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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. FONTES
3 - SISTEMAS DE CONTROLE
4 - ADMINISTRAÇÃO/ESTADO/GOVERNO
4.1. Estado: Vem de status, que significa estar firme. É a pessoa jurídica de direito
público. Tem personalidade jurídica. Pode ser sujeito de Direito.
Teoria da Dupla Personalidade: dizia que o Estado ora aparecia como pessoa
pública, ora aparecia como pessoa privada. Se o Estado estivesse atuando
nas atividades públicas, ele seria pessoa pública. Se estivesse atuando nas
atividades privadas, seria pessoa privada. Essa Teoria não existe mais. Não
importa em que atividade ele está, ele sempre será pessoa pública.
O que significa Estado de Direito? É o Estado politicamente e juridicamente
organizado que obedece às suas próprias leis. O Brasil é um Estado de Direito,
em que pesem algumas desobediências. O Estado cria as leis e se submete a
elas.
O Estado tem os seus elementos: povo (componente humano do Estado),
território (base física), governo soberano (comando, direção do povo).
#CUIDADO #PEGADINHA: A responsabilidade civil da Administração está no
art. 37 §6º da CF: FALSO. A responsabilidade é do Estado.
4.1.2 Funções do Estado: típicas e atípicas
a) Poder Legislativo:
Típica: (legislar, fiscalizar): Legislar é inovar o ordenamento jurídico, de forma
abstrata e geral.
Atípica: outras atividades, como, por exemplo, julgar o Presidente por crime
de responsabilidade, realizar licitação (atividade administrativa).
b) Poder Judiciário:
Típica: solução de lides, aplicando coativamente a lei aos litigantes. Aplicar
lei não produz inovação à ordem jurídica. É uma atuação concreta, em regra,
e indireta, dependente de provocação. Outra característica é a
intangibilidade jurídica, isto é, imutabilidade.
Atípica: Natureza Legislativa quando elabora regimento interno de seus
tribunais (art. 96, I, "a") e natureza executiva quando administra, v.g., ao
conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários (art. 96, I, "f")
c) Poder Executivo:
Típica (executar o ordenamento jurídico vigente): não inova, concreta, direta
e revisível pelo Poder Judiciário. Não produz intangibilidade jurídica para o
Judiciário. Faz coisa julgada administrativa, isto é, a impossibilidade de
mudança na via administrativa.
Atípica: legislativa (editar medidas provisórias).
Obs.: Há algumas funções que não se encaixam em nenhuma das três funções citadas.
Celso Antônio fala em uma quarta função: Função de Governo ou Função Política, que
surge de certos atos que não se alocavam satisfatoriamente nas três funções clássicas
do Estado. Não se confundem com o simples administrar, que se restringe à gestão
rotineira, habitual.
Exemplos de função política é a sanção e o veto, a declaração de guerra e paz,
decretação de Estado de Defesa e Sítio e calamidade pública. São questões de
gestão superior no Estado de Direito. Atuação de ampla discricionariedade e
responsabilidade.
4.2. Governo: Comando; direção. Para que o nosso Estado seja independente, o
Governo tem de ser soberano. Governo soberano é aquele que possui
independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a) Legalidade
Para o Direito Privado, o particular pode tudo, salvo o que está vedado pela lei
(critério de não contradição à lei). O controle de legalidade é a verificação de
compatibilidade de um determinado ato com a lei, regras e princípios
constitucionais (controle em sentindo amplo). Obs.: o princípio da reserva legal
não se confunde com o princípio da legalidade, pois aquele determina que para
certa matéria é reservada (escolhida) a espécie normativa.
a) Nas relações privadas: Aqui, os particulares buscam seus próprios interesses e são
livres para atuarem, desde que não contrariem o disposto na legislação. A lei funciona,
neste caso, como limitadora de vontades.
b) Nas relações públicas: A Poder Público (Administração) só pode atuar nos moldes
autorizados ou determinados pela legislação. Aqui, a lei funciona como reguladora de
vontade, ou seja, como ponto de partida para que a Administração possa atuar.
Ocorre que, segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito
Administrativo, 26ª Ed., pág. 105 e 126-136), é possível apontar três restrições
excepcionais ao princípio da legalidade:
a) Medida provisória
b) Estado de defesa
c) Estado de sítio
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando
sua atuação, o que revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade. O
Prof. Celso Antônio é uma administrativista de grande prestígio, então, fiquemos
espertos à sua fala. Item correto!
b) Impessoalidade
c) Moralidade
#OLHAOGANCHO: Nepotismo
(Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.)
Com a EC nº 45/2004 e a criação do CNJ e do CNMP foram publicadas resoluções
que vedam o nepotismo (resoluções nº 07/CNJ e 01/CNMP). A resolução Nº 07
foi questionada com a ADC nº 12 e o STF declarou a constitucionalidade da
norma e afirmou que representava a aplicação de vários princípios
constitucionais, como a moralidade, impessoalidade, eficiência e isonomia.
