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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL- III ANO- I SEMESTRE

CADEIRA: SELECÇAO DE MAQUINARIA

Tema: Bombeamento de polpa

ESTUDANTES: DOCENTE:
Ismael Jonas Tave MSc: Carlitos Tomé Manuel Jaime
Hipólito José Clemente
Alfiado Uane
Frei de Jesus

TETE , Março de 2024


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 1

2. Objectivos............................................................................................................................. 2

2.1. Objectivo Geral ........................................................................................................... 2

2.2. Objectivos Específicos ................................................................................................. 2

3. Metodologias ........................................................................................................................ 2

4. Bombeamento de polpa....................................................................................................... 3

4.1. Bombas centrífugas ..................................................................................................... 4

4.2. Bombas de polpa.......................................................................................................... 6

4.3. Curvas características da bomba ............................................................................... 7

5. Tipos de curvas características .......................................................................................... 8

5.1. Variação das curvas características ........................................................................... 9

6. Associação de bombas ....................................................................................................... 10

6.1. Tipos de associação de bombas ................................................................................ 10

6.2. Associação de bombas em paralelo .......................................................................... 10

6.3. Associação de bombas em série ................................................................................ 12

6.4. Curvas características ............................................................................................... 13

7. Comportamento da polpa ........................................................................................................ 13

7. Reologia de polpa .................................................................................................. 15

7.1. Coeficiente de uniformidade ............................................................................. 16

7.2. Perdas de escoamento .................................................................................... 16

8. Mineradutos ........................................................................................................... 18

8.1. Peculiaridade de projecto .............................................................................. 18

8.2. Distribuição granulométrica ......................................................................... 20

8.3. Gradiente de perfil hidráulico ...................................................................... 20


8.4. Declividade máxima ....................................................................................... 21
9. Conclusão ............................................................................................................... 23
10. Referencias Bibliográficas ................................................................................ 24
1. Introdução

O sistema constituído por sólidos particulados numa suspensão em água é denominado


de polpa, e se constitui na forma usual de transporte de massa em tratamento de
minérios. A opção alternativa é o uso de transportadores de correia para sólidos
granulados secos. Estes dois modos constituem a grande maioria da prática do
transporte na indústria mineral. A diluição da polpa é expressa em percentagem do peso
de sólidos em relação ao peso total da polpa (peso de sólidos + peso de líquido). As
diferentes operações unitárias utilizam diferentes diluições: a moagem é feita em torno
de 60% de sólidos; o condicionamento, entre 40 e 50%, a alimentação de ciclones e
classificadores, em torno de 20% de sólidos. A flotação dos minérios comuns é
praticada entre 25 a 35%, e, a de carvão, entre 4 e 8%. As polpas podem ser bombeadas
por bombas de projecto especial - as bombas de polpa. São bombas centrífugas de
construção robusta e com rotor de projecto diferente do das bombas d'água. Sua carcaça
é bipartida, de modo a permitir sua abertura fácil e rápida em caso de entupimento, As
bombas de polpa trabalham sempre afogadas pois a entrada de ar na tubulação causa o
depósito dos sólidos e o entupimento da tubulação. As peças de desgaste são revestidas
de material resistente à abrasão. O critério usual é usar borracha sempre, excepto
quando as partículas do minério sejam grossas e possam rasgar ou cortar o
revestimento. As tubulações de polpa devem ser construídas preferencialmente em
trechos rectos, horizontais e verticais. Se o escoamento cessar, os sólidos sedimentam
nos trechos horizontais e ocupam a parte inferior da secção do tubo, sem obstruí-la;
quando o escoamento for retomado, a sua turbulência colocará em suspensão o material
sólido depositado. Evitam-se curvas por causa do desgaste abrasivo intenso. Estas
devem ser substituídas por cruzetas, com zonas de estagnação e flanges cegos. O
bombeamento da espuma de flotação constitui-se num problema operacional realmente
sério. Deve-se, portanto, evitá-lo, fazendo o transporte das espumas por gravidade
sempre que for possível. Quando as condições de Layout exigem bombeamento, pode-
se usar bombas de eixo vertical e caixas especiais, a espuma entra na caixa
tangencialmente a essa. Deflectores convenientemente dispostos forçam a polpa a se
dirigir ao fundo e a ser centrifugada, de modo que as bolhas tendem a permanecer no
centro e a subir.

