Você está na página 1de 12

Anotações sobre Instituições Jurídicas

Anotações dos Monitores: João Paulo Miranda e Rute Caroline Moraes

Por favor, para o bem coletivo e de convívio, não copiem as frases dessas
anotações para futuras provas. Caso usem as anotações copiadas nas provas
de Instituições Jurídicas, será contabilizado como plágio, portanto, tomem
cuidado no instante em que usarem as anotações como base para o
entendimento de vocês.
Plágio é crime e pode acarretar na expulsão de alunos.

POR QUE ESTUDAR O DIREITO?

Tal texto traz uma lógica em cima de quais são os problemas com os juristas e as
suas visões.

Um desses grandes problemas está em cima da falta de interdisciplinaridade e uma


falta de atualização social, retirando o jurista do mundo moderno e das pessoas
modernas. Isso cria uma rigidez no jurista, que para de ter uma visão de mundo
extensa, formando um número de pessoas conservadoras e tradicionalistas, não
necessariamente no ramo político, mas principalmente na interpretação do mundo.

Essa rigidez também afeta a capacidade de interpretação da lei. As regras jurídicas


necessariamente são compreendidas mediante a linguagem, abrindo espaço para a
interpretação e até a reconstrução da lei. Por mais que a língua seja inexata, ela
ainda é capaz de transmitir ideias e noções de forma efetiva, fazendo com que não
necessariamente tudo na constituição seja passível de interpretação.

Problema na falta de interpretação das normas jurídicas, sem fugir das bases do
direito e do que está posto como norma é a falta de coerência com a realidade
política e socioeconômica do tempo em questão.
Visualize. No código civil: "aquele que causa dano deve ser responsabilizado". Isto é
o congresso nacional dando regras do que é direito civil e a interpretação diante das
regras.

***O Direito é uma prática social e pode ser usado por diferentes ciências.

Distinção de direito positivo e direito natural: O primeiro é o direito posto em


regras burocráticas para convívio em sociedade, como por exemplo o código civil.
Já o segundo é atemporal, imutável, superior a normas, é o direito que temos ao
nascer.
Lyra Filho ressalta que a visão jurídica apenas com o direito positivo é falha e não
volátil a situações, tendo que ser aliado ao direito natural.
O direito não está somente nas normas escritas, interessa-nos com os padrões
objetivos do direito interno. Há, por isso, uma busca da compreensão dos padrões
objetivos do direito interno. O direito tem seu papel de ser a justiça social militante.
Uma atuação social com foco em liberdade individual, liberdade jurídica,
emancipação social. Lyra filho está preocupado em definir qual é o papel do direito
para com a sociedade.
Esse potencial emancipatório e transformador do mundo vem dos processos sociais
dentro das instituições (formas de influência e dominação, instituições sociais).
Não se compromete com o status quo (o que está estabelecido), mas tenta extrair a
liberdade jurídica com base nas interpretações das normas.
Conselhos:
● Verdade relativa sem relativismo ( a verdade das proposições do direito
depende do contexto e da prática, mas não é de todo fora do molde, deve-se
compreender o contexto histórico e valores atemporais que pairam diante de
uma sociedade, por aspecto cultural ou histórico. A verdade e a afirmação de
uma situação depende o contexto histórico, passado e presente)
● Contextualização histórica (nenhuma sociedade se encontra longe das
consequências históricas.
● Direito não é neutro (nenhuma norma é neutra, é um produto político e a
regra favorece ou desfavorece alguém, tomando partido. Ex: Quando diz
"aquele que faz mal deve ser indenizado" favorece quem teve malefício
contra ele.

DIREITO OBJETIVO

O direito objetivo se caracteriza pelas normas culturais, sociais e definições


estáticas do momento histórico oferecido. Essas regras são determinadas através
de normas de instituições normativas. Normas jurídicas que procuram regulamentar
o comportamento humano que pode acarretar, caso descumprimento, em sanção
estatal ou punição, consequência jurídica. São editados por autoridades
competentes sociais.
Para Platão, o Estado deve se figurar diante de três categorias de pessoas: os que
desejam, os corajosos e os que são movidos pela razão.
O povo, concentrado na classe inferior, é o tipo movido ao desejo. Os corajosos são
os militares. A pessoa movida pela razão é o filósofo, classe mais alta da sociedade.
Lugar onde desvenda as normas sociais, obtêm o dom da razão e a disposição e
habilidade para governabilidade da sociedade. O direito abstraído desta visão
social, corresponde-se a designação social da natureza humana de cada indivíduo
na sociedade, ou seja, sua função social. Direito é dar o correspondente a sua
função social.

