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Administração Pública é o aparelhamento de que dispõe o Estado para a


execução das políticas de Governo. Administração Pública é o meio para
alcançar a finalidade pública.

MEIO Objetibos
ESTADO
Adm Pública Finalidade Pública

Assim, estes conceitos precisam estar bem claros em sua mente para que não faça
confusão na hora de sua prova.

Mais um exemplo para simplificar:

O Governo do estado brasileiro é representado pelo conjunto de poderes e


instituições públicas, estabelecendo linhas-mestras de atuação, visando
sempre conduzir os negócios públicos (aqui se encontra a atividade
discricionária do Estado). A Administração Pública é típica ferramenta para
alcançar os objetivos do Estado, objetivos escolhidos pelo Governo, de forma
que a Adm. Pública é responsável pelo exercício das atividades públicas do
Estado.

O governo atua mediante atos de soberania ou de, pelo menos, autonomia política
na condução dos negócios públicos. A Administração é ativada neutra, normalmente
vinculada à lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente, enquanto a
Administração é hierarquizada.

O Governo deve comandar com responsabilidade constitucional e política, mas sem


responsabilidade técnica e legal pela execução. A Administração age sem

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responsabilidade política, mas com responsabilidade técnica e legal pela execução.

Governo Administração Pública

• é atividade política e discricionária, • é atividade neutra, normalmente


afinal se encarrega de definir os vinculada à lei ou à norma técnica se
objetivos do Estado e definir as encarregando simplesmente de atingir
políticas para o alcance desses os objetivos traçados pelo governo;
objetivos; • não se fala em soberania, nem
• atua mediante atos de soberania; autonomia, mas atua vinculada à lei
• possui autonomia política na ou à norma técnica;
condução dos negócios públicos; • é hierarquizada;
• é independente; • possui responsabilidade técnica e
• possui responsabilidade legal pela execução de suas
constitucional e política. atividades.

Finalizaremos o tópico com o importante conceito trazido pelo professor Hely Lopes
Meireles:

A Administração não pratica atos de governo; prática tão-somente, atos de execução,


os chamados atos administrativos, com poderes de decisão limitados a atribuições de
natureza executiva, conforme definidos em lei.

Conceito de Administração Pública

Antes mesmo de conceituar a Administração Público precisamos diferenciar valores


referentes ao sentido material ou formal.

O sentido material está normalmente relacionado ao conteúdo trazido pela teoria


que busca conceituar a matéria. É compreender o assunto sobre a ótica de essência,
seus valores, seu conteúdo.

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Lembra quando o seu professor dizia na escola qual era a “matéria” que cai na
prova? Pois bem, o que ele queria dizer era sobre o conteúdo que você deveria
estudar, estabelecendo tudo aquilo que realmente importava para sua prova.
Neste sentido, podemos fazer uma analogia para você lembrar: o sentido
material está relacionado ao conteúdo. Lembre-se: sentido material = matéria
= conteúdo.

Por outro lado, o sentido formal nada mais é que a forma segundo a qual as
coisas se apresentam. Os atos da vida pública precisam tomar alguma forma, e
quando analisado o seu sentido formal, você deve buscar imaginar como
determinada coisa se apresenta para o mundo.

De uma forma mais simples: o professor dava o conteúdo da prova (matéria),


mas para saber a forma da prova você precisaria saber se seria uma prova
escrita, de múltipla escolha, prova oral, dentre outras formas as quais a prova
poderia assumir.

Administração Pública em Sentido Material

O sentido material também é chamado de sentido objetivo ou funcional. Neste


sentido a Administração Pública compreende o exercício de atividades pelas quais se
manifesta a função administrativa do Estado.

O que importa aqui é se a atividade que está sendo desempenhada faz parte da
função administrativa do Estado.

Através deste critério compõe a Administração Pública material qualquer pessoa


jurídica, seus órgãos e agentes que exercem as atividades administrativas do Estado.