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2. Objectivos
2.1.Objectivo Geral

Falar de bombeamento de polpa

2.2.Objectivos Específicos

Falar acerca das bombas centrífugas e de polpa.

Trazer conhecimentos acerca de curvas características de bomba.

Abordar sobre associação das bombas.

Descrever o comportamento de bombas.

Relatar acerca de tipos de fluxo de polpa.

Orientar-se em torno da reologia das polpas.

Espelhar sobre coeficiente de uniformidade.

Integrar-se acerca das perdas de carga.

Abordar sucintamente em torno de escoamento heterogéneo e homogéneo.

Relatar sobre Mineraduto e Peculiaridade do projecto.

Abordar em torno da distribuição granulométrica e do perfil da tubulação e gradiente


hidráulico.

Descrever acerca da declividade máxima.

3. Metodologias

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O presente Capitulo tem por objectivo descrever o Campo de Pesquisa, estabelecer uma
relação entre as variáveis de estudo, apresentar os métodos e técnicas de pesquisa, a
população e amostra, e os procedimentos metodológicos da análise dos dados.

Descrição do Campo de Pesquisa

O Instituto Superior Politécnico de Tete, também designado por ISPT ou o Politécnico,


criado pelo Decreto nº 32/2005 de Conselho de Ministros de 23 de Agosto, é uma
pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade jurídica, e goza de
autonomia científica, pedagógica e administrativa. O ISPT tem como categorias dos
departamentos de ensino os seguintes: Ciências empresariais; Ciências Tecnologias e
Ciências Geológicas, (www.ispt.ac.mz).

a) Medição da relação entre as Variáveis de estudo

Na busca de um critério de cientificidade e objectividade do estudo, definiu-se


diferentes níveis de aferição e medição da relação causal entre as variáveis
independentes (estereótipos sexuais, concepções e representações sobre os papéis
sociais) e a variável dependente (escolha académica).

Variáveis relativas - que têm por objectivo comparar os resultados da pesquisa tendo
em conta variáveis independentes relativas ao (sexo, faculdades, disciplinas) de modo a
verificar até que ponto representações, concepções sobre os papéis sociais têm
influência directa sobre a escolha académica e não há interferência de outras variáveis
tais como o sexo e idade.

b) Métodos, Técnicas e instrumentos de Pesquisa de Dados

A presente pesquisa será de natureza quantitativa e qualitativa tendo em conta que estes
métodos podem ser aplicados em simultâneo, maior ênfase será dada à análise
qualitativa. Para isso se realizará levantamentos bibliográficos, seguidos de
questionários, estes como instrumento básico com perguntas abertas e fechadas.
Posteriormente as respostas serão sistematizadas e analisadas.

4. Bombeamento de polpa

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Bombeamento entende-se como uma operação em que um fluido é forçado a escoar em
um duto pela da transformação da energia mecânica de uma bomba em energia
hidráulica do fluído. Vazão é o volume do líquido que atravessa em uma secção na
unidade de tempo.

4.1.Bombas centrífugas

Bombas centrífugas são máquinas de fluxo, cuja função é fornecer energia para um
fluido, a fim de recalcá-la, através da conversão de energia mecânica de seu rotor ou
impulsor proveniente de um motor a combustão ou de um motor eléctrico.

Diferem das bombas para água em seguintes aspectos:

 Rotor- menos aletas e curvas mais suaves (devido a abrasão), isto é, o rotor tem
menos aletas e sua curva é menos acentuada que a das bombas de água. Isso se
deve às exigências do bombeamento de partículas sólidas: em decorrência da
abrasão, recomenda-se o uso de aletas mais espessas e com perfil mais brando.
A possibilidade de existirem partículas grosseiras faz com que as aletas estejam
em menor número, deixando espaços maiores entre elas. Eventualmente, o rotor
pode ser aberto para permitir a passagem livre dessas partículas maiores;
 Revestimento das partes em contacto com a polpa (Ni-hard e borracha), os dois
materiais mais tradicionais são o Ni-hard, que é um ferro fundido ligado ao
níquel, e a borracha natural. O critério básico de escolha entre os dois é que a
borracha pode ser “cortada” por partículas mais grossas ou angulosas presentes
no material a ser bombeado, o que obriga a sua rejeição, nesse caso.
 A carcaça da bomba é bipartida e pode ser aberta, de modo a permitir o
desentupimento, a limpeza, a manutenção e a troca de rotor ou de revestimento
com máxima rapidez e facilidade. Isso traz como desvantagem a limitação da
pressão dentro de cada bomba, entretanto, são totalmente diferentes: 170,4 psi,
142 psi e 99,4 psi (1.175 pa, 980 pa e 687 pa), respectivamente para os líquidos
de densidade 1,2, 1,0 e 0,7, e o mesmo ocorre com as potências consumidas
 Motor acoplado por correia em V
 Selagem hidráulica- injecção de água pressurizada.

