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Concentração Gravítica ou

Densitária
(Mesa concentradora)
(Wilfley)

Miguel G. Peralta S.
MIN-257
2010 - I
CONCENTRAÇÃO GRAVÍTICA
DEFINIÇÃO:

“ A CONCENTRAÇÃO GRAVÍTICA pode ser definida como um processo


no qual partículas de diferentes densidades, tamanhos e formas são
separadas uma das outras por ação da força de gravidade, por forças
centrífugas ou por forças conjuntas.”

A concentração gravítica é um dos processos mais antigos de concentração de


minérios utilizada pelo homem e permanece ainda como um importante método de
concentração física.

“A CONCENTRAÇÃO POR GRAVIDADE, DENSITÁRIA OU


GRAVÍTICA foi o método de concentração mais empregado ate os anos
vinte, até que apareceu a FLOTAÇÂO.”

Não são tão eficientes como a flotação porém são mais econômicos e
pelo geral não agridem à natureza.
CONCENTRAÇÃO GRAVÍTICA

Na classificação, o enfoque é nas condições que resultam na separação pelo tamanho.


No caso da concentração são julgados os aspectos que levam à separação por espécie
(entretanto, existem casos da distribuição de uma espécie diferir bastante das demais,
e uma separação por tamanhos pode resultar em concentração).

Liberalidade
Possibilidade de obter partículas livres.
Diferenciabilidade
Propriedades diferenciadoras.
Separabilidade
Possibilidade de compor campos de força em que as
partículas tomam diferentes trajetórias.
Princípios da concentração gravítica

Meio de concentração é água  hidromecânicos


Movimento Melhor desempenho na remoção de partículas finas.
de partículas
em meio Meio de concentração é ar  pneumático
fluido
Obtenção de concentrados e rejeitos já secos de partículas finas.
Condições restritas.

Geralmente, a Concentração Gravítica é utilizada no tratamento de partículas


grossas, porém em alguns casos podem ser partículas abaixo de 50 μm.
A densidade das partículas é bastante variável podendo tratar de minerais como
a galena (d=7,5) até o carvão (d=1,3).
A preparação correta da alimentação através de uma classificação para
obtenção de partículas uniformes, é uma condição essencial para uma boa
concentração gravítica.
Aplicabilidade de diferentes métodos de concentração gravimétrica em função da
granulometria

Tanques MD
Separador Stripa
Separador Floatex
Ciclones MD
Cilindros de MD
Ciclone autógeno
Knelson
Cones
Calha simples
Calha estrangulada
Mesa concentradora
Mesa Mozley
Separador Duplex
Espiral concentrador
Falcon
MGS
Jigue diafragma
Jigue Baum/Batac
Jigue centrífugo
Jigue pneumático
Mesa pneumática
Métodos físicos de concentração de minério
A escolha do método físico adequado para a concentração de um minério depende,
entre outros fatores, da granulometria de liberação e da propriedade física
diferenciadora através da qual é possível a separação. As principais propriedades
utilizadas, para um beneficiamento físico são: cor, brilho, densidade, forma,
tamanho, susceptibilidade magnética, propriedades elétricas e dureza.

De acordo à propriedade diferenciadora empregada, os métodos de


concentração podem ser classificados como:
-Métodos densitários ou gravíticos (não confundir com gravimétricos)
-Métodos magnéticos
-Métodos elétricos
-Métodos secundários

Os principais mecanismos atuantes no processo de concentração gravítica


são os seguintes:
-Aceleração diferencial
-Sedimentação retardada
-Velocidade diferencial em escoamento laminar
-Consolidação intersticial
-Ação de forças cisalhantes
Mecanismos Atuantes

A ACELERAÇÃO DIFERENCIAL é a aceleração no início do


movimento e depende somente da densidade relativa do
mineral e do fluido, sendo independente do tamanho.

