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MATÉRIA
- A Lei de Bohn traz essa ideia de força normativa da Constituição do Hesse, e traz
em seu texto princípios que guiam o ordenamento jurídico e cristalizam direitos
fundamentais, sendo normas jurídicas. Tal modelo é replicado em diversas partes do
mundo, inclusive no Brasil.
Se os princípios são valores cristalizados na Constituição e são normas jurídicas. Qual é a sua
diferença para as regras ?? (É a discussão de TD1, TD2, e que volta para o Direito ADM1)
1 - grau de abstração : Os princípios são valores, logo são mais abstratos e mais
fluídos. Já as regras, são comandos mais concretos, determináveis. Ex: Quando eu falo
dirija com cuidado (cuidado pode ser muitas coisas, devagar, prestando atenção. Logo
é princípio). Já quando eu falo dirija abaixo de 60km/h, é algo mais específico, logo é
uma regra.
4- proximidade com a ideia de direito: “ os princípios estariam mais próximos ao ideal
do que é o Direito. Seriam os mandamentos nucleares do Direito, pra o professor
Bandeira de Melo;” (Bandeira de Mello defende isso quando fala de supremacia do
interesse público)
Crítica: nem sempre é assim. Nem sempre esses cinco recursos, caracteres,
estão presentes quando falamos de princípios. Exemplo: princípio da
anterioridade tributária não tem nada de fluido, abstrato ou genérico. Em muitos
casos, as próprias distinções entre princípios e regras não são claras.
⮚ Corrente dos critérios qualitativos (criada por Dworkin. Adotada por Barroso,
Carvalho Filho e boa parte da doutrina, considerada uma corrente forte)
⮚ Corrente dos critérios qualitativos (criada por Dworkin. Adotada por Barroso,
Carvalho Filho e boa parte da doutrina, considerada uma corrente forte)
- Como dito anteriormente, princípios são valores, ideias que guiam o Direito e o modo de
agir (se diferenciando das regras, por conta do caráter de eficácia e validade destas). Os
princípios administrativos, são:
“ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”
2.1.2) Legalidade
Toda a ação da Administração pública deve ser validada por lei, sob pena de
ilicitude. O administrador cuida de bens de terceiros e só pode atuar onde a lei
autoriza. – Ideia de Hely Lopes Meireles: na administração pública, não existe
liberdade nem vontade pessoal. A atividade do administrador público é sempre
finalística.
Legalidade lato sensu: É a expressa no artigo 5, inciso II, que diz que ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Isso garante:
I) A liberdade do ente privado (pode fazer o que quiser, desde eu não seja
proibido por lei)
II) A democracia
IMP: Legalidade e Juridicidade são ideias autônomas. São leituras de acordo com os
novos paradigmas do Direito. A juridicidade não suplanta a legalidade.
2.1.3) Impessoalidade
2.1.4) Moralidade
“Embora o conteúdo da moralidade seja diverso do da legalidade, o fato é que aquele está
normalmente associado a este. Em algumas ocasiões, a imoralidade consistirá na ofensa
direta à lei e aí violará, ipso facto, o princípio da legalidade. Em outras, residirá no
tratamento discriminatório, positivo ou negativo, dispensado ao administrado; nesse caso,
vulnerado estará também o princípio da impessoalidade, requisito, em última análise, da
legalidade da conduta administrativa” (Carvalho Filho)
2.1.5) Publicidade
⮚ Todo ato administrativo deve ser público e amplamente divulgado, sob pena
de ser dado como ineficaz e não produzir efeito jurídico.
Ex: Licitação do TJRJ para plano de saúde dos servidores, se não foss
divulgado as empresas que estavam concorrendo, detalhes do leilão,
empresa vencedora,etc – NÃO TERIA EFEITO. NÃO OCORRERIA
2.1.6) Eficiência
⮚ EX: Meta das sentenças. Produzir 100 sentenças ao dia não quer
dizer que estas terão qualidade.
2.2) Não expressos, mas reconhecidos.
São aqueles que não estão explicitados no artigo 37 da CF, mas são expressos
na legislação infraconstitucional.
