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DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceito e Objetivo do Direito Administrativo


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CONCEITO E OBJETIVO DO DIREITO ADMINISTRATIVO

O Direito Administrativo está presente em provas de concurso público devido à importân-


cia que tem no dia a dia, pois aborda questões a respeito de situações corriqueiras, como
situação funcional, multas de trânsito, INSS, dentre outros assuntos comuns a todo e qual-
quer indivíduo.
Quando se fala de qualquer ciência, é preciso entender primeiramente o objetivo dela,
para que serve. Dessa maneira, aqui serão abordados alguns conceitos do Direito Admi-
nistrativo.
De acordo com Hely Lopes Meirelles:

Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os


agentes e as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente, os fins
desejados pelo Estado. (Hely Lopes Meirelles)

Aqui vale a observação de que Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princí-


pios jurídicos que regem os órgãos públicos, e, quando se fala em “órgãos”, deve-se pensar
em sentido amplo, englobando as entidades que fazem parte da Administração Indireta.
Para o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é um conjunto harmô-
nico de princípios jurídicos, um conjunto de princípios e regras que regem os órgãos – em
sentido lato – sem esquecer das entidades que integram a Administração Pública Indireta,
as autarquias, fundações e empresas públicas, sociedades de economia mista e as ativida-
des administrativas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados
pelo Estado.

ATENÇÃO
Para fins de prova de concurso, é importante lembrar qual é o objeto de estudo do Direito
Administrativo. No Direito Administrativo, estuda-se os órgãos e as entidades, bem como
os agentes públicos e as atividades administrativas praticadas pelo Estado, abordando
também a prática de serviço público, polícia administrativa, fomento e intervenção.

É importante ainda salientar que o Direito Administrativo, por vezes, perpassa o meio em
5m
que é desenvolvido e pode estar presente em outros ramos do direito, trabalhado por outros
ANOTAÇÕES

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poderes, tratando-se de atos atípicos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciá-
rio, tomando como exemplo a ação do Poder Judiciário quanto à contratação de servidor ou
quando o Poder Legislativo faz licitação para contratar.
Já na visão da professora Di Pietro, tem-se por conceito:

O ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administra-
tivas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os
bens e meios de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. (Di Pietro)

Lembrando que, quando se fala em Direito Público, deve-se lembrar das prerrogativas da
Administração Pública em relação ao particular, que é uma relação vertical. Percebe-se que
as normas de Direito Público geram um certo privilégio para a Administração Pública.
Quanto ao objeto de estudo, vale lembrar que são:
• órgãos públicos;
• agentes públicos;
• pessoas jurídicas administrativas – temos como exemplos de pessoas jurídicas admi-
nistrativas: a autarquia (INSS, IBAMA), fundação pública (CESPE), empresa pública
(CEF) e sociedade de economia mista (BANCO DO BRASIL, PETROBRAS).

Quanto à atividade jurídica:


• Atividade Jurídica Contenciosa: gera coisa julgada. São as atividades realizadas pelo
Poder Judiciário. São matérias as quais não cabem mais recursos, o último dizer
do direito.
• Atividade Jurídica não Contenciosa: não é definitiva, é uma atividade que não gera
coisa julgada, não é definitiva, porque o interessado pode recorrer a outros poderes,
como, por exemplo, a decisão de um recurso de multa, o processo administrativo dis-
ciplinar, entre outros.

Trata-se de um julgamento meramente administrativo, cabendo recurso.


10m
Ainda a respeito dos conceitos, segue o apresentado por Marçal Justen Filho:

É o conjunto das normas jurídicas que disciplinam a função administrativa do Estado e a organiza-
ção e o funcionamento dos sujeitos e órgãos encarregados de seu desempenho. (Marçal Justen
Filho)

Vale lembrar que, quando se fala em normas, pode-se também entender princípios.
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Para finalizar, o objeto de estudo do Direito Administrativo é um conjunto de normas e


princípios que regem os agentes públicos, os órgãos e as entidades, além das atividades
administrativas praticadas pelo Estado.

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

• A natureza de Direito Público;


• O complexo de princípios e normas: existem vários princípios e normas que regula-
mentam o Direito Administrativo; por exemplo, aqueles princípios expressos na Consti-
tuição Federal, no artigo 37, que tratam do princípio da legalidade, princípio da impes-
soalidade, princípio da publicidade, da moralidade e da eficiência. São princípios que
regem toda atividade administrativa e também regem um conjunto de normas.

São várias as leis que regulamentam a matéria do Direito Administrativo, tomando-se


como exemplo, no âmbito Federal, a Lei n. 8112/1990 – Estatuto dos Servidores Públicos
Federais, também a Lei n. 9784/1991, Lei de Processo Administrativo Federal, ou então a Lei
do Serviço Público (Lei n. 8987/1995). Essas leis são de extrema importância, pois o Direito
Administrativo não é codificado, ou seja, não há um código específico, mas sim um apanhado
de leis esparsas que formam um conjunto de normas, um conjunto de leis, doutrinas e juris-
prudências.
15m

• A função administrativa: órgãos, agentes e pessoas da Administração (entidades).

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) Conceitualmente, é correto considerar que o
Direito Administrativo abarca um conjunto de normas jurídicas de Direito Público que dis-
ciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais
da coletividade.

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO

O regime jurídico-administrativo representa um conjunto de princípios que colocam a


Administração Pública em uma posição de supremacia, em posição privilegiada. No Direito
Civil, na relação entre os particulares, não há qualquer tipo de hierarquia – a atividade é hori-
zontal. Se um indivíduo compra um carro, está em igualdade em relação ao outro indivíduo.
Já quando o Estado faz uma contratação ou quando o Estado compra alguns veículos, nessa

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relação contratual – como é regida pelo Direito Público –, o Estado vai ter certa supremacia
em relação àquele particular que assinou o contrato administrativo. Dessa forma, o regime
jurídico representa um conjunto de normas, um conjunto de princípios que colocam a Admi-
nistração Pública numa posição de supremacia.
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, muito importante para o Direito Administra-
tivo, discorre sobre os Princípios Pedras de Toque, que são os princípios quiçá mais impor-
tantes que formam este regime jurídico administrativo. Para o autor, todos os demais princí-
pios decorrem destes.
Para o autor, estes são considerados super ou supraprincípios.
São princípios Pedras de Toque:
• Princípio da Supremacia do Interesse Público: são prerrogativas, direitos da Admi-
nistração Pública. O administrador, quando for julgar ou decidir, deverá sempre aten-
der ao interesse público, sem atender a interesses pessoais ou então beneficiar ou
prejudicar alguém de maneira indevida.
O Princípio da Supremacia gera direitos à Administração Pública, como, por exemplo,
a possibilidade de interditar estabelecimento comercial, aplicar uma multa, derrubar
uma obra que está sendo construída de maneira irregular, entre outros.
• Princípio da indisponibilidade do interesse público: representa sujeições, obriga-
ções ou mesmo restrições para Administração Pública.
20m

A coisa pública não está disponível, o agente público não pode dispor de direitos da cole-
tividade nem de bens. O recurso público não é particular, sendo indisponível na supremacia
das prerrogativas.
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público trata de sujeições, obrigações, res-
trições para Administração Pública. Tomando o exemplo de quando Administração Pública
for contratar pessoal, havendo sempre a necessidade de concurso público: o administrador
fica sujeito à realização de concurso para contratar uma obra, um objeto, um serviço, tendo
que licitar sempre.
Também a fiscalização do Tribunal de Contas representa uma sujeição da Administra-
ção Pública.
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DIRETO DO CONCURSO
2. (IBFC/EMDEC/ADVOGADO/2019) Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2018), “a ex-
pressão regime jurídico administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto
de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administra-
ção Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico administrativa.” Sobre
o assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecu-

ção de seus fins, são outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem asse-
gurar a supremacia do interesse público sobre o particular.
( ) São exemplos de restrições aplicáveis à Administração Pública a imunidade tribu-

tária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução,


presunção de veracidade de seus atos.
( ) São exemplos de prerrogativas ou privilégios da Administração Pública a autoexe-

cutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços,


o de ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o de aplicar
sanções administrativas.
25m

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


a. V, V, V
b. V, F, V
c. F, F, V
d. F, V, F

COMENTÁRIO
A primeira afirmativa trata sobre a supremacia do interesse público sobre o particular, em
que a Administração Pública tem essa prerrogativa.
A segunda afirmativa versa sobre restrições, o que remete ao Princípio da Indisponibilidade
do interesse público.
Não são exemplos de restrições aplicáveis à Administração Pública a imunidade tributária,
pois isso se trata de um privilégio, o que representa o princípio da supremacia da
Administração Pública. Também é tratado na afirmativa que haverá prazo processual em
dobro para o Estado e a Fazenda Pública, quando estas praticarem ato processual. Será
sempre prazo em dobro para recorrer e prazo em dobro para contestar.
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Na última afirmativa, fala-se de autoexecutoriedade, que é colocar em prática os próprios


atos, sem pedir autorização para o poder judiciário.
A autotutela é a possibilidade de anular, revogar um ato administrativo, o poder de expropriar.
Toma-se como, por exemplo, o ato da Administração Pública fazer uma desapropriação.
Trata-se de privilégio e tem como base o princípio da supremacia de requisitar bens e
serviços, de ocupar temporariamente o imóvel alheio, por exemplo, se um prédio corre o
risco de desabamento, a Administração Pública utiliza-se do lote ao lado para fazer uma
escora. Essa também é uma forma de prerrogativa da administração utilizar o bem privado.
É preciso sempre lembrar das prerrogativas da Administração Pública e das sujeições. A
Administração fica sujeita à lei, fica sujeita aos princípios, à fiscalização do Tribunal de
Contas, à realização de concurso, de procedimento licitatório. São várias as obrigações e
também vários privilégios.

30m
3. (QUADRIX/CRO-AM/ADMINISTRADOR/2019) É inaceitável que o Estado possua poderes
administrativos como prerrogativas de direito público, sendo correto que as prerrogativas
do Estado sejam de direito privado para que não ocorra desigualdade entre os cidadãos
e o Poder Estatal.

COMENTÁRIO
O Estado pode possuir poderes administrativos como prerrogativas de Direito Público.
As prerrogativas do Estado são baseadas no Direito Público e não no Direito Privado.
Além disso, não pode haver igualdade no Direito Público, pois, para a Administração
desempenhar suas funções, há de ter essas desigualdades. Se a Administração fosse
igual ao particular, não seria possível vários trabalhos, como, por exemplo, interditar um
estabelecimento por falta de higiene. O Estado deve ficar na posição de supremacia.

4. (CESPE/MPE-PI/ANALISTA/2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de


assegurada a supremacia do interesse público sobre o privado, à Administração Pública
é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
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COMENTÁRIO
Aqui se fala do princípio trabalhado anteriormente, porém a norma versa que a Administração
tem um privilégio, um direito que não é concedido ao particular. Trata-se de um direito
público, que justamente concede direitos a mais ao Poder Público, à Administração. Se
não houvesse esses privilégios, não haveria como a Administração defender o interesse
público.

5. (COMPERVE/TJ-RN/JUIZ/2018) Celso Antônio Bandeira de Mello, em artigo científico da-


tado da década de 60, discorre sobre a supremacia do interesse público sobre o privado
e sobre a indisponibilidade do interesse público de modo a denominá-las como Pedras
de Toque do Direito Administrativo. Extremamente relevantes para a sistematicidade e a
unidade do direito administrativo brasileiro, as Pedras de Toque em questão:
a. São hoje alvos de inúmeras críticas e já têm sido substituídas, no dia a dia, pela aplica-
ção da proporcionalidade, de modo que perderam o seu protagonismo prático, apenas
mantendo importância no universo teórico.
b. Estão previstas expressamente no texto constitucional de 1988 e servem de matriz
para o nascimento de inúmeros outros princípios do direito administrativo.
c. Não são hoje alvos de críticas e dão base para o surgimento de inúmeros outros prin-
cípios do direito administrativo.
d. Não estão previstas expressamente no texto constitucional de 1988 e são percebidas
como bases fundantes de inúmeros dispositivos constitucionais, a exemplo dos que
tratam do tema da desapropriação.

COMENTÁRIO
A alternativa A apresenta os princípios de Pedra de toque, que são respeitados até hoje.
Não há um princípio mais importante que outro, porém fundamentam, dão origem aos
demais princípios, sendo considerados super ou supra princípios.
35m
Na alternativa B, os princípios expressos na Constituição Federal são os seguintes:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. São eles que constam
no artigo 37.
Já a alternativa C apresenta uma assertiva, pois é exatamente o que se tem sobre os
princípios de Pedras de Toque, porém, ainda são alvos de críticas.
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Os Princípios de Pedras de Toque não estão previstos expressamente no texto constitucional


de 1988 e são percebidos como base fundamental de dispositivos constitucionais, a
exemplo dos que tratam do tema da desapropriação. A desapropriação é uma atividade
vertical.

6. (FAPEMS/PC-MS/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) De acordo com o texto a seguir, o direi-


to público tem como objetivo primordial o atendimento ao bem-estar coletivo.
[...] em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o
interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-
-estar coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se
desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos
séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do
Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do individualis-
mo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público e que vincula
a Administração em todas as suas decisões [...].
Dl PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2017, p. 96.
40m

Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são:


a. A supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a impessoalidade do
interesse público.
b. A supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do
interesse público.
c. A indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade.
d. A supremacia da ordem pública e o princípio da legalidade.
e. A supremacia do interesse público e o interesse privado e o princípio da legalidade.

COMENTÁRIO
Esta questão tem um texto introdutório extenso, o que não significa que se trata de uma
questão difícil, pois quem planeja questão quer valorizar o trabalho e, por vezes, cansar o
candidato.
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7. (VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR/2019) O interesse público pode ser


classificado em primário e secundário, sendo correto afirmar que:
a. O interesse público secundário pode ser compreendido como o interesse da coletivi-
dade.
b. Quando a Administração invocar o interesse público primário, este tem que ter como
finalidade atingir o interesse público secundário, ou seja, aquele sempre deve ser ins-
trumental para atingir este.
c. O interesse público primário decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa
jurídica que pode ter interesses próprios, particulares.
d. O interesse público primário tem cunho patrimonial.
e. O interesse público primário é o verdadeiro interesse a que se destina a Administração
Pública, pois este alcança o interesse da coletividade e possui supremacia sobre o
particular.

COMENTÁRIO
A questão fala do interesse público, que este pode ser classificado em primário e secundário.
Há uma distinção que deve ser feita. O princípio da supremacia do interesse público é
classificado como interesse primário e interesse secundário.
O interesse primário representa as necessidades da sociedade, e o interesse secundário
é a vontade da Administração como pessoa jurídica. Aqui devemos lembrar de "interesse
patrimonial do Estado", ou seja, um benefício para o Estado.
Há o princípio da supremacia do interesse público: parte da doutrina trata do interesse
primário do Estado e o interesse secundário. Há de considerar-se que o interesse primário
se sobrepõe ao secundário, pois são mais importantes as necessidades da coletividade.
Quando o Estado pratica uma ação para proteger a coletividade, pratica-se o interesse
primário, porém, por vezes, o Estado pratica atos para proteger o seu próprio interesse,
sendo aí um interesse secundário, pois há o interesse do Estado como uma máquina
estatal, como uma pessoa jurídica.
45m

8. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Acerca do direito adminis-


trativo, julgue o item que se segue:
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A possibilidade de realização de obras para a passagem de cabos de energia elétrica


sobre uma propriedade privada, a fim de beneficiar determinado bairro, expressa a con-
cepção do regime jurídico-administrativo, o qual dá prerrogativas à administração para
agir em prol da coletividade, ainda que contra os direitos individuais.

COMENTÁRIO
Aqui se fala da supremacia da Administração, pois a servidão é obrigatória, e o particular
tem que aceitar para atender à coletividade. Trata-se do interesse primário, pois, pelas
prerrogativas, a Administração pode agir em prol da coletividade, ainda que contra os
direitos individuais.

GABARITO
1. C
2. b
3. E
4. E
5. d
6. b
7. e
8. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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Administração Pública
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O assunto tratado nesta aula vale para todos os entes políticos.


Diferença entre entidade política e entidade administrativa:
• Entidades políticas: União, Estados, DF e Municípios.
– Possuem autonomias administrativa, financeira e política (criar leis); e
– Administração direta.
5m
• Entidades administrativas: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e socie-
dades de economia mista.
– Autonomias administrativa e financeira (política não é possível!); e
– Administração indireta.

Exemplo:
União
(funciona da mesma forma para os Estados, DF e Municípios)
União – pessoa de Direito Público abstrata.
A União se concretiza através da sua Administração Pública.
Possui 2 funções: administrativa e política.
• Função administrativa (50%) – execução das metas públicas; e
• Função política (50%) – atos de governo/planejamento das políticas públicas.
10m
Administração pública – entender os dois sentidos: subjetivo e objetivo.
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Administração Pública
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• Subjetivo (formal ou orgânico): Sujeitos que compõem a Administração Pública:


órgãos, pessoas jurídicas (entidades administrativas) e agentes públicos.
15m
• Objetivo (material ou funcional): atividades administrativas: serviço público, polícia
administrativa, fomento e intervenções.

SENTIDO SUBJETIVO
20m

Decreto-Lei n. 200/1967: Divide a Administração Pública em Direta e Indireta.


Adm. Direta = órgão descOncentração
Adm. Indireta = entidade descEntralização
Decentralizar = distribuir competências de uma pessoa para outra pessoa jurídica. Pode
acontecer de duas formas:
• Por outorga/serviço/técnica:
O Estado cria entidade e transfere a titularidade do serviço.
Exemplos: INSS, Correios, Banco Central.
25m

Por delegação/por colaboração:



O Estado transfere a execução do serviço para particular que pode ser concessionária,
pensionária e autorizatária.
Há também a descentralização geográfica/territorial: criação de territórios.
30m
Centralizada = atividade prestada pela própria pessoa jurídica.
Serviço de saúde pública, serviço das escolas públicas.

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
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Administração Pública II
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA II

O Decreto-Lei n. 200/1967 enumera os sujeitos que compõem a Administração


Pública, a saber:

Art. 4º A Administração Federal compreende:


I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios.
II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista;
d) Fundações públicas. (Incluído pela Lei n. 7.596, de 1987)

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/2020/AL-AP/ASSISTENTE LEGISLATIVO) A amplitude da Administração pública
considera dois grupos de instituições, que são classificados em Administração direta e
indireta. Considera-se Administração Direta,
a. as Fundações públicas.
b. as Autarquias.
c. as Empresas públicas.
d. as Sociedades de Economia mista.
e. a Casa Civil.

2. (QUADRIX/2020/CRMV-AM/ADMINISTRAÇÃO) A respeito da administração pública di-


reta e indireta do Estado Brasileiro, julgue o item.
A administração indireta é composta por entidades que possuem capacidade administra-
tiva, política e legislativa.
5m

3. (FGV/2018/AL-RO/ASSISTENTE LEGISLATIVO) Assinale a opção que indica a modali-


dade de administração do Estado em que há transferência de serviços e competências
para outras pessoas jurídicas.
a. Concentrada.
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Administração Pública II
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b. Desconcentrada.
c. Particularizada.
d. Descentralizada
e. Funcionalizada.

A Administração Pública é estudada sob dois sentidos:


a) Sentido formal, subjetivo ou orgânico – órgãos públicos, pessoa jurídica (entidade) e
agentes públicos; e
b) Sentido material, objetivo ou funcional: atividade administrativa.
Conceito de cada atividade desempenhada pela administração:
• Fomento: “abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utili-
dade pública”.
10m
• Polícia administrativa: exercida para impor limitações aos direitos individuais em
benefícios da coletividade.
• Serviço público: “é toda atividade que a Administração Pública executa, diretamente
ou indiretamente, para satisfazer a necessidade coletiva, sob regime jurídico predomi-
nantemente público”.
• Intervenções: compreende a regulamentação e fiscalização da atividade econômica
de natureza privada (intervenção indireta) como, por exemplo: as atividades desempe-
nhadas pelas agências reguladoras. Outra modalidade de intervenção ocorre quando
o Estado realiza uma desapropriação ou mesmo o tombamento – intervenção na pro-
priedade privada.

Administração Pública
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DIRETO DO CONCURSO
4. (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR) O exercício do po-
der de polícia reflete o sentido objetivo da administração pública, o qual se refere à pró-
pria atividade administrativa exercida pelo Estado.
15m

5. (CESPE 2020/MPC-CE/TÉCNICO MINISTERIAL) A administração pública indireta é


composta por órgãos e agentes públicos que, no âmbito federal, constituem serviços in-
tegrados na estrutura administrativa da presidência da República e dos ministérios.

COMENTÁRIO
Existem órgãos na administração indireta. É possível que a desconcentração aconteça
em entidades políticas e entidades administrativas.

6. (CESPE/2016/TCE-PA/ANALISTA) Com relação à organização administrativa e às licita-


ções, julgue o próximo item.
Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas
constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com
competências específicas, notadamente em função da matéria. Essa distribuição de atri-
buições denomina-se descentralização administrativa.
20m

Centralização – o estado atua diretamente por meio de seus órgãos. Educação,


saúde, PF, PRF.
Concentração – a pessoa jurídica extingue órgãos, reunindo em número menor de uni-
dades, as respectivas competências.
Descentralização – distribuição de competências de uma pessoa jurídica para outra
pessoa jurídica. Não há subordinação. Vinculação administrativa.
25m
Desconcentração – técnica administrativa de distribuição de competências dentro da
mesma pessoa jurídica. Há subordinação.
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DIRETO DO CONCURSO
7. (CESPE/2018/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA) No que se refere aos institutos da cen-
tralização, da descentralização e da desconcentração, julgue o item a seguir.
A diferença preponderante entre os institutos da descentralização e da desconcentra-
ção é que, no primeiro, há a ruptura do vínculo hierárquico e, no segundo, esse vínculo
permanece.

8. (CESPE/2018/CGM DE JOÃO PESSOA/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Acerca


da organização da administração direta e indireta, centralizada e descentralizada, julgue
o item a seguir.
Define-se desconcentração como o fenômeno administrativo que consiste na distribuição
de competências de determinada pessoa jurídica da administração direta para outra pes-
soa jurídica, seja ela pública ou privada.

COMENTÁRIO
Na descentralização, haverá duas pessoas jurídicas; e na desconcentração, somente uma.

9. (CESPE 2018/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA) No que se refere aos institutos da cen-


tralização, da descentralização e da desconcentração, julgue o item a seguir.
A centralização consiste na execução de tarefas administrativas pelo próprio Estado, por
meio de órgãos internos e integrantes da administração pública direta.

10. (NC-UFPR/2019/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTRO) O Es-


tado pode transferir o exercício de certas atividades que lhe são próprias por meio da
descentralização administrativa. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
30m
a. A descentralização é um instrumento vedado para Estados e Municípios, considerando
que sua previsão legal é apenas para a União.
b. A transferência de atividades por meio da descentralização implica a criação de um
ente com personalidade jurídica.
c. A descentralização destina-se à criação de empresas estatais.
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Administração Pública II
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d. A descentralização pode ser denominada de desconcentração.


e. A descentralização implica a delegação de serviços públicos no interior das próprias
entidades administrativas.

11. (IBFC/2020/TER-PA/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa que apre-


senta corretamente um conceito de Desconcentração Administrativa.
a. Distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica
b. Distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências den-
tro da mesma pessoa jurídica
c. Distribuição de competências de uma pessoa jurídica integrante da Administração Pú-
blica para uma pessoa física
d. Distribuição de competências de uma pessoa física integrante da Administração Públi-
ca para uma pessoa jurídica

12. (CESPE 2019/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Um ente, ao ter sido des-


centralizado, passou a deter a titularidade de uma atividade e a executá-la de forma in-
dependente do ente que lhe deu origem, podendo até se opor a interferências indevidas.
Nesse caso, o ente passou por uma descentralização
a. territorial.
b. geográfica.
c. por serviços.
d. política.
e. por colaboração.
35m
GABARITO
1. e
2. E
3. d
4. C
5. E
6. E
7. C
8. E
9. C
10. b
11. b
12. C
�E
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Administração Pública III
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA III

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

“Os órgãos do Estado são o próprio Estado compartimentado em centros de competên-


cia, destinados ao melhor desempenho das funções estatais”. (Carvalho Filho)
O art. 1º, §2º, inc. I, da Lei n. 9.784/1999, conceitua órgão nos seguintes termos: “a uni-
dade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Adminis-
tração indireta”.
Desconcentração pode acontecer na Administração direta e na Administração indireta.
5m
Teoria do órgão ou teoria da imputação (Otto Gierke): segundo a teoria do órgão, as pes-
soas jurídicas expressam suas vontades através de seus órgãos que, por sua vez, são titula-
rizadas pelos agentes públicos (princípio da impessoalidade).

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2015/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com a teo-
ria da imputação, atualmente adotada no ordenamento jurídico brasileiro, a manifestação
de vontade de pessoa jurídica dá-se por meio dos órgãos públicos, ou seja, conforme
essa teoria, quando o agente do órgão manifesta sua vontade, a atuação é atribuída ao
Estado.

2. (CESPE/2015/TELEBRAS/ANALISTA) A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provi-


mentos administrativos praticados por determinado agente são imputados ao órgão por
ele integrado, é reflexo importante do princípio da impessoalidade.

3. (CESPE/2018/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Um servidor público federal que, no exercí-


cio de sua função, causar dano a terceiro poderá ser demandado diretamente pela vítima
em ação indenizatória.
10m

Personalidade jurídica é diferente de capacidade processual.


ANOTAÇÕES

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Administração Pública III
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Alguns órgãos possuem capacidade processual – órgãos independentes (têm previsão


na CF) e autônomos (Ministérios, Secretarias).

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – DEFESA JUDICIAL DE ÓRGÃO SEM PER-


SONALIDADE JURÍDICA – PERSONALIDADE JUDICIÁRIA DA CÂMARA DE VEREADO-
RES. 1. A regra geral é a de que só os entes personalizados, com capacidade jurídica, têm
capacidade de estar em juízo, na defesa dos seus direitos. 2. Criação doutrinária acolhida
pela jurisprudência no sentido de admitir que órgãos sem personalidade jurídica possam em
juízo defender interesses e direitos próprios, excepcionalmente, para manutenção, preserva-
ção, autonomia e independência das atividades do órgão em face de outro Poder. (...) (REsp
649.824/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 28.03.2006,
DJ 30.05.2006 p. 136). (Grifo nosso)

Súmula n. 525 do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,


apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os
seus direitos institucionais.
15m

Classificação dos Órgãos Públicos quanto à Posição Estatal


Independentes: possuem capacidade processual. São os originários da Constituição e
representativos dos Poderes de Estado – Legislativo, Executivo e Judiciário.
Não possuem qualquer subordinação hierárquica ou funcional.
São compostos por agentes políticos.
Autônomos: são os localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e dire-
tamente subordinados a seus chefes. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e téc-
nica. Ex.: os Ministérios, as Secretarias de Estado e de Município.
Superiores: são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assun-
20m

tos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hie-
rárquico de uma chefia mais alta. Ex.: Gabinetes, Secretarias-Gerais, Inspetorias-Gerais,
Procuradorias Administrativas e judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões.
Subalternos: são todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados,
com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Destinam-se à
realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos administrativos, cumpri-
ANOTAÇÕES

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mento de decisões superiores e primeiras soluções em casos individuais, tais como os que,
nas repartições públicas, executam as atividades-meio e atendem ao público, prestando-lhe
informações e encaminhando seus requerimentos, como são as seções de expediente.

GABARITO

1. C
2. C
3. E

�E
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Administração Pública IV
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA IV

• Entidades Políticas: União, estados, municípios e DF.


• Entidades Administrativas: autarquia, fundação pública, Empresa Pública e Sociedade
de Empresa Mista (fase)

• Administração Pública
• Sentido subjetivo/ formal/ orgânico: órgão, pessoas jurídicas e
• Sentido objetivo/ material/ funcional: atividades administrativas.
– Serviço público, polícia adm., fomento e intervenções.
5m
• Desconcentração: cria órgão (adm. direta ou indireta)
• Descentralização: cria entidade (adm. indireta)
– Por outorga/ por serviço: transfere a titularidade do serviço para entidade.
– Por colaboração/ por delegação: transfere a execução para particular.
– Territorial/ geográfica: território (autarquia)

• Administração direta: entidades políticas e seus órgãos (centralização).


• Órgão público: não possui personalidade jurídica.
• Capacidade processual: apenas os órgãos independentes e autônomos.
10m

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/ TRT 6ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2018) As unidades de atuação denomi-
nadas órgãos públicos
a. integram a estrutura da Administração pública direta, mas não da Administração públi-
ca indireta, cujos plexos de competência denominam-se entidades.
b. integram a estrutura da Administração pública direta e da indireta e não têm persona-
lidade jurídica, ao contrário das entidades.
c. têm personalidade jurídica própria e distinta da entidade que integram.
d. não têm personalidade jurídica própria, quando integram a estrutura da Administração
pública direta, mas são unidades de atuação, da Administração indireta, dotadas de per-
sonalidade jurídica.
e. confundem-se com os agentes públicos por congregarem as funções que estes exer-
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Administração Pública IV
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cem, sendo o todo do qual aqueles são a parte.

COMENTÁRIO
a. Há órgão na indireta também.
c. Não tem personalidade jurídica própria.
d. Não tem personalidade jurídica.
e. Não se confunde com agentes públicos, são conceitos distintos.

2. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/ 2019) Com relação à organização administrativa e à admi-


nistração pública direta e indireta, julgue o item a seguir.
Embora dotados de personalidade jurídica, os órgãos públicos não possuem capacidade
processual para a defesa de suas prerrogativas e competências institucionais.

COMENTÁRIO
Órgão não possui personalidade jurídica.

3. (IBADE/PROCURADOR/CÂMARA DE PORTO VELHO/2018) Em relação à organização


administrativa, pode-se afirmar que:
a. órgãos públicos por serem componentes descentralizados integram a administração
pública indireta.
b. órgãos públicos são resultantes de desconcentração e são pessoas despersonaliza-
das.
c. desconcentração é a subdivisão interna de uma mesma pessoa jurídica, com a neces-
sidade de se arquivar um “ato constitutivo” em qualquer espécie de registro público.
d. os atos praticados por um órgão são inimputados diretamente à pessoa jurídica à qual
estes pertencem.
e. inadmissível que órgãos públicos tenham capacidade processual ou capacidade judi-
ciária.
15m
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
a. São componentes desconcentrados.
c. O órgão é criado por lei, não tem ato constitutivo.
d. Não são inimputados.
e. Os órgão têm capacidade processual.

4. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPE - PI/ 2018) A respeito de organização administra-


tiva, de atos administrativos e de autarquias, julgue o item a seguir.
O fato de a administração pública desmembrar seus órgãos, distribuindo os serviços
dentro da mesma pessoa jurídica, para melhorar a sua organização estrutural, constitui
exemplo de ato de desconcentração.

5. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL/MPE-PE/2018) Os órgãos públicos que integram a orga-


nização administrativa, na qualidade de “centros de competência para desempenho de
funções estatais”,
a. encontram-se presentes na estrutura descentralizada da Administração pública e con-
figuram polos de decisões emitidas por agentes públicos que se responsabilizam exclu-
siva e pessoalmente pelas consequências daquelas advindas.
b. são representados por agentes públicos, mas não se confundem com estes, pois as
consequências e conquistas são atribuídas àquelas unidades de competência e, em con-
sequência, às pessoas jurídicas que elas integram.
c. possuem personalidade jurídica própria, mas não dispõem de autonomia, já que de-
pendem de autorização do comando da pessoa jurídica que integram.
d. exercem os poderes inerentes à Administração pública, à exceção do poder de polícia,
restrito à Administração Central, porque indelegável em qualquer de suas vertentes ou
facetas.
e. são estruturas típicas de uma Administração pública que se organiza de forma des-
concentrada, que constitui entes ou órgãos dotados de personalidade jurídica própria,
para desempenho de competências específicas e constantes da lei autorizativa de sua
criação.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
a. O agente público, ação dele é de responsabilidade do órgão.
d. Não é indelegável em qualquer de suas vertentes ou facetas. Detran é uma forma de
autarquia
e. Na desconcentração constitui apenas órgãos. Não tem personalidade jurídica própria.
20m

6. (QUADRIX/ADMINISTRAÇÃO/CRMV-AM/2020) A respeito da administração pública di-


reta e indireta do Estado Brasileiro, julgue o item.
Todas as entidades criadas pela Administração Pública para prestação descentralizada
dos serviços devem gozar de personalidade jurídica. Dessa forma, a personalidade jurí-
dica é comum a todos os entes da administração indireta.

7. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-DF/2019) A respeito da organização administrativa


e de poderes e deveres da administração pública, julgue o item seguinte.
A distribuição de competências a órgãos subalternos despersonalizados, como as secre-
tarias-gerais, é modalidade de descentralização de poder.

COMENTÁRIO
É a desconcentração e não descentralização. Descentralização é para entidade, e
desconcentração para órgão público.

8. (CESPE/ADMINISTRAÇÃO/PGE-PE/2019) A respeito da administração pública brasilei-


ra, julgue o item a seguir.
A descentralização por colaboração ocorre, por exemplo, quando a administração públi-
ca, por meio de ato administrativo, transfere a execução de um serviço a uma pessoa
jurídica, mas mantém a titularidade do serviço.
25m

COMENTÁRIO
ANOTAÇÕES

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A titularidade é da administração. Descentralização acontece por concessão (contrato


administrativo), permissão (contrato administrativo), e esses dois precisam de licitação
prevista pelo art. 175. da CF. Autorização pode se dar por meio de ato administrativo.

9. (CESPE/ADMINISTRAÇÃO/ PGE-PE/2019) A respeito da organização administrativa da


administração pública, julgue o item a seguir.
A administração pública direta reflete uma administração centralizada, enquanto a admi-
nistração indireta reflete uma administração descentralizada.

10. (CESPE/ADMINISTRAÇÃO/FUB/2018) Com referência às características dos órgãos e


das entidades da administração direta e indireta federal, julgue o seguinte item.
O Ministério da Educação é um exemplo de órgão componente da administração pública
direta integrado à estrutura administrativa da União.

11. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/ PC-SE/2018) No que se refere aos institutos da cen-


tralização, da descentralização e da desconcentração, julgue o item a seguir.
Na administração pública desconcentrar significa atribuir competências a órgãos de uma
mesma entidade administrativa.

COMENTÁRIO
Poderia ser de entidade política também (união, estados, municípios e DF)
30m
ANOTAÇÕES

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Administração Pública IV
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GABARITO
1. b
2. E
3. b
4. C
5. b
6. C
7. E
8. C
9. C
10. C
11. C

�E
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Autarquia I
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AUTARQUIA I

Autarquias são entidades que compõem a Administração indireta do Estado. A Adminis-


tração indireta é fruto da descentralização administrativa. Ao se falar em entidades, men-
cionam-se as autarquias, as fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Os consórcios públicos se forem de direito público, são autarquias, as agências regulado-
ras são autarquias em regime especial, bem como as agências executivas.

AUTARQUIAS

"Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exer-
cido nos termos da lei." (DI PIETRO)

ATENÇÃO
A pessoa jurídica tem uma capacidade processual. Pode ser demandada judicialmente. Ela
ser de direito público significa que ser regida pelo direito público (ou seja, normas públicas).
Isso gera algumas obrigações, direitos e prerrogativas, como licitar, realizar concurso
público, sofrer controle externo do Tribunal de Contas, praticar atos administrativos etc.
A partir do momento que a lei for publicada, a autarquia passa a existir, tendo a chamada
personalidade jurídica.

Todas as entidades da Administração indireta possuem autonomia administrativa e finan-


ceira para desenvolvimento da própria atividade.

ATENÇÃO
As entidades não ficam subordinadas aos órgãos da Administração direta.

A organização é igual para todos os entes políticos, de todas as esferas.


ANOTAÇÕES

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Autarquia I
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 Obs.: Atividades desenvolvidas pelas autarquias: atividade típica de Estado, ou típica de


Administração Pública.
5m

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS

Instituição

CF, art. 37, XIX – Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a institui-
ção de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complemen-
tar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)

Lei específica é uma lei ordinária que trata de um único tema.

DIRETO DO CONCURSO
1s (CESPE/SE-DF/PROFESSOR/2017) Uma autarquia é entidade administrativa personali-
zada distinta do ente federado que a criou e se sujeita a regime jurídico de direito público
no que diz respeito a sua criação e extinção, bem como aos seus poderes, prerrogativas
e restrições.

COMENTÁRIO
Quando se fala em descentralização, obrigatoriamente existem duas pessoas jurídicas.

ATENÇÃO
Se a autarquia é criada por uma lei específica, deve ser editada uma nova lei específica no
caso de sua extinção (princípio da simetria jurídica).
10m

2s (FCC/SEGEP-MA/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2016) As autarquias devem


ser criadas por
a. lei e com personalidade jurídica de direito público.
b. decreto pelo Ministério ou Secretaria ao qual estejam vinculadas e podem ter persona-
lidade jurídica de direito privado ou de direito público.
ANOTAÇÕES

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Autarquia I
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c. decreto quando tiverem personalidade jurídica de direito privado; e lei quando tiverem
personalidade jurídica de direito público.
d. lei e sua personalidade jurídica pode ser definida via decreto.
e. lei e podem atuar no mercado financeiro, uma vez que podem ter personalidade jurídica
de direito privado.

COMENTÁRIO
Decreto é um ato administrativo, não podendo criar órgãos, ministérios ou pessoa jurídica.

PEGADINHA DA BANCA
Autarquia pratica atividade típica de Estado, típica de Administração Pública. Atividades
financeiras ou comerciais dizem respeito à empresa pública ou à sociedade de economia mista.

Patrimônio

CC, art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de di-
reito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Características: impenhorabilidade, imprescritibilidade e, em regra, inalienáveis.


Respectivamente:
• Não é possível penhorar bem público para satisfazer crédito de alguma pessoa.
• O bem público não deixa de ser público por não estar em uso pela Administração (não
é sujeito a ação de usucapião).
• A lei de licitação autoriza a venda ou a doação de bem público inservível para a Admi-
15m nistração, porém, atendendo os termos definidos em lei. Se a banca afirmar que em
todos os casos os bens públicos são inalienáveis, a questão está errada.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais (que não estão sendo efetivamente utilizados para prestação
de qualquer serviço) podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
3s (ESAF/FUNAI/ANALISTA/2016) Assinale a opção que não retrata uma característica da
autarquia.
a. Os seus bens são públicos.
b. A sua criação ocorre por meio de lei complementar.
c. Em regra, suas contratações devem ser feitas mediante licitação.
d. Há necessidade de concurso público para seleção de seus trabalhadores.
e. Possui personalidade jurídica.

COMENTÁRIO
Observar de que formas ocorrem a criação e funcionamento das autarquias.

Juízo Competente
Em ações comuns, se for o caso de uma autarquia federal, a Justiça Federal é a compe-
tente em julgar e processar as ações. Se for de estado ou município, o foro competente é a
justiça comum.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


20m I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

Responsabilidade Civil

ATENÇÃO
A responsabilidade das pessoas de direito público é do tipo objetiva; ou seja, objetivamente
a autarquia deve indenizar o particular caso cause algum dano.

CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos (empresas públicas e sociedades de economia mista) responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa (em caso de responsabilidade subjetiva).
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Autarquia I
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Na responsabilidade objetiva, não há necessidade de comprovar dolo ou culpa do agente


público.
Elementos que configuram responsabilidade objetiva do Estado: ação, dano (tem que
ser provocado pela ação da Administração Pública) e nexo causal.
25m

GABARITO

1s C
2s a
3s b

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Autarquia II
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AUTARQUIA II

As pessoas de direito público possuem imunidade tributária recíproca, ou seja, não pagam
impostos.

Imunidade Tributária

CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – Instituir impostos sobre:
a) patrimônio (IPTU, IPVA), renda (IRPA) ou serviços (ISS), uns dos outros;
(...)
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Se um bem estiver sendo efetivamente usado para prestar atividade típica da autarquia,
esse bem terá imunidade tributária. Caso o bem esteja sendo utilizado para outra finalidade
diferentemente da principal da autarquia, que consta em lei, ele perde a imunidade tributária.

Controle Administrativo

• Princípio da especialidade: a lei deve apresentar as finalidades específicas da enti-


dade.

Supervisão Ministerial ou Controle Finalístico

ATENÇÃO
Caso a entidade não cumpra sua atividade, o órgão supervisor pode fazer o controle das
atividades e esse é denominado supervisão ministerial ou controle finalístico, que deriva
do poder de tutela.
Não há subordinação entre Administração indireta e direta, no entanto, toda entidade fica
5m

sempre vinculada a um órgão da Administração direta. Por exemplo: a Anvisa, que é uma
autarquia federal, fica vinculada ao Ministério da Saúde, mas não há relação de subordinação.
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Decreto-lei n. 200/1967, art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da Repúbli-
ca, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência.
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação, coordenação e con-
trole das atividades dos órgãos subordinados (Administração direta) ou vinculados (entidades) ao
Ministério, nos termos desta lei.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) O poder de fiscalização que a Secretaria de Estado
de Educação do DF exerce sobre fundação a ela vinculada configura controle administra-
tivo por subordinação.