Aceleração v=0e
ma = m(dv/dt) = mg – m’g – R
Inicial R pode ser
m: massa do mineral;
a: aceleração; desconsiderado
m’: massa do fluido;
g: gravidade; Tem-se
R: resistência do fluido

dv / dt = (1 – ρ / Δ) g

ρ : densidade do fluido
Δ: dens. da partícula
Mecanismos Atuantes

Aceleração Diferencial
Mecanismos Atuantes

No mecanismo de QUEDA RETARDADA as partículas


têm maior dependência com a velocidade terminal.
Mecanismos Atuantes

A CONSOLIDAÇÃO INTERSTICIAL ocorre devido à formação


de interstícios entre partículas grosseiras permitindo, mesmo
após o leito iniciar sua compactação, a liberdade de
movimentação das partículas finas.
Mecanismos Atuantes

VELOCIDADE DIFERENCIAL EM ESCOAMENTO LAMINAR

O princípio do ESCOAMENTO LAMINAR baseia-se no fato de


uma película de água que flui sobre uma superfície inclinada e
lisa, em condições de fluxo laminar, possui a distribuição da
velocidade parabólica, sendo nula na superfície e alcançando seu
máximo na interface do fluido com ar.
Mecanismos Atuantes
AÇÃO DE FORÇAS DE CISALHAMENTO

O ESFORÇO DE CISALHAMENTO pode surgir de uma polpa


fluindo sobre uma superfície inclinada, ou ser produzido por
um movimento da superfície sob a polpa, ou ainda da
combinação dos dois.

Resultantes desses esforços:


Efeito Diretamente Diâmetro2 da
proporcional partícula

Efeito Densidade
AÇÃO DE FORÇAS DE CISALHAMENTO
Classificação dos métodos gravimétricos

estática DSM, OCC


Separação em
Densidade do meio é
meio denso
intermediária às dinâmica Ciclone de meio denso, DWP
densidades das
espécies a separar

Correntes
Jigues
verticais
Métodos
gravimétricos
Escoamento laminar
Espirais, mesas vibratórias,
Separação vanners
Densidade do meio é Correntes
inferior ás em longitudinais Escoamento em calhas
densidades das correntes Calhas simples, reolavador,
espécies que se Lamflo, cone Reichert
quer separar

Correntes
oscilatórias Bateias, berço
Mecanismo Característica Força Meio Aparelho

dominante dominante De campo


dominante
Cone
Gravitacional úmido
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS GRAVITICOS

Tambor
Ciclone
Vorsyl
Meio Denso Centrífugo úmido Dynawhirlpool
Tri-Flo
Densidade Larcodems
Magnética úmido Separação magneto-gravimétrica
Separador Stripa
Gravitacional úmido Hidrosseparador
Meio autógeno Ciclone autógeno
Centrífuga úmido Separador Knelson
Jigue Harz
Jigue trapezoidal
Pulsação Gravitacional Úmido Jigue bendelari
mecânica Jigue circular
Estratificação
(pulsação) Centrífuga Úmido Jigue centrífugo
Jigue Baum
Pulsação Úmido Jigue Batac
Gravitacional
pneumática Seco Jigue pneumático
Calhas simles
Mesa plana
Gravitacional Úmido Calha estrangulada
Sem oscilação Cone reichert
Espiral concentradora
Centrifuga Úmido Concentrador Falcon
Mesa concentradora
Película de água
Mesa Mozley
Úmido Bartles-Mozley
Gravitacional Concentrador Duplex
Com oscilação
Seco Mesa pneumática

Centrifuga Úmido MGS


Tabela- Comparação dos princípios utilizados nos métodos gravíticos.