“ (Lei 9784/99, art. 2o): “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.” (MACETE: FASEM se contradiz de
forma motivada, razoável e proporcional, respeitando a lei e o público)
O administrador público não pode dispor dos bens que administra, esses
são públicos e pertencem ao POVO. Consequência disso : - o interesse
coletivo, o interesse público sempre deve prevalecer.
Esse princípio da supremacia do interesse público sobre o privado não está presente na
nossa constituição, mas é muito comum se dizer que várias artigos da nossa constituição
são reflexos dele. Exemplo: princípio da função social da propriedade ( art. 170, incs. III
e VI), direito ao meio ambiente saudável (art. 225, CF). Todas essas ideias emanam da
perspectiva que existe uma supremacia do interesse público.
Colocação de Fábio Medina Osório: princípio da supremacia do interesse público é um
princípio implícito, pois permeia inúmeros artigos da CF, embora não seja explicitado
em momento algum.
Exemplos:
Art. 5o, XXIV, CF – desapropriação. É uma forma de intervenção drástica do Estado na
propriedade do indivíduo, gerando a perda da mesma pela sujeito. É uma manifestação
muito evidente da supremacia.
Requisição: art. 5o, inc. XXV, CF. Modalidade de intervenção branda do Estado na
propriedade. Perdem-se algumas faculdades inerentes ao domínio. Perdem-se alguns
dos direitos sobre a propriedade. Exemplo: requisição de um carro feita por um policial
para perseguir assaltante. O administrado é obrigado a aceitar, mesmo que não
concorde; caso em que Larissa teve que transportar acidentado até o hospital por ordem
do policial.
Quando a administração pública edita um ato administrativo, que possui uma série de
atributos, ela obriga o administrado a aceitar aquele ato, mesmo sem concordar.
A noção de interesse público tradicionalmente é posta numa posição dicotômica com o
direito privado. No sentido clássico, o interesse público sempre se pôs em oposição ao
direito privado. Hoje, essa posição é ultrapassada. O interesse público não se põe mais
em oposição ao interesse privado. Entende-se que hoje as coisas são muito mais
complexas nessa relação. Exemplo: conflito entre o interesse público e ele mesmo. O
poder público quer desapropriar um terreno para construir uma estrada, interesse do
Estado em fazer uma estrada, beneficiando muitas pessoas. Todavia, há uma reserva
florestal no caminho. O interesse público pode conflitar com o próprio interesse público
(interesse de fazer estrada / interesse de um ambiente sadio). O interesse público pode
residir na ação de uma punição pessoa. O interesse público não significa o interesse da
maioria, da coletividade. Pois se a questão fosse meramente quantitativa, qualquer
política de ação afirmativa não poderia ser considerada de interesse público. Exemplo:
caso do comerciante que ligou para a prefeitura para consertar o buraco na rua. O
comerciante beneficiou diretamente a si, mas todos os transeuntes foram beneficiados
pelo conserto do buraco.
Celso Antônio Bandeira de Melo: o interesse público pode ser tido como o interesse de
cada um dos indivíduos enquanto membros de uma sociedade. O interesse público não é
um interesse da maioria sempre.
Exemplo: eu posso não querer que minha casa seja desapropriada, mas isso não quer
dizer que eu seja contra a desapropriação, pois entendo que esse instituto é importante.
Eu tenho meu interesse, mas entendo a finalidade social do instituto. A função do
instituo existir é maior do que o meu próprio interesse.
Aqui no RJ, Humberto Ávila problematizou em um texto a tese da supremacia do
interesse público. A partir daí, Daniel Sarmento organizou um livro, reunindo artigos de
professores da UERJ, no qual eles atacam o princípio da supremacia do interesse
público.
O interesse público não é necessariamente o interesse da maioria, ele pode ser o
interesse de um único indivíduo enquanto membro de uma sociedade. Esse princípio
não se baseia em um critério quantitativo.