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ASH PUMP 22×20 SHR
PUMPS

Two trains of 3 stages (one


train shown)
Tailing applications

Rubber lined casings and


impellers
Duty: Q=3600-5000 m³/h
Hm=24-31 m per stage
Sm=1.3-1.3
Drives: 750 kW motors with
gear reducers and variable.

Frequency: Speed
Controllers.
Imagem 1: Ilustração da bomba centrifuga

Fonte: Autor

Bombas centrífugas não são normalmente utilizadas como as principais bombas para
minerodutos de longa distância. O limite prático da pressão na carcaça da bomba limita
o número de bombas que podem ser colocadas em série, e estas bombas requerem
selagem do eixo contra a entrada de sólidos. Isso causa diluição significativa da polpa
em aplicações com mais de um estágio de bombas.

Imagem 2: Desenho em corte de uma bomba centrifuga

Fonte: Autor

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4.2. Bombas de polpa

As polpas não se comportam como fluidos newtonianos e, assim, o seu desempenho


hidrodinâmico difere do da água em muitos aspectos. Cave (1976) desenvolveu um ábaco
para prever o desempenho de bombas de polpa, em função da granulometria dos sólidos
(expressa pelo seu d50), da sua densidade real e da diluição da polpa expressa em
percentagem de sólidos, em peso.

A razão entre a altura da coluna de polpa e a altura da coluna de água que são obtidas pela
mesma bomba em condições idênticas é:

HR

 Granulometria de partículas
 Densidade dos sólidos
 Diluição da polpa

Tal razão é afectada principalmente pelo tamanho das partículas, pela densidade dos
sólidos e pela diluição da polpa, conforme traduzido pelo ábaco. Analogamente, a razão
entre a eficiência do bombeamento de polpa e a eficiência do bombeamento de água é
expressa por:

HR

ER ≥ HR, geralmente, ER ≈ HR

Os valores de ER encontrados na prática são ligeiramente superiores aos de HR. Como


essa diferença é pequena e sempre para valores mais conservadores de ER, adopta-se
ER = HR e utiliza-se o 110 Teoria e prática do Tratamento de Minérios –
Bombeamento de polpa e classificação trecho em acrílico para observação e registo do
regime de transporte, manómetros diferenciais para medida da perda de carga num
trecho rectilíneo razoavelmente longo e rotâmetros para medida da vazão de polpa. A
aquisição de dados é feita automaticamente, por computador, com sistema Presys de
aquisição de dados.

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4.3.Curvas características da bomba

As curvas características das bombas centrífugas relacionam a vazão recalcada com a altura
manométrica alcançada (H), com a potência absorvida (P) e com o rendimento (). Muitas
vezes também apresentam a altura máxima de sucção (Hs,máx) ou a energia específica
positiva líquida de sucção requerida pela bomba (NPSH ou net positive suction head) .

De modo geral, as curvas características apresentam o aspecto

Gráfico 1: Curvas características da bomba

Fonte: Autor

Onde:

H = Altura de elevação manométrica ou carga total

Q = Vazão ou capacidade da bomba

P = potência absorvida ou potência no eixo

 = Rendimento

Nesse tipo de bomba, a energia mecânica é transferida ao líquido pelas forças


centrífugas geradas no rotor. Considerando a mesma carcaça, a intensidade dessas
forças variam com as dimensões, forma e número de giros do rotor. Assim, ao modificar
qualquer destes três parâmetros, altera-se, de modo correspondente, a curva
característica da máquina. As curvas de H vs. Q e de  vs. Q não sofrem alteração
significativa para um rotor que tenha forma, diâmetro e rotação definidos, independente
do líquido bombeado, desde que não possua viscosidade elevada (Macintyre, 1980).