Método Princípio
Separação em Meio Denso Ação de Forças de Cisalhamento
Jigagem Aceleração Diferencial
Sedimentação Retardada
Consolidação Intersticial
Calhas Simples Sedimentação Retardada Consolidação
Intersticial
Calha Estrangulada Queda retardada
Consolidação Intersticial
Espiral Queda Retardada
Consolidação Intersticial / Força
Centrífuga
Mesa Vibratória Escoamento Laminar
Sedimentação Retardada
Recuperação de Finos Velocidade Diferencial em Escoamento
Laminar / Força Centrífuga
Na separação pelas correntes longitudinais são observados dois tipos de
escoamentos: lamelar e em calhas.

Entre os equipamentos que realizam a concentração pelo regime de escoamento


lamelar temos: mesas vibratórias, espirais e vanners.

Por outra parte, a separação mediante regime de escoamento em calhas apresenta-


se como caneletas simples, caneletas estranguladas e cone Reichert.
CRITÉRIO DE CONCENTRAÇÃO

O CRITÉRIO DE CONCENTRAÇÃO (CC), originalmente sugerido por Targat, é


usado para fornecer uma idéia de facilidade de se obter uma separação entre
minerais através de processos gravíticos, desconsiderando o fator forma das
partículas.

CC = (ρp – ρf) / (ρl – ρf) onde


ρp: densidade do mineral pesado
ρl: densidade do mineral leve
ρf: densidade do fluido

CC > 2,5 → separação relativamente fácil


Facilidade de separação CC

Quanto maior seja CC, mais


fácil é a concentração
A separação torna-se mais eficiente quando os minerais leves e pesados possuem um
critério de concentração maior que 2,0 e as ρleve , ρpesado < 1,00
Interpretação do Critério de Concentração (CC)

CC Significado

> 2,5 Separação eficiente até 200 malhas (74 μm)

2,5 – 1,75 Separação eficiente até 100 malhas (149 μm)

Separação possível até 10 malhas (2 mm), porém


1,75 – 1,50
difícil

1,70 – 1,20 Separação possível até ¼”, porém difícil


Critério de Concentração

Densidade do fluido

Densidade CC
Diferença de densidade

viabiliza

Aumento da densidade pode ser:


Testes em laboratórios, líquidos mais densos que a água.
Plantas industriais, polpas em suspensão (Separação em meio
denso).
Critério de Concentração

EFEITO FORMAS DAS PARTÍCULAS


Segundo Burt, para incluir o EFEITO FORMAS DAS
PARTÍCULAS o critério de concentração deve ser
multiplicado por um Fator de Razão de Forma (FRF).

CC = [ (ρp – ρf) / (ρl – ρf) ] . FRF

Onde:
FRF = FSp / FSl

FSp: fatores de sedimentação dos minerais pesados.


FSl: fatores de sedimentação dos minerais leves.
Onde:
FSp = vp / vp(esf.) e FSl = vl / vl(esf.)
v: velocidade terminal.
Mesas Vibratórias

As mesas vibratórias são equipamentos de concentração que agem através de


superfícies com movimentos assimétricos, combinados muitas vezes com o principio
de escoamento laminar. Este principio de concentração foi introduzido através da mesa
de Rittinger  mesa com gabarito liso, que exercia movimentos transversais ao
escoamento da polpa, deslocando lateralmente as partículas pesadas desta polpa.

Desde 1895 a mesa de Wilfley já com poucas modificações é utilizado como principal
modelo de mesa concentradora.

Impul
Escoa so s
mento
da po
lpa
Princípios de funcionamento

A- O material a ser concentrado é alimentado em uma extremidade por meio de uma


caixa de distribuição, e se espalha ao longo da mesa como resultado da agitação
produzida pelas oscilações e pelo escoamento da água de lavagem.
B- As partículas que atingem a extremidade da parte coberta pelos riffles são
descarregadas por uma superfície lisa, onde são submetidas a ação da película de
água em escoamento.
C- As partículas densas são, então, descarregadas na extremidade oposta ao
mecanismo de acionamento, onde um desviador ajustável é normalmente usado para
separá-las em um produto de alto teor e um misto.
D- As partículas leves, por outro lado, são descarregadas ao longo do lado oposto da
alimentação.

