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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JURUTI


ENGENHARIA DE MINAS

FRANK ALANO GOMES DE CARVALHO


VITOR DA SILVA ARAUJO
MAYRON RODRIGUES MARQUES
FABIO GUILHERME DA SILVA SANTOS

CONCENTRADOR REICHERT

JURUTI
2022
FRANK ALANO GOMES DE CARVALHO
VITOR DA SILVA ARAUJO
MAYRON RODRIGUES MARQUES
FABIO GUILHERME DA SILVA SANTOS

CONCENTRADOR REICHERT

Atividade avaliativa de pesquisa


bibliográfico sobre o concentrador
Reicher como requisito para obtenção
de nota da disciplina de Métodos
Físicos de Concentração do curso de
engenharia de minas da Universidade
Federal do Oeste do Pará - UFOPA.
Prof. Me. ANDSON FERREIRA

JURUTI
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4

2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ............................................................... 6

3 INDICAÇÃO/APLICAÇÕES .......................................................................... 10

4 ONDE É USADO O CONCENTRATOR........................................................ 11

5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 13

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 14
1 INTRODUÇÃO
O processo de concentração gravitacional pode ser definido como o
processo no qual as partículas com características e propriedades se
diferenciam pela densidade, tamanho e forma e que se separam sob a ação da
gravidade ou da força centrífuga. É uma das formas mais antigas de
processamento mineral e, apesar de ser utilizada há tantos séculos seus
mecanismos ainda não são totalmente compreendidos. Alguns mecanismos
físicos de forças que atuam durante a concentração de partículas são
analisados, incluindo os efeitos das diferenças de aceleração, sedimentação
retardada, velocidade diferencial no fluxo laminar, consolidação intersticial e
forças de cisalhamento. Análise dos minérios e suas partículas que compõem a
matriz mineral.

Aceleração Diferencial na maioria dos concentradores gravitacionais, a


partícula é perturbada pelas paredes do concentrador ou outras partículas e,
portanto, só pode percorrer um curto tempo e distância antes de parar ou ser
desviada por uma superfície ou outra partícula. Como resultado, as partículas
experimentam acelerações (e desacelerações) sucessivas e, sob certas
condições, esses ciclos de aceleração podem ocupar uma parte significativa do
ciclo de movimento da partícula. Durante a sedimentação retardada, as
partículas em queda livre em um fluido (como a água) são aceleradas pela
gravidade por um período de tempo, aumentando sua velocidade até atingir um
valor máximo, a velocidade terminal, e depois permanece constante. Na
consolidação intersticial esse mecanismo ocorre devido à formação de
interstícios entre partículas grossas de um ou mais minerais, permitindo que
partículas finas se movam livremente dentro dos interstícios formados. O leito
começa a se compactar e as pequenas partículas podem então descer pelo vazio
sob a influência da gravidade e da água descendente, esta última causada pela
sucção inicial. No processo diferencial laminar, quando as partículas são
transportadas em um corpo de água, elas são dispostas em ordem de cima para
baixo em um plano inclinado: fino-pesado, grosso-pesado, fino-luz, grosso-luz.
Neste arranjo, as partículas planas se posicionam acima das partículas
esféricas. Ressalta-se que esse arranjo é o oposto do que ocorre na decantação
retardada, sugerindo que a classificação hidráulica (usando mecanismo de
decantação) do minério concentrado por velocidade diferencial é mais adequada
do que o peneiramento. Sob a ação da força de cisalhamento, as partículas são
continuamente cisalhadas, havendo a tendência de gerar pressão através do
plano de cisalhamento e perpendicular a este plano, o que pode levar à
segregação das partículas. A tensão de cisalhamento pode ser criada pela polpa
fluindo sobre superfícies inclinadas, pelo movimento da superfície abaixo da
polpa ou por ambos. O efeito final dessas tensões de cisalhamento na partícula
é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula e diminui com o aumento
da densidade. Desta forma, a força cria camadas verticais: partículas grossas e
leves no topo, depois partículas finas leves e grossas pesadas, com partículas
finas e pesadas próximas à superfície plana. Todo os processos que possuem
características a concentração gravítica, são comumente usado na construção
de equipamento, e que visam a partir do entendimento dessa análise física o
melhor dimensionando de equipamento, esse entendimento auxilia na aplicação
e uso na indústria e que são primordial para o melhor desempenho ao concentrar
o material de interesse para a indústria.