O professor Humberto Ávila escreveu um artigo no qual buscou desconstruir a noção de
supremacia do interesse público sobre o privado. O autor chegou a afirmar a
inexistência desse princípio. São críticas de Humberto Ávila (desconstrução do
princípio da supremacia):
(i) Em primeiro lugar, para ele é impossível, através de um processo dialético,
encontrar o princípio da supremacia do interesse público na CF/88. A
Constituição, para ele, estabeleceu um longo catálogo de direitos
fundamentais que fornecem ao indivíduo, sujeito de direito privado, uma
série de prerrogativas (principalmente no art. 5o, CF). Para ele, se existe um
princípio que pode ser dialéticamente extraído da CF, seria o princípio do
interesse privado com fundamento nos direitos fundamentais, no catálogo do
art. 5o da CF/88. Ele entende que afirmações como a feita por Fábio Medina
Osório, de que o princípio da supremacia do interesse público é um princípio
implícito, não é possível, pois não há como extraí-lo da CF.
(ii) A noção do que vem a ser interesse público é um conceito jurídico
indeterminado, para Humberto Ávila. Sendo assim, não sabemos o que ele é
exatamente, não é possível delimitar seu conteúdo.
(iii) Para o autor, o princípio da supremacia não poderia ser chamado de
princípio, pois o que ele faz é estabelecer uma regra de prevalência em prol
do interesse público. Sendo assim, há sempre prevalência, independente do
que estiver em jogo, das circunstâncias do caso concreto.
O Daniel Sarmento organizou um livro desconstruindo o princípio da supremacia do
interesse público. Esse livro foi organizado com base em artigos de grandes autores que
atacavam o princípio. Entendeu-se que defender uma supremacia do interesse público
estaria errado de qualquer forma, independente das circunstâncias do caso concreto.
Essa é uma crítica direta aos autores clássico (Hely, Di Pietro, Celso Antonio Bandeira
de Melo etc), que para Sarmento e os demais, defenderiam um Estado soberano, uma
verticalização do sistema. Os administrados tem poderes sim! Eles não são súditos, são
titulares de direitos. Portanto, o princípio não é adequado.
Os autores clássicos vivos procuraram se defender. Maria Silvia Di Pietro lançou um
livro defendendo a tese da supremacia do interesse público através de uma reconstrução
do princípio. Cada um escreve de acordo com a sua perspectiva.
A linha de raciocínio que tentou desconstruir o princípio da supremacia buscou elevar
os fatos ruins que esse princípio pode gerar, buscaram criar um monstro para depois
bater nele (falácia do espantalho). Dos autores clássicos, só o Hely Lopes Meireles
afirmou categoricamente que a supremacia do interesse público é um axioma (verdade
autoevidente). Para a professora, os estudiosos mais clássicos não tiveram cuidado
terminológíco, dando brecha para os autores mais novos baterem no princípio. Todavia,
os grandes autores sempre defenderam a tese da ponderação e nunca a tese da
supremacia em todas as circunstâncias. Os autores clássicos, exceto o Hely, na verdade,
defendem sempre a ponderação, a razoabilidade na aplicação do princípio. Não existe
supremacia em abstrato, ilimitada, há que se considerar a razoabilidade. Exemplo: o
Estado não pode desapropriar minha casa se ele não verificar alguma hipótese
constitucional (art. 5o, XXIV, CF) para fazê-lo.
Não existia supremacia em abstrato, a priori. Não há uma contraposição entre interesses
público e privado. Não há como dizer que um desses princípios é superior a outro em
todos os casos, pois os princípios se densificam diante das circunstâncias no caso
concreto. Não existe princípio absoluto.
No fundo, todos os críticos estão defendendo a mesma tese: tanto os clássicos quanto os
contemporâneos, excetuando-se o Hely, por ter dito que a supremacia do interesse
público era um axioma.
O próprio conceito de interesse público é dinâmico, ele muda ao longo do tempo, ao
longo dos modelos de Estado. Como diria o Barroso, no prefácio do livro organizado
pelo Sarmento, quando a gente é jovem, queremos malhar os mais velhos, e essa
pretenção só o tempo cura. É como se ele dissesse: esse espantalho que foi criado não
corresponde às ideias dos autores clássicos.