Paralelamente, Aristóteles classificou o Estado como provedor do Direito e o


ressaltou como justo quando protege dos interesses gerais, na tentativa de igualar o
tratamento. Existem diversas igualdades, entre elas estão a igualdade aritmética e a
igualdade geométrica. A primeira a justiça comutativa, já a segunda a justiça
distributiva. O tratamento justo do Estado, trata o indivíduo igual diante da posição
igual dos outros.
O direito aritmético é relação de justiça um por um. O direito distributivo é em uma
proporcionalidade, com critérios individuais e personalizados. Por isso, o resultado
do direito distributivo é a desigualdade social, correspondente a posição ao seu
método e valor. Já o direito aritmético pode prover a igualdade social.

Os Estóicos conduzem o direito à definição de natureza, dela derivam as regras


independente das condições sociais e individuais. Esse direito totalitário é
impensável de fuga, visto que todos convivem com a natureza. As regras são
deduzidas da natureza e todos, inclusive, o Estado está condicionado a ela.

Ulpiano, direito romano, introduz o direito para todos. Sem personalização.


Celso, contraponto, também no direito romano, classifica o direito como arte,
moldável à situações diversas, justo e que mapeia sua origem social. Marcando o
início dos direitos civis (ius civile).

Tomás de Aquino, italiano, o direito deriva da boa razão com olhos no bem da
comunidade, com a lei eterna e divina, o direito deverá ser provido pelo Monarca. O
príncipe tem a obrigação de conhecer as leis eternas (ex: Bíblia) e praticar diante da
sua comunidade.

O desafio inicial. Art 1. 1997 {código civil}


As normas jurídicas não são dotadas de clareza. O direito pode ser visto pela
justiça, como dever (o que se pode fazer - direito subjetivo). Os direitos que podem
se contrapor com deveres.
Também há a visão do direito de normas jurídicas que procuram regulamentar o
comportamento, editadas por autoridades competentes e cujo descumprimento
acarreta em sanção estatal.
Direito Objetivo: Se assemelha ao direito positivo, no entanto, com a visão de
compreensão social.

Convergências e divergências entre as definições de direito.


Convergências/ semelhante:
● Direito positivo não é atemporal e varia historicamente
● Direito como dever ser social (normas sociais); composto por normas
jurídicas (sociais)
● Direito e coação (se houver descumprimento da norma jurídica, pode-se usar
a força ou ameaça de um mal como sanção).

Divergências:
● Carga emotiva (ex. definição do direito). Defesa apologética do direito; visão
ingênua do direito; empática demais
● Abordagem crítica (cabíveis a visões apáticas demais para conceber o
direito)
A leitura intrinsecamente problemática do direito, não visualiza a visão
emancipatória do direito e nem uma visão crítica justa, pois se torna muito
enviesada.
● Abordagem Neutra
Compreender as características do direito objetivo e, depois disso, criticar.

DEFINIÇÃO NORMATIVA DO DIREITO


Normas que objetivamente regulamentam o comportamento social.
● Autoridades
● Escritas
● Públicas
● Instituições sociais
● Eficácia
● Coercibilidade
● Vinculantes

**Importante serem colocadas por autoridades para não duvidar da


originalidade, precisam estar escritas e públicas para fácil consulta.
**Com a coercibilidade, é possível punir ou agredir ao descumprimento das
normas jurídicas.
**Dimoulis assume que existem diferentes esferas para conter as normas que
compõem as normas jurídicas.
**Como identificar validamente as normas jurídicas (normas do direito), precisa
estar em uma esfera de identificação ( idealidade ou legitimidade)- que
representa o querer ser do direito;
**Interesse é valorar (bom ou ruim); é denominado a esfera do "querer ser''.
O querer ser são ideologias e valores pessoais ou de grupos que motivam suas
ações. Quando um indivíduo não tem o “querer ser” diante de uma lei, é
preciso exercer coerção para se cumprir o “dever ser”.
**3 esferas: esfera da validade; esfera da idealidade (relação de aceitação da
validade). Identifico que uma norma jurídica é válida e aceito o modo de
composição dela. A última é esfera da esfera jurídica e “dever ser” social; tenta
relacionar a norma jurídica com o cumprimento ou descumprimento
(efetividade das normas jurídicas, se são ou não seguidas).

