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DEPARTAMENTO ENGENHARIA DE MINAS

Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais

LABORATÓRIO DE PROCESSAMENTO MINERAL

Prática 10 – Concentração Gravítica e Separação Magnética

Prof. Gilberto Rodrigues da Silva


Carlos Alberto Del Poente Junior

Carlos Eduardo Porto Andrade

Igor Cesar Gonzaga Salgado

Izabela de Freitas Neiva

João Pedro Sebe Vilarino

João Victor Alves Esteves

Kewin Leonardo Silva da Mata Costa

Lucas Vieira Mendes

Julho

2021

Carlos Alberto Del Poente Junior

Carlos Eduardo Porto Andrade

Igor Cesar Gonzaga Salgado

Izabela de Freitas Neiva

João Pedro Sebe Vilarino

João Victor Alves Esteves

Kewin Leonardo Silva da Mata Costa

Lucas Vieira Mendes


LABORATÓRIO DE PROCESSAMENTO MINERAL

Prática 10 – Concentração Gravítica e Magnética

Relatório técnico apresentado como requisito


parcial para obtenção da aprovação na disciplina
EMN029 na Universidade Federal de Minas Gerais

Julho

2021
RESUMO

O entendimento dos diversos métodos e tecnologias de concentração mineral


é um estudo importante e constantemente presente no processo de tratamento de
minérios. A busca por um maior entendimento dos fatores como a complexidade
geológica dos corpos minerais, a busca pela liberação mineral em granulometrias
mais estreitas, e como consequência, no grande impacto financeiro que uma
escolha inadequada no presente procedimento pode causar, são exemplos de
extrema importância para qualquer iniciativa neste âmbito. No presente relatório é
estudado os impactos gerados por alterações no processo de recuperação mássica
operando equipamentos de concentração gravítica e magnética. Variáveis chave
são analisadas com o objetivo de entender como elas influenciam no processo de
concentração.

Palavras-chave:
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS UTILIZADOS
3.2 PROCEDIMENTOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

Para a indústria mineral, além das etapas de pré-concentração, a etapa de


separação entre o mineral minério e o mineral de ganga é de extrema importância, e
é neste estágio de concentração mineral que é dito qual o valor econômico que o
produto terá em relação ao mercado.

A etapa de concentração mineral utiliza de processos que fazem uso da


propriedade diferenciadora, como já diz o nome, é a diferenciação de espécies
minerais utilizando-se como base as propriedades físicas e químicas dos minerais
presentes, como exemplo a susceptibilidade magnética e peso específico dos
mesmos.

Os métodos de concentração gravíticos são utilizados para fazer o tratamento


de uma ampla variedade de materiais, onde separam minerais de diferentes
densidades por meio de seus movimentos relativos em resposta à gravidade e
outras forças, como por exemplo a resistência ao movimento em fluidos, como
exemplo a água. A concentração gravítica também pode ser definida como um
processo no qual as partículas de diferentes densidades, tamanhos e formas são
separadas uma das outras por ação da força de gravidade ou por forças centrífugas
(Lins, 2010). Nessa prática, utilizamos de três métodos de separação gravítica:
mesa vibratória, Falcon e espiral concentradora, que terão seu funcionamento
descrito. Os principais mecanismos atuantes no processo de concentração gravítica
(TAGGART, 1945; GUADIN, 1971; BURT, 1984; TRATAMENTO, 1980 KELLY e
SPOTTISWOOD, 1982; BERADLO e MASINI, 1984) são os seguintes:

● aceleração diferencial;
● sedimentação retardada;
● velocidade diferencial em escoamento laminar;
● consolidação intersticial;
● ação de forças cisalhantes.
Já os métodos magnéticos buscam explorar as diferenças magnéticas entre os
minerais, separando os minerais com valor econômico dos minerais de ganga não
magnéticos, ou minerais contaminantes que apresentam susceptibilidade magnética
dos minerais de minério que não apresentam tal susceptibilidade. A separação
magnética pode ser feita em meio úmido e também à seco, contudo o método a
seco é usado para granulometrias mais grosseiras enquanto a via úmida é utilizada
para as mais finas (LUZ, A.B; SAMPAIO, J.A; FRANÇA, S.C.A, 2010). No presente
estudo da prática foram utilizados métodos de separação a seco com separador
magnético de terras-raras e do método de separação a úmido pelo separador
magnético de alta intensidade.

