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No âmbito dos concursos públicos, o estudo das regras relacionadas com a Admi-
nistração Pública é de extrema importância, uma vez que abrange aspectos relacionados
tanto com o Direito Administrativo quanto com o Direito Constitucional.
Dessa forma, serão apresentados no presente material as principais regras relacio-
nadas com a Administração Pública e com os respectivos Servidores Públicos.
Espero que o conteúdo seja útil para auxiliar você no processo de aprovação. Fico à
disposição, desde já, para sanar todas as dúvidas que eventualmente surgirem.
Diogo
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DIREITO CONSTITUCIONAL – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Professor: Diogo Surdi
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As entidades políticas nada mais são do que os entes federativos previstos na Cons-
tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Tais entes
são predominantemente regidos pelo Direito Constitucional e detêm uma parcela do poder
político. Por isso mesmo, costuma-se dizer que tais entes são autônomos, organizando-se,
cada um deles, para alcançar as finalidades previstas na Constituição.
Nesse sentido, a autonomia não pode ser confundida com a soberania. Enquanto a
autonomia consiste na possibilidade de cada um dos entes federativos organizar-se interna-
mente, elaborar suas leis e exercer as competências que a eles são atribuídas pela Consti-
tuição Federal; a soberania corresponde à característica que apenas está presente no âmbito
da República Federativa do Brasil, a qual é formada pelos mencionados entes federativos.
Entretanto, seria bastante complicado, para cada um desses entes, conseguir alcançar
todos os objetivos necessários, dispondo apenas de um órgão central.
Assim, as entidades administrativas são a própria Administração Indireta, composta
(taxativamente) pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista.
Tais entidades, ao contrário das pessoas políticas, são reguladas predominantemente
pelo Direito Administrativo, não detêm poder político e estão vinculadas à entidade política
que as criou.
Importante salientar que não há hierarquia entre as entidades da administração
pública indireta e os entes federativos responsáveis pela sua criação. O que ocorre, em
tais situações, é uma mera vinculação administrativa, de forma que os entes federativos
apenas controlam se as entidades da administração indireta estão desempenhando correta-
mente as atividades para as quais foram criadas.
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Ainda que a resposta varie muito de autor para autor, as atividades que usualmente são
reconhecidas como administração pública são: fomento, serviços públicos, polícia admi-
nistrativa e intervenção.
Pelo critério material, não temos uma lista taxativa de atividades que são conside-
radas da administração pública, mas podemos afirmar que todas as atividades listadas
acima possuem algo em comum: são áreas importantes para o bem-estar da população e
para a preservação do interesse coletivo geral. Dessa forma, tal sentido não leva em conta
quem é o responsável pela prestação da atividade, mas quais atividades são conside-
radas da administração pública.
De acordo com o critério material, uma concessionária de serviço público, ainda que
não faça parte das entidades que compõem formalmente a administração, será considerada
parte da administração pública, uma vez que desempenha serviços públicos muitas vezes
essenciais à população. Em sentido oposto, o desempenho de certas atividades, ainda que
por intermédio de uma das entidades que compõem a administração indireta, não será con-
siderado da administração pública. O motivo para tal é que o critério material apenas leva
em conta as atividades que são desempenhadas (a matéria), e não os responsáveis pela
sua execução.
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ATENÇÃO
Centralização concentrada: é a situação em que um ente federativo (administração dire-
ta) atua sem nenhuma divisão de competências. Como mencionado, tal forma de atuação
da administração pública existe apenas em teoria.
Centralização desconcentrada: é o caso de uma entidade da administração direta (a
União, por exemplo) atuando por meio de órgãos públicos.
Descentralização desconcentrada: é o caso de uma entidade da administração indireta
(uma sociedade de economia mista, por exemplo), atuando por meio de órgãos públicos.
Descentralização concentrada: situação em que uma entidade da administração indireta
(fundação pública, por exemplo) atua sem a criação de órgão públicos.
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Estabelece a Constituição Federal que, somente por lei específica, poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atu-
ação. Além disso, depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-
sidiárias das entidades mencionadas, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada.
Para a criação de uma autarquia, é necessário apenas a edição de uma lei especí-
fica. Para as demais entidades, ao contrário, a lei específica apenas autoriza a sua criação,
sendo necessário, ainda, que o ente político promova a inscrição dos atos respectivos no
registro público competente.