Nesse contexto a concentração de gravidade é, essencialmente, um


método de separação de partículas minerais de diferentes gravidades
específicas devido às suas diferenças de movimento em resposta às ações que
a gravidade ou outras forças exercem sobre elas simultaneamente. É geralmente
aceito que a concentração por gravidade é o mais simples e mais econômico dos
métodos de concentração. A utilização deste tipo de separação é recomendada
sempre que possível, pois permite a recuperação do mineral útil na ordem de
tamanhos mais grosseira possível, reduzindo os custos inerentes à redução do
tamanho e diminuindo as perdas associadas a essas operações.

Nessa análise de variáveis gravítica e por entender que outros


equipamentos possuem uma falha na parede do equipamento como no exemplo
da calha estranguladora, o Ernst Reichert percebendo essa deficiência,
desenvolveu um equipamento sem parede, e que possuía estrutura de cone
invertido que inicialmente foi operado com dois cones em série. Já a partir da
necessidade de sistematizar esse sistema de concentração, foi desenvolvido nos
anos 60 com um ou dois cones operando em série, a partir dos anos 1970 a
unidade padrão do concentrador de Reichert passava ser composta por mais
cones ou multi-estagios com até oito cones duplos simples, dando maior
aplicabilidade em vários minerais e que serão pontuados posteriormente.

2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
O princípio de funcionamento do concentrador Reichert é baseado na
separação por espécies no qual o mais denso é separado do menos denso. O
concentrador é um equipamento gravimétrico de alta capacidade de
concentração. O elemento básico do concentrador é um cone construído de fibra
de vidro com revestimento de borracha nas áreas desgaste, medindo 2 metros
de diâmetro e com inclinação de 17º. O sistema consiste em uma montagem de
cones, um em cima do outro, de forma que o cone superior ele se encaixa
exatamente sobre o cone inferior. Existem dois modelos: cones únicos e cones
duplo.

Cones duplos são usados em uma etapa de desbaste e os concentrados


são enviados para uma etapa de limpeza em cones simples. Uma unidade
industrial é composta por vários cones instalados uns sobre os outros que
permitem uma melhor recuperação. Esses cones são feitos de fibra de vidro e
vêm em quadros de 6m de altura.

Figura 1: Esquema de separação do Concentrador Reichert


O concentrador possui um cone superior e dois cones inferiores
sobrepostos. Esta disposição permite aumentar a área útil de separação dentro
da máquina sem aumentar a altura ou a superfície do cone.

O cone superior recebe a polpa de uma caixa de distribuição existente em


sua parte superior e a distribui em sua periferia, alimentando imediatamente os
cones inferiores. Não há efeito de concentração no cone superior, que atua
distribuindo a polpa de maneira uniforme nos cones inferiores.

O princípio de funcionamento é semelhante ao de uma calha


estranguladora. O fluxo da polpa, porém, não é restringido ou influenciado pela
ação da parede, que geralmente ocorre em calhas. À medida que a polpa flui
para o centro do cone, ocorre a separação. As partículas mais densas assentam
mais rapidamente e se movem para a parte inferior do filme em direção ao
centro, onde são removidas por uma abertura anular. As partículas mais leves
são carregadas pela corrente e escoam pela abertura, sendo coletadas por um
tubo central.

Figura 2: Sistema dos cones invertidos


Figura 3: Esquema de separação concentrador Reichert

A eficiência deste processo é relativamente baixa quando usando em cones


simples ou até mesmo com pouca inclinação, e para obter uma boa separação,
a operação deve ser repetida várias vezes, passando o concentrado em outros
cones. Vários arranjos de cones simples e duplos podem ser usados.
Geralmente os cones duplos operam em uma etapa de desbaste e seus
concentrados são submetidos às etapas de limpeza em cones simples.

Vista de perfil de um cone Reichert, a alimentação é feita pela parte central


superior em forma de polpa e escoa até atingir o centro da parte inferior onde os
minerais leves caem em um orifício central enquanto as partículas mais densas,
que viajam mais lentamente, eles caem em uma abertura mais distante do
centro; a água é alimentada para garantir o fluxo constante da polpa; os cones
são geralmente empilhados para desempenho máximo.

A concentração com esse tipo de cone só é possível até níveis de 70% de


teor de minerais pesados, pois além dessa quantidade eles não funcionam mais
seletivamente.
Figura 4: Princípio de separação

Segue algumas características ao processo do concentrador de Reichert


sendo este, conhecido pela alta capacidade que normalmente trabalham com 65
a 90 ton/h de sólidos e em casos excepcionais, com 40 a 100 ton/h. Operam com
polpas de 55% a 70% de sólidos.

O consumo de água em uma planta depende do mineral a ser tratado.


Minérios contendo uma alta porcentagem de minerais pesados requerem
menores porcentagens de sólidos e, consequentemente, demandam maiores
volumes de água. A quantidade de água varia de 20 a 35 m3/h.

