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DIREITO CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES

Aula 1- Sentidos e Concepções das Constituições e Poder Constituinte


Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Aula 11

Aula 1

E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que


sim, pois a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos
estudar para o 11... não tem essa de se contentar com um 7 não.
É isso aí, vamos lá.

Sentidos (concepções) das Constituições e Poder Constituinte:


Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição",
nós veremos qual a resposta que um monte de gente (filósofos,
juristas...), ao longo da história, deu para a pergunta: o que é na
verdade essa tal de Constituição?
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos,
diversas pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de
que forma esta se relacionaria com a sociedade.
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do
que seria ou do que deveria ser uma Constituição.
Basicamente temos 3 principais doutrinas:

• Sentido sociológico Ferdinand Lassale;


• Sentido político Carl Schimitt;
• Sentido Jurídico Hans Kelsen.

Vocês são capazes de matar um monte


de questão só decorando esse quadrinho acima (um monte
mesmo!!!), e para ajudá-los a gravar:

Pulo do Gato:
• Sentido SocioLógico Ferdinand LaSSaLe;
• Sentido políTico Carl SchimiTT;

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• Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil...


Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo
esse blá-blá-blá, pois será útil no futuro:

Sentido Sociológico:
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta
observar os "fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o
governo, o poder e etc.
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada
mais é do que a forma como a própria sociedade organiza o seu
poder, as relações que estabelece entre governantes e governados e
estes entre si. Desta forma, independente de haver ou não
documento escrito, formalizando a Constituição, a Constituição
existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com efeito,
todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente
falando.
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu
livro “O que é uma Constituição? (A essência da Constituição)”
(1864) que na verdade, a constituição seria um “fato social”, seria
um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade.
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes
impedem a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que
chamada de Constituição, que não tivesse qualquer poder, se
tornando o que chamava de uma mera “folha de papel”.
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A
“folha de papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos
fatores reais de poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que
efetivamente mandava na sociedade.
Assim, como a existência da Constituição independe de
qualquer documento escrito, mas sim, decorre dos eventos
determinantes da sociedade, Lassale dizia que todos os países
possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história
uma constituição real e efetiva.
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido
SocioLógico Lembrou de Ferdinand LaSSaLe.

Sentido Político:
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta:
Você sabe o que é "política"?
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito
bem nos estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se
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preocupe, pois este é um dos institutos de conceito mais vago e


diversificado que existem.
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max
Weber, ao atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição:
Política seria o "conjunto de esforços feitos com vista a
participar do poder ou a influenciar a divisão do poder 1(...)".
Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado
como sendo "a função de coordenar os grupos ou indivíduos,
com em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha
dos meios adequados2".
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta
facilitar a vida de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense
em "organização" e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que
irá organizar alguma coisa (no caso do Estado, organizar seu poder,
sua forma de aquisição e sua transmissão) com fins estratégicos
(visando algo "macro", importante, com "visão de topo" e não
meramente operacional).
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria
pensar a Constituição como o diploma que estabelece as principais
coisas organizatórias do Estado e seus direitos fundamentais.
Qualquer outra coisa que não tiver esse caráter essencial
(organizatório, estratégico) não será político, logo, não será
constituição.
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político"
(1932) era defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é
fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso modo,
significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e
estabelece seus fins essenciais. Assim, só é constitucional aquilo
que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras "leis
constitucionais".
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não
era o importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e
não à sua forma (conceito material de constituição).
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente
abandonado, embasando a divisão doutrinária entre normas
“materialmente constitucionais” (Ou seja, que possuem conteúdo
próprio a uma Constituição) das normas apenas “formalmente
constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de Constituição, porém

1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo :
Saraiva, 2012. Pág. 130.
2
idem.

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possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental que uma


Constituição deveria prever).
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico
lembrou de Carl SchimiTT

Sentido Jurídico:
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que?
Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo...
Algo que está no mundo jurídico é algo que está na lei, está
normatizado. Assim, enxergar a Constituição em sentido jurídico é
vê-la como uma norma, uma lei. Diga-se de passagem, a lei máxima
de um ordenamento jurídico.
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma
grande Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era
defensor do positivismo (o que importa é a norma escrita). Segundo
seus ensinamentos, a Constituição é "norma pura", "puro dever
ser". Isso significa que a Constituição (norma jurídica) tem origem
nela própria, ela é criada baseando-se no que "deve ser" e não no
mundo do "ser". Assim, o surgimento da Constituição não se apóia
em qualquer pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se
uma norma maior, uma norma pura, fundamental.
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans
Kelsen, o que importa para ser Constituição é ter a forma de uma
Constituição (conceito formal de constituição). Um texto que se
coloque acima das demais normas, que só possa modificar-se por um
processo rígido, complexo, e que deverá ser observado por todas as
demais dentro de um ordenamento jurídico.
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2
desdobramentos:
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi
imaginada antes de escrever seu texto.
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si,
positiva, que efetivamente se formou e que servirá de base
para as demais do ordenamento.
Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento
de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão
Konrad Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra".
A Força Normativa da Constituição" (1959), onde resgatou o
pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou - disse que o
pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia pecado em

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ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade.


Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam
reciprocamente influenciadas. Assim, Hesse versava justamente
sobre este caráter impositivo que a Constituição teria de modificar a
realidade social, já que ela seria um documento com força normativa,
uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser ignorada.

Demais juristas e observações:


J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição:
Canotilho dizia que a Constituição deve ser um plano que irá
direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas
programáticas inseridas no seu texto. A CF/88 brasileira é exemplo
de uma Constituição dirigentes, principalmente devido as diversas
normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, além de
limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua
atividade.
Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da
Constituição: Häberle dizia que as Constituições eram muito
fechadas, pois eram interpretadas apenas pelos “intérpretes oficiais”
– Os Juízes. Defendia, então, que todos os agentes que participam da
realidade da Constituição deveriam participar também da
interpretação constitucional.

Quadro Esquemático:
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen
Sentido/ Sentido Sociológico Sentido político Sentido Jurídico
concepção
Dica: LaSSaLe - Dica: SchimiTT -
de
SocioLógico PolíTico
Constituiçã
o
O que dizia: Obra: A Essência da Obra: O conceito Influência na
Constituição - O que político - 1932 Constituição da
é uma Constituição? Áustria - 1920
A constituição é
- 1864.
uma decisão Contemporâneo e
Constituição é um política grande rival de
fato social. fundamental - Schimitt - defendia o
"decisionimo". "positivismo".
Não adianta tentar
colocar uma norma Por decisão política conceito formal de
escrita, pois a fundamental constituição - tudo
constituição entende-se a que está na
escrita = mera decisão base, constituição é capaz
folha de papel a concreta que de se impor sobre o
Constituição é organiza o Estado. resto do ordenamento

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formada pelas Assim, só é jurídico.


"Forças Dominantes constitucional
A constituição tem 2
da Sociedade" = aquilo que
sentidos:
soma dos fatores organiza o Estado
reais de poder. e limita o Poder, o Lógico-jurídico:
resto são meras norma hipotética
Assim para Lassale
"leis (imaterial, pensada -
tínhamos 2
constitucionais". como deveria ser)
constituições = a
que serve base para o
constituição real e a
sentido Jurídico-
folha de papel.
Positivo:
Constituição
efetiva, escrita,
capaz de se impor
sobre o resto do
ordenamento.

Vamos fixar agora com algumas questões:

• Questões da FCC:

1. (FCC/PGE-MA/2003) A Constituição "como decisão política


do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a
a) Sieyès.
b) Kelsen.
c) Montesquieu.
d) Carl Schmitt.
e) Ferdinand Lassalle.
Comentários:
Trata-se do conceito político de Constituição, defendido por "Carl
Schimitt".
Letra D.

2. (FCC/Subprocurador - TCE-SE/2002) A conceituação de


Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem
nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma
concepção de Constituição no sentido
a) sociológico.
b) jurídico.

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c) político.
d) axiológico ou normativo.
e) instrumental ou estrutural.
Comentários:
Lassale era o defensor do Conceito Sociológico.
Letra A.

3. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição"


comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa
que associa corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os
momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl
Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política
fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a
forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no
seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente
pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean
Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os
fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições
escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam
fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand
Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente,
conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e
conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge
Miranda. Sentido dirigente.
Comentários:
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema.
Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido
sociológico de Lassale, já que para ele, não importava qualquer
documento escrito para que um país possuísse Constituição. A
Constituição real e efetiva seria marcada pelo somatório dos fatores
reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais sempre
existem e existiram em qualquer sociedade.
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de
Lassale, que era a sociológica.

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Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas


quem disse isso foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o
Estado derivaria de um "contrato social", nada tem haver com sentido
jurídico de Constituição.
Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não
exprimisse o pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera
“Folha de Papel”.
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas
obras de direito constitucional são de grande relevância. Porém o
sentido dirigente é defendido por Canotilho, segundo este autor a
Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do
Estado, notadamente através das normas programáticas inseridas no
seu texto.
Gabarito: D.

• Questões do CESPE:
4. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No
sentido político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos
fatores reais do poder que formam e regem determinado Estado.
Comentários:
Falou em sentido políTico lembrou de Carl SchimiTT, até aqui tudo
certo ok? Mas sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores reais
de poder é LaSSale, que fala do sentido Sociológico.
Gabarito: Errado.

5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da


Amazônia/2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição
de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem,
sendo, portanto, real e efetiva.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado
pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade
organizam o poder. Essa Constituição sociológica, que seria a própria
relação de poder, é a verdadeira Constituição, real e efetiva, a par de
qualquer documento escrito.
Gabarito: Correto.

6. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da


Amazônia/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um
país somente pode ser considerada legítima se de fato representar o

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efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que


constituem o poder.
Comentários:

Isso mesmo, pouco importa a Constitução escrita para Lassale, o que


importa é a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que
dominam a sociedade. Para a Constituição escrita valer de alguma
coisa, ela tem que refletir o poder social.
Gabarito: Correto.

7. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica,


elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de
forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado
pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade
organizam o poder.
Gabarito: Correto.

8. (CESPE/Analista-STF/2008) Considere a seguinte definição,


elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso
da Silva ( Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas,
p. 41... ). A constituição é considerada norma pura. A palavra
constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De
acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental
hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma
positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que
essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido
jurídico.
Comentários:
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2
desdobramentos:
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi
imaginada antes de escrever seu texto;
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva,
que efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do
ordenamento.

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Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento


de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.
Gabarito: Correto.

9. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a


CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório
dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a
CF não teria mais legitimidade.
Comentários:
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen.
Gabarito: Errado.