RADBRUCH
A virada kantiana defendia a norma jurídica sem a obrigação com seus critérios
formais de realidade.
Radbruch adotava o conceito que dividia o direito e a moralidade;
Essa é a visão de Radbruch antes da segunda guerra mundial, no entanto, depois
do ordenamento nazista, todo livro dele de direito dirá se a norma jurídica é verídica.
Radbruch com a sua posição de que as normas jurídicas são normas transcritas
sem questionamentos. O direito não apenas está preocupado em identificar critérios
formais das normas jurídicas.
Antes buscava características formais que validassem as normas jurídicas, não se
preocupando com o conteúdo. Mudando de posição, coloca os três valores em que
o direito segue:
● Justiça
● Segurança jurídica (autenticidade)
● Bem comum
O direito estabelece maneiras de conduzir a vida.

A fórmula de RADBRUCH:

Apenas a justiça extrema justifica o descumprimento da norma jurídica.


Quando há uma justiça extrema ela inválida a norma jurídica (mesmo que validado
pela forma), porque o direito serve a justiça).
Direito extremamente injusto não é direito válido.

VIRADA KANTIANA
Kant- IDEIA DE QUE ORDENAMENTOS JURÍDICOS EXISTEM PARA GARANTIR
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

Radbruch passa a relacionar o direito com a moralidade e justiça.

ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA:
Voltada para os princípios constitucionais, mantendo a razoabilidade jurídica no
argumento.

SHECAIRA E STRUCHINER

Distinção entre direito e moral:


● Argumentação - razões para a conclusão
● Distinção como sinônimo de mérito.
Bons motivos morais para separar a argumentação do direito e da moral.

A argumentação é apresentar razões para uma conclusão. AS RAZÕES PODEM


SER TEÓRICAS (OU ESPECULATIVAS) e PRÁTICAS.
A ARGUMENTAÇÃO TEÓRICA FALA SOBRE OS FATOS

Um exemplo tradicional de argumentação é o silogismo (premissa maior, premissa


menor e conclusão) e apresenta conclusão descritiva.
Ex: Todo homem é mortal (geral)
Sócrates é um homem (específico)
Logo, Sócrates é mortal.
A argumentação jurídica nem sempre é teórica; em maioria é prática com
conclusões NORMATIVAS (ou seja, prescritivas). Como as coisas devem ser e não
como são.

ARGUMENTAÇÃO PRÁTICA:
Premissa maior: todo aquele que possui veículo automotor deve pagar um IPVA.

Premissa Menor: Franklin possui Fiat 147

Conclusão: Logo, deve pagar IPVA.

Formulando uma concepção prescritiva - norma).


A argumentação prática pode ser pura ou institucional.
*Pura: Apela livremente para razões filosóficas, políticas, morais, religiosas e outras.
Voltadas às consequências das decisões e se os motivos para a ação é certo ou
errado (Deontológica)

A Institucional: é uma espécie de argumentação prática e restringe as regras e


procedimentos previamente estabelecidos. É um direito no caso central.

A moralidade é argumentação prática pura, o dever ser consequencialista


deontológico.
O direito se restringe à prática institucional (regras). No entanto, pelas regras
estabelecerem-se em vocabulários, deixa de ser institucional nos princípios
constitucionais, se aproximando da moral (prática pura).

A distinção moral do direito:


● Segurança jurídica
● Eficiência
● Estado de direito
● Diminui erros
Quanto mais princípio, mais margem de interpretação e maior poder aos juízes.
Então, quanto menos princípios menos espaços para erros (baixa margem de
erros se tiver mais regras e menos princípios morais).
A DISTINÇÃO ENTRE MORAL E DIREITO E A DISTINÇÃO MORAL DO DIREITO
(SHECAIRA E STRUCHINER)
Distinção entre direito e moral:
● Argumentação do direito é predominantemente institucional (regras),
pontuando como um aspecto positivo. O uso de regras e características
pré-estabelecidas, garantem uma isonomia, uma lei neutra que, deveria,
enxergar todos igualmente.
● A prática do direito se organiza de acordo com a argumentação do direito,
sendo a argumentação predominantemente institucional.
● O argumento moral não pode ultrapassar o direito. Não posso agir pelo lado
que quero favorecer, precisa seguir as regras pré- estabelecidas institucionais
da área. A argumentação prática e quando estamos falando de normas
jurídicas.
● A argumentação de fatos (teórica) o ser, também é institucional, visto que a
argumentação deve ser nos limites do direito e os fatos devem ser de acordo
com as regras argumentativas jurídicas (direito). Mesmo quando se fala de
fatos, a argumentação também será institucional. Diante dos fatos pode-se
inferir uma narrativa, mas os fatos precisam estar de acordo com as normas
institucionais do direito.