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5. Tipos de curvas características

As curvas características são classificadas em estáveis e instáveis, dependendo da forma


como varia a altura manométrica com a vazão. São ditas estáveis quando para um dado
valor de altura manométrica, fornece apenas um valor da vazão. As instáveis são assim
chamadas porque fornecem duas ou mais vazões para uma mesma altura manométrica.
A tabela 1 fornece os tipos principais de curvas estáveis e instáveis.

Tabela 1: Ilustração de curvas características

Fonte: Autor

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5.1.Variação das curvas características

As curvas características das bombas centrífugas são sensíveis às variações do


diâmetro, da rotação e da forma do rotor. Assim, alterada uma dessas grandezas, a curva
característica da bomba se modificará. A tabela 2 é explicativa a esse respeito,
mostrando, para cada caso, as equações que relacionam as grandezas primitivas com as
grandezas alteradas. Essas equações são chamadas equações de similaridade.

Tabela 2. Características de bombas centrífugas

Fonte: Fox e McDonald, 1981

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6. Associação de bombas

Existem várias razões que justificam a associação bombas, eis a seguir: ƒ

 Razões técnicas: quando um desnível elevado acarretar em um rotor de grande


diâmetro e alta rotação, e com isso altas acelerações centrífugas e dificuldades
na especificação de materiais. ƒ
 Razões económicas: quando o custo de duas bombas menores é inferior ao de
uma bomba de maiores dimensões para fazer o mesmo serviço.
 Inexistência no mercado de modelos que atendam a vazão demandada;
 Inexistência no mercado de modelos que atendam a altura manométrica
requerida;
 Aumento da demanda com o decorrer do tempo
6.1.Tipos de associação de bombas

Associação em paralelo

Associação em série

6.2.Associação de bombas em paralelo

Este sistema é utilizado quando se necessita variar muito a vazão.

Características:

A vazão é alterada; A pressão é aumentada; Altura manométrica se mantém


praticamente constante.

Para obtenção da curva característica das bombas associadas → somar vazões para uma
mesma altura manométrica;

Ponto de trabalho → intersecção entre a curva característica da associação e a curva


característica da tubulação;

A associação em paralelo regista melhor desempenho:

Bombas com curvas características mais inclinadas e ou tubulações com curvas


características mais achatadas. Vide a imagem 3 abaixo

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Imagem 3: Demonstração de bombas em paralelo
Fonte: Autor

Cálculo da vazão total: Qt= Q1+Q2


Cálculo da altura manométrica: Ht=H1=H2—
Objectivo principal é aumentar a vazão e não a distância.
 Se Q1 e Q2 são as vazões obtidas pelo funcionamento isolado de cada bomba e
Q3 a vazão da associação: Q1 + Q2> Q3;
 A vazão de cada bomba, funcionando em paralelo, é obtida projectando-se
horizontalmente o ponto P3 até encontrar a curva característica de cada bomba;
 Se a curva da tubulação for muito inclinada poderá haver superaquecimento de
alguma bomba.

Gráfico 2: Curva da tubulação em associação em paralelo


Fonte: Autor

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6.3.Associação de bombas em série

Nesta associação, o objectivo é alcançar grandes distancias, a vazão permanece


invariável, aumenta a carga e altura manométrica. As bombas podem ser instaladas de
uma forma vertical ou horizontal.

Este sistema é utilizado quando se necessita variar muito a altura manométrica de


elevação. Características: A vazão não é alterada, A pressão é aumentada a medida que
passa pelo equipamento, Altura manométrica: Ht=H bomba (1) +H bomba (2) +H
bomba (3) …

O sistema é empregado quando a elevatória deve atender a reservatórios em níveis ou


distâncias diferentes ou a processamentos industriais onde reservatórios sob pressões
diferentes devam ser sucessivamente abastecidos, ou ainda quando num processo
houver condições de pressões bastante diversas.

Como principal precaução neste tipo de associação, deve-se verificar cada bomba a
jusante tenha capacidade de suportar pressões de montante na entrada e de jusante no
interior da sua própria carcaça. Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável
a associação de bombas idênticas, pois este procedimento flexibiliza a manutenção e
reposição de peças. Vide a imagem 4.