As autarquias adquirem personalidade jurídica com a edição da lei específica. As
demais entidades, com o registro público de seus atos constitutivos.
Um cuidado maior deve ser dado às fundações: ainda que o texto constitucional as
relacione ao lado das demais entidades com personalidade jurídica de direito privado (socie-
dades de economia mista e empresas públicas), o STF já se posicionou no sentido de
admitir que as fundações também possam ser criadas com personalidade jurídica de direito
público, oportunidade em que seriam classificadas como uma espécie do gênero autarquia,
mais precisamente como autarquias fundacionais ou fundações autárquicas.
Ainda que a Constituição Federal estabeleça ser necessária autorização legislativa para
a criação de subsidiárias das entidades da administração indireta, o STF já decidiu que basta
a simples menção, na lei que cria ou autoriza a criação da entidade, da autorização para
a criação da subsidiária.
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ATENÇÃO
Caso um município resolva criar uma autarquia e queira, futuramente, criar subsidiárias
dessa entidade, basta que a lei específica que tenha criado a autarquia disponha, em al-
gum de seus artigos, que fica autorizada, desde já, a criação das respectivas subsidiárias.
Evita-se, com isso, a necessidade de nova edição de lei específica com o único propósito
de autorizar a criação das subsidiárias das entidades da administração indireta.
Um cuidado maior deve ser dado no que se refere à participação das entidades da
administração indireta no capital de empresas privadas. Nesse caso, obrigatoriamente
devemos ter a edição de uma autorização legislativa para cada uma das situações.
A parte final do artigo constitucional prevê que lei complementar estabelecerá as áreas
de atuação das fundações. Deve ser ressaltado que as fundações públicas podem ser tanto
de direito público quanto de direito privado. Para ambos os tipos de fundação, a regra da
necessidade de edição de uma lei complementar é aplicada.
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Como consequência, as empresas públicas podem adotar qualquer tipo societário admi-
tido, tal como as de sociedade limitada (LTDA) ou sociedade anônima (S.A.). A depender da
forma utilizada, a entidade deverá registrar seus documentos na junta comercial ou no cartó-
rio de registro de pessoas jurídicas.
As sociedades de economia mista, por outro lado, apenas podem ser constituídas
sob a forma de sociedade anônima (S.A.). Consequentemente, sempre serão registradas
na junta comercial, possuindo caráter mercantil e sendo regidas pelas disposições da Lei n.
6.404/1976.
As empresas públicas possuem todo o seu capital formado por recursos públicos,
que podem ser de apenas um ente público (unipessoal) ou de mais de um ente público (plu-
ripessoal).
Temos um exemplo de empresa pública de caráter unipessoal quando esta é constitu-
ída por meio de recursos de apenas um ente federativo (a União, por exemplo).
Temos um exemplo de empresa pública de caráter pluripessoal quando esta é consti-
tuída por meio de recursos de mais de um ente federativo ou das respectivas entidades da
administração indireta dotadas de personalidade jurídica de direito público (autarquias e fun-
dações públicas).
As sociedades de economia mista, por sua vez, são constituídas obrigatoriamente
com capital formado por recursos públicos e privados (daí a existência da expressão “mista”
de seus nomes). Ressalta-se, no entanto, que a maioria do capital social deverá, necessa-
riamente, ser constituído de recursos públicos, garantindo ao Poder Público, dessa forma, o
controle da sociedade.
Com relação à competência para julgamento das ações, estabelece a Constituição
Federal, em seu artigo 109, I, que as ações judiciais em que as empresas públicas fede-
rais forem interessadas na qualidade de autoras, rés, assistentes ou opoentes (com exceção
às ações de falência, às ações que envolvam acidentes de trabalho e às ações da Justiça
Eleitoral e da Justiça do Trabalho) serão processadas e julgadas por intermédio da Justiça
Federal. Tal regra estabelece o foro privilegiado para julgamento das ações judiciais envol-
vendo empresas públicas federais.
No âmbito das sociedades de economia mista federais, tal regra não prevalece, de
forma que as ações judiciais serão processadas e julgadas por intermédio da Justiça Esta-
dual. Ainda assim, ressalta-se que as ações envolvendo as sociedades de economia mista
poderão ser levadas à análise da Justiça Federal. Para tal, deve ocorrer a intervenção da
União como assistente ou opoente, conforme entendimento do STF, expresso na Súmula 517:
Súmula 517 do STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal,
quando a união intervém como assistente ou opoente.
