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DIREITO ADMINISTRATIVO
Aula 26/01/11
Indicação Bibliográfica:
1. INTRODUÇÃO
DIREITO: Conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado que vão reger a
vida a sociedade, permitindo a coexistência harmônica dos seres em sociedade.
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Mas quem define os fins desejados pelo Estado? O D. Constitucional, razão pela
qual este está sempre atrelado com o D. Administrativo.
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CF
Leis
Atos Normativos
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Estado tem como ELEMENTOS (i) povo; (ii) território e (iii) governo soberano.
TÍPICAS:
Existe também uma quarta função – política ou de governo: São condutas que não
se encaixam nas anteriores. Ex: A sanção e o veto, o estado de defesa e o estado
de sítio, declaração de guerra e a celebração de paz. São decisões de cunho político
(Celso A. B. Mello).
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Aula 02/02/11
Todavia, a doutrina ainda não resolveu quais e quantos princípios compõem essa
lista.
Segundo essa teoria, quando se fala em regras, uma regra apenas deve ser
aplicada no caso concreto, estando as demais excluídas. Aplica-se a regra mais
correta e o resto não serve para a situação concreta.
Quanto aos princípios, todos eles são importantes, não há um princípio absoluto;
possuem aplicabilidade. Todavia, na aplicação dos princípios no caso concreto,
prevalece um princípio, não havendo exclusão de outros princípios. Vai depender da
situação concreta a prevalência de um princípio sobre outro, haja vista a Teoria da
ponderação de interesses. Ex: servidor público nomeado há 20 anos para o cargo
sem concurso público. Nesse caso, existem 02 princípios aplicáveis: segurança
jurídica x legalidade. Pela teoria da ponderação de interesses, o STF decidiu que o
servidor deveria continuar no cargo porque é o princípio da segurança jurídica que
deveria prevalecer, sem exclusão do princípio da legalidade.
2.1. PRINCÍPIOS
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A maioria dos autores diz que o problema não é de exclusão, mas de aplicação
correta do princípio da supremacia do interesse público.
2.1.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Exemplos: licitação (se a Administração deveria escolher o melhor e não o faz, viola
o princípio da indisponibilidade do interesse público); contratação irregular sem
concurso público.
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
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- Para o D. Privado: o particular pode tudo, salvo o que estiver proibido na lei. Aplica-
se o critério de não contradição à lei.
Todavia, para a doutrina moderna (Celso A. B. M), eles são princípios autônomos,
não se confundem. Impessoalidade seria ausência de subjetividade e finalidade
significa buscar o espírito da lei, a vontade maior da lei. Portanto, o princípio da
finalidade está ligado ao princípio da legalidade.
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Os atos feito pelo servidor (por ex., fornecimento de uma certidão) é da Pessoa
Jurídica a que ele pertence, não é ato do servidor.
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido
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- Cônjuge, companheiro;
Esse parentesco não pode existir entre: 1) nomeante e nomeado quando este
nomeado vai ocupar cargo de chefia, direção e assessoramento (cargo em
comissão) ou função gratificada; 2) nomeante que exerce cargo em comissão e
nomeado para exercer cargo em comissão ou uma função gratificada dentro da
mesma PJ, mesmo que estejam em Estados diferentes.
Prefeito pode nomear um irmão para secretário de obras e outro para secretário da
saúde? Apesar de a Súmula proibir, o STF entende que se for agente político, pode
(exceção à regra prevista na Súmula).
Aula 04/02/11
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
3) Art. 5º, LX, da CF: refere-se aos atos processuais que correm em sigilo. Esse
inciso não é usado somente no âmbito judicial, mas também no âmbito
administrativo. Ex: médico sendo processado administrativamente por erro médico.
Se for divulgado esse processo em trâmite, o médico ficará sem cliente. Todavia, ele
poderá ser inocente.
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
O Habeas data só serve para informações pessoais, para a sua pessoa. Se for em
relação à terceiro, cabe mandado de segurança. Ex: João interessado em comprar
uma empresa, pede informações a órgão público sobre ela, o que lhe é negado.
Nesse caso, João deverá impetrar MS.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
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O administrador não pode utilizar terceira pessoa para fazer propaganda pessoal.
Ex: outdoor agradecendo o administrador pela obra.
Não confundir com a EC 20, pois está foi chamada de emenda da Reforma da
previdência.
Art. 41 que dipõe da estabilidade do servidor público. Para que adquira estabilidade,
precisa ser nomeado para cargo efetivo, tendo prévia aprovação em serviço público;
ter 03 anos de exercício; ser aprovado na avaliação especial de desempenho
(exigência do princípio da eficiência) – os critérios dessa avaliação vão depender
de cada carreira. Todavia, até agora o legislador não regulamentou a forma pelo
qual essa avaliação será feita.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
- Art. 169 da CF: trata do limite de despesa com pessoal estabelecido da Lei de
Responsabilidade Fiscal (Art. 19, da LC 101/00), sendo para a União 60% no
máximo, 50% para os Estados e 50% para os Municípios. Ainda, foram
estabelecidas regras para diminuição de pessoal (racionalização da máquina
administrativa):
1) Diminuir pelo menos 20% dos gastos com cargo em comissão e funções de
confiança;
Demissão é pena para o servidor que praticou infração grave. Portanto, nesse caso
o servidor será exonerado.
Precisa-se de eficiência quanto aos meios (guardar o menor valor possível) e quanto
aos resultados (obter o melhor resultado possível).
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Se o fator de exclusão estiver compatível com o objetivo da norma, ele não vai violar
o princípio da isonomia. Ex: excluir deficientes físicos do concurso para salva-vidas;
excluir homens para o concurso da polícia feminina. Todavia, se essa discriminação
não estiver compatível com o objetivo da norma, haverá violação ao princípio da
isonomia. Ex: cargo administrativo que exclui deficiente
“O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
CF/88, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
Quanto ao exame psicotécnico, além dos requisitos acima, precisa ser realizado de
forma objetiva.
Art. 5º:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
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d) Garantia a produção de provas (a prova tem que ser produzida, mas acima de
tudo avaliada para interferir no convencimento do julgador);
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
constituição”.
Aula 16/02/11
Quando há a possibilidade de uma pessoa ser atingida por uma decisão, ela deve
participar de sua discussão. Deve-se dar possibilidade de ampla defesa e
contraditório. Ex: concurso público já realizado e possibilidade de anulação por
superveniência de notícia de que houve fraude. O servidor que poderá ser atingido
por essa decisão deve ter direito de se defender.
Se alguém vai ser atingido por uma decisão, tem que ter direito de se defender.
Razoabilidade significa agir com coerência, lógica. O administrador não pode agir de
forma despropositada.
Logo que esse artigo surgiu, alguns autores começaram a falar que o princípio da
razoabilidade foi inserido de forma expressa na CF.
O Poder Judiciário pode controlar qualquer ato administrativo, desde que esse seja
um controle de legalidade. Não pode controlar o mérito do ato administrativo (a
liberdade do administrador – a conveniência e oportunidade).
No caso acima, a priori, o Judiciário não pode rever essa decisão do administrador.
Entretanto, a partir do momento que a cidade precisa de um hospital e uma escola e
o administrador constrói uma praça, há violação dos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, que são princípios implícitos na CF. Portanto, isso representa
controle de legalidade (fiscalização de leis e princípios – controle de legalidade em
sentido amplo).
Nessa linha de raciocínio, entendeu o STF que pode o Judiciário rever a escolha de
políticas públicas se violarem os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
(ADPF 45), tendo em vista a necessidade de limitar a liberdade, a discricionariedade
do administrador.
1) Servidor público no Brasil tem direito de greve? Sim, mas, conforme o art. 37, VII,
da CF, na forma da lei específica. Essa lei deve ser lei ordinária e não lei
complementar (isso era antes da EC 19).
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O STF classificou esse artigo como norma de eficácia limitada e, como não
sobreveio lei ainda, o servidor público não poderia fazer greve, razão pela qual essa
greve é ilegal. Daí os dias não trabalhados eram descontados.
Obs1: A questão ainda não foi resolvida de forma definitiva, uma vez que relações
de trabalho privado e público são totalmente diferentes (ver vídeo no Injur sobre
esse assunto).
Obs3: Servidor público que prática greve no Brasil não pode ser demitido (pena a
infração grave), porque greve não está na lista de infração grave.
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Se a interrupção do serviço não for feita a quem não paga, haverá violação ao
princípio da isonomia (tratar os desiguais de forma desigual).