Imagem 4: Demonstração da bomba em série


Fonte: Autor

Assume-se que nas bombas em série goza de seguintes princípios:


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 Bombas de múltiplos estágios → rotores associados em série;
 Obtenção da curva de bombas associadas em série → soma das alturas
manométricas, para uma mesma vazão;
 Se prestam melhor a associação em série: bombas com curvas características
mais achatadas e ou curvas características mais inclinadas;

6.4.Curvas características

a) Se Hm1 e Hm2 são as alturas manométricas obtidas pelo funcionamento isolado


de cada bomba e Hm a vazão da associação: Hm1 + Hm2> Hm;

b) A altura manométrica de cada bomba, funcionando em série, é obtida


projectando-se verticalmente o ponto P3 até encontrar a curva característica de cada
bomba;

7. Comportamento da polpa

A polpa goza de 2 tipos de comportamento, tais como: Homogéneo e heterogéneo

Escoamento homogéneo: Partículas finas e baixa de densidade. Concentração


uniforme na secção da tubulação (não sedimentam). Pode-se utilizar baixas
velocidades 6 ft/s.

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Escoamento heterogéneo: Partículas maiores, concentração não uniforme na
secção da tubulação. Deve-se utilizar maiores velocidades aproximadamente a 15
ft/s e escoamento turbulento.

O fluxo pode ser homogéneo mas não uniforme

Velocidade de escoamento de escoamento

Velocidades de escoamento (.v),associa-se a questão das perdas de carga localizadas


e distribuídas, que variam proporcionalmente com a velocidade de escoamento . E
toma-se como referência a velocidade de escoamento da ordem de 1 m/s para
fluidos limpos.

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7. Reologia de polpa

A reologia da polpa desempenha um papel muito importante nos diversos processos


de tratamento de minérios como classificação, moagem, concentração,
espessamento, filtração e disposição de polpas de rejeitos, com actuação na
velocidade de sedimentação das partículas. A reologia tem participação também no
transporte de polpas ao longo de mineradutos não só na usina de beneficiamento,
como também em minerodutos.

A influência da reologia não é bem compreendida e, em vista disso, ela é raramente


incorporada como uma variável em projetos, análises e otimização. Uma das
principais razões é a dificuldade de estudá-la em suspensões instáveis, que ocorrem
em grande parte dos processos de beneficiamento de minérios, aliado ao fato da falta
de normas para a medida da viscosidade (Shi e Napier-Munn (1996a). Até pouco
tempo, quando as fracções de partículas finas e ultrafinas eram descartadas dos
circuitos de beneficiamento, considerava-se a percentagem de sólidos como a única
responsável pela variação da viscosidade na polpa. Com a necessidade de beneficiar
partículas finas e ultrafinas intensificaram-se os estudos envolvendo essas fracções.
Com o auxílio de instrumentos mais modernos de medição de propriedades das
partículas, outras variáveis foram creditadas como significativas para a viscosidade
da polpa.

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7.1.Coeficiente de uniformidade

O Coeficiente de Uniformidade (CU) foi determinado pela relação entre o diâmetro


que passa 60% da areia e o que passa 10%V.

Sendo que: Cu= d60/d10

Sendo CU < 5 muito uniforme, 5 ≤ CU < 15 uniforme e CU ≥ 15 não uniforme.


Realizou-se ensaios com água para se obter parâmetros para comparações com a
polpa. A perda de carga foi obtida através da equação de Fair-Whipple-Hsiao, como
demonstrado na Equação 3. (MORAES, MORAES, 2011).

Em que hf é a perda de carga (m);

L é o comprimento da tubulação entre as tomadas de pressão (m);

Q é a vazão volumétrica obtida com dados de colecta (m³/s);

D é o diâmetro interno medido por um paquímetro (m).

7.2.Perdas de escoamento

O escoamento interno em tubulações sofre forte influência das paredes, dissipando


energia devido ao atrito.

● As partículas em contacto com a parede adquirem a velocidade da parede, ou


seja, velocidade nula, e passam a influir nas partículas vizinhas através da
viscosidade e da turbulência, dissipando energia.

● Essa dissipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do fluido ao


longo do escoamento que é denominada de Perda de Carga.