A
C B

D
Figura 18 - Vista em planta
Mesa Concentradora

As mesas concentradoras são equipamentos de concentração gravítica que


operam em faixas granulométricas entre 550 µm e 60 µm, com capacidades
que podem variar de acordo com a granulométrica da alimentação (0,5 a 2
t/h). Para carvão a capacidade pode chegar a até 15 t/h.

Caracterizam-se pela concentração a traves de superfícies inclinadas com


movimentos assimétricos, e muitas vezes combinando o principio de
escoamento lamelar.

A mesa wilfley foi lançada em 1895 sendo o principal modelo de mesa


vibratória, a partir dela apareceram outros modelos (mesas de bandas,
basculantes, redondas, ect). Os modelos de mesa mais comuns são:
Wilfley, Deister, Gemini, garfield, Butchart, James e Holman.
Mesa Concentradora Wilfley

A principal característica da mesa Wilfley foi o recobrimento parcial do


tabuleiro com ressaltos chamados rifles “riffles” paralelos ao eixo
longitudinal, o que permitiu o tratamento de espécies grossas e o aumento
da capacidade de tratamento.
Mesa Concentradora

Modelos Deister 999/99/66 (t/h) 14 15S (t/h)


(t/h)
Areia de quartzo 2,3 1,15 0,115
Areia média 1,4 0,70 0,070
Areia fina 0,9 0,45 0,045
Lamas 0,4 0,20 0,020
Mesa Concentradora Wilfley

O revestimento do deck ou tabuleiro pode ser de linóleo, goma natural e


sintética, uretano, metano impregnado de zircônio ou fibra de vidro.

A inclinação da mesa wilfley no sentido transversal ao eixo longitudinal pode


ser controlada, variando entre 0 e 3° (manualmente ate 6° ou 10°).

O aumento da inclinação lateral reduze as necessidades de água de


lavagem, porem estreita as faixas das diferentes frações (concentrados,
médios e rejeitos), dificultando-se o corte, o qual é aceitável para operações
de desbastes (rougher) e não em operações de limpeza (cleaner).

O limite superior em tamanho de partícula tratadas em mesa vibratória está


entre 2 e 3 mm (15 mm para carvão).
Mesa Concentradora Wilfley

A água de lavagem é adicionada na parte superior da mesa, através de uma


calha perfurada.

Na extremidade próxima ao mecanismo de vibração contém a caixa de


alimentação, a polpa deve ser diluída: 25% em sólidos para areia e 30% em
sólidos para materiais finos.

O consumo de água para a alimentação varia de 38 a 83 l/min., e para


lavagem varia de 11 a 45 l/min.

O consumo médio de potência é de 0,6 hp/mesa enquanto que a potência


instalada varia de 0,75 a 1 hp/mesa.
Mesa Concentradora Wilfley

Os riffles são feitos de ripas de madeira com ¼” de largura e


½” de espessura pregados sobre a cobertura do linóleo com
pregos de cobre.

Os extremos dos riffles no lado das descargas são


chanfradas e formam sobre a superfície uma linha diagonal,
que inicia perto da alimentação.
Mesa Concentradora Wilfley

Os riffles foram introduzidos com o seguinte fim:

•a) Formar cavidades onde ocorrem a formação de leito e estratificação.


•b) Ocultar as partículas pesadas para a transmissão das virações.
•c) Expor as partículas maiores e leves ao fluxo transversal da água de
lavagem, depois da estratificação.

Assim, os riffles tem as seguintes funções:

•a) Reter as partículas pesadas no fundo.