Os cones aceitam partículas até 3 mm, embora os tamanhos ótimos


superiores devam estar entre 0,5 e 0,6 mm, e os inferiores entre 0,04 e 0,05 mm.
Em casos excepcionais, uma boa concentração pode ser obtida com partículas
de até 0,02 mm. A presença de ‘lama’ na alimentação aumenta a viscosidade da
polpa, retardando a separação e reduzindo a eficiência.

Figura 5: Concentrador Reichert


3 INDICAÇÃO/APLICAÇÕES

O cone de Reichert foi projetado inicialmente para aplicações de alta


capacidade no início dos anos 1960, na Austrália, principalmente para tratar
areias de praia com minerais pesados, como o titânio. Com o sucesso, os
circuitos cônicos na indústria australiana de areia mineral levaram à sua
aplicação em outros campos.

É utilizado por algumas minerações de ouro aluvionar também na Austrália,


para recuperar ouro fino. Sua aplicação em aluviões auríferos é recomendada
em usinas de grande porte e com bom controle operacional. Devida à grande
capacidade, há uma tendência à sua utilização nos circuitos de moagem de
sulfetos para recuperação de ouro (ex.: Boliden AB, na Suécia). Similarmente,
sua aplicação a minérios de ouro livre e minérios complexos é promissora.

Outro emprego promissor do concentrador Reichert seria na recuperação


de partículas mistas de ouro de rejeitos de flotação, além da concentração de
minerais de ferro, recuperação de minerais pesados (urânio e zircônio) de
rejeitos de flotação de minério de Cobre.

Figura 6: Principais partes do Concentrador Reichert


4 ONDE É USADO O CONCENTRATOR

O concentrador Reichert foi largamente aplicado na indústria Australiano,


é usado em vários segmentos industriais, é preciso adequar o material a ser
posteriormente processado pela indústria. Isso dá a dimensão da importância
desse equipamento e que precisa ser dimensionada da maneira correta.
Segue a modelo esquemático da atuação do concentrador Reichert no circuito
de mineração, levando em consideração que os concentradores atuam na parte
quase próximo ao produto final essas etapas o mineral de interesse já passou
por outros processos, como apresentado a seguir:

Figura 6: concentrador Reichert no circuito gravimétrico

Um exemplo encontrado no material apontou para uma mina de Cobre


localizada na África do Sul, a empresa Palabora Mining Company usou 68 cones
Reichert para tratar 34.000 t d -1 de rejeitos de flotação do mineral Uranilita ou
Pitchblenda (U3O8), onde provém o urânio. Conforme últimos dados, em 2001 a
produção era de 8,1 t de U3O8, quando no mesmo ano cessou e descomissionou
suas atividades informando que não teria mais a intensão de recuperar urânio
do rejeito de minério de Cobre.

O circuito consistia em quatro estágios de atualização em 68 cones de


Reichert, seguido por um Jigue e 30 decks de mesa.

Figura 7: Mina de Cobre da empresa Palabora Mining Company


5 CONCLUSÃO

O Concentrador Reichert Cone é um equipamento de concentração


gravimétrica de alta capacidade que permite separar partículas que se
caracterizam por possuírem diferentes densidades.

Nesta pesquisa bibliográfica podemos concluir a importância do


equipamento de concentração Reichert na mineração, pois o seu
desenvolvimento trouxa a capacidade de analisar as partículas e suas variáveis
gravítica, fazendo com que se busca o entendimento do processo de
concentração por esta técnica que é implantada nos circuitos de mineral.

O princípio de funcionamento do Cone Reichert é semelhante ao de uma calha.


O fluxo de polpa, por sua vez, não é restringido ou influenciado pela ação da
parede, isso dá a dimensão de o quão precisamos analisar a interação das
partículas com os equipamentos, e qual a reação aparente para buscar o
desenvolvimento de novas técnicas de concentração.
REFERÊNCIAS

BERALDO, J.L.; MASINI, E.A. Beneficiamento de minério aluvionar. Curso


organizado pelo IBRAM. Rio de Janeiro: IBRAM, set., 1984.

LINS, F.A.F.; SILVA, L.A. Aspectos do beneficiamento de ouro aluvionar. Rio de


Janeiro: CETEM, 1987. Série Tecnologia Mineral, 41

< https://www.cetem.gov.br/antigo/images/capitulos/2018/capitulo6.pdf >

< http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/735/1/CCL00290010.pdf >

Van Dyk, J.H. (2007), Palabora Mining Company Limited, personal


communication.

Barry A. Wills, James A. Finch FRSC, FCIM, P.Eng. em Wills 'Mineral


Processing Technology (oitava edição), 2016

Eoin H. Macdonald, em Handbook of Gold Exploration and Evaluation, 2007

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