Além disso, o STF determinou que o CNJ pode fazer o controle administrativo do
cumprimento das suas resoluções. A vedação do parentesco (cônjuge,
companheiro e parente em linha reta ou colateral até o 3º grau) fica para os
cargos em que não são previstos a realização de concurso púbico – Vedações de
parentesco na mesma pessoa jurídica: entre a autoridade nomeante e o
nomeado em cargo de comissão ou função gratificada/função de confiança;
entre servidor que ocupa cargo de direção, chefia ou assessoramento e o
servidor que ocupa cargo em comissão ou função gratificada; designações
recíprocas (nepotismo cruzado).
Agentes políticos estão fora da aplicação da Súmula Vinculante nº 13 de acordo
com o STF (Reclamação 6650, 7834; AgRcl 66750).
O STJ também já decidiu que a prática de nepotismo configura ato de
improbidade administrativa (ofensa aos princípios da Administração Pública) –
Resp 1009926.
- Função de confiança = Serve para direção, chefia e assessoramento. Somente pode ser
atribuído a quem detém cargo efetivo (acréscimo de responsabilidade). O servidor
ganha um acréscimo remuneratório chamado de gratificação por função de confiança.
*#OUSESABER: No Informativo 786 do STF, ADI 524, ficou decidido que o nepotismo
não alcança os servidores de provimento efetivo, pois isso poderia inibir o próprio
provimento de cargos públicos e viola o livre acesso aos cargos, empregos e funções
públicas. Regra é constitucional para cargos em comissão, funções gratificadas, de
direção e de assessoramento. Inexiste proteção ou apadrinhamento quando a pessoa é
aprovada em concurso público.
*#OUSESABER: Para o STF, no julgamento do RE 678.574, a vedação ao nepotismo não
se aplica às contratações realizadas pelos serviços notariais – exercem atividade
estatal, mas não ocupam cargo público. Podem, assim, contratar parentes pela CLT.
d) Publicidade
O administrador exerce função pública em nome do povo, motivo pelo qual deve
dar ciência ao titular do direito (o povo) do que está ocorrendo. Também representa
condição de eficácia, que significa início de produção de efeitos. Os atos só começam a
produzir efeitos a partir de sua publicidade. Exemplo disso é o início da contagem de
prazo de um contrato, que seria a partir da data da publicação.
Art. 61. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia,
será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao
de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer
que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta
Lei.
- Fundamentos da publicidade na CF: art. 37, caput./ art. 5º XXXIII (informação), XXXIV
(certidão) e LXXII (habeas data) / Lei 12.527/11. (lei de acesso à informação). Art. 37,
§3º, II – direito de acesso à informação.
art. 5º, X (são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas). O administrador não pode, com fundamento na publicidade, violar
tais valores, sob pena de indenizar os lesados.
Art. 5º, XXXIII (segurança do Estado ou da sociedade).
Art. 5º, LX (processos que correm em sigilo). Em processos tanto judiciais quanto
administrativos. Ex. processo administrativo no âmbito do CRM sobre erro
médico de determinado médico. Só publica quando se tem o resultado.
Obs.: Art. 37, §1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
(dever de impessoalidade) de autoridades ou servidores públicos.
Dever de publicidade, obedecendo à forma determinada. Se o agente não faz a
publicidade está praticando ato de improbidade administrativa (art. 11 Lei 8429).
Pode haver a promoção pessoal por meio de terceiro, caso que há placas do tipo
“a população agradece ao político X pela obra realizada, etc”. Deve haver uma
razoabilidade ex.: placas de obras informando o número da licitação, do contrato
e o nome do administrador pode. Para haver o ilícito dever ter a finalidade de
promoção pessoal.
e) Eficiência
(1) Alteração do art. 41 que trata da estabilidade dos servidores públicos, pois muito se
falava que a estabilidade acomodava o servidor. * A partir da EC 19/98, então, o servidor
para garantir a estabilidade vai precisar de:
(2) Racionalização da máquina administrativa. Art. 169, CF. Não dá para gastar tudo que
se arrecada com folha de pagamento. Isso seria ineficiente. O limite com pessoal é
disposto na lei de responsabilidade fiscal, que lá no art. 19 traz esse limite de 50% para
a União, 60% para estados e municípios sobre a receita corrente líquida.
E se estiver acima do limite? Começa-se reduzindo os cargos em comissão e
funções e confiança em no mínimo 20 %; na sequência, é possível a exoneração
de servidores não estáveis e; por fim, os servidores estáveis através de
exoneração, por não haver caráter de punição.
Nesse último caso o cargo é extinto e só pode ser recriado com funções idênticas
ou assemelhadas quatro anos depois, para que o administrador não utilize o
instituto do 169 para tirar os inimigos políticos da Administração. A sequência
não pode ser desobedecida. Somente o servidor estável tem direito à
indenização.