A mesa vibratória foi o primeiro equipamento a ser utilizado para o estudo, nela
temos três mecanismos que faz se uso para a separação dos minérios. A separação
da polpa ocorre por meio da velocidade diferencial de escoamento laminar, pela
aceleração diferencial e pela consolidação intersticial, este último mecanismo ocorre
devido à formação de interstícios entre partículas grossas de um ou mais minerais,
proporcionando liberdade de movimentação das partículas finas nos vazios
formados. A velocidade diferencial no escoamento laminar é definida pelas
diferentes velocidades das lâminas d’água que compõem o fluxo. Sendo assim, as
partículas maiores e menos densas são carregadas por serem mais leves e
sofrerem a atuação de velocidades maiores. Este fluxo é devido aos vários pontos
de alimentação da água de lavagem ao longo da superfície superior da mesa, que
está na direção perpendicular às ranhuras, onde atua em toda a superfície da mesa.
Dentro dos septos, que têm espessura crescente da esquerda para a direita, estão
presentes dois mecanismos: a aceleração diferencial e a consolidação intersticial,
ambos atuam à medida que as partículas se sedimentam dentro das calhas. A
aceleração diferencial está relacionada à sedimentação das partículas em tempo
muito curto, já o mecanismo de consolidação intersticial ocorre devido à formação
de interstícios entre partículas grossas de um ou mais minerais, proporcionando
liberdade de movimentação das partículas finas nos vazios formados. Quando a
sedimentação das partículas ocorre em um período muito curto de tempo, as suas
velocidades são próximas de zero, de forma que é desconsiderada a resistência do
fluido ao movimento, a equação 1 mostra como essa aceleração é calculada.
𝑑𝑣 1−ρ𝑙
𝑑𝑡
=( ρ𝑠
)𝑔(Eq. 1)

Nas condições apresentadas a aceleração depende da densidade do sólido e


do fluido, logo as partículas mais leves se sedimentam depois das mais densas.
Com a aplicação desses dois mecanismos que permitem que as partículas mais
densas e finas sedimentem na calha, enquanto o fluxo da água lava e carrega as
menos densas e mais grosseiras. O movimento vibratório horizontal da mesa
impulsiona as partículas retidas nos sulcos para a borda esquerda da mesa onde
são coletadas. Abaixo um desenho esquematizado do processo pode ser visto na
figura 1.

Figura 1: Ilustração do funcionamento da mesa concentradora.

O segundo equipamento operado foi o concentrador gravítico Falcon, nele a


separação entre as partículas de menor e maior densidade não é realizada pela
força da gravidade, mas sim pela atuação do campo centrífugo, que é gerado pela
rotação do rotor. No Falcon trabalha-se com partículas mais finas, por possuir um
campo centrífugo mais forte que o campo gravitacional e as suas variáveis
operacionais são a velocidade de rotação do rotor, a pressão da água de lavagem e
a porcentagem de sólidos na polpa alimentada. O material é alimentado em formato
de polpa na parte superior do cesto, e o campo centrífugo retém as partículas mais
densas nas canaletas que estão presentes no cesto, neste ponto existem ranhuras
por onde a água de lavagem é injetada com o objetivo de lavar as partículas menos
densas que ficam ali devido ao mecanismo de consolidação intersticial. O material
que não fica nas canaletas é carregado juntamente com a água, por meio do
mecanismo de velocidade diferencial no escoamento laminar, e vai para fora do
cesto, por consequência da ação da força centrífuga, e é depositado no vão entre o
cesto e o revestimento do concentrador, onde é feita a coleta. Outro mecanismo
presente é o de sedimentação retardada permitindo que exista um intervalo de
maior separação entre as partículas de maior e menor densidades. A equação 2 nos
mostra que existe uma relação entre os diâmetros das partículas, as suas
densidades e a do sólidos, e o parâmetro relacionado à turbulência do fluido (m).

