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Revisão de IED – A1

1. Conceito básico de Direito no Brasil: um conjunto de normas aprovadas pelo


Estado, seguindo os parâmetros definidos na Constituição de 1988 e que são
obrigatórios para todos.

2. Teoria Tridimensional [Miguel Reale]:

 O Direito é Fato – Poder – Norma.

 Axiologia – Valores  Dogmática – Normas  Epistemologia – Ciência.

3. Texto “A sociedade e o Direito”:

 Sociologia do Direito: a sociedade e o Direito e o Direito como fato social.

 Sociologia Genética do Direito: estuda a atuação da sociedade sobre o Direito


(influência dos diversos fatores sociais na formação do Direito) e a atuação do
Direito sobre a sociedade (influência do Direito sobre os diversos setores da vida
social).

 A influência da sociedade sobre o Direito: estudo do Direito como produto dos


processos sociais. O Direito é o resultado de um complexo de fatores, valores e
interações sociais, e é também um setor de realidade social. O Direito como
setor da realidade social emana da sociedade sob múltiplos aspectos:

a) Como resultado do Poder Social;

b) Como reflexo dos objetivos, valores e necessidades históricos;

c) Como manifestação ou efeito de fatores sociais: históricos, geográficos,


técnicos, econômicos, culturais, psicológicos, morais e religiosos, etc.
d) Em suma, o Direito emana: Poder Social – Valores Sociais – Fatores Sociais.

 A influência da sociedade sobre o Direito: o Direito é um importante


instrumento de controle social (controle formal).

a) Controle social formal: é integrado pelos processos de criminalização primária,


secundária e terciária exercido pelos poderes (Legislativo, Judiciário e o
Executivo) e os órgãos a eles vinculados.

b) Controle social informal: atua ao lado do formal, surge por meio da ordem
social, das próprias estruturas sociais existentes.

O Direito é o mais qualificado instrumento de controle e transformação social,


porque é detentor do poder de coação (norma jurídica + força policial). As normas
atuam poderosamente sobre a conduta dos membros da sociedade. O Direito
também é produtor de condutas sociais.

Vigência e Eficácia: o Direito como meio de controle social formal exterioriza-se a


partir do momento em que uma norma jurídica entra em vigor (atua na sociedade).
A validade da norma de direito pode ser vista sob três aspectos:

a) Validade formal ou técnico-jurídica: vigência = entrada em vigor/automática.

b) Validade social: eficácia ou efetividade = aplicação efetiva/conduta da


sociedade;

c) Validade ética: fundamento.

Em suma, uma norma que não é respeitada e cumprida pode não ter vigência,
mas não terá eficácia. Assim, a inadequação do preceito legal à realidade social
produz seu desuso.
Funções da Norma Jurídica: Ordenadora – Educativa –
Conservadora/Mantenedora – Transformadora/Promocional.

a) Exemplo de função mantenedora: direito à vida (sempre existiu e o jurídico


mantém).

b) Exemplo de função promocional: direito do consumidor (mudanças na relação


de consumo).

O Direito pode ser encarado sob duas perspectivas diferentes:

a) Elemento de conservação das estruturas sociais;

b) Instrumento de promoção das transformações institucionais da sociedade.

O Direito só pode ser imaginado em função do homem vivendo em sociedade. A


vida em sociedade pressupõe a existência de normas reguladoras das relações entre
os homens, que eles mesmos julguem obrigatórias (organização social).

4. Texto “Introdução ao Estudo do Direito”:

 Sede de saber: inato ao homem (própria condição humana).

 Conhecimento: relação do sujeito cognoscente (o ser pensante) com o objeto


cognoscível (o conhecimento em si).

 Graus do Conhecimento:

a) Saber Vulgar: popular, de 1° grau, casual, ametódico e assistemático, não


unificado.

b) Saber Científico: estabelecido em razão de causas e consequências, de 2° grau,


causal, metódico e sistemático, parcialmente unificado e particularizante.
c) Saber Filosófico: a mais elevada expressão da necessidade do saber. De 3°
grau, metódico, sistemático, unificado, totalizador e universalizante. Seus
objetivos são a busca das causas e dos supremos princípios de todas as coisas,
fatos e fenômenos do Universo; a crítica, a unificação e a universalização do
próprio conhecimento científico.