3) Autotutela
A administração pública pode cuidar de si mesma, se proteger, se resguardar. Vendo
algo ilícito, cabe à própria administração pública revogar tal ato de ofício , agindo
sempre de acordo com a legalidade.
OBS: ESSE PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA NÃO SE APLICA A ATO ADMINISTRATIVO
VINCULADO (COM TODOS OS ELEMENTOS PREVISTOS EM LEI), só a ATOS
DISCRICIONÁRIAS.
OBS 2: A autotutela tem prazo, se for em um prazo maior que cinco anos, ocorrerá
decadência - salvo se comprovada a má-fé.
4) Motivação
Todas as decisões da adm.pública precisam ter uma motivação, uma justificativa
para ter agido de determinado modo.
- Quando a adm.pública deverá justificar seus atos ?
- (i) - Carvalho Filho - só nos casos previstos em lei.
- (ii) Hely Lopes Meirelles - só em atos vinculados
- (iii) Di Pietro, Bandeira Mello e outros - sempre !
A administração pública deve ser previsível, estável, não pode existir surpresas. - 2o
da Lei 9784/99
6) Proporcionalidade e razoabilidade
- Razoabilidade: a conduta do administrador deve estar dentro dos parâmetros
normais de aceitabilidade, do esperado naquela posição.
- Ex: em um concurso para professor de alemão, exigir o diploma C1 na língua -
está dentro do razoável, do proporcional. Está adequado.
⮚ Esse cuidado, pode ser entendido de duas formas : (i) na sua forma
objetiva ou (ii) na sua forma subjetiva.
2) Adm. Direta :
⮚ OBS: Órgãos são compartimentos criados pelos entes federativos para gerir melhor o
Estado. São unidades abstratas que sintetizam diversas competências do Estado
(Bandeira Mello), fazendo parte dele e integrando sua PJ (órgão n tem PJ própria e
depende do ente que o criou) . Ex: Adm.União, tem vários órgãos p/ adm: Presidência,
Ministérios, Secretarias,etc.
⮚ Características da Adm.Direta
⮚ autonomia e possui PJ
⮚ Pode criar outros entes e órgãos, delegando funções e se descentralizando
para prestar serviço com mais eficiência e atender a todos (base do
federalismo)
1) Conceito de autarquia:
Por ser de PJ Direito Público, goza de prerrogativas por prestar serviço de interesse
público :
2.2) Sua criação e extinção decorre de lei específica. (art.37, inciso XIX) Não pode ser por
decreto, mas entes das autarquias sim !
Art. 37 XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
OBS 1 : Como a criação ocorre por lei, quando a lei entra em vigor já surge a PJ da
autarquia já e criada, não precisa registrar em cartório. (MAZZA)
OBS 2: iniciativa que cria a autarquia é privativa do chefe do poder executivo (art. 61,
§1º, I, a, crfb/88)
o previdenciárias
o 3.2) Quanto ao regime: Podem ser comuns ou especiais (estas tem mais
autonomia e gozam de certas prerrogativas específicas – EX: Univerisade
Federal com lista tríplice a ser escolhida pelo presidente e autonomia
universitária ; agências reguladoras)
Agências Reguladoras
1) Origem :
⮚ EX: CVM
OBS: Não obstante, como veremos adiante, tais agências reguladoras não se confundem com
as agências executivas: aquelas têm o controle e a fiscalização como funções básicas, ao passo
que estas últimas têm caráter mais operacional, sendo, assim, apropriadas para exercer
atividades administrativas típicas de Estado. (CARVALHO FILHO)
3) Gerações
⮚ Autonomia funcional
o ii) quarentena do gestor – o gestor que vai para uma agência reguladora, fica 6
meses sem poder atuar na área no setor privado. (o mercado poderia olhar e
capturar esse gestor para obter vantagem)
Fundações
2) Podem ser privadas (instituídas por pessoas da iniciativa privada - Ex: Fundação
Roberto Marinho) ou públicas (instituídas pelo Estado)
● Não possuem fins lucrativos, tendo como principal objetivo fins sociais (Ex:
promover acesso à cultura, educação, etc) - Art.62 do Código Civil.
