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Segundo Silva (2017) A Administração Pública é o aparelhamento do Estado, organizado para a

realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.

Para Meirelles (1994, p. 55), o estudo da Administração Pública em geral, “compreendendo a sua
estrutura e as suas atividades, deve partir do conceito de Estado, sobre o qual repousa toda a
concepção moderna de organização e funcionamento dos serviços públicos a serem prestados aos
administrados”

O termo Administração Pública, devido à amplitude de seu campo de atuação, carrega


diferenciações em sua conceituação, conforme a especificidade que se pretende apresentar em
determinada situação.

Junquilho (2010, p. 16) ressalta que “definir o conceito de Administração Pública não é fácil,
dada a sua amplitude e complexidade”.

Isso faz com que esse conceito seja desdobrado incluindo a grafia para englobar a amplitude de
sua expressão e, assim, contemplar diversas referências . Em sentido amplo, refere-se ao conjunto
de órgãos de governo com função política e de órgãos administrativos, com função
administrativa. Em sentido estrito, define-se a Administração Pública como o conjunto de órgãos,
entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado.

Segundo Paludo (2012) o sentido amplo compreende tanto o governo - responsável por tomar as
decisões políticas - a estrutura administrativa, bem como à administração - que executa essas
decisões. Já o sentido estrito compreende apenas as funções administrativas relacionadas à
execução dos programas de governo, prestação de serviços e demais atividades.

A expressão administração pública além de suas divisões em sentido amplo e sentido estrito e sua
diferenciação gráfica é tratada e diferenciada em subjetivo/orgânico/formal - em sua essência,
relacionado aos órgãos da Administração Pública – e pelos termos objetivo/material/funcional -
em sua essência, relacionado às atividades executadas pela administração.

um, normalmente chamado de subjetivo, orgânico ou formal, no qual essa expressão


compreenderia as pessoas jurídicas, seus órgãos e agentes que executam a atividade
administrativa; outro, conhecido como objetivo, material, operacional ou funcional,
compreendendo a atividade empreendida por esses agentes.
Pessoa (2003) descreve que a Administração Pública, em seu sentido orgânico ou subjetivo,
designa a estruturação e organização dos órgãos, repartições, unidades e entidades Públicas.

Adotando-se o critério subjetivo ou orgânico, administração é o complexo de órgãos aos quais se


confiam funções administrativas, é a soma das ações e manifestações da vontade do Estado,
submetidas à direção do chefe do Estado.

Ao considerar o sentido subjetivo, esse engloba a estrutura administrativa, conjunto de órgãos da


administração que são utilizados para atender à sociedade na execução das funções administrativas.

Sentido subjetivo/formal/orgânico

Corresponde ao conjunto de pessoas jurídicas e órgãos públicos criado para realizar a função
administrativa do Estado, cujas atividades são desempenhadas pelos seus agentes – portanto,
nesse sentido, temos as pessoas jurídicas de Direito Público Interno, as pessoas jurídicas da
Administração indireta, os órgãos da Administração direta e os agentes públicos. O conjunto
orgânico corresponde à Administração Pública direta e indireta dos três poderes.

Sentido Objetivo/Material/Funcional

Paludo (2012) refere que o sentido Objetivo/Material/Funcional corresponde à função


administrativa propriamente dita e às atividades necessárias à prestação dos serviços públicos em
geral. Nesse conceito, inclui-se tanto a função administrativa desempenhada pelo Governo
(decisões de governo), quanto as desempenhadas pelos órgãos e demais entes públicos (decisões
administrativas e ações de execução). Insere-se nesse contexto tanto a prestação dos serviços
públicos, como a intervenção no domínio econômico e o exercício do Poder de Polícia, e, ainda,
o fomento e incentivo às atividades em geral de interesse ou de utilidade pública.

A Administração Pública, tomada pelo sentido objetivo ou material, designa as próprias


atividades administrativas do Estado.