O direito não usa do mesmo discurso da ciência porque o desconsidera, mas por
uma escolha institucional. Cada uma das limitações institucionais precisam fazer
sentido e cabe ao grupo com força para acatar as exigências.
Inferência à melhor explicação: Quando há muitos fatos, faz-se inferência à melhor
explicação, que melhor se alinha aos fatos conhecidos é uma resposta "provável"
indutiva.

Porém, tribunais institucionais barram determinadas ligações como provas.


Provas ilícitas e outras exclusões (provas que não podemos conhecer) são
institucionalmente (normas do direito) garantidas.
Ônus probatório: A quem incumbe provar o que está sendo discutido; o ônus é de
quem alega.
Penal: incumbe à acusação; Direito do Consumidor incumbe ao fornecedor.

Padrões de provas: grau de probabilidade dos fatos; grau de certeza que precisa ter
para que algo seja comprovado no direito.
Grau de certeza ou confiabilidade que precisa ter para ser comprovado no direito.

Fontes do direito: lugares para identificar uma norma jurídica, através de fontes.
Fonte material: Fontes de ordem jurídica, econômica, moral, filosófica que
influenciam a criação de normas jurídicas.
Leis hediondas: crimes com penas diferentes, sua progressão do regime se
configura de maneira e tempo diferentes. São crimes mais graves que são
considerados de maior peso.

Fontes formais: são fontes institucionalmente reconhecidas como oficialmente


geradoras de normas jurídicas. Fontes mais oficiais. As fontes formais são divididas
em obrigatórias e as opcionais. A obrigatória é aquela que necessariamente precisa
ser incluída no processo de identificação da norma jurídica. Sempre é necessário se
fazer menção a ela.

A fonte opcional, também conhecida como doutrina ou literatura, são aquelas


influências de outros detentores das normas jurídicas (professores, juízes..).

Jurisprudência: conjunto de ações reiteradas de um tribunal no mesmo sentido.

BOBBIO: A COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO

O Bobbio tenta sustentar que o ordenamento jurídico não é apenas leis, são
conjunto de normas que presumem-se haver lógica nas normas jurídicas que
compõem os ordenamentos jurídicos. Não um mero conjunto de normas, mas sim
um conjunto de normas sistematizadas, com uma lógica alinhada. Presume então
um princípio de compatibilidade entre as normas e suas relações. Um princípio de
não contradição.

O direito, por ser um sistema, não pode dar ordens distintas. A antinomia é
justamente o conflito de normas jurídicas. O direito vai mostrar critérios de soluções
de antinomias aparentes.
1. Hierárquico (segurança jurídica para averiguação da compatibilidade entre as
normas jurídicas.) Norma jurídica superior revoga norma jurídica inferior, esse
controle nos leva a aceitação das normas da constituição possuem normas
hierárquicas entre constituição e norma civil ( Código Civil CC). Todas as
normas e leis ordinárias devem ser compatíveis com a constituição. Lei
ordinário é um padrão tradicional para se criar leis comuns. Sendo uma lei
comum se inferioriza à constituição.
2. Cronológico (Adequação) A lei mais nova revoga a lei mais velha. O direito é
um controle social e pode se alterar como sociedade. Não se pode entender
como estável, não serviria ao seu propósito de conforto e controle social.
3. Especificidade (Justiça). Lei especial revoga lei geral.

Conflitos aparentes ou solúveis onde há uma contrariedade entre normas podem ser
solucionados pelos critérios tradicionais acima.