● São pessoas jurídicas de Direito Privado (art.44 do Código Civil e artigo 5, inciso IV da
CF)
Art. 44 do Código Civil: “Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações;
II - as sociedades; III - as fundações.”
- regime administrativo;
- finalidade; e
b) Uso do poder
➔ O uso do poder (ao contrário de abuso de poder) é manuseado por meio de
atos administrativos.
➔ Há diversas doutrinas que definem os poderes da administração pública a partir
de vários pontos de vista. No entanto, somente a CRFB define, concretamente,
quais são os poderes da administração pública.São 4 os poderes AUTÔNOMOS
da administração pública:
1) Poder regulamentar → Poder da administração pública de regular uma lei
através de suas atribuições.
2) Poder de polícia (o + importante)
OBS: Polícia judiciária x Polícia administrativa
3) Poder hierárquico → Poder que o superior exerce sobre o inferior.
4) Poder disciplinar → Poder que a administração pública tem de aplicar
sanções aos seus próprios agentes ou a outros cidadãos que tenham alguma
relação especial com ela.
a) Discricionariedade X Arbitrariedade
Antes do Estado de Direito, havia o Estado de Polícia. No chamado Estado de Polícia a
ideia de poder discricionário era uma ideia de juízo livre ( de balizas, de parâmetros de
legalidade, de legitimidade etc). Antes do advento do Estado de Direito,
discricionariedade era sinônimo de arbitrariedade, livre de qualquer baliza de
legalidade, etc.
Com o advento do Estado de Direito, surge a delimitação do juízo de discricionariedade.
Só há discricionariedade hoje parametrizada pela lei. Não há discricionariedade contra
legem. Arbitrariedade é contra lei, discricionariedade não.
Lênio não usa essa classificação adotada aqui. Para ele, quando o juiz atua além do seu
poder está atuando de forma arbitrária. Aqui nós falamos de discricionariedade dentro
do âmbito administrativo.
A Lei a que se submete a discricionariedade não é a Lei em sentido estrito: o juízo de
conveniência e oportunidade do legislador está submetida ao bloco de legalidade como
um todo.
Quanto mais ampliamos o conceito de legalidade mais restringimos o conceito de
mérito.
A discricionariedade pode se manifestar no momento da edição do ato administrativo,
na revogação do ato administrativo.
Outro campo de exercício: discricionariedade tática – aquela criada para casos especiais.
Exemplo: Existe na Lei de Licitações uma espécie de dispensa de licitações por razões
especiais, de urgência. Há discricionariedade aqui. O legislador pode decidir ou não
fazer licitação.
Discricionariedade na gestão interna: quando o poder público tem que estruturar
internamente seus órgãos, quando decide fomentar determinada atividade etc.
◆ Características
● Vinculado/Discricionário: o fiscal é obrigado a fiscalizar, ao ver o
ilícito, ele tem um poder-dever; no entanto, cabe a ele decidir
qual sanção vai ser aplicada.
● Autoexecutoriedade: não precisa de consentimento do
fiscalizado e nem autorização judicial. Basta o fiscal ter
competência. Exceção: cobrança de multa ( tem um processo
burocrático de execução, inscrição em dívida ativa)
● Coercibilidade: pode usar da força, mas vai precisar de ajuda das
forças de segurança.
● Indelegabilidade? Pode ser delegado a um ente privado? Hoje
em dia sim, mas antes era indelegável. Exemplo do Detran - SP e
MG -, que é sociedade de economia mista, que se submete ao
regime jurídico de direito privado. Para uma empresa privada
comum, ainda é indelegável.
➔ Poder disciplinar -> poder de aplicar sanções (essas que vão estar previstas em
lei); é orientado para os sujeitos:
◆ Agentes públicos
◆ Particulares com vínculo específico com o estado (ex.: aquele que tem
matrícula na Uni pública, por exemplo)
➔ Poder hierárquico (diferente de poder disciplinar)
◆ Ex.: funcionário público que faz besteira e é transferido pra outro lugar.