Ainda, se a empresa for obrigada a continuam prestando serviço a quem não paga,
a empresa quebra e não poderá prestar serviço aos outros, ocorrendo então
descontinuidade do serviço público.
SÚMULA Nº 346
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS.
SÚMULA Nº 473
A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS,
PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU
OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO
JUDICIAL.
Art. 53: A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
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Quando a Administração Direta cria a Indireta se faz por meio de lei e tem que definir
a sua finalidade.
Hoje, esse princípio não é usado só para a Administração Indireta, quanto para a
criação de órgãos da Administração Direta.
Dessa forma, o ato administrativo tem como consequência prática a sua aplicação
imediata.
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O Estado chegou à conclusão que para prestar o serviço de forma mais eficiente,
com qualidade, alguns desses serviços deveriam ser retirados do centro e
transferidos para outras pessoas.
DESCENTRALIZAÇÃO
Segundo a maioria dos autores, a titularidade não pode sair das mãos da
Administração. Portanto, só cabe para as pessoas da Administração Indireta de
Direito Público (autarquia e fundações públicas).
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Aula 18/02/11
Órgão público
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Características:
a) Órgão Público não tem personalidade jurídica. Por ex, criança que foi vítima
de dano em escola pública municipal. A indenização é paga por quem? Quem
paga essa conta é a pessoa jurídica, uma vez que órgão público não tem
personalidade jurídica (não pode ser sujeito de direito, não pode ser sujeito de
obrigações. Nesse caso, quem responde é o Município.
b) Não pode celebrar contrato: apesar de o órgão licitar e gerir o contrato, quem
figura neste é a pessoa jurídica. A lei transfere para outras pessoas esse
poder de assinar (Secretário da Educação), mas quem celebra o contrato é a
PJ.
Exceção a essa regra: Art. 37, parágrafo 8º, da CF, introduzido pela EC 19 –
Contrato de Gestão – é possível contrato de gestão entre entes da administração,
entre órgãos públicos e entre administradores.
Embora os órgãos públicos não tenham personalidade jurídica, ele possuem CNPJ.
Isso porque esse cadastro é criação da Receita Federal em razão do fluxo de
capitais (I.N. 1005/10).
c) Órgão público pode ter representante próprio, mas não significa que sempre o
será.
Classificações:
- Independentes: aqueles que estão no ápice da posição estatal; aqueles que gozam
de independência; não sofre qualquer relação de subordinação. Apenas estão
sujeitos a controle. Ex: Presidência, Assembleia Legislativa, Tribunais dos Estados.
- Simples: não tem outros órgãos agregados a sua estrutura. Ex: gabinete.
- Composto: tem outros órgãos agregados a sua estrutura. Ex: Delegacia de ensino
e as escolas vinculadas a ela; posto de saúde e os hospitais.
III) Quanto à atuação funcional (pensar em agentes que compõe esse órgão):
2) Fundações Públicas;
3) Empresas públicas;
1) Personalidade jurídica própria: ela responde pelos seus atos; podem ser
sujeitos de direitos e de obrigações. Ex: em ação de indenização, ela que
paga a conta;
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4) Não tem fins lucrativos: o objetivo não vai ser o lucro. Pode ter lucro, mas
não foi criada com finalidade de ter lucro.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Como a lei cria a autarquia, ela já está pronta a existir, não precisa de mais nada
(não precisa de complemento).
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Fundação Pública de Direito Privado vai ter uma lei complementar que vai definir as
suas possíveis finalidades. A sua criação vai ser autorizada por lei ordinária
específica e, para que ela exista efetivamente, precisa de registro no órgão
competente.
3.3.2. FUNDAÇÃO
Fundação pública, instituída pelo Poder Público, faz parte da Administração Indireta.
Quando o Poder Público vai instituir a Fundação Pública, ele pode dar a ela 02 tipos
de regime:
- Regime Público;
- Regime Privado.
Todavia, continua sendo fundação pública, o que muda é apenas o regime, ou seja,
Fundação Pública de Direito Público e Fundação Pública de Direito Privado.
O que for dito para empresa pública e sociedade de economia mista vai servir para
Fundação Pública de Direito Privado; o que for dito para Autarquia serve para a
Fundação Pública de Direito Público.
Posições Minoritárias:
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Para Hely L. Meirelles, toda fundação pública tem o regime privado, pelo que
prescreve o Decreto Lei 200/67. Todavia, segundo a doutrina, esse decreto não foi
recepcionado pela CF/88.
Para Celso A. B. M, toda fundação pública tem que ter regime público. Entretanto,
esse tipo de fundação não é bem vista por conta da burocracia, mas gera mais
riscos.
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3.3.3. AUTARQUIA
Autarquia é uma PJ de direito público e ela serve para prestar serviços públicos
típicos de Estado. Tem como objetivo desenvolver atividade típica de Estado.
Regime jurídico
Dessa forma, a autarquia tem que licitar; está sujeita a obrigatoriedade de licitação.
Responsabilidade Civil
Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Como a autarquia responde pelos atos dos seus agentes, a vítima ajuíza a ação em
face dela.
E se a autarquia não tiver patrimônio para pagar a indenização, o Estado pode ser
chamado para pagar? Se o Estado decide descentralizar o serviço, ele continua
sendo o responsável, uma vez que é serviço público, é dever do Estado. Todavia, o
Estado somente vai responder em um segundo momento (responsabilidade
subsidiária).
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Bens Autárquicos
Características:
Para lembrar: O sequestrador, para ganhar uma bolada dinheiro, não escolhe
qualquer um, mas pessoa determinada (um milionário).
Penhor é ≠ de penhora.
Penhor é direito real de garantia sobre bem móvel, fora da ação de execução. Ex:
penhor de uma pulseira.
Cumpre esclarecer que a autarquia é sujeita a precatório, mas tem a sua própria fila
de precatórios.
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Existe uma polêmica na hipótese de reparação civil: O art. 10, do DL 20910/32, diz
que o prazo vai ser de 05 anos, se não houver outro mais benéfico. Todavia, o CC
novo alterou esse prazo, dispondo que em caso de reparação civil o prazo é de 03
anos. Por isso, alguns defendem que o prazo mudou para 03 anos.
O STF pouco se posiciona sobre isso porque não se trata de matéria constitucional.
O STJ, no ano passado, vem consolidando uma orientação de que o prazo voltou a
ser de 05 anos. Mas ainda há divergência.
Privilégios da Autarquia
Art. 150, § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
- Processuais:
01) No que diz respeito à prazo processual: terá prazo em dobro para recorrer e em
quádruplo para contestar (art. 188 do CPC) – prazo diferenciado; prazo dilatado;
O reexame é a regra e, excepcionalmente, ele não vai ocorrer quando a causa tiver
valor de até 60 salários mínimos ou quando a matéria já foi julgada pelo Pleno do
Tribunal.
No Brasil, hoje, vige o regime jurídico único: Ou todos são celetistas ou todos são
estatutários.
Em 1.998, veio a Lei 9.649/98, que determinou que Conselho de Classe passaria a
ter personalidade jurídica de direito privado e exerceria atividade por delegação.
Vale lembrar que Conselho de Classe caça carteira. Imagine um particular caçando
a carteira de outro particular. A matéria foi objeto da ADIN 1717, tendo o STF
decidido que não se pode dar poder de polícia a pessoa privada (Conselho de
Classe). Isso porque é uma arma perigosa demais, vai comprometer o princípio da
segurança jurídica.
Tudo o que foi dito para Autarquia vale para Conselho de Classe.
Cuidado com a OAB: A OAB tem uma natureza diferenciada. Desde o Estatuto da
OAB, o entendimento jurisprudencial é que sua anuidade não tem natureza de
tributo e, consequentemente, não cabe Execução Fiscal. A cobrança deve ser feita
por execução comum. A contabilidade é privada e não há controle pelo Tribunal de
Contas.
O PGR ajuizou a ADI 3026, com o objetivo de que o STF reconhecesse que há
necessidade da OAB fazer concurso público para contratar pessoal. Nessa
oportunidade, o STF reconheceu que a OAB não está incluída como Autarquia
Especial, Conselho de Classe; não está na Administração Direta nem Indireta. Não
se submete a fiscalização do TCU. A OAB é pessoa jurídica impar no Direito
Brasileiro e não precisa fazer concurso.
Embora essa decisão do STF, a OAB continua com privilégios de Autarquia, mas as
obrigações ela não tem.
Foi o termo utilizado pelos administrativistas para falar de Território. Embora hoje
não exista, ele pode ser criado.
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Com o passar dos anos, este nome autarquia de regime especial passou a ser
próprio de Agências Reguladoras.