𝑑1 ρ𝑠2−ρ𝑓 𝑚
𝑑2
= ( ρ𝑠1−ρ𝑓 ) (Eq. 2)

No final da operação o material concentrado, que fica contido no cesto, é


coletado e recuperado. Abaixo um desenho esquemático do concentrador Falcon
pode ser visualizado na figura 2.

Figura 2 : Concentrado gravítico Falcon. Fonte: CETEM/MCT

O terceiro equipamento operado foi a espiral concentradora, nela as


principais forças atuantes são a da gravidade e a centrífuga. Para a utilização deste
equipamento, algumas propriedades físicas dos minerais devem ser consideradas,
sobretudo a densidade, o tamanho e o formato dos grãos minerais (Aplan, 2003;
Sampaio e Tavares, 2005). Para a alimentação a polpa é disposta na parte superior
da espiral junto com a água de diluição e uma água de lavagem. A água de lavagem
é adicionada no topo da espiral em um canal paralelo, que possui aberturas que
desviam a água de lavagem para o interior da calha, com a função de lavar a polpa,
esse processo pode ser melhor visualizado no desenho esquematizado na figura 3,
a calha possui uma inclinação voltada para dentro e dessa forma a parte externa
fica em uma cota mais elevada do que a parte interna da calha, e por ter essa
inclinação e cotas diferentes nas extremidades da calha o material ao descer ganha
velocidades diferentes. Com essa configuração o fluxo de partículas mais densas
escoam com menor velocidade e ficam na parte mais interna, em contramão as
mais densas apresentam maior velocidade e o fluxo maior fica na parte externa da
calha. As partículas menos densas e maiores que encontram-se na porção superior
da lâmina da água estão sujeitas à ação da velocidade diferencial no escoamento
laminar. As partículas que estão na parte interna da calha estão submetidas à
aceleração diferencial, consolidação intersticial e sedimentação retardada. As
variáveis de processo neste equipamento são a porcentagem de sólidos na polpa
alimentada, a pressão da água de lavagem e a posição da lâmina de corte.
Figura 3: Esquema de uma espiral concentradora (Humphreys). Fonte:
CETEM/MCT, 2010.

O quarto equipamento que foi operado na presente prática foi o separador


magnético de terras-raras, e em comparação com outros métodos de concentração,
o atual equipamento trabalha com partículas de granulometria mais grosseiras e via
a seco. Neste equipamento se faz uso de um ímã permanente de intensidade baixa
em forma de polia, e a alimentação é feita de maneira gradual com o auxílio de uma
correia transportadora que faz com que o material -minério- alimentado passe sobre
a polia e sofra a ação do campo magnético ali presente, assim as partículas que
apresentam comportamento diamagnéticos não sofrem o efeito do campo e caem
por ação da gravidade quando a correia chega na extremidade mais à direita da
polia, e as partículas ferromagnéticas e paramagnéticas sofrem atração do campo
magnético presente e contornam a polia junto com a correia transportadora durante
o movimento realizado, esse procedimento pode ser melhor visualizado no esquema
desenhado na figura 4.
Figura 4: Esquema de funcionamento do separador magnético de terras-raras.
Fonte: METALMAG, 2016.

Aqui se fazem presentes os fatores operacionais de taxa de alimentação,


velocidade de rotação da polia e a posição dos separadores. Quando essas
partículas se distanciam da ação das forças do campo magnético, por consequência
do movimento realizado pela correia, há uma redução na força de atração e caem
por ação da gravidade. Para que os materiais que apresentam diferentes
susceptibilidades magnéticas não se misturem existe um separador situado logo
abaixo dos pontos críticos, um ponto fica abaixo da posição da lateral direita da
polia e o segundo ponto situado mais abaixo ao centro da polia.