COMENTÁRIO
Relembrar se há relação de subordinação entre as Administrações direta e indireta.
10m

Prerrogativas Autárquicas (Derivam do Direito Público)


No direito público, é importante lembrar-se do princípio da supremacia da Administração
em relação ao particular. É como se o Estado fosse o império e o restante, os súditos; então,
para que o Estado realize todas as suas atividades, tratando sempre o interesse público, pre-
cisa de algumas prerrogativas.
Prescrição quinquenal: significa que se alguém tiver créditos contra autarquia, deverá rea-
lizar a cobrança em até cinco anos, sob pena de prescrever o seu direito de ação.
A jurisprudência estabelece que exista uma simetria entre esses prazos: atendendo ao
princípio da isonomia, se o indivíduo tem até 5 anos para realizar uma cobrança do Estado, o
Estado também tem até 5 anos para cobrar o indivíduo em caso de prejuízo ao erário causado
pelo particular.
“Em julgamento de recurso repetitivo relatado pelo ministro Mauro Campbell Marques, a
15m Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de forma unânime, definiu que pres-
creve em cinco anos todo e qualquer direito ou ação movida contra a fazenda pública, seja ela
federal estadual ou municipal, inclusive indenização por reparação civil. A decisão tem impor-
tância transcendental para nortear a atuação da advocacia pública. Eis a ementa: ADMINIS-
TRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ARTIGO 543-C
ANOTAÇÕES

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DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRI-


ÇÃO. PRAZO QUINQUENAL (ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/1932) X PRAZO TRIENAL
(ART. 206, § 3º, V, DO CC). PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO PACIFICADA
NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.”
Supremo Tribunal Federal – Tese de repercussão geral no sentido de que “é prescritível
a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil”. Recurso Extraor-
dinário (RE) 669069.
“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de
ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.” STF. Plenário. RE 852475/
SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
08/08/2018.
Se o agente público praticar um ato de improbidade administrativa de forma dolosa, nesse
momento a ação é imprescritível.

DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/ANALISTA/2018) Com relação aos princípios apli-
cáveis à Administração Pública e ao enriquecimento ilícito por agente público, julgue o
item a seguir.

A pretensão estatal de ressarcimento do erário em face de agente que tenha enriquecido


ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.
20m

COMENTÁRIO
A questão traz um ato de improbidade.

Prazos Processuais

CPC, art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
3. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Determinada autarquia do Esta-
do do Mato Grosso foi condenada a pagar indenização a um de seus servidores. Após a
condenação, utilizou-se do prazo em quádruplo para recorrer, e, na fase de execução da
condenação, alegou a impossibilidade de arcar com a indenização por não ter patrimônio
próprio. A propósito dos fatos,
a. incorreto o prazo recursal, que é em dobro para recorrer, bem como o fundamento do
patrimônio, pois a autarquia tem patrimônio próprio.
b. correto tanto o prazo recursal, como o argumento relativo ao patrimônio.
c. correto o prazo recursal, mas incorreto o fundamento do patrimônio, pois a autarquia
tem patrimônio próprio.
d. incorreto o prazo recursal, que, na hipótese, é prazo simples, mas correto o fundamento
do patrimônio.
e. incorreto o prazo recursal, que, na hipótese, é em dobro, mas correto o fundamento do
patrimônio.

COMENTÁRIO
Observar o prazo trazido pela questão e a situação de patrimônio próprio.

Duplo Grau de Jurisdição

CPC, art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de con-
firmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
25m § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo (o processo pode transitar em 1ª instância) quando a con-
denação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia II
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e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;


III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e funda-
ções de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
– súmula de Tribunal Superior;
– acórdão (decisões reiteradas pelo poder judiciário sobre o mesmo tema) proferido pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
– entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
30m

GABARITO

1. E
2. E
3. a

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia III
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AUTARQUIA III

A partir do momento em que a Fazenda é condenada, o valor será previsto no orçamento


de um ano futuro para o Poder Público realizar o pagamento. O precatório é semelhante a um
cheque pré-datado. Por exemplo, o Estado é condenado judicialmente e está devendo para
o particular, mas não possui dinheiro para pagar a dívida naquele momento porque não há
previsão orçamentária par aquele ano. Nesse caso, o Estado pode emitir o precatório para
realizar o pagamento em um prazo futuro.

Obs.: O prazo, atualmente, é de até vinte anos.

Podem emitir o precatório: a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as


autarquias e as fundações públicas de direito público.

Sistema de precatórios

Quando a autarquia for condenada em ações judiciais, o pagamento da obrigação será


realizado pelo sistema de precatório nos termos do art. 100 da CF/1988. Salvo as ações que
representam pequeno valor, quando definidas em lei.

até 60 SM
Obs.: Na União, a ação de pequeno valor é aquela de até sessenta salários mínimos.

ATENÇÃO
Os bens das autarquias não estão a livre disposição, logo não podem ser penhorados para
satisfação de créditos devidos ao particular.

Obs.: Se uma autarquia está devendo para um particular, seus bens não podem ser
penhorados e vendidos em leilão judicial para satisfazer o crédito. A autarquia emite,
então, um precatório com data certa para que o particular faça o resgate do dinheiro.

Valores correspondentes à condenação judicial transitada em julgado serão quitados


através de precatórios judiciais incluídos em dotação orçamentária do ente federado a
que a autarquia estiver vinculada, conforme consta no § 5º, do art. 100 da Constituição
Federal. Diante do exposto, nota-se que as autarquias gozam das mesmas prerrogativas do
Estado em juízo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquia III
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Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Munici-
pais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apre-
sentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional n. 62, de 2009)
(Vide ADI 4425)

Obs.: As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais são pessoas de


direito público.
5m

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

União: até o valor de sessenta salários mínimos (art. 3º da Lei n. 10.259/01).

Lei n. 10.259/01, Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em
julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega
da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da
Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.

Pessoas de direito público possuem a prerrogativa de realizar pagamentos através de


precatórios. Contudo, há uma decisão do STF que estabelece que, se a empresa estatal
(empresa pública e sociedade de economia mista) prestar serviço público de maneira exclusiva
– como os Correios –, é possível a emissão de precatórios em razão da impenhorabilidade
de seus bens.
Por exemplo, o metrô de Brasília é uma empresa pública que presta serviço público de
maneira exclusiva, pois não há concorrentes. Se um empregado público solicitar a penhora
de um vagão do metrô, que irá à leilão judicial e será vendido, isso irá prejudicar a realização
do serviço público. Por isso, não é possível penhorar o bem de uma empresa estatal se este
estiver sendo utilizado, efetivamente, na prestação do serviço público. Em razão disso, o STF
autoriza que a empresa estatal emita precatório para pagar seus débitos.
ANOTAÇÕES

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Autarquia III
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“Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de
direito privado (execução comum). No entanto, é possível aplicar o regime de precatórios
para empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e
que não concorram com a iniciativa privada (serviço público próprio do Estado e de natureza
não concorrencial).” (STF; RE 627242 AgR, 02/05/2017 − Info 858).

Autarquias profissionais (ou corporativas)


10m

Deve-se lembrar dos Conselhos Profissionais (CRM, CRO, CRC). A OAB, para o STF, é
uma entidade sui generis, diferente de todas as outras existentes. A OAB não precisa licitar,
não sofre controle do Tribunal de Contas e não necessita de concurso público para realizar
contratações. Isso ocorre porque o advogado é essencial para a justiça, o que consta na
Constituição Federal. A OAB, portanto, não faz parte da Administração Pública e não é uma
autarquia. Os demais Conselhos, contudo, fazem parte da Administração indireta do Estado.
O CRM, por exemplo, sofre controle. Apesar de esses institutos sobreviverem com
recursos oriundos da iniciativa privada, as pessoas que fazem parte dos Conselhos devem
pagar anuidade. O recurso dos membros, que é privado inicialmente, quando chega à
instituição, é gravado e se torna recurso público. Por isso, é necessário que esses institutos
licitem, sofram controle do Tribunal de Contas e utilizem concurso público para realizar
contrações – pelo regime celetista.

Obs.: Atualmente, em prova, é possível afirmar que as autarquias profissionais devem


contratar pelo regime celetista.

• O conselho profissional, para o STF, é uma entidade sui generis.


• O conselho profissional sobrevive das contribuições pagas pela categoria e não recebe
recurso orçamentários da União.

O art. 58, § 3º, da Lei n. 9.649/1998 estabelece que: “os empregados dos conselhos
de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo
vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da
Administração Pública direta ou indireta”.
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Autarquia III
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O conselho profissional faz contratações mediante concurso público, mas o vínculo é


celetista – o que é constitucional para o STF. A autarquia é pessoa de Direito Público e, por
isso, faz contratações mediante regime estatutário – que, no âmbito federal, é a Lei n. 8112
e, no Distrito Federal, é a Lei Complementar 840/2011. Todo Estado e Município pode criar
seu próprio regime para seus servidores. Contudo, há uma exceção: em caso de autarquia
profissional/conselho profissional, apesar de ela ser pessoa de Direito Público – porque
fiscaliza profissão e exerce o poder de polícia –, ela deve fazer contratações mediante o
regime celetista.
15m

Tese de repercussão geral

“Os pagamentos devidos em razão de pronunciamento judicial pelos conselhos de fisca-


lização não se submetem ao regime de precatórios”.
O conselho profissional, apesar de ser uma autarquia, não pode emitir precatórios.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESP/2018/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Embora seja reconhecida a natureza
autárquica dos conselhos de classe, em razão da natureza privada dos recursos
que lhes são destinados, essas entidades não se submetem ao controle externo
exercido pelo TCU.

COMENTÁRIO
Os recursos são privados e, posteriormente, na autarquia, são gravados como recursos
públicos. Por isso, devem ser fiscalizados. As entidades se submetem ao controle externo.
Os conselhos profissionais contratam pelo regime celetista e não emitem precatórios.

GABARITO
1. E

�E
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Agências Reguladoras
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AGÊNCIAS REGULADORAS

AUTARQUIAS ESPECIAIS OU SOB REGIME ESPECIAL

Lei n. 13.848/2019
Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela
ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e
pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas
demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação.

Agências Reguladoras
As agências reguladoras se iniciaram com o Plano Nacional de Desestatização. Foi pro-
posto pela Lei n. 8.031/1990 passar alguns serviços que eram prestados pelo Estado para
a iniciativa privada. Houve a simples delegação de tarefas para empresas privadas, como
também a venda de estatais para a iniciativa privada.
Para não ficar à mercê da iniciativa privada, o Estado criou um órgão regulador (as agên-
5m cias reguladoras) para fiscalizar e estabelecer normas técnicas para a prestação desses ser-
viços por meio de atos administrativos.

Princípio da Juridicidade
A competência para regular certas matérias se transfere da lei para outras fontes normati-
vas, por expressa autorização do próprio legislador. A normatização sai do domínio da lei para
o domínio regulamentar. O próprio Legislativo, incapaz de regular de forma satisfatória deter-
minadas matérias de alta complexidade técnica, delega a órgão ou a pessoa administrativa
a competência para instituí-la, valendo-se dos especialistas e técnicos que melhor entendem
do assunto.

Lei n. 9.472, de 16 de julho de 1997


Art. 8º Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade integrante da Administração
Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Co-
municações, com a função de órgão regulador das telecomunicações, com sede no Distrito Federal,
podendo estabelecer unidades regionais.
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público
e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcia-
lidade, legalidade, impessoalidade e publicidade, e especialmente:
[...]
IV – expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de telecomunicações no
regime público.
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Agências Reguladoras
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Atividades Desempenhadas pelas Agências


10m A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro orienta a existência de dois tipos de agências
reguladoras no direito brasileiro:
1) As que exercem, com base em lei, típico poder de polícia, com a imposição de limita-
ções administrativas, previstas em lei, fiscalização, repressão, como é o caso, por exemplo,
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Agência Nacional de Saúde Pública
Suplementar (ANS), da Agência Nacional de Águas (ANA);
2) As que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de concessão, permis-
são ou autorização de serviços públicos (telecomunicações, energia elétrica, transporte etc.)
ou de concessão para exploração de bem público (petróleo e outras riquezas minerais, rodo-
vias etc.). Ex: Aneel, Anatel e Anac.

ATENÇÃO
Poder normativo técnico: é o poder de estabelecer regulamentação sobre matéria de ordem
técnica.

Lei n. 9.427, de 26 de dezembro de 1996


Art. 1º É instituída a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, autarquia sob regime especial,
vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com sede e foro no Distrito Federal e prazo de duração
indeterminado.
Art. 2º A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL tem por finalidade regular e fiscalizar a
produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as
políticas e diretrizes do governo federal.

 Obs.: A produção de atos administrativos normativos, completando as disposições da lei,


15m depende de expressa autorização dada pela própria lei. É o que alguns chamam de
regulamentos delegados ou autorizados; a matéria do ato deve ser de índole técnica;
o ato praticado com fundamento no poder normativo técnico das agências reguladoras
está sujeito ao controle legislativo constante no art. 49, V, da CF, e ao controle judicial.

Pessoas da organização administrativa brasileira:


• Administração direta: órgão.
• Administração indireta: autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia
mista.
Entre as listadas, apenas órgão e autarquia praticam atividades típicas de Estado e de
Administração Pública; porém, todas as agências reguladoras são autarquias.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Agências Reguladoras
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Gestão de Recursos Humanos das Agências Reguladoras.

Lei n. 9.986/2000
Art. 4º As agências terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada, que será
composto de até 4 (quatro) Conselheiros ou Diretores e 1 (um) Presidente, Diretor-Presidente ou
Diretor-Geral. (Vide Lei n. 13.848, de 2019)
§ 1º Os mandatos dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada serão não coinci-
20m dentes, de modo que, sempre que possível, a cada ano, ocorra o término de um mandato e uma
consequente nova indicação.
§ 2º Os mandatos que não forem providos no mesmo ano em que ocorrer sua vacância terão a
duração reduzida, a fim de viabilizar a observância à regra de não coincidência de que trata o § 1º
deste artigo.
§ 3º Integrarão a estrutura organizacional de cada agência uma procuradoria, que a representará
em juízo, uma ouvidoria e uma auditoria.
Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho
Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República
e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do
art. 52 da Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no
campo de sua especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c”
do inciso I e, cumulativamente, o inciso II: (Vide Lei n. 13.848, de 2019)
I – ter experiência profissional de, no mínimo:
25m a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em
área a ela conexa, em função de direção superior; ou
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos:
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da agência regulado-
ra, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não
estatutários mais altos da empresa;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público;
3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área
conexa; ou
c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência regula-
dora ou em área conexa:
II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Agências Executivas
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AGÊNCIAS EXECUTIVAS

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS

Lei n. 9.986/2000

Art. 4º
§ 5º A indicação, pelo Presidente da República, dos membros do Conselho Diretor ou da
Diretoria Colegiada a serem submetidos à aprovação do Senado Federal especificará, em
cada caso, se a indicação é para Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou
Conselheiro.
§ 7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor
ou Conselheiro no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma
prevista no caput e exercido pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for
igual ou inferior a 2 (dois) anos.

ATENÇÃO
O mandato possui prazo fixo de cinco anos, para toda e qualquer agência reguladora, tanto
para diretor-presidente como para os membros do conselho.

§ 8º O início da fluência do prazo do mandato dar-se-á imediatamente após o término do


mandato anterior, independentemente da data de indicação, aprovação ou posse do membro
5m do colegiado.
§ 9º Nas ausências eventuais do Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral, as funções
atinentes à presidência serão exercidas por membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Cole-
giada indicado pelo Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral da agência reguladora.” (NR)
Art. 6º O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agên-
cias reguladoras será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do § 7º
do art. 5º. (Vide Lei n. 13.848, de 2019)
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Agências Executivas
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Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de


exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por
período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do término de seu mandato, assegu-
rada a remuneração compensatória.
Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada:
I – de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário Municipal, dirigente estatutário
de partido político e titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação,
ainda que licenciados dos cargos;
II – de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de
estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e
realização de campanha eleitoral;
III – de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
IV – de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em empresa ou entidade que
atue no setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que
10m tenha matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora;
V – de pessoa que se enquadre nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do
caput do art. 1º da Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de 1990;
VII – de membro de conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, repre-
sentativa de interesses patronais ou trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respec-
tiva agência.
Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-se também aos parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas.
Art. 8º-B. Ao membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada é vedado:
I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas;
II – exercer qualquer outra atividade profissional, ressalvado o exercício do magistério,
havendo compatibilidade de horários;
III – participar de sociedade simples ou empresária ou de empresa de qualquer espécie,
na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, membro de conselho de administra-
ção ou conselho fiscal, preposto ou mandatário;
IV – emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda que em tese, ou atuar como
consultor de qualquer tipo de empresa;
V – exercer atividade sindical;
VI – exercer atividade político-partidária;
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Agências Executivas
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VII – estar em situação de conflito de interesse, nos termos da Lei n. 12.813, de 16 de maio
de 2013.
Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada somente perderá o mandato:
I – em caso de renúncia;
II – em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo
administrativo disciplinar;
III – por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B desta Lei.
15m Art. 10. Durante o período de vacância que anteceder a nomeação de novo titular do
Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada, exercerá o cargo vago um integrante da lista de
substituição. (Vide Lei n. 13.848, de 2019)
§ 1º A lista de substituição será formada por 3 (três) servidores da agência, ocupantes dos
cargos de Superintendente, Gerente-Geral ou equivalente hierárquico, escolhidos e designa-
dos pelo Presidente da República entre os indicados pelo Conselho Diretor ou pela Diretoria
Colegiada, observada a ordem de precedência constante do ato de designação para o exer-
cício da substituição.
§ 2º O Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada indicará ao Presidente da República 3
(três) nomes para cada vaga na lista.
§ 5º Aplicam-se ao substituto os requisitos subjetivos quanto à investidura, às proibições e
aos deveres impostos aos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada, enquanto
permanecer no cargo.
§ 7º O mesmo substituto não exercerá interinamente o cargo por mais de 180 (cento e
oitenta) dias contínuos, devendo ser convocado outro substituto, na ordem da lista, caso a
vacância ou o impedimento do membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada se
20m estenda além desse prazo.” (NR)

DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/2019/SP/PROCURADOR) Com relação às Agências Reguladoras, assinale a
alternativa correta.
a. A Constituição Federal contempla as Agências Reguladoras como autarquias de regime
especial.
b. A autonomia financeira das Agências Reguladoras pode decorrer do recolhimento de
taxa e de outras fontes de recursos
ANOTAÇÕES

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Agências Executivas
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c. As Agências Reguladoras são dotadas de personalidade jurídica de direito privado e


devem executar função administrativa de caráter normativo.
d. As Agências Reguladoras correspondem às fundações sob regime especial criadas para
o desempenho de funções normativas ou reguladoras de serviço público.
e. Aos Municípios é vedada a possibilidade de constituição de Agências Reguladoras.

COMENTÁRIO
A própria Lei criadora das agências reguladoras as contempla como autarquias de regime
especial, além de defini-la como personalidade jurídica de direito público. Essa lei é aplicada
à União, aos estados, ao DF e também aos municípios.

Considerando a doutrina majoritária, julgue o próximo item, referente ao poder adminis-


trativo, à organização administrativa federal e aos princípios básicos da administração
pública.

2. (CESPE 2018/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Quando criadas como autarquias de regime


especial, as agências reguladoras integram a administração direta.

COMENTÁRIO
As autarquias possuem vínculo de administração indireta.

3. (CESPE 2016/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Agências reguladoras fede-


rais, como a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, embora possuam ca-
racterísticas especiais conferidas pelas leis que as criaram, são consideradas autarquias.

4. (CESPE 2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) O fenômeno da deslegalização, também cha-


mada de delegificação, significa a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do
domínio da lei, passando-as para o domínio de regulamentos de hierarquia inferior.
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Agências Executivas
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AGÊNCIAS EXECUTIVAS

É a qualificação dada à autarquia ou à fundação que celebre contrato de gestão com o


órgão a que se ache vinculada, para a melhoria da eficiência e redução de custos. “São, na
realidade, autarquias ou fundações que, em decorrência dessa qualificação, passam a sub-
meter-se a regime jurídico especial” (Di Pietro).

GABARITO
1. b
2. E
3. C
4. C

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Consórcios Públicos
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CONSÓRCIOS PÚBLICOS

RELEMBRANDO
Agência executiva é uma qualificação concedida pelo Ministério Supervisor a uma fundação
ou a uma autarquia já existente.

LEI N. 9.649/1998 – REGULAMENTAÇÃO DA LEI GERAL DAS AGÊNCIAS


EXECUTIVAS

Art. 51.O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que
tenha cumprido os seguintes requisitos:
I – ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II – ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério Supervisor.
§1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
Observação:
As agências executivas são regulamentadas pelos Decretos Federais n. 2.487/1998, que teve algu-
mas alterações em decorrência do Decreto n. 6.548/2008.

DECRETO N. 6.017/2007

Art. 2º, XVIII Instrumento firmado entre a administração pública e autarquia ou fundação qualificada
como Agência Executiva, na forma do art. 51 da Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1998, por meio do
qual se estabelecem objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem
como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento.

 Obs.: O art. 2º, XVIII, do Decreto n. 6.017/2007 dispõe sobre o contrato de gestão, criando
parâmetros de eficiência e instrumentos de avaliação para as agências executivas.
5m
Se, porventura, a agência executiva não for avaliada de maneira positiva, ela perde
o título de agência executiva e volta a ser uma autarquia comum, mediante decreto.

A entidade que celebrar o contrato de gestão será avaliada periodicamente pelo Ministério
supervisor e pela Secretaria Federal de Controle do Ministério da Fazenda. Se a entidade não
cumprir o plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional, perderá a qua-
lificação de agência executiva (art. 1º, §4º do Decreto n. 2.487/1998).
ANOTAÇÕES

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DISPOSIÇÕES FINAIS

A qualificação de agência executiva é efetuada por ato específico do presidente da Repú-


blica. A desqualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva dar-se-á mediante
decreto, por iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração
Federal e Reforma do Estado (art. 1º, § 4º, do Decreto n. 2.487/1998).
Temos como exemplos de agências executivas o Instituto Nacional de Metrologia, Nor-
matização e Qualidade Industrial (Inmetro) e a Agência de Inteligência, instituída pela Lei n.
9.883/1999, a Agência Nacional do Desenvolvimento do Amazonas (ADA) e a Agência Nacio-
nal do Desenvolvimento do Nordeste (Adene).
O contrato de gestão terá a duração mínima de um ano, admitida a revisão de suas dispo-
sições em caráter excepcional e devidamente justificada, bem como a sua renovação, desde
que submetidas à análise do Ministério Supervisor (art. 3, §4º, do Decerto n. 2.488/1998).

DIRETO DO CONCURSO
1s (FCC 2014/TRT 18ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O status de “agência executiva” cons-
titui uma qualificação criada pela chamada “reforma gerencial” da Administração pública
federal. NÃO é característica típica de tal figura jurídica,
a. a necessidade de elaboração de um plano estratégico de reestruturação e de desenvol-
vimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a redução
de custos da entidade candidata à qualificação.
b. a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira do órgão ou entidade
assim qualificado
c. a outorga de tal qualificação por decreto presidencial.
d. a exigência de prévia celebração de contrato de gestão com o respectivo Ministério su-
pervisor, para obtenção da qualificação
e. a previsão de mandato fixo aos seus dirigentes, vedada a sua exoneração ad nutum.

COMENTÁRIO
Nas agências executivas, a exoneração dos mandatos pode ocorrer a qualquer momento.
Ao contrário das agências executivas, nas agências reguladoras os mandatos são fixos aos
seus dirigentes.

Os dirigentes de Agência Reguladora possuem mandato fixo.


ANOTAÇÕES

Os dirigentes de Agência Executiva NÃO POSSUEM mandato fixo.

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2s (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL) A qualificação de agência executiva federal é


conferida, mediante ato discricionário do presidente da República, a autarquia ou funda-
ção que apresente plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional
em andamento e celebre contrato de gestão com o ministério supervisor respectivo.
10m

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

A natureza dos consórcios públicos podem ser:


• De direito público (sutarquia).
• De direito privado (associação privada)

CF
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços,
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

ATENÇÃO
Os consórcios públicos dão origem a uma nova pessoa jurídica, diferentemente do que
acontece nos convênios.

Lei n. 11.107/2005

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá
outras providências.
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
15m Art. 6º da Lei n. 11.107/05: O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de rati-
ficação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indi-
reta de todos os entes da Federação consorciados.
§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as
normas de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à
prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Tra-

20m
ANOTAÇÕES

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balho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação dada pela Lei
n. 13.822, de 2019)

Com o objetivo de esclarecer alguns pontos da Lei n. 11.107/2005, foi editado o Decreto n.
6.017/2007. O referido Decreto conceituou consórcio público, nos seguintes termos:

I – consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da
Lei n. 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização
de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica
de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins eco-
nômicos.

DIRETO DO CONCURSO
No tocante às organizações da sociedade civil de interesse público e aos consórcios pú-
blicos, julgue o item subsequente.

3s (CESPE 2018/CG-PB/ANALISTA) O consórcio formado por entes públicos pode assumir


a forma de pessoa jurídica de direito privado.
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COMENTÁRIO
O consórcio público pode assumir forma de direito público como também de direito privado.

Formalização

Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subs-
crição de protocolo de intenções.
25m O art. 2º, inciso III, do Decreto n. 6.017/2007 conceitua protocolo de intenções como “contrato preli-
minar que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio
público”.
Art. 4 São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado
sem fins econômicos;
§ 1 Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio
público, independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos
territórios:
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um
Estado e Municípios com territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectiva-
mente, constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e
os Municípios; e
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo
de intenções.

Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento apro-
vado pela assembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.

GABARITO
1s e
2s C
3s C

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FUNDAÇÕES PÚBLICAS

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Pessoas jurídicas constituídas pelo Estado. Diferente das fundações privadas dos parti-
culares, que competem ao Direito Civil, são fundações que competem ao Estado e, por isso
estudadas no Direito Administrativo. Quando o Estado cria uma fundação, é escolhido se terá
uma personalidade de direito público ou privado.

O patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica de direito público ou


privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do estado na ordem social, com capaci-
dade de autoadministração e mediante controle da Administração pública, nos limites da lei
(Di Pietro).

A fundação pública terá um patrimônio próprio que pode ser totalmente público ou privado
dependendo da sua personalidade jurídica. O controle finalístico é usado para todas as pes-
soas jurídicas que pertencem à Administração pública.

NATUREZA JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES

Fundação pública: pode ser de direito público ou de direito privado. A primeira é cha-
mada de fundação autárquica. Essa nomenclatura dá-se pelo fato de as características das
autarquias serem empregadas nas fundações públicas de direito público, podendo-se dizer
que, entre elas, a única diferença é quanto à atividade. A autarquia pratica atividade típica de
Estado, de Administração Pública, enquanto a fundação pratica atividade social (lazer, cultura,
pesquisa, saúde).
Fundação pública de direito privado: é regida pelo direito comum que, por vezes, é abran-
dado pelo direito público. Para trabalhar em uma fundação de direito privado é preciso ser
5m
aprovado em concurso público, norma de direito público estendida à pessoa de direito privado.
A pessoa de direito privado constituída pelo Estado pratica ato administrativo, deve licitar
quando for contratar, sofre controle pelo Tribunal de Contas, o que Di Pietro chama de regime
híbrido. A Funpresp, uma fundação que envolve a previdência privada dos servidores, é um
exemplo disso.
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CRIAÇÃO

Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada à instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

A redação da Constituição Federal, para o direito administrativo, é um pouco imprecisa,


uma vez que a fundação pública de direito público é criada como uma autarquia, ou seja, por
uma lei específica. Toda pessoa de direito público é criada por lei, não precisa de participação
de cartório, da mesma forma da autarquia.
Já a fundação pública de direito privado é editada uma lei que autoriza a criação da nova
pessoa jurídica. Com essa autorização legislativa, o Poder Público vai redigir os atos consti-
tutivos como se fosse um contrato social de uma empresa. A fundação de direito privado só
adquire personalidade jurídica depois dos registros dos seus atos constitutivos no cartório
10m
competente.
A Constituição Federal exige a edição de uma lei complementar para detalhar as compe-
tências de uma fundação pública, seja ela de direito público ou privado. A fundação pratica
atividade de ordem social, por isso é preciso de lei para explicar melhor as suas atribuições.
As fundações públicas de direito público são criadas por lei, à semelhança das autarquias,
já as de direito privado “a lei apenas autoriza sua criação, devendo o Poder Executivo tomar
as providências necessárias à sua instituição” (Hely Lopes Meirelles).
Características das fundações de direito privado:
• Os seus bens são considerados privados.
• Seus quadros devem se preenchidos por empregados públicos (celetista), com prévia
aprovação em concurso público.
• Privilégios ou prerrogativas processuais: não são estendidas as fundações privadas.
• Licitação: são obrigadas a licitar.
• Estão sujeitas a responsabilidade objetiva consagrada a todas as pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, § 6º, da CF).
• Controle: estão sujeitas ao controle finalístico realizado pela Administração direta a que
esteja vinculada. Não estão sujeitas ao controle do Ministério Público, pois o disposto
no art. 66 do Código Civil é aplicado apenas às fundações de direito privado instituídas
por pessoa física ou jurídica.
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• Não estão sujeitas ao regime de precatórios judiciais, conforme disciplina o art. 100 da
CF, pois não se equiparam à Fazenda Pública.
• Não podem desempenhar atos de poder de polícia por possuir personalidade jurídica

15m
de direito privado.

DIRETO DO CONCURSO
Acerca da administração direta e indireta, julgue o item que segue.

1. (CESPE 2018/DPF/ESCRIVÃO de POLÍCIA FEDERAL) Decorrem do princípio da reserva


legal a exigência de que as entidades da administração indireta sejam criadas ou autoriza-
das por leis específicas e a de que, no caso das fundações, leis complementares definam
suas áreas de atuação.

COMENTÁRIO
Tem matéria que a própria Constituição Federal exige edição de lei para regulamentar, nisso
está o princípio da reserva legal, o tema é reservado à lei. Na definição das competências das
atividades das fundações públicas, que devem ser regulamentadas por lei complementar,
está o princípio da reserva legal, exigindo a edição dessa lei.
São criadas, se for pessoa de direito público, como autarquia ou fundação pública de direito
público, ou autorizadas por lei, se for pessoa de direito privado, com a fundação pública de
direito privado, empresa públicas e as sociedades de economia mista.

Com relação à organização administrativa e à administração pública direta e indireta, jul-


gue o item a seguir.

2. (CESPE 2019/PGE-PE/ANALISTA) A criação de fundações públicas de direito público


ocorre por meio de lei, não sendo necessária a inscrição de seus atos constitutivos em
registro civil de pessoas jurídicas.
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COMENTÁRIO
Quando a fundação é de direito público, a própria lei cria, não sendo necessária a sua
inscrição no cartório competente.

ATENÇÃO

Regime Instituição Juízo Com-


Controle Prazo pro-
Jurídico (art. 37, Patrimônio petente (art.
(tutela) cessual
XIX,CF) 109CF)
Autarquia Criada por
J. Federal ou Supervisão
20m
Público lei especí- Público Em dobro
J. Estadual ministerial
fica

Fundação Público Criada ou Em dobro


Público ou J. Federal ou Supervisão
Pública ou Pri- autorizada (p/ de dir.
privado J. Estadual ministerial
vado por lei público)

EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

O Poder Público pode criar empresas públicas e sociedades de economias mistas chama-
das de empresas estatais.
Atividades:
a) serviço público;
b) econômica em sentido estrito.

CF
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública (Lei 13.303/16), da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comer-
25m cialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
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I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
As empresas estatais de regime comum são regidas pelo direito privado, no entanto se praticarem
serviços públicos, terá alguns privilégios de direito público, o que não acontece se praticar atividade
econômica em sentido estrito, porque será tratada como qualquer outra empresa.
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Distinção entre empresas estatais prestadoras de serviço público e empresas estatais que desen-
volvem atividade econômica em sentido estrito. (...). As sociedades de economia mista e as em-
presas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas, nos termos
do disposto no § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas
privadas. (...). O § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas públicas, so-
ciedades de economia mista e entidades (estatais) que prestam serviço público. (ADI 1.642, Rel.
30m Min. Eros Grau, julgamento em 3-4- 2008, Plenário, DJE de 19-9-2008.) No mesmo sentido: ARE
689.588-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 27-11-2012, Primeira Turma, DJE de 13-2-2012.

A atividade econômica em sentido amplo (lato): serviços e atividades


→ Empresas estatais que praticam atividade econômica em sentido estrito.
→ Demais empresas públicas que praticam serviços públicos
↓.
Tratamento diferenciado

GABARITO
1. C
2. C

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Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista
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EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

LEI N. 13.303/2016 – ESTATUTO DAS EMPRESAS ESTATAIS

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-
nomia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade
de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de
prestação de serviços públicos.

 Obs.: Subsidiária é vinculada à empresa principal, parecido com a ideia de matriz e filial,
mas com mais autonomia.

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.

 Obs.: O capital de uma empresa pública é 100% público.

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de


direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

 Obs.: A sociedade de economia mista obrigatoriamente terá forma de S.A.

Criação

CF, Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada à
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
5m complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
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 Obs.: A lei apenas autoriza, não cria. O mesmo caminho que o Poder Público tem que cum-
prir para uma fundação de direito privado também precisa cumprir para criar uma
empresa estatal.

LEI N. 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pública unipessoal, na forma
definida no inciso II do art. 5 o do Decreto-Lei n o 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art.
5 o do Decreto-Lei n o 900, de 29 de setembro de 1969, denominada Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares - EBSERH, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio
próprio, vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração indeterminado.

 Obs.: Lei autorizativa.

§ 1º A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e poderá manter escritórios,
representações, dependências e filiais em outras unidades da Federação.
§ 2º Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para o desenvolvimento de atividades
inerentes ao seu objeto social, com as mesmas características estabelecidas no caput deste
artigo, aplicando-se a essas subsidiárias o disposto nos arts. 2º a 8º, no caput e nos §§ 1º, 4º
e 5º do art. 9º e, ainda, nos arts. 10 a 15 desta Lei.

 Obs.: A lei que criou a empresa pública já autorizou, de maneira genérica, as suas subsidi-
árias

Art. 2º A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a propriedade da União.
Parágrafo único. A integralização do capital social será realizada com recursos oriundos
de dotações consignadas no orçamento da União, bem como pela incorporação de qualquer
espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro.

CF, Art. 37, XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidi-
árias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
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ATENÇÃO
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 1.649-1, fixou entendimento de ser
“dispensável a autorização legislativa proposta pela Constituição para a criação de
10m
subsidiárias de um mesma entidade, desde que a lei que autorizou a criação da empresa
pública e sociedade de economia mista traga em sua redação a possibilidade de ela criar
subsidiárias”.
Isso significa que, se a lei que autorizou a criação da empresa principal, também autorizar a
criação de suas subsidiárias, não há necessidade de edição de leis autorizativas para criar
cada subsidiária.
Na prova, só se pensará nesse entendimento do STF se falar sobre a jurisprudência.

Decisão judicial do STF a constituir suas subsidiárias, mesmo que conste na CF a obriga-
ção de lei autorizativa:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 9.478/1997. AUTORIZAÇÃO À


PETROBRAS PARA CONSTITUIR SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E
XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE.
...............................
2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde
que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista
matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente.

DIRETO DO CONCURSO
1s (CESPE 2019/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/PROCURADOR MUNICIPAL) A criação
de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por meio de
atos de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de autorização
legislativa.
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COMENTÁRIO
Descentralização é diferente de desconcentração. A primeira cria entidade e a segunda,
órgão público. A primeira parte da questão fala de descentralização de forma correta. A
segunda parte dispõe que é preciso ir ao cartório para construir a personalidade jurídica
com a necessidade de lei autorizativa para criar a empresa pública, o que também é correto.

Regime Jurídico

2s (CESPE 2017/SEDF/PROFESSOR) As autarquias e as empresas públicas têm persona-


lidade jurídica de direito público, e as sociedades de economia mista têm personalidade
jurídica de direito privado.
15m

COMENTÁRIO
Regime jurídico é de direito privado. Lembrando que direito privado é abrandado em alguns
momentos em razão de normas de direito público. Empresa pública tem personalidade de
direito privado, portanto a afirmação está incorreta.

Julgue o seguinte item, relativo à organização administrativa da União.

3s (CESPE 2018/EMAP/ANALISTA) A empresa pública difere da sociedade de economia


mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela é empresa estatal de direito priva-
do, esta é de direito público.

COMENTÁRIO
A empresa pública e a sociedade de economia mista são idênticas ao que se refere à
personalidade jurídica.

Personalidade jurídica de direito privado, temperado por normas de direito público.


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Pessoal

ATENÇÃO
O Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido da obrigatoriedade da
motivação da despedida de empregado público (RE 589998/PI).
O pessoal é contrato por meio de concurso público, mas o vínculo é de celetista. O STF
tem a tese segundo a qual, para o empregado público ser demitido, precisa ser explicado o
porquê de sua demissão. Se, por um acaso, um funcionário público for demitido e um outro
for contratado sem essa motivação, significa desvio de finalidade da Administração Pública:
é preciso motivar.
O art. 37, XI, CF, estabelece que as empresas públicas e sociedades de economia mista
devem respeitar o teto de remuneração do serviço público.
As empesas estatais ficam vinculadas ao teto remuneratório. No Brasil, existe o teto geral, que
tem como base os subsídios remuneratórios recebidos pelos ministros do STF. Lembrando
que, nos estados e municípios, existem subtetos vinculados a cada poder. Nos estados, se
for no poder executivo, o subteto tem como base o subsídio remuneratório recebido pelo
governador; se for no Poder Legislativo, o subsídio remuneratório do deputado estadual; e,
se for no Poder Judiciário, o subsídio remuneratório tem como subteto a remuneração dos
desembargadores do tribunal de justiça. Em nível municipal, o subsídio remuneratório do
prefeito funciona como subteto.

XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos


da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato ele-
tivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
20m percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
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no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41,
19.12.2003)

CF, Art. 37, § 9º – disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades


de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral.

ATENÇÃO
O pessoal que trabalha em empresa ou sociedade de economia mista fica vinculado ao
teto, conforme estabelecido anteriormente. No entanto, se a empresa não receber recurso
público para pagamento de pessoal ou para qualquer tipo de custeio, não é aplicado o teto
remuneratório constitucional.

Tese de repercussão geral: “Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de


cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal (teto)
25m pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do
teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.”
Em um primeiro momento, o agente pode ocupar um único cargo ou emprego público, salvo
em alguns casos autorizados na Constituição Federal. Exemplos: dois cargos de professor,
um cargo de professor e outro técnico ou científico, dois cargos de profissional da área da
saúde, militar dos estados com um cargo de professor ou na área da saúde. Se o servidor
acumular de maneira lícita dois cargos ou empregos públicos, o teto remuneratório deverá
ser atendido em cada caso. A soma dos dois cargos poderá ultrapassar o teto, que tem
como base os subsídios do STF.

GABARITO
1s C
2s E
3s E

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EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA II

A FORMA JURÍDICA

A sociedade de economia mista deve ser constituída sob a forma de Sociedade Anônima
(S/A). O capital dessas empresas é divida em ações e parte dessas ações poderá ser vendida
para a iniciativa privada.
Já as empresas públicas podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito
(Ltda., S/A etc.). Podem ser unipessoais (capital pertencente exclusivamente à pessoa institui-
dora) ou pluripessoais (quando o capital dominante é da pessoa criadora, mas esta se associa
com outra pessoa administrativa).

DIRETO DO CONCURSO
A respeito de organização administrativa, de atos administrativos e de autarquias, julgue
o item a seguir.

1. (CESPE/2018/MPE-PI/ANALISTA) Apesar de terem o tipo societário de sociedade anôni-


ma, as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público.

COMENTÁRIO
A questão não está correta porque as sociedades de economia mista são pessoas de direito
privado.

Com relação à organização administrativa e à administração pública direta e indireta, jul-


gue o item a seguir.

2. (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA) Diferentemente das empresas públicas, que podem


ser constituídas sob qualquer forma empresarial admitida em direito, as sociedades de
economia mista somente podem constituir-se sob a forma de sociedade anônima.
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COMENTÁRIO
Questão está certa, conforme a ideia de que a sociedade mista somente pode constituir-se
por S/A.

COMPOSIÇÃO DO CAPITAL

a) Empresa pública: capital integralmente público;

Lei n. 13.303/2016
5m Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a partici-
pação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administra-
ção indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

 Ob..: Uma entidade pode ter parcela de capital de uma empresa pública.

b) Sociedades de economia: capital público e privado.