Agência Reguladora nada mais é do que uma Autarquia de regime especial. Dessa
forma, tudo o que foi dito para Autarquia, serve para Agência Reguladora. Todavia,
em alguns pontos, ela vai ter um tratamento especial, o que não faz com que ela
deixe de ser uma Agência Reguladora.
A partir de 1.995, o governo federal decidiu que precisava enxugar a máquina; que
precisava reduzir a estrutura do Estado. Daí instituiu a chamada Política Nacional de
Privatização. Todavia, uma parte foi vendida, privatizada, mas alguns serviços foram
transferidos, mas não efetivamente vendidos, o que se chamou de Política Nacional
de Desestatização. Ex: Telefonia.
Como o serviço foi transferido para iniciativa privada, alguém precisava fiscalizar e
controlá-lo, razão pela qual surgir as Agências Reguladoras.
Regime especial
3) Mandato com prazo fixo: O dirigente assume o cargo com mandato fixo,
determinado, ou seja, o Presidente da República não pode exonerá-lo fora do
prazo. Este prazo está estabelecido na lei de cada Agência. Só se pode
mandar embora fora do prazo se houver uma condenação ou renúncia.
Essa regra foi objeto da ADIN 1668 e o STF decidiu que Agência Reguladora não
vai ter procedimento próprio; isso é inconstitucional, vai seguir o procedimento da
Lei 8.666. Apesar disso, ela pode adotar pregão e consulta.
b) Quando a Agência Reguladora foi definida, a sua lei geral (Lei 9.986/00)
previu que o regime especial de pessoa seria celetista e com contratos
temporários. A matéria foi levada ao STF (ADI 2310) e este disse, em sede de
cautelar, que não poderia ser contrato temporário; precisa de quadro
permanente, pois há necessidade não é temporária. O correto é o regime
estatutário. Todavia, o Presidente da República editou a MP 155/03,
convertida na Lei 10.871/04, e criou cargos. Por conta disso, a ADI foi extinta
por perda de objeto. Ainda, foi editada uma MP, convertida em lei,
prorrogando os cargos temporários e assim vem ocorrendo; prorrogação atrás
de prorrogação. Isto foi objeto de ADIN 3678, ainda não tendo decisão.
Nem tudo o que tem nome de agência é Agência Reguladora. Deve-se consultar a
lei específica de criação.
Aula Online
Vem para recuperar uma velha autarquia/fundação que estava sucateada para
torná-la mais eficiente; transformá-la então em Agência Executiva.
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Em vista disso, a Administração Direta determina que ela faça um plano estratégico
de reestruturação/ modernização. Realizado esse plano, celebra com a
Administração Direta um contrato de gestão (vai garantir que ela tenha mais
liberdade, mais autonomia. Vai ganhar ainda mais recurso orçamentário).
A doutrina critica muito essa relação, pois como reformar uma autarquia que já é
ineficiente, está sucateada. Como dar mais dinheiro e liberdade para a
incompetência? Ainda, criar autarquia e fundação depende de lei, que define os
seus parâmetros específicos. Dessa forma, a doutrina critica dar liberdade e mais
autonomia, coisa que a lei não deu, através de um mero contrato de gestão (Lei
9.649/95).
Empresa estatal é aquela em que o Estado participa, faz parte. Ela pode ser uma
empresa pública ou uma sociedade de economia, dependendo do regime em que se
adote.
O capital é exclusivamente público. Pode ser de mais de um ente, desde que ele
seja exclusivamente público.
A maioria do capital votante tem que estar nas mãos do Poder Público. O comando
tem que estar com o Poder Público.
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Todavia, como a sociedade de economia mista federal não consta no rol do art.
109, a competência é da Justiça Estadual.
Se a empresa presta serviço público, o regime dessa empresa é mais público do que
privado.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Quando exploradoras da atividade econômica, o regime jurídico vai ser mais privado
do que público, se aproximando mais da iniciativa privada.
Todavia, quando exploradoras de atividade econômica, diz a CF, no art. 173, § 1°,
III, que elas poderão ter um regime próprio de licitação e contratos, dependendo de
lei específica. Como a lei até hoje não foi feita, elas vão seguir a norma geral;
sujeitas, portanto, por enquanto, a Lei 8.666.
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Portanto, em regra, empresa pública e sociedade de economia mista têm que licitar.
Se ela explora atividade econômica, ela poderá ter uma regime específico, em lei
específica. Como esta ainda não veio, submete-se por enquanto à norma geral.
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por
cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências
Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Se a empresa é prestadora de atividade econômica, está fora do art. 37, § 6°, CF,
seguindo às regras do D. Civil – responsabilidade subjetiva. Aqui, segundo a maioria
dos autores, o Estado não vai ser responsabilizado.
Regime Tributário
A ECT, como recebeu tratamento diferenciado, possui imunidade recíproca, eis que
se aproxima do regime de Autarquia.
Tanto a sociedade de economia mista como a empresa pública não estão sujeitas
ao regime falimentar.
Regime de pessoal
1) Concurso público;
4) Está sujeito à lei penal (conceito de funcionário público para fins penais – art.
327 do CP);
6) Estão sujeitos aos remédios constitucionais. Ex: MS, ação popular e etc.
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A OJ 247 prescreve que, não tendo estabilidade do art. 41 da CF, a dispensa desse
empregado poderá ser imotivada.
Especificidades da ECT
A ECT tem natureza de empresa pública, mas, por ter serviço exclusivo, teve um
tratamento diferenciado de Fazenda Pública, igual à de pessoa pública (autarquia,
fundação), conforme ADPF 45.
A dispensa dos seus empregados não pode ser livre, deve ser motivada.
A maioria dos autores traz na lista o consórcio público como ente que compõe a
Administração.
Nasce da reunião de entes políticos (União, Estados, Municípios e DF). Estes entes
celebram um contrato de consórcio e, deste contrato, surge uma nova pessoa
jurídica que é chamada de associação.
Todavia, há algumas ONGs que colaboram com o Estado e, por isso, são chamadas
de entes de cooperação.
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Essas PJ, enquanto pessoas privadas, estão fora da Administração Pública, mas,
por ter capacidade tributária, estão sujeitas a controle/ fiscalização pelo Tribunal de
Contas. Consequentemente, estão sujeitas também a licitação, pois a lei abarca
aqueles entes que são controlados pelo Estado. Todavia, tem direito a um
procedimento simplificado do sistema S.
Por conta disso, a doutrina fala muito mal delas, pois é uma forma do Estado ganhar
dinheiro.
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O que ela pode fazer é um projeto de modernização e apresentar para a OSCIP. Daí
celebra com a OSCIP o chamado termo de parceria (forma de contrato para um
projeto específico). Para isso, a OSCIP precisa ter experiência de mercado a pelo
menos 1 ano.
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A OS não precisa ter experiência, não precisa existir no mercado e tem Conselho de
Administração. A OSCIP é regida pelo particular, não tem intervenção estatal,
precisa ter experiência de mercado a pelo menos 1 ano.
Serve para estimular a pesquisa; não prestam serviços públicos. Ex: Receber bolsa
para fazer mestrado; pagar para Universidade Pública para fazer mestrado.
Vem para suprir a omissão do Estado e coopera com ele através de um convênio.
Aula 16/03/11
Características:
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3) O exercício do poder deve ocorrer dentro dos limites legais. A autoridade precisa
ser a competente, conforme previsão em lei ou na CF.
- Necessária;
- Proporcional;
- Eficiente.
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Obs: Os autores mais modernos não utilizam essa classificação, pois entendem que
se referem a atos administrativos e não a poder. Ademais, um poder não pode ser
totalmente discricionário nem totalmente vinculado.
- Poder vinculado: é aquele que o administrador não tem liberdade; juízo de valor,
não há analise de conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais, o
administrador tem que obrigatoriamente praticar o ato. Ex: servidor público com 60
anos de idade e 30 anos de contribuição pede a sua aposentadoria. Nesse caso, a
concessão de aposentadoria é um poder vinculado; não há opção da administração
negá-la, vez que os requisitos legais foram preenchidos; licença para dirigir.
- A Administração tem que fazer a revisão de seus atos quando houver falha, erro.
Da mesma forma o chefe deve rever, controlar os atos do subordinado;
O poder disciplinar não atinge o particular; somente àqueles que estão dentro da
Administração Pública.
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Constatada a infração funcional, deve ser aplicada a sanção cabível. Esse ato é
vinculado, uma vez que a lei estabelece uma determinada pena a cada tipo de
infração funcional. Aqui o administrador não tem liberdade; juízo de valor.