O quinto e último equipamento operado é o separador magnético via úmida


de alta intensidade, o Wet High Intensity Magnetic Separator (WHIMS), ele trabalha
com com um campo magnético que é gerado por meio de correntes elétricas, onde
o seu módulo depende da corrente induzida como também do tipo de material
colocado na matriz chamado de filling que fica posicionada entre os dois pólos. Essa
matriz tem uma grande importância dentro do funcionamento da separação
magnética, porque as pontas presentes nela produzem a distorção de convergência
do campo magnético e por consequência o aumento do gradiente e módulo do
campo. Esse efeito de distorção pode ser visualizado com maior praticidade na
figura 5.
Figura 5: Esquema da distorção do campo magnético na presença de pontas. Fonte:
CETEM/MCT, 2010.

As principais variáveis consideradas na utilização desse separador são:


porcentagem de sólidos na polpa da alimentação, intensidade do campo e pressão
de água de lavagem. Por ser capaz de obter uma recuperação mássica e teores
altos do mineral de interesse, este separador pode ser considerado um
concentrador de alta eficiência, porém, devido a energia utilizada para realizar o
processo, ele pode ser considerado um equipamento de alto custo de operação.

Para a operação deste equipamento é necessário primeiramente definir a


malha e corrente a serem utilizadas, em seguida alimenta-se gradualmente a polpa
de minério, colhendo o material passante com auxílio de um recipiente. Assim uma
água de lavagem passa sobre a matriz até que a água passante, que também é
recolhida, apresenta-se límpida. Feito isso, cessou-se a água de lavagem, trocou-se
o recipiente coletor, desligou-se o campo magnético, e ligou-se novamente a água
de lavagem, coletando o material até que a água se apresentasse límpida. As
variáveis de operação deste equipamento são a corrente elétrica, a matriz, a vazão
e o tempo da água de processo, e a porcentagem de sólidos da polpa. Um desenho
esquematizado do funcionamento do equipamento citado pode ser visto na figura 6.
Figura 6 - Esquema do ciclo de funcionamento WHIMS.

2. OBJETIVOS

O objetivo da presente prática é apresentar os métodos de concentração


gravítica e magnética e avaliar a recuperação mássica para os fatores estudados
nos métodos.

3. METODOLOGIA

Como dito anteriormente, a concentração mineral utiliza das propriedades


diferenciadoras das diferentes substâncias envolvidas com o material de interesse,
sendo elas físicas e/ou químicas, como suscetibilidade magnética e peso específico,
por exemplo, que são relevantes para o método de concentração gravítica, por meio
de movimentos relativos que separam os minerais de diferentes densidades, sejam
tais movimentos causados pela gravidade ou outras interferências, como a
resistência ao fluxo de água.
Para os métodos magnéticos, utiliza-se de características magnéticas dos minerais,
separando os que apresentam tais características dos que não o fazem, podendo tal
separação ser feita a seco ou úmido, dependendo do material de interesse e dos
meios disponíveis.

Dos equipamentos utilizados para essa prática, temos por primeira a mesa
vibratória, cuja funcionalidade se baseia na velocidade diferencial de escoamento
laminar, na aceleração diferencial e na consolidação intersticial.

Em seguida, temos o Falcon, que utiliza a diferença de densidade entre partículas,


com o auxílio de um campo centrífugo gerado pela rotação do motor para
separá-las.

Por terceiro equipamento temos a espiral concentradora, que utiliza principalmente


da gravidade e do campo centrífugo para, a partir de determinados parâmetros dos
minerais, como densidade, tamanho e formato dos grãos, separar o material de
interesse.

O quarto equipamento é o separador magnético de terras-raras, que utiliza o meio


seco para separar partículas de granulometrias mais grosseiras, utilizando
propriedades magnéticas do material, com a funcionalidade de um ímã permanente
de baixa intensidade em forma de polia e uma correia de transporte.

Por fim, o quinto equipamento utilizado foi o separador magnético de alta


intensidade, que funciona a partir de um campo magnético gerado por correntes
elétricas, utilizando também as propriedades magnéticas do material.