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Tais regras, salienta-se, estão previstas apenas para as situações em que as entidades
envolvidas sejam da esfera federal. Entretanto, como a criação de entidades da adminis-
tração indireta pode ser feita por todos os entes federativos, as ações judiciais envolvendo
empresas públicas ou sociedades de economia mista estaduais ou municipais serão pro-
cessadas e julgadas pela Justiça Estadual.
Ainda que cada uma das entidades que compõem a administração indireta possua uma
série de peculiaridades, é possível identificar a presença de uma série de características
comuns a todas as entidades (autarquias, empresas públicas, fundações e sociedades de
economia mista). Dessa forma, pode-se afirmar que todas as entidades em questão:
a) Possuem personalidade jurídica, o que as diferencia, por exemplo, dos órgãos
públicos, uma vez que estes apenas correspondem a uma parte da pessoa jurídica que os
criou. A personalidade jurídica das entidades da administração indireta pode ser de direito
público ou de direito privado, o que implica em uma série de diferenças nas características
de cada uma delas.
b) Têm legitimidade ativa para propor uma Ação Civil Pública.
c) Possuem autonomia administrativa e financeira, mas não detêm uma parcela do
poder político, que é característica apenas das entidades políticas (entes federativos).
d) Estão sujeitas, assim como os órgãos públicos, ao controle do Poder Legislativo e
do Tribunal de Contas da União, uma vez que utilizam, para o desempenho de suas ativida-
des, recursos públicos.
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e) Devem realizar concurso público para contratação de pessoal. Assim, ainda que
os agentes das entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado sejam regi-
dos pelas disposições da CLT (sendo considerados empregados públicos), a realização de
concurso público para admissão de pessoal é regra aplicável a toda a administração pública.
f) Seus servidores respondem por atos de improbidade administrativa, estando regi-
dos pelas disposições da Lei n. 8.429/1992.
g) Devem observar a vedação à acumulação de cargos públicos como regra no
âmbito do desempenho das funções estatais, de forma que a acumulação apenas será pos-
sível nas hipóteses previstas no texto da Constituição Federal.
h) Devem observar todos os princípios atribuídos à administração pública pela Cons-
tituição Federal, dentre os quais se destacam os da legalidade, impessoalidade, morali-
dade, publicidade e eficiência.
i) Não estão subordinadas hierarquicamente ao ente federativo que as criou ou auto-
rizou, mas apenas vinculadas à respectiva administração direta, que, por meio da tutela
administrativa, verifica se as entidades estão realizando as atividades para as quais foram
instituídas.
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De acordo com a Constituição Federal, são princípios que devem ser observados pela
Administração Pública Direta e Indireta de todos os entes federativos: a legalidade, a impes-
soalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência.
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Percebe-se, dessa forma, que a impessoalidade pode ser analisada sob três importan-
tes aspectos:
Trata-se de aspecto de fácil compreensão e que está intimamente ligado com a teoria
do órgão, por meio da qual o agente público, no desempenho de suas atividades, não o faz
com base na sua vontade, mas tomando como referência a vontade da administração.
Durante o exercício de seu mandato, o prefeito Impessoal da Silva realizou diversas
reformas, construções e beneficiamentos em diversos pontos da cidade. Em todas as realiza-
ções, colocou uma placa com a seguinte informação: “Obras realizadas pelo prefeito Impes-
soal da Silva”.
c) Moralidade: A primeira informação que temos que saber é que a moral administra-
tiva difere em muitos aspectos da moral comum. Enquanto a moralidade administrativa está
ligada à ideia de boa ou má administração e aos preceitos éticos da probidade, decoro e
boa-fé, a moral comum está baseada unicamente na crença entre o bem e o mal.
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Dessa forma, nota-se que a moral administrativa é um conceito bem mais amplo
que o da moral comum. E justamente por ser um conceito amplo é que surgem as principais
dúvidas pertinentes a este princípio: Seria ele de caráter subjetivo ou objetivo? Em caso
de desrespeito, teríamos anulação ou revogação?