ATENÇÃO
Sociedade de economia mista vai ter a conjunção de capital público e privado. No entanto,
a lei exige que no mínimo 50% + 1 das ações com direito a voto devem pertencer ao Poder
Público, quem realmente criou a empresa estatal.

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito pri-
vado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a
entidade da administração indireta.
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/2015/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) A criação, pela União,
de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa. Autorizada, a so-
ciedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria de suas ações com
10m direito a voto pertencerão à União ou a entidade da administração indireta.

COMENTÁRIO
Está correto conforme a doutrina apresentada anteriormente.

4. (CESPE/2018/TCE-MG/ANALISTA de CONTROLE EXTERNO) De acordo com a Lei nº


13.303/2016, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela
União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, é a
a. organização social.
b. sociedade de economia mista.
c. empresa pública.
d. autarquia.
e. fundação.

COMENTÁRIO
A regra serve para empresa pública, pois só permite capital público.

5. (ESAF/2015/MPOG/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO) Acerca da organi-


zação administrativa do Estado, é correto afirmar que:
a. ao se criar um novo ministério, está-se promovendo uma descentralização administrativa.
b. por se subordinar ao Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União integra o Po-
der Legislativo.
c. as sociedades de economia mista podem ser constituídas mediante qualquer forma so-
cietária em direito admitidas.
ANOTAÇÕES

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d. a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno no capital de empre-


sa pública pertencente à União é admissível.
e. autarquias e fundações públicas apenas podem ser criadas por meio de lei específica.

COMENTÁRIO
a) Incorreta, pois falar de descentralização é para criar entidade, e ministério é órgão.
b) Incorreta, porque Tribunal de Contas não é subordinado ao Congresso Nacional.
c) Incorreta, já que sociedade de economia apenas se constitui por Sociedade Anônima.
d) Correta, uma vez que uma outra pessoa jurídica pode fazer parte do capital de uma
empresa pública federal.
e) Incorreta, pois fundações direito privado a lei apenas autoriza a criação da pessoa.

REGIME TRIBUTÁRIO E IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

CF, Art. 173, § 2º – As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar
15m de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

ATENÇÃO
Essa redação refere-se às empresas públicas e sociedades de economia mista que exercem
atividades econômicas em sentido estrito. O STF entende que, se a pessoa jurídica prestar
serviços públicos, poderá ter algumas garantias e direito de serviço público, que deve ser
prestado seguindo alguns princípios.
Assim, o § 2º, do art. 173, da Constituição, deve ser interpretado da seguinte forma: as
empresas públicas e sociedades de economia mista que praticam atividades econômicas
não poderão goz\ar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

CF, Art. 173, § 1º, II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto
aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998).

A Suprema Corte entende que, em relação às empresas públicas e sociedade de econo-


mia mista que executem serviço público monopolizado – serviço prestado pelo Estado sem
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a competitividade com empresas particulares –, não há obrigatoriedade de submetê-las ao


regime jurídico das empresas privadas. Por essa razão, a entidade administrativa com per-
sonalidade jurídica de direito privado que estiver enquadrada como prestadora de serviço
público (monopolizado) deve fazer jus à imunidade tributária prevista para autarquias e funda-
ções públicas (art. 150, §2º, da CF).

ATENÇÃO
Pela regra, pessoa de direito privado não possui qualquer privilégio. No entanto, a
jurisprudência orienta que, se for prestador de serviço público com monopólio do Estado
da atividade, normas públicas atingem esse prestador, A imunidade tributária que objetiva
atender ao princípio da modicidade é um exemplo. Esse princípio vem dos serviços públicos
e objetiva, ao dar a imunidade tributária, baratear os serviços oferecidos.

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRA-


20m FOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE
ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTIN-
ÇÃO. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade
econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca:
C.F., art. 150, VI, a. II. – R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido. RE 407099/RS, rel. Min. Carlos
Velloso, 22.6.2004.(RE-407099).

BENS

CC, Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Para o bem ser considerado público, ele deve pertence a uma pessoa de direito público.
O bem privado está à livre disposição.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

“[...] Portanto, são bens públicos de uso especial não só os bens das autarquias e das fun-
dações públicas, como também os das entidades de direito privado prestadoras de serviços
públicos, desde que afetados diretamente a essa finalidade” (Di Pietro, 2017, pág. 596).
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O bem que estiver sendo utilizado efetivamente na prestação de serviços público é gra-
vado e recebe a mesma proteção dos bens públicos.

Ementa

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BRASILEIRA DE COR-


REIOS E TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS E SERVIÇOS.
RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI N. 509/69. EXECUÇÃO.OBSERVÂNCIA DO
REGIME DE PRECATÓRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 100 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda
Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção
do artigo 12 do Decreto-lei n. 509/69 e não incidência da restrição contida no artigo 173, § 1º, da
Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras
25m
entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive
quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.
2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da com-
petência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório,
sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal. Recurso extraor-
dinário conhecido e provido. (RE 220906 DF).
Pessoa de direito privado não participa de regime de precatório, no entanto, a jurisprudên-
cia orienta que qualquer empresa estatal que prestar serviço de maneira exclusiva pode emitir
precatório, porque o bem é impenhorável naquele momento.

DIRETO DO CONCURSO
6. (CESPE/TRT 3ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) Analise as proposições abaixo, assina-
lando a opção correta.
I – As autarquias, as fundações e as empresas públicas podem ser qualificadas como
Agências Executivas.
II – A qualificação como Agência Executiva é ato do Presidente da República.
III – São impenhoráveis os bens integrantes do patrimônio dos entes da Administração
Pública direta e indireta.
ANOTAÇÕES

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IV – Os bens pertencentes ao patrimônio das autarquias, apesar de serem considerados


bens públicos, podem ser suscetíveis de usucapião.
V – As autarquias são titulares de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles perten-
centes ao ente que as instituiu, estando, contudo, sujeitas ao controle administrativo
ou tutela.

a. Somente as proposições I, II e V são verdadeiras.


b. Somente as proposições I, III e V são verdadeiras.
c. Somente as proposições I, II e III são verdadeiras.
d. Somente as proposições II e III são verdadeiras.
e. Somente as proposições II e V são verdadeiras.

COMENTÁRIO
I – É falsa, pois empresas públicas não podem ser qualificadas como Agências Executivas.
II – É verdadeira, feito mediante decreto autônomo.
III – É falsa, pois pessoas de direito privado podem ter os bens penhorados.
30m IV – É falsa, o bem não deixa de ser público por não estar sendo utilizados naquele momento.
V – É verdadeira, pois trata-se da supervisão ministerial e o controle finalístico.

GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. c
5. d
6. e

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EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA III

FALÊNCIA

Lei n. 11.101/2005
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;

 Obs.: Não estão sujeitas à falência.

LICITAÇÃO

Empresas estatais são obrigadas a licitar. Porém, a lei autoriza a possibilidade de vender
seus bens e serviços (atividade-fim) diretamente sem licitação.

Lei n. 13.303/2016
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação
de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras
a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens,
serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29
e 30.

 Obs.: Arts. 29 e 30 autorizam a contratação sem a realização de licitação.

§3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista dispensadas da observância dos
dispositivos deste Capítulo nas seguintes situações:
I – comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas mencionadas no
caput, de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos
sociais;

DIRETO DO CONCURSO
1s (CESPE/2017/SEDF/PROFESSOR) Embora sejam entidades dotadas de personalidade
5m jurídica de direito privado, as empresas públicas, como regra geral, estão obrigadas a lici-
tar antes de celebrar contratos destinados à prestação de serviços por terceiros.

Atividade-Fim: dispensa licitação.


ANOTAÇÕES

Atividade-Meio: precisa de licitação.

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COMENTÁRIO
Em regra geral, as entidades propostas na questão devem licitar quando forem contratar
prestação de serviços por terceiros.

2s (FCC/2016/TRT 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que uma sociedade de


economia mista controlada pela União, que atua na área de processamento de dados,
pretenda oferecer seus serviços ao mercado privado, com vistas a ampliar suas receitas
para além dos recursos obtidos com a prestação dos serviços à Administração pública.
Referida entidade
a. dado o regime de direito público a que se submete, está imune à tributação sobre a
prestação dos serviços aos privados.
b. sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive no que diz respeito
às obrigações tributárias.
c. passará a caracterizar-se como uma empresa com fins lucrativos, perdendo a imunida-
de tributária.
d. perde a prerrogativa de ser contratada pela Administração com dispensa de licitação,
caso a atuação caracterize regime de competição no mercado.
e. passará do regime de direito público ao de direito privado, mantida, contudo, a obrigato-
riedade de observância dos princípios aplicáveis à Administração pública.

COMENTÁRIO
Trata-se de uma empresa privada que não tem direito à imunidade tributária, uma vez que
não presta serviços públicos de maneira exclusiva.

FORO PROCESSUAL

CF
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
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O foro competente para julgar e processar as ações comuns de empresa pública federal
é a Justiça Federal. Porém, se for uma empresa pública de estado, município ou do distrito
federal, quem julga é o TJ.
O empregado da empresa estatal é celetista, por isso, tendo alguma demanda judicial na
10m
relação de trabalho, o foro competente é a Justiça do Trabalho.
Súmula n. 556, STF: “É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é
parte sociedade de economia mista”.

Principais distinções entre empresa pública e sociedade de economia mista:


a) Forma jurídica: empresa pública, qualquer forma jurídica permitida em direito; e socie-
dade de economia mista, apenas Sociedade Anônima.
b) Composição do capital: empresa pública, 100% do capital público, permitindo sócio
desde que ele faça parte do Estado; na sociedade de economia mista, o capital é público e
privado, sendo que a maioria das ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.
c) Foro processual: empresa pública federal – Justiça Federal, sociedade de economia
mista – Justiça Estadual.

Regime Instituição Patrimônio Juízo Compe- Controle Prazo Forma Compo-


Jurí- (art. 37, XIX, tente (art. 109, (tutela) proces- Jurídica sição do
dico CF) CF) sual capital

Empresa Privado Autorizada Privado J. Federal ou J. Supervisão Comum Qualquer 100%


pública por lei espe- Estadual ministerial admitida público
cífica em direito

Socie- Privado Autorizada Privado Justiça Estadual Supervisão Comum Apenas S.A Público e
dades por lei espe- ministerial privado
de econ. cífica
mista

DIRETO DO CONCURSO
3s (FCC/2018/DPE-AM/ANALISTA DE GESTÃO) As entidades integrantes da Administração
pública possuem diferentes características e contornos jurídicos, muitos atrelados à própria
finalidade por elas desempenhada e ao objeto cometido a cada uma. Nesse sentido, as
a. fundações possuem necessariamente personalidade de direito público, não se subme-
tendo às regras do Código Civil.
ANOTAÇÕES

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b. autarquias podem ser constituídas com personalidade de direito público ou privado, a


depender da atividade desempenhada.
c. sociedades de economia mista, mesmo quando atuam em regime de competição no
mercado, integram a Administração indireta.
d. empresas públicas se submetem integralmente ao regime jurídico de direito público,
seja na atividade meio ou na atividade fim.
e. organizações sociais, quando vinculadas ao poder público mediante contrato de gestão
passam a integrar a Administração indireta.

15m
COMENTÁRIO
a) As fundações podem ser de direito público ou privado; por isso, está incorreta.
b) Autarquia é sempre de direito público; portanto, incorreta.
c) Não importa a atividade desempenhada, empresa pública e sociedade de economia mista
sempre vão integrar Administração indireta; logo, está correta.
d) Empresas públicas se submetem ao regime de direito privado, não sendo integralmente.
Por isso, incorreta.
e) Organizações sociais são paraestatais e não fazem parte da Administração Pública. O
item está incorreto.

4s (IBFC/2016/EBSERH/TÉCNICO EM CONTABILIDADE) Assinale a alternativa que com-


pleta corretamente a lacuna. ________________ são entidades dotadas de personalidade
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamen-
tal, criação autorizada por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial, que
o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa.
a. Autarquias
b. Fundações
c. Empresas públicas
d. Serviços sociais autônomos
e. Sociedades de economia mista
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COMENTÁRIO
Se é de direito privado, não pode ser letra a, b e d. O capital exclusivamente governamental
não pode ser sociedade de economia mista, sendo a empresa pública o que melhor se
encaixa na definição trazida.

5s (CESPE/2019/SEFAZ/AUDITOR FISCAL) A entidade da administração pública indireta


criada por meio de lei para desempenho de atividades específicas, com personalidade
jurídica pública e capacidade de autoadministração é a
a. autarquia.
b. fundação privada.
c. sociedade de economia mista.
d. empresa pública.
e. empresa subsidiária.

COMENTÁRIO
Se é pessoa de direito público, já se excluem as letras "c", "d" e "e". A opção "b", fundação
privada, não faz parte da Administração Pública. Portanto, a letra "a" se encaixa na descrição
trazida na questão.

Julgue o seguinte item, relativo ao controle da administração indireta e à improbidade ad-


ministrativa.
6s (CESPE/2018/EMAP/ANALISTA) Dado o caráter privado das sociedades de economia
mista, o Tribunal de Contas da União está impossibilitado de exercer seu controle externo.
Todavia, a legislação pertinente determina que o estatuto social da respectiva entidade
preveja formas de controle interno.

COMENTÁRIO
O direito privado, nesse caso, é abrandado por normas de direito público, e o Tribunal de
Contas fará controle de qualquer dinheiro público que esteja sendo gasto.
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GABARITO
1s C
2s b
3s c
4s e
5s a
6s E

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Princípios da Administração Pública – Legalidade e Impessoalidade
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - LEGALIDADE E


IMPESSOALIDADE

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Celso Antônio Bandeira de Mello representa esse tema como um prédio, em que as
bordas e janelas seriam as leis e a base seria formada pelos princípios da Administração
Pública, então, se algum princípio for violado, todo o prédio estará em ruínas. Isso significa
que atentar a um princípio da Administração Pública é mais prejudicial que atentar à própria lei
Para Bandeira de Mello: “violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma
norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico man-
damento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegali-
dade ou inconstitucionalidade (...)”.
• Princípio expresso e não expresso (implícito) na Constituição.
– Princípios expressos – LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade,
Eficiência.
– Princípios expressos também são chamados de princípios mínimos.
– Não há qualquer tipo de hierarquia entre os princípios.
– É possível que o administrador utilize alguns princípios em detrimento de outros.
– Princípios não expressos: motivação, segurança jurídica, proporcionalidade, razo-
abilidade, principio do interesse público. Todos esses estão expressos na Lei n.
9.784/99.
5m
• Princípios expressos no caput, do art. 37, da CF, art. 37. “A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
cidade e eficiência...”.
– A Administração Pública indireta abrange também as empresas públicas e socieda-
des de economia mista, que são regidas pelo direito privado.
ANOTAÇÕES

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Princípios da Administração Pública – Legalidade e Impessoalidade
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Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Princípio da legalidade
• Toda ação do administrador público deve ser pautada na lei.
Ex.: um agente de trânsito (agente público) aborda um condutor que não está utilizando
cinto de segurança. O agente enquadrará esse fato na lei e a lei determinará a aplicação da
multa. Se o agente, não satisfeito, resolver apreender o veículo e levá-lo para o depósito do
Detran, essa ação será ilegal, pois ela não está disposta na lei.
Esse é o princípio da legalidade em sentido estrito.
• O princípio da legalidade em sentido amplo é visto no Direito Constitucional, no artigo
5º, inciso II, que afirma: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”.
• O particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe, enquanto que o administrado
somente pode agir quando determinada ação for prevista em lei.
• O Direito Administrativo estuda o princípio da Legalidade em seu sentido estrito, apli-
cado apenas à Administração Pública.
10m

Regras X Princípios
• Regras: lei ou ato normativo (tais como decreto, resolução, regimento interno)
• Princípios:
– Di Pietro o trata em dois sentidos: obediência à lei (sentido estrito) e obediência ao
direito (sentido amplo, princípios).
– Para Di Pietro, o administrador público deve atender às leis e aos princípios que nor-
teiam a atividade pública.
Regras
Normas
Princípios
ANOTAÇÕES

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Princípios da Administração Pública – Legalidade e Impessoalidade
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ATENÇÃO
A principal diferença entre a legalidade administrativa e a aplicada ao particular é que
o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer
tudo o que lei não proíbe.

Deslegalização ou delegificação
Rebaixa determinado assunto para ser tratado por um simples ato administrativo.
Costuma acontecer nas agências reguladoras que possuem o chamado poder normativo
técnico. As agências vão disciplinar as suas matérias través de atos administrativos.
Ex.: a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) estabelece que entre uma poltrona e
outra deve haver, no mínimo, 50 centímetros. Essa é uma caraterística técnica que pode ser
disciplinada por simples atos administrativos.
• Em resumo: o tema será disciplinado por ato administrativo.
15m

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) A deslegalização é um fenômeno que o Legis-
lativo rebaixa hierarquicamente determinada matéria (que antes era tratada por lei) para
que ela possa vir a ser tratada por regulamento.
O fenômeno da deslegalização, também chamada de delegificação, significa a retirada,
pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei, passando-as para o domínio de
regulamentos de hierarquia inferior.

COMENTÁRIO
•O regulamento é o ato administrativo.
• A matéria que era disciplinada por lei agora será tratada por ato normativo, inferior à lei.
Para que isso ocorra, deve haver a permissão legal, no caso das agências regulado-
ras, a própria lei que as cria já permite esse processo.
ANOTAÇÕES

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Princípio da impessoalidade
• A ação do administrador deve atender ao interesse púbico.
– A doutrina trata em dois aspectos a atividade impessoal do administrador público: a
ação pública deve atender ao interesse público e não pode ser utilizada para promo-
ção pessoal.
Ex.: um secretário de obras de determinado município recebe verba para realizar o asfalto
de alguma estrada. Nesse município há duas estradas: uma estrada importante, que liga o
município a outro município e na qual há trânsito intenso de pessoas, e uma outra, que leva
à fazenda do prefeito. O secretário, então, determina que o asfalto seja realizado na estrada
que liga à fazenda do prefeito. Nesse momento, o ato foi praticado para atender a um inte-
resse específico, e não ao interesse público.
– A Administração pode praticar um ato para atender a interesse pessoal, desde que
este não prejudique o interesse da coletividade, um exemplo disso é a emissão de
CNH, alvará para construção civil etc.
20m

• Veda que o agente público valha-se da atividade desenvolvida pela Administração


para obter promoção pessoal.
Ex.: o prefeito de determinado município, após realizar a reforma de uma praça, coloca
uma placa informando que a reforma foi realizada por ele. O dinheiro utilizado, no entanto,
não é do prefeito, mas do município, e, por isso, não poderá haver a promoção pessoal
do prefeito.

Art. 37, § 1º, CF – “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo cons-
tar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos”.

• Não podem ocorrer favoritismos nem perseguições. A impessoalidade tem ligação íntima
com o princípio da Igualdade e da Isonomia. Quando a Administração realiza concurso
público ou licitação pública, ela está respeitando o princípio da impessoalidade.
• Todas as vezes que o administrador fere algum princípio, automaticamente ele estará
ferindo, também, o princípio da legalidade. Em uma questão de prova, deve-se obser-
var o princípio que mais faz referência ao texto constante em prova.
ANOTAÇÕES

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Aplicação do princípio da impessoalidade:


25m
a. Concurso público e licitação;

b. Teoria do órgão;
– a ação do agente é de responsabilidade do órgão em que ele trabalha, e a ação do
órgão é de responsabilidade da entidade política. Por isso, a ação do agente público
não é realizada em seu próprio nome, mas em nome do órgão em que ele realizou
as atribuições.

c. Responsabilidade objetiva do Estado;


– a responsabilidade não é demandada diretamente ao agente. Ex.: um carro dirigido
por um agente público acaba colidindo com um carro de um particular, causando a
este prejuízo de 30 mil reais. O particular deverá entrar com ação contra a Adminis-
tração Pública, e não contra o agente que dirigia no momento da colisão.
– A responsabilidade independe de dolo ou culpa do agente.

d. Impedimento e suspeição;
– Pode ser que o agente público seja impedido de atuar em um processo. Não pode
atuar em processos que envolvam, por exemplo, os pais.
– A suspeição tem como base a amizade ou inimizade com a parte do processo.
– O impedimento deve, obrigatoriamente, ser declarado no processo, o servidor deve
se manifestar.

Princípio da Juridicidade e Princípio da Legalidade


– Princípio da Legalidade: o agente deve atender à lei.
– Princípio da Juridicidade: considera não apenas a lei em sentido estrito, mas também
os costumes, as decisões dos tribunais, as súmulas, a ética, os princípios etc. (cha-
mado de bloco de legalidade). É, portanto, a evolução do princípio da legalidade.
30m
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
2. (QUADRIX/IDURB/TÉCNICO/2020) A atuação administrativa deve ser pautada pela indis-
ponibilidade do interesse público. A fim de balizar essa atividade, existem os princípios
orientadores das normas de conduta do Estado. Acerca dos princípios de direito adminis-
trativo, julgue o item.
Um servidor público que deixe de realizar atividades de sua competência para prejudicar
um desafeto afronta o princípio da impessoalidade, que se traduz na ideia de que a atuação
estatal deve se pautar pela busca dos interesses coletivos.

COMENTÁRIO
O agente não pode agir de forma pessoal para prejudicar um desafeto ou beneficiar um
amigo.

GABARITO
1. C
2. C

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso. A presente degravação tem como objetivo
auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomenda-
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – MORALIDADE

Princípio da moralidade
• A moralidade está relacionada à ética, honestidade, probidade, boa-fé. Essas são as
características que o agente público deve possuir.
• Moralidade administrativa: é a moralidade objetiva prevista em lei.
• Moralidade comum: representa o que cada indivíduo pensa. Por ser subjetiva, não é
estudada no Direito Administrativo.
• O princípio da moralidade está expresso na Constituição e na Lei n. 9.784/1999, e trata
a moralidade em seu art. 2º, IV, descrevendo que o administrador tem de ter uma “atu-
ação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.
O Decreto n. 1.171/1994, que representa o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, estabelece que: (...)
I – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre
o honesto e o desonesto, consoante às regras contidas no art. 37, caput, e §4º, da
Constituição Federal.

• Às vezes, a ação praticada pelo agente é legal, mas é imoral. Ex.: suponha-se que a
Assembleia Legislativa de determinado estado tenha realizado uma licitação pública
para contratar veículos para o transporte de deputados. Os carros contratados eram
importados e custaram cerca de trezentos mil reais cada um. Diante dessa situação,
a Assembleia poderia contratar os veículos? Sim, o processo foi realizado através de
licitação, respeitando os trâmites legais. No entanto, não há justificativa para que os
veículos sejam importados e no valor exorbitante de trezentos mil reais. A atividade
praticada pela Assembleia foi legal, mas imoral.
• Qualquer indivíduo poderá propor ação popular para anular uma atividade imoral.
ANOTAÇÕES

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Instrumentos que visam combater a imoralidade administrativa


a. A ação popular.
Art. 5, LXXIII, CF – “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.
b. Lei n. 8.429/92.
5m
Lei de improbidade administrativa: o agente ímprobo, automaticamente é imoral. A lei
visa punir o agente público que praticar atos que atentem contra os princípios da adminis-
tração pública, não só o da moralidade, mas todos os princípios que orientam a administra-
ção pública.
c. Súmula Vinculante n. 13:
Veda a prática do nepotismo: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal”.
Primo é considerado parente de 4º grau, e pode ser nomeado.
Segundo o STF, a nomeação de parentes fere os princípios da impessoalidade, morali-
dade e eficiência.
A Súmula atinge apenas os cargos administrativos, não alcança os cargos políticos,
como Secretário de Estado, Secretário Municipal, Ministro. Sendo assim, seria permitido, por
exemplo, que o Presidente nomeasse a sua esposa como Ministra. A pessoa nomeada, no
entanto, deve possuir características técnicas para ocupar o cargo.
A Súmula atinge também o nepotismo cruzado:
10m

Ex.: deputado A, sabendo que não pode nomear o filho, pede ao deputado B que o
nomeie e, em troca, também nomeia algum parente do deputado B.
ANOTAÇÕES

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Princípios da Administração Pública – Moralidade
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO DEGURO SOCIAL/2016) Na análise da moralidade adminis-
trativa, pressuposto de validade de todo ato da administração pública, é imprescindível
avaliar a intenção do agente.

COMENTÁRIO
A “intenção do agente” representa a moralidade comum. Conforme visto, o que deve ser
avaliado é a moralidade administrativa e não a intenção do agente público.

O único princípio que também deve ser observado pelo particular é justamente o prin-

cípio da moralidade.
Ex.: determinado cidadão pretende obter um alvará para montar um comércio em sua
casa, no entanto, como o bairro é residencial, a lei prevê que deve ser necessária a autori-
zação dos vizinhos para que seja instalado o comércio. O cidadão, então, decide ele próprio
assinar a lista com os nomes dos moradores autorizando a abertura do comércio. Esse cida-
dão, ao agir dessa forma, está sendo imoral.
15m

DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS/2019)
Prefeito de determinado município do Estado da Bahia nomeou sua esposa, médica de
notório conhecimento e atuação exemplar, para exercer o cargo de Secretária Municipal
de Saúde. No caso em tela, com as informações apresentadas acima, a princípio, de
acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
a. não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade
pela prática de nepotismo, pois o cargo de secretário municipal possui natureza política.
b. não é lícito o ato administrativo de nomeação, pois houve flagrante violação ao princí-
pio da moralidade pela prática de nepotismo.
c. é possível afirmar que houve flagrante ato de improbidade administrativa, por violação
aos princípios da eficiência e legalidade.
d. é possível afirmar que houve flagrante crime eleitoral pela prática de ato expressamen-
te proibido pelo texto constitucional que viola a impessoalidade.
e. é possível afirmar que houve flagrante falta disciplinar pela prática de ato punível com
a sanção funcional de afastamento cautelar da função pública.

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COMENTÁRIO
Conforme visto, é permitida a nomeação de parentes para os cargos políticos, desde que
o nomeado atenda aos requisitos técnicos.

3. (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2017) Não configura ofensa ao princípio da mo-


ralidade a nomeação de esposa de magistrado, devidamente concursada, para função de
confiança diretamente subordinada ao juiz cônjuge.

COMENTÁRIO
Se o indivíduo é concursado, ele pode ocupar um cargo em comissão, desde que a
nomeação não seja feita pelo juiz ou pela autoridade a qual ela ficará subordinada. O juiz,
portanto, não poderia nomear a própria esposa, mesmo esta sendo servidora efetiva concur-
sada, para ocupar cargo em comissão.
Outro magistrado poderia nomeá-la, desde que não caracterizasse o nepotismo cruzado.

GABARITO
1. E
2. a
3. E

�E
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PUBLICIDADE E


EFICIÊNCIA

Princípio da publicidade
• O princípio da publicidade exige transparência da Administração Pública em suas
ações. Ex.: quando a Administração realizar um contrato administrativo, obrigatoria-
mente deverá ser disponibilizado o extrato do contrato para que seja possível o con-
trole popular.
• Publicidade é diferente de publicação. Nem toda informação precisa ser publicada na
imprensa oficial.
Esse princípio, portanto, informa que a atividade da Administração deve ser transparente,
mas há exceções, como as atividades da defesa nacional, segurança pública, intimidade da
pessoa, investigação policial, processo em segredo de justiça.
• Lei Federal n. 12.527/11: lei de acesso à informação.
Quando a Administração realizar uma ação que interessa a toda a sociedade, ela deverá
imediatamente publicar em seu site oficial, independentemente de qualquer solicitação.

Art. 5, XXXIII, CF – Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interes-
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado.
5m Art. 5, LX, CF – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TCE-PA/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2016) O princípio da publicidade
viabiliza o controle social da conduta dos agentes administrativos.

COMENTÁRIO
Quando a Administração dá publicidade às suas ações, pode ser que algum particular per-
ceba alguma ilegalidade e venha solicitar algum controle, como a ação popular, por exemplo.
Hoje a Administração deve divulgar, inclusive, a remuneração de seus servidores, a fim
de viabilizar o controle social.
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Princípios da Administração Pública – Publicidade e Eficiência
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2. (CESPE/TCU/AUDITOR DO CONTROLE EXTERNO/2015) De acordo com entendimento


dominante, é legítima a publicação em sítio eletrônico da administração pública dos no-
mes de seus servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias a que
eles fazem jus.

COMENTÁRIO
A Administração deve divulgar a relação de nomes e a respectiva remuneração de seus
servidores e vantagens pecuniárias.

3. (QUADRIX/IDURB/TÉCNICO/2020) A atuação administrativa deve ser pautada pela indis-


ponibilidade do interesse público. A fim de balizar essa atividade, existem os princípios
orientadores das normas de conduta do Estado.
Acerca dos princípios de direito administrativo, julgue o item.
O princípio da publicidade ensina que a transparência dos atos da Administração Pública
serve para possibilitar seu controle pelos cidadãos. Assim, não é admissível se socorrer a
fundamentos como segurança nacional e relevante interesse coletivo para excepcionar tal
princípio.

COMENTÁRIO
Pode ocorrer a não publicidade de uma atividade relacionada à segurança nacional e de
relevante interesse coletivo.

4. (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) A respeito dos princípios da administração pública e


da organização administrativa, julgue o item a seguir.
Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de governo, fizer
constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá,
pela autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.
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Princípios da Administração Pública – Publicidade e Eficiência
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COMENTÁRIO
O administrador público não pode, de maneira alguma, realizar qualquer tipo de promo-
ção pessoal às custas da publicidade da Administração Pública, pois isso fere o princípio da
impessoalidade.

Princípio da eficiência
• Deve
estar associado a “bons resultados”, que satisfaçam à coletividade.
• É o mais novo dos princípios expressos no caput, da Constituição Federal. O principio
da eficiência foi expresso na Constituição, em 1998, por emenda constitucional.
É comum as bancas afirmarem que, antes de ser positivado, o princípio da eficiência
não precisava ser atendido. Essa afirmação é incorreta, a eficiência era um princípio não
expresso, implícito no texto constitucional.

• “O
princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado
em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desem-
penho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação
ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o
mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”
(Di Pietro).
– Di Pietro vê dois aspectos no princípio da eficiência:
- Eficiência do agente público: modo de atuação.
- Eficiência da administração: modo de organização do funcionamento da administração
pública que deve ser célere. d o ag ente p ú b lico
Eficiência
da A dm P ub

• Hely Lopes Meirelles (2003:102) fala na eficiência como um dos deveres da Administra-
ção Pública, definindo-o como “o que se impõe a todo agente público de realizar suas
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. Exige resultados positivos
para o serviço publico e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e
de seus membros”.
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Princípios da Administração Pública – Publicidade e Eficiência
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– Para Hely Lopes Meirelles, deve-se lembrar de presteza, perfeição e rendimento


funcional.

Art. 41 CF (...) § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
15m

Mesmo após o servidor adquirir estabilidade, ele será avaliado de maneira periódica, a
fim de verificar a sua eficiência. Para isso, será necessário lei complementar que explique
como funcionará, na prática, a avaliação.
• Eficácia
– Eficácia é diferente de eficiência.
- Eficácia: objetivos desejados por determinada ação do Estado, significa a meta.
Resultado não avalia os meios.
Ex.: dois gestores receberam verba pública para a construção de uma escola. O gestor
A construiu a escola com 450 mil reais, já o gestor B construiu escola idêntica com 500 mil
reais. Na situação apresentada, o gestor A foi mais eficiente que o gestor B. No prazo esti-
pulado, porém, o gestor construiu apenas uma escola, enquanto que o gestor B construiu
duas escolas. Agora, o gestor B foi mais eficaz, pois conseguiu cumprir a meta, não ava-
liando os meios.

Art. 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de: (...)
IV – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

– Na ação da Administração Pública, o administrador avaliará não só a eficiência do


agente, mas também a eficácia realizada pela administração.
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DIRETO DO CONCURSO
5. (QUADRIX/COREN-AC/ADMINISTRAÇÃO/2019) Em relação aos princípios da Adminis-
tração Pública, julgue o item. O dever de transparência na atuação da Administração
Pública relaciona-se diretamente ao princípio da eficácia.

COMENTÁRIO
O princípio da eficácia não tem relação com o princípio da transparência, mas, sim, com
o princípio da publicidade.
20m

6. (VUNESP 2020/FITO/ANALISTA DE GESTÃO) Em Direito Administrativo, quando se fala


que nem tudo que é legal é honesto, estamos nos referindo ao princípio constitucional
a. implícito da finalidade administrativa.
b. implícito da motivação administrativa.
c. explícito da moralidade administrativa.
d. explícito do poder-dever do administrador público.
e. explícito da publicidade.

COMENTÁRIO
A expressão tem relação com princípio da moralidade administrativa.

7. (QUADRIXO/CRMV/ADMINISTRAÇÃO/2019) Em relação aos princípios fundamentais


que regem a Administração Pública Federal, julgue o item.
O princípio da publicidade requer que a lei e a Administração Pública confiram tratamento
isonômico aos particulares, não discriminatório.

COMENTÁRIO
O tratamento isonômico, sem qualquer discriminação, tem relação com o princípio da
impessoalidade.
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8. (FCC/RIOPREOPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2019) O direito administrativo dis-


ciplina a função administrativa dos entes federados, órgãos, agentes e atividades de-
senvolvidas pela Administração Pública. Entre seus princípios está a legalidade, ou seja,
cabe à Administração Pública:
a. Apresentar resultados positivos para o serviço público, bem como o atendimento das
necessidades públicas.
b. Promover a qualificação de agentes públicos que apresentem comportamento de acor-
do com o interesse público.
c. Ser composta por agentes públicos que não usem a administração pública para a pro-
moção pessoal.
d. Ter credibilidade voltada para transparência na defesa de direitos para a oferta de in-
formações nos órgãos públicos.
e. Atuar de acordo com a lei e finalidades expressas ou implícitas previstas no Direito.

COMENTÁRIO
a) Resultados positivos têm relação com o princípio da eficiência.
b) A qualificação de agentes públicos está relacionada ao princípio do interesse público
e da eficiência.
c) Há relação com o princípio da impessoalidade.
d) Há relação com o princípio da publicidade.
e) Está relacionada ao princípio da legalidade.
25m

9. (VUNESP/UNICAMP/ANALISTA/2019) A Câmara de um Município do interior de São Pau-


lo aprova, em 31 de dezembro de 2017, lei destinando verbas públicas para o custeio de
evento cultural de caráter privado, realizado anualmente por empresa da família de um
grande produtor rural que já foi prefeito do Município. Essa lei mostra-se incompatível
com o interesse público e com o princípio da
a. eficiência.
b. motivação.
c. segurança jurídica
d. impessoalidade.
e. publicidade.
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COMENTÁRIO
A lei em questão atentou contra o princípio da impessoalidade e pode ser considerada
inconstitucional.

10. (FGV 2019/PREFEITURA DE SALVADOR/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS)


Analise o trecho a seguir. “A atividade administrativa deve ser exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional.” Assinale a opção que apresenta o princípio fundamen-
tal da Administração Pública ao qual o trecho faz referência.
a. Legalidade.
b. Impessoalidade.
c. Moralidade.
d. Publicidade.
e. Eficiência.

COMENTÁRIO
O agente deve agir com presteza, perfeição e rendimento funcional, respeitando o prin-
cípio da eficiência.

GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. E
6. c
7. E
8. e
9. d
10. e

�E
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ANOTAÇÕES

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auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomenda-
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PRINCÍPIOS NÃO


EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO

PRINCÍPIOS NÃO EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO


Olá, aprovado! Vamos dar continuidade aos princípios da administração pública. Vejam
só: na aula passada, finalizamos os princípios expressos na Constituição Federal. Agora,
vamos trabalhar os princípios não expressos, que alguns chamam também de princípios
implícitos no texto constitucional.
É interessante que os princípios não expressos na Constituição Federal por vezes estão
expressos em outras leis e normas ou até mesmo é uma construção da doutrina.
O nosso tema é princípios não expressos na Constituição ou, na sua prova, a banca pode
colocar como princípios implícitos. Vejam aqui a Lei n. 9.787/1999, art. 2º:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.

Obs.: os princípios da legalidade, moralidade e eficiência estão expressos na Constituição,


formando o famoso mnemônico LIMPE. Os demais são princípios novos.

Como podem ver, há alguns princípios que, de fato, não estão no texto constitucional,
mas estão positivados em outras normas, outras leis.
Toda lei que se preza, na verdade, tem os princípios que orientam o administrador público
em suas condutas. Há mais leis; vejam a Lei n. 8.429/1992, a famosa Lei de Improbidade
Administrativa:

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.

Obs.: a Lei de Improbidade apenas repete aqueles princípios que estão no art. 37.

A lei que estabelece as regras para os serviços públicos, concessão e permissão para
serviços públicos também traz alguns princípios específicos para o particular prestar serviço
ANOTAÇÕES

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público, como, por exemplo, o princípio da modicidade, segundo o qual as tarifas devem
ser módicas, o preço praticado deve ser razoável; princípio da atualidade, segundo o qual o
serviço público deve ser atual, o prestador deve utilizar técnicas modernas na realização do
serviço; e princípio da cortesia.
Como podem ver, há princípios demais e nosso objetivo é trabalhar aqueles que são
cobrados em prova de concurso. Por exemplo, na aula de concessão de serviço público trato,
de maneira específica, dos princípios daquela matéria; na aula de licitação pública também
trato dos princípios específicos do procedimento licitatório. Nosso objetivo, no entanto, é tra-
balhar os princípios gerais aplicados no Direito que são mais cobrados, aqueles princípios
mais genéricos. Vejam a Lei n. 8.987/1995, que estabelece as regras para a prestação do
serviço público:

Art. 6º, § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, efici-
ência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Obs.: trata-se de princípios específicos.

Trago agora uma questão para trabalharmos.

DIRETO DO CONCURSO
1. (QUADRIX/CRN-2ª REGIÃO-RS/2020) A respeito das noções de cidadania, de relações
públicas, de comunicação e das noções de administração geral e pública, julgue o item.
Os princípios da Administração Pública podem ser classificados em expressos e implíci-
tos e estes últimos estão previstos no artigo 37 da Constituição Federal de 1988. .
5m

COMENTÁRIO
Os princípios implícitos estão previstos na Constituição? É lógico que não. Os princípios
expressos, sim, estão previstos no texto constitucional.
ANOTAÇÕES

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O PULO DO GATO
Podemos afirmar que todo princípio que está expresso consta no art. 37 da Constitui-
ção? Não, pois existem sim princípios expressos em outras leis, como nós trabalhamos aqui.
Então, em provas, é preciso avaliar, interpretar a questão.

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Vamos falar agora do famoso regime jurídico administrativo, tema que já até falamos na
primeira aula de Direito Administrativo. Para que serve o regime jurídico administrativo? Qual
é seu objetivo?
• Coloca a administração pública em posição privilegiada nas relações jurídico-admi-
nistrativas.

Obs.: quando falamos de regime jurídico administrativo, o objetivo é colocar a administra-


ção pública de maneira mais elevada nas relações com o particular. Então, o regime
jurídico administrativo representa um conjunto de normas, de princípios que colocam
a administração numa posição privilegiada em relação ao particular. Por isso, por
exemplo, que pode muito bem o poder público interditar um estabelecimento, reco-
lher mercadorias impróprias, pode aplicar uma multa, pode muito bem destruir uma
obra que está sendo construída de maneira irregular. A administração, para trabalhar,
precisa estar nessa posição privilegiada. Lembrando que, nas relações entre os par-
ticulares, não há qualquer privilégio.

O regime jurídico administrativo tem como base dois princípios:


• Supremacia do interesse público sobre o particular.
– Interesse primário: interesse da coletividade.
– Interesse secundário: interesse patrimonial da administração pública.

Obs.: lembrando que, dentro dessa supremacia, nós temos o interesse primário, que é
justamente o interesse da coletividade, que representa o objetivo da administração.
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A administração existe justamente para praticar atividade de interesse primário – o


objetivo final é esse.

No entanto, também existe o interesse secundário, ou seja, o interesse patrimonial da


administração pública. Isso representa o Estado defendendo seu próprio interesse. .
Quando falamos em princípio da supremacia do interesse público, nesse momento a
10m

administração tem que praticar a atividade para proteger, para praticar atos que atenderão
toda a sociedade; esse é o famoso interesse primário.
Mas há também o interesse secundário, que ocorre quando a administração pública está
protegendo seus bens, seu próprio interesse. Vamos imaginar uma demanda judicial, a admi-
nistração em uma lide para disputar quem ficará com determinado terreno; se aquela é uma
área pública ou particular. Nesse momento, a administração está defendendo seu próprio
interesse – esse é o que chamamos de interesse secundário.
Porém, nem só de supremacia vive o nosso regime jurídico-administrativo.

• Princípio da indisponibilidade dos interesses públicos pela administração.


• São princípios basilares da administração, constituindo a base do sistema normativo.

Obs.: tanto a supremacia quanto a indisponibilidade integram os princípios "pedra de to-


que", defendidos pelo professor Celso Antonio Bandeira de Mello.