3.1 MATERIAIS UTILIZADOS

1. EPI’s – óculos de proteção, jaleco, calça comprida, sapatos fechados;


2. Balança eletrônica;
3. Baldes;
4. Chapa de aquecimento;
5. Mesa vibratória;
6. Concentrador gravítico Falcon;
7. Espiral concentradora;
8. Recipientes plásticos;
9. Bandejas metálicas;
10. Recipientes metálicos;
11. Separador Magnético de alta intensidade – WHIMS;
12. Separador de Terras Raras
3.2 PROCEDIMENTOS

3.3 CÁLCULOS

Para todos os métodos empregados, o mesmo cálculo de recuperação mássica é


utilizado, sendo apresentado abaixo:

Sendo:
. C = Massa obtida no concentrado.
. A = Massa na alimentação

Para o método de Separador Magnético de Alta Intensidade, temos ainda um passo


a mais ao ser necessário calcular as massas de água e minério para se ter uma
polpa com os valores especificados, de tal forma que:

Onde:
. Ms = Massa de sólidos na polpa.
. Ma = Massa de água na polpa.
. Vp = Volume.
. ps = Densidade do sólido.
. pa = Densidade da água.

Todos os cálculos descritos, bem como as variáveis aplicadas e outros valores


determinados, serão discutidos nos resultados a seguir.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Utilizando os dados obtidos a partir das práticas de separação gravítica e


magnética, encontrou-se os valores de recuperação mássica para cada método e
fez-se a relação entre a variável estudada e a respectiva recuperação mássica. Os
resultados estão a seguir:

Para todos os métodos, levou-se em conta que a recuperação mássica é a razão


entre a massa de concentrado (c) e a massa de alimentação (a):

Recuperação mássica (%) = c / a * 100

4.1 Concentração Gravítica

4.1.1 Mesa Vibratória

A seguir estão os resultados da prática de separação gravítica utilizando a mesa


vibratória:

Ensaio 1 Ensaio 2

Alimentação 1000,5 Alimentação 1000,1


(g) (g)

Frequência 1,8 Hz Frequência 1,6 Hz

tempo de 25,57 s tempo de 27,98 s


coleta coleta

Massas Massas
coletadas no coletadas no
equilíbrio (g) equilíbrio (g)

Concentrado 1 3,9 Concentrado 1 4,5

Concentrado 2 53,4 Concentrado 2 41,5

Produto misto 30,3 Produto misto 22,7


3 3

Produto misto 22,9 Produto misto 38,9


4 4

Rejeito 5 20,8 Rejeito 5 29,1

Rejeito 6 51,1 Rejeito 6 64,8

Concentrado 57,3 Concentrado 46


Recuperação 5,7% Recuperação 4,6%
Mássica Mássica

A partir da recuperação mássica encontrada e das frequências de vibração


utilizadas durante a prática, fez-se o seguinte gráfico:

Observando o gráfico, percebe-se que a recuperação mássica diminuiu do ensaio 1


para o ensaio 2, em decorrência, principalmente, da diminuição da frequência de
vibração da mesa. Isso ocorre devido ao aumento da vibração intensificar o
impulsionamento das partículas, retendo menos partículas nos septos e assim,
aumentando o número de partículas não liberadas, de menor densidade, no
concentrado. Por isso, esse aumento da recuperação é acompanhado da
diminuição do teor do concentrado.