Regulamento ≠ Lei.
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CF
LEI
Regulamento
Esse tipo de regulamento foi introduzido pela EC 32/01, no art. 84, VI, da CF.
Se um cargo é criado por LEI, da mesma forma ele deve ser extinto, tendo em vista
o paralelismo da forma.
Todavia, a CF diz que se o cargo estiver vago, ele pode ser extinto por Decreto. Daí
vê-se que esse Decreto está ocupando o lugar da lei.
CF
Regulamento Autônomo
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Poder de Polícia
No exercício do poder de polícia a Administração não tem que indenizar, uma vez
que o Estado não retira um direito do particular, mas disciplina a forma de se
exercitar esse direito.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder
O poder de polícia não incide sobre a pessoa do particular, mas sobre os seus bens,
direitos (não retira, mas interfere), atividades.
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O poder de polícia é, em regra, negativo, porque ele traz uma obrigação de não
fazer; traz na maioria das hipóteses uma abstenção. Ex: não andar acima de 60
km/h; não construir acima de 06 andares.
Não caracteriza poder de polícia aquela atuação que se faz na supremacia especial
(depende de vínculo anterior). Ex: Sanção no descumprimento de contrato pela não
entrega de merenda escolar; expulsão de um aluno; a sanção funcional a um
servidor que praticou infração funcional.
Exigibilidade + executoriedade.
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Entretanto, a executoriedade nem todo ato tem. Só existe nos casos previstos em lei
e em caso de situações emergentes.
Todo ato não é autoexecutável. Isso porque todo ato tem exigibilidade, mas
nem todo ato tem executoriedade.
Aula 25/03/11
5. ATOS ADMINISTRATIVOS
Celso A. B. Mello tem um capítulo bem diferente sobre atos administrativos e sua
posição é minoritária. Todavia, a posição dele já apareceu em prova e, portanto, é
importante.
ATO X FATO
Muitas vezes, esse fato vai surtir efeitos no mundo jurídico, por ex, se faleceu José,
extinguiu uma PJ, transmitiu-se uma herança.
Exemplo de fato administrativo: Imagine que um sujeito faleceu e ele era um servidor
público. Como seu falecimento, o cargo ficará a disposição da Administração Pública
para preenchimento.
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Ato Fato
O ato depende de uma vontade Já no fato, a vontade não importa,
relevante, ou seja, vontade que deve portanto, não há declaração. É um
ser demonstrada, declarada. É acontecimento.
possível de.
Admite anulação e revogação Não admite anulação e revogação.
Goza de presunção de legitimidade. Não goza de presunção de
legitimidade
Ato da Administração é aquele praticado pela Administração. Esse ato pode ser
praticado em 02 regimes:
Todavia, há atos regidos pelo regime público, mas que estão fora da
Administração Pública. O regime é o público, mas esses atos foram praticados por
pessoas fora da Administração. Ex: concessionárias, permissionárias de serviço
público.
Portanto, há: i) atos da administração e seu regime é o privado; ii) São atos da
Administração (por quem praticou foi a Administração), mas são ao mesmo tempo
são atos administrativos (porque são regidos pelo regime público). São as duas
coisas ao mesmo tempo; iii) só são atos administrativos (não são atos da
Administração, porque foram praticados fora da Administração e são atos
administrativos porque são regidos pelo regime público).
ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA
Regime privado Regime público
Atos da Atos
Administração Administrat. 47
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Regime público
Fora da
Administração Atos
Administrat.
(concessionárias e
permis.)
Ato administrativo nada mais é que uma manifestação de vontade, mas quem vai
declarar essa vontade? A manifestação de vontade é feita Estado, podendo ser
proveniente do Executivo, Legislativo ou Judiciário, quando exercem função
administrativa, ou de quem o represente, fazendo às vezes do Estado
(permissionárias e concessionárias).
Essa manifestação de vontade vai criar, modificar ou extinguir direitos com o objetivo
de satisfazer o interesse público. O regime jurídico desses atos será público.
Os atos administrativos estão abaixo da lei; são inferiores à lei e servem para
complementar a previsão legal.
Os atos administrativos podem ser corrigidos pelo Poder Judiciário; são revisíveis.
- Competência;
- Forma;
- Motivo;
- Finalidade;
- Objeto.
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Para Celso A. B, nem todos esses requisitos são elementos; o elemento é condição
de existência de ato jurídico (ex: manifestação de vontade). Algum desses
elementos da lista são pressupostos, havendo pressupostos de existência e
pressupostos de validade.
O administrativo vai ser praticado por aquele que está no exercício de uma função
pública.
Quem pratica função pública é chamado de agente público (inclui todo aquele que
exerce função pública. Ex: mesário, jurado).
Esse agente tem que ser um agente público competente, não basta ser agente
público.
A competência tem como base a lei ou a CF. Portanto, deve estar prevista nesses
dispositivos.
Características da competência:
b) É irrenunciável;
e) Imprescritível (a autoridade não vai deixar de ser competente por não praticá-
la; não prescreve pelo decurso do tempo
Sobre delegação e avocação de competência ver arts. 11-15 da Lei 9.784/99 (Lei de
Processo Adm.)
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1) Competência exclusiva;
2) Ato Normativo;
Em regra, o ato administrativo deve ser praticado por escrito. Todavia, quando a lei
autorizar, ele pode ser praticado de outra maneira.
Nesse caso, para maioria dos autores, o juiz não pode substituir a autoridade; deve-
se fixar um prazo para que o Poder Público responda.
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Esse processo administrativo deve cumprir o modelo imposto pelo artigo 5°, LV, da
CF: tem que haver contraditório e ampla defesa. Ex: para que haja a extinção de um
contrato administrativo, deve-se dar oportunidade da parte se manifestar.
Tem divergência doutrinária sobre essa questão. Para José dos Santos Carvalho
Filho, a motivação é facultativa.
- Art. 1°, II, da CF – direito à cidadania – os cidadãos tem direito de estar cientes do
que está ocorrendo;
- Art. 1°, parágrafo único, da CF - O poder emana do povo: o direito é nosso, o poder
é nosso e, portanto, a autoridade tem que justificar o que está fazendo com nosso
direito e poder.
- Art. 5°, XXXV, da CF: É fundamental para que se possa levar qualquer lesão ao
Judiciário e, portanto, para levá-la, o ato tem que estar motivado para justificar essa
ida.
- Art. 93, X, da CF: o ato administrativo praticado pelo Judiciário tem que ser
motivado. Se o Judiciário quando prática como função atípica tem que motivar, com
mais razão ainda aqueles que praticam ato administrativo como função principal
- Art. 50 da Lei de Processo Adm: rol muito amplo de atos administrativos que
devem ser motivados.
Ato discricionário depende de motivação com mais razão ainda por conta da
liberdade do administrador.
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É somente o fato, mais o fundamento jurídico que justificam a prática do ato. Ex:
dissolução de passeata que causa tumulto – o motivo de dissolver é o tumulto;
fábrica poluente é fechada - o motivo do fechamento é a poluição; demissão por
infração grave – o motivo é a infração grave.
- Materialidade: Tem que ter materialidade (tem que ser verdadeiro, real);
- Compatível com a lei: tem que ser compatível com a previsão legal (demissão para
infração grave. Se se demite por infração legal, o motivo contraria a lei; o motivo é
ilegal);
- Compatível com o resultado: ainda, o motivo para ser legal, tem que ser compatível
com o resultado do ato (não se pode alegar o fato de A, para retirar a arma de B).
Teoria dos Motivos Determinantes: uma vez declarado o motivo, a autoridade está
vinculada a esse motivo e vai ter que obedecê-lo. Se o motivo não for cumprido, há
violação a essa teoria.
Imagine que uma autoridade declarou motivo falso, por ex, removeu um servidor por
necessidade do serviço público, o que não é verdade; removeu por vingança. Esse
motivo é ilegal. Nesse caso, não há como obedecer a teoria dos motivos
determinantes; compromete essa teoria.
Todavia, se mesmo assim a autoridade quiser justificar, ela precisa cumprir a teoria
dos motivos determinantes.
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Possui 03 requisitos:
2) Possível: tem que ser faticamente possível. Ex: não tem como promover
servidor já falecido.
Se a autoridade pratica um ato com outro finalidade que não a que deveria, contraria
o interesse público, pratica desvio de finalidade (é vício ideológico, subjetivo,
defeito na vontade). Ex: Prisão pelo Delegado do noivo de sua amada, do dia do
casamento deles; prefeito que remove servidor para acabar com o namoro de sua
filha.