Primeiramente, temos o regime jurídico administrativo, do qual já falamos, que coloca a


administração em posição de supremacia e, dentro desse regime jurídico administrativo, há
dois princípios que obrigatoriamente temos que entender porque são considerados supra-
princípios ou superprincípios: o princípio da supremacia do interesse público em relação ao
particular e o princípio da indisponibilidade dos interesses públicos pela administração. O
interesse público não está a livre disposição pelo administrador público.
Agora, vamos trabalhar algumas questões para ver como isso está sendo cobrado em
prova de concurso.
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2. (VUNESP/VALIPREV-SP/ANALISTA/2020) A Administração não tem a livre disposição


dos bens e interesses públicos, porque atua em nome de terceiros. Por essa razão é
que os bens e interesses públicos só podem ser alienados conforme o disposto em lei.
Da mesma forma, os contratos administrativos reclamam, como regra, que se realize li-
citação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso à
Administração. É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao princípio da
a. indisponibilidade.
b. autotutela.
c. moralidade.
d. continuidade dos serviços públicos.
e. segurança jurídica.

COMENTÁRIO
Já falamos sobre o princípio da indisponibilidade do interesse público. Os bens não são
do administrador, e sim de toda a coletividade. O interesse não é do administrador público; é
da coletividade.
O enunciado traz dois aspectos: os bens não estão a livre disposição e o administrador,
quando for contratar, primeiramente precisa fazer uma licitação pública, pois essa contrata-
ção é de interesse de toda a administração pública. .
Esse texto faz referência ao princípio da indisponibilidade dos bens e dos interes-
15m

ses públicos.

3. (CONSULPLAN/PREFEITURA DE VIANA-ES/AUDITOR DE CONTROLE INTER-


NO/2019) No que se refere aos princípios do Direito Administrativo, julgue os itens
que seguem:

I – A supremacia do interesse público sobre o privado, cria uma desigualdade jurídica


entre a Administração e os administrados.
ANOTAÇÕES

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II – Entre os princípios que regem o Direito Administrativo pode-se destacar o de que o


interesse público e o interesse privado devem ser equivalentes.
III – O princípio da indisponibilidade do interesse público é um princípio explicito e está
previsto no art. 37 da Constituição Federal.
Está CORRETO o que se afirma em:

a. I.
b. I e II.
c. I e III.
d. I, II e III.

COMENTÁRIO
I – A administração pública está acima do particular.
II – Há a supremacia do interesse público, a relação é vertical.
III – Já vimos isso. No art. 37 está apenas o famoso LIMPE.

4. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) Julgue o item que se se-


gue, a respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.
São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a
supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o
segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e
do desenvolvimento da sociedade.

COMENTÁRIO
Quando falamos em princípio da legalidade, é lógico, é um princípio que está previsto no
texto constitucional, no art. 37. Princípio da supremacia é justamente aquele utilizado pela
administração pública para regulamentar a vida em sociedade.

5. (CESPE/MUNICÍPIO DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR/2016) Acerca do direito ad-


ministrativo, julgue o item que se segue.
ANOTAÇÕES

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A possibilidade de realização de obras para a passagem de cabos de energia elétrica


sobre uma propriedade privada, a fim de beneficiar determinado bairro, expressa a concep-
ção do regime jurídico-administrativo, o qual dá prerrogativas à administração para agir em
prol da coletividade, ainda que contra os direitos individuais.

COMENTÁRIO
Por exemplo, há uma fazenda e por ela terão que passar alguns cabos para levar energia
para a cidade, e pode muito bem serem construídas algumas torres. Então, o interesse da
coletividade irá, obviamente, será utilizado em detrimento do interesse individual. É sempre
assim. O interessa da coletividade prevalece em relação ao interesse individual.
É o que acontece também na desapropriação, por exemplo, quando um sujeito tem um
imóvel e este será utilizado para ser construído um posto de saúde. Então, o interesse da
coletividade irá se sobrepor ao interesse do particular de ter essa propriedade.

6. (CESPE 2017/TCE-PE/ANALISTA) No que concerne aos poderes e deveres da adminis-


tração pública e aos princípios que regem o regime jurídico-administrativo, julgue o item
que se segue.
Em razão do princípio do interesse público, não é possível que o poder público atenda
aos interesses privados não estatais.

COMENTÁRIO
Essa questão está errada pois, por vezes, a administração pública irá atender aos inte-
resses próprios, pessoais. Por exemplo, você tira a carteira de habilitação, e essa atividade
feita pela administração interessa a você, ao particular. Desde que o interesse privado não
prejudique o interesse público, a administração praticará atos a todo momento.
Um alvará de construção para construir sua cada é uma atividade que atende ao inte-
resse daquele proprietário, daquela pessoa, mas esse interesse privado não se contrapõe ao
interesse público. .
Em razão do princípio do interesse público, é possível que o poder público atenda aos
20m

interesses privados não estatais.


ANOTAÇÕES

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PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
O que significa o princípio da autotutela? Tutela nada mais é do que controle. Então, aqui,
a administração pública pode se autocontrolar, anulando seus atos quando ilegais e revo-
gando quando inconvenientes ou inoportunos.
Esse princípio nasceu da Súmula 473 do STF, que é, por vezes, cobrada em provas,
questionando-se está certa ou errada. Isso acontece bastante.
Súmula n. 473 do STF. A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
dos de vício que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitando os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.

Obs.: a primeira parte da súmula fala de anulação de ato administrativo, e a segunda parte
fala da revogação. O Poder Judiciário pode, obviamente, rever a legalidade de todo
e qualquer ato administrativo.

Quando falamos em autotutela, é um controle interno, é a própria administração se auto-


controlando. Quando o Poder Judiciário controla a atividade de outro poder, anulando o ato,
aí estamos falando de controle externo.

ATENÇÃO
Lembre-se, em sua prova, que o Poder Judiciário não faz controle de mérito em ato prati-
cado por outro poder. Controle de mérito representa a revogação do ato administrativo; seria
uma interferência muito grande de um poder em relação ao outro.

Existem duas formas de controle: de mérito ou de legalidade. Controle de mérito gera a


revogação do ato; controle de legalidade gera anulação.
A própria administração, que praticou o ato, pode realizar o controle de mérito. Já o con-
trole de legalidade pode ser exercido pela própria administração, exercendo a autotutela,
bem como o Poder Judiciário. Lembre-se desta tabela na hora da sua prova:
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CONTROLE
MÉRITO LEGALIDADE
Revogação Anulação
Administração Administração (autotutela)/Poder Judiciário

Controle de mérito gera a revogação do ato administrativo, exercendo a autotutela. Lem-


bre-se: apenas o ato discricionário pode ser revogado.
Controle de legalidade gera anulação do ato, pela própria administração, exercendo sua
autotutela; e o Poder Judiciário, quando provocado. Lembre-se de que o Judiciário não age
de ofício.

7. (CESPE/DPF/AGENTE DO POLÍCIA FEDERAL/2018) A administração pública, além de


estar sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e Judiciário, exerce controle sobre seus
próprios atos. Tendo como referência inicial essas informações, julgue o item a seguir,
acerca do controle da administração pública.
O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da legali-
dade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a auto-
ridade competente verificar ilegalidade em ato da própria administração. .
25m

COMENTÁRIO
Se o ato for ilegal, ele deve ser anulado. O interesse público pode gerar a revogação do
ato administrativo. Lembrando que, na revogação, o ato é válido, lícito e legal, mas se tornou
inoportuno ou inconveniente. Vamos dar um exemplo que aconteceu em Brasília: havia um
aparelho de fiscalização em uma avenida que estava desregulado. Todos os carros que pas-
savam por lá estavam sendo multados, independentemente da velocidade, por causa de um
erro na programação desse aparelho. Nessa época, foram editadas 8 mil multas em um curto
período de tempo. O carro passava lá e já era multado. Depois, com tantas reclamações,
a administração pública viu que errou, que aquelas multas eram ilegais, e o próprio Detran
anulou as multas. Então, aconteceu um autocontrole. O ato foi considerado ilegal e a própria
Administração pode anular.
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Agora, na revogação do ato administrativo, vamos considerar o seguinte: o Secretário


de Transporte de determinado município, determina a criação de uma faixa exclusiva para
ônibus no centro da cidade, com o intuito de melhorar o trânsito. No entanto, posteriormente,
no mês seguinte, o secretário percebeu que o trânsito piorou. Então, houve um ato adminis-
trativo determinando a instalação da faixa e haverá outro ato administrativo, que tem como
objetivo revogar aquele primeiro ato, pois ele não atendeu ao interesse público, tornando-se
inconveniente ou inoportuno. Lembre-se: o ato ilegal deve ser anulado, e o ato legal pode ser
revogado. Então, a questão está correta.

8. (CESPE/DPF/AGENTE DO POLÍCIA FEDERAL/2018) Um servidor público federal deter-


minou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança no órgão público onde
trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu pa-
recer indicando que o ato de nomeação é ilegal. Considerando essa situação hipotética,
julgue o item a seguir.
O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar atos
administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.

COMENTÁRIO
Já percebemos sinais de nepotismo ao nomear o irmão para cargo público, ainda mais
em função de confiança. Isso gera prática de nepotismo, proibida pela Súmula Vinculante n.
13. E a autotutela significa o quê? O autocontrole. Quando o Poder Judiciário avalia o ato,
isso representa autocontrole? Não. É uma forma de controle externo. É o Poder Judiciário
controlando as atividades do Poder Executivo. Esse controle não decorre da autotutela. Se
fosse a própria administração, a própria Polícia Federal anulando aquele ato, tudo bem, aí
seria autotutela. Mas, nesse caso, houve a intervenção do Poder Judiciário para anular, dei-
xando de ser autotutela.

9. (QUADRIX/CORECON-PE/ASSESSOR JURÍDICO/2019) Quanto aos princípios expres-


sos e implícitos da Administração Pública, assinale a alternativa correta.
.
a. Ela não poderá rever seus atos relacionados aos aspectos de mérito, ou seja, quanto
30m

à conveniência e à oportunidade.
ANOTAÇÕES

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b. A possiblidade de rever seus próprios atos decorre do princípio da autotutela.


c. Para rever seus atos, é necessário que seja provocada, não podendo agir de ofício.
d. Caso reveja seus atos, estará violando o princípio da legalidade.
e. A possiblidade de rever seus próprios atos decorre do princípio da autoexecutoriedade.

COMENTÁRIO
a. Os aspectos de mérito, conveniência e oportunidade, geram a revogação do ato. A
administração pública pode rever esses atos.
b. A possibilidade de a administração fazer uma revisão e dessa revisão pode gerar a
anulação ou a revogação do ato, dependendo das circunstâncias.
c. Quando a administração percebe que errou, ela mesma pode anular o ato. Ou então,
mesmo se a própria administração perceber que o ato se tornou inconveniente ou
inoportuno, pode revogá-lo.
d. Negativo.
e. Nesse caso, não é autoexecutoriedade, e sim autotutela, que é justamente o au-
tocontrole.

10. (CESPE/SJDH-PE/AGENTE PENITENCIÁRIO/2017) Secretário de justiça de direitos hu-


manos de determinado estado da Federação que publicar uma portaria e, na semana
seguinte, revogá-la, em nova publicação, terá praticado ato revogatório com base no
princípio da
a. indisponibilidade.
b. moralidade.
c. autotutela.
d. eficiência.
e. supremacia do interesse público.

COMENTÁRIO
Foi praticada uma portaria, que é um ato administrativo, e na semana seguinte foi revo-
gada. Qual foi o princípio utilizado pelo administrador público? O princípio da autotutela.
ANOTAÇÕES

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11. (CESPE 2018/CGM/AUDITOR) Com relação aos princípios aplicáveis à administração


pública e ao enriquecimento ilícito por agente público, julgue o item a seguir.
Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus atos
ilegais, independentemente de provocação.

COMENTÁRIO
A Administração age de ofício. O órgão percebe que errou e anula o ato praticado.

Finalizamos mais uma aula, e na próxima vamos continuar a trabalhar tudo que é impor-
tante, tudo que pode ser cobrado em sua prova.

GABARITO
1. E
2. a
3. a
4. C
5. C
6. E
7. C
8. E
9. b
10. c
11. C

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Princípios da Adm. Pública Não Expressos II
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PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA NÃO EXPRESSOS II

Quando um administrador pratica um ato, em regra, deve motivar, explicar por escrito o
porquê de sua prática. Ex.: em uma fiscalização, um estabelecimento é interditado. O fiscal
não pode apenas interditar, precisando explicar o motivo da interdição (como falta de alvará,
venda de produtos piratas).
A motivação é importante a nível de ter status de princípio (princípio da motivação dos
atos administrativos). Quando um policial aplica uma multa de trânsito, por exemplo, anota a
placa do carro, onde o mesmo está estacionado, a hora da notificação, ou seja, motivando o
ato administrativo.

Princípio da motivação
Os atos devem ser motivados. A não motivação é a exceção. Ex.: nomeação e exonera-
ção de servidor em cargo em comissão. Esse ato não precisa ser motivado – a autoridade
nomeia e não precisa explicar o porquê de ter escolhido a pessoa, da mesma forma que não
precisa explicar o motivo da exoneração. O princípio da motivação representa a justificativa
por escrito do por que da prática do ato. O objetivo é que se o particular um dia for contes-
tar se apoiará justamente na motivação expressa. Se o fato não tiver ocorrido, o ato deve
ser anulado.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DO CONTROLE EXTERNO/2015) A exoneração dos
ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o contraditório e a
ampla defesa.

COMENTÁRIO
Quando a administração for anular, revogar, convalidar um ato administrativo ou retirar
direito de alguém, sempre precisa que explicar o porquê. A não motivação é a exceção, e
engloba a nomeação e a exoneração de servidor em cargo de comissão.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios da Adm. Pública Não Expressos II
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Princípio da razoabilidade
Para Celso Antônio Bandeira de Mello a Administração, ao atuar no exercício de des-
crição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com
o senso normal de pessoas equilibradas. A conduta desarrazoada não é apenas inconve-
niente, mas também ilegítima (inválida).
Quando se fala em razoabilidade, é preciso lembrar-se de bom senso. A razoabilidade é o
5m

que se espera do homem médio. Quando o administrado age, precisa de atitude equilibrada,
agir com bom senso, ser razoável, ponderado.
A razoabilidade tem relação com bom senso, com uma atividade ponderada, enquanto
a proporcionalidade tem relação com a proibição de excessos pela administração pública. A
medida aplicada pela administração não pode ser superior à estritamente necessária, senão
o ato será desproporcional. O Poder Judiciário pode realizar controle no ato administrativo e,
posteriormente realizar sua anulação se o ato for desarrazoado ou desproporcional.

Princípio da proporcionalidade

Art. 2º, VI, Lei n. 9.784/1999: “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público”. O administrador não pode utilizar de força maior que a estritamente necessária.

A edição do ato deve ser proporcional ao dano ou ao perigo. Os meios utilizados devem
ser proporcionais ao fim visado: “princípio da proibição de excessos”.
A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade e representa adequação entre meios
e fins, sendo uma medida justa diante da situação concreta. Ex.: um supermercado tem
milhares de itens e a fiscalização encontra 10 itens vencidos e por isso, interdita o estabele-
cimento. Essa medida é proporcional à gravidade do fato? Se a ilegalidade for leve, a força
utilizada pela administração deve ser leve, e a mesma adequação se for grave. Não há como
o administrador ser proporcional se ele não for razoável.
Súmula Vinculante n. 11 teve como justificativa do STF o princípio da proporcionalidade.
10m

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de


perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada
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a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do


agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
O agente público só pode algemar o preso se a medida for proporcional ao fim visado
(o preso pode tentar fugir, ou isso pode ser feito para proteger a integridade do preso ou de
terceiros), que precisa ser explicado.

DIRETO DO CONCURSO
2. (FCC/SANASA/ANALISTA-SERVIÇOS JURÍDICOS/2019) No que concerne aos princí-
pios constitucionais, explícitos e implícitos na Constituição Federal de 1988, aplicáveis à
Administração pública, tem-se

a. a prevalência do princípio da moralidade sobre todos os demais princípios, podendo


ser invocado para afastar, em situações de restrição de direitos individuais, os princí-
pios da razoabilidade e da legalidade estrita.
b. que o princípio da legalidade impede a edição de atos normativos pelo Poder Executi-
vo, salvo no estrito âmbito do poder regulamentar, apenas nos limites para fiel execu-
ção de lei.
c. que o princípio da eficiência aplica-se, de forma autônoma, exclusivamente às entida-
des sujeitas ao regime jurídico de direito privado, aplicando-se às entidades de direito
público apenas em caráter subsidiário.
d. como decorrência do princípio da razoabilidade, a possibilidade de afastamento do
15m

princípio da legalidade quando presentes razões de interesse público, devidamente


comprovadas.
e. que a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na prática de
atos discricionários pela Administração demanda a adequação entre meios e fins de
forma a evitar restrições desnecessárias a direitos individuais.

COMENTÁRIO
Não há qualquer hierarquia na prevalência de um princípio em relação ao outro.
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Ato normativo representa lei em sentido amplo (a lei em sentido estrito é a editada pelo
Legislativo). São atos normativos decreto, resolução, regimento interno, deliberação.
O princípio da eficiência é aplicado em toda a administração pública e se relaciona com
os demais princípios.
O princípio da legalidade não pode ser afastado para se usar o princípio da razoabilidade.
Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.

DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) O princípio da proporcionalidade, que deter-
mina a adequação entre os meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no pro-
cesso administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

COMENTÁRIO
O princípio da proporcionalidade é expresso na Lei n. 9.784/99 (Lei do Processo Admi-
nistrativo).

Quando o administrador vai aplicar multa, deve observar a razoabilidade e a proporciona-


lidade. Ex.: uma pessoa proprietária de pequena área rural provoca pequeno dano ambiental
(é um produtor pequeno, produz para auto sustento, e se por ventura há sobra da produção,
ele vende ou troca). Um fiscal do IBAMA aplica a ele uma multa de 10 milhões de reais. O
valor é desarrazoado, a medida utilizada é superior à situação concreta (um pequeno pro-
dutor não tem como pagar essa multa). Se a multa é aplicada a um grande produtor de soja,
que exporta, fatura milhões – o valor seria justificado nesse caso. O Judiciário pode avaliar
a proporcionalidade e a razoabilidade do ato administrativo, mas o ato ao fim é anulado com
base no princípio da legalidade. Não representa controle de mérito administrativo.
20m

DIRETO DO CONCURSO
4. (FCC/DPE-SP/ADMINISTRADOR/2015) Considere a seguinte situação hipotética. Em
uma manifestação popular pacífica, centenas de policiais militares dispararam bombas
de gás e balas de borracha por horas ininterruptas contra os manifestantes que reivindi-
ANOTAÇÕES

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cavam direitos trabalhistas ao governo. Por considerar exagerada a reação dos policiais,
que deixou centenas de feridos, o Ministério Público sustenta que os agentes públicos
responsáveis pela operação violaram princípios da Administração pública, em especial o
princípio da

a. especialidade, uma vez que o excesso de violência dos policiais anula os objetivos de
sua função, de garantir a ordem.
b. segurança jurídica, porque a ação dos policiais colocou em risco a vida dos manifes-
tantes, afetando a ordem social.
c. proporcionabilidade, pois os policiais utilizaram medidas de intensidade superior à es-
tritamente necessária à situação.
d. impessoalidade, já que os policiais promoveram tratamento diferenciado, atingindo so-
mente parte dos manifestantes.
e. eficiência, em razão dos resultados da repressão policial acarretarem ônus financeiros
para a Administração pública.

COMENTÁRIO
Na questão, a ação policial não foi proporcional ao dano. Se a ilegalidade praticada for
leve, a ação deve ser leve. Se é grave, a ação deve ser severa.

5. (CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) O princípio da razoabilidade

a. se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e sua inobser-
vância resulta em vício do ato administrativo.
b. incide apenas sobre a função administrativa do Estado.
c. é autônomo em relação aos princípios da legalidade e da finalidade.
d. comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo
administrador algo simples.
e. pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito admi-
nistrativo.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
O princípio da razoabilidade orienta toda a atividade, inclusive na elaboração das leis.
A razoabilidade deve atender ao interesse público e ao princípio da legalidade.
Mérito gera revogação do ato, controle de legalidade gera anulação do ato.
25m

GABARITO
1. E
2. e
3. C
4. c
5. a

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PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA NÃO EXPRESSOS


NA CONSTITUIÇÃO III

Princípio da continuidade dos serviços públicos

O serviço público não pode parar e deve sempre atender ao interesse público. Excepcio-
nalmente, pode ocorrer sua interrupção, como segurança das instalações, melhoria (casos
de bairros que têm interrompidos os fornecimentos de água ou energia, por exemplo, para
reparos e melhorias). A interrupção também pode ocorrer por inadimplemento do particular. O
princípio da continuidade dos serviços públicos fundamenta a proibição de algumas catego-
rias entrarem em greve (como a segurança pública). A greve nesses casos só poderia ocorrer
se quem deu causa à mesma foi o Estado, por conta de negligência ou ilegalidade por ele
praticada. Quando a administração pública aplica a caducidade de um serviço público, pode
assumi-lo. A caducidade ocorre quando o particular não está prestando o serviço de maneira
correta (ex.: uma empresa que deveria prestar serviço de transporte público, mas não o exe-
cuta – a lei autoriza que a administração pública venha a prestar o serviço, podendo inclusive
realizar uma ocupação temporária).
O princípio da continuidade gera obrigação para a administração pública de prestar o ser-
viço para a comunidade de maneira correta.
Esse princípio é positivado, expresso em lei (que regulamenta concessão de serviços
públicos – Lei n. 8.987/1995).

Art. 6º
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-
gência ou após prévio aviso, quando:

Obs.: são dispostas as exceções.

I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

Obs.: se um raio atinge um transformador de energia que distribui energia para um bairro, o
serviço público será interrompido no bairro inteiro até que possa ser reestabelecido.
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II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Obs.: a interrupção só pode ocorrer após prévio aviso.


5m

§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá


iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado.
(Incluído pela Lei n. 1.4015, de 2020)

Obs.: isso para proteger o particular: o banco pode não estar aberto para realização do
pagamento, por exemplo.

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.


CONSUMIDOR INADIMPLENTE. SUSPENSÃO DO SERVIÇO. PREVISÃO LEGAL. POSSI-
BILIDADE. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. ART. 6º, § 3º, II, DA LEI N. 8.987/95. 1.
É lícito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica se, após aviso prévio,
o Município devedor não solve dívida oriunda de contas geradas pelo consumo de energia.
Entretanto, para que não seja considerado ilegítimo, o corte não pode ocorrer de maneira
indiscriminada, de forma a afetar áreas cuja falta de energia colocaria em demasiado perigo
a população, como ruas, hospitais e escolas públicas (STJ).
O município é um consumidor de energia e não paga a conta. O fornecedor pode inter-
romper, mas não para o município todo: devem continuar recebendo os hospitais, as escolas
públicas, os presídios, por exemplo. O mesmo se dá em caso de particular que tem UTI em
casa para realizar um tratamento e deixa de pagar a conta de energia. Nesse caso, o opera-
dor não pode cortar a energia, por colocar em risco a vida da pessoa. É necessário sempre
avaliar o caso concreto.
Prof.ª Maria Di Pietro: quando se fala da continuidade do serviço público, ela gera aspec-
tos para o Direito Administrativo (transcende o conceito da continuidade):
(i) proibição de greve dos servidores públicos (não é uma vedação absoluta);
(ii) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preen-
cher as funções públicas temporariamente vagas (ex.: um chefe entra em licença médica e
um de seus funcionários o substituirá pelo período de 10 dias. O objetivo é atender ao princí-
pio da continuidade do serviço público, bem como o princípio da eficiência);

10m
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(iii) impossibilidade, para quem contratada com a Administração, de invocar a cláusula da exceção
do contrato não cumprido (também não é uma vedação absoluta: em um contrato administrativo,
quando a administração atrasa os pagamentos por até 90 dias, o contratado deve continuar pres-
tando o serviço público. Só após 90 dias o contratado pode recorrer ao Judiciário e pedir a sus-
pensão do fornecimento da atividade. Ex.: uma empresa entrega merenda para as escolas e todo
dia 10 a administração realiza o pagamento. Se a administração não o realiza, o fornecedor deve
continuar o sérvio por 90 dias. Só após pode pedir ao Judiciário a suspensão do fornecimento da
atividade);

(iv) possibilidade de a Administração utilizar os equipamentos e instalações da empresa


com que ela contrata (ex.: uma empresa é contratada para asfaltar uma estrada. No meio
do caminho, a empresa fale, ou não está prestando o serviço como deveria. A administração
pública pode ocupar o canteiro de obras, as máquinas da empresa, contratar os funcionários
da empresa, para dar continuidade ao serviço);
(v) encampação da concessão de serviço público (o prestador do serviço não o está reali-
zando como deveria, então a administração pública rescinde o contrato administrativo e pode
realizar o serviço ela mesma).

Princípio da segurança jurídica

A Administração deve interpretar norma administrativa da forma que melhor garanta o


atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpreta-
ção (Art. 2, XII, Lei n. 9.784/99). Ex.: a Lei n. 5.320/15 autoriza o prefeito de um município a
regulamentar a ocupação do solo em sua região, mediante o decreto de execução 3.419/16.
O prefeito edita o decreto concedendo aos proprietários de imóveis do bairro A, que podem
usar a área da calçada para fazer uma construção em até 3 metros. Após alguns anos, o pre-
feito mudou e editou o decreto, que passou a ser o n. 3.620/19 e interpretou a lei de maneira
diferente: a área pública só poderia ser utilizada até 1 metro. Para os novos proprietários, só
pode avançar 1 metro na calçada, mas os que avançaram no decreto anterior podem conti-
nuar, pois o direito já incorporou no patrimônio jurídico. Se for para beneficiar, a lei não retro-
age, o particular usa a lei do momento (ex.: antes, o decreto só permitia avançar 1 metro e
depois, 3 metros. O particular passa a usar a legislação mais recente).
15m
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A doutrina majoritária sustenta que o princípio da segurança jurídica pode ser dividido em
dois aspectos:
a. objetivo: garantia da estabilidade das relações jurídicas (objetivo porque está escri-
to na lei);
b. subjetivo: proteção à confiança do administrado (para alguns, o princípio da proteção à
confiança é um subprincípio do princípio da segurança jurídica), que deposita sua con-
fiança nos atos praticados pelo Poder Público. Pelo princípio da proteção à confiança
o administrado deposita sua confiança nos atos praticados pela administração. Dessa
forma, cria a expectativa de que serão respeitados pela própria Administração Pública.

Art. 5º, XXXVI, CF: a lei não prejudicará o direito, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (a lei não
pode alterar uma sentença que já foi dada pelo Judiciário). Quando a administração muda seu
posicionamento, os efeitos são ex nunc (dali em diante, não pode retroagir).
20m

No contexto do princípio da segurança jurídica, é preciso lembrar-se da irretroatividade


legal e da estabilidade das relações jurídicas. A segurança jurídica representa uma atividade
objetiva e proteção da confiança subjetiva. O princípio da proteção da confiança representa
a confiança das pessoas nos atos praticados pela administração.
O princípio da irretroatividade legal é do Direito e alcança os atos administrativos. A esta-
bilidade das relações jurídicas tem como base o princípio da segurança jurídica.
Estado de Direito: o Estado cria suas normas e posições, e é sujeito às normas criadas.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2017) De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999,
o direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detri-
mento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princí-
pio administrativo da

a. presunção de legitimidade.
b. autotutela.
c. segurança jurídica.
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d. continuidade do serviço público.

COMENTÁRIO
O ato é praticado e traz algum efeito favorável para o particular. Se tiver algum vício, a
administração tem 5 anos para fazer a anulação (salvo se o particular estiver de má-fé). Após
esse período, ocorre a convalidação tácita.

Ex.: um servidor aposenta, o ato já foi homologado pelo Tribunal de Contas, ele já rece-
beu a primeira parcela de seus proventos, e 3 anos depois, a administração descobre um
erro no processo de aposentadoria (o servidor ainda não tinha o tempo de contribuição exi-
gido pela Constituição). O ato nesse caso pode ser anulado. Se a administração descobre o
fato após 10 anos, não pode anular.
25m
Convalidação tácita: o ato se aperfeiçoa, não é possível alterá-lo mais.
Presunção de legitimidade: presume-se que os atos editados pela administração
são legais.
Princípio da autotutela: autocontrole.
Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.

DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Em decorrência do princípio da segurança
jurídica, é proibido que nova interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroati-
vos, exceto quando isso se der para atender o interesse público.

COMENTÁRIO
Mesmo se for para atender interesse público, uma nova interpretação não pode retroagir.

3. (FGV/ALERJ/PROCURADOR/2017) O art. 54, da Lei n. 9.784/99, dispõe que o direito


da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram pratica-
dos, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o legislador
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procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo funda-
mental de estabilizar as relações jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos admi-
nistrativos inquinados de vício de legalidade. Nesse contexto, de acordo com a doutrina
de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os seguintes princípios
reconhecidos da Administração Pública:

a. autotutela e certeza jurídica;


b. segurança jurídica e proteção à confiança;
c. inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;
d. temporalidade e moralidade administrativas;
e. indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

COMENTÁRIO
O ato pode ter vício em qualquer de seus elementos, se passar 5 anos, não é possível
alterá-lo mais, ele passa a ser válido.
Em relação aos princípios informativos da Administração Pública e aos atos administra-
tivos, julgue o item.

4. (QUADRIX/CREA-TO/ADVOGADO/2019) Como decorrência do princípio da segurança


jurídica, a aplicação retroativa da nova interpretação que garanta o fim público a que se
dirige é possível para atingir, inclusive, os processos administrativos já julgados, desde
que a nova interpretação seja mais favorável à Administração Pública.
30m

COMENTÁRIO
A nova interpretação jamais pode retroagir. Se beneficiar o particular, o particular no caso
utiliza a nova interpretação para ampliar seu direito, não é que a nova interpretação retroage.

5. (FCC/AL-PA/ANALISTA LEGISLATIVO/2020) Considerando os princípios que regem a


Administração Pública, de acordo com o princípio da:
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I – Indisponibilidade do interesse público, os interesses públicos não se encontram à livre


disposição do Administrador público.
II – Supremacia do interesse público, a Administração Pública está sempre acima dos
direitos e garantias individuais.
III – Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovem insuficiência de recursos.
IV – Continuidade do serviço público, o serviço público, atendendo a necessidades essen-
ciais da coletividade, como regra, não deve parar.

Está correto o que se afirma APENAS em


a. II e III.
b. I e II.
c. III e IV.
d. I e IV.
e. II e IV.

COMENTÁRIO
A administração pública tem relação vertical, mas precisa atender e respeitar os direitos
individuais.

GABARITO
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3. b
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –


PRINCÍPIOS NÃO EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

O devido processo legal obrigatoriamente deve atender aos princípios do contraditório e


da ampla defesa.
O princípio do contraditório significa que a administração deve conceder um momento
de defesa ao particular. Ninguém pode ser condenado sem ser ouvido antes. O princípio da
ampla defesa representa que o interessado, o particular, pode usar todos os meios lícitos
para se defender, como solicitar provas, oitiva de testemunhas, perícias. O interessado deve
ter acesso total ao processo administrativo.

Art. 5º, LV, CF – “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”.

Art. 5º, LIV, CF – “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal.”. Para o devido processo legal existir, deve haver o contraditório (a parte contrária deve
ser ouvida) e a ampla defesa (o interessado pode utilizar todos os meios legais para se defender,
podendo solicitar perícias, peticionar provas, oitiva de testemunhas). O particular pode não aceitar
alguma prova, mas precisa motivar o porquê.
5m

Art. 2º, X, Lei n. 9.784/1999 – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar
sanções e nas situações de litígio.

Súmula Vinculante n. 5 – A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disci-
plinar não ofende a Constituição (essa regra vale para qualquer processo administrativo, salvo se
a lei exigir presença de advogado).

Súmula Vinculante n. 3 – Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o


contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de con-
cessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (essa regra vale para qualquer processo em
Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas tem registro de aposentadoria, reforma e pensão (art. 71,
III, CF). A aposentadoria é ato complexo, e só se torna perfeita após registro no órgão competente.
Entretanto, o Tribunal de Contas estava demorando muito para fazer o registro. A jurisprudência
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dispôs então que o prazo para fazer o registro seria de 5 anos. Se esse tempo fosse ultrapassado,
o particular poderia usar o contraditório e a ampla defesa).
10m

A aposentadoria é um ato complexo, pois tem-se a manifestação do órgão que o servidor


trabalha e a do Tribunal de Contas da União, e as duas formarão um único ato administrativo.
Enquanto não houver o registro do Tribunal de Contas da União, ocorre a concessão inicial
de aposentadoria. Nesse intervalo, o particular não pode utilizar os dois princípios. Entre-
tanto, se o Tribunal de Contas demorar mais de 5 anos, há direito ao contraditório e ampla
defesa (princípio da razoável duração do processo).

DIRETO DO CONCURSO
1. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE BETIM – MG/AUDITOR/2020) Acerca do princípio
administrativo da autotutela, assinale a alternativa correta.
a. Esse princípio permite à Administração Pública a revisão de seus atos, seja por vícios
de ilegalidade (invalidação), seja por motivos de conveniência e oportunidade (re-
vogação).
b. A autotutela repele e abomina favoritismos e restrições indevidas, exigindo tratamen-
15m

to equânime e marcado pela neutralidade, proibindo que o agente público utilize seu
cargo para a satisfação de interesses pessoais.
c. Esse princípio exige que a ação da administração seja ética e respeite os valores
jurídicos e morais.
d. A autotutela exige que a atuação do Poder Público seja transparente, com informa-
ções acessíveis à sociedade.
e. Segundo tal princípio, os atos administrativos se revestem de uma presunção relativa
de que são praticados legitimamente, de acordo com as normas jurídicas.

COMENTÁRIO
Invalidação = anulação; autotutela = autocontrole.
Ética: associar ao princípio da moralidade.
O princípio da publicidade exige a transparência da atuação do Poder Público, oferecendo
informações acessíveis à sociedade.
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Atributo da presunção de legitimidade dos atos administrativos: os atos administrativos se


revestem de uma presunção relativa de que são praticados legitimamente, de acordo com
as normas jurídicas.

2. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/FISCAL/2019) Amed possui um pequeno quiosque


na praia do Porto da Barra, em Salvador, onde vende quibes, esfirras e mate, garantin-
do o sustento de sua esposa e seus nove filhos. Durante uma fiscalização da vigilância
sanitária, o fiscal verificou que uma das luvas descartáveis, utilizadas por Amed para o
manuseio dos alimentos, estava com um pequeno furo. Em razão disso, o fiscal decidiu
pela interdição permanente do estabelecimento, sob a alegação de grave risco à saúde
dos clientes. Em relação à situação apresentada, assinale a opção que indica o princípio
violado pelo fiscal.
a. O da razoabilidade, ao aplicar uma penalidade sem proporcionalidade condizente
com a situação.
b. O da legalidade, ao instituir sanção sem o devido processo legal.
c. O da eficiência, tendo em vista o dano causado à economia local.
d. O da impessoalidade, dado o fato de que ele puniu o comerciante baseando-se na
sua incapacidade contributiva.
e. O da segurança jurídica, afrontando o preceito de que ninguém será punido sem pré-
via cominação legal.
20m

COMENTÁRIO
É preciso avaliar se a atitude tomada é proporcional ao ato cometido.

3. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Assinale a opção corre-


ta de acordo com os princípios implícitos ou reconhecidos da administração pública.
a. Segundo o primado do interesse público, cabe à administração rever os seus erros
para restaurar a situação de regularidade.
b. O princípio da indisponibilidade exige que os serviços públicos não sejam in-
terrompidos.
c. O princípio da precaução determina a observância da correção administrativa den-
tro da norma.
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d. Com base no princípio da autotutela, a câmara municipal possui personalidade jurídica.


e. A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da administra-
ção pública com os administrados.

COMENTÁRIO
O princípio da autotutela dispõe que cabe à administração rever os seus erros para restaurar
a situação de regularidade.
O princípio da continuidade do serviço público demanda que os serviços públicos não
sejam interrompidos.
O princípio da precaução é mais utilizado no Direito Ambiental (a fiscalização deve ser
prévia, antes do dano).
Órgão não possui personalidade jurídica.

4. (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Considerando os princípios cons-


titucionais e legais, implícitos e explícitos, que regem a atividade da administração públi-
ca, assinale a opção correta.
a. Os princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público guiam a atu-
ação do administrador, de modo que apenas o juízo discricionário excepciona-se ao
controle judicial.
b. Em decorrência do princípio da reserva legal, a administração pública está autorizada
a fazer apenas aquilo que não seja legalmente proibido.
c. De acordo com o STJ, o princípio da continuidade dos serviços públicos não impede
a interrupção do fornecimento de energia elétrica para município inadimplente, ainda
que o valor cobrado esteja sob questionamento em sede administrativa.
d. Em virtude dos princípios da proteção à confiança e da segurança jurídica, entende
25m

o STF que podem ser considerados válidos os atos praticados por agente público
ilegalmente investido.
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COMENTÁRIO
O Judiciário pode fazer controle de legalidade nos atos discricionários (o administrador
público pode ultrapassar o limite da discricionariedade que consta na lei, ou que o ato seja
discricionário, mas tenha sido desproporcional).

Princípio da reserva legal: ocorre quando a Constituição exige lei para regulamentar um
tema, seja ordinária ou complementar.
A interrupção no fornecimento de serviços deve atender o interesse público, não o dei-
xando desamparado de serviços essenciais.
Uma pessoa vai ao DETRAN buscar seu documento do carro. Quando atendida pelo
servidor, identificado, consegue pegar o documento. Entretanto, a administração descobre
posteriormente que o servidor que atendeu estava investido de maneira irregular (podem ser
hipóteses de suspensão e permanência no trabalho, falsificação de diploma de nível superior
para realizar o concurso e entrar no cargo). A pessoa que foi buscar o documento não sabia
de nada disso, é a intitulada “terceiro de boa-fé”, e nesse contexto o documento é válido, pois
o ato é válido (há confiança nos atos praticados pela administração pública).

DIRETO DO CONCURSO

5. (CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2017) De acordo com o art. 54 da Lei n. 9.784/1999,


o direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detri-
mento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princí-
pio administrativo da
a. presunção de legitimidade.
b. autotutela.
c. segurança jurídica.
d. continuidade do serviço público.
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COMENTÁRIO
Na concessão de aposentadoria, o prazo decadencial começa a contar do registro perante
o Tribunal de Contas.
A administração não pode retirar o direito do particular se já se passaram 5 anos.

6. (CESPE/TCE-PR/ANALISTA DE CONSTROLE/2016) O princípio da proteção à confian-


ça da administração pública
a. determina que a administração pública atenda apenas ao que a lei impõe.
b. dá à administração pública o poder da execução imediata das decisões administrati-
vas, possibilitando a criação de obrigações para o particular.
c. corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica.
30m

d. é considerado uma imposição da limitação à discricionariedade da administra-


ção pública.
e. é um dos princípios expressamente arrolados no art. 37 da Constituição Fede-
ral de 1988.

COMENTÁRIO
O princípio da segurança jurídica é objetivo, por constar em lei; e o princípio da proteção à
confiança é subjetivo, por ser o que o particular espera da administração pública.

7. (CESPE/TRT 8º REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) A respeito dos princípios da ad-


ministração pública, assinale a opção correta.
a. Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração,
aplicando-se esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
b. Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher,
mediante institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas tempora-
riamente vagas.
c. O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus
atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, indepen-
dentemente de decisão do Poder Judiciário.
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d. Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os


fundamentos de fato e de direito de suas decisões.

COMENTÁRIO
Dentro da administração pública, o poder hierárquico apresenta algumas prerrogativas,
como ordenar, fiscalizar, anular, revogar atos. Esse princípio da hierarquia, entretanto, não
é utilizado nas funções Legislativa e Judiciária (não há hierarquia entre os poderes, eles
são independentes e anônimos).
Se o diretor de uma escola entra de férias, o vice-diretor assume a posição pelo período.
O serviço não pode parar só porque o diretor saiu de férias (princípios da eficiência e da
continuidade do serviço público).
Toda entidade da administração indireta fica ligada à órgão da administração direta (ex.:
ANVISA fica ligada ao Ministério da Saúde). Nesse contexto, não há subordinação, e sim
vinculação administrativa. O único controle admitido entre administração direta e indireta
é o finalístico (supervisão ministerial): toda entidade tem suas atribuições definidas em lei.
Se a entidade não as cumpre, o ministério supervisor pode fazer o controle ou tutela.
35m

GABARITO
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Atos Administrativos – Conceitos
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ATOS ADMINISTRATIVOS – CONCEITOS

CONCEITO:
"Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modifi-
car, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria" (Hely
Lopes Meirelles)
“Ato administrativo é a “declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efei-
tos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita
a controle pelo Poder Judiciário” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).