Lei nova revoga lei anterior e lei específica revoga lei geral.
É muito comum aplicar mais de um critério para a solução de conflitos da antinomia.
Dois ou mais critérios aplicáveis ao mesmo caso, dando respostas distintas
● 1x 2 - 1 ganha
● 2 x 3 - 3 geralmente ganha
● 1 x 3 - empate

CONTRAMAJORITÁRIO, REPRESENTATIVO E ILUMINISTA (BARROSO)


Constitucionalismo global:
- Patrimônio comum de valores, conceitos e instituições, entre as nações. Se difere da
noção de que cortes globais devam ser as instituições soberanas, preferindo ir na direção
de que se deve buscar entender os conceitos parecidos entre as nações

Aumento da atuação do poder judiciário:


- Judicialização: Diversas questões importantes no quesito moral, político e econômico
estão sendo decididas pelo judiciário.
- Ativismo Judicial: Atitude dos juízes voltada para a interpretação pró-ativa da constituição,
expandindo seu sentido e alcance. Para Barroso, o ativismo pode ser legítimo quando
defende direitos minoritários ou quando adota uma postura progressista e tenta tratar o
maior número de cidadãos com respeito, ou ilegítimo quando se fere os direitos das
pessoas.

A separação entre direito e política pode entrar em conflito com o ativismo judicial já que
direito no ativismo judicial é pró ativo, enquanto, na visão clássica o direito deve ser
separado. Barroso aponta que não se é possível dividi-las na criação da legislação, mas
que na aplicação deve se buscar uma imparcialidade e separação, pois o juiz não tem o
direito de fazer o que elas querem.

Democracias (votos, direitos e razões) -> Papéis de uma corte na democracia:


- Contramajoritário. A defesa dos direitos de grupos minoritários contra a legislação
majoritária.
- Representativo. Legitimação discursiva do tribunal.
- Iluminista. Função de promover avanços sociais que ainda não conquistaram adesão
majoritária, mas que são uma imposição do processo civilizatório. É a tomada de decisão
pela corte baseada na Razão Humanista, empurrando a história no progresso social e na
direção de libertação das pessoas.

O REFORÇO DO PRAGMATISMO NO DIREITO PÚBLICO BRASILEIRO (Jordão)


- Lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro: Alterações (art. 20 e seguintes) ->
aumentar a segurança jurídica, dando o direito de pautar as decisões com provisionalidade,
e aprimorar a gestão pública nacional. Esses artigos têm um princípio anti-idealista,
buscando uma noção mais pragmática. Máxima deste artigo: havendo razoabilidade na
decisão do gestor público, ele não pode ser punido por ter tido uma interpretação divergente
daquela do controlador.
Contra a idealização: fatos (reserva do possível) quanto do direito.
- Contextualização (interpretação e controle): Comando -> instância administrativa (gestão
pública), judicial (poder judiciário) e controladora (órgãos de controle da administração, por
exemplo, Tribunal de Contas da União).
--> Pede que haja uma forte motivação dos atos administrativos.
--> Pedido de empate do controlador.
--> Conduta dos agentes Públicos e do administrativo (PPP, a conduta da pessoa jurídica de
direito privado também pode ser objeto desse controle) serão controladas. Obstáculos e
dificuldades que sejam reais (importância do pedido de empatia).
--> Dificuldade também pode ser jurídica. Nesse caso, para o administrador público, a
sugestão é editar regulamentação (decretos, resoluções) para dar materialidade às normas
jurídicas gerais ou explicar a dúvida jurídica na motivação do ato.
--> Doutrina Chevron (Vem do direito americano) -> se uma lei é ambígua (princípio) ou
silente (não há norma específica) quanto a uma questão específica, deve ao controlador ou
juiz responder se a decisão do gestor público foi baseada em uma interpretação possível do
que é permitido segundo a lei (ou segundo o direito). Passos da doutrina: indeterminação e
ambiguidade normativa: decisão administrativa foi razoável.

- Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública , serão considerados os


obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu
cargo, sem prejuízo dos direitos dos administradores.
--> 1° Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que
houveram impostos, limitado ou condicionado a ação do agente.
-->3° Na aplicação de sanções, serão considerados a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
** Contextualização na aplicação de sanções (penalidades)
** Finalidade dos parágrafos 2° e 3°: Explicitar os critérios para a dosimetria das punições
administrativas.
** Destinatários não apenas os agentes públicos, mas também o privado em parceria com a
administração pública.
**Bis in Idem: expressão latina, que quer dizer duas vezes pelo mesmo fato. Problema a ser
enfrentado é a possibilidade de punir a mesma conduta duas ou mais vezes, o que é um
problema. Havendo bis in idem nesse parágrafo, ele é inconstitucional.
**Nosso ordenamento jurídico permite que a mesma conduta seja fundamento para
responsabilidade administrativa, penal…

A INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE


DIREITO (MENELICK NETTO)

- Constituição como ponte entre direito e política. A constituição serve para que a realidade
não seja falseada e que os juízes não sejam parciais, no entanto, isso faz com que nasçam
um número de paradigmas, com o primeiro sendo que o direito se torna auto referencial. A
lei é o que legitima a lei.
- A interpretação é central no direito moderno.
- Paradigmas de estado:
--> Pré-moderno (Idade Média)
*** Antigo regime: 1° Estado (Clero), 2° Estado (Nobreza), 3° Estado (Burguesia). Não
existe igualdade jurídica, se favorecia as castas maiores.
*** Amálgama de direito, política e religião.