•b) Transmitir com efetividade a ação de estratificação do deck à polpa.
•c) Tornar o fluxo turbulento para produzir a separação das partículas entre
eles.
Mesa Concentradora

Estratificação vertical das partículas entre os riffles

Estratificação ideal dentro


da calha
Mesa Concentradora
A mesa Wilfley dispõe de um mecanismo que proporciona um movimento de tipo
vibratório lateral diferenciado (e assimétrico), em sentido transversal ao fluxo de polpa
(ou longitudinal à mesa), que causa o deslocamento das partículas ao longo dos riffles.
A freqüência de vibração da mesa deve-ser ajustado de acordo com a granulometria
da alimentação:

Para material fino utiliza-se alta freqüência e pequeno curso e para grosso, baixa
freqüência e grande curso.
A freqüência varia de 240 a 325 ciclos (pulsações) por minuto e o curso varia de 10 a
25mm.

As oscilações são aplicadas ao longo do eixo horizontal da mesa e produzem


um movimento, que parte suavemente na direção de descarga do produto denso
e termina, com o objetivo de promover o escorregamento das partículas na
referida direção.
Esse caráter assimétrico das oscilações é responsável pelo transporte das
partículas na direção paralela aos riffles e por garantir uma mobilidade
adequada das partículas que compõem o leito.
1 Impulso (comprimento)

tempo
Longitude
escalar do
movimento

Fim do
movimento
a adiante
Fim do
movimento
de retorno

Escala arbitraria
Arranjo típico das partículas sobre uma mesa

Embora a concentração em película de água exija, a rigor, apenas uma


monocamada de partículas sobre o deque, na prática, múltiplas camadas são
alimentadas na mesa, oferecendo uma maior capacidade.
A estratificação devido a ação das oscilações se dá entre os riffles, que geralmente
apresenta uma altura que diminui desde a extremidade da alimentação até quase
desaparecer próximo á descarga do produto denso.
Uma parte do deque, próximo á descarga do produto denso, é deixada lisa para
garantir com que condições de separação em película de água prevaleçam.
Arranjo típico das partículas sobre uma mesa

Alimentação

Água de lavagem

Pesados
intermédios
Leves
Concentrado

Oscilação

Lamas e lamelares
Intermédios Rejeitos
Alimentação

v ag em
de l a
Ág ua Pesados
intermédios
Leves
Concentrado

Oscilação

i to s+
e
Rej mas
la
In
te
r m
éd
ios
Mesa Concentradora

Durante o recorrido do material as partículas diferenciam-se formando bandas em


abanico segundo seu peso específico e a granulométrica.
1
2

5 6
3
4 7
1. – A polpa de alimentação, compreende 90% em volume de água, é submetido a
um desbaste de lamas mediante uma sedimentação da areia nos canais formados
pelos obstáculos (rifles), mas as lamas escoam seguindo o declive (deslamagem). No
leito de areia acontece uma sedimentação diferencial de acordo pelas densidades
das partículas e simultaneamente uma classificação granulométrica.

2. – A areia deslamada de (1), é guiada pelos rifles, no movimento de “ida” (acelerada)


da mesa, porem não consegue retornar com o movimento de “volta”. A diminuição da
altura dos rifles (sentido direita a esquerda) influi a que o fluxo transversal da água
arraste a capa superior da areia depositada, esta capa corresponde à areia grossa do
mineral leve. Esta separação é uma operação de classificação pelo tamanho. O
resíduo (enriquecido) continua seu deslocamento ate o extremo esquerdo (5).

3. – O fluxo principal de areia procede de 2, este é pobre de material pesado. Nesta


área se completa a separação de materiais pesados e médios que poderiam estar
misturados com o material leve.
Esta operação é de re-estratificação e classificação pelo tamanho (1+2).
Em conseqüência, as partículas maiores da espécie leve se descarregam ao longo do
lado inferior que toma o nome de cantinho ou lado “dos estéreis”, indicado na figura e
pode ser representado como “≠”.
4. – Chamado o cantinho dos mistos, é alimentado pelo resíduo enriquecido de 3 e do
material empobrecido procedente da franja de concentrado (5).
Esta mistura volve-se a estratificar e classificar-se pelo tamanho ao longo da periferia
da mesa. O produto descarregado compreende grãos grossos de mineral pesado, a
maior parte dos mistos e as areias de ganga mais finas. Nesta área também são
devolvidos os grãos mais finos do material pesado a (5) pelo intermédio dos rifles.