Podem ser consideradas práticas de atos administrativos:


Nomeação de candidatos aprovados em concursos, férias de servidores, multas de trân-
sito etc. Na maioria das vezes, os atos administrativos são realizados por escrito. No entanto,
há outras formas de aplicação, como o silvo do apito de um guarda ou policial, placas de trân-
sitos e semáforos.
5m
Vale lembrar que os três Poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário) praticam atos admi-
nistrativos e que estes independem do consentimento do particular, já que são atitudes toma-
das unilateralmente.

ATENÇÃO
Atos administrativos representam a manifestação de vontade da Administração Pública.

DIRETO DO CONCURSO

Acerca de atos administrativos, serviços públicos e intervenção do Estado na propriedade,


julgue o item seguinte.

1. (CESPE/2019/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Comando ou posicionamento emitido


oralmente por agente público, no exercício de função administrativa e manifestando sua
vontade, não pode ser considerado ato administrativo.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Conceitos
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COMENTÁRIO
A questão afirma que uma ordem verbal não pode representar ato administrativo. Porém,
conforme visto nos exemplos acima, atos administrativos podem ser verbais – como a ordem
10m
de parada de um veículo por parte de um policial – e não verbais, como placas de trânsito
e semáforos.

ATOS JURÍDICOS E ATOS ADMINISTRATIVOS

A diferença essencial entre o ato jurídico e o ato administrativo reside na finalidade. Os


atos jurídicos e os atos administrativos representam manifestações humanas e não meros
fenômenos naturais.
Ato administrativo é espécie de ato jurídico.

Atos jurídicos podem ser praticados tanto pelo particular quanto pela Administração
Pública, no entanto, o fundamento do ato administrativo reside no direito público e os atos
jurídicos praticados pelos particulares residem no direito privado.

FATOS JURÍDICOS

São todos os eventos naturais ou humanos que interessam ao direito – fatos jurídicos em
sentido amplo.
Exemplo: o nascimento de uma criança (fato natural), a venda de um imóvel (fato
humano) etc.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Conceitos
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Fatos jurídicos são os atos que interessam ao Direito.


Fatos jurídicos em sentido amplo são divididos em:
a. Fatos jurídicos em sentido estrito: correspondem a eventos da natureza – aconte-
cimentos que não decorrem diretamente da vontade humana, mas que acarretam consequên-
cias jurídicas.
Exemplo: o nascimento, a morte de um servidor, a passagem do tempo, um raio que cause
incêndio em uma repartição pública, prescrição etc.
15m
b. Atos jurídicos: correspondem à manifestação da vontade humana.
Exemplo: procuração, testamento, férias a um servidor, interdição de estabelecimento
comercial, aplicação de multa etc.

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (GÊNERO)

São todos e quaisquer atos que o Estado pratica em sua função administrativa.

Obs.: não confundir com ato administrativo.

a. atos de direito privado – locação, seguro, compra etc;


b. atos políticos ou de governo – são atos que decorrem do texto constitucional, como, por
exemplo, a iniciativa, a sanção ou o veto de uma lei, a decretação do estado de sítio etc.;
c. atos administrativos – atos unilaterais;
d. contratos administrativos – atos bilaterais;
e. fato administrativo – por vezes nasce de um ato administrativo.
20m
Exemplo: uma repartição pública será mudada para um novo endereço. O ato administra-
tivo determinará a mudança. Mas o recolhimento dos materiais e o processo de levá-los de um
endereço a outro será o fato administrativo.

Vale lembrar que:


• Atos administrativos representam uma atividade unilateral.
• Atos bilaterais são os contratos administrativos, temos a manifestação da vontade das
duas partes.
• Atos multilaterais são convênios, consórcios públicos, temos a manifestação da von-
tade de múltiplas partes.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Conceitos
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O SILÊNCIO DA ADMINISTRAÇÃO (OMISSÃO)

Para Bandeira de Mello (2009, p. 409) “o silêncio é um fato e não um ato”.

Consequências:
a. Em relação ao sujeito administrativo que se omitiu: o agente que foi negligente tem de
ser responsabilizado por sua conduta funcional;
b. Em relação ao administrado que peticionou e não obteve resposta: pode ser que a lei
preveja algum efeito do silêncio.

– o silêncio pode configurar a concessão do pedido, (conforme parágrafo 4º do


art. 139) ou;
– o silêncio pode configurar a negação do pedido: nessa situação o interessado
25m

poderá demandar judicialmente, pleiteando a manifestação da Administração, que é


viável quando o ato for vinculado.

Da licença-servidor

Art. 139. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor ocupante de cargo efetivo faz jus a
três meses de licença-servidor, sem prejuízo de sua remuneração, inclusive da retribuição do cargo
em comissão, função de confiança ou função gratificada escolar – FGE que eventualmente exerça.
(LEI COMPLEMENTAR N. 952, DE 16/07/2019).
§ 3º A administração tem o prazo de até 120 dias, contado da data de requerimento do pedido pelo
servidor, para definir o período de gozo da licença.
§ 4º No caso de descumprimento do prazo referido no § 3º, o início do gozo da licença inicia-se
automaticamente no centésimo vigésimo primeiro dia da data do requerimento.
No parágrafo 4º temos um exemplo da consequência do silêncio da administração, que nesse caso
gerou a concessão automática do pedido do servidor.

“Na verdade, o silêncio não é ato jurídico. Por isto, evidentemente, não pode ser ato
administrativo. Este é uma declaração jurídica. Quem se absteve de declarar, pois, silenciou,
não declarou nada e por isto não praticou ato algum”. (Celso Antônio Bandeira de Melo)
30m
O silêncio pode significar a forma de manifestação de vontade do Estado quando a lei
assim o prevê.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Conceitos
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O silêncio é um fato administrativo e não um ato, e pode gerar efeito positivo (como a
concessão) ou negativo (quando a lei não estabelece nada).
O silêncio só possui efeito jurídico quando a lei assim o dispuser.
GABARITO

1. E

�E
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preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos
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ATOS ADMINISTRATIVOS – ELEMENTOS OU REQUISITOS

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC 2019/SEMEF-MANAUS/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS) Um particular apresen-
tou requerimento a determinado órgão da administração estadual. Passados 60 dias sem
que a Administração Pública tenha emitido decisão a respeito, o requerente.
a. Deve pleitear ao Judiciário provimento jurisdicional que supra a ausência de manifesta-
ção da Administração Pública.
b. Pode considerar deferido seu pedido, independentemente da natureza do ato adminis-
trativo pleiteado.
c. Pode requerer ao Poder Judiciário o suprimento da decisão administrativa em sendo
vinculada a natureza do ato administrativo pleiteado.
d. Deve considerar indeferido seu pedido, não sendo possível ao Judiciário suprir a ausên-
cia de decisão administrativa.
e. Pode requerer ao Poder Judiciário que imponha à Administração Pública o dever de pra-
ticar o ato, não sendo permitindo que decisão judicial substitua a decisão administrativa.

COMENTÁRIO
a) Se o pedido representar a prática de um ato discricionário, não adianta buscar o Poder
Judiciário, pois este não pode suprir o administrador público.
Exemplo: uma licença para tratar de assuntos particulares representa um ato discricionário da
Administração. Suponhamos que a Administração tenha o prazo de 60 dias para responder
ao servidor se a concede ou não, mas a Administração é omissa, ou seja, não responde a
solicitação. Se o servidor acionar o Judiciário solicitando a licença, este afirmará que não é
possível interceder. No entanto, se este for um ato vinculado, o próprio Judiciário poderá
suprir a Administração Pública.
b) Somente pode ser considerado pedido deferido se isso constar em lei.
c) Se o ato for vinculado o Poder Judiciário pode suprir a omissão da administração pública
e conceder o ato administrativo.
d) Se o direito for vinculado o Judiciário pode, sim, suprir.
e) A decisão judicial pode substituir a decisão administrativa se o ato for vinculado.
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos
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No que concerne à Administração Pública, julgue o item a seguir.


2. (CESPE/2016/TCE-PA/ANALISTA) Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas
de aula de uma escola privada para a realização do curso de formação de seus novos
5m servidores. Assertiva: Nessa situação, o ato de locação, ainda que seja regido pelo direito
privado, é considerado um ato administrativo.

COMENTÁRIO
Há, nessa situação, um ato de direito privado praticado pela Administração Pública. O ato
administrativo tem fundamento no direito público, o que faz com que os atos administrativos
sejam diferentes de atos de direito privado, praticados pela própria Administração.

3. (CESPE/2015/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) Em obediência ao princípio da solenidade


das formas, o ato administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se admitindo
no direito público o silêncio como forma de manifestação de vontade da Administração.

COMENTÁRIO
Conforme visto, o silêncio não representa a vontade de manifestação, já que não produz ato
administrativo. Ele pode, meramente, ser considerado um fato administrativo.

4. (CESPE/2016/MPOG/ANALISTA) O fato administrativo trata de ações que não represen-


tam uma vontade, mas puramente a necessidade executória, ao passo que um ato ad-
ministrativo pode ser considerado uma manifestação de vontade e uma declaração do
Estado com produção imediata de efeitos.

COMENTÁRIO
É o que foi visto anteriormente.

Quanto às noções básicas de Administração Pública, julgue o item.


5. (QUADRIX/2019/CRA-PR/ADMINISTRADOR) Todo ato administrativo é também um ato
jurídico, mas nem todo ato jurídico é um ato administrativo.
10m
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos
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COMENTÁRIO
É o que foi visto anteriormente.

REQUISITOS OU ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

O ato administrativo deve ser composto por cinco elementos para que seja válido. São
eles: Competência, Finalidade, Forma, Motivo, Objeto. É o famoso CO FI FO MO OB.

1) Competência: é o poder atribuído ao agente público para o desempenho de suas funções.


Características:
a. é inderrogável: Não se transfere para outro órgão por acordo das partes; .
15m
b. é imprescritível: O agente não deixa de ser competente por deixar de agir, podendo
agir posteriormente;
c. é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos (art. 11 da Lei n.
9.784/1999). Quer dizer que a competência representa um poder-dever do administrador
público, lembrando que tem relação também com o princípio da indisponibilidade.
Exemplo: um estabelecimento é autuado pelo agente de fiscalização que determina a sua
interdição por falta de alvará. Nesse caso, o administrador público que não pratica a sua com-
petência está renunciando dela. No entanto, a competência pode ser delegada. Quem delega
continua competente e apenas consente que outra pessoa venha a praticar a mesma ação.
Exemplo: em Brasília o Detran delegou parte de sua competência para a Polícia Militar.
Isso pode acontecer? Sim. Inclusive ocorre bastante, mediante convênio administrativo. É
necessário lembrar, porém, que não se pode delegar toda competência, mas sim parte dela.
20m

Obs.: um órgão administrativo e seu titular poderão – se não houver impedimento legal –
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial (art. 12 da
Lei n. 9.784/1999).
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos
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Obs.: a delegação exige publicação.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

O PULO DO GATO
NOREX não podem ser delegados.
Atos NOrmativos
O
REcurso administrativos
E
EXclusiva competência de órgão ou agente público

Determinados atos são chamados normativos, pois são abstratos e genéricos. Estes não
produzem efeito jurídico imediato e atingem todas as pessoas da mesma forma: decreto,
regimento interno, resolução etc. A competência para editar os atos normativos não admite
delegação.
25m
• a delegação deve ser feita por prazo determinado;
• o ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial;
• o ato de delegação poderá ser revogado a qualquer momento pelo delegante;
• a responsabilidade do ato recai ao delegado.
Exemplo: diretor de uma escola (delegante) sai de férias e o vice-diretor assume (dele-
gado). Caso o delegado venha a praticar algum ato administrativo, ele próprio responderá pelo
ato e não o delegante.
Avocação: é chamar para si a competência de um subordinado. Na avocação, obrigato-
riamente, deve haver a questão hierárquica.
Exemplo: o Ministro da Fazenda decide ir a um posto da Receita Federal realizar uma
auditoria. Chegando lá, ao encontrar uma atividade de competência do diretor a ser prati-
cada, decide ele próprio praticá-la. O que o Ministro fez? Avocou a competência de um
subordinado.
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 Obs.: art. 15 da Lei n. 9.784/1999: “Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída
a órgão hierarquicamente inferior”.

Tanto a avocação quanto a delegação são temporárias.

GABARITO
30m

1. c
2. E
3. C
4. C
5. C

�E
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos II
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ATOS ADMINISTRATIVOS – ELEMENTOS OU REQUISITOS II

VÍCIOS DE COMPETÊNCIA:

a. Usurpação de função ocorre quando uma pessoa se faz passar por agente público.
O usurpador comete crime definido no art. 328 do Código Penal. A doutrina considera o ato
praticado pelo usurpador como ato inexistente.
O ato praticado não chega ao patamar de ato administrativo, por isso é considerado ato
inexistente. Para que seja anulado, o ato deve ser administrativo.
Exemplo: considere que um cuidador de carros tenha encontrado um talão de multa e
resolveu multar carros estacionados na rua. Como esse ato praticado por um particular é con-
siderado um ato inexistente, sendo assim, não chega a ser um ato administrativo.

b. Função de fato ou Agente putativo ocorre quando a pessoa que praticou o ato está
irregularmente investida no cargo.
Ou seja, o agente tem uma relação com a Administração Pública naquele momento, mas
a sua relação está irregular. Pela teoria da aparência, os efeitos dos atos serão válidos para
o terceiro de boa-fé.
Exemplo: considere que um agente, após fraudar um concurso público, consiga ocupar um
cargo e estando nesse cargo, pratique atos administrativos na condição de servidor púbico.
No entanto, após cinco anos no cargo, a Administração descobre a irregularidade na inves-
tidura do concurso. A Administração, então, anulará a própria nomeação do servidor, mas os
atos praticados por ele, chamados de função de fato ou agente putativo, pela teoria da apa-
rência, terão os seus efeitos validados.
Exemplo: um cidadão ao buscar um documento no Detran foi atendido por um agente
público. Após um ano, porém, a Administração descobriu que aquele agente estava irregular
naquele momento. Pela teoria da aparência, o documento continuará valido, pois o sujeito é
considerado terceiro de boa-fé.
5m

c. Ocorre abuso de poder na modalidade excesso de poder ou de competência quando


o agente, embora competente, excede os limites dessa.
É quando o agente pratica um ato que excede os limites de sua competência.
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Exemplo: um regimento determina que um chefe imediato possa aplicar uma suspensão
de até 30 dias, mas esse chefe aplica a um subordinado uma suspensão de 60 dias. Nota-se
que, embora competente para praticar o ato, ele excedeu os limites de sua competência.
Exemplo: um condutor é parado sem cinto de segurança em uma fiscalização de trânsito.
Tal atitude é enquadrada na lei como passível de multa, mas o agente decide além de aplicar
a multa, apreender o veículo. Nessa situação o agente pratica o excesso de poder ou excesso
de competência.

DIRETO DO CONCURSO
No que concerne aos atos administrativos, julgue o item a seguir.
1. (QUADRIX/2019/CRA-PR/ADVOGADO) Para a doutrina que os admite, os chamados
atos administrativos inexistentes são aqueles que, embora reúnam todos os elementos
qualificadores, são praticados com ofensa à legalidade.

COMENTÁRIO
Os atos inexistentes sequer são considerados atos administrativos.

2. (CESPE/2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) O órgão público não pode delegar sua com-


petência para a edição de atos normativos.

COMENTÁRIO
NOREX não pode ser delegado (atos normativos, decisão de recurso administrativo e
competência quando exclusiva).

3. (CESPE/2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Admite-se, em ca-


ráter excepcional, a avocação definitiva de competência atribuída a órgão hierarquicamen-
te inferior.

COMENTÁRIO
A avocação não é definitiva, mas sim temporária.
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos II
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4. (CESPE/2017/SEDF/PROFESSOR) Ato praticado por usurpador de função pública é con-


siderado ato irregular.
10m

COMENTÁRIO
O ato praticado por um usurpador é considerado ato inexistente. Ato irregular é praticado
por agente público, mas que possui alguns vícios.

5. (CESPE/2016/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O ato administrativo so-


mente poderá ser realizado de forma válida se o agente responsável pela sua elaboração
tiver poder legal para praticá-lo.

COMENTÁRIO
O poder legal é justamente o elemento competência dos atos administrativos

6. (FGV/2019/MPE-RJ/TÉCNICO DO MP) Imagine as situações hipotéticas abaixo em que o


Procurador-Geral de Justiça pratica ato administrativo, delegando sua atribuição para o:
I – Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais ajuizar represen-
tação por inconstitucionalidade em relação à lei X do Município Y;
II – Diretor de Recursos Humanos decidir recursos administrativos. Em matéria de dele-
gação de competência, de acordo com a Lei n. 9.784/1999 e com a doutrina de Direito
Administrativo:

a. Os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar qualquer tipo de
competência;
b. Os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar sua competência
originária;
c. O ato I é válido e o II está viciado, pois não pode ser objeto de delegação decisão de
recursos administrativos por expressa vedação legal;
d. O ato II é válido e o I está viciado, pois não pode ser objeto de delegação ato de ajuiza-
mento de medida judicial por expressa vedação legal;
e. Os atos I e II estão válidos, pois o Procurador-Geral pode delegar qualquer tipo de com-
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petência, mediante ato expresso e formal volitivo de renúncia.

COMENTÁRIO
I – É possível delegar competência para ajuizar representação por inconstitucionalidade.
II – Não é possível delegar competência para decidir recursos administrativos.

Quanto às agências reguladoras, aos poderes da Administração, à responsabilidade civil


do Estado e ao controle jurisdicional dos atos administrativos, julgue o item.
7. (QUADRIX/2019/CREA-GO/ADVOGADO) Ainda que discricionário, o ato de delegação,
quando prevista a sua duração, não pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade
delegante.

COMENTÁRIO
A autoridade delegante pode revogar a qualquer tempo a delegação.
15m

8. (VUNESPE/2019/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A respeito da competência do


ato administrativo, é correto afirmar que:
a. É presumida e pode ser prorrogada.
b. Permite a delegação e a avocação, mas é irrenunciável.
c. É irrenunciável, e não pode ser delegada a órgão de hierarquia inferior.
d. Seu exercício é obrigatório, mas é renunciável.
e. É intransigível, mas pode ser transferida.

COMENTÁRIO
a) A competência não é prorrogada e o agente público não pode abrir mão dela.
c) A competência pode ser delegada a órgão inferior.
d) O exercício é irrenunciável.
e) O item não está associado à competência.
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9. (VUNESP/2019/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO) Assinale a alternativa cor-


reta com relação à competência dos atos administrativos.
a. A competência pode ser renunciada, desde que em favor de órgão superior àquele a
que pertence o renunciante.
b. A edição de atos de caráter normativo e a decisão de recursos administrativos não po-
dem ser objeto de delegação.
c. O ato de delegação das matérias de competência exclusiva do órgão ou da autoridade
dispensa a publicação no diário oficial.
d. O ato de delegação, uma vez efetivado e publicado no Diário Oficial, não mais poderá
ser revogado pela autoridade delegante.
e. É vedada a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamen-
te inferior.

COMENTÁRIO
a) A competência não pode ser renunciada.
c) É exigência da delegação a publicação no diário oficial.
d) A autoridade pode revogar a qualquer momento o ato de delegação.
e) É permitida a avocação temporária a órgão de hierarquia inferior.

2. FINALIDADE

É o resultado que a Administração quer atingir com a prática do ato administrativo.


Todo ato tem como finalidade atender ao interesse público.
Exemplo: um estabelecimento é interditado por falta de higiene. Essa interdição tem uma
finalidade, que é atender ao interesse público. Para cada ato praticado teremos um resultado
específico, que neste caso é proteger a saúde publica.
Exemplo: um caminhão é levado ao depósito do Detran por estar poluindo o meio
ambiente. Finalidade geral: atender ao interesse público, finalidade especifica: preservar o
meio ambiente.

Desvio de finalidade (ou desvio de poder)


Ocorre quando o agente pratica ato visando a fim diverso ao interesse público.
ANOTAÇÕES

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Significa que o ato não foi praticado para atender ao interesse público, mas sim para aten-
der a um interesse pessoal do agente que o está praticando.
Exemplo: determinado município recebe um determinado valor para asfaltar uma estrada.
Esse município possui uma estrada com um intenso trânsito de pessoas e de comércio que
liga a cidade a outro município vizinho. Há também uma outra estrada, a qual leva até a
fazenda do prefeito. O agente de obras decide autorizar a pavimentação na segunda estrada,
aquela que leva até a fazenda do prefeito. Nesse caso, o ato não serviu para atender ao inte-
resse público, mas sim para atender ao interesse do prefeito. Vemos nesse caso um desvio
de finalidade ou desvio de poder.

O gênero abuso de poder pode ser dividido em:


• Excesso de poder (ou competência): tem relação com o elemento competência
• Desvio de poder (ou finalidade): tem relação com o elemento finalidade.

PEGADINHA DA BANCA
!
Fique atento a essas diferenças, pois as bancas costumam inverter os conceitos.

25m
GABARITO

1. E
2. C
3. E
4. E
5. C
6. c
7. E
8. b
9. b
ANOTAÇÕES

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ATOS ADMINISTRATIVOS – ELEMENTOS OU REQUISITOS III

3 Forma – Exteriorização do Ato

É o elemento exteriorizador do ato administrativo, sendo a forma como o ato é praticado


(visto) por seu usuário. Em grande parte, o ato é escrito, uma vez que esses encontram-se
localizados em poder da administração pública, arquivados. Além da escrita, existem outras
formas de ato administrativo como uma ordem verbal, placas, gestos e sons. Todos, apesar
de suas várias distinções, representam o elemento exteriorizador do ato administrativo.

ATENÇÃO
Em regra, o ato é formal, e sua formalidade encontra-se prevista em lei.

Art. 22 da Lei n. 9.784/1999: “os atos do processo administrativo não dependem de forma determi-
nada senão quando a lei expressamente os exigir.”

5m
Obs: o ato dentro de um processo administrativo, excepcionalmente, poderá ser informal, sem
as formalidades típicas da administração pública relacionadas ao rito administrativo.

4. Motivo

É o pressuposto fático (fato) e de direito (norma) que determina ou autoriza a prática do ato.
O fato deverá ser enquadrado em lei, onde será determinada sua prática (ato vinculado),
ou apenas concedida uma autorização, disponibilizando opções para a atuação do agente
público (ato discricionário).

ATENÇÃO
Não existe um ato sem motivo!

4.1 Motivação

É a exposição dos motivos, ou seja, é a justificativa por escrito do motivo (pressuposto


fático e de direito) que levou a administração a praticar o ato.
ANOTAÇÕES

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A motivação possui status de princípio (tida como regra), tratando-se da justificativa por
10m
escrito do porquê da prática do ato administrativo.
Bandeira de Mello (2009, p. 394-398): o autor assevera que a motivação dos atos: “há de
ser tida como regra geral”.
Di Pietro entende que, em regra, os atos devem ser motivados, tanto os vinculados
quanto os discricionários, uma vez que a motivação constitui garantia de legalidade para o
administrado e para a própria administração.
15m
O art. 50, §1º, da Lei n. 9.784/99: “a motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores parece-
res, informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte integrante do
ato”. Motivação Aliunde: “Vinda de outro lugar”.

4.2 Teoria dos Motivos Determinantes

O agente público encontra-se vinculado à situação exposta, dessa forma, se a motivação


em questão for ilegal, o ato deverá ser anulado (posteriormente). Em caso de ato que não
necessite de motivação, uma vez motivado, tornara-se vinculado à mesma, sob pena de anu-
lação do ato administrativo.

DIRETO DO CONCURSO
No que se refere a atos administrativos, julgue o item a seguir.
1. (CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) De acordo com a teoria dos motivos de-
terminantes, a validade de um ato administrativo vincula-se aos motivos indicados como
seus fundamentos, de modo que, se inexistentes ou falsos os motivos, o ato torna-se nulo.

Acerca dos princípios da Administração Pública e dos atos administrativos, julgue o item.
20m
2. (QUADRIX/CREA-GO/ADVOGADO/2019) Por não se aplicar aos atos administrativos dis-
cricionários a teoria dos motivos determinantes, não se revela viciado o indeferimento
do pedido de férias formulado por servidor público quando demonstrado que a motivação
utilizada pelo chefe da repartição é incompatível com a realidade fática.
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos III
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COMENTÁRIO
O ato discricionário é munido de valoração subjetiva do agente público, a qual validará o ato
dentro das várias opções disponíveis de atuação.
25m

3. (IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) No ato ad-


ministrativo a teoria dos motivos determinantes significa:
a. A busca da realização do interesse público primário.
b. A conformidade da exteriorização da vontade do administrador aos termos previs-
tos em lei.
c. A vinculação da validade do ato administrativo à situação de fato externada pelo ad-
ministrador público como fundamento da emanação de vontade à prática do ato admi-
nistrativo.
d. A atribuição legislativa concernente à competência para a prática do ato administrativo.

GABARITO

1. C
2. E
3. c

�E
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos IV
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ATOS ADMINISTRATIVOS - ELEMENTOS OU REQUISITOS IV

5) Objeto (ou conteúdo): Objeto é o efeito jurídico imediato (instantâneo) que o ato produz.
Ao falar de objeto, é para que serve o ato administrativo. O objeto da demissão de um servidor,
por exemplo, é a própria demissão, para que o servidor não venha trabalhar a partir de deter-
minada data. O objeto da interdição do estabelecimento comercial é a própria interdição. O
objeto da apreensão de um veículo que vai para o depósito é retirar o veículo do proprietário.
Por isso, o elemento objeto é o efeito instantâneo (imediato) que o ato produz.
Exemplo: um grupo de servidores que trabalham na Vigilância Sanitária, fazendo uma fis-
calização. Alguns servidores, ao fiscalizar determinado estabelecimento acabam interditando-
-o por falta de higiene, por encontrar alimentos impróprios para o consumo, alimentos venci-
dos. A situação fática é a interdição desse estabelecimento.
Elementos desse ato administrativo:
Competência: agente público que trabalha na Vigilância Sanitária
Finalidade: atender ao interesse público, preservando a saúde pública para que as pes-
soas não venham se contaminar.
Forma: auto de infração, que apresenta também a motivação.
Motivo: pressuposto fático - o que aconteceu no mundo real que levou a administração a
praticar o ato. Coloca-se todas as irregularidades. Enquadra-se esse fato na lei, que regula-
menta essa atividade da Vigilância Sanitária e a lei, por exemplo, autoriza a aplicação de uma
multa, interdição ou advertência. Pelas irregularidades encontradas, o agente público achou
melhor interditar o estabelecimento, sendo uma to discricionário.
Objeto: a própria interdição do estabelecimento.
*motivação (não é elemento do ato administrativo): o agente tem que explicar o porquê da
interdição. Ex: “O estabelecimento tal foi interditado pelas seguintes razões: falta de higiene,
alimentos vencidos, alimentos impróprios para o consumo”.
O objeto representa o efeito jurídico imediato, instantâneo, ou seja, para que serve o ato
5m
administrativo.
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DIRETO DO CONCURSO
1. (2009/INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL) De acordo com a Teoria dos Atos
Administrativos, o requisito de validade do ato, discricionário e que consiste na “situação
fática ou jurídica cuja ocorrência autoriza ou determina a prática do ato”, denomina-se
a. Competência
b. Finalidade
c. Objeto
d. Forma
e. Motivo

COMENTÁRIO
Situação Fática (fato) e Situação de direito (jurídica).
Ambas autorizam ou determinam a prática do ato. Se autorizar, o ato é discricionário; se
determinar, o ato é vinculado.
Todo o ato tem o elemento motivo, mas nem todo ato é motivado, ou seja, todo e qualquer
ato tem motivo, mas nem todo o ato tem motivação.

2. (2019/CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) No tocante a atos administrati-


vos, julgue o item a seguir. Tanto a inexistência da matéria de fato quanto a sua inadequa-
ção jurídica podem configurar o vício de motivo de um ato administrativo.

COMENTÁRIO
Se o fato não aconteceu ou lei não autoriza a prática do ato pode configurar vício de motivo.

Lei n. 4.717/65 (ação popular)


Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos
casos de:
a. incompetência;
b. vício de forma;
c. ilegalidade do objeto;
d. inexistência dos motivos;
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos IV
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e. desvio de finalidade.

Pode gerar anulação de ato administrativo:


a. O vício é no elemento competência.
b. O vício é no elemento forma.
c. Objeto é ilegal - a lei não autorizava a interdição, apenas a multa.
d. Elemento motivo é viciado - o que o agente narrou para praticar o ato não existiu.
e. O vício é no elemento finalidade.
Mas, a lei continua:

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a. a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou;
b. o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades
indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c. a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento
ou outro ato normativo;
d. a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se funda-
menta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
10m e. o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

a. O ato foi praticado por alguém que não é competente.


b. Por exemplo, o ato deveria ser publicado e não foi, gerando um vício de forma, porque
uma formalidade para a prática do ato não foi cumprida.
c. Vício é no objeto. O ato praticado é ilegal.
d. Elemento motivo viciado.
e. Vício no elemento finalidade.
Se o ato não tiver todos os elementos em conformidade com a lei, o ato deve ser anulado
pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, se provocado.
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Atos Administrativos – Elementos ou Requisitos IV
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DIRETO DO CONCURSO
3. (2019/NC-UFPR/ITAIPU/DIREITO) A Lei da Ação Popular dispõe que são nulos os atos
lesivos ao patrimônio das entidades públicas nos casos de incompetência, vício de forma,
ilegalidade do objeto, inexistência dos motivos e desvio de finalidade. Com relação ao as-
sunto, assinale a alternativa correta.
a. A incompetência se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
b. O vício de forma se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamen-
ta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.
c. A ilegalidade do objeto se verifica quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo.
d. A inexistência dos motivos consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregu-
lar de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
e. O desvio de finalidade se verifica quando o ato não se incluir nas atribuições legais do
agente que o praticou.

COMENTÁRIO
a. O vício é no elemento finalidade. A finalidade é diversa daquela estabelecida em lei.
b. O fato não existiu. O vício é no elemento motivo.
c. O objeto é ilegal, a administração não poderia ter praticado o ato, mas mesmo assim
praticou.
d. O vício é no elemento forma.
e. O vício é no elemento competência.

GABARITO
1. e
2. C
3. c

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos – Atributos dos Atos Administrativos
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ATOS ADMINISTRATIVOS - ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


PATI
Os atributos são certas característica dos atos administrativos, características de direito
público. Os atos praticados pelos particulares não terão esses atributos, então são atributos
próprios dos atos administrativos que têm fundamento no regime jurídico de direito público.

1) Presunção de Legitimidade
Presume-se que o ato é legal até que se prove o contrário. Mesmo o ato administrativo
ilegal vai produzir efeitos jurídicos até a data de sua anulação. A anulação gera efeitos ex tunc
e todos os efeitos serão desfeitos. Considera-se que o agente ao praticar o ato atendeu a lei
e os princípios da administração pública.
Exemplo 1: Um policial federal que foi demitido no ano anterior. Presume-se queele come-
teu algo errado e que os atos são realmente editados atendendo a lei e os princípios da admi-
nistração pública.
Exemplo 2: Prefeitura retirando o quiosque de uma pracinha, o que se pensa é que o
quiosque tem alguma irregularidade.
No coitado, presume-se essa legitimidade dos atos administrativos. Mas, essa presunção
não é absoluta, porque o particular, porque o particular pode contestar o ato praticado pela
administração pública e o ato ser anulado posteriormente. A presunção é relativa.
Presumem-se que os atos são praticados em conformidade com a lei, até prova em
contrário.
Características:
a. O ônus de provar (o ônus de agir) que o ato é ilegal é do particular que a ele se opõe.
Exemplo: multa de trânsito - o condutor tem que provar que o ato é ilegal;
b. esse atributo está presente em todos os atos administrativos;
c. a presunção de legitimidade é relativa (iuris tantum), portanto admite prova em contrário
a cargo de quem alega ilegitimidade/ilegalidade. Vale dizer, a presunção de legalidade
não é absoluta (iuris et de iure) que significa “de direito por direito” – não admite prova
em contrário.
Se a presunção de legitimidade fosse absoluta, não caberia prova em contrário. Não é
5m
aquilo que não se pode conquistar de maneira nenhuma
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O motivo é o pressuposto fático e de direito que autoriza ou determina a prático do ato.


Pressuposto fático é o fato - o que aconteceu no mundo real que levou a administração a pra-
ticar o ato administrativo. Presume-se, então, que aqueles fatos narrados realmente aconte-
ceram, que os fatos são verdadeiros.
A professora Di Pietro utiliza apenas a expressão de legitimidade. Para essa autora, pela
presunção de legitimidade, o ato é legal e também os fatos verdadeiros.
Já para outra parte de doutrina traz um conceito para presunção de legitimidade e outro
para a presunção de veracidade.

2) Presunção de Veracidade
Significa que os fatos narrados pelo agente ao praticar o ato são verdadeiros, ou seja,
realmente aconteceram.
Presunção de veracidade = verdadeiros
Para Di Pietro:
Presunção de legitimidade = atos são editados em conformidade com a lei e os fatos nar-
rados são verdadeiros.

DIRETO DO CONCURSO
1. (2020/CESPE/TJ-PA) O atributo ou característica do ato administrativo que assegura que
o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou defeitos, até que se prove em contrá-
rio, denomina-se
a. coercibilidade
b. presunção de legitimidade
c. finalidade
d. exequibilidade
e. autoexecutoriedade

COMENTÁRIO
A doutrina utilizada foi da professora Di Pietro. Para ela, a presunção de legitimidade significa
que ps fatos narrados são verdadeiros e os atos são editados em conformidade com a lei.
10m
ANOTAÇÕES

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2. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOS) No


que se refere a atos administrativos, julgue o item a seguir
As certidões emitidas pela administração pública possuem fé pública, pois um dos atribu-
tos dos atos administrativos é a sua presunção de veracidade.

COMENTÁRIO
Presume-se que o que consta na certidão é realmente verdadeiro e que ela é editada em
conformidade com a lei. Quem assinou, por exemplo, é autoridade competente e que os
fatos narrados pela certidão, o conteúdo, também é verdadeiro.

3. (2019/QUADRIX/CREA-GO/ANALISTA) Com relação à legislação, julgue o item.


Um atributo dos atos administrativos é a presunção de legitimidade, que é juris tantum.

COMENTÁRIO
Juris tantum (presunção relativa) ≠ Iuris et de iure (presunção absoluta)
Se a presunção fosse absoluta, não teria como contestar o ato administrativo. Não teria
como o administrado prejudicado entrar para buscar o Poder Judiciário.

4. (2018/CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO)Julgue o item que se segue, a respeito dos


atos da administração pública.
Todos os fatos alegados pela administração pública são considerados verdadeiros, bem
como todos os atos administrativos são considerados emitidos conforme a lei, em decor-
rência das presunções de veracidade e de legitimidade, respectivamente.

COMENTÁRIO
Todo o ato possui a presunção de legitimidade e veracidade. Nem tudo é dessa forma com
outros atributos.
ANOTAÇÕES

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O PULO DO GATO
A prova do CESPE de 2019 apresentou uma questão (questão 2 deste material) com a teoria
da professora Di Pietro. Já a de 2018 (questão 4 deste material) já separou a presunção de
legitimidade e veracidade.
A análise de qual teoria é seguida faz parte da questão

5. (2017/CESPE/SEDF/PROFESSOR) No que se refere aos poderes administrativos, aos


atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item seguinte.
Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato administrativo.

COMENTÁRIO
Presume-se que todo e qualquer ato é editado em conformidade com a lei.

6. (2015/CESPE/FUB/AUDITOR) No que concerne ao regime jurídico-administrativo, julgue


o item subsequente.
A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato administrativo produz a
inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da administração é presumidamente funda-
da em fatos verdadeiros e em observância à lei, até prova em contrário.

COMENTÁRIO
Inverte o ônus da prova: quem pratica o ato é a administração pública e quem deve
apresentar a prova para contestar é o particular. Isso acontece porque o ato já nasce com
15m
essa presunção.

7. (2015/CESPE/FUB/ADMINISTRADOR) Julgue o item subsequente, no que se refere a


atos administrativos.
Um ato administrativo editado pela administração pública não requer provas de sua vali-
dade, visto que a presunção de legitimidade é inerente a esse ato.
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COMENTÁRIO
Não requer provas de sua validade porque já nasce com essa presunção.

3) Autoexecutoriedade
O administrador vai praticar o seu ato pessoalmente.
O administrador público pode executar executar os seus atos administrativos.
Para um órgão demitir o servidor, não precisa de autorização de autorização judicial. O ser-
vidor pode ser demitido depois do devido processo disciplinar. Para os agentes da Vigilância
Sanitária interditarem um estabelecimento comercial, não precisa de autorização judicial. O
policial não precisa de autorização judicial para apreender um veículo e levar para o depósito.
Em regra, os atos possuem o atributo da autoexecutoriedade: executar pessoalmente os
atos administrativos. No entanto, não há como confirmar que todo e qualquer ato possui esse
atributo. A doutrina afirma que os atos vão possuir o atributo da autoexecutoriedade em uma
situação de emergencial ou quando houver uma previsão legal.
Em um prédio que está por desabar, por exemplo, a defesa civil pode retirar as pessoas
de dentro, porque é uma situação emergencial.
A multa não possui o atributo da autoexecutoriedade. Quando a administração emite a
notificação, isso não representa ainda a autoexecutoriedade da administração pública. Só
vai satisfazer a vontade quando acontece o recebimento o valor da multa. A simples emissão
não representa a autoexecutoriedade. Se o particular resistir ao pagamento, a administração
pública terá que buscar o Poder Judiciário.
A desapropriação quando resistida pelo particular não representa a autoexecutoriedade.
Exemplo: Estado quer desocupar um imóvel. Tem que haver uma indenização. Se o parti-
cular aceitar o valor da indenização, não precisa do Poder Judiciário. Nesse caso, a desapro-
priação possui o atributo da autoexecutoriedade. Pode ser que o particular não aceite o valor
da indenização. Nesse caso, a administração, o Estado, vai ter que propor uma ação judicial
e quem vai decidir o valor do imóvel é o Juiz.
Na definição de Di Pietro, autoexecutoriedade é o “atributo pelo qual o ato administrativo
pode ser posto em execução pela própria administração, sem necessidade de intervenção do
Poder Judiciário”.
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DIRETO DO CONCURSO
8. (2019/QUADRIX/CRO-GO/ADMINISTRADOR) Acerca dos atos administrativos, jul-
gue o item.
Nem todos os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade, como é o
caso da cobrança de multa.

COMENTÁRIO
Os concursos costumam cobrar muito a multa quando se fala de autoexecutoriedade.
20m

9. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA JUDICIÁRIA) Considerando a doutrina


majoritária, julgue o próximo item, referente ao poder administrativo, à organização admi-
nistrativa federal e aos princípios básicos da administração pública.
De acordo com o princípio da autoexecutoriedade, os atos administrativos podem ser apli-
cados pela própria administração pública, de forma coativa, sem a necessidade de prévio
consentimento do Poder Judiciário.

COMENTÁRIO
É o caso das pessoas que estavam dentro de um prédio desabando. A administração pública
pode utilizar força proporcional para retirar as pessoas de dentro do prédio. Logo, se pode
afirmar que o ato administrativo é coativo.
Não precisa do consentimento do Poder Judiciário para praticar o ato administrativo.

4) Exigibilidade
Meios indiretos de coerção: como a aplicação de multa ou a exigência do pagamento de
multas anteriores como condição para o licenciamento do veículo.
Exemplo 1: o Detran reteu um veículo que está no depósito. Para o proprietário retirar esse
veículo, ele tem que pagar as multas já vencidas. Quando o Detran exige o pagamento daque-
las multas, ele já está usando a sua exigibilidade: pelo simples fato de exigir já está usando
sua exigibilidade.
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Exemplo 2: determinada pessoa não pagou o IPTU da sua casa e o seu nome foi regis-
trado no cadastro de inadimplentes. Para retirar o nome da dívida ativa, deve haver o paga-
mento do IPTU. É uma exigência que a administração pública faz para retirar o nome do deve-
dor. Pelo simples fato de exigir o pagamento do IPTU, já é representada a exigibilidade.
A professora Di Pietro fala de autoexecutoriedade (gênero) com duas espécies: Executo-
riedade e Exigibilidade.
Executoriedade/ Autoexecutoriedade= meios diretos

Exigibilidade= meios indiretos


O PULO DO GATO
Na prova, a banca pode usar a expressão executoriedade, em vez de autoexecutoriedade.
O atributo é o mesmo, não há diferença.
O direito administrativo não é codificada, cada autor escreve do jeito que achar melhor. Um
ator não quer copiar o outro e, por isso, há várias nuances no direito administrativo.