A perda de carga pode ser distribuída ou localizada, dependendo do motivo que a


causa, que pode se ver a seguir:

Perda de Carga Distribuída: a parede dos ductos rectilíneos causam a perda de


pressão distribuída ao longo do comprimento do tubo, fazendo com que a pressão

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total vá diminuindo gradativamente ao longo do comprimento e por isso é denominada de
Perda de Carga Distribuída.

Perda de Carga Localizada: este tipo de perda de carga é causado pelos acessórios de
canalização, isto é, as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o
controle do fluxo do escoamento, que provocam variação brusca da velocidade, em
módulo ou direcção, intensificando a perda de energia nos pontos onde estão localizadas,
sendo por isso conhecidas como Perdas de Carga Localizadas. O escoamento sofre
perturbações bruscas em pontos da instalação tais como em válvulas, curvas, reduções,
etc.

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8. Mineradutos

Minerodutos são ductos que realizam o transporte de minério, geralmente por longas
distâncias, até o processamento final do material. São usados com o objetivo de
transportar minérios com menor impacto ambiental se comparado com os meios
mais usuais de transporte. O minério a ser levado por esses equipamentos de um
lado para o outro, pode ser de diversos tipos, como ferro, carvão, bauxita, etc.

A estrutura dos Minerodutos é composta por um cano que transporta uma lama
viscosa chamada polpa com 35% de água e 65% de sólidos que é o minério de ferro.
Esta polpa rica em minério fino é bombeada por centenas de quilómetros até o
processamento final. Além da água acrescida, o sistema de bombeamento também
utiliza energia eléctrica para o transporte do material. Com isso, ao atingir certa
velocidade esse material passa a ser movido pela ação da gravidade, entrando em
desaceleração constantemente. Isso ocorre porque evita a pressão excessiva na
tubulação e consequentemente o desgaste do equipamento ou eventuais acidentes.

Imagem 5: Mineradutos
Fonte: Autor

A construção de ductos para transportar minérios é avaliada como a opção menos


poluente e mais barata do que outras alternativas. Assim, temos como exemplo o
transporte por camião ou comboio que geram emissões de poluentes como dióxido de
carbono e enxofre.

8.1.Peculiaridade de projecto

Primeiro cuidado está na montagem da bomba. O ideal é a montagem dita “em


prateleira”, em que o motor é afastado do solo e é utilizada transmissão por correias. O
motor deve estar afastado do solo para evitar respingos, já que, para fazer a manutenção,

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é preciso esvaziar toda a tubulação e uma quantidade grande de sólidos acaba vazando.
Ademais, bombas de polpa trabalham sempre afogadas – a caixa de bomba é parte
integrante da instalação.

Outro cuidado está relacionado às tubulações. Elas também se desgastam com o tempo.
Por isso, na parada periódica para manutenção, é importante que os tubos sejam girados
a 90 graus para manter o desgaste por igual. Daí a utilização generalizada de tubos
flangeados.

Um detalhe relevante é observado já no projecto. Não se podem usar tubos inclinados.


“Usam-se apenas tubos horizontais ou verticais”, ressalta Arthur Chaves. “No caso dos
horizontais, em caso de parada, os sólidos se depositam no fundo do tubo, deixando
uma sessão livre em cima. Para iniciar o bombeamento, basta colocar os sólidos em
suspensão. Já nos trechos verticais, é preciso que haja um flange cego no pé do tubo.
Assim, na hora do bombeamento, abre-se o flange para descarregar o sólido que está
sedimentado”.

E o principal cuidado na hora do bombeamento é trabalhar com a menor velocidade de


transporte compatível com o bombeamento e que impeça ao mesmo tempo a
sedimentação dos sólidos na tubulação e a cessação de escoamento. O especialista
explica que, “em hidráulica, há o escoamento laminar e o escoamento turbulento,
basicamente. E existe um escoamento de transição entre os dois. Conforme aumenta a
velocidade, o escoamento passa de laminar para turbulento. É preciso trabalhar o
escoamento turbulento para poder manter as partículas sólidas em suspensão.