4.1.2 Falcon

A seguir estão os resultados da prática utilizando o separador gravítico Falcon:

Ensaio 1 Ensaio 2

Frequência (Hz) 15 Frequência (Hz) 30

Massa (g) 100,3 Massa (g) 100

Aceleração centrífuga 20 Aceleração centrífuga 44


(9,8 m/s2) (9,8 m/s2)
Massa rejeito (g) 66,8 Massa rejeito (g) 17,5

Massa concentrado (g) 27,7 Massa concentrado (g) 78,5

Recuperação Mássica 28% Recuperação 79%


Mássica

A partir da recuperação mássica encontrada e da aceleração do campo centrífugo


utilizadas durante a prática, fez-se o seguinte gráfico:

Observando os resultados, percebe-se que quanto maior a aceleração centrífuga


utilizada no ensaio, maior a recuperação mássica. O Falcon é utilizado para porções
mais finas de minério. Sabendo-se que, para granulometrias mais finas,
propriedades como volume e densidade perdem relevância em relação a
propriedades de superfície, a partir da rotação do cesto do separador, cria-se um
campo centrífugo, que quanto mais intensidade possui, mais se consegue aumentar
a relevância da densidade do minério e assim, aumentar a eficiência da
concentração.

4.1.3 Espiral Concentradora

A seguir estão os resultados da prática de separação gravítica utilizando a espiral


concentradora:

Ensaio 1 Ensaio 2

Posição do corte Mais Posição do corte Mais


Interna Externa

Massa (g) 1000,5 Massa (g) 1000,2


Massa rejeito (g) 737,8 Massa rejeito (g) 598,4

Massa concentrado 225,2 Massa concentrado 372,6


(g) (g)

Recuperação 22,5% Recuperação 37,3%


Mássica Mássica

A partir da recuperação mássica encontrada e da posição do corte utilizadas


durante a prática, fez-se o seguinte gráfico:

Observando os resultados, percebe-se que o corte interno tem menor recuperação


massica que o corte externo. Sabe-se que o fluxo interno do separador, contém
material mais denso, e o fluxo externo, material menos denso. Logo, devido a
hematita ser mais densa que o quartzo, o corte mais interno tem maior teor de
hematita, porém menor recuperação mássica e o corte mais externo, por englobar
mais partículas mistas, tem teor de hematita menor e maior recuperação mássica.

4.2 Concentração Magnética

4.2.1 Separador de Terras Raras

A seguir estão os resultados da prática de separação magnética utilizando o


separador de terras raras:

Ensaio 1 Ensaio 2

Alimentação (g) 1000,3 Alimentação (g) 1000,7


Velocidade 14 Velocidade 16
motor/correia (Hz) motor/correia (Hz)

Massas coletadas Massas coletadas


no equilíbrio (g) no equilíbrio (g)

Rejeito 57,5 Rejeito 337,5

Mistos 297,3 Mistos 101,5

Concentrado 645,5 Concentrado 539,2

Recuperação 64,5% Recuperação 53,9%


Mássica Mássica

A partir da recuperação mássica encontrada e da velocidade da correia utilizadas


durante a prática, fez-se o seguinte gráfico:

Observando os resultados, percebe-se que a recuperação mássica é maior


utilizando menores velocidades da correia. Isso ocorre, devido a testagem das
partículas pelo campo magnético ser maior em velocidades menores, devido ao
maior tempo de influência desse campo. Assim, em velocidades menores, as
chances de uma partícula com magnetismo ir para o concentrado é maior, logo,
tem-se uma recuperação maior. Porém, esse aumento é acompanhado da
diminuição do teor de hematita, pois mais partículas mistas serão destinadas ao
concentrado.

4.2.2 Separador Magnético de Alta Intensidade

A seguir estão os resultados da prática de separação magnética utilizando o


separador magnético de alta intensidade:
Utilizando as fórmulas de porcentagem de sólidos e de volume de polpa, calculou-se
as massas de água e de minério necessárias para obter 120 ml de polpa com 20%
de sólidos.