Isso não é uma sanção, não origina de um poder disciplinar; mas é
poder hierárquico usado de forma indevida de maneira a sancionar um
funcionário.
◆ Tem relação indireta com o poder disciplinar. No poder disciplinar,
quem aplica a sanção é o superior, contra o subordinado.
◆ Autoridade
◆ Escalonamento -> qual a linha hierárquica? Quem tem autoridade?
Quem manda em quem? Pra saber quem tem a responsabilidade.
◆ Se a ordem do superior hierárquico for uma sanção, vai ser um poder
disciplinar. As demais ordens desse superior será poder hierárquico.
➔ Autotutela -> superior pode anular o ato do subordinado, a sua revelia, um dos
exemplos de autotutela. A mesma pessoa que fez ou, externamente, o
judiciário também podem anular esse ato.
➔ Poder regulamentar (normativo): a administração pública, na figura do chefe
do poder executivo, tem o poder de regulamentar uma lei.
◆ Decreto regulamentador: art. 84, IV, CRFB/88 (cabe ao presidente da
república) -> não pode alterar em nada o que a lei determinou, ele vai
detalhar o que a lei diz.
● Ultra Legem -> NÃO pode ser. Ou seja, cria direitos e obrigações
para além do que a lei criou.
● Contra legem -> NÃO pode contrariar o que diz a lei
● Citra (abaixo) legem -> NÃO pode regulamentar a lei a menos do
que ela precisa e assim não permitir que ela seja bem aplicada.
◆ Decreto autônomo: art. 84, VI, CRFB/88 [por EC] -> forma de dar mais
autonomia pra o executivo
○ Organização da administração pública ---- não pode
gastar dinheiro
○ Extinção de cargos quando vagos
● Constantemente é usado de maneira equivocada.
◆ Art. 48, XI, CRFB/88 (atribuições do congresso nacional) --- cabe a eles
criar ou extinguir órgãos e ministérios.
Atos administrativos
➔ Podem sofrer controles de legalidade, não controle de mérito, está no art. 5º,
de outro órgão, vide o judiciário. Nenhum conflito de interesses será afastado
do poder judiciário, qualquer um poderá ser trazido a ele. O próprio poder
administrativo faz o controle do mérito, por meio do supervisor, que controla o
trabalho do subordinado.
➔ Elementos dos atos administrativos [CO FI FO MO OB]
◆ Competência (art. 11)
● Ela é irrenunciável.
● As exceções à regra acima são a avocação (quando um superior
hierárquico, traz para si a prática de um ato de um subordinado)
e delegação.
● O ato é viciado quando alguém não tem competência e mesmo
assim pratica o ato.
◆ Finalidade
● Desvio de finalidade é uma modalidade de desvio de poder, ou
seja, quando o agente público não almeja o interesse público,
apenas o privado.
◆ Forma (art. 22)
● Não tem forma específica, a não ser quando tem (em lei, claro).
● Só pode praticar ato no horário de funcionamento da repartição.
◆ Motivo
● De fato -> as circunstâncias que levaram à prática daquele ato,
de fato, é o motivo mesmo que levou a prática daquele ato. É
causa do ato.
○ Tem divergência doutrinária se todos os atos
administrativos tem que ter uma fundamentação, um
motivo. A maioria da doutrina acha que o ato tem que
ser motivado. O que mais cai é a teoria dos motivos
determinantes.
○ Essa teoria fala que nem todo ato tem que ser motivado,
ex.: uma exoneração não precisa ter justificativa. No
entanto, se se decide motivar um ato administrativo, a
consequência do ato tem que estar vinculada à
motivação, se não o ato é invalido. Deu justificativa, o
motivo vai ser vinculante.
● De direito -> ato praticado porque estava na lei.
Rio de Janeiro, 28 de junho de 2022
◆ Objeto -> é a consequência jurídica do ato administrativo (normalmente
verbo: autorizar, licenciar, interditar). Ex.: interdição de um
estabelecimento | autorização de funcionamento de um espaço. Ex de
vício -> prefeitura emite autorização para quem tem banca de jogo do
bicho, isso tem vício de objeto.