Para compreender a Administração Pública no sentido material ou objetivo não


importa quem é a pessoa física ou jurídica, mas sim o que a pessoa faz. Em resumo:
se determinada pessoa exerce atividade administrativa ela integra a Administração
Pública.

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Com o decorrer do nosso estudo você identificará todas as atividades administrativas


definidoras daquilo que integra a Administração Pública, dentre elas:
Prestação de serviços públicos, exercício do poder de polícia, o fomento, a intervenção e as
atividades meio da Administração Pública. Essas são as chamadas atividades típicas do
Estado e pelo critério material, qualquer pessoa que exerce alguma dessas atividades é
Administração Pública, não importa quem seja.

Assim, por tal critério, as seguintes pessoas fazem parte da Administração


Pública: União, Estados, Municípios, DF, Autarquias, Fundações Públicas
prestadoras de serviços públicos, Empresa Pública prestadora de serviço
público, Sociedade de Economia Mista prestadora de serviços públicos e
ainda as concessionárias, autorizatárias e permissionárias de serviço
público.

O Brasil adota o critério formal, como veremos abaixo. Portanto, a classificação feita
acima não descreve a Administração Pública brasileira.

Administração Pública em Sentido Formal

Agora que você já sabe o que é o sentido formal, vale lembrar que é a forma como a
Administração Pública se apresenta para a sociedade. Ora, no sentido formal ou
subjetivo ou orgânico, a Administração Pública compreende o conjunto de órgãos e
pessoas jurídicas encarregadas do exercício da função administrativa do Estado.

Neste sentido, a Administração Pública é o conjunto de entidades (pessoas jurídicas,


seus órgãos e agentes) que o nosso ordenamento jurídico identifica como
Administração Pública, pouco importando a sua área de atuação, ou seja, não importa
a atividade exercida pela pessoa física ou jurídica, e sim quem é a formalmente que
desempenha a atividade.

Portando, em linhas gerais, se o ordenamento jurídico (lei em sentido amplo) diz que
determinada pessoa jurídica integra a Administração Pública, esta pessoa integra a
Administração Pública e pronto!

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O sentido formal leva em conta o sujeito que está exercendo a função administrativa.
Outro ponto de bastante atenção é que este sujeito pode ser de qualquer do Poderes
(Executivo, Legislativo ou Judiciário).

Nos termos da Constituição Federal, a federação brasileira é formada por quatro


entidades federadas. Dessa forma, tanto a União, quanto os estados, DF e municípios,
fazem parte da Administração Pública em sentido formal. E deles fazem parte a
administração pública direta e administração pública indireta.

Administração direta é aquela executada diretamente pelo mesmo centro de


poder. Imagine você que o centro de poder é como o cérebro do corpo
humano, que gerencia seus órgãos (mãos, olhos, pernas). Assim, um único
centro de poder comanda todos os órgãos da Administração Pública. Dentre
tais entes (da Adm. direta) estão: União, Estados, DF e Municípios.

Por outro lado, na Administração indireta o centro de poder sai do controle pleno dos
entes federativos, ganham certa autonomia, deixando de pertencer ao mesmo corpo.
É formado por pessoas jurídicas criadas pelo ente político instituidor e por isso
vinculada a eles. Assim, fazem parte da Adm. Indireta: Autarquias, Fundações Públicas,
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Questão 06: No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir.

Do ponto de vista subjetivo, a administração pública integra o Poder Executivo, que


exerce com exclusividade as funções administrativas, em decorrência do princípio da
separação dos poderes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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COMENTÁRIO: em sentido subjetivo, Administração Pública abrange todos os órgãos


e entidades que compõem os três Poderes da República, e não apenas o Poder
Executivo. Ademais, embora o referido Poder exerça, de modo preponderante, a
função administrativa, não é verdade que o faça com exclusividade. Daí o erro da
questão.

Questão 07: Tendo como referência a doutrina jurídica majoritária, julgue o item a
seguir, a respeito de conceitos, princípios e classificações do direito administrativo.

