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PODER CONSTITUINTE
- Poder constituinte
Histórico
Originário
Revolucionário
Decorrente
Difuso
Revisor
Supranacional
• Para Canotilho, o poder constituinte se revela sempre como uma questão de “poder”, de
“força” ou de “autoridade” política que está em condições de, numa determinada
situação concreta, criar, garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei
fundamental da comunidade política;
• A titularidade do poder constituinte, como aponta a doutrina moderna, pertence ao povo;
• Hiato constitucional (Ivo Dantas): também chamado de revolução, verifica-se quando há
um choque (ou “divórcio”) entre o conteúdo da Constituição política e a realidade social
ou sociedade. O hiato constitucional caracteriza verdadeira lacuna, intervalo, interrupção
de continuidade, entendemos que vários fenômenos poderão ser verificados,
destacando-se:
a) convocação da Assembleia Nacional Constituinte e elaboração de nova Constituição;
b) mutação constitucional;
c) reforma constitucional;
d) hiato autoritário (ex.: AI-5 → textos que buscam suprir o hiato constitucional, mas, por
falta de legitimidade, sucumbem, abrindo espaço para o nefasto e combatido hiato
autoritário;
• Poder constituinte originário (genuíno ou de 1º grau):
- é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem
jurídica precedente;
- O objetivo fundamental é criar um novo Estado;
- O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico/fundacional (seria o
verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado) e
revolucionário (seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a
antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado;
- O PCO é inicial, autônomo, ilimitado juridicamente*, incondicionado, soberano na
tomada de suas decisões, um poder de fato e político, permanente;
* ressalvas: a corrente jusnaturalista diz que o PCO não seria totalmente autônomo na
medida em que haveria uma limitação imposta: ao menos o respeito às normas de direito
natural. Porém o BRASIL adotou a corrente positivista, o PCO é totalmente ilimitado (do
ponto de vista jurídico), apresentando natureza pré-jurídica, ou seja, para o BRASIL e os
positivistas, nem mesmo o direito natural/direito suprapositivo limitaria a atuação do PCO;
* Para J. H. Meirelles Teixeira, esta ausência de vinculação, note-se bem, é apenas de
caráter jurídico-positivo, significando que o PCO não está ligado, em seu exercício, por
normas jurídicas anteriores. Não significa, porém, e nem poderia significar, que o PCO seja
um poder arbitrário, absoluto, que não conheça quaisquer limitações;
- A doutrina ainda fala em PCO formal (ato de criação propriamente dito) e PCO material
(lado substancial);
- Formas de expressão do PCO: outorga ou assembleia nacional constituinte/convenção.
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> além das limitações expressas ou explícitas, a doutrina identifica, também, as
limitações implícitas (ex.: proibição da teoria da dupla revisão);
- PCD decorrente:
> também encontra parâmetro no PCO;
> sua missão é estruturar a Constituição dos Estados-Membros ou, em momento
seguinte, havendo necessidade de adequação e reformulação, modificá-la;
> para Anna Cândida da Cunha Ferraz, o PCD decorrente se divide em 02
modalidades → poder constituinte decorrente inicial (instituidor ou institucionalizador)
e poder constituinte decorrente de revisão estadual (poder decorrente de segundo
grau);
> Uadi Lammêgo Bulos fixa, como limites à manifestação do PCD decorrente, os:
a) princípios constitucionais sensíveis → expressos na Constituição, são
chamados de princípios apontados ou enumerados
b) princípios constitucionais estabelecidos (organizatórios) → segundo Bulos, são
aqueles que limitam, vedam, ou proíbem a ação indiscriminada do Poder
Constituinte Decorrente. Segundo o autor ainda se divide em b.1) limites explícitos
vedatórios/limites explícitos mandatórios, b.2) limites inerentes, e b.3) limites
decorrentes
c) princípios constitucionais extensíveis → são aqueles que integram a estrutura
da federação brasileira
- PCD revisor:
> melhor seria a nomenclatura “competência de revisão”;
> o art. 3º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após 5
anos, contados da promulgação da Constituição → eficácia exaurida e
aplicabilidade esgotada
• Distrito Federal:
- Será regido por lei orgânica que deverá obedecer aos princípios estabelecidos na CF;
- É perfeitamente possível o controle concentrado no âmbito do Tribunal de Justiça do DFT
tendo como paradigma a Lei Orgânica do DF, com a mesma natureza das Constituições
Estaduais regra essa, inclusive, introduzida, de modo expresso, no art. 30 da Lei nº 9.868/99
e, também, na Lei nº 11.697/2008.
• Municípios possuem o poder constituinte derivado decorrente? Não. O ato não sofre
controle de constitucionalidade, mas sim controle de legalidade.
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• Poder constituinte difuso
- Pode ser caracterizado como um poder de fato e que serve de fundamento para os
mecanismos de atuação da mutação constitucional;
- A modificação produzida pelo PC difuso se instrumentaliza de modo informal e
espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e decorre de fatores sociais, políticos e
econômicos;
- Interpretação de suas normas e o desenvolvimento dos costumes constitucionais.
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- O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da
manifestação do PCO têm, por regra geral, retroatividade mínima, ou seja, aplicam-se a
fatos que venham a acontecer após a sua promulgação, referente a negócios passados;
- É possível a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte
originário desde que haja expressa previsão, como é o caso do art. 51 do ADCT da CF/88.
Nesse sentido, doutrina e jurisprudência afirmam que não há direito adquirido contra a
Constituição.
Referência: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2021.