% de sólidos = Ms/(Ms+Ma)*100

Vp = (Ms/ρs)+(Ma/ρa)

Em que:

Ms = Massa de sólidos (g)

Ma = Massa de água (g)

Vp = Volume de polpa (cm³)

ρs = densidade do sólido (g/cm³)

ρa = densidade da água (g/cm³)

Utilizando densidade do sólido de 3,37 g/cm³ (prática Pierry Gy), obteve-se massa
de minério de 27,93 gramas e massa de água de 111,7 gramas. Então, chegou-se
aos seguintes valores:

Ensaios Campo (Gauss) Massa concentrado Recuperação


(g) Mássica (%)

Ensaio 1 1000 10,8 38,7%

Ensaio 2 2000 13,9 49,8%

Ensaio 3 4000 16,1 57,7%

Ensaio 4 8000 17,8 63,8%

Ensaio 5 11000 18,6 66,7%

A partir da recuperação mássica encontrada e das intensidades do campo


magnético utilizadas durante a prática, fez-se o seguinte gráfico:
Observando os resultados, percebe-se que o aumento da intensidade do campo
magnético aumenta a recuperação mássica. Campos menores permitem melhor
lavagem das partículas de quartzo, o que aumenta o teor de hematita obtido e em
contrapartida se tem menor recuperação. Com o aumento da intensidade, mais
partículas mistas vão para o concentrado, gerando assim, maiores recuperações
mássicas em detrimento de um teor de hematita menor.

4.3 CURTOS CIRCUITOS

Curtos circuitos são comportamentos parecidos de partículas com características


diferentes que diminuem a eficiência dos processos de separação gravítica. O
separador gravítico Falcon, apresenta curto circuito entre uma partícula menor e
mais densa com uma partícula maior e mais densa. Nos separadores gravíticos de
mesa vibratória e espiral concentradora, tem-se curto circuito entre partícula mais
fina e menos densa e uma partícula mais grossa e com maior densidade.

Nesses casos, é necessário alterar algumas variáveis dos processos, no intuito de


evitar os curtos circuitos. Em processos de sedimentação como o Falcon, é
interessante aumentar a velocidade centrífuga e aumentar a pressão da água do
processo, além de aumentar o volume de água da polpa e diminuir a vazão da água
de diluição. Para a mesa vibratória, pode-se aumentar o volume de água na polpa,
diminuir a inclinação da mesa e diminuir a vazão da água de diluição e para a
espiral concentradora, diminuir a vazão de água de diluição e a porcentagem de
sólidos na polpa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos nos ensaios, percebe-se que é de grande


importância a escolha do método de separação correto para cada tipo de minério. O
aumento da recuperação mássica muitas vezes é acompanhado da diminuição do
teor do minério, logo, escolher as especificações corretas durante os ensaios e
utilizar o método mais adequado, gera diminuição de custos e aumento de eficiência
durante a concentração mineral.

Para os métodos de separação gravíticos, a mesa vibratória tem maior recuperação


com maiores frequências de vibração. O Falcon, tem aumento considerável da
recuperação sempre que se aumenta o campo centrífugo e a espiral concentradora
tem teores menores, com maior recuperação utilizando a posição de corte mais
externa.

Para os métodos de separação magnética, o separador de terras raras tem maior


recuperação com menores velocidades da correia, em detrimento de um
concentrado mais pobre. O separador magnético de alta intensidade, também tem
maior recuperação quando o campo magnético tem mais efeito sobre as partículas,
com maior intensidade. Porém, mais exposição ao campo magnético gera teores
menores, portanto, é essencial balancear a recuperação e o teor para os melhores
valores possíveis.

REFERÊNCIAS

[1] FIGUEIRA, H. V. O.; DA LUZ, A. B.; ALMEIDA, S. L. M. De. Britagem e Moagem.


In: DA LUZ, A. B. et al. Tratamento de Minérios. Rio de Janeiro: CETEM/MCT,
2010. 5 ed. Cap.4. p.141-211. 963p.

[2] GALERY, R. et al. Fragmentação. In: VALADÃO, G. E. S.; ARAÚJO, A. C.


(Orgs.). Introdução ao Tratamento de Minérios. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2007. p.85-103.

[3] BARBATO, C. N.; SAMPAIO, J. A. De. Determinação experimental do índice de


trabalho (Wi). In: SAMPAIO, J. A. FRANÇA, S. C. A.; BRAGA, P. F. A. Tratamento
de Minérios – Práticas laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007. Cap.10.
p.177-189.

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