5. Texto 2 “Introdução ao Estudo do Direito”:

 O que é o Direito segundo André Franco Montoro: é um conjunto constituído


por 5 dimensões fundamentais: Fato – Valor – Norma – Ciência – Poder.

a) Fato: o Direito tem origem na sociedade e é investigado pela Sociologia


Jurídica.

b) Valor: o Direito se nos apresenta como ideal, ocupando a parte objetiva da Ética
e é enfocado na Axiologia Jurídica.

c) Norma: o Direito é um conjunto de regras coativas, postas e impostas pelo


Estado graças ao poder de polícia, segundo a Dogmática Jurídica.

d) Ciência: o Direito é um tipo de conhecimento conceitual, apto a ser transmitido


e assimilado metódica e sistematicamente, estudado pela Epistemologia Jurídica.

e) Poder: o Direito é uma Faculdade Jurídica que a lei dá a alguém, denominado


sujeito de direito, para fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

 Acepções da palavra “direito”:

a) O direito não permite duelo – Norma.


b) O Estado tem o direito de legislar – Poder (agir, prerrogativa).
c) A educação é direito da criança – Valor (valor do justo, devido a alguém).
d) Cabe ao direito estudar a criminalidade – Ciência.
e) O direito constitui um setor da vida social – Fato.
6. Texto “Graus do Conhecimento Jurídico”:

a) Saber Jurídico Vulgar: quando entramos em contato com o Direito, de forma


espontânea, cotidiana, ao sermos envolvidos pelas normas jurídicas, em casos
particulares que nos dizem respeito. É um conhecimento despido de método e
incapaz de gerar um sistema, de primeiro grau e casual.

b) Saber Jurídico Científico: saber especializado que adquirimos através de uma


investigação sobre o quê e sobre o como de alguma faceta particular do Direito.
É um conhecimento jurídico de segundo grau, causal, metódico, sistemático e
fragmentado.

c) Saber Jurídico Filosófico: refere-se à natureza, ao por que e ao para quê do


fenômeno jurídico. Tem como objetivo criticar, unificar e universalizar os
dispersos conhecimentos científicos do Direito. É um saber jurídico de terceiro
grau, causal, metódico, sistemático e englobante.

*Causal: causa e consequência.

7. Texto “Definições e Acepções da palavra direito”:

 As dificuldades em conceituar o Direito estão ligadas a dois motivos básicos. A


primeira dificuldade se refere a pratica de se examinar diretamente o tema de
definição, sem que antes se proceda ao exame dos diversos sentidos que o
termo se encerra. Por outro lado, as definições sofrem a influência das
inclinações do jurista. Em lógica, o vocábulo do Direito é classificado como
termo análogo ou analógico, pelo fato de possuir vários significados, que se
diferenciam e possuem nexos. Com esse vocábulo, fazemos alusão tanto ao
Direito Positivo (posto/Estado), quanto ao Direito Natural
(nascença/existência). Devem-se dar tantas definições quantos os sentidos do
vocábulo ao Direito.

 Definições Nominais: procuram expressar o significado da palavra em função


do nome do objeto, dividem-se em etimológicas e semânticas.
a) Conceito e Definição: para elaborar a definição do Direito, primeiramente,
devemos alcançar o seu conceito, representá-lo intelectualmente. A definição é
arte de exteriorização do conceito, que segue método de exposição. Ela se revela
uma atividade de finalização, quando o sujeito cognoscente já conhece o objeto.
Somente podemos definir o que realmente conhecemos. O conceito de Direito
passa por um processo evolutivo, que vai do saber vulgar até o filosófico.

