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Belo Horizonte
2022
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
2. METODOLOGIA ............................................................................................. 4
4. CONCLUSÃO ................................................................................................. 14
5. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 15
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1. INTRODUÇÃO
No Brasil, uma das instituições que organiza o ranking das maiores empresas que atuam
no país é a revista Valor Econômico. Em 2014, foram listadas 1.000 corporações que tiveram
como destaque a receita líquida dos empreendimentos. No setor de metalurgia e mineração
sobressaíram as empresas Vale, Gerdau, CSN, ArcelorMittal, Usiminas e Samarco. Ao todo,
foram listadas 61 empresas de metalurgia e mineração e a empresa Vale apareceu em segundo
lugar geral, localizando-se atrás apenas da estatal brasileira Petrobras (VALOR ECONÔMICO,
2015).
A Vale é responsável por desenvolver uma das principais atividades econômicas do país
e a mineração, ao destacar-se como uma importante indústria de base, pode ser vulnerável às
oscilações do mercado financeiro mundial. De acordo com o Diretor-Executivo de Finanças e
Relações com Investidores da Vale, houve uma inclinação acentuada do preço das commodities
no último ano, ao longo dos anos 2013/2014, a queda correspondeu a 28%. Apesar de apresentar
mais um recorde na produção do minério de ferro no último ano (331,6 milhões de tonelada de
minério de ferro), compradores importantes como China e Índia diminuíram suas demandas
devido à desaceleração da economia mundial (SIANI, 2013).
No estado de Minas Gerais, a empresa Vale S.A possui mais de 20 minas a céu aberto.
Localizadas em 15 municípios, estas minas estão divididas em dois sistemas operacionais:
sudeste e sul. Juntos, eles correspondem a mais de 60% da produção de minério de ferro da
empresa, o que equivale a aproximadamente 200 milhões de toneladas de minério de ferro por
ano. O Sistema Ferrosos Sudeste é formado pelos complexos: Itabira (Cauê, Conceição e Minas
do Meio), Minas Centrais (Água Limpa, Gongo Soco e Brucutu) e Mariana (Alegria, Fábrica
Nova e Fazendão). O Sistema Ferrosos Sul é formado pelos complexos: Paraopeba (Jangada,
Córrego do Feijão, Capão Xavier e Mar Azul), Vargem Grande (Abóboras, Capitão do Mato e
Tamanduá) e Itabiritos (Segredo, João Pereira, Sapecado e Galinheiro). Em Minas Gerais
existem mais de 56 mil trabalhadores, entre próprios e terceiros, o que representa 39% do
efetivo da empresa no Brasil.
A mina Brucutu está localizada na parte central do estado de Minas Gerais, no município
de São Gonçalo do Rio Abaixo, região nordeste do Quadrilátero Ferrífero (entre as coordenadas
geográficas 19°53´S e 43°22`W). Distante 89 km da capital mineira, o município faz parte da
sub-bacia do Rio Piracicaba – Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
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2. METODOLOGIA
O relatório foi construído, principalmente, a partir de materiais fornecidos pela empresa
Vale S.A. em relação a Mina de Brucutu, entre outras fontes de apoio. Foram coletadas as
principais informações sobre o empreendimento e apresentadas da melhor forma neste
documento.
3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo, no estado de Minas Gerais, o complexo mina
do Brucutu engloba 3 áreas, sendo estas: Brucutu I, II e III. Brucutu, como já dito previamente, é
a maior mina da Vale no sistema Sudeste – que conta ainda com as minas de Gongo Soco, Água
Limpa e Andrade. A mina foi descrita durante muitos anos como a “menina dos olhos” da Vale,
pois com quase nove mil quilômetros de extensão e mais de dois mil funcionários a mina possui
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uma reserva provada de 737 milhões de toneladas.
Figura 3 – Mapa de Localização da mina de Brucutu (Fonte: Vale apud Arroyo, 2014)
A mina foi inaugurada em 2006 e já no início da sua operação era considerada a mina com
maior capacidade inicial de produção em todo o mundo, com projeções para 30 milhões de
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toneladas de minério de ferro anuais. Para implantação do Projeto Brucutu, a Vale investiu cerca
de US$ 1,1 bilhão. A Mina possui entre as suas vantagens competitivas o baixo custo de produção
e a excelente qualidade do minério extraído. Segundo Lisboa (2018), a produção inicial foi de
7,75 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, em suas duas plantas de beneficiamento,
já em 2007 a produção aumentou consideravelmente para 21,9 milhões de toneladas por ano de
minério. Nos dias atuais estima-se que esse valor dobrou, variando entre 50 e 57 milhões de
toneladas de minério produzidas por ano. Com a implantação do projeto “Cava da Divisa” que
avançará sentido Barão de Cocais e acrescentará ao empreendimento mais 20 anos de exploração,
irá dessa forma estender a vida útil da mina até 2040 e acrescentará 15 milhões de toneladas de
minério produzidas por ano, atingindo cerca de 70 milhões de toneladas anuais de minério
produzidas. O método de lavra empregado na mina é o de lavra por bancadas e a relação
estéril/minério de Brucutu é dita como uma das melhores dentre as minas sob gestão da Vale
sendo de 0,4 tonelada de estéril para cada tonelada de minério extraído, sendo este índice uma das
características presentes na mina que justifica o baixo custo de produção.