Celso Antônio Bandeira de Mello: graças à exigibilidade, a Administração pode valer-se


25m
de meios indiretos que induzirão o administrado a atender ao comando imperativo. Graças à
executoriedade, quando esta exista, a Administração pode ir além, isto é, pode satisfazer dire-
tamente sua pretensão jurídica compelindo materialmente o administrado, por meios próprios
e sem necessidade de ordem judicial para proceder a esta compulsão. Quer dizer: pela exi-
gibilidade pode-se induzir à obediência, pela executoriedade pode-se compelir, constranger
fisicamente.

O PULO DO GATO
Em concurso público há que ir pela regra.
Se a banca perguntar: os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade?
Certo
Agora, nem todo ato administrativo possui o atributo da autoexecutoriedade.
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DIRETO DO CONCURSO
10. (2020/CESPE//TJ-PA) A propriedade da administração de, por meios próprios, pôr em
execução suas próprias decisões decorre do atributo denominado a) autoexecutoriedade
b. vinculação
c. discricionariedade
d. medidas preventivas
e. exigibilidade

COMENTÁRIO
Se tivesse apenas executoriedade, a questão também estaria correta.

11. (2018/CESPE/CGM-PB/ANALISTA) No que se refere às características do poder de polí-


cia e ao regime jurídico dos agentes administrativos, julgue o item que se segue.
As multas de trânsito, como expressão do exercício do poder de polícia, são dotadas de
autoexecutoriedade.

COMENTÁRIO
Multa não possui o atributo da autoexecutoriedade.

12. (2017/CESPE/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO) A administração pública pode


executar diretamente seus atos administrativos, até mesmo pelo uso da força, sem a neces-
sidade da intervenção do Poder Judiciário. Essa prerrogativa corresponde ao atributo da
a. autoexecutoriedade.
b. tipicidade.
c. presunção de legitimidade.
d. discricionariedade.
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COMENTÁRIO
A administração pública pode praticar suas ações, inclusive utilizando uma força física
proporcional.

GABARITO
1. B
2. C
3. C
4. C
5. C
6. C
7. C
8. C
9. C
10. A
11. E
12. A

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ATOS ADMINISTRATIVOS - ATRIBUTOS DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS II

5) Imperatividade
A administração pública é vista como império e nós somos os súditos desse império. Esse
é o princípio da supremacia da administração em relação ao particular. É uma relação vertical,
de cima para baixo.
A administração pública pode estabelecer obrigações ou restrições ao particular, sempre
atendendo os limites da lei. A lei permite e a administração vem praticar o ato com essa impe-
ratividade.
É possível ver essas atos quando eles são praticados com fundamento no poder de polí-
cia, como a interdição do estabelecimento, a demolição de uma construção irregular, a apre-
ensão de mercadorias. Quando a administração estabelece regras de convívio social, ela está
utilizando de sua imperatividade.
A imperatividade decorre do que se chama de poder de extroverso do Estado. Isso signi-
fica que a administração sai de sua órbita jurídica, estabelecendo, determinando que o parti-
cular faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Imperatividade é caracterizada como a possibilidade que tem a Administração de impor
obrigações ou restrições a terceiros.
A imperatividade decorre do poder extroverso do Estado, que permite ao Poder Público
editar atos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interfere na
esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações (BANDEIRA
DE MELLO).
Os atos que não tem imperatividade são aqueles que dependem da solicitação do parti-
cular, do pedido do particular. Exemplo: pedir uma certidão, solicitar um alvará, solicitação da
carteira de motorista.
Não são todos os atos que possuem esse atributo. Di Pietro “a imperatividade não existe
em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que impõe obrigações; quando se
trata de ato que confere direitos solicitados pelo administrado (como na licença, autorização,
permissão) ou de ato apenas enunciativo (certidão, atestado, parecer), esse atributo inexiste”.
ANOTAÇÕES

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O atributo da imperatividade não está em todo e qualquer ato administrativo. Só está no


5m
ato administrativo que a administração age como império, em que o ato é praticado como de
ofício pelo poder público.

DIRETO DO CONCURSO
1. (2019/QUADRIX/CRO-GO/ADMINISTRADOR) Acerca dos atos administrativos, jul-
gue o item.
Os atos administrativos possuem, em medida variável, imperatividade, ainda que cuidem
de atos de consentimento.

COMENTÁRIO
Ato de consentimento estatal depende da solicitação do particular. Atos de consentimento:
licença (CNH, por exemplo), permissão e autorização (Alvará, por exemplo). Ato de
consentimento só é editado a pedido da administração.

2. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) A respeito do direito administrativo, dos atos


administrativos e dos agentes públicos e seu regime, julgue o item a seguir.
A imperatividade é o atributo pelo qual o ato administrativo é presumido verídico até que
haja prova contrária à sua veracidade.

COMENTÁRIO
Presunção de veracidade.

3. (2019/QUADRIX/CRO-GO/ADMINISTRADOR) Muitos são os conceitos encontrados nos


autores modernos de direito administrativo. Alguns levam em conta apenas as atividades
administrativas em si mesmas; outros preferem dar relevo aos fins desejados pelo Estado.
Em nosso entender, porém, o direito administrativo, com a evolução que o vem impul-
sionando contemporaneamente, há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações
jurídicas: uma, de caráter interno, que existe entre as pes soas administrativas e entre os
órgãos que as compõem; outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a cole-
tividade em geral. José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito administrativo. 32.ª
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Atributos dos Atos Administrativos II
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ed., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018 (com adaptações).


Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item a respeito do direito
administrativo.
A presunção de veracidade, atributo do ato administrativo, é absoluta, ou seja, a situação
descrita pela conduta do Poder Público não admite prova em contrário.

COMENTÁRIO
Caráter interno: vai atingir os servidores públicos, a organização administrativa. Ex: férias
ao servidor, contratação de materiais, reformas de um prédio, nomeação de servidor, os
10m
atos de rotina do órgão.
Caráter externo: atinge os particulares. Ex: fiscalização.
A questão, de forma equivocada, traz que a presunção de veracidade é iuris et iure, ou seja
absoluta. Ou seja, a situação descrita pela conduta do poder público não admite prova em
contrário.

4. (CESPE 2018/CGM-PB/ANALISTA) Julgue o item a seguir, relativo a atributos, espécies e


anulação dos atos administrativos.
A execução, de ofício, pela administração pública de medidas que concretizem o objeto de
um ato administrativo caracteriza o atributo da imperatividade

COMENTÁRIO
A execução, de ofício, pela administração pública de medidas que concretizem o objeto de
um ato administrativo caracteriza o atributo da autoexecutoriedade.
A imperatividade representa a possibilidade da administração impor obrigações ou restrições
a terceiros.

6) Tipicidade
Quando a administração for praticar o ato, ele deve estar tipificado em lei. A tipicidade
gera uma obrigação para administração, não uma prerrogativa. Todos os outros atributos tra-
balhados vão gerar uma prerrogativa de direito público para a administração com base na
supremacia.
ANOTAÇÕES

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Para o agente praticar o ato, esse ato deve ter previsão legal, estar escrito, tipificado em lei.
Para Di Pietro, a tipicidade veda ato inominado (sem nome, sem previsão legal). A tipici-
dade veda também ato discricionário (inventado pelo agente público).
A tipicidade tem uma relação íntima com o princípio da legalidade, para o direito admi-
nistrativo, a legalidade em sentido estrito. Isso representa que o administrador só pode agir
quando tiver autorização legal.
Para Di Pietro a tipicidade “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder
a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para
15m

cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei”.

DIRETO DO CONCURSO
5. (2016/CESPE/TCE-PA/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO) Julgue o item subsecutivo,
a respeito dos atributos dos atos administrativos.
Em decorrência do atributo da tipicidade, quando da prática de ato administrativo, devem-
-se observar figuras definidas previamente pela lei, o que garante aos administrados maior
segurança jurídica.

COMENTÁRIO
Quando se vai praticar um ato, acontecendo um ato, há que enquadrá-lo na lei. Pode ser
que a lei venha determinar a prática do ato. Então, o fato deve estar decreto na lei. Se tiver
descrito, pratica-se o ato, caso contrário não.

6. (CESPE 2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) A respeito da organização administrativa do


Estado e do ato administrativo, julgue o item a seguir.
O atributo da tipicidade do ato administrativo impede que a administração pratique atos
sem previsão legal.

COMENTÁRIO
Exemplo: multa por não uso de capacete - está descrito no Código de trânsito amulta,
portanto é válido porque a lei autoriza.
ANOTAÇÕES

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7. Os atributos conferidos por lei são as prerrogativas do Poder Público presentes no ato
administrativo, em decorrência do princípio da supremacia do interesse público sobre o
interesse privado. Ressalta-se que o princípio da supremacia do interesse público sobre
o privado é basilar do regime jurídico administrativo. Em razão dele, o ato administrativo
goza de prerrogativas designadas pela doutrina de atributos. Essas regras diferenciam os
atos administrativos dos demais atos praticados pelo Poder Público e das atividades de
particulares regulamentadas pelo direito privado, sendo também designadas como “carac-
terísticas dos atos” por parte da doutrina. Matheus Carvalho. Manual de direito administra-
tivo. 4.ª ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2018 (com adaptações).

Tendo o texto acima apenas como referência inicial, assinale a alternativa correta em re-
lação ao ato administrativo.
a. A presunção de veracidade do ato administrativo é absoluta, não cabendo prova em
contrário.
b. A presunção de legitimidade exime a Administração Pública de possibilitar contraditório
e ampla defesa.
c. O atributo da imperatividade permite ao Estado impor obrigações, independentemente
da vontade do particular.
d. A executoriedade garante ao Estado, antes de realizar um ato administrativo, a autoriza-
ção do Poder Judiciário para efetivo efeito e cumprimento de seus atos de forma indireta.
20m

e. A exigibilidade permite ao Estado cobrar uma multa do particular sem que seja observa-
do o devido processo legal.

COMENTÁRIO
b. o ato tem essa presunção, mas o particular pode recorrer desse ato.
c. O ato é cogente, obrigatório.
d. Não é preciso autorização judicial.
e. A administração tem que atender aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

8. (2019/FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Os atos administrativos, como mani-


festações ou declarações de vontade da Administração pública, para assim serem consi-
derados, são dotados de
ANOTAÇÕES

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a. discricionariedade, porque resultado de juízo de conveniência e oportunidade.


b. autoexecutoriedade, porque podem ser editados independente de expressa pre-
visão legal.
c. tipicidade, ou seja, de características típicas e peculiares, como a impossibilidade de
serem objeto de controle externo.
d. legalidade e veracidade, admitida sua invalidação apenas por meio judicial.
e. imperatividade, porque os atos administrativos unilaterais se impõem aos administrados
independentemente da vontade deles.

COMENTÁRIO
a. Há também atos vinculados.
b. Para ser praticado, o ato tem que ter previsão legal.
c. O Poder Judiciário pode realizar controle externo em ato do Poder Executivo.
d. Os atos possuem o atributos da legitimidade e veracidade. A própria administração pública
pode reconhecer que errou e anular o ato administrativo.
e. O ato administrativo representa uma determinação do Estado, é unilateral, não precisa do
consentimento do particular para ser editado.

9. (2018/VUNESPE/CÂMARA DE INDAIATUBA-SP/ADMINISTRADOR) Atribuída para os


atos administrativos torna-os cogentes, obrigatórios para aqueles a quem se destinam,
estabelecendo para estes, independentemente de qualquer concordância, obrigações que
haverão de ser adimplidas. Assinale a alternativa que contenha o atributo do ato adminis-
trativo que corresponde ao enunciado:
a. indisponibilidade.
b. autoexecutoriedade.
c. imperatividade.
d. veracidade.
e. legitimidade.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
O ato administrativo é cogente, obrigatório, não representa uma faculdade para o particular.
Se o particular não cumprir a determinação da administração, ela pode usar até força física
proporcional. O ato administrativo é unilateral.O agente de trânsito não precisa pedir ao
25m
particular para multar o carro dele, por exemplo.

10. (2019/CESPE/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) A administração pública pode produzir unilate-


ralmente atos que vinculam os particulares. No entanto, tal vinculação não é absoluta,
devendo o particular, para eximir-se de seus efeitos e anular o ato, comprovar, em juízo ou
perante a própria administração, o defeito do ato administrativo contra o qual se insurge,
por caber-lhe o ônus da prova. Essa descrição refere-se ao atributo do ato administrativo
denominado
a. autoexecutoriedade.
b. imperatividade.
c. presunção de legalidade.
d. exigibilidade.

COMENTÁRIO
O ônus da prova é do particular que se opõe ao ato. A administração pública pratica o ato e
o particular, se ele quiser, vai ter que provar que o ato ilegal. Se ele não conseguir provar, o
ato continuará produzindo seus efeitos.

11. (2016/FCC/CREMESP/ANALISTA DE GESTÃO DE PESSOAS) De acordo com Maria Syl-


via Zanella di Pietro, pode-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado
ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei,
sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário (In: Direito
Administrativo, Atlas, 14ª edição, p. 188). A doutrina indica atributos específicos do ato
administrativo que o distinguem dos atos de direito privado, entre os quais aquele presen-
te em atos unilaterais e que importa a sua imposição a terceiros, independentemente da
concordância destes. Tal atributo é denominado
ANOTAÇÕES

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a. Imperatividade.
b. Eficácia.
c. Poder de Polícia.
d. Hierarquia.
e. Supremacia do interesse público.

COMENTÁRIO
Ato administrativo unilateral que importa uma imposição a terceiros, independentemente de
sua concordância.

12. (2016/FCC/CREMESP/ANALISTA DE GESTÃO FINANCEIRA) Dentre as características,


elementos ou atributos capazes de identificar um ato administrativo, está presente a
a. autoexecutoriedade, que confere aos atos praticados no exercício da função adminis-
30m
trativa a presunção de veracidade e exigibilidade.
b. imperatividade, que confere efeitos erga omnes, ou seja, para todos os administrados,
aos atos administrativos, que são aqueles praticados no exercício da função admi-
nistrativa.
c. presunção de legitimidade e de veracidade, que confere fé pública e certeza aos atos,
fatos e declarações da Administração pública, impossibilitando questionamento judicial
quando não houver sido apresentado prévio recurso administrativo.
d. autoexecutoriedade, que permite que a Administração pública faça cumprir suas deci-
sões, inclusive por meio de adoção de atos materiais, independentemente de prévia
determinação judicial.
e. a exigibilidade, que depende de homologação judicial, mas, quando presente, viabili-
za execução material das decisões administrativas, inclusive com adoção de medidas
coercitivas.

COMENTÁRIO
b. Erga omnes = alcança todo mundo. O ato administrativo só é erga omines quando for
geral, um decreto.
c. Pode-se buscar o Poder Judiciário a qualquer momento.
ANOTAÇÕES

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d. Atos materiais: destruição de coisas, interditar, recolher, remover.


e. exigibilidade é um meio de coerção indireta. Para utilizar a sua exigibilidade a administração
não precisa de autorização judicial.

GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
6. C
7. c
8. e
9. c
10. c
11. a
12. d

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Classificação
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ATOS ADMINISTRATIVOS - CLASSIFICAÇÃO

No direito administrativo, cada autor tem a sua própria doutrina. É muito comum haver
divergência na classificação. Nesta aula, serão apresentados os conceitos definidos pela dou-
trina majoritária.

Quanto aos destinatários


O ato administrativo pode ser geral, por exemplo um decreto que regulamenta uma lei.
Esse decreto vai atingir todas as pessoas que estiverem sob a sua disciplina. Exemplo: lei
que autoriza o governador ou prefeito estabelecer o regime de rodízio de veículos durante a
semana, o prefeito ou governador que vai editar um decreto. Esse decreto é geral, abstrato,
vai atingir todas as pessoas que estiverem sob sua disciplina.
a. Atos gerais - alcança pessoas indeterminadas (atos normativos). Ex: decreto, regula-
mento, regimento interno, edital de concurso, deliberação e resolução.

Características
a. comandos gerais e abstratos - o ato geral paira no ordenamento jurídico, só alcança a
situação concerta se ela realmente acontecer;
b. não possuem destinatários específicos - feito para toda a sociedade;
c. exigem publicação para produzir efeitos;
d. impossibilidade de impugnação por meio de recurso administrativo - não há como im-
pugnar o próprio ato administrativo geral através de recurso;
e. prevalência sobre o ato administrativo individual;
f. impossibilidade de impugnação judicial diretamente pela pessoa lesada, podem ser
impugnados por Ação Direta de Inconstitucionalidade, pelos órgãos e autoridades
legitimadas.
O particular não vai questionar judicialmente o ato geral. Ele pode questionar o efeito, um
ato praticado com fundamentado no ato geral. Exemplo: não há como o particular questionar
um decreto do Poder Judiciário emitido pelo presidente da República.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
5m
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Classificação
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a. a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (…)

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucio-
nalidade:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

b. Atos individuais - alcança pessoas determinadas ou determináveis. É aquele que se


consegue individualizar os destinatários.
Exemplo: nomeação de servidor público (ainda que seja uma nomeação coletiva, porque
há como individualizar cada ato).

Características
a. admitem impugnação por recurso administrativo ou por ação judicial mandado de segu-
rança, ação popular, ações ordinárias etc.);
b. quando forem produzir efeitos externos necessitam ser publicados na imprensa oficial;
O ato individual pode ser impugnado através de um recurso administrativo ou referente a
uma ação judicial. Exemplo: multa de trânsito.
Quanto ao Regramento
a. Atos vinculados
Aquele que a lei determina o seu conteúdo. A partir da realização de um fato, o agente
enquadra um fato na lei e a lei determina a sua prática. É algo mecânico.
A lei determina todos os seus requisitos. Não há qualquer subjetividade em sua prática.
b. Atos discricionários
A partir do acontecimento do fato, o agente enquadra o fato na lei e a lei dá alternativas
para o agente agir. Há uma certa valoração subjetiva em sua prática.
ANOTAÇÕES

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Atos Administrativos – Classificação
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A lei concede opção/ alternativas para o agente público agir.

Elementos do ato administrativo Vinculados Discricionários


Competência V V
Finalidade V V
10m
Forma V V
Motivo V D
Objeto V D

Quem pode editar o ato é aquela autoridade competente que a lei determina.
A finalidade de todo e qualquer ato é atender o interesse público.
A lei estabelece as formalidade necessárias para a praticar do ato. Não há opção para ficar
praticando o ato da forma que o agente público quiser.
O elemento motivo é o pressuposto fático e de direito que determina, nesse caso, a prática
do ato. Acontecendo o fato, o agente enquadra o fato na lei e a lei determina o ato para ser
praticado.
A lei já determina o objeto, o conteúdo do ato. Exemplo: falta do uso de cinto de segurança
- a lei já determina uma multa. Servidor foi pai - a lei determina a licença paternidade. Servidor
praticou ato de improbidade - a lei determina a sua demissão.
Se a lei dá opções para agir, pode-se escolher um objeto, ou seja, o conteúdo do ato.
Exemplo: a lei autoriza o agente a aplicar uma multa ou uma advertência.
O que gera a discricionariedade são os elementos motivo e objeto. Isso é chamado de
mérito administrativo, que é a conveniência ou oportunidade para praticar o ato administrativo.
No ato vinculado a lei já estabelece tudo: como o ato vai começar e acabar.
No ato discricionário, os três primeiros elementos são vinculados, competência, finalidade
e forma, e os dois últimos, motivo e objeto, são elementos discricionários.
15m

DIRETO DO CONCURSO
1. (2019/QUADRIX/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) Quanto às espécies de ato admi-
nistrativo, julgue o item. Dentro dos limites legais, o ato administrativo vinculado permite
ao administrador fazer juízo de valor.
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COMENTÁRIO
Ato vinculado não tem juízo de valor. Juízo de valor ocorre no ato discricionário em que o
administrador vai avaliar.
Exemplo: multa ambiental
Uma empresa causou um dano ambiental e a multa pode ser de 10 mil a um milhão de reais.
A escolha exata do valor representa uma atividade discricionária. Dependendo do tamanho
do dano ambiental, o agente vai aplicar a penalidade correta.
A discricionariedade ela tem que ser vista dentro dos limites da lei.

2. (2019/INSTITUTO AOCP/UFPB/ADMINISTRADOR) Devido a inúmeros atrasos na en-


trega de serviços de uma empresa contratados pela Administração Pública, foi aplicada
sanção administrativa de advertência conforme previsto em legislação. Por não ter sido
resolvida a problemática após um período de tempo, a Administração Pública irá valer-se
de aplicação de multa na forma prevista no contrato, de 5 a 10% do valor total contratado.
A aplicação dessa nova sanção pode ser classificada como um ato administrativo
a. vinculado.
b. discricionário.
c. infralegal.
d. penal.
e. desvinculado.

COMENTÁRIO
A multa pode ser de 5% e ir até 10%. A escolha do percentual exato é uma atividade
discricionária.

3. (2018/CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA) Na discricionariedade administrativa, o


agente possui alguns limites à ação voluntária, tais como: o ordenamento jurídico estabe-
lecido para o caso concreto, a competência do agente ou do órgão. Qualquer ato promo-
vido fora desses limites será considerado arbitrariedade na atividade administrativa.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
O limite é estabelecido pela lei. A competência também é uma atividade vinculada do ato
discricionário.
Se não for seguido o que a lei estabelece à margem de conveniência e oportunidade admitida
pela lei, o ato vai ser arbitrário. Não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade.

Quando à formação
a. Atos simples
Manifestação de vontade de único órgão ou agente.

Exemplo: portaria.
Manifestação de vontade: se um ato vai ser feito por um órgão, por mais de um órgão, ou
um um único agente ou mais de um agente.
Férias a um servidor, demissão de um servidor, interdição de um estabelecimento, conces-
20m

são de um alvará de funcionamento são casos de atos simples.


b. Atos complexos
Manifestação de mais de um órgão ou autoridade.

Exemplos:
- Portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação.
- Aposentadoria: Manifestação do órgão que o servidor trabalha, que precisa ser
homologada pelo TCU. O ato efetivamente de aposentadoria só estará apto a
produzir seus efeitos jurídicos após a confirmação do registro no devido Tribunal
de Contas.

Vontade de vários órgãos que, ao fim, vão formar um único ato administrativo.
c. Atos compostos
Manifestação de vontade de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade que o
ratifique para produzir efeitos. Essa outra manifestação pode ser uma homologação, uma con-
firmação, uma ratificação.
ANOTAÇÕES

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Ato principal e outro acessório.


Há a manifestação de vontade de um órgão, só que para esse ato ser exequível, produzir
os efeitos jurídicos, precisa, no meio do caminho, da ratificação, da assinatura, da confirma-
ção de outro órgão ou autoridade.
Considere que o Ministro da Saúde pretenda editar uma portaria, mas a lei exige que para
25m
essa portaria exequível, produzir seus efeitos, tem que ter a assinatura do Presidente.
Manifestação de vontade do ministro depende da ratificação do Presidente. Esse segundo
ato é meramente acessório, é um ato instrumental para dar validade ao primeiro ato.

SÚMULA N. 278 – TCU

Os atos de aposentadoria, reforma e pensão têm natureza jurídica de atos complexos, razão pela
qual os prazos decadenciais a que se referem o § 2º do art. 260 do Regimento Interno e o art. 54 da
Lei n. 9.784/99 começam a fluir a partir do momento em que se aperfeiçoam com a decisão do TCU
que os considera legais ou ilegais, respectivamente.

Exemplo:
Servidor do MPU - o primeiro ato foi produzido, precisa da homologação do TCU. = Ato
administrativo
Para fins de anulação do ato administrativo, a data começa do primeiro recebimento da
aposentadoria do servidor. Após o primeiro recebimento começa a contar o prazo prescricional
para uma possível anulação do ato administrativo.

GABARITO
1. E
2. d
3. C

�E
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A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
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ATOS ADMINISTRATIVOS - CLASSIFICAÇÃO II

DIRETO DO CONCURSO
1. (QUADRIX/CREA-GO/ANALISTA-ADVOGADO) Acerca dos princípios da Administração
Pública e dos atos administrativos, julgue o item.
A aposentadoria do servidor público configura-se como ato administrativo complexo.

COMENTÁRIO
Manifestação de vontade do órgão + manifestação do Tribunal de Contas para formar um
único ato administrativo.

2. (2016/CESPE/PC-GO/AGENTE DE POLÍCIA) O ato que concede aposentadoria a servi-


dor público classifica-se como ato
a. simples.
b. discricionário.
c. composto.
d. declaratório.
e. Complexo

COMENTÁRIO
Manifestação de vontade do órgão + manifestação do Tribunal de Contas

3. (CESPE 2019/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) No contexto da apreciação e


do controle dos atos de concessão de aposentadoria de servidores públicos, a posição
majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF) é a de que a concessão de aposentado-
ria é um ato
a. jurídico perfeito praticado unicamente pelo tribunal de contas no ato de registro, sendo
de natureza meramente preparatória a manifestação prévia do poder público.
b. administrativo simples praticado unicamente pelo poder público e somente produz efei-
tos financeiros a partir do seu registro no tribunal de contas.
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c. instantâneo, de efeitos permanentes, e não depende do seu registro no órgão de contro-


le para se aperfeiçoar.
d. composto e só se aperfeiçoa com a sua publicação na imprensa oficial.
e. complexo e só se aperfeiçoa com o registro do ato no tribunal de contas.

COMENTÁRIO
a. ato complexo. O primeiro ato não é apenas preparatório para o segundo. Há a vontade do
órgão e a vontade do Tribunal de contas para formar um único ato administrativo.
b. ato complexo.
c. o ato complexo e o ato composto vão ter o efeito preliminar: 1º a manifestação de uma
autoridade. Até a manifestação da segunda autoridade há o que se chama de efeito
preliminar, alguns chamam de efeitos prodrômicos.
Efeito prodrômico ou preliminar:
É o efeito produzido pela edição do primeiro ato nos complexos ou compostos, ou seja, é
a quebra da inércia da administração, exigindo a manifestação do segundo órgão para a
conclusão do ato.
Alguns chamam de efeitos impróprios do efeito administrativo: poucos atos tem esse efeito,
é uma excessão.
Tem-se o efeito inicial / primeiro / que antecede.
5m
A partir do momento que há a manifestação de vontade de um ato, tem que esperar a
manifestação do segundo órgão ou ato.
O efeito próprio do ato administrativo é quando ele já produz o seu efeito jurídico imediato.

4. (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) O ato


que decorre da manifestação de vontade de um órgão, mas depende da verificação por
parte de outro, para se tornar exequível, é classificado como ato a) complexo.
b. composto.
c. válido.
d. perfeito.
e. de império.
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COMENTÁRIO
Manifestação de um órgão que precisa da manifestação de outro outra. Esta manifestação
é uma homologação, aprovação.

5. (2018/FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR DA RECEITA ESTADUAL) Quando um determinado ad-


ministrador público edita um ato administrativo, mas este só começa a produzir efeitos
após ratificação ou homologação por outra autoridade, está-se diante de ato administrativo
a. condicionado, cuja validade e vigência somente se iniciam após a ratificação ou
homologação.
b. bilateral, considerando que sua existência se consuma com a manifestação de vontade
da segunda autoridade.
c. composto, pois embora já exista e seja válido, não é exequível antes da manifestação
da segunda autoridade.
d. complexo ou composto, considerando que dependem da conjugação de vontade de
uma ou mais autoridades para sua validade e eficácia, embora já sejam considerados
existentes.
e. subordinado, tendo em vista que, embora existente, válido e eficaz, só se aperfeiçoa
com a manifestação de vontade de outra autoridade, que pode, inclusive, revogá-lo.

COMENTÁRIO
Ratificação = confirmação
a. não existe ato condicionado
b. bilateral é contrato administrativo
e. não existe a classificação ato subordinado

6. (CESPE 2018/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA) No que se refere a atos administrativos,


julgue o item que se segue.
Na classificação dos atos administrativos, um critério comum é a formação da vontade,
segundo o qual, o ato pode ser simples, complexo ou composto. O ato complexo se apre-
senta como a conjugação de vontade de dois ou mais órgãos, que se juntam para formar
um único ato com um só conteúdo e finalidade.
10m
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Lembrar da Portaria interministerial.

7. (IADES 2018/ARCON-PA/REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) A doutrina entende


que efeitos produzidos durante a formação do ato administrativo denominam-se efeitos
a. típicos.
b. atípicos.
c. preliminares ou prodrômicos.
d. reflexos.
e. retroativos.

COMENTÁRIO
Não é o efeito do ato administrativo em si, mas da formação do ato administrativo.

Quanto ao objeto
a. Ato de império
É praticado pela administração no uso de sua supremacia em relação ao particular. A rela-
ção é vertical.
Exemplos: interdição de um estabelecimento, derrubada de uma obra que foi construída
em lugar irregular, apreensão de equipamentos e alimentos impróprios para consumo, apli-
cação de qualquer sanção administrativa, destruição de coisas, demolição, aplicação de uma
multa. Qualquer sanção.
Relação com o princípio da supremacia da administração.
b. Ato de gestão
Expedido pela administração em posição de igualdade perante o particular, sem usar de
sua supremacia.
A administração sendo o síndico de um grande edifício contratando terceirizados para
fazer serviços de limpeza e manutenção. É uma atividade meio da administração pública.
c. Ato de expediente
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Atos de rotina da administração pública que não tem qualquer competência decisória. Atos
que vão dar andamento aos processos administrativos.
O ato de expediente não representa qualquer competência decisória.
Dão andamento em processo administrativo, são atos de rotina interna sem competência
15m
decisória.
Exemplo: recebimento de uma petição.
Quanto a Exequibilidade - capacidade/momento de produzir efeitos jurídicos
O momento do ato administrativo produzir seus efeitos jurídicos. Quem trata desse assunto
é Di Pietro.
a. Ato perfeito
Já concluiu/completou o seu ciclo de formação e está apto a produzir os seus efeitos.
Exemplo: ato de nomeação de servidor público publicado no Diário da União.
b. Ato imperfeito
Ainda não concluiu/completou o seu clico de formação e não pode, ainda, produzir seus
efeitos jurídicos. São aqueles que falta uma assinatura, publicação, motivação, etc.
c. Ato pendente
Está sujeito à condição ou termo (data) para produzir seus efeitos.
O ato já foi assinado, publicado, cumpriu todo o ciclo de formação, mas não está causando
efeito jurídico porque está suspenso.
Exemplo: prefeito publicou hoje um decreto determinando a interdição de uma praça
pública para reforma. Mas, a interdição ocorrerá só daqui a tinta dias.
d) Ato consumado
Ato que já exauriu/cumpriu seus efeitos.
20m

Exemplo: o alvará para ocorrer uma festa no bairro. A praça ficará interditada sexta, sábado
e domingo. Na segunda, o ato já terá exaurido os seus efeitos.
Férias ao servidor: no prazo de trinta dias exauriu os efeitos do ato administrativo.

GABARITO
1. C
2. e
3. e
4. b
5. c
ANOTAÇÕES

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6. C
7. c

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ATOS ADMINISTRATIVOS - CLASSIFICAÇÃO III

Quanto à Eficácia do Ato


Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2009, p. 383), o “ato administrativo é eficaz
quando está disponível para produção de seus efeitos próprios; ou seja, quando o desenca-
dear de seus efeitos típicos não se encontra dependente de qualquer evento posterior, como
condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade. Eficácia,
então, é a situação atual de disponibilidade para produção dos efeitos típicos, próprios, do ato”.
Então, para o autor, um ato pendente é um ato ineficaz, pois depende de uma data ou um
termo. Esse tema trata da capacidade do ato para produzir efeitos; a mesma coisa é tratada
pela professora di Pietro como exequibilidade do ato administrativo.

• Ato Eficaz: aquele que já foi assinado, completou todo seu ciclo de formação e está apto
a produzir seus efeitos jurídicos. É também chamado de ato perfeito pela professora di
Pietro. Por exemplo, a nomeação de uma pessoa em um concurso público: a partir da
publicação, o ato já está produzindo seus efeitos jurídicos, dependendo só de a pessoa
assinar seu termo de posse. Outro caso é a interdição de um estabelecimento comer-
cial: a partir do momento em que o administrador público assina e determina a interdi-
ção, o ato é considerado eficaz;
• Ato Ineficaz: não tem capacidade de produzir efeitos. Ele representa o ato imperfeito e
o ato pendente, que ainda não produziu seus efeitos jurídicos.

Existe a possibilidade de o ato ser:


• perfeito, válido (legal) e eficaz – quando, concluído o seu ciclo de formação, encontra-
-se plenamente ajustado às exigências legais e está disponível para deflagração dos
efeitos que lhe são típicos;
• perfeito, inválido (ilegal) e eficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e apesar de
5m

não se achar conformado às exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos


que lhe seriam inerentes. Ex.: A demissão de um servidor; se ela já foi publicada, o ato
já produziu os efeitos jurídicos (o servidor já foi afastado), mas a demissão ocorreu sem
a abertura de um processo disciplinar, não tendo havido o devido processo legal, o con-
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traditório e ampla defesa, tem-se um ato perfeito, eficaz (até porque há a presunção de
legitimidade dos atos administrativos) e inválido (pois foi editado em desconformidade
com a lei);
• perfeito, válido e ineficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e estando ade-
quado aos requisitos de legitimidade, ainda não se encontra disponível para eclosão de
seus efeitos típicos, por depender de um termo inicial (data) ou de uma condição sus-
pensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem manifestados por uma
autoridade controladora. Em outras palavras, o ato ineficaz não está produzindo efeitos
jurídicos naquele momento. Ex.: Um prefeito autorizou a contratação de uma empresa
para fazer a limpeza de uma praça pública e pintar os canteiros para o aniversário da
cidade, que acontecerá em 60 dias. Porém essa contratação só poderá ser realizada
1 semana antes da festa. O ato, então, foi publicado hoje no boletim interno, mas só
produzirá efeitos jurídicos dentro de um determinado período, o que é uma condição
suspensiva;
• perfeito, inválido e ineficaz – quando, esgotado seu ciclo de formação, sobre encontrar-
-se em desconformidade com a ordem jurídica, seus efeitos ainda não podem fluir, por
se encontrarem na dependência de algum acontecimento previsto como necessário
para a produção dos efeitos (condição suspensiva por termo inicial, ou aprovação ou
homologação dependentes de outro órgão). Nesse contexto, o ato é inválido pois, por
exemplo, foi feito por uma autoridade incompetente. Ex. 1: A interdição de uma área
10m

pública, como um parque para fazer uma reforma, foi publicada hoje no Diário Oficial do
município (ato perfeito); no entanto, esse ato era de competência exclusiva do prefeito
e quem o praticou foi um secretário municipal (ato inválido); além disso, o parque só
será interditado efetivamente daqui a 30 dias (ato ineficaz). Ex. 2: Alteração do horário
de funcionamento de um hospital público. O ato foi publicado hoje, mas a mudança só
ocorrerá daqui a 2 semanas (ato ineficaz).

Espécies dos Atos Administrativos


Uma dica para memorização desses atos administrativos é a sigla NONEP, com as iniciais
de cada um abaixo:
1. Normativos: ato geral, abstrato, que vai atingir a situação concreta apenas se ocorrer
aquela situação fática. São os atos gerais como decretos, resoluções, regimentos internos,
deliberações, regulamentos, instruções normativas, editais de concurso público etc.;
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2. Ordinatórios: atos que acontecem a todo tempo dentro da administração pública. Esses
atos visam a disciplinar a conduta funcional dos servidores, bem como as atividades públicas.
Dentre eles há os ofícios, memorandos, circulares, avisos, portarias, ordens de serviço, auto-
rizações de compras e demais atos estudados em redação oficial;
3. Negociais: atos que dependem de um pedido de uma solicitação do particular para
serem produzidos. Se o pedido do particular for coincidente com a vontade de administração,
o ato será praticado. Ex.: Licenças, autorizações, permissões, admissões, homologações etc.
4. Enunciativos: atos que enunciam alguma coisa, como o próprio nome diz, e visam a
confirmar um fato que já ocorreu ou que já está acontecendo, como as certidões, avisos, pare-
ceres, atestados etc.
5. Punitivos: atos que visam punir os agentes públicos e os administrados; os atos envol-
15m
vendo poder disciplinar e o poder de polícia, como demissão de servidor, suspensão, cassa-
ção de um ato administrativo, interdição de estabelecimento comercial, multa de trânsito, etc.
1.1 Os atos normativos contêm um comando geral e abstrato; até parecem leis, mas não
são. O Código de Trânsito tem muitas resoluções, como por exemplo, é obrigatório o uso do
capacete pelo motociclista, mas foi necessária uma resolução para explicar como deve ser o
capacete, quais as especificações que ele deve ter.
3.1 Dentre os atos negociais, a admissão refere-se à administração admitir que o usuário
frequente uma biblioteca, hospitais, escola pública etc.; já a homologação é ato vinculado no
qual a administração reconhece a legalidade de um ato ou procedimento e é sempre a poste-
20m
riori (vem depois do acontecimento).
3.2 Ainda em atos negociais, a licença é ato vinculado e, portanto, definitivo, não sendo
possível revogá-la; no entanto, ela pode ser anulada se for ilegal. Se um particular cumprir
tudo que a lei exige, obrigatoriamente ela será expedida. Ex. 1: Licença para dirigir (CNH):
se a pessoa foi aprovada na prova escrita, no exame psicotécnico e na prova de direção, ou
seja, cumpriu todas as exigências legais, obrigatoriamente o Detran fornecerá a licença. Ex.
2: Alvará de licença para construir: são contratados profissionais (engenheiros, arquitetos) que
cumprem tudo que a lei exige, então obrigatoriamente a licença será expedida.
3.3 A autorização e a permissão são atos discricionários. A admissão é ato vinculado, pois
se o particular preencher tudo que a administração pública exige, ele será admitido. Na auto-
rização, a administração vai avaliar, após o pedido do particular, se a concede ou não; por
isso é ato discricionário. Ex.: A pessoa solicita na prefeitura da cidade onde mora um alvará
de autorização para vender livros em uma praça pública; a administração irá avaliar esse
ANOTAÇÕES

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pedido, pela oportunidade e pela conveniência. O alvará então é expedido e a pessoa está
trabalhando, porém, utilizando uma área muito grande e atrapalhando a passagem dos pedes-
tres. Várias pessoas então vão reclamar na prefeitura. O Poder Público pode, então, revogar
a autorização daquela pessoa e ela não mais poderá comercializar os livros.
3.4 A permissão, dentro dos atos negociais, se refere à permissão para utilizar bem público
e não para prestar serviço público, porque essa se dá através de contrato administrativo. A
permissão aqui tratada é muito comum para a utilização de bens públicos. Ex. 1: A pessoa
mora em uma casa de esquina e pretende construir uma garagem ou um jardim em uma área
pública perto de sua casa; ela se dirige à prefeitura e solicita uma permissão, que será ava-
liada pela administração pública. Ex. 2: A pessoa tem uma lanchonete e quer colocar cadeiras
e mesas na área pública; ela não pode fazê-lo sem permissão, senão a fiscalização leva tudo.
25m

3.5 A homologação ocorre, por exemplo, em concursos públicos. Ocorre a aplicação da


prova, posteriormente a autoridade competente vai verificar a legalidade do concurso e o pro-
cedimento é então obrigatoriamente homologado. Se a autoridade perceber que houve fraude
ou outra ilegalidade, ela irá anular. O mesmo ocorre na licitação pública, que também não
pode ser revogada.
4.1 Nos atos enunciativos, o particular simplesmente solicita que a administração ateste
algo que está acontecendo ou já aconteceu. Ex.: A pessoa se dirige à Receita Federal para
pedir uma certidão de que não está devendo tributos.

ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS NONEP

Normativos
Ordinatórios
Negociais
Enunciativos
Punitivos

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ATOS ADMINISTRATIVOS - CLASSIFICAÇÃO IV

Seguem-se os conceitos dos atos administrativos:

a. Atos normativos
Os atos normativos contêm comandos gerais e abstratos dirigidos a todos os administra-
dos que se enquadrem nas situações neles previstas.
b. Atos ordinatórios
Atos administrativos ordinatórios emanam do poder hierárquico e visam disciplinar o fun-
cionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
c. Atos negociais
Atos negociais são os praticados pela Administração, nos quais há uma declaração de
vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular.
d. Atos enunciativos
Atos enunciativos são aqueles que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato
ou a emitir uma opinião sobre determinado assunto sem se vincular ao enunciado.
Dolo
• A responsabilidade pessoal do parecerista Culpa
Erro Grosseiro
Em alguns momentos, para o administrador decidir algum processo, há necessidade de
um parecer técnico para que ele tenha uma base, um subsídio para tal decisão. Em alguns
momentos, o parecer é obrigatório e pode ser:

– não vinculante: seu conteúdo não vincula a decisão do administrador público. Ex.:
Um particular solicita à prefeitura uma permissão para construir uma garagem usando
área pública. Para o prefeito decidir, obrigatoriamente deve existir um parecer técnico
da companhia de água e esgoto, pois se passarem dutos por ali, não pode haver
construção. Então o administrador que trabalha na prefeitura enviou a solicitação
para a companhia, que pode ou não permitir. Quando o parecer é obrigatório e não
vinculante, ele tem que ter o processo, mas não vincula a decisão do administrador
público; nesse contexto, quem fez o parecer não tem qualquer responsabilidade;
– vinculante: seu conteúdo vincula o parecer. Ex.: Usando o mesmo exemplo dado
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acima, caso o parecer diga que não pode haver qualquer construção naquele lugar, a
autoridade que vai decidir o processo não pode contrariá-lo e tem que negar o pleito
do particular. Observe o parecer abaixo:

Supremo Tribunal Federal (STF), Mandado de Segurança n. 24.631/DF: (i) quando a con-
sulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de
decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando a consulta é obri-
5m
gatória, a autoridade administrativa se vincula ao ato tal como submetido à consultoria, com
parecer favorável ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada
à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigação
de decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação deixa de ser meramente opinativa
e o administrador não poderá decidir senão nos termos de conclusão do parecer ou, então,
não decidir.
Somente a 3ª hipótese pode gerar responsabilidade a quem emitiu o parecer e somente no
caso de dolo, culpa ou erro grosseiro. Ex.: Um servidor solicita determinado direito e essa soli-
citação vai para o departamento jurídico do órgão. Considere que o parecer é vinculante. Se
ele foi constituído com dolo (a pessoa não tinha direito, mas quem fez o parecer era seu amigo
e tentou lhe conceder), culpa (quem fez o parecer não pesquisou direito e acabou errando)
ou erro grosseiro e inadmissível, quem fez o parecer vai ser responsável. Se a administração
fez uma indenização ao servidor, por exemplo, o valor terá que ser devolvido ao Estado justa-
mente devido ao parecer doloso, culposo ou com erro grosseiro.

e. Atos punitivos
Atos punitivos são os que visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta
irregular dos servidores ou dos administrados perante a Administração.

DIRETO DO CONCURSO
:
1. (CESPE 2015/ TCE-RN/ ANALISTA) Com base no princípio da supremacia do interesse
público, a administração poderá, discricionariamente, negar a concessão de licença para
o exercício de determinada atividade, ainda que preenchidos os requisitos legais.
10m
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COMENTÁRIO
Licença é ato vinculado; se o particular preencheu tudo que a lei pede, obrigatoriamente a
licença será concedida.

2. (IF-MT/ 2019/ IF-MT/ GESTÃO PÚBLICA) De acordo com Hely Lopes Meirelles (2004),
o Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha, por fim imediato, adquirir, resguardar, transferir, mo-
dificar, extinguir e declarar direitos; ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Com relação às espécies, tem-se: os Atos Normativos, Atos Ordinatórios, Atos Negociais,
Atos Enunciativos e Atos Punitivos. São exemplos de Atos Ordinatórios, EXCETO:
a. Portarias
b. Ordens de Serviços
c. Decretos
d. Avisos
e. Circulares

COMENTÁRIO
Decreto é ato normativo e o chefe do Poder Executivo é a autoridade competente para emiti-lo.

3. No que se refere a atos administrativos, julgue o item a seguir.


(CESPE 2019/ TJ-AM/ ANALISTA JUDICIÁRIO -OFICIAL DE JUSTIÇA) A homologação é
ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a posteriori, pelo qual a administração
pública reconhece a legalidade de um ato jurídico, tal como ocorre na homologação de
procedimento licitatório.

4. (FCC 2019/TJ-MA/OFICIAL DE JUSTIÇA) A emissão de licença para obras de construção


constitui ato administrativo
a. de natureza discricionária, não sendo, portanto, obrigatória a motivação no caso de in-
deferimento diante da ausência de requisitos objetivos legais.
b. de espécie normativa, porque estabelece as condições e termos para a edificação pelo
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requerente, aspectos que não constam da legislação e, portanto, não podem ser objeto
de controle externo.
c. passível de ser controlado pelo Poder Judiciário no que se refere aos requisitos legais
para sua emissão, porque configura ato administrativo vinculado.
d. que não pode ser objeto de anulação pelo Poder Judiciário, apenas revogação, conside-
rando que cabe apenas a verificação dos aspectos vinculados do ato.
e. autorizativo e, como tal, discricionário, admitida, portanto, a revogação pela própria
Administração, motivadamente, bem como pelo Poder Judiciário, resguardado o mé-
rito do ato.

COMENTÁRIO
A emissão de licença tem natureza vinculada (e, como tal, não pode ser revogada) e
negocial. O Poder Judiciário pode controlar ato vinculado. Ex.: A licença foi editada por uma
autoridade incompetente; quem tinha que assinar era o prefeito ou o secretário de obras,
mas foi assinada pelo chefe que não tinha essa competência. Nesse caso, o ato tem que
ser anulado. A licença pode ser controlada em seu elemento-forma; a formalidade exigida
15m
não foi atendida.

5. (CESPE 2019/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) Assinale a opção que apresenta,


na ordem em que estão, exemplos de atos administrativos enunciativos, normativos, ordi-
natórios, negociais e punitivos.
a. certidões / regulamentos / ordens de serviço / autorizações / destruições de coisas
apreendidas.
b. certidões / pareceres / ordens de serviço / autorizações / destruições de coisas
apreendidas
c. pareceres / avisos / despachos / permissões / averbações
d. pareceres / instruções normativas / licenças / permissões / multas
e. pareceres / atestados / portarias / permissões / multas
ANOTAÇÕES

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6. A respeito do ato administrativo punitivo, julgue o item.


(QUADRIX 2019/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) Não caracteriza ato punitivo a des-
truição de substâncias ou objetos nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei apreen-
didos pela Administração Pública.

COMENTÁRIO
Destruição de substâncias é um ato punitivo, que sempre deve ser lembrado quando se fala
em sanção.

7. A respeito do ato administrativo punitivo, julgue o item.


(QUADRIX 2019/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) Caracteriza ato punitivo a aplica-
ção de sanção ao servidor que infrinja dever funcional.

8. Quanto às espécies de ato administrativo, julgue o item.


(QUADRIX 2019/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) O ato administrativo enunciativo
resulta da soma de vontades de dois ou mais órgãos para a formação de um único ato.
20m

COMENTÁRIO
A questão fala de ato complexo e nada tem a ver com ato enunciativo.

9. Quanto às espécies de ato administrativo, julgue o item.


(QUADRIX 2019/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) O ato administrativo negocial ocorre
quando a manifestação de vontade da Administração Pública coincide com a do particular.

10. (IBFC 2018/ CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA - SP/ CONSULTOR LEGISLATI-


VO) Assinale a alternativa correta em relação aos Atos enunciativos.
a. Visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos adminis-
trados ou de servidores;
b. Certificam ou atestam um fato, ou emitem opinião sobre determinado assunto, não se
vinculam a seu enunciado;
c. Disciplinam o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes;
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d. Contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do


particular;
e. Punem e reprimem as infrações administrativas ou a conduta irregular do servidor.

COMENTÁRIO
a. Ato punitivo;
b. Ato enunciativo;
c. Ato ordinatório;
d. Ato negocial;
e. Ato punitivo.

11. (VUNESP 2018/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DOS CAMPOS - SP/ ADVOGADO)
Ato vinculado por meio do qual a Administração confere ao interessado consentimento
para o desempenho de certa atividade. O enunciado se refere a
a. ato negocial.
b. fato administrativo.
c. licença.
d. poder discricionário.
e. autorização

COMENTÁRIO
Para exercer uma atividade, a pessoa precisa ter primeiro uma licença expedida pela
administração pública, que é uma espécie do gênero negocial.
25m

12. (MPE - MS 2018/ MPE-MS/ PROMOTOR DE JUSTIÇA) Quanto aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
a. Resoluções, instruções e portarias são atos administrativos normativos.
b. Instruções, avisos e certidões são atos administrativos ordinatórios.
c. Parecer vinculante e obrigatório possuem o mesmo significado.
d. No parecer vinculante, a manifestação de teor jurídico deixa de ser meramente opinati-
va, não podendo a decisão do administrador colidir com a sua conclusão.
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e. São espécies de ato administrativo, segundo entendimento doutrinário tradicional: nor-


mativos, ordinatórios, negociais, vinculativos e punitivos.

COMENTÁRIO
a. Resolução é um ato normativo, bem como instrução; mas portaria é ato ordinatório;
b. Certidão é ato enunciativo;
c. Parecer vinculante vincula a própria decisão do administrador; obrigatório porque tem que
ter no processo;
d. Parecer significa manifestação de órgão técnico;
e. Atos vinculativos são contra o regramento.

Um resumo dos atos para facilitar o entendimento:

NORMATIVOS Contêm comandos gerais e abstratos dirigidos a todos os


administrados que se enquadrem nas situações neles previs-
tas. Ex.: decretos, regulamentos, instruções normativas, regi-
mentos, resoluções, deliberações.
ORDINATÓRIOS Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta
funcional de seus agentes. Ex.: instruções, circulares, avisos,
portarias, ordens de serviço, ofícios, despachos.
NEGOCIAIS Declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pre-
tensão do particular. Ex.: licença, autorização, permissão, apro-
vação, admissão, visto, homologação, dispensa, renúncia.
ENUNCIATIVOS Certificam ou atestam uma situação pré-existente. Ex.: certidões,
atestados, pareceres técnicos, pareceres normativos, apostilas.
PUNITIVOS Visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta
irregular dos servidores ou dos administrados perante a Adminis-
tração. Ex.: demissão de servidor, multa, interdição de atividade,
destruição de coisas etc.

GABARITO
1. E
2. c
3. C
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ATOS ADMINISTRATIVOS – EXTINÇÃO DOS ATOS

A partir desta aula, será trabalhada a extinção dos atos administrativos.

Existe a extinção natural, que é realmente como todo ato deveria acabar (ex: um servidor
ficou 30 dias de férias, no dia seguinte ocorreu a extinção natural do ato administrativo) e a
extinção volitiva, que depende da manifestação do homem (ex: anulação, revogação, cas-
sação, caducidade e a contraposição).

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Extinção natural, objetiva e subjetiva (segundo a doutrina):


• A extinção natural ocorre após transcorrido o prazo previsto para a duração do ato
administrativo.
• A extinção objetiva ocorre após o desaparecimento do objeto do ato administrativo
(Exemplo: um ato administrativo que determina a derrubada de uma construção irregu-
lar. Mas quando os fiscais chegam para derrubar, o próprio proprietário já o fez. Neste
caso, desapareceu o objeto).
• Já a extinção subjetiva ocorre após o desaparecimento do sujeito destinatário do ato
administrativo (Exemplo: acontece a nomeação de determinado servidor, e logo após
esse servidor vem a falecer. Neste caso, ocorreu uma extinção subjetiva).

1. ANULAÇÃO (OU INVALIDAÇÃO)

• Quando anular? Quando a Administração praticar ato administrativo com vício de lega-
lidade – contra a lei – ou de legitimidade – ofensa ao direito;
• Quem pode anular? A própria Administração ou o Poder Judiciário;
• Efeitos: ex tunc, ou seja, os efeitos produzidos pelo ato devem ser desfeitos;
• Prazo para anular (art. 54 da Lei n, 9.784/1999):
– a) 05 anos (decadencial) se o ato for favorável ao administrado e se este estiver
de boa-fé;
– b) não há prazo, se o ato for desfavorável e, se em ato favorável, o administrado esti-
ANOTAÇÕES

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ver de má-fé;
5m

Obs.: é importante lembrar dos requisitos dos atos administrativos: competência, finalidade,
forma, motivo ou objeto. Quer dizer que o ato tem vício em algum daqueles elemen-
tos já trabalhados em outras aulas. Tanto o ato vinculado, quanto o ato discricionário
podem ser anulados. Mas a própria AP pode perceber que errou e anular seu ato ad-
ministrativo, é a autotutela.

Exemplo: determinado servidor foi ao departamento pessoal do órgão em que trabalha


para solicitar sua aposentadoria no ano de 2010. No departamento foi confirmada a aposenta-
doria do servidor. Esse processo foi enviado para o Tribunal de Contas (ato complexo), e este
homologou e confirmou a aposentadoria. No ano de 2020, o Tribunal de Contas fazendo audi-
toria, descobre que aquela aposentadoria foi concedida de maneira ilegal, porque lá no depar-
tamento pessoal, quem fez a contagem do tempo errou, e o auditor do Tribunal de Contas que
assinou e homologou também errou a contagem do tempo. Sendo o ato praticado em 2010,
pode ser anulado hoje? NÃO. Já passou mais de cinco anos, então não tem mais como anular
o ato administrativo. É o que se chama convalidação tácita, onde o ato se aperfeiçoou.
10m

ATENÇÃO
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção
do primeiro pagamento (art. 54, § 1º da Lei n. 9.784/1999).

Lei n. 4.717/1965 – Lei que regulamenta a Ação Popular

A incompetência fica caracterizada quando o ato


COMPETÊNCIA não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou.
O desvio da finalidade se verifica quando o
agente pratica o ato visando a fim diverso
FINALIDADE
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na
regra de competência.
ANOTAÇÕES

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O vício de forma consiste na omissão ou na


observância incompleta ou irregular de formali-
FORMA
dades indispensáveis à existência ou seriedade
do ato.
A inexistência dos motivos se verifica quando a
matéria de fato ou de direito, em que se funda-
MOTIVO
menta o ato, é materialmente inexistente ou juri-
dicamente inadequada ao resultado obtido.
Ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado
OBJETO do ato importa em violação de lei, regulamento
ou outro ato normativo.

DIRETO DO CONCURSO

1. (CESPE 2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: ADMINISTRATIVA) O prazo para


15m

anulação dos atos administrativos é de cinco anos, independentemente da boa-fé do ad-


ministrado que se tenha beneficiado com tais atos.

COMENTÁRIO
Se a Administração Pública não anular em cinco anos, estando o administrado de boa-fé,
não tem mais como anular.

2. (IADES/2019/AL-GO/POLICIAL LEGISLATIVO) Acerca da anulação do ato administrativo,


assinale a alternativa correta.
a. A Administração não deve anular seus atos ilegais.
b. Somente o chefe do Poder Legislativo pode anular os atos ilegais da Administração
Pública.
c. Em nenhuma hipótese, a Administração deve anular os atos administrativos ilegais.
d. A Administração deve anular seus próprios atos, quando apresentarem vício de legalidade.
e. Cabe ao chefe da Polícia Federal requerer a declaração de nulidade de ato administrativo.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
a) Deve anular sim.
b) De maneira alguma. Deve ser quem praticou o ato ou um superior.
c) A AP deve anular seus atos ilegais.
d) Ela deve anular quando houver vício de legalidade.
e) Não cabe ao chefe da Polícia Federal.

2. REVOGAÇÃO

"Súmula n. 473/STF – A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial”;

Obs.: na anulação, o ato é ilegal. Na revogação, o ato é válido e legal, mas não está mais
atendendo ao interesse público.
20m

Características
a) o ato é válido, legal, mas inoportuno ou inconveniente;
b) só a Administração pode revogar seus atos;
c) só os atos discricionários podem ser revogados;
d) a revogação somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc), isso quer dizer
que, da prática do ato, a sua revogação e os seus efeitos serão respeitados;

Obs.: apenas a própria Administração Pública pode revogar seus atos, sem interferência do
Poder Judiciário.
25m

Limites ao poder de revogar


a) os atos vinculados não podem ser revogados, pois não há aspectos concernentes à
oportunidade e conveniência;
ANOTAÇÕES

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b) os atos que exaurem os seus efeitos não podem ser revogados;


c) não podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos, conforme disposto na
Súmula n. 473, do STF;
d) não podem ser revogados os atos que integram um procedimento, pois sendo o proce-
dimento administrativo uma sucessão ordenada de atos, a cada novo ato ocorre a preclusão
com relação ao ato anterior;
e) os denominados meros atos administrativos (atos enunciativos), como os pareceres,
certidões e atestados, pois seus efeitos derivam da lei e não de uma criação administrativa.

GABARITO
1. E
2. d

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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ATOS ADMINISTRATIVOS – EXTINÇÃO DOS ATOS II

Na aula passada, foi trabalhada a parte teórica sobre diferenças de anulação e revogação.
Neste bloco, serão feitos vários exercícios de fixação.

DIRETO DO CONCURSO

1. (CESPE/2015/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) É passível de revo-


gação, por motivos de conveniência e oportunidade, o ato administrativo consistente em
emissão de certidão que ateste, em favor de um administrado, determinada situação fática.

COMENTÁRIO
Não há possibilidade de revogar ato enunciativo, então certidão é um ato que não admite a
revogação.

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
O ato é legal, mas se tornou inconveniente ou
O ato é ilegal.
inoportuno.
Controle de legalidade. Controle de mérito.
Poder Judiciário e a Administração. Apenas a Administração.
Efeitos: ex tunc (retroage tudo). Efeitos: ex nunc (nunca retroage).
Alcança atos discricionários e vinculados. Apenas atos discricionários.
Limite temporal:
a. 5 anos, estando de boa-fé; Não há limite temporal.
b. Não há prazo estando de má-fé.

2. (CESPE/2018/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA) Tanto a anulação como a revogação re-


tiram do mundo jurídico atos com defeitos e produzem efeitos prospectivos.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Quando se fala de anulação, isso ocorre, porque o ato tem algum defeito, e o defeito não é
prospectivo, o efeito é retroativo.

Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de
confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento
jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal. Considerando essa
situação hipotética, julgue o item a seguir.

3. (CESPE/2018/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Sob o fundamento da ilegalidade, a Admi-


nistração Pública deverá revogar o ato de nomeação, com a garantia de que sejam obser-
vados os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

COMENTÁRIO
Trata-se de nepotismo (súmula vinculante n. 13), que atenta contra os princípios da
moralidade, impessoalidade e eficiência. Então, se o ato é ilegal, deve ser anulado.
5m

4. (CESPE/2018/DPF/DELEGADO DE POLÍCIA) O exercício do controle judicial sobre os


atos da Administração Pública abrange os exames de legalidade e de mérito desses atos,
cabendo ao juiz anulá-los ou revogá-los.

COMENTÁRIO
O Poder Judiciário faz controle de legalidade, realizando anulação do ato, mas o Poder
Judiciário não faz controle de mérito para chegar à revogação do ato administrativo. O
Poder Judiciário tem duas funções: a típica, que é o poder de julgar, e tem também função
administrativa, como nomear servidor, conceder férias, comprar materiais etc. Nesta
atividade meio, o Poder Judiciário pode anular e revogar atos, mas quando se fala de
concurso público, o comum é a banca explorar a atividade típica do Poder Judiciário.
ANOTAÇÕES

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5. (CESPE/2018/DPF/AGENTE DE POLÍCIA) O poder de autotutela tem fundamento, pre-


ponderantemente, nos princípios da legalidade e da preponderância do interesse público
e pode ser exercido de ofício quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato
da própria Administração.

COMENTÁRIO
Na legalidade, anula-se o ato, e no interesse público pode gerar a revogação. A AP age de
ofício, ela não precisa ser provocada.

6. (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) No caso de vício de competência, cabe a re-


vogação do ato administrativo, desde que sejam respeitados eventuais direitos adquiridos
de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de cinco anos da prática do ato.
10m

COMENTÁRIO
Se existe um vício de competência, pode-se afirmar que o ato é ilegal, e este deve ser
anulado. Foi falado que não há prazo para revogar ato.

Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de
confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento
jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal. Considerando essa
situação hipotética, julgue o item a seguir.

7. (CESPE 2018/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O princípio da autotutela permite que o Po-


der Judiciário intervenha para apreciar atos administrativos que estejam supostamente
eivados de ilegalidades.

COMENTÁRIO
O Poder Judiciário pode fazer controle da legalidade em ato, mas isso não se chama
autotutela, e sim controle externo. Autotutela ocorreria se a própria Administração tivesse
anulado o ato de nomeação.
ANOTAÇÕES

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Acerca de atos administrativos, julgue o item que se segue.

8. (CESPE/2018/PGM-CAMPO GRANDE/PROCURADOR) A Administração Pública poderá


revogar atos administrativos que possuam vício que os tornem ilegais, ainda que o ato
revogatório não tenha sido determinado pelo Poder Judiciário.

COMENTÁRIO
Se a Administração vai revogar ato, o ato não é ilegal, pois apenas o ato legal pode ser
revogado.

2.1. REPRISTINAÇÃO

É a possibilidade de ato revogado voltar a produzir efeitos.


A repristinação não é automática, deve constar expressamente no ato revogador.
Exemplo: foi editado um ato A. Este, posteriormente, foi revogado pelo ato B. Posterior-
mente, foi editado o ato C, este com o objetivo de revogar o ato B. O ato A, que foi revogado
anteriormente, volta a produzir efeitos jurídicos? Depende, pois a repristinação não é automá-
tica, deve constar expressamente no ato revogador.

DIRETO DO CONCURSO

9. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) A revogação de um ato revogador


não restaura, automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.
15m

COMENTÁRIO
A questão está de acordo com o exemplo dado acima.

3. CASSAÇÃO

A cassação é a extinção do ato administrativo praticado de forma legal, mas que tenha se
tornado ilegal na sua execução, por culpa ou dolo do particular.
ANOTAÇÕES

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Exemplo: cassação da CNH. O ato foi expedido e é válido, mas o particular conseguiu cin-
quenta pontos na carteira, o que leva a AP a cassar o ato administrativo.

DIRETO DO CONCURSO

10. (CESPE/2017/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO) A determinado servidor público foi con-


cedida licença em razão de ele preencher todos os requisitos exigidos. Contudo, no curso
da licença, ele deixou de atender às condições exigidas para a manutenção do benefício,
o que implicou a extinção do ato administrativo de concessão da licença. Nessa situação
hipotética, a modalidade de extinção de atos administrativos aplicada foi a
a. Convalidação.
b. Anulação, em decorrência da imperatividade.
c. Cassação.
d. Revogação.
e. Anulação, em decorrência da legalidade.

COMENTÁRIO
O servidor saiu de licença médica, mas começou a exercer uma atividade remunerada. Se
a pessoa está doente para trabalhar no serviço público, deveria estar doente para trabalhar
em qualquer lugar. A Administração Pública descobre esse fato, e cassa a licença médica, e
a partir de então, será considerada como falta.

11. (CESPE/2018/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA)A cassação de um ato administrativo


corresponde a extingui-lo por descumprimento dos requisitos estabelecidos para a sua
execução.
20m

4. CADUCIDADE

Ocorre quando uma nova norma jurídica torna inadmissível a situação consentida pela
Administração. Para Bandeira de Mello (2009, p. 440), caducidade representa a retirada do
ato porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível a situação antes permitida pelo
Direito e outorgada pelo ato precedente.
ANOTAÇÕES

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5. CONTRAPOSIÇÃO

Edição de ato que se opõe a outro ato já praticado. Um ato derruba por contraposição
outro anteriormente produzido. Um ato se contrapõe a outro.
Exemplo: um ótimo servidor foi nomeado, mas logo depois, foi demitido. Então aqui, exis-
tem dois atos, um se contrapondo ao outro.

DIRETO DO CONCURSO
12. (CESPE/2018/SEFAZ-RS/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Determinado pre-
feito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem público em favor de um particu-
lar. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange à ocupação do
espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à atividade particular. Nes-
sa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de bem público
extingue-se por
a. Revogação.
b. Anulação.
c. Contraposição.
d. Caducidade.
e. Cassação.

COMENTÁRIO
Aqui se vê claramente a aplicação da caducidade, pois foi praticado um ato, uma autorização
de uso de bem público, e posteriormente veio uma lei proibindo a utilização de qualquer bem
público pelos particulares.

13. (CESPE/2019/TJ-DFT/TITULAR SE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTRO) Indivíduo


que possui licença para dirigir veículo automotor foi acometido por doença que o tornou
incapacitado para conduzir o tipo de veículo para o qual era habilitado. Nessa situação
hipotética, caberá ao órgão administrativo competente extinguir o ato administrativo con-
cessivo da licença para dirigir por meio de
25m
a. Anulação.
ANOTAÇÕES

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b. Revogação.
c. Cassação.
d. Convalidação.
e. Decadência.

COMENTÁRIO
Deve ocorrer a extinção justamente pela cassação, pois o particular não manteve o exigido
por lei para continuar com o ato administrativo válido.

GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
6. E
7. E
8. E
9. C
10. c
11. C
12. d
13. c

�E
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preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
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ATOS ADMINISTRATIVOS – CONVALIDAÇÃO

Nesta aula, será trabalhada a possibilidade de corrigir o ato administrativo que tiver algum
defeito sanável.

CORREÇÃO (SANATÓRIA) DOS ATOS COM VÍCIOS SANÁVEIS

1. Convalidação

Di Pietro (2009, p. 245) a "convalidação ou saneamento é ato administrativo pelo qual é


suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos (ex tunc) à data em que este
foi praticado".

Art. 55, Lei n. 9.784/99: "Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse pú-
blico nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão (discricionária)
ser convalidados pela própria Administração".

É importante lembrar dos elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma,


motivo e objeto. De um lado, os atos são nulos (não podem ser convalidados), do outro, anu-
láveis (podem ser convalidados). Os vícios nos elementos competência e forma admitem con-
validação. Vício nos outros elementos não há convalidação.

Nulos Competência Anuláveis


Finalidade
Podem ser
Ñ Forma
Convalidados
Motivo
convalidados
Objeto

5m
ANOTAÇÕES

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Considere o seguinte: determinada autoridade concedeu férias a um servidor, mas não


tinha competência para fazer isso. Mesmo assim, o ato foi expedido e publicado e o servidor
está de férias. Faltando 10 dias para acabarem as férias desse servidor, o departamento pes-
soal descobre que não foi autoridade competente que assinou as férias do servidor. A Admi-
nistração Pública (AP) pode anular o ato, ou seja, tem que conceder novamente férias ao ser-
vidor, porque a anulação retroage, desfazendo todos os efeitos; mas para o bom andamento
da AP, o mais fácil seria convalidar. Agora, a autoridade competente republica o ato, pratica
um outro ato convalidando o primeiro ato, assina e publica.

Obs.: nem todo vício no elemento competência pode ser convalidado. Se a competência for
exclusiva de órgão ou autoridade, não admite a convalidação, bem como se a incom-
petência for em razão da matéria. Se a forma for imprescindível para a prática do ato,
também não pode convalidar.

Exemplo: a nomeação de um servidor deve ser publicada. Se o órgão esquecer de publi-


car, o ato deve ser anulado e deve haver a publicação de um novo ato concedendo um prazo
para que o servidor tome posse, ou seja, não tem como convalidar.

Características:
10m
a) opera efeitos ex tunc, ou seja, retroagindo seus efeitos ao momento em que foi prati-
cado o ato originário;
b) a administração não pode convalidar um ato viciado se este já foi impugnado na esfera
administrativa ou judicial;
c) os elementos competência e forma podem ser convalidados;
d) os atos de competência exclusiva não podem ser convalidados;
e) forma quando essencial à validade do ato não pode ser convalidada;
f) os elementos finalidade, motivo e objeto não são passíveis de convalidação.

2. Ratificação
É a correção do elemento Competência ou Forma, tradicionalmente chamando de Conva-
lidação do ato.
ANOTAÇÕES

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3. Reforma
Retira a parte inválida do ato, mantendo a parte válida (efeito plúrimo).

4. Conversão
Retira a parte inválida, acrescentando uma outra parte válida.
15m

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Melinda, ser-


vidora pública, praticou ato administrativo com vício de competência. Cumpre salientar
que a hipótese não trata de competência outorgada com exclusividade pela lei, mas o
ato administrativo competia a servidor público diverso. Em razão do ocorrido, determina-
do particular impugnou expressamente o ato em razão do vício de competência. Nesse
caso, o ato
a. não comporta convalidação, pois o vício narrado não admite tal instituto.
20m
b. comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex tunc.
c. não comporta convalidação, em razão da impugnação feita pelo particular.
d. comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex nunc.
e. comporta exclusivamente a aplicação do instituto da revogação, com efeitos ex tunc.

COMENTÁRIO
a) Não comporta convalidação, mas não é em razão do vício, e sim porque foi impugnado.
b) Não pode comportar convalidação.
c) Não pode ser convalidado, porque o particular impugnou.
d) Não comporta convalidação.
e) Se há vício de competência, não se fala em revogação nunca.

2. (FCC/TRF 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA/2017) A Adminis-


tração após exarar ato administrativo que produziu efeitos favoráveis aos administrados
apercebeu-se de que o ato foi expedido em desconformidade com a lei de regência, além
de ter sido proferido por autoridade incompetente. Nesta hipótese, poderá
ANOTAÇÕES

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a. revogar com efeitos ex nunc o ato, desde que, para tanto, respeite o prazo legal.
b. anular com efeitos ex nunc o ato, desde que já não tenha sido impugnado, independen-
temente do prazo.
c. revogar o ato, no exercício da autotutela, que não se sujeita a limite temporal e tem,
como regra, efeitos ex tunc.
d. anular o ato, no exercício da autotutela, que se sujeita a limites temporais e, como regra,
produz efeitos ex tunc, preservados os direitos de terceiros de boa-fé.
e. anular o ato, no exercício da autotutela, que não se sujeita a limites e sempre produz
efeitos ex tunc, em razão do princípio da estrita legalidade.

COMENTÁRIO
25m
a) Se a autoridade é incompetente, o certo seria anular o ato, e não revogar.
b) O correto seria ex tunc, e não ex nunc.
c) Não se pode revogar o ato, quando o certo seria a anulação.
d) Se sujeita a limites temporais (5 anos, efeitos ex tunc, o direito de quem tem boa-fé
sempre será preservado.
e) Se sujeita a limites, de cinco anos.

A respeito da extinção de atos administrativos, julgue o próximo item.

3. (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A anulação de ato administrativo funda-


menta-se na ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona como uma espécie de
sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato.

COMENTÁRIO
A anulação fundamenta-se na ilegalidade do ato, mas a cassação é que funciona como
espécie de sanção. A revogação não é espécie de sanção.
ANOTAÇÕES

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4. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ASSISTENTE SOCIAL/2019) Assinale a alternativa correta


acerca da extinção, desfazimento e sanatória do ato administrativo.
a. A anulação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério
discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente.
b. A revogação ocorre quando há um vício no ato relativo à legalidade ou legitimidade;
nunca por questões de mérito administrativo.
c. A revogação é um ato discricionário e tem como critério a conveniência e oportunidade.
d. A extinção objetiva do ato se dá pelo desaparecimento do sujeito detentor do benefí-
cio do ato.
e. A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela ad-
ministração.

COMENTÁRIO
a) É a retirada de um ato inválido.
b) Vício não será revogado, e sim anulado.
c) É discricionário e usa esses critérios.
d) A extinção subjetiva é o desaparecimento do sujeito, e a objetiva é o desaparecimento do
objeto.
e) A AP pratica ato de direito privado, contratos administrativos, entre outros.

5. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO — OFICIAL DE JUSTIÇA/2017) Ato ad-


ministrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito não pode ser
convalidado.

COMENTÁRIO
O vício é no elemento competência, e este admite sim a convalidação.
ANOTAÇÕES

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A cerca de atos administrativos, julgue o item que se segue.

6. (CESPE/PGM-CAMPO GRANDE/PROCURADOR/2019) Ato administrativo vinculado que


tenha vício de competência poderá ser convalidado por meio de ratificação, desde que
não seja de competência exclusiva.

COMENTÁRIO
Se for de competência exclusiva, não admite a convalidação.

7. (FCC/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Os atos administrativos podem ser produzidos


em desrespeito às normas jurídicas e, nestes casos, é correto afirmar que Parte superior
do formulário
a. existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a ratificação e
30m

a reforma.
b. ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar-se em convalidação,
com o objetivo de aplicar o princípio da eficiência.
c. há vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá efeitos ex nunc.
d. a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido com a edição
de novo ato, pelo poder Judiciário.
e. é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se
tratar de conteúdo plúrimo.

COMENTÁRIO
a) São três formas, faltando a conversão.
b) Se o ato for impugnado, não pode mais ser convalidado, segundo a jurisprudência.
c) A convalidação sempre gera efeitos ex tunc.
d) O ato pode ser corrigido através da convalidação, e é corrigido pela própria Administração.
e) Só é possível ocorrer a promoção no objeto se for um ato de conteúdo plúrimo (reforma
e conversão).
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8. (FCC//METRÔ/ANALISTA/2019) Uma vez que tenha sido praticado, o ato administrativo de


natureza discricionária pode ser revogado
a. apenas pelo agente público que o praticou.
b. por juiz, desde que provocado por meio de ação judicial adequada.
c. por meio de exame em sede de recurso hierárquico, desde que não haja impedi-
mento legal.
d. ainda que já se tenham exauridos seus efeitos.
e. apenas se houver recurso administrativo.

COMENTÁRIO
a) Não é apenas pelo agente que praticou.
b) Não é por juiz.
c) Também pode por meio de chefe imediato.
d) Se o ato administrativo já cumpriu seus efeitos jurídicos, não tem como revogar mais.
e) Pode ocorrer a revogação de ofício.

9. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE SUZANO-SP /PROCURADOR/2019) Con-


sidere que a legislação de determinada autarquia do Município de Suzano contenha a
previsão de, após esgotadas as vias recursais internas, apresentação de recurso hie-
rárquico impróprio ao Chefe do Poder Executivo. Quanto à situação hipotética, é correto
afirmar que:
35m
a. Ao julgar o recurso, a autoridade competente poderá valer-se do instrumento da moti-
vação aliunde.
b. O referido recurso decorre do Poder Hierárquico que a Administração Direta exerce
sobre a autarquia.
c. Sendo emitido um parecer prévio da Controladoria, antes da tomada de decisão, referi-
do parecer é ato complexo.
d. Os atos praticados pelo dirigente da autarquia, quando eivados de vício grave de vali-
dade, poderão ser revogados.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
a) A motivação aliunde é uma motivação de outro lugar. Esta pode ter como base uma
norma técnica ou mesmo um parecer, ou seja, um resultado é usado para fazer a motivação
do ato administrativo.
b) Não existe subordinação hierárquica entre a Administração Direta e Indireta, apenas
vinculação.
c) Se o parecer é da Controladoria, é um ato simples.
d) Poderão ser anulados.

GABARITO
1. c
2. d
3. E
4. c
5. E
6. C
7. e
8. c
9. a

�E
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Poderes Administrativos – Conceito
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PODERES ADMINISTRATIVOS – CONCEITO

Nesta aula, serão estudados os Poderes Administrativos, tema muito importante para a
prova. Quando se fala em poderes, eles representam um conjunto de prerrogativas que o
Estado confere aos seus agentes para que eles possam trabalhar, exercendo as suas ativida-
des administrativas.

PODERES ADMINISTRATIVOS (poder-dever)


Carvalho Filho conceitua os poderes administrativos "como o conjunto de prerrogativas de
direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir
que o Estado alcance seus fins".

Obs.: tais poderes são irrenunciáveis.

São deveres do administrador público, entre outros:


1) dever de eficiência;
2) dever de probidade (moral, ética);
3) dever de prestar contas;
4) poder-dever de agir.

Julgue o próximo item, a respeito dos poderes e deveres do administrador público.

1. (CESPE/FUB/ADMINISTRAÇÃO/2018) O poder do administrador público que constitui, ao


mesmo tempo, dever para com a comunidade é irrenunciável pelo seu titular.

COMENTÁRIO
Isso mesmo. A banca está tratando do poder-dever do administrador público, e esse é
irrenunciável.
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A doutrina do Direito Administrativo divide os poderes em 6 espécies:

• Poder Disciplinar;
• Poder Hierárquico;
• Poder Vinculado;
• Poder Discricionário;
• Poder de Polícia;
• Poder Regulamentar.
5m

PODER VINCULADO
Este poder justifica a prática de ato vinculado.

Para ser praticado um ato administrativo, obrigatoriamente deve ter acontecido um fato,
pois sem fato não há prática do ato. O agente público enquadra o fato na lei, e se a lei deter-
minar a prática do ato, o ato é vinculado. O ato vinculado é algo mecânico, apenas obedece
o que a lei estabelece.

PODER VINCULADO → Ato Vinculado

Fato → Lei → Determinar → Vínculo

PODER DISCRICIONÁRIO

Serve para praticar ato discricionário.

O ato discricionário pode ser revogado. O administrador público, por critérios de conveni-
ência ou oportunidade, pode revogar o ato. Então quer dizer que o poder discricionário também
fundamenta a revogação do ato administrativo, e se dá por conveniência ou oportunidade.
ANOTAÇÕES

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PODER VINCULADO → Ato Vinculado



Revogação do ato. → Ocorrência ou oportunidade

Alternativas
Fato → Lei Discriminação
10m Opções

Obs.: essa margem de conveniência e oportunidade deve estar dentro dos limites da lei.

No que se refere aos poderes e deveres do administrador público, julgue o item.

2. (QUADRIX/CRO-GO/ADMINISTRAÇÃO/2019) Se, diante de certas situações, a lei pos-


sibilita que o administrador público defina algum aspecto do conteúdo ou do objeto do ato
administrativo, há o exercício do poder discricionário.

COMENTÁRIO
Se a lei dá opções quanto ao conteúdo do ato, a lei autoriza a interdição ou aplicação de
multa; são, automaticamente, atos discricionários.

3. (IESSES/PREFEITURA DE SÃO JUSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/2019) É exercido


pelo agente público sem margem da liberdade, porque a legislação define previamente
todos os aspectos relacionados com a expedição do ato. Assinale a alternativa correta a
qual poder administrativo esse texto se refere:
Poder disciplinar.
Poder de tutela.
Poder discricionário.
Poder vinculado.

COMENTÁRIO
Se a lei não dá qualquer margem da liberdade, automaticamente se torna um ato vinculado.
ANOTAÇÕES

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4. (IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/CONSULTOR LEGISLATIVO/2018)


Para Celso Antônio Bandeira de Mello "mérito é o campo de liberdade suposto na lei
que, efetivamente, venha a remanescer no caso concreto, para que o administrador, se-
gundo critérios de conveniência e oportunidade, se decida entre duas ou mais soluções
admissíveis perante ele, tendo em vista o exato atendimento da finalidade legal, dada a
impossibilidade de ser objetivamente reconhecida qual delas seria a única adequada." Em
relação a afirmação acima, assinale a alternativa correta quanto ao fato do mérito ser um
ato administrativo que se relaciona:
a. Discricionariedade.
b. Inafastabilidade.
c. Constitucionalidade.
d. Ação Jurisdicional.
e. Validação de Compatibilidade.
15m

COMENTÁRIO
O mérito administrativo, a conveniência e a oportunidade têm relação com a
discricionariedade.

5. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2019) Mário, Guarda


Civil Municipal de Salvador, exerce o cargo de chefe de determinado departamento da
Guarda Civil. No regular exercício de suas funções, Mário determinou à dupla de guardas
civis João e Maria que, naquele dia, atuassem exclusivamente na segurança do cidadão
nos órgãos e entidades da Administração Municipal, em instalações externas e na via pú-
blica X. No caso em tela, Mário pôde avaliar a conveniência e a oportunidade da prática
do ato administrativo, ao escolher qual atividade seria desenvolvida pelos servidores na-
quele dia. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em matéria de classificação
dos atos administrativos quanto ao critério da liberdade de ação, Mário praticou um ato
administrativo
a. arbitrário
b. discricionário
c. de polícia.
d. regulador
e. disciplinar.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Foi praticado um ato discricionário, dando margem de liberdade para o agente público agir.

6. (IADES/CRF-TO/ADMINISTRAÇÃO/2019) O poder administrativo que permite certa flexi-


bilidade nos próprios atos, conforme critérios de conveniência e oportunidade, a bem da
administração pública, é o poder
a. vinculado.
b. de polícia.
c. discricionário.
d. hierárquico.
e. regulamentar.

COMENTÁRIO
Se fala em flexibilidade, conveniência ou oportunidade, é ato discricionário.

7. (COPS-UEL/PC-PR/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa que apresenta, corre-


tamente, o Poder que é prerrogativa da administração pública de optar por duas ou mais
soluções que, segundo critérios de conveniência e oportunidade, melhor atenda ao inte-
resse público no caso concreto.
a. Hierárquico.
b. Normativo.
c. De polícia.
d. Disciplinar.
e. Discricionário.

COMENTÁRIO
Quando se fala em opção entre duas ou mais soluções, não tem erro.
ANOTAÇÕES

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Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.

8. (CESPE/IFHAN/2018) Poder discricionário corresponde à prerrogativa do gestor público de


avaliar a conveniência e a oportunidade de praticar determinado ato administrativo.

COMENTÁRIO
Poder discricionário é justamente isso, oportunidade e conveniência de praticar ato
administrativo.

9. (VUNESP/IPSMI/AGENTE PREVIDENCIÁRIO/2016) A lei não é capaz de traçar rigidamen-


te todas as condutas de um agente administrativo. Ainda que procure definir alguns ele-
mentos que lhe restringem a atuação, o certo é que, em várias situações, a própria lei lhe
oferece a possibilidade de valoração da conduta. Nesses casos, pode o agente avaliar a
conveniência e a oportunidade dos atos que vai praticar na qualidade de administrador
dos interesses coletivos. Essa possibilidade de escolha proporcionada ao agente público
reflete-se no ato
a. derivado do poder hierárquico.
b. de poder de polícia.
c. regulamentar.
d. vinculado.
e. discricionário.