Nos dias atuais, já está pacificado na doutrina que o princípio da moralidade, ainda que
dotado de certo grau de subjetivismo (pois certas situações podem depender do julga-
mento de cada administrador, que terá uma opinião sobre o ato ser ou não contrário à
moralidade), o princípio é de caráter objetivo.
Como decorrência da moralidade, merece ser destacado o teor da Súmula Vinculante
n. 13, popularmente conhecida como súmula antinepotismo, de seguinte teor:
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e) Eficiência: Basicamente, a eficiência pode ser entendida como “fazer mais com
menos”. É, de acordo com essa análise, a obrigatoriedade de os agentes públicos pautarem
suas atuações de acordo com padrões de economicidade.
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7. CONCURSO PÚBLICO
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Da mesma forma, o concurso público deve sempre ser pautado em critérios objetivos
de escolha, ainda que algumas fases do certame, eventualmente, sejam constituídas por
exame de títulos ou por experiência profissional comprovada.
Consequentemente, pode-se afirmar que jamais teremos um concurso público reali-
zado apenas com a fase da análise de títulos, uma vez que tal procedimento colocaria em
risco a objetividade e a lisura da seleção.
O prazo de validade de um concurso público será de, no máximo, 2 anos, de forma
que a administração pode, perfeitamente, realizar concurso público com prazo de validade
inferior ao constitucionalmente previsto.
A prorrogação do prazo de validade do concurso é uma faculdade para a administra-
ção que o realizou. Caso, no entanto, queira prorrogar, deverá ser observado o mesmo prazo
inicialmente previsto para a validade do certame.
Nesse mesmo sentido, durante o prazo inicialmente previsto para a validade do con-
curso, ainda que a administração possa realizar nova seleção, os candidatos aprovados
no primeiro processo deverão ser chamados com prioridade sobre novos aprovados.
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Assim, por exemplo, se estivermos diante de um Magistrado que também exerce as ati-
vidades de professor, o valor de cada uma das verbas recebidas será considerado de forma
isolada para fins de atingimento ou não do limite constitucional. Em outros termos, é possível
afirmar que não são mais somadas as verbas recebidas para fins de verificação do teto
remuneratório.
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Além das hipóteses elencadas pelo mencionado artigo, a Constituição Federal apre-
senta, ainda, três outras situações em que a acumulação é considerada lícita, sendo elas:
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Como regra geral, é vedada a percepção simultânea, por parte do servidor público, de
proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, emprego ou função pública.
No entanto, o texto da Constituição Federal apresenta, em caráter de exceção, três situações
em que poderemos ter o recebimento de valores decorrentes de aposentadoria com a
remuneração pelo exercício da função pública, sendo elas:
a) os cargos acumuláveis;
b) os cargos eletivos;
c) os cargos em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
Caso o servidor público da administração direta, autárquica e fundacional seja eleito para
o desempenho de mandato eletivo, devem ser aplicadas uma série de regras, sendo elas:
a) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função;
b) investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-
do-lhe facultado optar pela sua remuneração. Essa regra também é aplicável, na visão do
STF, ao servidor investido no cargo de Vice-Prefeito.
c) investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo ele-
tivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
d) em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
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ATENÇÃO
Quando a administração celebra um contrato administrativo com um particular com o pro-
pósito de este prestar serviços ao Poder Público, temos interesses distintos:
• Para a administração, o objetivo é o recebimento dos serviços contratados sem a neces-
sidade de utilização de seu quadro funcional;
• Para o particular, o objetivo é auferir lucro com a prestação da atividade.
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Da mesma forma, tem-se que os órgãos que compõem a administração direta não pos-
suem personalidade jurídica, de forma que, em última análise, a celebração do contrato de
gestão entre a administração direta e alguns de seus órgãos é a instrumentalização de um
vínculo em que a administração direta se encontra dos dois lados.
Por isso mesmo, o mais correto seria a menção ao termo “convênio”, que possui como
característica a busca de interesses comuns entre os participantes. Ainda assim, o termo
contrato será utilizado, uma vez que é o adotado pelas bancas organizadoras.
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Como regra geral, é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-
cessão de benefícios em regime próprio de previdência social. No entanto, a Constituição
Federal estabelece situações excepcionais, hipóteses em que os servidores poderão ser
aposentados de acordo com critérios diferenciados de concessão. Basicamente, pode-
mos dividir essas situações excepcionais em três diferentes hipóteses, a saber:
1) servidores professores: Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
para a aposentadoria reduzida em 5 anos, desde que comprovem tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado
em lei complementar do respectivo ente federativo.