O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria


função administrativa que é exercida pelo Poder Executivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

COMENTÁRIO: no apecto orgânico, também chamado de subjetivo ou formal,


importa saber “quem faz”. Ou seja, por este aspecto a administração pública é
integrada pelos órgaos, entidades e agentes público, e não pela função como escrito
na questão. Já o aspecto objetivo ou funcional leva em conta a função administrativa
trazendo a ideia de atividade. Náo importa “quem” mas “o que faz” - daí a relação
direta o conteudo da atividade administrativa sob seu aspecto material. Portanto,
errada a questão.

5 DIREITO ADMINISTRATIVO
Bom, devo lhe dizer que você, futuro aprovado e futura aprovada, já fez um grande
avanço e passou a compreender os termos que usaremos durante nosso estudo,
dentre tais: Governo, Estado, Administração Pública, os sentidos formal e material,
administração direta e indireta, dentre outros.

Dada esta compreensão preliminar, sinto-me à vontade para apresentar o Direito


Administrativo. Está pronto? Foco no objetivo: sua aprovação no seu concurso
público. Vamos lá!

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5.1 Os Ramos do Direito

No Estudo do Direito encontramos dois grandes ramos: o direito privado e o direito


público.

O direito privado é caracterizado pela regulamentação de interesses privados, onde


em ambos os lados da lide temos particulares em busca de seus interesses. Este
particular pode ser pessoa física ou uma pessoa jurídica.

Portanto, em regra, o direito privado não regula relações entre particulares e o Estado,
importando-se somente com as relações que visam interesses privados.

Eventualmente o Estado pode integrar um dos polos regulados pelo direito privado,
conforme veremos logo adiante.

Importante destacar que direito privado estabelece uma relação jurídica de


igualdade entre as partes. Assim sendo, no direito privado as partes são tratadas com
os mesmos direitos e obrigações, cada qual buscando seus próprios interesses. Esta
relação jurídica de igualdade também é chamada de relação jurídica horizontal.

Um dos princípios reguladores do direito privado é o Princípio da Autonomia da


Vontade humana que determina que os particulares têm liberdade para escolher os
seus objetivos pessoais e, também, definir os meios para alcançar tais objetivos, desde
que esses meios e objetivos não sejam proibidos em lei.

O Princípio da Autonomia da Vontade é o direito pessoal de cada um de fazer tudo


que não é proibido pela lei.

São integrantes do ramo do Direito Privado:

Direito civil.
Direito comercial e empresarial.
Direito industrial.
Direito agrário.

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O direito público é caracterizado pela regulamentação dos interesses públicos e o


seu objetivo é a resolução de conflitos que envolvam tais interesses. Assim, no Direito
Público um dos lados da relação jurídica teremos o Estado, representando dos
interesses da coletividade – interesse público, e do outro lado tem-se o particular
(podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica), representando os seus próprios
interesses, ou mesmo o próprio Estado em ambos os lados da relação jurídica.

No Direito Público o Estado tem um tratamento soberano em relação ao particular,


ou seja, as normas que regulam o Direito Público conferem prerrogativas especiais
ao Estado perante o particular. Esta relação é impeditiva do tratamento igualitário
entre as partes, já que o Estado precisa ser mais valorado por defender o interesse de
todos.

São integrantes dos ramos do Direito Público:

Direito constitucional.
Direito administrativo.
Direito processual.
Direito penal.
Direito financeiro e tributário.

Pode ser cobrado em sua prova que a desigualdade jurídica dos


partícipes é característica marcante do Direito Público, nas relações
contratuais, administrativas e jurídicas entre o Poder Público e
entidades públicas ou privadas. Trata-se da relação jurídica de
desigualdade estabelecida entre os polos.

Portanto, no Direito Público as partes são tratadas com distinção de direitos,


obrigações e responsabilidades. Essa relação jurídica de desigualdade também é
chamada de relação jurídica vertical:

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ESTADO

RELAÇÃO Particular
Particular JURÍDICA

Existe um fundamento basilar que justifica esta relação jurídica vertical entre o Estado
e o particular, é o chamado Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o
particular:

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO → o Estado é o procurador dos interesses


da sociedade, e tal princípio preconiza que os interesses públicos (da
coletividade) se sobrepõem aos interesses privados. Assim, para que os interesses
públicos sejam atingidos é indispensável que o seu representante (o Estado)
tenha prerrogativas especiais.