Exemplos:
Passeata tumultuosa
Motivo: tumulto.
Objeto: dissolução.
Poluição : motivo.
Fechamento: objeto.
Aula 14/04/11
Vinculação/ Discricionariedade
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Ato vinculado é aquele em que o administrador não tem liberdade/ não tem juízo de
valor, conveniência e oportunidade.
Ex: Sujeito com 18 anos passa em todas as provas de habilitação – a licença para
dirigir não tem como ser indeferida; licença para construir; concessão de
aposentadoria.
Em um ato vinculado, a lei vai definir um rol de requisitos exigidos para esse ato.
VINCULADO DISCRICIONÁRIO
COMPETÊNCIA VINCULADO VINCULADO
FORMA VINCULADO VINCULADO
MOTIVO VINCULADO DISCRICIONÁRIO
OBJETO VINCULADO DISCRICIONÁRIO
FINALIDADE VINCULADO VINCULADO
DISCRICIONARIEDADE = MÉRITO
A forma tem que ser a prevista em lei; quem define a forma é a lei. Dessa maneira,
esse elemento também é vinculado nos dois tipos de atos.
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Motivo Objeto
(Elemento discricionário) (Elemento discricionário)
O Pode Judiciário pode controlar qualquer ato administrativo, desde que esse
controle seja de legalidade (lei/ CF).
Só que o Poder Judiciário não pode é controlar o mérito do ato administrativo (juízo
de valor, liberdade).
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Significa que os atos administrativos, até que se prove o contrário, são atos
legítimos.
Essa presunção não é absoluta; é relativa, juris tantum (é a presunção que admite
prova em contrário).
Ex: Padaria que tem algumas baratas e ratos. O Fiscal verifica o descumprimento de
regras sanitárias e fecha a padaria. O dono da padaria pode contestar. Só que até
que consiga provar o contrário, a padaria continuará fechada. O ato do fiscal é
presumido legal/ legítimo/ verdadeiro.
Ex1: Casas em situação de risco por conta das chuvas. Decidir pela desocupação é
exigibilidade. Se os moradores não desocupam a área, pode ir lá tirá-los a força?
Sim, pode-se executar sem o Judiciário, pois se trata de uma situação urgente.
Administração não pode executá-la, colocar bens a penhora. Nesse caso, tem que
recorrer ao Judiciário.
Portanto, nem todo ato administrativo tem autoexecutoriedade, uma vez que a
exigibilidade está sempre presente, mas nem todo ato vai ter executoriedade.
3) Imperativa: significa coersibilidade; são obrigatórios. Por ex, não se pode impedir
que o fiscal multe a padaria. Todavia, nem todo ato vai ter imperatividade, uma vez
que esta é uma característica própria dos atos que impõe uma obrigação. Ex: Se a
Administração certifica que Maria não deve tributo, esse ato não tem imperatividade.
Ato geral é aquele aplicado a coletividade como um todo, aplicáveis erga omnes. Ele
é abstrato, impessoal. Ex: Instruções normativas e regulamentares.
Ato individual é aquele que vai ter destinatário determinado. Ex: Administração
determinada a velocidade da avenida x (isso é ato geral) e aplicar a multa ao José
(ato determinado).
Ato interno é aquele que vai produzir efeitos dentro da Administração. Ex: servidor
tem que utilizar uniforme. Isso vai interessar quem está dentro da própria
Administração.
Ato externo é aquele que vai produzir efeitos para fora e para dentro da
Administração. Ex: horário de funcionamento dos órgãos públicos.
Ato simples é aquele que se torna perfeito e acabado com uma única manifestação
de vontade.
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O ato perfeito é aquele ato que cumpriu a sua trajetória; cumpriu seu círculo de
formação. Ex: a nomeação de dirigente de agência de reguladora só vai estar
perfeito depois da manifestação do Senado e do Presidente.
É possível no Brasil um ato administrativo perfeito ser inválido (pq não cumpriu os
requisitos) e mesmo assim produzir efeitos?
Ex: O Fiscal Sanitário fechou a padaria por ilegalidade, por perseguição. Apesar do
ato ser inválido, o ato vai produzir efeitos até que se prove em contrário; concurso
público com fraude. Os aprovados tomam posse e assumem o cargo. Até a decisão
de invalidade do concurso, o ato continuará a produzir efeitos.
Ex: Administração fez uma licitação com fraude. Nesse caso, o contrato
administrativo celebrado é inválido (pq ele não cumpriu os requisitos). Ainda, esse
contrato não foi publicado. Portanto, ele é inválido e ineficaz.
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2.1) Efeito atípico reflexo é aquele não desejado, que atinge terceiros estranhos a
prática do ato.
I) Cumprimento dos efeitos: a hipótese mais desejada, normal é que o ato seja
extinto pelo cumprimento dos seus efeitos. Ex: concessão de férias. Cumpridas as
férias, o ato é extinto.
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Para o Judiciário não há prazo para anular ato ilegal que produz efeitos
favoráveis.
Quando a anulação restringe direitos, retira direitos, a decisão que retira o ato
deve ser ex nunc. Ex: Servidor está recebendo uma gratificação e depois
posteriormente descobre-se que essa gratificação é indevida.
Se o ato administrativo cumpre todos os seus requisitos, ele é válido. Todavia, esse
ato pode ter vício, defeito.
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2) Vício sanável: é aquele defeito que pode ser corrigido. O ato é anulável e,
portanto, é passível de convalidação. É sanar o vício que tem conserto.
Normalmente acontece na forma ou na competência.
3) Vício insanável: é aquele que não tem concerto. Esse é ato é nulo. A solução
é a anulação do ato.
Aula 04/05/11
6. LICITAÇÃO
Finalidades
Sujeitos à licitação
O art. 1°, parágrafo único, da Lei de Licitação consta o rol dos sujeitos que devem se
submeter à licitação:
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- Fundos Especiais - podem ter duas naturezas diferentes: ser órgão (Administração
Direta) ou uma fundação (Administração Indireta). Dessa forma, o legislador
cometeu um equivoco, pois eles não precisavam vir a parte. Ex: fundo especial para
incentivar a agricultura, a produção de leite; as vítimas das chuvas;
Competência
Art. 22, XXVII, CF – compete privativa a União legislar sobre normas gerais de
licitações e contratos administrativos.
Normas gerais:
- Lei 8.666/93;
- Lei 10.520/03;
- Lei 8.987/95;
- Lei 11.079/04.
Quando a União legisla em norma geral é em âmbito nacional; para todos os entes
da Federação.
A União também pode legislar em normas específicas. Nesse caso, essa lei só vai
servir para a União (lei federal).
A Lei 8.666 é considerada uma norma geral. Todavia, entende-se que em alguns
artigos tratam de normas específicas.
Discutiu-se no STF o art. 17 da Lei 8.666 (artigo que cuida de alienação de bem
público e foi o artigo que mais sofreu alteração até os dias de hoje).
Esse artigo foi objeto de ADI 927: art. 17 é norma geral ou especial? O STF decidiu
que o art. 17 em seus incisos é constitucional, mas se interpretado como norma
específica, ou seja, terá aplicação apenas para União (norma federal). Os Estados e
Municípios podem legislar a respeito do assunto.
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Ex: Imagine que no edital esteja previsto determinado documento. Todavia, no curso
do procedimento, ela percebe que as empresas não trouxeram esse documento.
Será que a Administração Pública, em nome do interesse público, pode dispensá-lo?
Não, pois isso pode prejudicar uma empresa que ficou de fora porque não tinha esse
documento. A Administração Pública não pode mudar as regras do jogo, ou seja, do
edital.
2) Princípio do julgamento objetivo: o edital tem que definir de forma clara/ precisa
qual vai ser o critério de seleção, ou seja, o que precisa fazer para ganhar a
licitação.
Ex: 02 propostas: “A” oferece caneta no valor de R$ 1,00; já “B” oferece caneta no
valor de R$ 1,01 e de melhor qualidade, bem como o parcelamento do pagamento.
Se foi previsto que quem ganha a licitação é a que apresentou o menor preço, quem
deve ganhar é “A”. Isso porque qualidade e parcelamento só podem ser
consideradas se previstos no Edital. Não se pode levar em consideração regras
entranhas ao Edital.
Fraudar o sigilo de proposta representa crime previsto da Lei 8.666/93, arts. 93 e 94.
Ademais, representa improbidade administrativa (Lei 8.429/92, art. 10).
A exceção ao sigilo de proposta são os leilões. As propostas são feitas de forma
verbal.