Conceito de governação

Segundo Gonçaveis (2019) O Banco Mundial, Governação é a maneira pela qual o poder é
exercido na administração dos recursos sociais e económicos de um país visando o
desenvolvimento e a capacidade dos governos de planificar, formular e programar políticas, bem
como cumprir com as suas funções legais.
Afirma Gonçalveis (2019) Banco Mundial, em seu documento Governance and Development, de
1992, a definição geral de governança é “o exercício da autoridade, controle, administração,
poder de governo”. Precisando melhor, “é a maneira pela qual o poder é exercido na
administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”,
implicando ainda “a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e
cumprir funções”. Duas questões merecem aqui destaque:

 A idéia de que uma “boa” governança é um requisito fundamental para um


desenvolvimento sustentado, que incorpora ao crescimento econômico equidade social e
também direitos humanos (Santos, 1997, p. 340-341);
 A questão dos procedimentos e práticas governamentais na consecução de suas metas
adquire relevância, incluindo aspectos como o formato institucional do processo
decisório, a articulação público-privado na formulação de políticas ou ainda a abertura
maior ou menor para a participação dos setores interessados ou de distintas esferas de
poder (Banco Mundial, 1992, apud Diniz, 1995, p. 400).

Formas de organização da Administração Pública

De acordo com MELLO (2004: 139), a Administração Pública pode ser organizada de duas
formas:

Directa ou Centralizada

quando constituída pelos serviços integrados na estrutura dos órgãos principais do Estado. Na
prática, a centralização ocorre quando o Estado executa suas tarefas por meio dos órgãos e
agentes integrantes da administração directa, através da pessoa política que representa a
Administração Pública competente. Por exemplo: os ministérios, governos provinciais, distritais,
entre outros.

Indirecta ou Descentralizada

quando constituída por aquelas actividades ou competências, em que o Estado descentraliza o seu
desempenho para outras pessoas jurídicas de direito público ou privado.

Administração pública em moçambique


Para Jeque (2014) Estrutura e Composição A Administração Pública moçambicana nasceu com a
proclamação da independência nacional, em 1975, quando entrou em vigor a primeira
Constituição6 de Moçambique independente.

A partir desse momento, houve uma crescente necessidade de modernização da administração


pública decorrente das elevadas pressões e exigências socioeconómicas e políticas da época, que
impunham ao Governo desafios enormes relacionados com a realização, inevitavelmente, de
reformas da sua máquina administrativa, que se ajustasse aos interesses nacionais no quadro do
cumprimento dos objectivos de desenvolvimento.

De acordo com o artigo 250 da CRM (2004) “a Administração Pública [moçambicana] estrutura-
se com base no princípio de descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a
eficiência dos seus serviços sem prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do
governo”.

É este princípio constitucional estruturante da organização e funcionamento que dá fundamento


para uma da Administração Pública “directa” [órgãos locais do Estado: província, distrito, posto
administrativo e localidade] e indirecta [poder local: autarquias locais] em Moçambique, pois
acredita-se que, com a transferência de funções e responsabilidades para as instâncias locais,
estimula-se a inclusão de um número cada vez maior de cidadãos na busca partilhada de soluções
para os problemas identificados.

Princípios de Actuação da Administração Pública em Moçambique

Afirma Jeque (2014) Na sua actuação, nos termos do artigo 249 da CRM (2004), a Administração
Pública em Moçambique serve o interesse público e respeita os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos, pelo que os seus órgãos obedecem à Constituição e à lei com respeito
pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça.

De acordo com o capítulo II do Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro, os princípios da actuação


da Administração Pública em Moçambique, são:

 Legalidade;
 Prossecução do interesse público e protecção dos direitos e interesses dos cidadãos;
 Justiça e imparcialidade;
 Transparência da Administração Pública;
 Colaboração da Administração com os particulares;
 Participação dos particulares;
 Decisão;
 Celeridade do procedimento administrativo;
 Fundamentação dos actos administrativos;
 Responsabilidade da Administração Pública;
 Igualdade e proporcionalidade.

Goncalveis, A. (2019). O conceito de governança. Disponivel em


http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf

Silva, T. A. (2017). Conceitos e evolução da administração pública: o desenvolvimento do papel


administrativo. Disponivel em file:///C:/Users/Estudante/Downloads/16678-17435-1-PB.pdf

Jeque, J. M. (2014). Administração Pública no contexto da prossecução de fins e funções da


institucionalização do Estado. Disponivel em
http://197.249.65.29/repositorio/IMG/pdf/artigo_1.pdf

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