--> Estado de direito (A partir da Revolução Francesa)


*** Consolidação dos estados nacionais (Povo em um território sobre poder soberano).
*** Igualdade formal: "Igual proteção sob o direito". Formalmente todos somos iguais
perante a lei.
***O amálgama deixa de ser onipresente e passa a ser superado, mesmo que seja
lentamente.
*** Direito como sistema de regras gerais abstratas e válidas para todos os membros da
sociedade. Foco no direito privado, o direito que resguarda as liberdades negativas (Não
intervenção estatal), direito à vida, liberdade de locomoção, propriedade privada. Estado
mínimo (policiamento).
*** Direitos fundamentais de primeira geração -> direitos individuais. Liberdades civis, por
exemplo, liberdade de religião, liberdade de expressão, liberdade de pensamento, liberdade
de associação, etc.
Interpretação do direito neste paradigma é essencialmente mecânica, de mera aplicação de
regras ao caso concreto (sem um juízo de adequação ou razoabilidade).
*** Profundas desigualdades sociais levam ao paradigma seguinte.

--> Estado de Bem-Estar Social (A partir do fim da Primeira Guerra Mundial)


*** Não basta a igualdade formal perante a lei. Precisa haver preocupação com a igualdade
também em relação às condições materiais, condições que exigem uma atuação positiva do
estado e não apenas a sua não intervenção.
*** Permitir que o estado e o direito procurem estabelecer a igualdade em relações jurídicas
que são, de fato, desiguais.
*** Igualdade Substantiva
*** Direitos fundamentais de segunda geração -> direitos sociais. Direito do trabalho, direito
previdenciário, acesso à saúde e a educação públicas. Intervenção no sentido de proibir o
tratamento arbitrário.
*** Interpretação do Direito -> intérprete do direito não realiza apenas a atuação mecânica
do direito.

--> Estado democrático de Direito (A partir do Fim da Segunda Guerra Mundial)


*** Países no norte global sofrem de um fortalecimento da democracia, pedindo pela
igualdade de participação política - o cidadão, em algum sentido, deve se sentir também
autor das normas jurídicas que regem sua vida.
*** Direitos Fundamentais de 3° geração -> direitos coletivos (direitos inerentes a grupos
sociais, como direito ambiental, direitos da criança, etc) e direitos de participação política
(procedimental)
*** Igualdade de participação política
*** Terceiro Setor -> Sociedade civil organizada com interesse público. Ex: ONG’s e
Sindicatos. (Estado - interesse público; mercado - sociedade civil com interesse privado)
A partir desse paradigma passa a haver a distinção entre regras e princípios. A partir daqui
é que os princípios passam a ter força normativa (eles realmente são normas jurídicas, eles
nos obrigam, eles não são meras recomendações). Princípio tem uma aplicação diferente
da regra jurídica (tudo ou nada), pois o princípio é aplicado na maior medida possível,
sendo possível o conflito entre princípios, sendo que prevalece um no caso concreto, sem
invalidar o outro princípio.
*** Interpretação da constituição e do direito de modo geral significa um forte dever de
motivação e de um razoável nível de racionalidade discursiva, capaz de justificar a decisão
para os cidadãos de modo geral. Assim teremos um sentimento de constituição e também
caminharemos para um sentimento de um estado democrático de direito.

BOA SORTE, POVO. ESPERAMOS QUE AJUDE, TENTAMOS SINTETIZAR AO


MÁXIMO OS CONCEITOS COMPLEXOS PARA VOCÊS PODEREM ESTUDAR MELHOR.
ESPERAMOS QUE AJUDE. ARRASEM NA MATÉRIA, GALERA!

ARREBENTEM RAPOSAS!

ABRAÇOS,

RUTE CAROLINE E JOÃO PAULO

Você também pode gostar