Trata-se de um princípio, o da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado,


segundo o qual sempre que colocados à balança, o interesse público precisa
estar à frente do interesse particular. Parte da ideia de que se o Estado tivesse
o mesmo tratamento que o particular quando defendesse interesses públicos,
não lograria êxito em atingir a satisfação de seus objetivos.

Questão 08: A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos


administrativos decorre diretamente do princípio da:

a) publicidade.

b) moralidade.

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c) legalidade.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

COMENTÁRIO: Antes mesmo de estudarmos os demais princípios, até aqui você já


sabe concluir que a relação entre o Estado e os particulares caracteriza-se pela
desigualdade como consequência da Supremacia do Interesse Público sobre o
particular. A questão trata das cláusulas exorbitantes que colocam o Estado em
posição superior nos contratos administrativos. Portanto, a resposta é a letra ‘e’.
Estudaremos detalhadamente cada um dos princípios expressos nesta questão nas
próximas aulas, bem como, faremos um aprofundamento no conteúdo da Supremacia
do Interesse Público. Gabarito: letra ‘e’.

Vamos citar um bom exemplo para você, futuro aprovado e futura aprovada,
compreender como age o Estado com base neste princípio. Imaginemos que no
município de Cascavel-PR a Prefeitura pretenda ampliar um hospital, aumentando a
quantidade de leitos e implantando um serviço de emergência que possa suprir a
necessidade local. Para tanto, é necessário adquirir um terreno na mesma quadra e ao
lado do hospital, pois não há outro terreno disponível nas adjacências deste.

Contudo, neste caso hipotético, o proprietário se recusa a vender amigavelmente o


seu imóvel ao município. Dessa forma, evidencia-se o direito que o município tem
para desapropriar o imóvel particular, desde que pague o valor justo ao seu
proprietário. Tais poderes conferidos ao município mostram que a vontade do
particular em não dispor do seu imóvel passa a ser mitigada, flexibilizada, já que o
município, representando a sociedade, tem os poderes necessários para fazer a
desapropriação.

Este tipo de relação seria inimaginável e inconcebível entre particulares, daí o que a
doutrina chama de Supremacia do Interesse Público sobre o Privado.

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Vale lembrar que o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o


particular não é um princípio expresso na Constituição Federal de 1988, trata-
se de princípio implícito no texto constitucional. Vejamos como isto foi
cobrado.

Questão 09: Acerca dos servidores públicos, dos poderes da administração pública e
do regime jurídico-administrativo, julgue o item que se segue.

A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora consista em


um princípio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos
princípios que estão explícitos no referido texto, como o princípio da moralidade e o
princípio da legalidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

COMENTÁRIO: como vimos, a supremacia do interesse público sobre o interesse


particular é princípio implícito no texto constitucional, e, de fato, possui a mesma
força normativa quando comparado aos demais princípios. Gabarito: certo.

Finalmente, ainda sobre a temática Direito Público X Direito Privado, trazemos um


precioso conceito doutrinária:

José dos Santos Carvalho Filho destaca que a classificação do direito em “direito público”
e “direito privado” está, hoje, superada, uma vez que todo ramo do direito possui, de
algum modo, normas de ambos os campos, ora com predomínio de regras de direito

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público, ora com predomínio de normas de direito privado. Afirma o autor que o “Direito
Administrativo se insere no ramo do Direito Público, guardando maior intimidade com
o Direito Constitucional, mas também está relacionado com outros ramos”. O autor
destaca as relações do Direito Administrativo com o Direito Processual, Penal, Tributário,
do Trabalho, Civil e Comercial (ou Empresarial).

Questão 10: O direito administrativo é:

a) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.

b) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui


interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.

c) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.

d) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios.

e) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações


jurídicas entre agentes públicos e órgãos do Estado.