10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido


sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de
uma decisão política.
Comentários:
Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a
Constituição é fruto de uma decisão política é expressar o
pensamento de Carl Schmitt (conceito político) e não de Lassale.
Gabarito: Errado.

11. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido


sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder
constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos
individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais
seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos
de decisão política fundamental.
Comentários:
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde
teríamos de forma bem distinta: a Constituição, que seria formada
pelas normas que organizam o Estado e limitam o poder estatal, e as
demais normas que formariam meras "leis constitucionais" já que não
veiculariam conteúdos essenciais a uma Constituição.
Gabarito: Errado.

12. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido


jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,
política ou filosófica.

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Comentários:
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se
origina na própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado
puro "dever ser", ou seja, o mundo hipotético fruto do pensamento
racional do ser humano, aquilo que o homem deseja para a
organização do poder. O que importa no sentido jurídico é a
formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as
outras, ser a norma fundamental do ordenamento, independente do
assunto tratado. Desta forma, não há qualquer fundamentação
sociológica, política ou filosófica já que a Constituição é normativa e
não um mero convite aos poderes públicos.
Gabarito: Correto.

13. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui


diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é
norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das
leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
Comentários:
O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o
conceito jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que
tem origem nela mesma, sem se prender a qualquer fundamentação
sociológica, política ou filosófica.
Letra E.

14. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o


princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad
Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em
seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem
existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF
deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo
apenas determinada pela realidade social, mas determinante em
relação a ela.
Comentários:

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Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o


flexibilizou, dizia que Lassale havia pecado em ignorar a força que a
Constituição possuía de modificar a sociedade. Desta forma, a norma
constitucional e a sociedade seriam reciprocamente influenciadas.
Gabarito: Correto.

15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força


normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista
alemão Konrad Hesse -, a constituição tem força ativa para alterar a
realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da
comunidade política submetida.
Comentários:
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que
a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria
um documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo
menos, não deveria) ser ignorada.
Gabarito: Correto.

16. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o


princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os
aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões
jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto
constitucional.
Comentários:
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da
Constituição, pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da
Constituição, onde a constituição real era aquela formada pelos
fatores reais de poder da sociedade, dizia que a constituição poderia
ser completamente ignorada pela sociedade. A força normativa da
Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da doutrina
positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando
os ensinamentos de Hans Kelsen.
Gabarito: Errado.

17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão


Peter Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores
reais de poder que regulamentam a vida nessa sociedade.
Comentários:

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Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato
da interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da
sociedade.
Gabarito: Errado.

18. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,


considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu
na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em
que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano
jurídico positivo, ou seja, a norma positivada.
Comentários:
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era
Hans Kelsen e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político.
Gabarito: Errado.

19. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade


aberta dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle,
propõe que a interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida
por todos aqueles que vivem a norma, devendo ser inseridos no
processo de interpretação constitucional todos os órgãos estatais, os
cidadãos e os grupos sociais.
Comentários:
Exato. Era isso que pregava Härbele.
Gabarito: Correto.

• Questões da ESAF:

20. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da


corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não
há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente
organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja;
por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva,
mas as Constituições escritas.
Comentários:
Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista,
porém, a Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava
preocupado apenas com o conteúdo das normas - conceito material
de constituição.
Gabarito: Errado.

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21. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição


é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da
unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente
interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta
perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras.
Comentários:
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de
Lassale. Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria
um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade.
Gabarito: Errado.

22. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Para Hans


Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do processo
de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido
lógico-jurídico.
Comentários:
A norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade que
legitima a feitura da norma jurídico-positiva.
Gabarito: Correto.

23. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em


seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade
entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais,
uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão
política fundamental do Estado.
Comentários:
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a
formalidade. Assim, não podemos dizer que a Constituição equivaleria
às leis constitucionais, estas seriam apenas aquelas normas
presentes no corpo constitucional mas que não tratariam das
matérias essencialmente constitucionais.
Gabarito: Errado.

24. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político


pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade
das normas constitucionais positivas.
Comentários:
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl
Schimitt, onde a Constituição seria o fruto de uma “decisão política

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fundamental”, pouco importava a forma, o que importava na verdade


era a matéria tratada que deveria englobar a “organização do Estado”
+ “Direitos Fundamentais”. A fundamentação de validade das normas
constitucionais positivas refere-se a concepção lógico-jurídica de
Kelsen.
Gabarito: Errado.

25. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) A concepção de


constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em
comum com a concepção de constituição defendida por Ferdinand
Lassale, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos,
políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força
normativa da constituição.
Comentários:
Konrad Hesse, na verdade, flexibilizava Lassale, não o negava. Havia
pontos em comum entre as duas teorias.
Gabarito: Errado.

• Questões de outras bancas:

26. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) No sentido


sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand
Lassale é a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schimitt, é a decisão
política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis
constitucionais;
Comentários:
Perfeita a assertiva. Trouxe com exatidão o pensamento de Lassale e
Schimitt.
Gabarito: Correto.

27. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Para Hans


Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico -
jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de
normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu
mais alto grau, e jurídico - positivo, que significa norma fundamental
hipotética;
Comentários:

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A questão quase trouxe o pensamento de Kelsen. Porém, ela inverteu


o que seria a norma em sentido lógico-jurídico (norma hipotética)
com o sentido jurídico-positivo (norma suprema positiva). Por isso
ficou incorreta.
Gabarito: Errado.

28. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção


de Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de
uma sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
Comentários:
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real.
É o pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico.
Letra B.

29. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a


constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm
origem nos chamados fatores reais de poder predominantes em
determinada época e lugar.
Comentários:
Esse conceito é o sociológico e não o político.
Gabarito: Errado.

30. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido


sociológico, a constituição é o fruto de uma decisão política
fundamental acerca do modo e da forma da unidade política onde
surgiu.
Comentários:
Esse é o conceito político e não o sociológico.
Gabarito: Errado.

31. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as


referências abaixo acerca dos conceitos de Constituição:

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I. Constituição no sentido lógico-jurídico.


II. Constituição no sentido jurídico-positivo.
III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e
fundamental advinda da unidade política, e identificável pelo núcleo
de matérias que lhe são próprias e inerentes.
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas
abaixo, marque aquela que expressa a relação correta entre as
referências acima:
a) (I-C);(II-A);(III-B).
b) (I-A);(II-B);(III-C).
c) (I-A);(II-C);(III-B).
d) (I-B);(II-C);(III-A).
e) (I-B); (II-A);(III-C).
Comentários:
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e
no Jurídico-Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial,
pensada - como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-
Positivo, que é Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre
o resto do ordenamento.
Assim temos I-A e II-C
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B
Gabarito: Letra C.

32. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais


de poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na
teoria de Carl Schmitt.
Comentários:
Os fatores reais de poder caracterizam o sentido sociológico de
Lassale.
Gabarito: Errado.

33. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Para Hans Kelsen, apesar


de um caracterizar-se por um dever-ser, a Constituição exige uma
fundamentação sociológica, política ou filosófica.

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Comentários:
Para Hans Kelsen a Constituição não possuía qualquer fundamentação
sociológica, política ou filosófica.
Gabarito: Errado.

34. (OAB-DF/OAB-DF /2004) A concepção sociológica de


Constituição indica que a Carta Magna:
a) é a decisão política fundamental do Estado, contendo normas
fundamentais, tais como estrutura do Estado, organização do Poderes
e direitos fundamentais;
b) é a norma hipotética fundamental, ou seja, o vértice do
ordenamento jurídico;
c) é a soma dos fatores reais de poder, de nada valendo o texto
escrito quando contrário a tais fatores;
d) é o resultado de um processo de interpretação conduzido à luz da
publicidade, ou seja, pelos intérpretes da sociedade aberta e
pluralista.
Comentários:
A letra A traz o sentido político.
A letra B traz o conceito lógico-jurídico, de Kelsen.
A Letra C é o conceito sociológico.
A Letra D traz o pensamento de Peter Härbele.
Gabarito: Letra C.

35. (OAB-DF/OAB-DF/2006 - Adaptada) A concepção


sociológica de constituição, de Ferdinand Lassale, e a concepção de
constituição de Konrad Hesse têm em comum o reconhecimento de
que as condições sócio-políticas e econômicas têm influência na força
normativa da Constituição;
Comentários:
Perfeita correlação dos pensamentos. Hesse reconhecia tal fato que já
era pregado por Lassale, mas inovou ao dizer que a Constituição
também teria o seu papel em moldar a sociedade, sendo uma
influência recíproca.
Gabarito: Correto.

Poder Constituinte:

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GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os


termos tem um origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a
isso, mais fácil a vida de vocês será facilitada.
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou
modificar aquilo que está escrito como "Constituição".

Espécies:
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide
basicamente em 2: originário e derivado.
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder
originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a
toda a ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma,
fazendo surgir a Constituição. Ele pode também ser chamado de
poder constituinte de primeiro grau.
O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder
constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que
foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não
foram inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de
segundo grau.
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes
constituintes (sempre um único originário e o resto derivando dele):
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico,
um poder político (organizador). Todos os outros são poderes
jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão
na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico".
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas
constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a
alteração formal de seu texto. (CF, art. 60).
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para
se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e
depois se extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível
instabilidade política causada pela nova Constituição (instabilidade
esta que não ocorreu). O poder , então, manifestou-se em 1994,
quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso
acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina.
O procedimento de revisão constitucional era um procedimento
bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT).
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem
para elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da
autonomia estatal chamada de "auto-organização".

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A criação pelos Municípios de suas


"leis orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste
poder constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui
aspecto formal de constituição e sim de uma lei ordinária, embora
materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto,
alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder
constituinte de terceiro grau".

5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se


promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a
alteração do significado das normas constitucionais sem que seja
alterado o texto formal. Ela se faz através das novas
interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário.
Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a
estrutura do texto, mas somente a sua interpretação.

Poder Constituinte Originário X Derivado:


O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o
terceiro Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa.
Assim, segundo o abade, decorreria da soberania que a nação possui
para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos
que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido
pelo Estado nos limites de um determinado território, sem que se
reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência
disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a
expressão desta soberania.
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder
político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à
ordem jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando
se faz uso do poder constituinte originário está se organizando o
Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica
estará também instituindo-se os demais poderes constituintes
(revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e
retiram o seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída.
Tais poderes não são mais poderes iniciais, mas sim derivados.
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da
Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO

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nos limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos


nos seguintes dispositivos:
Reformador - CF, art. 60;
Revisor - CF, ADCT, art. 3º;
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11.
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente
dela, reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder
que os órgãos políticos possuem de direcionar o Estado,
interpretando a Constituição.

Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário:


O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode
ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar
origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua
manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e
jurídica em um Estado já existente).
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu
titular, e é na vontade desse povo que se deve instituir a nova
ordem, muitas vezes esse poder é usurpado pelo governante. Na
história, então, vemos que este poder tem sido manifestado das
seguintes formas:
• Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião
de legitimados pelo povo para que se elabore um texto
constitucional.
• Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até
então vigente, para que se institua uma nova ordem
constitucional.
• Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova
Constituição (ou Carta Constitucional) de observância
obrigatória para o povo, sem que este se manifeste.
• Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional
através de um referendo. Desta forma, não obstante ser um
Constituição outorgada, temos a participação popular para que
entre em vigor.

Titular do Poder X Exercente do Poder:


É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade,
achando que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de
legitimados, ela tomaria para si a titularidade.

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O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político,


poder para organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é
apenas o exercente deste poder do povo, que é permanente, não se
esgotando com a feitura da Constituição. Já que se o povo perceber
que aquela ordem constitucional não é mais válida para seus anseios,
poderá dissolvê-la e instituir uma nova.

Poder Constituinte Supranacional:


Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do
poder constituinte supranacional, aquele que transcenderia às
fronteiras de um Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria
uma Constituição única para ordenar politicamente e juridicamente
diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, na União Européia.

Características do PCO e suas definições:


1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui
todos os outros poderes;
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento
jurídico;
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma
limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente
positivista adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata
o pensamento "jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado
pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins de
concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota
majoritariamente a corrente positivista.

Apesar dessa inexistência de


limitações defendida pela corrente positivista, existe historicamente
nas Constituições (de países democráticos) um respeito dos
princípios básicos como o da dignidade da pessoa humana e da
justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito
seria uma obrigação instransponível, enquanto para os positivistas
seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos conquistados,
e decorrência lógica dos regimes que se pretendem instituir.
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder.
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal
pré-estabelecido para que ele se manifeste.

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6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu


exercício.

Cada característica possui a sua


exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa
característica usando a definição de outra.

Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado,
pois não se sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de
manifestação". É errado pois definiu "ilimitado" com o conceito de
"incondicionado". Isso é muito comum em concursos.

Características dos Poderes Derivados (em especial o


reformador) e suas definições
1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem
jurídica.
2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO.
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito
estabelecido pelo art. 60
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela
Constituição.

Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário:


1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior.
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova
constituição revoga completamente todas as normas da constituição
anterior. Desta forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoria da
desconstitucionalização". A teoria da desconstitucionalização defende
que as normas constitucionais anteriores, que não fossem
conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, continuando
assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da
desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no
concurso caso se fale em "doutrina minoritária".
2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível
materialmente.
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando
mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com status

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inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis


que forem compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição
serão recebidas por esta e continuarão a viger, independente de sua
forma. É uma face do princípio da conservação das normas e da
economia legislativa.
Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu
conteúdo material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN
(lei nº 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da
CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei
complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria
tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos
neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo
contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando
apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a
recepção parcial é perfeitamente válida.
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em
recepção é o fato que só podem ser recepcionadas normas que
estejam em vigor no momento do advento da nova constituição,
assim, normas anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em
vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da
lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas.
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas
revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois
para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve
nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil
a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para
ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não
nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá
durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no
máximo, revogada.

CF que permite Nova CF que proíbe a


matéria "A" matéria "A"

Lei que trata da


matéria "A"
Revogação - não se pode falar em
inconstitucionalidade superveniente.
Para ser inconstitucional tem que
fazer a averiguação da
compatibilidade em face da CF do
momento que foi criada.

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3- Produção de efeitos com retroatividade mínima.


Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja,
será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior
à entrada em vigor.
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são
dotadas de retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma
retroatividade mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos
futuros dos casos passados. A doutrina divide os efeitos da
retroatividade das normas, geralmente em 3 modos:
• Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já
consolidados. Ex. As prestações que já venceram e que já
foram pagas.
• Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se
estes estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já
vencidas mas que não foram pagas.
• Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas
os efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar.
Essa é a teoria adotada no Brasil. Ex. As prestações que ainda
irão vencer.

Importante salientar que: esta é a


regra que acontece caso a Constituição não diga nada a
respeito. Já que, como o PCO é um poder ilimitado, ele poderá
inclusive retroagir completamente, desde que faça isso de
forma expressa no texto.

Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos:


Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade.
Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do
passado. É irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra
frente, e somente para o que for acontecer daqui pra frente.
Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que
está no passado, ou que veio do passado.
Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um
contrato de compra de algo, com pagãmente feito em
parcelamentos):

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1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do


contrato e as parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e
acabou!).
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que
venceram no passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se
consumaram).
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem
venceram, vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado
no passado).
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o
caso 2 é média e o 3 é mínima.
Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um
contrato firmado, pendente do pagamento de parcelas.
Se 26estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de
esse contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de
sofrer qualquer modificação, seja no seu teor ou seja nas parcelas
decorrentes dele.

Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de


efeitos com retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao
salário mínimo” – CF, art. 7º, IV.
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de
pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos.
Assim, no momento da vigência da norma constitucional, era
necessário modificar a maneira de calculá-las, pois a norma é de
aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de calcular o
benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já
foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos
mas não foram. Vai valer somente para os próximos proventos.
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois
estamos falando de um benefício que tem o seu início no passado e
será atingido pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os
novos vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação
anterior estabelecida em número de salários mínimos e não é isso
que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em seus
“efeitos futuros”.

Reforma Constitucional:
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver
quais são as condições e limitações ao seu exercício:

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Iniciativa da Emenda A Constituição poderá ser


Constitucional de Reforma emendada mediante proposta:
(CF, art. 60) 1. De pelo menos 1/3 dos
Deputados ou Senadores;
2. Do Presidente da
República;
3. De mais da metade das
Assembléias Legislativas das
unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de
seus membros.
Obs. Maioria relativa = maioria
simples (mais da metade dos
votos dos presentes);
Limitação circunstancial A Constituição não poderá ser
emendada na vigência de
(CF, art. 60 §1º)
intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de
sítio.
Limitação Procedimental A proposta será discutida e
votada em cada Casa do
(CF, art. 60 §2º)
Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos,
3/5 do votos dos respectivos
membros.
Promulgação A emenda à Constituição será
promulgada pelas Mesas da
(CF, art. 60 §3º)
Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
Limitação Material Expressa Não será objeto de deliberação a
(Cláusulas Pétreas Expressas) proposta de emenda tendente a
abolir:
(CF, art. 60 §4º)
1. a forma federativa de
Estado;
2. o voto direto, secreto,
universal e periódico;
3. a separação dos
Poderes;

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4. os direitos e garantias
individuais.
Obs. Entende-se que não se
pode sequer reduzir o alcance
destas matérias, mas observe
que elas não são imutáveis, pois
poderá ser mexido no caso de
aumentar o poder de alcance
delas.
Obs2. Voto obrigatório não é
cláusula pétrea, apenas o fato de
ser direto, secreto, universal e
periódico.
Limitação Material Implícita 1. o povo como titular do
(Cláusulas Pétreas Implícitas) poder constituinte;
(Reconhecidas pela doutrina e 2. o poder igualitário do
jurisprudência) voto.
3. o próprio art. 60 (que
estabelece os procedimentos
de reforma);
Princípio da irrepetibilidade A matéria constante de proposta
(Limitação Formal) de emenda rejeitada ou havida
por prejudicada não pode ser
(CF, art. 60 §5º)
objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
Obs2. Não confunda sessão
legislativa (anual) com legislatura
(período de 4 anos).
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre
quando somente depois de
decorrido certo lapso temporal a
Constituição poderá ser
reformada.
A CF/88 não estabeleceu
nenhuma limitação temporal,
mas, tal limitação pode ser
encontrada em Constituições de
outros países.

Demais considerações:

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• Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição


de 1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas
um princípio sensível, aquele que se não for respeitado ensejará
uma “intervenção federal”. O entendimento sobre isso não é
unânime, algumas doutrinas reconhecem a forma republicana
como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao “voto
periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se
não houver abertura na questão para os pensamentos
doutrinários, deve-se indicar que a república não é uma cláusula
pétrea.
• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos
e garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da
CF, estando espalhados ao longo dela.
• Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é
o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é
vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60,
desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois
edite outra emenda extinguindo as cláusulas. Alguns entendem
que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não
podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem
dificultando o processo.

Revisão Constitucional:
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada
após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional em sessão unicameral.
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma,
mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples
(bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto
as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o
uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser
utilizado e nem se pode por EC criar outro similar.

Mutação Constitucional:
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto
formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas
principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação
provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder
Constituinte Derivado Difuso.

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Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a


norma está escrita. O dispositivo constitucional continua lá,
igualzinho, o que se muda é apenas a forma de interpretá-lo.
Exemplo:
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade(...).
Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma
leitura "seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro
que decidisse fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às
inviolabilidades ali previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve
ser entendido como "todo estrangeiro que estiver em território
brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o
estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos
individuais.
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o
dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma
interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles
direitos.

Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte


Derivado Decorrente:
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo
da auto-organização estadual. Este poder como sabemos não é
ilimitado, precisa observar certos princípios (que serão visto em
pormenores posteriormente). São eles:
Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34,
VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão
ensejar a intervenção federal.
Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são
aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria
federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as
diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das
investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de
"princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da
federação, de forma comum.

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Simetria federativa seria "espelhar" em


cada esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) aqueles princípios básicos, que podem ser estendidos. Por
exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da República em âmbito
federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no
âmbito municipal (observados, obviamente, certas peculiaridades e
limites).
Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão
expressamente ou implicitamente no texto da Constituição
Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro.

• Questões da FCC

36. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder


Constituinte, é INCORRETO afirmar:
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um
novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição,
seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de
qualquer Constituição posterior.
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica
constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia
político-administrativa e respeitando as regras estabelecidas na
Constituição Federal, autoorganizam-se por meio de suas
constituições estaduais estão exercitando o chamado Poder
Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte
pertence ao povo, que, entretanto, não detém a titularidade do
exercício do poder.
Comentários:
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o
poder inicial, criador.
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há
manifestação de poder constituinte. Segundo a doutrina o poder
constituinte pode ser considerado histórico (quando sua manifestação
ocorre para dar origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando

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sua manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem


política e jurídica em um Estado já existente).
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado,
porém ele é “limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva.
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados
possuem para se autoorganizarem, criando suas constituições.
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o
exercício do Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce
é a Assembléia Constituinte que elabora uma Constituição tendo
como finalidade os anseios do Povo.
Gabarito: Letra C.

37. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é


subdivido em:
a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
Comentários:
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado
pede "subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra
D, traz espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem
características... daí ser muito importante atentar ao enunciado.
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões,
todas as letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do
PCO e não do PCD.
Gabarito: Letra D.

38. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário


caracteriza-se por ser:
a) autônomo e condicionado.
b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
Comentários:

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E aí, pessoal? tá fácil ou não?


Letra A - Errada. Ele é incondicionado.
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD.
Letra C - Vou nem comentar.
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do
Derivado (PCD).
Letra E - Agora sim...
Gabarito: Letra E.

39. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a


seguir a respeito do Poder Constituinte:
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte
classifica-se em originário e derivado.
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às
regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder
Constituinte derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) IV.
Comentários:
I - Correto. Exatamente o que vimos.
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a
regras procedimentais de manifestação.
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de
certas matérias.
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do
chamado Poder Constituinte Derivado Reformador.
Gabarito: Letra A.

40. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder


Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que

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a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto


constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer
procedimento determinado para realizar sua obra de
constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma
prefixada para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da
ordem jurídica.
Comentários:
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos
da Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo,
anterior a ela.
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao
"procedimento formal de manifestação", ou seja, a inexistência de
forma, ou rito, pré-estabelecido para se manifestar.
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro
poder anterior a ele.
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar
de qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois
não deriva nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é
incondicionado pelo fato de que o procedimento para se manifestar é
livre, não há qualquer rito pré-estabelecido para a sua manifestação.
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte
originário é pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento
jurídico e faz isso através da Constituição: a base da ordem jurídica.
Gabarito: Letra A.

41. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder


constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
Comentários:
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-
membros possuem para se auto-organizarem.
Gabarito: Correto.

42. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que


diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que

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a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas


básicas de expressão desse Poder.
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o
povo ou a nação é seu exercente.
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em
nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de
outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e
o Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
Comentários:
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do
PCO.
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a
assembléia é mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome
do povo.
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram
essa...! Não foi?
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou
melhor da "Carta"!
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa
era pra todo mundo rabiscar logo de cara.
Gabarito: Letra C.

43. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte


denominado originário pode se manifestar por meio de emendas
pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente
(Certo/Errado).
Comentários:
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá
início ao ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-
lo serão poderes derivados.
Gabarito: Errado.

44. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder


constituinte originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria
política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que

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dispõe, de maneira derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua


organização e os direitos e garantias fundamentais.
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda
num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito
positivo e decorrentes da natureza humana e da própria idéia de
justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição
escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel
de Sieyès que alguns meses antes da Revolução Francesa publicou
um panfleto intitulado "A Essência da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução
constitucional, onde o texto poderá ser modificado através de regras
e limites jurídicos contidos na norma hipotética fundamental
idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais
impositivas como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de
grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta
advinda da idéia de direito da comunidade e de sua tradição cultural.
Comentários:
PÁRA TUDO!!!
Mandamento nº1 do concurseiro no dia da prova: Não se
desespere!!! Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com
que você não se classifique no concurso, esse alguém é você mesmo,
ou melhor, o seu nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e
FRIEZA!
Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e
pelo menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui
trabalhando para isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10!
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só
importa uma coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira
“derivada”, pois ele é o inicial, originário na ordem jurídica.
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do
positivistas. Para os positivistas, que pregam somente a força da
norma que está instituída, não há o que se falar em fundamentos de
direito natural. Esse direito natural, de caráter supranacional, que
estaria limitando a ordem jurídica é pregado pelos jusnaturalistas e
ignorado pelos positivistas.
Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de
Siéyès foi “O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição”
foi a obra de Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como
sendo um fato social, sendo definida pelas forças dominantes da
sociedade.

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Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte


Derivado e não ao originário.
Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações,
mas em "implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre.
Mas, embora uma Constituição possa sofrer influência e pressões
políticas e econômicas das forças dominantes da sociedade, é o povo
que a legitimará, devendo então prever os preceitos que irão reger o
convívio em sociedade e levar em consideração as tradições e
culturas presentes no Estado. Correta a questão.

45. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada)


Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie
normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual
Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido
diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei
ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como
desconstitucionalização (Certo/Errado).
Comentários:
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito
brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a
revogação de todas as normas de natureza constitucional da
Constituição anterior, não havendo o que se falar em “rebaixamento
de status” de normas anteriores através de desconstitucionalização.
O que se aproveita são unicamente as normas que não possuem
status constitucionais que, se compatíveis materialmente,
continuarão válidas pela chamada teoria da recepção.
Gabarito: Errado.

46. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder


Constituinte Reformador:
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente
da República.
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as
Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas
unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional,
como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.

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d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo


disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação
popular por meio de referendo.
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a
Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa.
Comentários:
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda
constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas
Mesas das Casas Legislativas do Congresso Nacional.
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o
"Decorrente" e não o "Reformador".
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional"
e não da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a
revisão constitucional era feita em turno único e não em "dupla
votação".
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso.
Letra E - Correta. As limitações circustanciais estão no §1º do art. 60,
quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Gabarito: Letra E.

• Questões do CESPE:

47. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder


constituinte revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da
primeira Constituição de um Estado.
Comentários:
Errado. O poder constituinte originário pode ser subdividido em
histórico (ou fundacional) e revolucionário. Histórico seria o
verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela
primeira vez, o Estado. Revolucionário seriam todos os posteriores ao
histórico, rompendo por completo com a ordem estabelecida e
instaurando um novo Estado, logo ele não é responsável pela
primeira Constituição.

48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios


constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a
União que se estendem aos estados, seja por previsão constitucional
expressa ou implícita.

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Comentários:
Correto. Exatamente isso.

49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder


constituinte derivado caracteriza-se por ser um poder instituído,
ilimitado e incondicionado juridicamente.
Comentários:
Errado. O PCD se caracteriza por ser jurídico, e não político;
derivado, porque não é originário; condicionado juridicamente,
pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido na
Constituição e limitado, pois deve observar os limites estabelecidos
na Constituição.
Gabarito: Errado.

50. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder


constituinte decorrente é aquele encarregado da alteração do texto
constitucional.
Comentários:
Errado, o poder constituinte decorrente tem a função de estruturar as
constituições dos estados membros. As características da questão se
referem ao PCD reformador.
Gabarito: Errado.

51. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de


normas constitucionais pretéritas é admitida pelo direito
constitucional brasileiro, inclusive de forma tácita.
Comentários:
Não se pode falar em recepção de normas “constitucionais”, apenas
de normas infraconstitucionais, já que, com o advento de uma nova
Constituição, todas as normas de status constitucional pretéritas
ficam revogadas.
Gabarito: Errado.

52. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova


Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se
inválida.
Comentários:
Isso é o que acontece com a legislação “constitucional”. A legislação
infraconstitucional só será revogada caso seja materialmente

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incompatível, caso contrário ela não fica revogada, mas é


recepcionada pela nova ordem.
Gabarito: Errado.

53. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto,


universal e periódico é considerado cláusula pétrea da CF.
Comentários:
É a previsão do art. 60, § 4º da CF, que traz as cláusulas pétreas
expressas, in verbis; “Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir: II - o voto direto, secreto, universal e
periódico”.
Gabarito: Correto.

54. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário


é inicial, incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem
constitucional anterior.
Comentários:
O PCO é considerado inicial, ilimitado e incondicionado.
Gabarito: Errado.

55. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é


autônomo e tem natureza préjurídica.
Comentários:
Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um
poder político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem
jurídica.
Gabarito: Correto.

56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor


não está vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um
poder condicionado.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais
poderes da ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo,
tem em seu nome a palavra "derivado", pois deriva do originário,
sendo a ele condicionado, devendo respeitar todos os procedimentos
estabelecidos.
Gabarito: Errado.

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57. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às


assembleias legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder
constituinte derivado decorrente.
Comentários:
Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembléias
Legislativas Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT,
art. 11, quando dispôs: "Cada Assembleia Legislativa, com poderes
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um
ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os
princípios desta".
Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de
Poder Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores
sequer consideram os municípios possuidores de Poder Constituinte,
já que não possuem constituições formais.
Gabarito: Errado.

58. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As


denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma
estão exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988
(CF).
Comentários:
Existem também outras limitações materiais (cláusulas pétreas) que
estão implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Assim, não é um rol
exautivo. Como exemplo, podemos citar:
• o povo como titular do poder constituinte;
• o poder igualitário do voto.
• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de
reforma);
Gabarito: Errado.

59. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não


pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o
catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte
originário.
Comentários:
Isso aí... ele não pode criar cláusulas pétreas pelo fato do art. 60 da
Constituição ser uma cláusula pétrea implícita, sendo vedado que
seja modificado a fim de tornar a reforma constitucional mais fácil ou
mais difícil. O catálogo de direitos fundamentais possui várias
cláusulas pétreas como por exemplo o art. 5º e o voto direto,

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secreto, universal e periódico, embora nenhum desses temas


protegidos possam ser abolidos ou reduzidos, eles podem ser
ampliados ou fortalecidos.
Gabarito: Correto.

60. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não


admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações
materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
Comentários:
Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas,
a par daquelas dispostas na CF. Como exemplo:
• o povo como titular do poder constituinte;
• o poder igualitário do voto.
• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de
reforma);
Gabarito: Errado.

61. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma,


assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas
normas no ADCT, admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência
do controle de constitucionalidade.
Comentários:
O erro foi no finalzinho. Realmente está correto dizer que pelo poder
constituinte de reforma, assim como pelo poder constituinte
originário, podem ser inseridas normas no ADCT. Porém, embora o
Poder de Reforma possa sofrer controle de constitucionalidade, isso é
impossível em se tratando do Poder Originário, pois este é ilimitado e
incondicionado, não podendo sofrer de inconstitucionalidade, já que é
o próprio criador da Constituição.
Gabarito: Errado.

62. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder


constituinte originário é autônomo e se esgota com a edição da nova
constituição.
Comentários:
Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a
Constituição.
Gabarito: Errado.

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63. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte


originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição,
extingue-se com a conclusão de sua obra.
Comentários:
Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a
Constituição.
Gabarito: Errado.

64. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder


constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por
constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o
de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam
constituições não escritas e semirrígidas.
Comentários:
A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade
Emmanuel Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às
constituições escritas e rígidas, típicas do constitucionalismo francês.
Como poderíamos vislumbrar um poder constituinte reformador em
uma constituição flexível? Não há como, pois nas constituições
flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de se
elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já
que não há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o
conteúdo sobre o qual versam as normas daquele Estado.
Gabarito: Errado.

65. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina,


apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela
experiências no sentido da indispensabilidade de observância de
certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da
pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando
da criação de uma nova constituição.
Comentários:
Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado,
não se reconhece limitações ao seu exercício Apesar dessa
inexistência de limitações, existe historicamente nas Constituições
um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa
humana e da justiça notadamente como decorrência lógica do
regimes que se pretendem instituir.
Gabarito: Correto.

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66. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte


supranacional tem capacidade para submeter as diversas
constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do
ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito
internacional.
Comentários:
Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional,
também chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder
capaz de transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre
diversos Estados. É o que, sem sucesso, se tentou realizar na União
Europeia com a “constituição comum”.
Gabarito: Correto.

67. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)


O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias
constituintes.
Comentários:
O titular do Poder Constituinte é o "povo". As assembléias são apenas
os exercentes do Poder.
Gabarito: Errado.

68. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)


O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte
originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem,
respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau
e de poder constituinte de primeiro grau.
Comentários:
É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau.
Gabarito: Errado.

69. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)


O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder
constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo
consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em
virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem
por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras
limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.
Comentários:
É isso aí. As definições estão perfeitas.

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Gabarito: Correto.

70. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)


Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder
constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas
de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e
dos movimentos revolucionários.
Comentários:
Embora possamos elencas modos de aparecimento das constituições
(basicamente assembleias constituintes e movimentos
revolucionários), inexiste uma forma prefixada para que ele se
manifesta. Está correta a questão.
Gabarito: Correto.

71. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder


constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura
uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.
Comentários:
Exatamente, o poder é originário pois é o primeiro, inicial, um poder
político inaugurador da ordem jurídica.
Gabarito: Correto.

72. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser


submetida ao poder constituinte derivado.
Comentários:
Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um
procedimento especial de reforma de seu texto, que é o poder
constituinte derivado reformador encontrado no art. 60.
Gabarito: Errado.

73. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é


aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as
constituições dos estados-membros da Federação.
Comentários:
Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da
Federação para que se "auto-organizem".
Gabarito: Correto.

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74. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se


quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser
inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela
temporariedade.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já
que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e
essa titularidade não se exaure no tempo.
Gabarito: Errado.

75. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder


constituinte originário não se esgota quando se edita uma
constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já
que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e
essa titularidade não se exaure no tempo.
Gabarito: Correto.

76. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder


constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode
desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional
preexistente, inclusive as cláusulas pétreas.
Comentários:
Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional
anteriormente fica revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não
se aproveita nada que tenha status constitucional, apenas as normas
infraconstitucionais que forem compatíveis é que serão
recepcionadas.
Gabarito: Correto.

77. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com


entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da
manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra,
retroatividade máxima.
Comentários:
Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para
alcançar os efeitos futuros dos casos passados.
Gabarito: Errado.

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78. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria


da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido
antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma,
nela inserido.
Comentários:
Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma
inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já
que adota-se a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja,
para a norma ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional.
Uma norma nunca se "torna" inconstitucional ao longo do tempo.
Gabarito: Errado.

79. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da


recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da
lei em face da nova constituição.
Comentários:
Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material.
Gabarito: Errado.

80. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder


constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo
que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-
jurídica.
Comentários:
Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que
o poder constituinte originário estaria limitado a um direito natural de
existência pré-constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil
que seguiu a doutrina positivista.
Gabarito: Correto.

81. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder


constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista,
segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta
natureza pré-jurídica.
Comentários:
A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a
corrente positivista. O segundo erro é que as características de
"ilimitado" e natureza "pré-jurídica" são também características
delineadas pela corrente positivista, e não pela jusnaturalista,

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segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de ordem pré-


constitucional, o direito natural, de status supranacional.
Gabarito: Errado.

82. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder


constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto,
secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e
garantias individuais.
Comentários:
Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações
materiais (cláusulas pétreas), além de limitações formais
(procedimentos) e circunstanciais (momentos em que a CF não
estará sujeita à reforma).
Gabarito: Errado.

83. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo


critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado
decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para
a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao
DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica.
Comentários:
Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir
na forma de uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de
um poder constituinte derivado decorrente, embora seja o passo
principal da auto-organização dos Municípios. É importante salientar,
porém, que em se tratando da Lei Orgânica do DF, isso não é de todo
verdade, pois o STF reconhece o seu status constitucional na parte
que versa sobre matérias reservadas aos Estados-membros, sendo,
então, admitido inclusive controle de constitucionalidade de leis face
à Lei Orgânica do DF.
Gabarito: Correto.

84. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder


constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da
desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição
anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional,
permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional.
Comentários:
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Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil


é a da revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o
poder constituinte originário é ilimitado. Caso este poder
expressamente preveja o instituto da desconstitucionalização, não
haverá qualquer impedimento para tal.
Gabarito: Correto.

85. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas


pelo poder constituinte originário são passíveis de controle
concentrado e difuso de constitucionalidade.
Comentários:
No Brasil não se aceita a tese da inconstitucionalidade de normas
originárias já que o poder constituinte originário é ilimitado,
autônomo e incondicionado.
Gabarito: Errado.

86. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada,


a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte
derivado reformador e também pelo derivado revisor.
Comentários:
O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão
constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto
constitucional que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu.
Outro erro é o fato de que existem algumas circunstâncias que
impedem o uso, inclusive, do poder reformador, é o caso de estarmos
em uma intervenção federal, estado de sítio ou estado de defesa.
Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a qualquer
tempo".
Gabarito: Errado.

87. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto


originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte
reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer
tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso
Nacional, em dois turnos de votação.
Comentários:
Tais características descritas nos enunciados só valem para o poder
reformador, já que o revisor tem votação em turno único, devendo
ser aprovado por maioria absoluta apenas, além de não poder ser
utilizado a qualquer tempo, mas somente após o quinto ano após a

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promulgação da Constituição, após isso ele exauriu-se, não podendo


ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3º ADCT.
Gabarito: Errado.

88. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009)


Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de
mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação
do denominado poder constituinte difuso.
Comentários:
Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes
políticos possuem para promover a chamada "mutação
constitucional", ou seja, atribuir novas interpretações à Constituição
para que ela consiga se adequar à realidade da sociedade sem que
seja necessário alterar o texto formal da norma. A mutação
constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos
limites como os princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade
de se subverter a literalidade de norma que não dê margem a
interpretações diversas.
Gabarito: Correto.

89. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma


da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é
denominado mutação constitucional.
Comentários:
A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da
Constituição, ou seja, altera-se a interpretação das normas para que
a Constituição possa acompanhar os anseios da Sociedade, sem que
para isto se altere o texto escrito da Lei Maior.
Gabarito: Errado.

90. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional


o processo informal de revisão, atualização ou transição da
Constituição sem que haja mudança do texto constitucional.
Comentários:
Novamente, agora está correto.
Gabarito: Correto.

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91. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são


alterações no texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem
econômica, social e cultural do país.
Comentários:
A mutação é um processo informal de mudança do teor constitucional
que é oriundo de novas interpretações que os aplicadores da norma
passam a dar para o seu texto, sem, no entanto, modificá-lo.
Gabarito: Errado.

92. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova


Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da
Federação, para inserir na competência federal matéria até então da
competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da
federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em
vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da
continuidade do ordenamento jurídico.
Comentários:
É importante observar o seguinte: a federação é composta pela
União, 26 Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso
uma constituição A diga que a matéria X é de competência da União e
a constituição B, posterior, coloque a matéria X sob competência
legislativa estadual ou municipal, teremos a subsistência da lei
federal que, única, permanecerá em vigor até que cada estado ou
município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal.
Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização
das normas anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos
um caos jurídico. Não podemos imaginar 27 diferentes normas
estaduais ou milhares de diferentes normas municipais se
federalizando, isso seria impossível.
Gabarito: Errado.

• Questões da ESAF:

93. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto


afirmar que
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais
unitários, é limitado, porém incondicionado.

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d) os limites do poder constituinte derivado são temporais,


circunstanciais ou materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
Comentários:
Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da nova
ordem jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa
tratar e incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento
pré-estabelecido.
Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é
limitado e também limitações procedimentais, por isso é
incondicionado.
Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típico de Federações e
não de Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados
membros em editar suas próprias constituições. Por ser derivado,
também é limitado e condicionado.
Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há
limitações temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente
elas existem. Assim, as limitações temporais seriam aquele lapso
temporal, antes do qual o Poder Derivado não poderia ser exercído,
por expressa previsão do Poder Originário. As circunstanciais seriam
impedimentos para o exercício do Poder Derivado quando fossem
observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa) e as materiais seriam as
limitações de conteúdo a ser tratado, as famosas "cláusulas pétreas".
Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é
um Poder Político que expressa a vontade do Povo em organizar o
Estado, através da elaboração de sua Constituição.
Gabarito: Letra C.

94. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação


soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente
organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que
com essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.
c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de
alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial

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prevista na própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso
Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em
vista ser necessária a observância do procedimento imposto pelo
ordenamento então vigente para sua implantação.
Comentários:
Letra A - Errado. O Poder Constituinte Derivado Reformador (PCD
Reformador) é o poder de se modificar o texto constitucional através de
emendas constitucionais, alterando aquilo que está escrito na Constituição.
Como se trata de um procedimento bastante peculiar, não pode ser usado
de forma indiscriminada, tendo a Constituição estabelecido expressamente,
em seu art. 60 (e seus parágrafos) procedimentos e limitações especiais
para que se consiga efetivar as respostas. Destacamos a impossibilidade de
suprimir as cláusulas pétreas (CF, art. 60 §4º) que são as chamadas
"limitações materiais", além de diversas limitações chamadas de
"circunstanciais", "procedimentais" e "formais".
Letra B - Errado. O Poder Constituinte Originário (PCO) é o poder inicial,
político, que é responsável por concretizar no texto constitucional a vontade
suprema do Povo, por este motivo, é um poder incondicionado (não
possui nenhuma limitação procedimental) e também ilimitado (não possui
nenhuma limitação quanto ao conteúdo que será tratado)
Letra C - Errado. Esta seria a definição do PCD Reformador. O PCD
Decorrente é o poder que os Estados-membros de nossa federação (Rio de
Janeiro, São Paulo, Goiás...) possuem para elaborar suas próprias
constituições estaduais.
Letra D - Correto. É isso aí. Basicamente a Constituição pode ter origem em
uma "outorga" (imposição unilateral da vontade) ou em uma "convenção"
(formação da assembléia constituinte para manifestar a vontade do povo)
Letra E - Errado. O PCO é um poder supremo, por este motivo é inicial,
autônomo, incondicionado, ilimitado.
Gabarito: Letra D.

95. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário


e o poder constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional
Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do
texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações
expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.
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b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se


a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia
Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-
determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos
parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e
aprovadas leis, observadas as limitações formais e materiais impostas
pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é
fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é
passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal
Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo,
promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove
a sua alteração.
Comentários:
Letra A - Errada. O erro da questão está em dizer que não respeitaria
as limitações. Segundo o STF a revisão consitucional deve sofrer as
limitações materias da reforma constitucional (ADI 981-MC, Rel. Min.
Néri da Silveira, julgamento em 17-3-93, DJ de 5-8-94).
Letra B - Correta. Não existe procedimento pré-fixado para o PCO se
manifestar. Ele é incondicionado.
Letra C - Errada. Processo legiferante (elaboração de leis) não é
Poder Constituinte, já que este se resume a elaboração e modificação
de "Constituições" e não de leis. O PCD Decorrente é o poder de os
Estados-membros elaborarem as Constituições Estaduais.
Letra D - Errada. É pacífico o entendimento de que cabe controle
jurisdicional sobre o procedimento de reforma elaborado fora dos
termos estabelecidos pela Constituição.
Letra E - Errado. O titular do PC é o próprio povo.
Gabarito: Letra B

96. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale


a opção correta, no que diz respeito às conseqüências da ação do
poder constituinte originário.
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à
competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada
com o advento da nova Carta.
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição
sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova
Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade,
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não é considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde
plena compatibilidade material e esteja de acordo com o novo
processo legislativo.
c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto
Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de
vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.
d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas,
ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade
superveniente.
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior
ao novo diploma constitucional, que com este não sejam
materialmente incompatíveis, são recebidas como normas
infraconstitucionais.
Comentários:
Letra A - Errada. Se uma lei federal anterior trata de assunto que
agora pertence aos Municípios, essa lei federal, se compatível
materialmente, passará a viger no novo ordenamento jurídico como
se fosse uma lei municipal, não sendo assim revogada. O inverso,
porém, não é verdadeiro, pois não podemos vislumbrar a recepção
como lei federal de normas municipais, pois haveria um conflito sobre
qual norma dos milhares de municípios brasileiros é que seria a
aproveitada, o que não acontece no caso do aproveitamento da
norma federal pelos municípios.
Letra B - Correta. Não existe recepção de normas inconstitucionais.
Ainda que a nova Constituição permita a matéria tratada, não há
convalidação do vício.
Letra C - Errada. Para que haja recepção, basta analisar a matéria
(conteúdo). Não importa o aspecto formal.
Letra D - Errada. Nós vimos que as normas que não forem
recepcionadas serão consideradas REVOGADAS, não há o que se falar
em inconstitucionalidade superveniente no Brasil. Para uma lei ser
considerada inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, nunca
poderá se tornar inconstitucional ao longo do tempo.
Letra E - Errada. Essa seria a teoria da "desconstitucionalização", tal
teoria não é aceita no Brasil que considera como revogadas todas as
normas constitucionais anteriores, não havendo qualquer
aproveitamento de normas constitucionais, apenas das normas
infraconstitucionais.
Gabarito: Letra B.

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97. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos


Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e
condicionado.
Comentários:
Como visto, trata-se de um poder derivado (decorrente), ele
realmente é limitado e condicionado, porém, não é inicial já que,
como o nome diz, ele é "derivado", deriva do PCO.
Gabarito: Errado.

98. (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a


única opção correta.
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma
limitação material implícita do poder constituinte derivado.
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de
1988, está relacionada com a característica de condicionado do poder
constituinte derivado.
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade
do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder
constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na
vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação material
explícita ao poder constituinte derivado.
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição
de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.
Comentários:
Letra A - Correto. O povo como o titular do Poder Constituinte é
implicitamente protegido como cláusula pétrea, bem como o próprio
art. 60 que não pode ser alterado para que não ocorra a "dupla
revisão".
Letra B - Errada. Essa é um tipo de questão "clássica" nos concursos
ESAF, ou seja, começou a colocar as caracterísitcas e embolar as
definições. A característica que se relaciona às cláuslas pétreas é a de
"limidato". A característica de ser condicionado se refere ao
"procedimento" e não à proteção de "conteúdo". Cada característica
possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa
característica usando a definição de outra.
Letra C - Errada. No Brasil, adota-se a teoria da sobenia “popular”. O
titular do poder constituinte é o povo e não o Estado.

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Letra D - Errada. Trata-se de limitação circunstancial que pode ser


encontrada no art. 60 §1º, e não de uma limitação material.
Letra E - Errada. É incorreto falarmos que o PCO é inicial "porque não
sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito
positivo anterior", já que esta é a sua característica de ser ilimitado.
Mais uma vez: cada característica possui a sua exclusiva definição.
Não se pode definir a uma certa característica usando a definição de
outra.
Gabarito: Letra A.

99. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder


constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de
direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.
Comentários:
O PCO tem natureza política, pois organiza, é instuídor dos outros.
Gabarito: Errado.

100. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.


a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a
base da ordem jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade
de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação
especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado
por determinados órgãos com caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário,
nasce da deliberação da representação popular, devidamente
convocada pelo agente revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de
autenticidade constitucional.
e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder
Constituinte com a do surgimento de Constituições históricas,
visando, também, à limitação do poder estatal.
Comentários:
Letra A - Errado. Errou-se na definição das características. O PCO é
ilimitado e autônomo pois não sofre limitação alguma para seu
exercício. O fato se ser a base da ordem jurídica está relacionado
com a sua característica de ser inicial.

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Letra B - Errado. Alterar o texto constitucional é papel do poder


constituinte derivado reformador e não do poder constituinte derivado
decorrente que é o poder de se elaborar as constituições estaduais.
Letra C - Errado. Existem basicamente 2 formas de expressão do
PCO: a assembléia constituinte, que produz uma constituição
promulgada, de acordo com a vontade do povo; e a outorga, que
produz uma carta imposta segundo a vontade dos governantes.
Desta forma, o enunciado encontra-se incorreto.
Letra D - Correto. O Poder Constituinte Derivado recebe este nome
pois deriva do originário sendo um poder instituído que deve
respeitar os limites traçados pela Constituição Federal.
Letra E - Errado. A teoria sobre o poder constituinte foi
primeiramente concebida alguns meses antes da Revolução Francesa
pelo Abade Sièyès, este período foi um marco para as constituições
dogmáticas e não para as históricas.
Gabarito: Letra D.

101. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso


brasileiro, possui como uma das suas limitações a impossibilidade de
promoção de alteração da titularidade do poder constituinte
originário.
Comentários:
Exatamente uma das limitações do poder constituinte derivado. O
titular do Poder Constituinte Originário é o povo e o Poder
Constituinte Derivado não poderá alterar tal titularidade, trata-se de
uma cláusula pétra implícita da Constituição Federal.
Gabarito: Correto.

102. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte


derivado decorrente não pressupõe a existência de um Estado
federal.
Comentários:
Afirmação totalmente incorreta. O Poder Constituinte Derivado
Decorrente existe para instituir o Estado-membro de auto-
organização e assim ser o passo principal de sua autonomia política.
Ou seja, se existe um poder constituinte derivado decorrente é
porque existe um ente com autonomia para se organizar e esta
autonomia só existe em Estados federais como é o caso do Brasil, já
que em Estados unitários não existem entes autonomos
descentralizados.
Gabarito: Errado.
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103. (ESAF/AFPS/2002) Normas legais anteriores à Constituição


nova, que com ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser
tidas como revogadas pela nova Constituição.
Comentários:
Segundo a jurisprudência, a não-recepção da norma implica a sua
revogação. Lembramos que a análise da recepção ou revogação da
norma é feita tão somente de acordo com seu conteúdo, não sendo
considerada a forma em que se reveste a lei.
Gabarito: Correto.

104. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988


não previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados
antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em
vigor.
Comentários:
Segundo a jurisprudência, os materialmente compatíveis com o novo
texto constitucional serão recepcionados pela nova Constituição, já
que a recepção decorre exclusivamente do conteúdo da norma e não
da sua forma.
Gabarito: Errado.

• Questões da FUNIVERSA:

105. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder


constituinte aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto
constitucional. Nesse cenário, há que se distinguir entre o titular e o
exercente desse poder, do que, quanto àquele, é consagrado, no
texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade de exercitá-lo,
têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder
constituinte, assinale a alternativa correta.
a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e
revisor.
b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte
originário é totalmente ilimitado.
c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como
aqueles expressos na Constituição.
d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três
quintos dos Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso
Nacional. Essa votação deverá ocorrer em dois turnos em cada uma
delas.

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e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto


que cabe à análise jurídica, devendo aquela, necessariamente,
ocorrer sob os aspectos formal e material.
Comentários:
Letra A - O poder constituinte derivado é subdividido em reformador,
revisor, decorrente e, pela doutrina mais atual, difuso. Não considero
que a questão esteja errada, já que realmente reformador e revisor
são subdivisões do PCD. Porém, a banca Funiversa resolveu dar a
assertiva como errada, provavelmente pela falta do "decorrente".
Letra B - Isso tá certo. No Brasil adotamos a corrente positivista, logo
esquece tudo que fale de "direito natural" e blá, blá, blá... o PCO é
ilimitado.
Letra C - Os princípios estabelecidos são um dos limites ao Poder
Constituinte Decorrente dos Estados-membros. Tratam-se de
princípios constitucionais, expressos ou implícitos, na Constituição
Federal que limitam o poder de auto-organização dos Estados. A
questão erra, pois os princípios estabelecidos podem estar implícitos
no texto.
Letra D - Esse seria o procedimento de reforma. A revisão demanda
apenas maioria absoluta em turno único.
Letra E - Para recepção de normas, importa tão somente o aspecto
material.
Gabarito: Letra B. (embora eu ache que deveria ser anulada por
estarem corretas A e B).

106. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa


correta.
(a) O poder constituinte derivado tem como características ser
condicionado, secundário e autônomo.
(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que,
inobservados, acarretam a intervenção federal nos Estados.
(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não
ser possível a emenda à Constituição Federal durante o Estado de
Sítio.
(D) O poder constituinte originário pertence à Assembléia
Constituinte formada especialmente para elaborar uma nova
Constituição.
(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder
constituinte originário para o fim de reformar a Constituição,
emendando-a.