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8.2.Distribuição granulométrica

Para efeitos de bombeamento, as partículas finas ajudam a manter as partículas mais


grossas e/ou pesadas em suspensão, este efeito é auxiliado pela turbulência presente no
fluxo, o que contribui com a diminuição da velocidade dos depósitos

8.3.Gradiente de perfil hidráulico

Alguns critérios para correta operação, segurança e confiabilidade do sistema devem ser
adoptados para transporte do concentrado pela tubulação, sendo elas indicadas na
abaixo:

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Caso 1: (HGL – Perfil) O gradiente hidráulico em regime estacionário deve ter uma
altura de pressão de pelo menos 20 m.c.f. (metros de coluna de fluido) sobre o perfil do
terreno em todos os pontos e em qualquer condição de operação, para evitar cavitação
(slack flow).

Caso 2: (MASP – HGL Trans) O limite máximo de pressão permissível do mineroduto


será dado pela folga de 10 mcf entre o MASP (Máximo pressão admissível em
fenómenos transientes) da tubulação e o HGL Trans (Gradiente hidráulico transiente).

Caso 3: (MAOP - HGL) A pressão máxima permissível de operação da tubulação


(MAOP) em regime estacionário deverá superar a curva do gradiente hidráulico (HGL)
com no mínimo uma altura de pressão de 40 m.c.f. (metros de coluna de fluido), em
todos os pontos do traçado e em qualquer condição da operação. Isto é feito com a
intenção de garantir que a resistência da tubulação seja sempre maior a pressão interna,
atendendo .

Caso 4: (Altura Estática - Perfil) A altura estática do sistema deve ter uma altura de
pressão de pelo menos 20 m.c.f. (metros de coluna de fluido) sobre o perfil do terreno
em todos os pontos na condição de parada do mineroduto.

Caso 5: (MAOP – Altura Estática) A pressão máxima permissível de operação da


tubulação (MAOP) em regime estacionário deverá superar a Altura Estática com no
mínimo uma altura de pressão de 40 m.c.f. (metros de coluna de fluido), em todos os
pontos do traçado. Em regime permanente as pressões transientes são estimadas
mediante o método de Joukowsk.

8.4.Declividade máxima

A declividade é a inclinação de um terreno ou de uma superfície, geralmente expressa


como a relação entre a mudança de altitude e a distância horizontal percorrida. No
contexto de um mineroduto, a declividade se refere à inclinação da tubulação ao longo
do trajecto do mineroduto.

A fórmula para calcular a declividade é:

Declividade=Mudança de altitude/ Distancia horizontal×100

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A declividade é frequentemente expressa como uma percentagem. Para determinar a
declividade máxima do tubo do mineroduto, que é de 15%, você precisa garantir que a
mudança de altitude não exceda 15% da distância horizontal. Isso significa que, para
cada unidade de distância horizontal percorrida, a altitude não deve mudar em mais de
15% dessa distância. Por exemplo, se você tem uma distância horizontal de 100 metros,
a mudança de altitude não deve ser superior a 15 metros (15% de 100 metros) ao longo
dessa distância. Se a mudança de altitude exceder esse limite, a declividade será maior
que 15% e não estará dentro da especificação. Portanto, ao projectar o mineroduto,
precisa garantir que a tubulação seja instalada de forma que a inclinação não exceda
15% ao longo de qualquer trecho do percurso. Isso é fundamental para garantir o
transporte eficiente do material pelo mineroduto.

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9. Conclusão

Os resultados das análises incluem as características da linha principal, análise e cálculo


hidráulico do regime permanente sob diferentes cenários de operação (condição
máxima, nominal, mínima, “batches” de água e parada do sistema), determinação das
folgas hidráulicas e determinação da faixa de operação do mineroduto.

Durante o desenvolvimento da seguinte etapa de engenharia deve-se realizar análise de


reologia do concentrado de ferro que será transportado, assim como a análise
laboratorial da água de processo para, desta forma, validar o projecto anteriormente
mencionado e realizar novos cálculos que permitam ao sistema operar adequadamente
com as novas condições hidráulicas e corrosivas.

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10. Referencias Bibliográficas

Manual de aulas de selecção de maquinaria-ISPT-2024

BETINOL, R.G.;ROJAS L.N. (2008). Slurry Pipeline Design Approach. Chile. BHP
BILITON. (2007). Critério general de diseño hidráulica.

BRASS Engineering, (2008). Curso de hidráulica Aplicada a mineroductos. Santiago.

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