COMENTÁRIO: Não podemos dizer que o Direito Administrativo é um conceito


“estanque” (ingessado) pois está em constante mudança, seja por mudança de leis, da
doutrina ou mesmo da nossa jurisprudência. Logo, o conceito de DA é mutável, o que
torna a alternativa ‘a’ errada.

A alternativa ‘b’ é exatamente o conceito que aprendemos conforme doutrina mais


moderna de José dos Santos Carvalho Filho em que D.A. se insere no ramo do Direito
Público, guardando maior intimidade com o Direito Constitucional, mas também está
relacionado com outros ramos: Direito Processual, Penal, Tributário, do Trabalho, Civil
e Comercial (ou Empresarial). Assim, a alternativa está correta.

Já a alternativa ‘c’ erra ao dizer que o Direito Administrativa seria seria “subordinado”
ao Direito Público, não se trata de subordinação, mas sim de pertencimento (faz parte
dele). Alternativa errada.

A alternativa ‘d’ está errada pois o Direito Administrativo está inserido conjuntamente
às demais regras e princípios de outros ramos do Direito.

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Finalmente, a alternativa ‘e’ erra ao dizer que o Direito Administrativo regula apenas
relações internas entre os agentes e os órgãos estatais, ao contrário, regula também
as relações que os particulares pactuam com o Estado, como ocorre no exercício do
poderes da administração.

SE LIGUE!

Conforme apresentado na introdução, este curso de Direito


Administrativo é baseado em questões de concursos públicos.
Dito isto, alguns conceitos que aparecem nas questões iniciais,
dada a sua complexidade, podem parecer ainda muito
distantes para você que inicia o estudo em Direito
Administrativo. Não se assuste! No decorrer das aulas vamos
tratar detalhadamente todos os pontos e com o devido
aprofundamento.

5.2 Conceito de Direito Administrativo

Como vimos, o Direito Administrativo é ramo do direito público dada sua atuação
em reger as funções do Estado, buscando satisfazer o interesse público no
desempenho da função administrativa.

Assim, o Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que


regem órgãos, agentes e atividades públicas que tendem a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Maria Sylvia Di Pietro define o Direito Administrativo como:

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"O ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de
natureza política".

Para que se pudesse alcançar um conceito apurado do que seria o Direito


Administrativo, a doutrina precisou “interpretar” a matéria de acordo com algumas
definições tradicionais. Tais definições levaram ao que se chama de critérios
definidores do Direito Administrativo. Vamos compreender um a um.

Questão 11: Acerca do regime jurídico-administrativo e do controle da administração


pública, julgue o próximo item.

A administração possui prerrogativas não extensíveis às relações privadas, mas sua


liberdade de ação encontra-se sujeita a maiores restrições se comparada à dos atos
praticados por particulares em suas relações.

( ) CERTO ( ) ERRADO

COMENTÁRIO: Com vimos a Supremacia do Interesse Público sobre o privado é de


onde decorrem as prerrogativas conferidas à Administração Pública, de forma que o
Estado possa alcançar os fins expressos na Constituição e nas leis em geral. São,
essencialmente, os poderes administrativos, como, por exemplo, o poder de polícia e
o poder disciplinar. Tais prerrogativas não são extensíveis às relaçoes privadas.

Por outro lado, já quanto a liberdade de ação, a Administração só pode fazer aquilo
que Lei expressamente autoriza, já ao particular cabe fazer tudo o que a Lei não proíbe.
Portanto, correta é a assertiva.

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Questão 12: Considerando os conceitos da administração pública, o direito


administrativo brasileiro e o regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item.

O direito administrativo e os ramos do direito privado podem apresentar soluções


diversas para situações aparentemente semelhantes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

COMENTÁRIO: Perfeito o entendimento da questão e um bom exemplo para nosso


estudo. O Direito Administrativo é regulado pela desiguladade na relação entre as
partes, desde que de um lado esteja o Estado. No que tange ao Direito Administrativo
(Direito Público) a solução para um determinado fato será sempre visando a satisfação
do interesse público. Já para o direito privado para o mesmo fato anterior a solução
do problema em geral, tem como objetivo a satisfação do interesse privado. Dada esta
desiguladade a questão está correta.