b) Finalidade Teórica e Prática: o conceito de Direito é de suma importância para


a teoria e para a prática, que envolvem a interpretação das regras jurídicas e sua
aplicação aos casos concretos. Ao cultor do Direito assume caráter fundamental,
diante de certas questões o jurista deve buscar no próprio conceito de
justo/justiça o grande referencial que lhe proporcionará encaminhamento das
soluções buscadas.

c) Definição Etimológica: explica a origem do vocábulo, a sua genealogia. A


palavra Direito é oriunda do adjetivo latino directus.

d) Definição Semântica: é a parte da gramática que registra os diferentes sentidos


que a palavra alcança em seu desenvolvimento. A palavra Direito, desde sua
formação, até o presente, passou por vários significados. Primeiramente,
conforme a reta, sucessivamente, conforme a lei.

A definição nominal, a par de algumas contribuições que oferece, não pode ser
indicada como fator decisivo à formação do conhecimento científico. Não é a mais
adequada para a ciência.

 Definições Reais ou Lógicas: definir implica delimitar, assinalar as notas mais


gerais e específicas do objeto, a fim de distingui-lo de qualquer outro. É uma
necessidade de ordem e de firmeza dos conhecimentos, é indispensável à
organização das ciências.
Técnica das definições reais: exige a escolha de um método adequado. Para se
atender aos pressupostos da lógica formal, a definição deverá apontar o gênero
próximo e a diferença específica.

a) Gênero próximo: deve apresentar as notas que são comuns às diversas espécies
que compõe um gênero.

b) Diferença específica: deve fornecer o traço peculiar, exclusivo, que vai


distinguir o objeto definido das demais espécies.

Em relação ao Direito, o gênero próximo de sua definição é constituído pelo


núcleo comum aos diferentes instrumentos de controle social: Direito, Moral,
Regras de Trato Social e Religião. Já a diferença específica deve apontar a
característica que somente o Direito possui e que o separa dos demais processos
de conduta social.

Exemplo: Na definição [O Direito é um conhecimento metódico e sistemático]¹,


[que tem por objeto de investigação o fenômeno jurídico]². 1 é o gênero próximo por
ter citado duas características que são comuns à outras ciências (método e sistema).
2 é diferença específica porque cita o fenômeno jurídico como objeto de
investigação do Direito e esse é seu traço exclusivo, o que o difere das demais
ciências.

Vocábulo do ponto de vista objetivo: Direito é um conjunto de normas de conduta


sócia, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo
os critérios de justiça. Decompondo em partes, vamos encontrar:

a) Conjunto de normas de conduta social: é o gênero próximo. As normas


definem os procedimentos a serem adotados pelos destinatários do Direito.
Fixam pautas de comportamento social, estabelecem limites de liberdade para os
homens em sociedade – licito e ilícito. A conduta exigida não alcança o homem
na sua intimidade, pois este âmbito é reservado à moral e à religião. O Direito
sem efetividade é letra morta, que existe apenas formalmente.
b) Imposto coercitivamente pelo Estado: é a diferença específica. Entres as
diversas normas, apenas as jurídicas requerem a participação do Estado, este
deve estar devidamente estruturado com os poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário. Ao Estado compete estabelecer o elenco das fontes formais e sua
hierarquia. Na dependência dos critérios adotados pelo sistema jurídico do
Estado, os costumes e as decisões uniformes dos tribunais podem figurar, ao
lado da lei, como elementos fontais. Quando não há espontânea adesão aos
preceitos legais, existe a necessidade do Direito ser dotado de mecanismos de
coerção. A coercitividade, a cargo do Estado, é uma reserva de forca que exerce
intimidação sobre os destinatários das normas jurídicas.

c) Para a realização da segurança segundo os critérios de justiça: o aparato


legal deve ser considerado como instrumento, meio, recurso, colocado em
função do bem-estar da sociedade. A justiça é a causa final do Direito, a sua
razão de ser. A justiça pressupõe organização, ordem jurídica bem definida e a
garantia de respeito ao patrimônio jurídico dos cidadãos. Pressupõe a segurança
jurídica. A justiça é a constante e permanente vontade de dar a cada um o seu
direito.

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