5. – Chamada área de afino, constituída pela superfície do tabuleiro sem rifles no


extremo destes.
O objetivo é de depurar o pré-concentrado obtido na zona com rifles (2+4).
Essencialmente consiste em um lavagem com corrente lamelar com sacudimentos, a
ganga fina e os grãos médios são arrastados pela corrente (para 4) e o concentrado
final se verte no extremo da mesa.

6. – Esta zona constitui a segunda zona de deslamagem, que recolhe as areias


arrastadas pelo declive da zona abarrotada (1) e são enviadas a (3).

7. – Esta é a zona de deslamagem final, onde se recolhem as areias mais finas e


voltam a (6). As lamas em suspensão se vertem na borda do tabuleiro.
As lamas podem estar enriquecidas pelo fato que os minerais pesados (sulfuro) podem
romper-se finamente pela moagem.
Em geral:
As mesas tem três tipos de produtos: pesado, misto e leve.
As mesas podem ser divididas em três zonas de classificação:
Zona de estratificação, onde fica a parte mais alta dos rifles
Zona de limpeza, onde os rifles são afinados ou rebaixados entre o meio da mesa.
Zona de descarga, onde não possuem rifles (mesa Wilfley)

A separação dos produtos é realizada com o auxílio de simples desviadores de fluxo,


posicionado nas calhas de descarga.
A capacidade de alimentação da mesa é determinada pela área do deque, pela taxa de
separação de leves e pesados, e pela taxa de remoção do material separado do
deque.

Alguns características das partículas influem na separação:


Micas, na forma placosa, embora leves, não escoam facilmente e transversalmente à
mesa, e terminam na área de concentrado pesado.
As partículas esféricas (arredondadas) podem mover-se na lamina de água na
direção de coleta dos minerais leves.
Importante lembrar

Devido ao ingresso da alimentação nova e a ação da estratificação no leito, as


partículas leves grossas tendem a subir preferencialmente até o topo do leito, sendo
as primeiras a sofrer a ação da estratificação no leito, as partículas leves grossas
tendem a subir preferencialmente até o topo do leito, sendo as primeiras a sofrer a
ação da película de água sobre o topo dos rifles.
Como resultado elas são arrastadas primeiro e descarregadas na extremidade
oposta á alimentação, próximo ao mecanismo de oscilações da mesa.

A velocidade de separação, por sua vez, depende do critério de concentração e da


granulometria da alimentação.
Quanto maior for o critério de concentração e o tamanho da partícula, mais rápida será
a separação e maior a capacidade.
Fundamentos teóricos da separação
A separação de partículas pela ação de uma película de água com oscilação é
resultado da ação de três mecanismos principais:
A velocidade diferencial de partículas em uma película de água.
O movimento de oscilação do deque, transversal ao escoamento da película de água.
A estratificação de partículas entre riffles ( quando em mesas concentradoras).

Movimento para frente: Partículas finas nas camadas inferiores do fluido irão se
mover solitários ao deque. O escorregamento irá ocorrer progressivamente com as
partículas mais grossas e leves, dependendo do valor decrescente da força de
arraste.

No movimento para trás: a aceleração é significativamente superior aquela


necessária para o escorregamento de qualquer partículas posicionada no deque, de
maneira que, nesta etapa, as partículas irão se manter estacionárias em relação a
um referencial extremo.
Movimento das partículas em relação ao deque ao
final de cada ciclo.
Movimento das partículas em relação ao deque ao
final de cada ciclo.