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02 hipóteses:
b1) Licitação dispensável: A Administração tem liberdade. A lei diz que não
precisa, mas se o administrador quiser pode fazê-la. Ele tem liberdade.
Previsão no art. 24 da Lei 8.666/93.
03 requisitos:
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- Singularidade por caráter especial: natureza íntima; pessoal. Ex: quadro feito com
emoção por artista.
- Se a questão não descreve valor, mas descreve o objeto a ser contratado – leilão,
concurso ou pregão.
CONCORRÊNCIA
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É modalidade de licitação escolhida, em regra, pelo valor, mas também pode ser
pelo objeto.
A concessão também vai ser via concorrência. Se refere à concessão de direito real
de uso de bem ou de serviço público.
Com relação ao serviço público, atentar que houve no Brasil o Programa Nacional de
Desestatização. Com esse, alguns serviços foram concedidos à privatização.
Portanto, se o serviço estiver no Programa Nacional de Desestatização, pode ser por
leilão.
Licitação internacional é aquela que tem como participação empresas estrangeiras.
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Obs: Esse prazo é mínimo e, portanto, nada impede que esse prazo seja aumentado
pela Administração.
Atenção: Sempre que se tratar de dia útil, ela diz expressamente. Se não falar nada,
são dias corridos.
TOMADA DE PREÇO
02 parâmetros diferentes:
a) Licitantes cadastrados;
CONVITE
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DISPENSA (10%)
Art. 24, II e II De 0 até 15.000 reais De 0 até 8.000 reais
Aula 11/05/11
Obs: Art. 24, I e II. Valor pequeno: dispensa de licitação. Corresponde a 10% da
modalidade convite.
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Engenharia: R$ 15.000
Obras: R$ 8.000.
- Empresas Públicas;
- Consórcios Públicos.
Se a Administração vai precisar alugar 10 veículos durante ano, ela deve escolher a
modalidade licitatória com valor correspondente a soma total dos 10. A modalidade
licitatória escolhida tem que corresponder ao valor anual do contrato.
LEILÃO
Nesses 02 casos, pode ser concorrência ou pode ser leilão (art. 19).
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Bem móvel inservível é aquele que não serve mais. Ex: veículo. Pode servir para
uma outra função. Não é sinônimo de sucata.
Penhorados: é aquele que foi objeto de penhora (restrição que ocorre dentro de uma
ação de execução).
Exceção: Para os demais móveis, que não estão nesta lista, o leilão somente
poderá ser utilizado se obedecer ao valor limite de 650.000 reais
Obs3: O leilão segue a praxe administrativa, pois a lei não prevê um procedimento
específico para sua realização.
CONCURSO
A lei não define qual o procedimento do concurso. Todavia, cada concurso vai ter um
regulamento próprio, específico.
PREGÃO
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Serve para adquirir bens e serviços comuns (são aqueles que podem ser
conceituados no edital com expressão usual de mercado). Ex: copo de água mineral.
Considerando que o pregão só pode ser utilizado para bens e serviços comuns, ele
só pode ser utilizado para o menor preço; não para técnica.
O responsável pelo pregão é o pregoeiro e ele é auxiliado por uma equipe de apoio.
Após isto, a autoridade que recebe o pedido nomeará a comissão responsável pelo
processo de licitação (art. 51). A comissão nomeada passará a elaboração do edital.
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Dado o parecer jurídico, o processo volta a autoridade superior, que vai dar uma
autorização formal (autorizar a deflagração; o início da fase externa).
Fase externa:
Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar o edital (é aquele que está em
gozo de seus direitos políticos – pode votar e ser votado; não é qualquer pessoa). O
cidadão tem 05 dias úteis de antecedência da data designada para entrega da
proposta. A Comissão tem 03 dias úteis para julgar essa impugnação.
A impugnação do edital não tem natureza de recurso e não tem efeito suspensivo.
Isso vale para qualquer tipo de alteração das obrigações do edital (criou obrigação
nova ou eximiu obrigação existente).
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Os envelopes podem chegar por correio, motoboy e etc, mas desde que sejam na
hora. Não é imprescindível o comparecimento do licitante.
Art. 27: Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente documentação
relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal.
o
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº
9.854, de 1999)
Se todas as empresas foram inabilitadas, pode tentar salvá-las com aplicação do art.
47,§ 3°. Nesse caso, a Administração vai suspender a licitação e reabrirá o prazo de
08 dias úteis para que a empresa complemente/ corrija os documentos.
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Esse recurso tem efeito suspensivo, ou seja, o processo para até o julgamento do
recurso.
Se ocorrer empate no primeiro lugar, o desempate deve ocorrer usando o art. 3°, §
2°. Cuidado que esse artigo foi alterado pela Lei 12.349/10. O desempate será de
bens produzidos no país; depois, bens produzidos por empresas brasileiras; após,
dar preferência a empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento de
tecnologia.
Se tentados esses critérios o empate continuar, deve-se utilizar o art. 45, § 2°, que
utiliza o sorteio.
Esse recurso é com efeito suspensivo e tem prazo de 5 dias úteis para interposição.
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A empresa vencedora tem a certeza de não ser preterida; de não ser passada para
trás. Não tem direito ao contrato; tem mera expectativa de direitos.
Todavia, a empresa vencedora está vinculada/ obrigada a assinar o contrato (art. 64,
§ 3°). Se não o fizer, sofrerá as penalidades do art. 87.
A empresa vencedora fica vinculada pelo prazo de 60 dias da entrega dos envelopes
(nesse prazo ela obrigada a assinar o contrato). Vale dizer que o edital pode prever
outro prazo.
É um procedimento invertido.
1) Formalização do processo;
2) Publicação Edital;
6) Adjudicação;
7) Homologação.
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A doutrina critica muito esta inversão prevista na lei 10.520/2002, porque primeiro se
dá a publicação oficial para depois a autoridade superior conferir a legitimidade da
licitação. Na prática, adjudica-se e homologa-se em um mesmo documento.
Aula 20/06/11
7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Características:
Para a doutrina, a subcontratação não é vista com bons olhos, entendendo que gera
fraude ao dever de licitar. Empresa X contrata e transfere o contrato a empresa Y.
Ora, a empresa Y não participou da licitação e poderá ter direito ao contrato?
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O contrato administrativo é um contrato de adesão (significa que uma das partes tem
o monopólio de tudo; uma das partes preenche as cláusulas do contrato e a outra
assina se quiser, não há discussão de cláusula contratual). Portanto, a
Administração que tem o monopólio de tudo no contrato administrativo.
Formalidades do contrato administrativo
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços,
bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas
duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo
por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização
de compra ou ordem de execução de serviço.
o
§ 1 A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.
o
§ 2 Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de
execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
§ 3 Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e
77
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aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
o
§ 4 É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da
Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e
integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
c) Deve ser realizado por escrito, excepcionalmente ele pode ser verbal (art. 60,
parágrafo único, da Lei 8.666) nos casos de:
- pronta-entrega;
- pronto-pagamento;
- Até R$ 4.000,00.
Art. 60, parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o
de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no
art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Além disso, a empresa vencedora deve cumprir durante toda a execução do contrato
nas condições previstas na licitação, as quais a empresa vencedora deve cumprir
durante toda a execução do contrato. Essas exigências da licitação são exigências
para a execução do contrato administrativo.
Formas de garantia (I a III) - a garantia pode ser prestada por caução, título da dívida
pública e fiança bancária (garantia fidejussória), seguro-garantia (é um contrato de
seguro do contrato).
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
compras.
o
§ 1 Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma
escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
o
§ 2 A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do
contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no
o
parágrafo 3 deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
§ 3 Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e
riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
até dez por cento do valor do contrato.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
79
80
o
§ 4 A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e,
quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
o
§ 5 Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o
contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
Duração do contrato
a) Pode ter uma duração maior quando o objeto do contrato estiver previsto no plano
plurianual (é uma lei que estabelece as metas e as ações do governo pelo prazo de
4 anos).
b) Ainda, pode ter prazo maior nos casos de prestação contínuo, porque quanto
maior o prazo, melhor o preço. Nesse caso, o contrato pode atingir até 60 meses.
Atenção, em caso de excepcional interesse público, este contrato pode ter mais uma
prorrogação de mais 12 meses. O que significa que o contrato pode ter ao todo o
prazo de até 72 meses.