Tomando como base a regra geral da idade mínima, é correto afirmar que o servidor
que desempenhe as atividades de professor irá se aposentar, sendo homem, com a idade
mínima de 60 anos. No caso de servidoras professoras, a idade mínima é de 57 anos.
Além da idade, como não poderia ser diferente, os demais requisitos devem ser obser-
vados, sendo eles:
• 25 anos de contribuição;
• Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
• Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.
Logo, devemos identificar as classes de agentes que estão contempladas com essa
possibilidade, sendo elas:
• Agentes Penitenciários;
• Agentes Socioeducativos;
• Policial Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
• Policiais Federais;
• Policiais Rodoviários Federais;
• Policiais Ferroviários Federais;
• Policiais Civis do Distrito Federal.
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Aqui, é importante destacar que as regras diferenciadas não serão aplicadas por cate-
goria profissional ou ocupação, mas por servidor. Assim, por exemplo, se estivermos diante
de um servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos
prejudiciais à saúde, isso, por si só, não implica em afirmar que todos os demais ser-
vidores da categoria terão direito às regras diferenciadas. Em outros termos, apenas
os servidores que efetivamente tenham contato, em suas atividades, com as mencionadas
substâncias químicas farão jus a tal diferenciação.
4) servidores portadores de deficiência: De acordo com o texto da Constituição
Federal, poderão ser estabelecidos, desde que por meio de lei complementar do respec-
tivo ente federativo, idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
Para termos uma visão geral das novas regras de aposentadoria dos servidores públi-
cos, iremos fazer uso do seguinte quadro:
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Categoria Requisitos
Regra Geral (Servidores Públicos Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher;
Federais) Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que for
concedida a aposentadoria.
Professores Idade mínima de 60 anos, se home, e de 57 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria.
Servidores da segurança pública Idade mínima de 55 anos;
Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras.
Servidores que desempenham ati- Idade mínima de 60 anos;
vidades especiais Tempo mínimo de 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício de serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria.
Servidores portadores de deficiência Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.
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De acordo com a Constituição Federal, diversos direitos sociais atribuídos aos tra-
balhadores em geral são estendidos aos servidores públicos. Tal lista comporta, atu-
almente, quatorze direitos, que podem ser mais bem visualizados por meio da divisão a
seguir proposta:
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e) Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
f) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento
e vinte dias;
g) Licença paternidade, nos termos fixados em lei.
4) Por fim, temos um direito bastante específico e tipicamente utilizado nas rela-
ções privadas, motivo pelo qual pode ensejar a dúvida de inúmeros candidatos:
a) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutá-
rios. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições
sem a coação das autoridades superiores, que, se não fosse a estabilidade, poderiam condi-
cionar determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público.
Destaca-se que a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e não do cargo
em que o servidor se encontra investido.
De acordo com as disposições da Constituição Federal, “são estáveis após três anos
de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público”.
Entretanto, deve ser ressaltado que, como condição para a aquisição da estabilidade,
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para tal
finalidade.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não exis-
tem direitos e garantias com essa qualidade. Caso assim o fosse, estaríamos diante de um
sério risco de engessamento do serviço público, com a possibilidade surreal de termos ser-
vidores praticando faltas graves contra a administração sem a possibilidade de demissão.
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a) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele rein-
tegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem,
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade
com remuneração proporcional ao tempo de serviço;
Sempre que o servidor, tendo sido demitido, não concordar com a penalidade aplicada,
poderá ele ajuizar uma ação judicial com o objetivo de invalidar a sentença.
Sendo deferida pelo Poder Judiciário, deverá ele ser reintegrado ao cargo que anterior-
mente ocupava. Caso tal cargo já esteja provido, eventual ocupante da vaga deverá ser, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização; aproveitado em outro
cargo; ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Tendo sido o cargo público extinto, ou então em caso de declarada a sua desneces-
sidade, o servidor, sendo estável, ficará em disponibilidade aguardando um futuro apro-
veitamento.
Durante a disponibilidade, o servidor receberá remuneração proporcional ao tempo
de serviço.
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#VEM
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