 Como visto na figura anterior, enquanto a ação das


oscilações faz com que partículas finas e densas
apresentem uma maior velocidade que as grossas e
leves na direção longitudinal, o oposto ocorre pela ação
da película de água.
 Nesta última, partículas leves e grossas são sujeitas a
altas forças de arraste, pois se estendem mais alto no
perfil de velocidades da película de água, apresentando
maior velocidade que as finas densas.
De acordo com os efeitos as partículas percorrem uma
trajetória em diagonal ao longo da mesa. A direção dessa
diagonal pode ser obtida pela soma vetorial das
velocidades.
Variáveis que permitem otimizar a sua operação.

Variáveis de projeto Variavéis de operação


Fromato da mesa Tamanho das partículas de operação
Material da superfície da mesa Forma das partículas da alimentação
Configuração dos rifles Taxa de alimentação
Frequencia de golpes Concentração de sólidos da alimentação
Amplitude dos golpes Vazão de água de lavagem
Inclinação do deque
Tipos de deque
Mesa oscilatória
Partes constituintes da mesa
Características de
concentração dos
métodos de
concentração gravítica.
Mesa Concentradora
As correntes longitudinais aplicadas às partículas em sedimentação produzem ao
movimento de queda um movimento longitudinal. Durante a sedimentação, as
partículas descrevem trajetórias de acordo com o tempo de exposição às forças
longitudinais.

As partículas maiores e de maior peso específico tem maior velocidade de queda, e


sedimentam primeiro perto do ponto de alimentação. As partículas menores e mais
leves sofrem maior ação de transporte longitudinal, e são depositadas mais longe.
Outras partículas são depositadas de acordo com suas velocidades de queda
dependendo de seus tamanhos e pesos específicos, sendo possível que partículas de
tamanho e pesos diferentes depositem-se no mesmo lugar.
Mesa Concentradora – variáveis

VARIÁVEIS DE DESENHO

• Forma da mesa.
• Material da superfície da mesa.
• Forma dos riffles.
• Característica dos riffles.
• Aceleração y desaceleração.
• Localização da alimentação.

CONTROLES OPERACIONAIS

• Inclinação da mesa.
• Densidade da polpa da alimentação.
• Água de lavagem.
• Localização dos cortadores dos produtos.
Variáveis que permitem otimizar a sua operação.

Variáveis de projeto Variavéis de operação


Fromato da mesa Tamanho das partículas de operação
Material da superfície da mesa Forma das partículas da alimentação
Configuração dos rifles Taxa de alimentação
Frequencia de golpes Concentração de sólidos da alimentação
Amplitude dos golpes Vazão de água de lavagem
Inclinação do deque
Mesa Concentradora – variáveis

CONTROLES OPERACIONAIS NAS ETAPAS

Etapa rougher: mais água, mais material, mais inclinação, pulsos mais largos,
riffles completos.

Etapa cleaner: menos água, menos material, menos inclinação, pulsos mais
curtos, riffles parciais.

Alimentação fina: menos água, menos alimentação, maior velocidade, pulsos


mais curtos, riffles baixos.

Alimentação grossa: mais água, mais alimentação, menor velocidade, pulsos


mais longos, riffles altos.
Fundamentos teóricos da separação

A separação de partículas pela ação de uma película de


água com oscilação é resultado da ação de três
mecanismos principais:

 A velocidade diferencial de partículas em uma película


de água.
 O movimento de oscilação do deque (deck), transversal
ao escoamento da película de água.
 A estratificação de partículas entre riffles ( quando em
mesas concentradoras).
De acordo com os efeitos as partículas percorrem uma trajetória em diagonal
ao longo da mesa. A direção dessa diagonal pode ser obtida pela soma
vetorial das velocidades.
Arranjo típico das partículas sobre uma mesa parcialmente riffleada
(Wilfley) e outra totalmente riffleada (Holman)

Mineral denso Mineral médio Mineral leve


Arranjo típico das partículas
Mesa Concentradora

As diferenças entre as mesas são mínimas, principalmente


entre o mecanismo de acionamento, tipo e freqüência do
rifflado, numero de decks e geometria do tabuleiro.
Mesa Concentradora