Os contratos com dispensa de licitação, previstos no art. 24, Lei 8666/93, podem ter
duração de até 120 dias, nos seguintes casos:
- inciso XXXI: contrato que tenham como objetivo atender às finalidades dos art. 3º,
4º, 5º e 20, Lei 10973/04, que dispõe sobre incentivos na inovação e
desenvolvimento da pesquisa tecnológica. Ex: contratos com CNPQ, com fundo de
pesquisa, etc.
e) Apesar de não estar previsto no art. 57, Lei 8666/93, a doutrina entende que os
contratos administrativos que não tenham desembolso por parte da Administração
podem ter duração maior/ diferenciada.
80
81
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
o
§ 1 O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas
com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou
defeitos observados.
o
§ 2 As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser
solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
- Advertência;
- Suspensão de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de até 2 anos. O
impedimento de contratar se dá com o ente político que aplicou a sanção;
81
82
los pelo instituto da reversão (aquisição dos bens ocupados pelo Estado
provisoriamente).
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato
administrativo.
o
§ 1 As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
o
§ 2 Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser
revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Alteração contratual
- Regime de execução;
- Substituindo a garantia;
82
83
- Forma de pagamento;
4) Caso fortuito ou força maior: Apesar de haver divergência, pois alguns autores
defendem apenas caso fortuito e outras apenas força maior, a polêmica não será
analisada.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos
seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo
de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação
ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;
d) (VETADO).
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado
e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
83
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príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
o
§ 1 O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o
limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior.
o
§ 2 Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior,
salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648,
de 1998)
o
§ 3 Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses
o
serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1 deste
artigo.
o
§ 4 No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os
materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de
aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
o
§ 5 Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a
superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de
comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
menos, conforme o caso.
o
§ 6 Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a
Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
o
§ 7 (VETADO)
o
§ 8 A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato,
as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de
pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o
limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
Pagamento
b) Rescisão do contrato:
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- Rescisão Judicial: se a empresa não mais desejar o contrato, deve requerer sua
extinção na via judicial.
27.06.11
Administrativo
SERVIÇO PÚBLICO:
1- Conceito:
2- Regime jurídico
O Estado assume como dever seu, mas a sua prestação pode ser direta ou indireta
e, por isso, o regime jurídico é público, o qual pode ser total ou parcialmente
público.
3- Necessidade coletiva
85
86
Somente se caracteriza como serviço público aquilo que é necessidade coletiva. Ex:
transporte público.
Só será serviço público aquilo que o Estado deve assumir como sua obrigação,
como dever seu. Podemos ter:
a) prestação direta: o Estado presta o serviço público com as suas mãos. Estamos
diante do regime público.
b) prestação indireta: o Estado transfere para outra pessoa para prestar o serviço
em seu lugar (privatizações). Estamos diante de um regime parcialmente público.
b) traço formal: regime jurídico público, o qual pode ser total ou parcialmente público.
5- Princípios
A doutrina é bem divergente no que diz respeito aos princípios que regem o serviço
público, mas não vamos aprofundar essa divergência. Somente estudaremos os
princípios mais importantes.
Greve
O art. 37, VII, CF prevê o direito de greve do servidor tem direito de greve na forma
da lei específica, que deve ser lei ordinária. A redação original do dispositivo previa
lei complementar, mas foi modificado pela EC 19/98.
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Art. 6º da Lei 8987/95: prevê as hipóteses em que o corte não configura desrespeito
ao pr da continuidade.
São elas:
- situação emergencial
d) Princípio da generalidade: deve ser erga omnes, ou seja, deve ser prestado à
coletividade como um todo.
e) Princípio da modicidade: deve ser prestado com tarifas módicas, isto é, deve ser
o mais barato possível.
o
Art. 6 Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
pertinentes e no respectivo contrato.
o
§ 1 Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
das tarifas.
o
§ 2 A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
o
§ 3 Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação
de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
6- Classificação:
1- Quanto à essencialidade
Os autores modernos criticam essa classificação e hoje esses serviços são tidos
hoje por essenciais, no entanto, já foram transferidos aos particulares.
a) gerais: são prestados à coletividade como um todo e são indivisíveis, ou seja, não
é possível medir e calcular o quanto cada um utiliza. Ex: iluminação pública. São
mantidos através da receita geral do Estado (normalmente decorrente da
arrecadação de impostos).
Divide-se em 2 categorias:
Atenção: STF entendeu que a TIP é inconstitucional, pois sendo a taxa tributo
vinculado, não se admite cobrá-la de serviços gerais, já que não é possível verificar
o quanto cada um gastou – Súmula 670, STF. Entenderam, então, ser caso de
contribuição pela iluminação pública. A doutrina critica em massa, pois em sendo a
iluminação pública serviço geral, deveria ser mantida através dos impostos, sem
qualquer custo adicional. Entendem que a contribuição é inconstitucional, mas está
vigente. Do mesmo modo, a taxa do buraco e taxa do bombeiro são
inconstitucionais, vez que a taxa pressupõe o serviço efetivamente utilizado.
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CONCESSÃO:
89
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Formalização da concessão
A concessão se formaliza via contrato administrativo. Depende, portanto, de
licitação prévia seguindo, como regra, a modalidade concorrência. A concorrência
na concessão segue os parâmetros gerais da Lei 8666/93, mas tem algumas
peculiaridades, tal como critérios próprios de seleção, como a melhor tarifa para o
usuário.
Ainda, é possível que nessa concorrência haja procedimento invertido e lances
verbais.
Excepcionalmente, se o serviço estiver previsto no Programa Nacional de
Desestatização, a modalidade licitatória será o leilão.
Remuneração da concessionária
Geralmente na concessão, a concessionária se mantém pela tarifa paga pelos
usuários.
Mas se o serviço gerar uma tarifa muito alta ao usuário, o E pode bancar uma parte
do serviço. Assim, pode ou não haver a presença de recurso público, que é
facultativo.
A lei também permite a cobrança das chamadas receitas alternativas. Em tese,
essa receita seria abatida do valor da tarifa, mas na prática não ocorre. Ex: em
alguns municípios, zona azul é usada como receita alternativa pela manutenção das
vias.
Responsabilidade
A concessionária assume o serviço por sua conta e risco (responde pelos prejuízos
perante os particulares).
Trata-se de responsabilidade objetiva, por se tratar de pessoa jurídica de D
Privado, prestadora de serviço público – art. 37, 6º, CF.
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91
Extinção da concessão
1) advento do termo contratual: vencimento do prazo final do contrato.
A doutrina critica a terminologia “PPP”, pois entendem que parceria remete à idéia
de se reunir para uma finalidade comum. No entanto, o que ocorre na concessão é
um contrato com interesses divergentes: Estado quer serviço; particular quer o lucro.
Finalidade: Todavia, o que se esperava da PPP não foi alcançado.
Modalidades de PPP
1) Concessão especial patrocinada: é a concessão comum da Lei 8987/95, que se
torna especial em virtude da presença obrigatória do recurso público na tarifa de
usuário.
Características
Peculiaridades que a tornam a concessão especial, diferenciando-a da concessão
comum.
a) financiamento privado: o Estado irá repor o dinheiro em suaves prestações.
b) compartilhamento dos riscos: lei prevê que parceiro-público e parceiro-privado
compartilharão os riscos, em caso de prejuízo.
c) pluralidade de compensatória: o E pode pagar o parceiro-privado de várias
formas.
Ex: ordem bancária; utilização de bem público pelo parceiro privado, com
compensação de valor; transferência de créditos não tributários; concessão de
direito, como concessão de licença com abatimento do valor.
Vedações à PPP
a) o valor não pode ser inferior a R$ 20 milhões
b) não pode ter prazo inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos.
c) não pode ter um objeto único. Deve reunir mais de um objeto. Ex: obra + serviço,
91
92
etc.
Permissão:
Formalização:
Formaliza-se mediante contrato de adesão.
A permissão possui 2 modalidades:
- de serviço público
- de uso de bem público.
Ambas nasceram com natureza de ato unilateral.
Com o advento da Lei 8987/95, a permissão de serviço público ganhou natureza
jurídica de contrato (art. 40).
STF entendeu, portanto, que se concessão e permissão tem a mesma natureza
jurídica, qual seja, contratual.
CABM em posição minoritária ainda entende que a permissão tem natureza de ato
unilateral (pois assim nasceu).
Assim, a permissão de serviço público tem natureza jurídica de contrato de adesão.
Características do ato:
- ato unilateral praticado pela Administração, pois o faz só (e não contrato).
- ato discricionário: de acordo com a conveniência e oportunidade
- ato precário: o Estado pode desfazer a qualquer tempo, sem o dever de indenizar.
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Agente Público é todo aquele que exerce função pública, ainda que não
ganhe nada por isso, ainda que seja por uma única vez.