Em Brucutu são comercializados os produtos granulados, pellet feed e sinter feed. Como
uma forma de diminuir os rejeitos nas barragens a Vale também produz areia sustentável. O jornal
Estado de Minas, publicou em novembro de 2021, que no mesmo ano empresa investiu cerca de
50 milhões de reais em tecnologia para realizar a filtragem dos rejeitos e produziu, até o momento,
250 mil toneladas de areia sustentável, essa areia é destinada para ser utilizada na indústria de
construção civil, além de ajudar no descomissionamento das barragens presentes na mina de
Brucutu. A mina funciona 24 horas por dia, em três turnos de trabalho, cada turno possui 8 horas
de duração. Para escoamento do produto a Vale conta com uma malha ferroviária com extensão
de 905 quilômetros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Em 18 de maio de 1904 a
ferrovia foi inaugurada e na década de 40 foi incorporada ao sistema logístico da Vale. A EFVM
interliga a Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, a Belo Horizonte, capital do estado
de Minas Gerais. A produção de Brucutu é destinada 100% para exportação, sendo o principal
destino a China. Segundo dados publicados no portal G1, em março de 2011, cada vagão leva, em
média, um minuto para ser carregado. Por dia, são abastecidos cerca de 2 mil vagões, com
capacidade média de 80 toneladas.
3.2 Características dos Minérios de Ferro presentes na Mina de Brucutu
Segundo Lisboa (2018) as principais litologias presentes na geologia local da mina de
Brucutu, resultados estes provenientes de levantamentos realizados por meio de trabalhos de
mapeamento e caracterização mineralógica, são: Itabiritos Friáveis e Compacto, Hematita Friável,
Itabirito Goethítico, Hematita Goethítica, Canga, Itabirito Manganesífero, Itabirito Aluminoso,
Hematita Aluminosa, Itabirito Anfibolítico e Hematita Anfibolítica. Dentre as litologias presentes
as mais representativas são: Itabirito Friável, Hematita Friável e Canga. Na figura 4 é notável que
a litologia predominante da região é Itabirito Friável com cerca de 76% (Arroyo, 2014).
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Figura 4 - Cubagem total dos tipos litológicos - Mina de Brucutu - Cava final (Fonte: Arroyo, 2014)
A formação ferrífera presente na mina está capeada por solo e canga que podem atingir
espessuras de até 50 metros (solo) e 20 metros de (canga). Os teores de ferro total são mais
elevados nas tipologias compactas e nas tipologias compactas porosas os teores de FeO são
relativamente mais baixos, (Arroyo, 2014).
Entre os aspectos que devem ser sistematicamente verificados, estão: os tempos de ciclo,
as condições operacionais, consumos de peças e combustível, vida útil dos equipamentos, os
fatores mecânicos, a depreciação, dentre outros (MARTINS, A. G, 2013). O dimensionamento
de equipamentos está baseado em um processo de seleção e compatibilização dos equipamentos
para a movimentação do material mineralizado e estéril dentro do empreendimento, criado a
partir das características dos equipamentos, das condições operacionais e do projeto da lavra no
tocante a produção anual planejada.
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A frota da Mina de Brucutu, de acordo com dados da própria empresa Vale, conta com os
seguintes equipamentos:
De acordo com informações da Vale (2021), a mina de Brucutu é uma das maiores minas
da empresa no mundo, e também a primeira mina autônoma do Brasil, utilizando os veículos
autônomos em toda sua operação. Os caminhões autônomos são fornecidos pela empresa
Caterpillar e trafegam sem que haja operador dentro da cabine, identificando com precisão o
ambiente ao redor por meio de radar. A comunicação com a sala de controle e com outros
equipamentos é feita via wireless.
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Figura 7: Caminhão autônomo sendo controlado por operador em sala de controle (Fonte: Arquivo interno do
autor).
Os dados que serviram como base de cálculo para o dimensionamento e para a análise
econômica são apresentados;
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Tabela 7: Número de passes por caminhão e tempo de carregamento dos conjuntos de caminhões e escavadeiras
Tabela 8: Número de carregamentos por hora e número de escavadeiras necessárias para cada modelo de caminhão
A tabela 9 mostra a quantidade de operadores por turno necessários para cada conjunto de
frotas e o consumo de diesel das escavadeiras e dos caminhões de cada uma das frotas
dimensionadas.
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Tabela 10: Relação dos preços e dos custos de reforma dos pneus para modelos de caminhão Caterpillar em Real
Tabela 11: Custos operacionais de cada conjunto de frota de caminhões e escavadeiras em Real
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
VALE; Curso de Mineração – Básico - Módulo II: Geologia de Mina e Operações de Lavra;
Disponível em <ibram.org.br/wp-content/uploads/2021/02/apo_cbm_modulo_2.pdf>
GEOSCAN; Minas Autônomas: Saiba o que são e como funcionam; Dezembro, 2020;
Disponível em < https://www.geoscan.com.br/blog/minas-autonomas/> Acesso em: 20 nov. 2022.
BRASIL MINERAL; Caminhões autônomos na mina de Brucutu; Setembro, 2018; Disponível em <
https://www.brasilmineral.com.br/noticias/caminhoes-autonomos-na-mina-de-brucutu > Acesso em: 22
nov. 2022.
DEFATO; vale obtém licenças para expansão de Brucutu, novembro de 2018; Disponível em <Vale
obtém licenças para expansão de Brucutu (defatoonline.com.br)> Acesso em 23-Nov-22.
ESTADO DE MINAS; Vale produz areia sustentável para diminuir rejeitos de barragens;
novembro de 2021; Disponível em <Vale produz areia sustentável para diminuir rejeitos de
barragens - Economia - Estado de Minas>; Acesso em 23-Nov-22.
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