Mesa concentradora
Deister de dois e três
decks.
Mesa Concentradora

As aplicações das mesas vibratórias podem-se resumir:

- Limpeza de carvão fino


- Tratamento de óxidos de estanho, tungstênio, tantalio,
zircônio, cromo, minerais industriais e areias, chumbo e
zinco
- Tratamento de jazidas com ouro livre e areias aluviais
-Tratamento de escorias e rejeitos
Mesa Concentradora

Recuperação (%) vs. Tamanho (µm)


A – Cassiterita
B – Wolframita
C – Ferro
Mesa Concentradora

Circuito de lavagem de
carvão
A.Q. Selim, A.A. El-Midany, A.S. Abdel-Fattah, S.S. Ibrahim, Rationalization of the up-grading circuit of
celestite for advanced applications, Powder Technology, Volume 198, Issue 2, 10 March 2010, Pages 233-
239, ISSN 0032-5910, DOI: 10.1016/j.powtec.2009.11.012.
http://pa3pc195.en.hisupplier.com/product-355190-Beneficiation-table-shaking-table-
table-concentrator-mineral-processing-machine-gold-separation-machine.html
Vantagens:

- descarga contínua de produtos


- permite obter toda uma serie de produtos (concentrados, mistos, rejeitos)
- comportamento visível do material sobre o tabuleiro
- custo relativamente baixo (de produção local)
- grande flexibilidade
- manejo e supervisão relativamente simples (t/h)
- possibilidade de recuperação de minerais acessórios
- alta seguridade na área de trabalho
- boa recuperação e alto índice de enriquecimento, pouco uso de água e
energia
Desvantagens:

- preço relativamente alto (capacidade)


- requere de alimentação constante (homogênea)
- requere de supervisão continua
- motor
Mesa Concentradora – Controle operacional
-A alimentação: ideal a formação de uma monocamada na superfície da
mesa. A otimização da taxa (Kg/h) de alimentação é realizada durante o
testes.
-A razão sólido/líquido: da polpa deve permanecer constante, e a água de
lavagem deve favorecer a formação de uma lâmina de água.
-Rougher  consumo varia 2.500 3.800 l/t de minério
-Cleaner  ~ 2.800 l/t
-Minério com lamas  entre 2.200 a 2.800 l/t
-Água adicional de lavagem  25% da água total
-Amplitude e a velocidade de pulsação: ou freqüência são variáveis
interdependentes.
-Minério grosso  maior amplitude
-Pouca diferença de densidade  menor amplitude

-A inclinação do deque  deve ser ajustada na operação, obtendo a


distribuição do minério sobre a mesa.

-A operação da mesa oscilatória é um processo empírico e depende da


natureza do minério e da complexidade do circuito
Mesa Concentradora – Teste de laboratório

Características do equipamento:
Mesa tipo Wilfley
Tamanho: 13-A
Comprimento: 40 polegadas
Largura: 18 polegadas
Motor: ¼ hp
Capacidade: 0,5 a 2,5 toneladas/24h
Mesa Concentradora – Teste de laboratório

Preparar a massa de minério e calcular a água de polpa e da


alimentação (úmida ou seca)
Com auxilio de folha de papel colocada no tabuleiro da mesa achar o
gráfico das variáveis: comprimento, período e freqüência.
Ao preparar a massa da alimentação por homogeneização e
quarteamento, retirar uma porção para calcular o teor valioso por
processo de densidade.
Ajuste de equipamento (se fosse necessário)
Medir a água da polpa e água de lavagem com o equipamento em
funcionamento (regular)
Calcular alimentação
Marcar tempo de início e final do teste
Ligar água de polpa e lavagem
Ligar alimentador de sólido ou de polpa
Recolher os produtos após o final do teste
Filtrar, secar, pesar e calcular as densidades de cada produto
extraído12. Fazer os balanços de massas e metalúrgicos
Verificar a recuperação do processo

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