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Comentários:
Letra A - Errada. O PCD não é autônomo já que está vinculado às
condições e limites estabelecidos pelo PCO.
Letra B - Errada. Os princípios que acarretam a intervenção federal
nos Estados são os princípios sensíveis. Os princípios extensíveis são
aqueles princípios federais que, por simetria federativa, devem ser
aplicados também aos Estados Membros.
Letra C - Exato.
Letra D - Errado. O PCO pertence ao Povo. A assembléia é apenas o
"exercente".
Letra E - Errado. O decorrente é o poder que os Estados possuem
para elaborar ou modificar as constituições estaduais.
Gabarito: Letra C.

107. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada)


Mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal, a Constituição poderá ser
emendada.
Comentários:
Isso aí. É uma das 3 formas de iniciativa prevista no art. 60. I da
Constituição.
Gabarito: Correto.

108. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A


emenda à Constituição Federal será promulgada pelas mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Comentários:
Exato. Note que não há fase presidencial de sanção/veto às emendas
constitucionais. O fundamento desta questão está no art. 60 §3º.
Gabarito: Correto.

109. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com


o advento de uma nova Constituição, as normas da Constituição
antiga que não forem, no seu conteúdo, incompatíveis com o novo
texto, continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária.
Comentários:
Essa é a chamada "Teoria da Desconstitucionalização". Essa teoria
não é aceita no Brasil. Com o advento da nova Constituição tudo que

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é da Constituição anterior fica revogado, não se aproveita. Só podem


ser aproveitadas normas infraconstitucionais, nunca do texto
constitucional.
Gabarito: Errado.

• Questões da FGV:

110. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação


constitucional", é correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição,
especialmente por meio da interpretação judicial.
d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta
Política ser escrita e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.
Comentários:
Somente a letra C expressa com exatidão o conceito da mutação
constitucional, fruto do poder constituinte difuso.
Gabarito: Letra C.

111. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:


(A) o mesmo que reforma da constituição.
(B) o mesmo que emenda da constituição.
(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.
Comentários:
Só é plausível falarmos em "mudança formal" e "mudança informal",
quando estamos diante de uma Constituição rígida, já que somente
esta é que necessita de um procedimento especial de alteração.
Gabarito: Letra D.

112. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder


Constituinte Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois
consiste na possibilidade que os Estados-membros têm de se auto-

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organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais,


sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela
Constituição Federal.
Comentários:
Está certo o que diz a questão, já que o PCD Decorrente é conferido
através de duas normas constitucionais:
1- Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição.
2- ADCT, art. 11 - Cada Assembleia Legislativa, com poderes
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de 1
ano da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios
desta.
Gabarito: Correto.

113. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei


anterior à Constituição e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.
d) constitucional.
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura
Comentários:
Vimos que o exercício do poder constituinte originário traz consigo
duas consequências básicas: a revogação de todo o ordenamento
constitucional anterior e a recepção do ordenamento
infraconstitucional compatível materialmente.
Vimos que as normas que não forem recepcionadas serão
consideradas revogadas. Não há o que se falar em
inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja
considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema,
algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da
"inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu
com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante
sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo,
revogada.
Gabarito: Letra B

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• Questões de outras bancas:

114. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São


espécies de limitações circunstanciais ao poder constituinte
reformador no direito brasileiro:
a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência
de aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do
Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois
turnos em cada Casa do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de
Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da
separação dos poderes.
Comentários:
Dentre as diversas limitações ao Poder de Reforma da Constituição,
as limitações circunstanciais seriam aqueles impedimentos para o
exercício do Poder Derivado quando fossem observadas certas
circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, estado de sítio e
estado de defesa).
Gabrito: Letra B.

115. (CESGRANRIO/Técnico de Nivel Superior -Jurídico -


EPE/2007) Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a
doutrina reconhece que: "É inquestionavelmente um poder limitado,
porque regrado por normas da própria Constituição (...)" SILVA, José
Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São
Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente no que se refere à
Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de
reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra
sujeito a limitações:
a) formais.
b) temporais.
c) circunstanciais.
d) materiais explícitas.
e) materiais implícitas.
Comentários:

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Essa questão mostra que é importante que fixemos as nomenclaturas


doutrinárias, devidamente expostas ao comentarmos o art. 60.
Como vimos, não houve previsão de limitações temporais na CF 88.
Gabarito: Letra B.

116. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando


formular uma concepção estrutural de constituição, a doutrina
reconhece que: "A constituição é algo que tem, como forma, um
complexo de normas (escritas ou costumeiras); como conteúdo, a
conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a
realização dos valores que apontam para o existir da comunidade;
(...)" SILVA, José Afonso da. inCurso de Direito Constitucional
Positivo, 26ª edição, Malheiros, p. 39.
Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e
recriadora da constituição:
a) a rigidez constitucional.
b) a organização dos elementos essenciais do Estado.
c) o puro dever-ser.
d) o poder que emana do povo.
e) os direitos fundamentais do homem.
Comentários:
Vimos que o povo é o titular do poder constituinte. Esse poder que
emana do povo é a causa criadora e recriadora da Constituição, já
que a Constituição é a norma que regula o Estado, que possui o povo
como seu elemento pessoal. O Poder do povo é permanente, não se
esgota com a criação da constituição, por isso ele pode exigir uma
"recriação" se verificar que a ordem constitucional vigente não é mais
válida para seus anseios.
Gabarito: Letra D.

117. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas


de expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além
do método da Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte, os
métodos:
A) da revolução e da outorga da integração constitucional
B) da revolução, da outorga e bonapartista
C) da outorga, analógico e bonapartista
D) da revolução, difuso e dedutivo

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E) do golpe e do plebiscito
Comentários:
Com vimos, o Poder Constituinte Originário se manifesta basicamente
de 4 formas: Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte,
Revolução, Outorga, Método Bonapartista ou Cesarista.
Gabarito: Letra B.

118. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) A mutação


constitucional é um fenômeno que:
A) é exercido pelo chamado poder constituinte derivado, que é
subordinado e condicionado.
B) consiste em elaborar emendas à Constituição através de um
processo formal
C) é chamado também de revisão constitucional, tendo suas raízes no
constitucionalismo norte-americano
D) é próprio do sistema constitucional brasileiro, uma vez que a
nossa Constituição é rígida
E) é reservado às alterações informais feitas na substância da
Constituição, sobretudo através de interpretação judicial
Comentários:
Claramente temos que o gabarito é a letra E. Foi exatamente o que
vimos quando falamos em Poder Constituinte Difuso, no início da
teoria sobre esta parte da aula.
Gabarito: Letra E.

119. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA/2009) Analise as


proposições abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:
a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação
de uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de
que se o ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente
daquele que a nova Constituição exige para a regulação de
determinada matéria, deixará de permanecer em vigor e válido,
mesmo que haja concordância material de seu conteúdo com a nova
Carta.
b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de
validade da Constituição anterior, causada pela vigência de uma
nova, não significa a perda de validade de todas as normas contidas
na Constituição anterior.

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c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos


protegidos pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por
intermédio de Emenda Constitucional.
d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova
Constituição, que com ela não guarde compatibilidade, padecerá de
inconstitucionalidade superveniente ou estará revogado, possui
relevância prática. Afinal, se for o caso de revogação os tribunais não
precisarão de quorum especial para afastar a incidência do ato
normativo no caso concreto.
Comentários:
Letra A - Errado. A questão, em outras palavras, está dizendo que
um ato normativo que seja formalmente incompatível com o novo
texto constitucional deverá ser revogado. Isso não é verdade já que a
forma, ou como a questão diz: "o instrumento que a nova
Constituição exige para regulamentar o tema", pouco importa para
fins de recepção ou revogação. Estamos de olho tão somente no
conteúdo do ato normativo, não importando a forma exigida.
Letra B - Correto. Não adotamos tal doutrina no Brasil, mas
realmente o que esta teoria diz é que poderia ocorrer o
aproveitamento das normas constitucionais não conflitantes com o
novo texto.
Letra C - Exatamente. A dupla revisão é fazer uma emenda
constitucional para desproteger as cláusulas pétreas, e depois outra
emenda para alterá-las. A dupla revisão não é aceita no Brasil.
Letra D - Correto. A questão busca um tema que será estudado em
"controle de constitucionalidade". Só para não deixar o comentário
"solto", existe uma cláusula no art. 97 da Constituição, chamada de
"reserva de plenário". A cláusula diz: somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público.
Como a não recepção importa em revogação e não em
inconstitucionalidade, os tribunais não precisam observar esta
cláusula na apreciação da matéria.
Letra A.

120. (TRT 18ª/ Juiz Substituto - TRT 18ª/2007) A quem é


atribuída a idéia da origem do Poder Constituinte, com a consequente
distinção entre Poder Constituinte e poderes constituídos?
a) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Carl Shimidt na obra "Teoria da Constituição".

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b) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por


Emmanuel Sieyés, na obra "A Constituinte burguesa - Que é o
terceiro estado?".
c) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Rousseau na obra "Contrato Social".
d) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Rousseau na obra "Origem das desigualdade entre os homens".
e) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
François Châtelet na obra "História das Idéias Políticas".
Comentários:
Vimos que a teoria do Poder Constituinte é atribuída ao Abade
Emmanuel Sieyès com a publicação do "Que é o Terceiro Estado?" à
época da Revolução Francesa.
Gabarito: Letra B.

121. (OAB-DF/OAB-DF/2005 - Adaptada) A ausência de


revolução armada antecedendo a convocação da Assembléia Nacional
Constituinte nos anos de 1987/1988 desautoriza classificá-la como
Poder Constituinte Originário.
Comentários:
Não há forma prefixada para manifestação do PCO, logo, ele poderá
validamente ser expressado por meio de uma Assembleia
Constituinte, ainda que sem revolução armada.
Gabarito: Errado.

Pronto pessoal!!! Por hoje é só...


Excelente estudo a todos.
Grande abraço.
Vítor Cruz

Pontos importantes a serem fixados:

Sentidos (concepções) das Constituições:

• Sentido sociológico Ferdinand Lassale;


• Sentido político Carl Schimitt;

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• Sentido Jurídico Hans Kelsen.


• Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a
Constituição? - Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições
= a constituição real e a folha de papel. A Constituição real é formada
pela soma dos fatores reais de poder, assim, todos os países têm e
sempre tiveram uma constituição real e efetiva.
• Sentido Político: a constituição é uma decisão política
fundamental - Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais".
• Sentido jurídico: conceito formal de constituição – existe a
supremacia constitucional independente do conteúdo. A constituição
tem 2 sentidos: (1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial,
pensada - como deveria ser) que serve base para o (2) sentido
Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor
sobre o resto do ordenamento.
• Konrad Hesse – A força normativa da Constituição (Lassale
havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de
modificar a sociedade);
• J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição;
• Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da
Constituição - todos os agentes que participam da realidade da
Constituição deveriam participar também da interpretação
constitucional.

