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IED 1.1
Carla Livramento
Direito UFPE 2022.1
@machadinhastudies
Como utilizar o resumão nos seus estudos de IED?
1. Não substitua a leitura do material bibliográfico pela do resumão, ele deve ser
utilizado como um complemento aos seus estudos, o mesmo foi feito para
sistematizar o conhecimento que eu construí COMENDO os livros passados pelo
professor;
2. Depois de ver o assunto na aula, dê uma lida rápida só para fixar os assuntos,
ajuda muito!
3. Dica de amiga: releia as primeiras leituras depois de um tempinho, na metade da
unidade, desse jeito você entenderá melhor porque já terá mais maturidade e
repertório.
Exemplo: o conceito de DIREITO é pouco preciso porque muitos objetos se adequam a ele, ou
seja, é muito extenso.
Estrutura da definição:
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- Real: refere-se à essência mesma do objeto jurídico.
- O conceito de direito deve ser procurado naqueles aspectos que permanecem ao longo
da mutabilidade.
1. Religião
2. Moral
3. Usos sociais
4. Direito
A doutrina jurídica se esforça para separar o direito das demais ordens normativas:
Caráter empírico
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- Direito pressupõe uma estrutura de poder;
- Para que o ser humano possa se perguntar sobre o direito, é indispensável que este lhe
seja positivamente revelado em fatos;
- A norma jurídica não espelha a realidade jurídica.
Caráter analítico
Caráter hermenêutico
Fonte: Introdução ao Estudo do Direito: técnica, decisão, dominação (Tercio Sampaio Ferraz Jr.)
Conceito de Direito
1. Muito genéricas;
2. Muito circunstanciais (limitantes).
Ex. 1: Direito é a intenção firme e constante de dar a cada um o que é seu, não lesar os outros,
realizar a justiça.
Ex. 2: Direito é o conjunto das regras dotadas de coatividade e emanadas do poder constituído.
Essa definição descarta quaisquer direitos não relacionados ao poder (na nossa sociedade,
geralmente relacionados à figura do Estado).
Filosofia Analítica
- A relação da língua com a realidade é definida arbitrariamente pelos homens, pois esta é
vista apenas como um sistema de signos.
- Essa corrente leva em consideração o uso (social ou técnico) dos conceitos, ou seja,
atém-se aos critérios vigentes no uso comum de uma palavra.
Convencionalistas
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- Os homens se comunicam, quer queiram, quer não. (Comunicar pode se dar até por meio
do “não comunicar”, pois até isso diz algo.
- A descrição da realidade depende da linguagem usada.
- Propõe-se a investigar quais os usos linguísticos das palavras.
OBS.: as duas últimas não são julgadas pelo critério de VERDADE, mas pelo de
FUNCIONALIDADE
1. Sintática;
2. Semântica;
3. Pragmática.
- Já que o direito é o objeto de estudo do jurista, ele acaba sendo um RESULTADO que só
existe e se realiza numa PRÁTICA INTERPRETATIVA, ou seja, suas definições são todas
redefinições.
- A zetética jurídica serve para saber O QUE É o Direito puramente por isso, sem
necessariamente buscar orientar a ação enquanto prescrita.
Enfoque dogmático: releva o fato de opinar e ressalva algumas opiniões, ou seja, admite a
existência de pontos de partida inevitáveis (função diretiva explícita).
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O Conceito de Direito- Herbert Hart
“É interessante que praticamente todas as pessoas consigam dar um exemplo do Direito e tantas
ainda reúnam esforços para entender o significado real do termo.”
Definição:
“Um traçado de linhas ou de distinção entre uma espécie de coisa e outra, as quais a linguagem
delimita por palavras distintas.”
Também pode ser definida como algo meramente verbal, ou seja, relativo somente à palavra.
Porque não há uma categoria geral bem conhecida da qual o direito seja membro, ou seja, é
difícil distinguí-lo por não ser possível categorizá-lo.
Tipos de Normas
Dicotomias
Capítulo 6- Ética e Retórica (João Maurício Adeodato)
Dicotomia Jusnaturalismo/Juspositivismo
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Conceituando o Direito Natural: é como se houvesse uma ordem jurídica além da efetiva (real)
que é metaforicamente designada “natural”, ou seja maior ou anterior ao direito dos homens, ela
é entendida pelos defensores dessa corrente como a ordem jurídica verdadeiramente justa, que
deve ser adotada por todos.
Fase da indiferenciação
Fase inicial das relações entre direito natural e positivo, na qual não há consciência de uma
separação entre o direito que efetivamente acontece na comunidade e o direito criado pela
natureza.
Fase Irracionalista
Jusnaturalismo inicial da Igreja, quando esta ainda lutava para firmar sua ortodoxia e seu papel
na interpretação do Direito divino (e a transposição desta para o direito positivo) ainda não
estavam bem definidos.
Jusnaturalismo teológico
Distinção entre LEI ETERNA (permanece intangível para o mundo), LEI NATURAL, fonte para a
elaboração da LEI HUMANA, que só se pode descobrir através da Santa Igreja.
Jusnaturalismo antropológico
Passagem do jusnaturalismo teológico para um mais racional, por conta das ideias de
democratização do saber defendida pelos reformistas. (A diferenciação entre moral e religião é
posterior). A partir dele, a razão passa de meio para conhecer o direito emanado da divindade
para fonte do direito.
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Prega que um direito justo nem sempre está de acordo com a vontade da maioria, além de
defender que há uma ordem jurídica justa que não se confunde com o direito efetivamente
estabelecido.
Nem sempre a maioria tem razão (contraria um dos maiores preceitos do juspositivismo, que é a
regra da maioria).
