5404
ER: 0,927728
Fonte: Dos Autores (2022)

Foi observado que houve desvios consideravelmente pequenos em relação aos valores
medidos, mostrando assim que a Proveta 50 mL, bem como a pipeta graduada (instrumento de
transferência de volume) são instrumentos com alta exatidão e precisão, porém, apesar de
pequenos, os erros mostram que a medição aferida não está compatível com a prevista,
podendo ter de calibrar as vidrarias a fim de minimizar ainda mais qualquer tipo de
discrepância de dados.

Abaixo segue um gráfico apresentado os dados obtidos na tabela 5, e vemos que,


apesar dos erros, as grandezas se comportam forma relativamente linear.

Gráfico VMed x VReal


60

49.5404
50
40.1346
Volumes Reais (mL)

40

29.4727
30
20.0628
20
10.02
10

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Volumes Medidos (mL)

5. CONCLUSÃO

Mediante a prática das técnicas de medida de volume, foi possível observar durante o
experimento que nem todas as vidrarias possuem exatidão e precisão nas suas medidas, deste
modo facilitando os surgimentos de pequenos desvios. Por isso é de extrema importância o
cuidado com as medidas e a escolha dos instrumentos certos para transferências volumétricas,
como por exemplo, a pipeta, proveta e bureta que são de maior exatidão e, consequentemente,
maior precisão. É importante também o ângulo de observação do experimento, para que possa
evitar erros na medição de volume. Assim, podemos concluir que a escolha de instrumentos
calibrados adequadamente é fundamental para ter sucesso de resultados compatíveis com o
previsto em um experimento no laboratório.
6. BIBILOGRAGIA

[1] MARCON, Edson Luis. Segurança e técnicas básicas em laboratório de química. 2020.

[2] SILVA, Roberto Ribeiro. Introdução a química experimental. 2°Ed. Editora:

Edufscar.2014

[3] UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOAIS – UFG. Elaboração de relatórios. Goiania.

[s.d]

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