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6 Resumo da aula
6.1 Elementos Mínimos que Constituem a Sociedade: Noção de Estado e
Elementos Compositores

O Estado é composto por três elementos:


✓ Um território delimitado – terra, ar e água.
✓ Um povo que vive neste território.
✓ Um governo soberano e reconhecido, que representa politicamente o povo.

•Território
ESTADO •Governo
•Povo

Figura 1 – Composição do Estado.


Fonte: Núcleo Editorial Focus.

POVO
identidade, cultura e costumes

POPULAÇÃO
número de pessoas em um determinado espaço e tempo.

GOVERNO
pessoa ou grupo de pessoas escolhidas internamente para comandar as políticas públicas

GOVERNABILIDADE
arcabouço jurídico que dá autoridade ao governante

GOVERNANÇA
capacidade política de implementar medidas e atender às demandas do povo

Lembre-se ainda que NAÇÃO NÃO PODE ser equiparada ao ESTADO.

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Quando o assunto sai da esfera política, deixamos a noção de governo e adentramos


na noção de administração pública e do direito administrativo, cujo objetivo é de
NORMATIZAR AS RELAÇÕES
✓ Entre Estados.
✓ Entre as pessoas – PF e PJ – e o Estado.

6.2 Os Dois Sentidos da Administração Pública

Quando falamos sobre a administração pública, existem dois sentidos para classificá-
la. Vamos compreendê-los em seguida.

6.3 Conceito Objetivo

Também chamado de material ou funcional, é baseado na noção de O QUE É a


administração pública, ou seja: quais são as suas atividades e funções. Neste sentido,
podem configurar na administração pública

• De forma TÍPICA
✓ O poder executivo.

• De forma ATÍPICA
✓ O poder judiciário.
✓ O poder legislativo.

SOMENTE o poder executivo pode exercer de forma típica as funções de administrar,


sendo elas
✓ Fomento.
✓ Serviço público.
✓ Intervenção econômica.
✓ Poder de polícia.

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6.4 Conceito Subjetivo

Também chamado de formal ou orgânico, é baseado na noção de QUEM É a


administração pública, ou seja: quem desempenha as suas atividades e funções. Neste
sentido, podem configurar na administração pública os ÓRGÃOS e AGENTES,
cabendo SOMENTE o poder executivo.

6.5 Entendendo o Direito Administrativo

O direito administrativo vem com o objetivo de normatizar as relações entre Estados


e entre as pessoas – PF e PJ – e o Estado, surgindo como um ramo do direito público,
NÃO CODIFICADO, uma vez que não possui um código, e independente.

6.6 O Objeto do Direito Administrativo

O direito administrativo tem o objeto de AFIRMAR AS RELAÇÕES entre os Estados –


órgãos e entidades – e entre as pessoas – PJ e PF – e o próprio Estado, sendo ainda
responsável pelo regime jurídico administrativo, ou seja: as normas administrativas,
seus princípios e regras.

RESUMINDO: DIREITO ADMINISTRATIVO

✓ Um ramo do direito público


✓ Não codificado
✓ Autônomo e independente
✓ Possui como fontes
• Originárias: leis e súmulas vinculantes
• Secundárias: doutrinas e costumes
✓ Tem como objeto normatizar as relações entre
• Estado e pessoas
• Estados e Estados
✓ Responsável por manter e aperfeiçoar o regime jurídico administrativo
• Normas administrativas: princípios e regras

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Como dito anteriormente, nas questões a seguir não se preocupe se algum conceito
ainda é confuso. Faça as revisões e tente entender cada detalhe que vimos durante a
aula. Empenhe-se para gabaritar as próximas questões e não se preocupe em
responder eventual matéria não estudada. Vamos treinar!!

Dito isto, vamos às questões extras!

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