COMENTÁRIO
Possibilidade de escolha se reflete ao ato discricionário.
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Poderes Administrativos – Conceito
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GABARITO
1. C
2. C
3. d
4. a
5. b
6. c
7. e
8. C
9. e

�E
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PODERES ADMINISTRATIVOS – PODER HIERÁRQUICO

Na primeira aula, foi trabalhado o conceito de poderes administrativos, os poderes vin-


culado e discricionário, aprendendo o que são atos vinculados e atos discricionários, tema
importante para o decorrer da matéria. Nesta aula, será estudado o Poder Hierárquico, que
representa graus de subordinação dentro da Administração Pública.

PODER HIERÁRQUICO

Representa graus de subordinação dentro da Administração.

Prerrogativas: fiscalização, coordenação, delegação, revisão, avocação etc.

Características:
• não alcança os particulares;
• não há hierarquia entre Administração Direta e as entidades da Administração Indireta
(autonomia administrativa).

Obs.: toda entidade é vinculada a um órgão da Administração Direta (vinculação administra-


tiva). O único controle admitido entre a Administração Direta e Indireta é o chamado
"supervisão ministerial" ou "controle finalístico".
5m

Art. 12, Lei n. 9.784/99 Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole téc-
nica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Art. 13, Lei n. 9.784/99. Não podem ser objeto de delegação:


I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
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Atentar-se ao mnemônico NOREX:


Normativo
O
Recurso administrativo
E
eXclusiva

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Súmula n. 510 STF. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência dele-
gada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial (delegante/delegado).

Art. 116, lei n. 8.112/1990. São deveres do servidor:


(...)
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
(...)
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
10m

1. (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) A avocação se verifica quando o superior chama para


si a competência de um órgão ou agente público que lhe seja subordinado. Esse movi-
mento, que é excepcional e temporário, decorre do poder administrativo hierárquico.

COMENTÁRIO
É justamente o conceito de avocação que acabou de ser estudado, com todas as
características.
15m

Acerca de poderes administrativos, julgue o item subsequente.

2. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) Em decorrência do poder hierárquico, é lícita a avoca-


ção por órgão superior, em caráter ordinário e por tempo indeterminado, de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
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COMENTÁRIO
A vocação é em caráter extraordinário (a delegação é que é ordinária); e não é por tempo
indeterminado, mas sempre por prazo certo.

3. (FCC/TRF 32 REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) O poder hierárquico é um elemento


importante na coordenação dos agentes incumbidos do exercício de determinadas fun-
ções estatais. Tal poder
a. está presente também na relação entre o governador de um estado e os prefeitos dos
municípios situados em seu território.
b. pressupõe a faculdade de avocar e delegar atribuições, seja qual for a matéria envolvida.
c. impõe o dever de obediência, ainda que manifesta a ilegalidade da ordem recebida.
d. permite a revisão de ofício dos atos dos subordinados, seja por razões de mérito, seja
por razões de legalidade, ressalvados eventuais limites impostos pela lei.
e. explica a relação de controle que existe entre um ente da Administração Indireta e o
órgão da Administração Direta responsável pela sua supervisão.

COMENTÁRIO
a) Não há relação de subordinação entre estes.
b) Não é toda matéria que pode ser delegada e avocada. Não se pode fazer isso com
matéria exclusiva.
c) Hierarquia é obediência, mas se a ordem for ilegal, não é para ser atendida de maneira
alguma.
d) Dessa revisão, pode gerar anulação ou revogação do ato, seja por mérito ou legalidade.
e) Não há relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta.
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GABARITO
1. C
2. E
3. d

�E
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PODERES ADMINISTRATIVOS – PODER DISCIPLINAR

Nesta aula, será estudado o Poder Disciplinar, que representa a capacidade que a Admi-
nistração Pública tem de punir seus agentes públicos e àqueles particulares que estiveram
sob sua disciplina. Mas o Poder Disciplinar não alcança qualquer particular, este tem que ter
um vínculo pretérito com a Administração, e geralmente este vínculo se dá através de contrato
administrativo.

PODER DISCIPLINAR

Prerrogativa da Administração para punir os agentes públicos e os particulares que estive-


rem sob sua disciplina.

Sempre que a Administração for aplicar uma punição, deve atender:

• contraditório (é o momento de defesa) e a ampla defesa (apresentação de provas


lícitas para defesa), sob pena de nulidade da punição.

Vedada a verdade sabida → inconstitucional.


Para o administrador aplicar uma penalidade, necessariamente deve ser dada a oportu-
nidade de defesa ao punido. No princípio da verdade sabida, não precisava de qualquer con-
traditório ou ampla defesa, era aplicação sumária de uma penalidade. Hoje não existe mais
esse princípio.

Exemplo de punição com os particulares: um contratado, o Poder Público contrata uma


empresa para construir uma ponte, mas essa empresa está trabalhando de forma irregular.
Neste caso, o Poder Público pode aplicar uma penalidade, como uma multa contratual ou uma
suspensão em contratar com a AP. Essa penalidade tem fundamento no poder disciplinar.
5m

Obs.: pode ser que o poder disciplinar seja derivado do poder hierárquico, mas não ocorrerá
por todas as vezes.
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Para Di Pietro (2009, p. 93), o Poder Disciplinar é o que cabe à Administração Pública para
apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à
disciplina administrativa.

Atos Punitivos visa punir; pode ter fundamento no Poder de Polícia (alcança todos os
particulares de maneira discriminada) ou no Poder Disciplinar (alcança os agentes públicos e
particulares que estão sob disciplina da AP).
10m

► O poder disciplinar é tipicamente discricionário.


A medida da penalidade é discricionária, mas a instauração da investigação é obrigatória.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao lecionar o tema, ressalta que "a administração não tem
liberdade de escolha entre punir e não punir, pois, tendo conhecimento de falta praticada por
servidor, tem necessariamente que instaurar o procedimento adequado para sua apuração
e, se for o caso, aplicar a pena cabível. Não o fazendo, incide em crime de condescendência
criminosa, previsto no artigo do Código Penal, e em improbidade administrativa, conforme art.
11, inciso II, da Lei n. 8.429, de 02/06/1992".

1. (CESPE/TCE-PA/ANALISTA/2016) A prerrogativa da administração de impor sanções a


seus servidores, independentemente de decisão judicial, decorre imediatamente do poder
disciplinar e mediatamente do poder hierárquico.

COMENTÁRIO
Em "independentemente de decisão judicial" há a autoexecutoriedade dos atos
administrativos. Aqui está a presença de poder disciplinar, que é a possibilidade de impor
sanções a seus servidores; e como essa relação atinge o servidor, está presente o poder
hierárquico também.

2. (CESPE/DPU/ANALISTA-TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2016.) Constitui manifestação do


poder disciplinar da administração pública a aplicação de sanção a sociedade empresarial
no âmbito de contrato administrativo.
15m
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
É importante lembrar do exemplo dado acima, quando a AP contratou uma empresa e esta
praticou ilegalidade, que levou a AP a impor alguma sanção, com a presença do poder
disciplinar.

3. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019) Aplica-


ção de multa a sociedade empresária em razão de descumprimento de contrato adminis-
trativo celebrado por dispensa de licitação constitui manifestação do poder
a. de polícia.
b. disciplinar.
c. hierárquico.
d. regulamentar.
e. vinculante.

COMENTÁRIO
Se multa é um ato punitivo, é aplicado apenas no poder disciplinar ou no poder de polícia.
Mas uma multa a uma sociedade empresária caracteriza o poder disciplinar, se fosse uma
multa de trânsito, nesse caso, seria poder de polícia.

4. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/2017) O poder hierárquico está relacionado à


apuração de infrações e à aplicação de penalidades aos servidores públicos, ao passo
que o poder disciplinar se vincula às sanções impostas a particulares.

COMENTÁRIO
Nesta questão não descreve-se poder hierárquico, que seria apenas fiscalização; descreve-
se poder disciplinar, que está relacionado à apuração de infrações.
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5. (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Sobre o exercício do poder disciplinar da Adminis-


tração Pública, é correto afirmar que tal poder Parte superior do formulário
20m
a. é exercido somente em face de servidores regidos pelas normas estatutárias, não se
aplicando aos empregados públicos, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.
b. admite a aplicação de sanções de maneira imediata, desde que tenha havido prova
inconteste da conduta ou que ela tenha sido presenciada pela autoridade superior do
servidor apenado.
c. é aplicável aos particulares, sempre que estes descumpram normas regulamentares
legalmente embasadas, tais como as normas ambientais, sanitárias ou de trânsito.
d. é extensível a sujeitos que tenham um vínculo de natureza especial com a Administra-
ção, sejam ou não servidores públicos.
e. não contempla, em seu exercício, a possibilidade de afastamentos cautelares de servi-
dores antes que haja o prévio exercício de ampla defesa e contraditório.

COMENTÁRIO
a) O poder disciplinar atinge os agentes públicos, mas também atende os celetistas.
b) É verdade que é inconstitucional, e não permitida. É necessário o devido processo com
contraditório e ampla defesa.
c) É poder de polícia.
d) Sobre um vínculo de natureza especial com a AP, seja ou não servidor público.
e) Afastamento cautelar pode ser determinado pela AP, para que o servidor não venha
prejudicar as investigações, mas isso não é considerado uma punição.

Em relação aos poderes administrativos, julgue o item seguinte.

6. (CESPE/DPF/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A demissão de servidor público configura


sanção aplicada em decorrência do poder de polícia administrativa, uma vez que se carac-
teriza como atividade de controle repressiva e concreta com fundamento na supremacia
do interesse público.
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COMENTÁRIO
Demissão de servidor decorre de poder disciplinar, e não do poder de polícia.

GABARITO
1. C
2. C
3. b
4. E
5. d
6. E

�E
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PODERES ADMINISTRATIVOS – PODER REGULAMENTAR

Dando continuidade, nesta aula o foco será Poder Regulamentar, que é bem simples e
não pode ter erro na prova. O Poder Regulamentar serve para criar decretos, ou seja, repre-
senta a competência dos chefes do Poder Executivo para edição de decretos. Chefe do Poder
Executivo, Governador de Estado, Prefeito e Presidente da República são as pessoas que
podem editar decreto.

PODER REGULAMENTAR

Representa a competência dos chefes do Poder Executivo para edição de decreto.

1. Decretos de execução ou regulamentares

• Tem por objetivo detalhar a lei para sua fiel execução.


• É um ato secundário (primeiro vem a lei, se precisar de um complemento, então o decreto
é editado).
• Não pode contrariar a lei (contra legem).
• Não pode extrapolar os limites da lei (ultra legem).

LEI N. 14.751, DE 28 DE MAIO DE 2008


DISPÕE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE RESTRIÇÃO AO TRÂNSITO
DE VEÍCULOS AUTOMOTORES PESADOS, DO TIPO CAMINHÃO, NO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO.

Art. 1º Fica implantado, em caráter experimental, o Programa de Restrição ao Trânsito de Veículos


Automotores Pesados, do tipo caminhão, no Município de São Paulo. (...)

9º O Executivo (prefeito) regulamentará (decreto) esta lei no prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data
de sua publicação.
5m
ANOTAÇÕES

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DECRETO N9 58.584, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018

Fica regulamentado e denominado Rodízio Municipal o programa objeto das Leis n.


12.490, de 3 de outubro de 1997, e n. 14.751, de 28 de maio de 2008, que consiste na proibi-
ção da circulação de veículos automotores, inclusive caminhões, nas vias públicas do Muni-
cípio de São Paulo, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, nos períodos compreendidos
entre 7h00 (sete horas) e 10h00 (dez horas) e entre 17h00 (dezessete horas) e 20h00 (vinte
horas), com base no dígito final da placa do veículo, independentemente de sua localidade de
licenciamento, na seguinte conformidade:
I – Segundas-feiras: dígitos finais 1 e 2;
II – Terças-feiras: dígitos finais 3 e 4;
III – Quartas-feiras: dígitos finais 5 e 6;
IV – Quintas-feiras: dígitos finais 7 e 8;
V – Sextas-feiras: dígitos finais 9 e 0.

Art. 84,CF. Compete privativamente ao Presidente da República (Chefe do Executivo):


(...)
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;

Obs.: o Decreto é a forma do ato, o conteúdo é justamente o regulamento.

Art. 49, CF. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


(...)
V – sustar (tirar a validade) os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regula-
mentar ou dos limites de delegação legislativa;

2. Decretos autônomos Somente Presidente da República


Estes são considerados atos primários, porque o Decreto Autônomo que nasce da CF não
precisa da lei primeiro, já e fundamentado na CF).

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


(...)
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despe-
sa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos;
10m
ANOTAÇÕES

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Obs.: há países em que o fundamento é o de o Chefe do Executivo poder criar uma situação
jurídica nova, como se fosse o chefe do Poder Executivo legislando. No Brasil, para
criar lei, deve haver a participação do Poder Legislativo. Então o decreto autônomo
não pode suprir a omissão do Poder Legislativo de maneira alguma.

ATENÇÃO
Consta, no parágrafo único do art. 84, da CF, que o Presidente da República poderá delegar
a competência de editar decreto autônomo aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

1. (CESPE/DPU/ANALISTA/2016) Compete ao Congresso Nacional sustar ato normativo ex-


pedido pelo Poder Executivo que exorbite do poder regulamentar.

COMENTÁRIO
O Congresso Nacional pode sustar a realização desse controle externo, que é justamente
tirar a validade de um ato normativo (art. 49, V, CF).
15m

O Congresso Nacional aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente da


República que reduziu o número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e
Emprego e o Ministério da Previdência Social foram fundidos, tornando-se Ministério do Tra-
balho e Previdência Social. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

2. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) A referida reforma adminis-


trativa poderia ter se materializado com a edição de decreto autônomo, em decorrência do
poder regulamentar do presidente da República.

COMENTÁRIO
Não pode criar ou extinguir ministérios, entidade, por um simples decreto, pois decreto é ato
administrativo.
ANOTAÇÕES

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3. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) O exercício


do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da União, dos estados, do
DF e dos municípios.

COMENTÁRIO
Presidente de Tribunal pode editar decreto? Como não é chefe de Poder Executivo, não
pode.

4. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DO CONTROLE EXTERNO/2015) O Poder Executivo


pode, mediante decreto autônomo, criar e extinguir cargos e órgãos da administração pú-
blica, desde que dessa medida não resulte aumento de despesa.

COMENTÁRIO
Não pode, de maneira alguma, criar ou extinguir órgão, entidade, cargo público etc.

 Obs.: Poder Normativo tem competência para editar ato normativo (regimento interno,
instrução normativa, deliberação, resolução, decreto e portaria). Dentro do Poder
Normativo está o Poder Regulamentar.

O mais comum é a divisão do decreto do poder regulamentar que foi estudado, mas a pro-
fessora Di Pietro trata o decreto, como também todos os atos normativos, pertencendo ali ao
poder normativo. Então o Poder Normativo, para a autora, é mais amplo que o Poder Regu-
lamentar, porque o Poder Normativo representa a competência de várias autoridades para
edição de atos normativos, que entra aí o decreto.
20m

Já o Poder Regulamentar serve apenas para editar decreto, apenas nas mãos dos Chefes
do Executivo.

5. (CESPE/SEDF/PROFESSOR/2017) A administração, ao editar atos normativos, como re-


soluções e portarias, que criam normas estabelecedoras de limitações administrativas ge-
rais, exerce o denominado poder regulamentar.
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes Administrativos – Poder Regulamentar
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COMENTÁRIO
O ato normativo não é praticado com fundamento no poder regulamentar, e sim no poder
normativo. Poder regulamentar é só para editar decreto.

GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. E

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia
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PODER DE POLÍCIA

O Poder de Polícia é a prerrogativa da Administração Pública para condicionar ou restringir


o uso e gozo de bens, direitos e atividades do particular em benefício de toda a coletividade.
Por exemplo, alguém estaciona um veículo em cima de uma calçada e o agente do
DETRAN aplica uma multa: esta é uma atividade referente ao Poder de Polícia.
Um estabelecimento comercial interditado por falta de higiene, o IBAMA fazendo uma
fiscalização e aplicando uma multa ambiental, o PROCON fazendo uma fiscalização, inter-
ditando um estabelecimento, aplicando uma penalidade: são atividades referentes ao Poder
de Polícia, de polícia administrativa.
O conceito de Hely Lopes Meirelles para Poder de Polícia é o cobrado nos concursos:
Para Meirelles, “poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública
para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em bene-
fício da coletividade ou do próprio Estado”.
A Administração Pública pode condicionar a saída de um cidadão com seu carro (o IPVA
deve estar pago), restringir a saída das pessoas, obrigando-as a sair com máscaras (situa-
ção de lockdowns nas cidades), se alguém infringir alguma norma de saneamento, de prote-
ção para controlar a expansão da pandemia, tudo isso diz respeito ao Poder de Polícia.

Polícia administrativa e polícia judiciária


O que se estuda no Direito Administrativo é a Polícia Administrativa, a Polícia Judiciária
é estudada no processo penal como, por exemplo, Polícia Civil, Polícia Federal, quando é
feito inquérito policial, investigação policial, escutas telefônicas no âmbito do poder punitivo
do Estado.
A Polícia Administrativa é praticada pelos diversos órgãos da Administração Pública
Direta e pelas entidades da Administração Pública Indireta.
5m
A distinção entre polícia administrativa e judicial é perfeitamente abordada por José dos
Santos Carvalho Filho (2008, p. 75-76): “Quando agentes administrativos estão executando
serviços de fiscalização em atividades de comércio, ou em locais proibidos para menores,
ou sobre as condições de alimentos para consumo, ou ainda em parques florestais, essas
atividades retratam o exercício de Polícia Administrativa. Se, ao contrário, os agentes estão
investigando a prática de crime e, com esse objetivo, desenvolvem várias atividade neces-
ANOTAÇÕES

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia
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sárias a sua apuração, como oitiva de testemunhas, inspeções e perícias em determinados


locais e documentos, convocação de indiciados etc. são essas atividades caracterizadas
como Polícia Judiciária, eis que, terminada a apuração, os elementos são enviados ao
Ministério Público para, se for o caso, providenciar a propositura da ação penal”.
Esta distinção feita pelo Professor José Carvalho dos Santos Filho é perfeita, tratando
perfeitamente a diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária.
O Poder de Polícia é conceituado no Código Tributário Nacional (CTN):

CTN
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou dis-
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou obtenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, no exercício das atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do poder público, à tranquilidade pública ou o respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

O Poder de Polícia é previsto em alguma legislação esparsa? Sim, no Código Tributário


Nacional (CTN). O conceito que deve ser memorizado é aquele referido pelo professor Hely
Lopes Meirelles.

Constituição Federal (CF)


Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguin-
tes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

A CF admite que a Administração Pública institua taxa para efetivar o Poder de Polícia,
podendo-se pagar, por exemplo, taxa da visita do Bombeiro, taxa de “habite-se”.
10m
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia
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DIRETO DO CONCURSO
1. (QUADRIX 2019/CORECON-PE/ASSESSOR JURÍDICO) Quando servidores públicos
realizam uma fiscalização com o objetivo de identificar infratores, entre os cidadãos que
não possuem vinculação especial com o Estado, e, logo após, aplicam a penalidade
de multa, uma vez que há previsão legal para esse tipo de sanção diante da infração
verificada, é correto afirmar que houve
a. exercício do poder de polícia.
b. exercício do poder disciplinar.
c. exercício do poder regulamentador.
d. exercício do poder hierárquico.
e. abuso de poder

COMENTÁRIO
Se o particular tiver um vínculo pretérito com o Estado, não ocorre o Poder de Polícia e
sim o poder disciplinar, que é utilizado para penalizar servidores no caso de demissão,
suspensão, cassação de aposentadoria, advertência, alcançando também o particular que
estiver sob disciplina da Administração Pública, sob a fiscalização – por exemplo, os con-
tratados para construir uma obra para a Administração Pública, que não estão executando
o trabalho e que recebem uma multa por parte do poder público, ou mesmo uma multa a
um concessionário, a um permissionário, a suspensão de um aluno de uma escola pública.
Para haver a incidência do poder disciplinar, deve haver um vínculo pretérito entre a pes-
soa e a Administração Pública.
O Poder de Polícia alcança a todos.
O ato punitivo ou tem fundamento no Poder de Polícia ou no poder disciplinar. Quando a
Administração aplica uma sanção o fundo será no poder disciplinar ou no Poder de Polícia.
O poder disciplinar exige um vínculo pretérito e Poder de Polícia alcança todos.
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia
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Ciclo de Polícia administrativa (ordenação lógica dos atos)


1) A ordem de polícia
A ordem de polícia é uma atividade abstrata. Neste caso, é o ato normativo que dá base
para a prática do ato de polícia, por exemplo, o Código de Trânsito representa, no caso, uma
atividade abstrata do Poder de Polícia.
A ordem de polícia é a norma. Dentro do princípio da legalidade, o agente só pode agir
quando tiver uma lei permitindo.
Para a prática do ato com fundamento no Poder de Polícia é necessário que haja a ordem
de polícia, a norma. Além da lei, também os atos administrativos infralegais – atos normativos
como Decreto, Resolução –, no Código de Trânsito há várias resoluções.

2) O consentimento de polícia é o que a doutrina costuma chamar de limitações admi-


nistrativas (licenças e autorizações). A licença é ato vinculado e a autorização é ato dis-
cricionário.
A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é uma licença para dirigir: é um ato vinculado
porque se quem tem a licença cumprir tudo o que a lei exige, obrigatoriamente o ato será edi-
tado, passando em todos os exames, obrigatoriamente, o DETRAN expedirá a CNH.
Na autorização, o particular faz o pedido, a Administração avalia se concede ou não.

3) A fiscalização de polícia
Um funcionário do DETRAN que esteja fazendo uma fiscalização, essa atividade tem fun-
damento no Poder de Polícia. Os agentes do PROCON que fazem uma fiscalização, estão
numa atividade fundamentada no Poder de Polícia. Pode ser que dessa fiscalização advenha
uma sanção.

4) A sanção de polícia
A sanção é a punição, é punir alguém com base no Poder de Polícia, sendo essa a última
atividade do Ciclo de Polícia.
O consentimento estatal representa a atividade preventiva.
A fiscalização de polícia também é atividade preventiva.
15m

A sanção de polícia é atividade repressiva.


O Poder de Polícia é tipicamente preventivo porque dentro do Ciclo há duas ativi-
dades preventivas e apenas uma repressiva.
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia
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DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/2015/MPU/ANALISTA) O poder de polícia administrativa, que incide sobre as
atividades, os bens e os próprios indivíduos, têm caráter eminentemente repressivo.

COMENTÁRIO
No lockdown, durante a pandemia, o Poder de Polícia atingiu a própria liberdade dos
indivíduos.
O Poder de Polícia é tipicamente preventivo porque, dentro do Ciclo, há duas atividades
preventivas e apenas uma repressiva.

Poder de polícia originário e delegado


O Poder de Polícia pertence ao Estado, à Administração Pública Direta.
O Poder de Polícia pode ser delegado?
Depende. O Poder de Polícia é amplamente delegado para pessoas de Direito Público
como, por exemplo, autarquia (IBAMA, Agências Reguladoras), pessoa da Administração
Indireta que recebe delegação do Poder de Polícia, inclusive a titularidade para exercer
aquela atividade.
O Poder de Polícia pode ser delegado para um particular?
A jurisprudência entende que não, a mesma jurisprudência que permite que a fiscaliza-
ção de polícia e o ato de consentimento sejam delegados a particulares. A sanção de polícia,
nunca, e a ordem de polícia, a elaboração da lei, também nunca.
A fiscalização com base no Poder de Polícia pode ser delegada a particular?
Sim, sem qualquer problema. Por exemplo, numa cidade há barreiras eletrônicas e, para
o efeito, o DETRAN fez uma licitação, contratou uma empresa privada que colocou a barreira
eletrônica. Essa empresa recolhe os dados dos carros que passam acima do limite de veloci-
dade e envia esses dados para o DETRAN, que emite a multa, que emite a sanção.
“ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLI-
CADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. (...) A controvérsia
em debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, apli-
cação de multas de trânsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envol-
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Poder de Polícia
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vem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em quatro grupo, a
saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. (...) 5. Somente o atos
relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legisla-
ção e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de
sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca
do lucro – aplicação de multas para aumentar a arrecadação.” (STJ, REsp 817534/MG).
20m

DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) Ainda que não lhe seja permi-
tido delegar o poder de polícia a particulares, em determinadas situações, faculta-se ao
Estado a possibilidade de, mediante contrato celebrado, atribuir a pessoas da iniciati-
va privada o exercício do poder de polícia fiscalizatório para constatação de infrações
administrativas estipuladas pelo próprio Estado.

COMENTÁRIO
Por exemplo, uma pessoa em viagem está no aeroporto e precisa passar a sua mala no
raio X. Quem está ali trabalhando são particulares, funcionários da empresa que ganhou
a licitação para fazer esse trabalho, ou seja, a mera fiscalização pode ser delegada ao
particular.

O Poder de Polícia pode ser delegado, até a sanção, para as empresas estatais, desde
que a delegação ocorra por Lei, que a empresa estatal preste serviço público e o serviço seja
prestado de maneira exclusiva, como monopólio do Estado.
“É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, às pessoas jurídi-
cas de direito privado, integrantes da Administração Pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público (tanto Empresa
Pública quanto Sociedade de Economia Mista) de atuação própria do Estado e em
regime não concorrencial. (RE 633782).
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia
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DIRETO DO CONCURSO
Acerca dos poderes e dos deveres do administrador público, julgue o item.
4. (QUADRIX/2021/CRP-MS) A sanção aplicada a uma empresa contratada pelo Po-
der Público por falhas na execução de um contrato representa o exercício do poder
de polícia.

COMENTÁRIO
Não se trata de Poder de Polícia e sim de poder disciplinar.

5. (QUADRIX/2021/CRP-MS) Ao exercer o poder de polícia, o Estado invade a esfera


privada, não para pôr à disposição da população utilidades ou comodidades, mas para
restringir, limitar, condicionar ou ordenar o exercício de atividades desempenhadas pe-
los particulares.
25m

COMENTÁRIO
O Poder de Polícia não é serviço público.

Determinado órgão público firmou contrato administrativo com uma empresa de reco-
nhecida especialização no mercado, para a prestação de serviços de treinamento de
pessoal de natureza singular aos seus servidores. Durante a execução do contrato,
a empresa descumpriu uma das cláusulas contratuais. A administração pública, en-
tão, aplicou multa por inexecução parcial do acordado. Insatisfeita, a empresa impetrou
mandado de segurança no Poder Judiciário em face do ato administrativo que aplicara
a penalidade sem prévia oitiva.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem:
6. (CESPE/2021/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) A aplicação da multa em ques-
tão decorre do poder administrativo disciplinar.
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia
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COMENTÁRIO
Deriva de poder disciplinar porque existe um vínculo pretérito.

Determinado agente da Polícia Federal revelou um segredo sobre uma operação poli-
cial que seria realizada para deter uma quadrilha de traficantes. Ele havia se apropriado
desse segredo em razão do seu cargo. Tendo a operação fracassado, a administração
da Polícia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido e abriu processo administrativo disci-
plinar contra o referido servidor. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
subsequentes. O servidor, em razão do seu ato, está sujeito à pena de demissão.
7. (CESPE/2021/DPF/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) O processo aberto contra o ser-
vidor caracteriza poder de polícia administrativo.

COMENTÁRIO
O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) não é atividade de polícia administrativa, é
poder disciplinar.

GABARITO
1. a
2. E
3. C
4. E
5. C
6. C
7. E

�E
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Poder de Polícia – Atributos e Prescrição
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PODER DE POLÍCIA – ATRIBUTOS E PRESCRIÇÃO

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA D.A.C


São três atributos:

Discricionariedade

O poder de polícia é tipicamente discricionário. No entanto, há atos vinculados com funda-
mento nesse poder.

ATENÇÃO
Se a banca afirmar que o poder de polícia é tipicamente discricionário, a afirmação está
correta.
Porém se afirmar que todas as atividades com fundamento no poder de polícia são
discricionárias? Essa já não está correta.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) O poder de polícia dispõe de certa discricio-
nariedade, haja vista o poder publico ter liberdade para escolher, por exemplo, quais ativi-
dades devem ser fiscalizadaspara que se proteja o interesse público.
• Autoexecutoriedade

Possibilidade de a administração executar pessoalmente os seus atos.

ATENÇÃO
A multa não possui o atributo da autoexecutoriedade.

5m
ANOTAÇÕES

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Poder de Polícia – Atributos e Prescrição
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DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE 2015/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO) A multa, como sanção resultante
do exercício do poder de policia administrativa, não possui a característica da autoexe-
cutoriedade.
• Coercibilidade

COMENTÁRIO

O poder de policia é obrigatório. Não representa uma opção para o particular. A partir do
momento que a administração emite o ato, ele deverá ser prontamente cumprido.
Se o particular não aceitar a determinação da administração, pode até utilizar uma força
física, proporcional à gravidade do fato.

PRESCRIÇÃO

Perda do direito da ação.


Se o particular praticar alguma ilegalidade, a administração não pode punir o infrator pas-
sados 5 anos.
Observe como está disposto na Lei n. 9.873/1999.

Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta,
no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da
data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver
cessado.
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.

DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL) O prazo prescricional para que a administra-
10m ção pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva,
cujo objetivo seja apurar infração à legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data
ANOTAÇÕES

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em que o ato se tornou conhecido pela administração, salvo se se tratar de infração dita
permanente ou continuada, pois, nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa
a infração.

COMENTÁRIO

Tese de Repercussão Geral (Info 793/2015 STF)


“É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de
trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.”

4. (CESPE/2015/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O STF entende ser


constitucional a atribuição, pelo município, do exercício do poder de polícia de trânsito a
guardas municipais, inclusive no que se refere à imposição de sanções administrativas
legalmente previstas.

COMENTÁRIO

Poder de Polícia – características

Atributos: Discricionariedade, Autoexecutoriedade, Coercibilidade


Não atinge diretamente a pessoa, mas sim os seus bens, interesses e atividades.
Pode gerar a cobrança de taxa de polícia – art. 78 do CTN.
É exercido em caráter preventivo ou repressivo.
Manifesta-se com a prática de atos normativos (portaria, resolução etc) ou concretos (atos punitivos).
Não admite delegação a pessoa de direito privado, salvo quanto aos atos materiais de fiscalização e con-
sentimento.
Representa atividade com fundamento na supremacia geral, pois independe de qualquer vínculo jurídico
anterior.
Não se confunde com polícia judiciária, pois tutela o bem estar social, enquanto a judiciária quer a aplica-
ção da lei penal.

5. (CESPE/2019/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) Acerca do poder de polícia, assina-


le a opção correta considerando o entendimento dos tribunais superiores e a doutrina.

15m
ANOTAÇÕES

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a. A demolição de casa habitada determinada por força de ato de polícia administrativa


independe de prévia autorização judicial.
b. A licença para dirigir veículos automotores para a prática de atos sujeitos ao poder de
polícia do Estado não consiste em ato de polícia vinculado.
c. A liberação de veículo retido por autoridades de trânsito apenas pela prática de transpor-
te irregular de passageiros não está condicionada ao pagamento de multas e despesas.
d. A polícia administrativa, ao contrário da judiciária, atua exclusivamente no campo
preventivo.
e. Não é admitida a delegação do exercício de poder de polícia de trânsito às guardas mu-
nicipais, exceto no que se refere a atos decorrentes de consentimento e fiscalização.

COMENTÁRIO
Observar o que está previsto na Súmula n. 510 do STJ.

6. (FCC/2017/TRF 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA) Determina-


do estabelecimento comercial, situado nas proximidades de equipamentos públicos, tais
20m
como escolas e hospitais, foi interditado pela vigilância sanitária, em razão de estar co-
mercializando alimentos fora da data de validade e deteriorados. Antes da interdição, o
estabelecimento foi notificado e lhe foi oportunizada a apresentação de defesa. No mesmo
ato, alguns alimentos foram apreendidos, sendo constatado, inclusive, que estavam im-
próprios para o consumo. Em defesa, a pessoa jurídica interditada alegou que a Adminis-
tração agiu de forma arbitrária, porque, para tanto, dependeria de ordem judicial prévia e
de perícia produzida sob o crivo do contraditório. A alegação
a. procede, pois à Administração é vedado agir diretamente, especialmente para limitar
direitos, hipótese em que, somente por ordem judicial, poderia haver a apreensão de
mercadorias e a interdição.
b. procede, porque a Administração deveria, antes da interdição, ter autuado o estabeleci-
mento, solicitando, se não cessasse a conduta, autorização legislativa para a interdição.
c. improcede, pois a Administração está autorizada, em defesa do interesse público, a
limitar ou interditar direitos dos administrados sem ter que previamente recorrer ao judi-
ciário, com fundamento no Poder de Polícia.
d. improcede, pois a Administração pode produzir atos discricionários, pautados em critério
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de conveniência e oportunidade, que limitam ou interditam direitos, atividade que não se


sujeita a controle externo, razão porque, na hipótese, prescinde-se de prévia autoriza-
ção judicial.
e. procede, pois desde a Constituição Federal de 1988, foi consagrado o princípio demo-
crático, que, com fundamento no consensualismo, não mais permite a produção de atos
administrativos autoexecutórios.

7. (CESPE/2019/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL) O exercício do poder de polícia é


a. restrito aos órgãos de segurança pública discriminados na Constituição Federal de 1988.
b. condicionado a autorização judicial prévia, em qualquer hipótese.
c. insuscetível de controle judicial ou administrativo, em razão da indisponibilidade do inte-
resse público.
25m d. limitado à prática de atos concretos, não podendo se dar por meio de atos normativos.
e. cabível tanto por meio de determinações de ordem pública quanto por consentimentos
de pedidos feitos à administração.

COMENTÁRIO
Consentimentos seriam licenças, autorização e permissão.

GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. c
6. c
7. e

�E
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PODERES ADMINISTRATIVOS – ABUSO DE PODER

Uso e abuso de poder

Lei n. 4.898/1965

Gênero: abuso de poder

3 espécies:
• Excesso de poder (ou excesso de competência segundo terminologia que algumas
bancas utilizam);
• Desvio de poder (ou de finalidade); e
• Omissão.

Princípios:
– Supremacia do interesse gera um poder para o administrador público; e
– Indisponibilidade do interesse público gera um dever.

Por isso que a omissão é também uma espécie de abuso de poder.


O excesso de poder tem relação com o elemento competência do ato administrativo. O ato
administrativo é composto por cinco elementos:
• competência;
• finalidade;
• forma;
• motivo; e
• objeto.

Já para o desvio de poder, a ilegalidade é na finalidade do ato administrativo.

5m Resumindo:
• Excesso de competência ou de poder: a autoridade age além do permitido em lei, ou
seja, atua ultra legen.
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• Desvio de finalidade ou de poder: o ato é praticado com objetivo diverso do previsto na


lei, ou seja, contra legen.

Abuso de poder do Direito Administrativo é diferente de abuso de autoridade do Direito Penal.

Exemplo:

10m
Ementa: INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. NULIDADE. MOTIVO E FINALIDADE DO ATO
ADMINISTRATIVO ATINGIDOS. DESVIO DE PODER CONFIGURADO. O que se verifica é
que, ao lavrar os AITs, o agente policial não teve como intuito punir o autor por infrações pre-
vistas no Código de Trânsito Brasileiro, mas sim puni-lo pela agressão que sofreu minutos
antes, a evidenciar que o agente de trânsito atuou com desvio de poder, eis que se serviu de
um ato para satisfazer finalidade alheia à natureza do ato utilizado. RF-4 – APELAÇÃO/REE-
XAME NECESSÁRIO APELREEX 3936 RS 2006.71.14.003936-9 (TRF-4)

• Omissão: inércia da administração em realizar suas funções. Ocorre a violação do


poder “dever” da administração pública.
• Omissão genérica: não é abuso de poder, pois representa a escolha do momento de
agir (políticas administrativas).
• Omissão específica: a administração tem o dever de agir em face da situação pre-
vista em lei.

Exemplo:

Ementa: ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AÇÃO DECLARATÓRIA DE RENOVAÇÃO DE


ALVARÁ. SILÊNCIO DO AGRAVADO ANTE O PLEITO ADMINISTRATIVO E O PROCESSO
15m
JUDICIAL. OMISSÃO CARACTERIZADORA DO ABUSO DE PODER. A LEI FIXA PRAZO
PARA QUE A ADMINISTRAÇÃO SE MANIFESTE QUANDO PROVOCADA PARA LIBERA-
ÇÃO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO, INCLUSIVE PARA ATIVIDADE COMERCIAL.
EMBORA SEJA ATO ADMINISTRATIVO UNILATERAL E DISCRICIONÁRIO, NÃO É LÍCITO
AO ADMINISTRADOR AGIR COM ABUSO DE PODER, DEIXANDO DE SE MANIFESTAR
ANOTAÇÕES

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NO PRAZO LEGAL, O QUE CONDUZ À CONCLUSÃO DE QUE INEXISTE QUALQUER


ÓBICE AO PLEITO FORMULADO. TJ-DF - AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 20020020035013
DF (TJ- DF)

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR MUNICIPAL) Um secre-
tário municipal removeu determinado assessor em razão de desentendimentos pessoais
motivados por ideologia partidária. Assertiva: Nessa situação, o secretário agiu com abuso
de poder, na modalidade excesso de poder, já que atos de remoção de servidor não po-
dem ter caráter punitivo.

COMENTÁRIO
Observar qual o propósito do ato de remoção. Não foi para atender ao interesse público.

2. (CESPE/2017/SE-DF/ANALISTA DE GESTÃO) Mauro editou portaria disciplinando regras


de remoção no serviço público que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competên-
cia para a edição do referido ato normativo seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro.
Os servidores que se sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção
apresentaram recurso quinze dias após a data da publicação do resultado. Nessa situação
20m
hipotética, Mauro não agiu com abuso de poder.

3. (CESPE/2015/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) O desvio de finali-


dade é uma espécie de abuso de poder em que o agente público, apesar de agir dentro
dos limites de sua competência, pratica determinado ato com objetivo diverso daquele
pautado pelo interesse público.

4. (CESPE/2016/TCE-SC/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O abuso de poder admi-


nistrativo pode assumir tanto a forma comissiva quanto omissiva.

5. (IADES/2019/SEAP-GO/POLÍCIA PENAL) C. L. V., agente de segurança prisional, estava


realizando sua ronda habitual durante o respectivo turno, quando observou que dois de-
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tentos – R. M. V. e J. O. M. – estavam em vias de fato no momento do “banho de sol”. Ao


tentar separá-los, utilizou-se de força desproporcional, amarrando os dois detentos com
uma corda, a qual causou lesões contusas em ambos os detentos. Essa situação hipoté-
tica representa caso de
a. desvio de poder.
b. desvio de finalidade.
c. estrito cumprimento do dever legal.
d. excesso de poder.
e. abuso de direito.

6. (QUADRIX/2019/CREF 11ª REGIÃO/FISCALIZAÇÃO) No que concerne a poderes admi-


nistrativos e a abuso e desvio de poder, julgue o item.
O desvio de poder quanto à finalidade ocorre quando o administrador age dentro dos limi-
tes de sua competência, mas o faz para alcançar fim diverso do previsto.

7. (CESPE/2019/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) No tocante aos poderes admi-


nistrativos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
O abuso de poder, que inclui o excesso de poder e o desvio de finalidade, não decorre de
25m conduta omissiva de agente público.

8. (INSTITUTO AOCP/2019/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Abuso de poder é toda ação


que torna irregular a execução do ato administrativo, legal ou ilegal, e que propicia, contra
seu autor, medidas disciplinares, civis e criminais. Sobre o abuso de poder, assinale a al-
ternativa correta.
a. O abuso de poder pode estar presente somente nos atos discricionários e não nos atos
vinculados.
b. O abuso de poder pode ocorrer tanto por desvio de poder, ou finalidade, como por ex-
cesso de poder.
c. O autor do abuso de poder será responsabilizado somente nas esferas administrativas
e criminal e não na esfera cível.
d. O abuso de poder pode estar presente somente nos atos ilegais e não nos atos legais.
e. Desvio de finalidade e abuso de poder são expressões sinônimas em termos conceituais.
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9. (CESPE/2018/DPF/PAPILOSCOPISTA) Acerca dos poderes administrativos, julgue o


item a seguir.
O excesso de poder é a modalidade de abuso de poder nas situações em que o agente
busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu.

10. (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) No que se refere aos poderes administrati-


vos, julgue o item que se segue.
O abuso de poder pode ocorrer tanto na forma comissiva quanto na omissiva, uma vez
que, em ambas as hipóteses, é possível afrontar a lei e causar lesão a direito individual do
administrado.

GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. C
5. d
6. C
7. E
8. b
9. E
10. C

�E
 ste material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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