Jusnaturalismo democrático
Representa uma passagem para o juspositivismo à medida que não tem nenhum conteúdo
definido e já defende que o que a maioria define é legítimo.
Juspositivismo
Positivismo jurídico
- Caracteriza-se por aceitar que o direito resulta de um ato de poder competente, nele o
direito é AUTORREFERENTE, PROCEDIMENTAL e IRRACIONAL.
- Nega que os conteúdos éticos estejam fixados por uma instância natural;
- Busca apresentar o Direito como uma ciência ao privilegiar seus aspectos técnicos;
- Estabelece ações que podem ser cumpridas de qualquer modo, mas uma vez reguladas
pela lei, importam (tornam-se corretas e necessárias).
OBS.: o direito positivado garante a segurança das expectativas por intermédio da coercitividade
das normas estatais, mas também demanda legitimidade.
● Estabelece uma divisão ao mesmo tempo total e que admite divisões secundárias.
1. Universalidade/Particularidade
2. Imutabilidade/Mutabilidade
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3. Razão própria/Vontade alheia
4. Aquilo que é bom/Aquilo que é lei
Direito Subjetivo no Jusnaturalismo: o ser humano tem certos direitos subjetivos pelo simples
fato de ser humano.
Ex.: só se pode falar em proteção do sujeito se houver o direito objetivo, mas este só sem
sentido se concede direitos subjetivos e deveres correspondentes.
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Por que o Direito não é um interesse protegido nem uma vontade reconhecida?
- Para Kelsen, admitir que o direito existe por conta de interesse é uma inverdade porque
admite que deve haver certo interesse concreto por determinadas condutas.
- Pode-se ter um direito a certa conduta sem que se tenha interesse por ela, bem como
pode haver interesses sem que haja o direito.
Direito Liberal
Direitos Difusos
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- Constitucionais quanto à matéria;
- Pertencem a toda a comunidade e pretendem validade transnacional, pois seriam
oponíveis entre os Estados.
Direitos Individuais
Direitos Fundamentais
Visão formalista: tende a pensar que todo direito protegido pela Constituição é fundamental.
Visão Material: dá mais importância ética a certos direitos (estão acima da positivação
constituinte originária).
Remédios Constitucionais: Garantias que visam corrigir distorções provocadas por normas ou
atos do poder público.
Hannah Arendt em sua obra “A Condição Humana”, diferencia a esfera pública da esfera privada.
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Esfera privada Esfera pública
Casa Cidade
Estado→ Surge como um artifício que guarda perante os indivíduos uma relação de comando
supremo.
- Estabelece uma diferença entre poder soberano/sua esfera e poder dos indivíduos/suas
relações.
Teorias do Interesse
- Veem nas relações do direito público o império do Estado, que é superior ao direito
privado e estabelece um monopólio da força.
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A Soberania é a lei → Lei encarna a vontade social → A vontade social concede ao Estado
apetência para editar os atos soberanos.
Princípio da Discricionariedade
↪ Capacidade de
estabelecer normas conforme seus interesses.
Obs.: a distinção entre direito público e direito privado permanece porque é útil
dogmaticamente.
Autonomia Soberania
Liberdade Discricionariedade
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Cap. 7- A Retórica Constitucional (João Maurício Adeodato)
Escolas do Juspositivismo
- Limita o ativismo jurídico (o aplicador da lei deve respeitar fielmente o que está nela
disposto, pois a vontade do legislador é soberana).
Normativismo
- Positivistas que criticam o legalismo advogam a tese do texto da lei como moldura de
várias decisões.
- Defendem a necessidade de interpretação
Realismo
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- O conhecimento da ciência do direito vem de uma compreensão dialética entre a norma
e o fato.
- Busca a realidade efetiva sobre a qual se apoia e dimana o direito, e não a realidade
sonhada ou ideal.
Realismo estadunidense
Obs.: a escola realista difere da exegética pois dá importância à decisão do aplicador da norma
ao invés de só ao legislador.
Karl N. Llewellyn
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↪ Podem ser obsoletas ou simplesmente difíceis de aplicar em certos
contextos.
- Primeiro vem a interpretação do juiz, depois ele busca uma justificativa na norma.
- A sociologia jurídica é o único fundamento científico para a ciência do direito.
Realismo Escandinavo
O realismo escandinavo tira o foco da decisão judicial e coloca no comportamento das pessoas.
Assim, pode-se dizer que ele se preocupa com a efetividade das normas jurídicas: o direito seria
aquilo que é observado na prática, e normas jurídicas seriam aquelas capazes de condicionar o
comportamento das pessoas.
“O direito é um fato social que compreende dois aspectos: a ação e a norma” - Maria Helena
Diniz no livro COMPÊNDIO DE INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO
Alf Ross
Validade
Tipos de validade
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↪Validade ética (fundamento)
Obs.: quando uma regra de direito obedece a esses três requisitos, pode-se dizer que ela tem
condições de vigência.
Norma Vigência
Valor Fundamento
Fato Eficácia
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Hans Kelsen
↪ Uma norma inferior só será válida se for fundada em uma superior, que
revela o órgão e o processo legitimadores de sua elaboração.
- A validade da norma independe do ato volitivo de seu elaborador, que é somente uma
condição de existência.
- Para ser válida, a norma precisa estar integrada no ordenamento, retirando sua validade
de outras normas que condicionam a competência ou determinam os fins.
Eficácia→ Qualidade da norma que se refere a sua adequação em vista da relação concreta de
efeitos.
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Eficácia fática→ Quando há condições técnicas de atuação.
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