1. Agentes Políticos
Na direção de cada Poder (PE, PL e PJ), estão os Agentes Políticos.
Ele é que manifesta, que representa a vontade do Estado.
Agentes Políticos:
1) Chefe do PE: Presidente da República, Governadores e Prefeitos.
Quando vai o Chefe, vai o Vice! É o sombra: onde vai o chefe, vai o
sombra.
2) Auxiliares Imediatos: Ministros, Secretários Estaduais e Secretários
Municipais.
3) PL: Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Vereadores
4) Magistrados e Membros do MP
Divergência doutrinária. Os doutrinadores não se resolvem quanto a
essa inclusão. Escolha meritória – por concurso. Alguns autores
falam que não houve uma escolha política. Para o STF, desde 2002
tais Agentes são Agentes Políticos. Porque quando falamos de
Agentes políticos lembramos de escolha política. Porém, apesar da
divergência doutrinária, o STF considera que são agentes políticos.
** Divergência na doutrina.
O regime jurídico administrativo é o regime legal. Decorre da lei ou da CF. Se
os direitos do trabalhador estão na lei ou na CF, o regime é legal, chamado também
de regime jurídico administrativo.
Não é um regime contratual!
O regime legal dá aos agentes a titularidade de Cargo Público. São titulares
de Cargo Público.
Lei da Magistratura, do MP, dos Congressistas, Parlamentares.
2. Servidor Estatal
O que vai acontecer com quem já misturou somente será decidido no mérito.
Não precisa ser estatuto. Ou todo quadro é celetista ou estatutário. Predomina o
estatutário, mas não há obrigação.
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simplesmente “empregado”. A maioria das provas já adota isso, mas cuidado com a
jurisprudência.
É agente público. Ele não é servidor público, mas se equipara e em alguns
aspectos terá o mesmo tratamento do servidor público.
Tem que prestar concurso público.
Aplica-se a ele o regime da não acumulação, como regra. Excepcionalmente,
permite-se. Equiparam-se aos servidores públicos para o regime da não
acumulação.
No Brasil, há teto remuneratório. Os empregados estão sujeitos, salvo quando
esta empresa não receber dinheiro para custeio.
Considerados funcionários públicos para o Direito Penal – CP 327
Sujeitos a Lei 8.429 – Improbidade Administrativa
Sujeitos aos Remédios constitucionais (MS, AP, MI, HD).
A nova lei do mandado de segurança faz uma distinção, nova no
ordenamento. Se a empresa explora atividade econômica, se é um ato de gestão
empresarial.
3. Particulares em colaboração
Não perde a qualidade, a condição de particular, mas que num dado
momento exerce função pública.
Exemplos:
Requisitado – convocado/chamado a trabalhar. Jurado, Mesário, Serviço
Militar Obrigatório.
Voluntários: Particulares em “sponte própria” / Agentes Honoríficos.
Permissionários & Concessionários
Particular que presta serviços de Saúde ou Ensino. Atos oficiais. Entra no
conceito agente público.
CF 236 – Delegados de função – não é delegação de serviço público
Situação única na CF: Serviços notariais, serviços Registrais. Transferido ao
particular por concurso público. O quadro geral do cartório é de emprego público. Só
vai ser particular em colaboração o titular do cartório.
4. Concurso Público
Regra: concurso público
Súmula Vinculante nº 13 – vedação à acessibilidade
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes
da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
constituição federal.
Exceções:
mandatos eletivos
cargos em comissão (antigamente chamado de cargo de confiança –
direção, chefia e assessoramento – livre nomeação e livre exoneração)
contrato temporário – 37, IX – possível apenas na exceção – em caso de
excepcional interesse público, anormalidade.
Hipóteses excepcionais (expressas na CF) – STF, STJ, 5º constitucional,
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Súmula 683
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em
Face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Súmula 684
É INCONSTITUCIONAL O VETO NÃO MOTIVADO À PARTICIPAÇÃO DE
CANDIDATO A CONCURSO PÚBLICO.
Súmula 685
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.
Súmula 686
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
Candidato a cargo público.
A orientação de 3 anos atrás era que ele tem apenas mera expectativa de
direito. Reza para passar e reza para ser chamado.
Começa a se reconhecer, nos Tribunais, em algumas situações, o direito
subjetivo à nomeação em algumas situações:
1) Vai ter direito subjetivo à nomeação quando for preterido na ordem de
classificação.
Súmula 15
Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem
o Direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem
observância da Classificação.
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6. Estabilidade
Art. 41 CF
EC 19/98
Aquisição:
nomeação para cargo efetivo, com prévia aprovação em concurso
público.
3 de exercício efetivo efetivamente trabalhando
Aprovado na avaliação especial de desempenho
CF/88 – Original: Para adquirir estabilidade, deve ser aprovado em concurso público
e ter 2 anos de exercício. Tanto o titular de cargo ou de emprego tinham direito à
estabilidade, cumpridos os 2 requisitos acima.
Empregados
Súmula 390, TST – Se o sujeito é empregado em Pessoa Jurídica de Direito Publico
(Administração, União, Autarquias, Fundações Públicas...), este empregado tem a
estabilidade do artigo 41.
Entes governamentais de direito privado (EP, SEM): não tem a estabilidade do artigo
41; não tem e nunca teve.
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2) Concurso Público
3) 3 anos de exercício
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
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101
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SV nº 4
Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem
de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da
redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
7. Estágio Probatório
CF/88 original
Para adquirir estabilidade, 2 anos de exercício.
Lei 8.112, tendo como fundamento o texto original de 1988, estabelece, no artigo 20,
que o estágio probatório, no Brasil, tem o prazo de 24 meses.
Inverso. Se você entender que os 2 institutos são dependentes, está admitindo que
devem ter prazos iguais: Estabilidade e Estágio Probatório – 3 anos.
Você estará admitindo que o artigo 20 não é materialmente compatível com a nova
regra constitucional e por ela não foi recepcionado.
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SISTEMA REMUNERATÓRIO
Esse tema possui muitas polêmicas, sendo abordada aqui a posição da maioria.
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Remuneração de servidor público no Brasil tem que ser fixada através de lei.
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- No Poder Judiciário, ninguém pode receber mais que o Desembargador. Isso serve
também como subteto para os membros do MP, procuradores e Defensores Público.
Atenção: esse limite não se aplica a toda a instituição, mas somente aos seus
membros, ou seja, o restante dos funcionários estão vinculados ao subteto
Executivo, ou seja, a remuneração do Governador.
REGIME DE ACUMULAÇÃO
a) Compatibilidade de horários;
Obs:
cargo, mas qual remuneração ganha? Ele recebe a segunda remuneração (do cargo
eletivo).
No cargo de vereador, se o horário for compatível, ele pode acumular. Nesse caso,
ele vai exercer os dois e ganhar pelos dois. Se o horário for incompatível, não pode
acumular e aplica-se a regra do prefeito, ou seja, tem que se afastar, exerce o
segundo e vai escolher a remuneração.
Vinculam-se a ele:
- empregados privados;
- cargos em comissão;
- contratos temporários.
A CF, em seu texto original, exigia para que os servidores públicos de aposentassem
um único requisito: cumprimento de tempo de serviço. Não importava se ele estava
ou não contribuindo para a previdência. Dessa forma, muitas pessoas se
aposentavam de forma jovem, pois começavam a trabalhar cedo.
O art. 40 da CF, alterado pela EC 20/98 (1ª Reforma da Previdência): alteração dos
requisitos para a aposentadoria. Instituiu 2 novos requisitos, válidos até hoje. As EC
seguintes (EC 41 e EC 47) não os alteraram.
Requisitos:
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109
Modalidades de aposentadoria:
Proventos:
a) Integrais:
b) Proporcionais:
O professor só tem direito a especial em proventos integrais. Isso se for homem aos
55 anos de idade, com 30 anos de contribuição; se mulher, aos 50 anos de idade,
com 25 anos de contribuição.
- Do deficiente físico;
- Da atividade de risco.
109
110
Se não tem lei complementar, pode-se requerer essa aposentadoria? Como trata-se
de norma de eficácia limitada, a matéria foi discutida via MI (721 e 728). O STF
decidiu que no caso da atividade de risco, enquanto não vier a lei complementar, o
servidor terá direito de se aposentar pela Lei do Regime Geral de Previdência Social.
Aqui o STF utiliza o MI com efeitos concretos.
b) Servidor público que entrou no serviço público depois da EC, aplica-se a regra
nova.
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Obs: Para aplicação dessa regra, não pode haver interrupção do serviço. Se houver
mudança de cargo, aplica-se a regra nova.
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