Poder Constituinte:
Originário (PCO) – Seu titular é o povo, o seu exercente é a
assembleia constituinte. É um poder inicial, político (pré-jurídico),
autônomo, soberano, irrestrito, permanente. Lembrando que:
• Inicial – pois dá início a um novo ordenamento jurídico;
• Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma
limitação material;
• Incondicionado – Não existe nenhuma limitação ou
procedimento formal pré-estabelecido;

Derivado (PCD) - Deriva do originário, sendo jurídico, derivado,


condicionado e limitado. Lembrando que:
• Condicionado – Possui limitações formais;
• Limitado - Deve respeitar limites materiais (cláusulas pétreas
– CF, art. 60 §4º).

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O PCD se divide em:


1- Reformador - Poder de fazer a reforma constitucional (emendas
constitucionais de reforma) para alterar formalmente o texto da
Constituição (CF, art. 60). Manifesta-se da seguinte forma:
Iniciativa:
• Presidente da República;
• Pelo menos um terço dos Deputados ou dos Senadores;
• Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
Procedimento:
• Votação em dois turnos em cada Casa do Congresso;
• Deve obter 3/5 dos votos.
Promulgação:
• Pelas Mesas de ambas as casas (não passa pelo Presidente, ele
inicia e termina no Legislativo).
Limitação circunstancial:
• A Constituição não pode ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas):
• Forma federativa de Estado;
• voto direto, secreto, universal e periódico;
• Separação dos Poderes;
• Direitos e garantias individuais.
Limitação Material Implícita (Cláusulas Pétreas Implícitas)
• Povo como titular do poder constituinte;
• Poder igualitário do voto.
• Próprio art. 60 – é a vedação à dupla revisão.

2- Revisor – Mesmo poder e mesmas limitações da reforma, porém


através de um procedimento bem mais simples: bastava maioria
simples em turno único. Foi instituído para se manifestar 5 anos
após a promulgação da Constituição e depois se extinguir.
3- Decorrente - Poder para os Estados elaborarem as suas
Constituições Estaduais.

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4- Difuso - É o poder de se promover a mutação constitucional


(alteração informal da Constituição).

LISTA DAS QUETÕES DA AULA:

1. (FCC/PGE-MA/2003) A Constituição "como decisão política


do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a
a) Sieyès.
b) Kelsen.
c) Montesquieu.
d) Carl Schmitt.
e) Ferdinand Lassalle.
2. (FCC/Subprocurador - TCE-SE/2002) A conceituação de
Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem
nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma
concepção de Constituição no sentido
a) sociológico.
b) jurídico.
c) político.
d) axiológico ou normativo.
e) instrumental ou estrutural.
3. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição"
comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa
que associa corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os
momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl
Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política
fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a
forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no
seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente
pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean
Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.

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d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os


fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições
escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam
fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand
Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente,
conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e
conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge
Miranda. Sentido dirigente.
4. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No
sentido político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos
fatores reais do poder que formam e regem determinado Estado.
5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da
Amazônia/2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição
de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem,
sendo, portanto, real e efetiva.
6. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da
Amazônia/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um
país somente pode ser considerada legítima se de fato representar o
efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que
constituem o poder.
7. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica,
elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de
forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o
ordenamento jurídico de determinada sociedade.
8. (CESPE/Analista-STF/2008) Considere a seguinte definição,
elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso
da Silva ( Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas,
p. 41... ). A constituição é considerada norma pura. A palavra
constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De
acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental
hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma
positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que
essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido
jurídico.
9. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a
CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório
dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a
CF não teria mais legitimidade.

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10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido


sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de
uma decisão política.
11. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido
sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois
refletiria a decisão política fundamental do titular do poder
constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos
individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais
seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos
de decisão política fundamental.
12. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido
jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica,
política ou filosófica.
13. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui
diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é
norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das
leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
14. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o
princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad
Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em
seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem
existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF
deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo
apenas determinada pela realidade social, mas determinante em
relação a ela.
15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força
normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista
alemão Konrad Hesse -, a constituição tem força ativa para alterar a
realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da
comunidade política submetida.
16. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o
princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os
aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões
jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto
constitucional.

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17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão


Peter Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores
reais de poder que regulamentam a vida nessa sociedade.
18. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,
considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu
na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em
que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano
jurídicopositivo, ou seja, a norma positivada.
19. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade
aberta dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle,
propõe que a interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida
por todos aqueles que vivem a norma, devendo ser inseridos no
processo de interpretação constitucional todos os órgãos estatais, os
cidadãos e os grupos sociais.
20. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da
corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não
há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente
organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja;
por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva,
mas as Constituições escritas.
21. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição
é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da
unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente
interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta
perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras.
22. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Para Hans
Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do processo
de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido
lógico-jurídico.
23. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em
seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade
entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais,
uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão
política fundamental do Estado.
24. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político
pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade
das normas constitucionais positivas.
25. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) A concepção de
constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em
comum com a concepção de constituição defendida por Ferdinand
Lassale, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos,
políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força
normativa da constituição.

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26. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) No sentido


sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand
Lassale é a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schimitt, é a decisão
política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis
constitucionais;
27. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Para Hans
Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico -
jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de
normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu
mais alto grau, e jurídico - positivo, que significa norma fundamental
hipotética;
28. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção
de Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de
uma sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
29. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a
constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm
origem nos chamados fatores reais de poder predominantes em
determinada época e lugar.
30. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido
sociológico, a constituição é o fruto de uma decisão política
fundamental acerca do modo e da forma da unidade política onde
surgiu.
31. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as
referências abaixo acerca dos conceitos de Constituição:
I. Constituição no sentido lógico-jurídico.
II. Constituição no sentido jurídico-positivo.
III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e
fundamental advinda da unidade política, e identificável pelo núcleo
de matérias que lhe são próprias e inerentes.

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( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas


abaixo, marque aquela que expressa a relação correta entre as
referências acima:
a)(I-C);(II-A);(III-B).
b)(I-A);(II-B);(III-C).
c)(I-A);(II-C);(III-B).
d)(I-B);(II-C);(III-A).
e)(I-B); (II-A);(III-C).
32. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais
de poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na
teoria de Carl Schmitt.
33. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) para Hans Kelsen, apesar
de um caracterizar-se por um dever-ser, a Constituição exige uma
fundamentação sociológica, política ou filosófica.
34. (OAB-DF/OAB-DF /2004) A concepção sociológica de
Constituição indica que a Carta Magna:
a) é a decisão política fundamental do Estado, contendo normas
fundamentais, tais como estrutura do Estado, organização do Poderes
e direitos fundamentais;
b) é a norma hipotética fundamental, ou seja, o vértice do
ordenamento jurídico;
c) é a soma dos fatores reais de poder, de nada valendo o texto
escrito quando contrário a tais fatores;
d) é o resultado de um processo de interpretação conduzido à luz da
publicidade, ou seja, pelos intérpretes da sociedade aberta e
pluralista.
35. (OAB-DF/OAB-DF/2006 - Adaptada) A concepção
sociológica de constituição, de Ferdinand Lassale, e a concepção de
constituição de Konrad Hesse têm em comum o reconhecimento de
que as condições sócio-políticas e econômicas têm influência na força
normativa da Constituição;
36. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder
Constituinte, é INCORRETO afirmar:
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um
novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição,
seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de
qualquer Constituição posterior.

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c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica


constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia
político-administrativa e respeitando as regras estabelecidas na
Constituição Federal, autoorganizam-se por meio de suas
constituições estaduais estão exercitando o chamado Poder
Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte
pertence ao povo, que, entretanto, não detém a titularidade do
exercício do poder.
37. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é
subdivido em:
a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
38. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário
caracteriza-se por ser:
a) autônomo e condicionado.
b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
39. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a
seguir a respeito do Poder Constituinte:
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte
classifica-se em originário e derivado.
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às
regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder
Constituinte derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.

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d) III e IV.
e) IV.
40. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder
Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto
constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer
procedimento determinado para realizar sua obra de
constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma
prefixada para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da
ordem jurídica.
41. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder
constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
42. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que
diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas
básicas de expressão desse Poder.
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o
povo ou a nação é seu exercente.
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em
nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de
outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e
o Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
43. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte
denominado originário pode se manifestar por meio de emendas
pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente
(Certo/Errado).
44. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder
constituinte originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria
política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que
dispõe, de maneira derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua
organização e os direitos e garantias fundamentais.

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b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda


num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito
positivo e decorrentes da natureza humana e da própria idéia de
justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição
escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel
de Sieyès que alguns meses antes da Revolução Francesa publicou
um panfleto intitulado "A Essência da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução
constitucional, onde o texto poderá ser modificado através de regras
e limites jurídicos contidos na norma hipotética fundamental
idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais
impositivas como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de
grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta
advinda da idéia de direito da comunidade e de sua tradição cultural.
45. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada)
Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie
normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual
Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido
diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei
ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como
desconstitucionalização (Certo/Errado).
46. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder
Constituinte Reformador:
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente
da República.
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as
Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas
unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional,
como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo
disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação
popular por meio de referendo.

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e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a


Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa.
47. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder
constituinte revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da
primeira Constituição de um Estado.
48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios
constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a
União que se estendem aos estados, seja por previsão constitucional
expressa ou implícita.
49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder
constituinte derivado caracteriza-se por ser um poder instituído,
ilimitado e incondicionado juridicamente.
50. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder
constituinte decorrente é aquele encarregado da alteração do texto
constitucional.
51. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de
normas constitucionais pretéritas é admitida pelo direito
constitucional brasileiro, inclusive de forma tácita.
52. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova
Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se
inválida.
53. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto,
universal e periódico é considerado cláusula pétrea da CF.
54. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário
é inicial, incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem
constitucional anterior.
55. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é
autônomo e tem natureza préjurídica.
56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor
não está vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um
poder condicionado.
57. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às
assembleias legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder
constituinte derivado decorrente.
58. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As
denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma
estão exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988
(CF).
59. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não
pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o

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catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte


originário.
60. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não
admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações
materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
61. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma,
assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas
normas no ADCT, admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência
do controle de constitucionalidade.
62. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder
constituinte originário é autônomo e se esgota com a edição da nova
constituição.
63. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte
originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição,
extingue-se com a conclusão de sua obra.
64. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder
constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por
constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o
de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam
constituições não escritas e semirrígidas.
65. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina,
apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela
experiências no sentido da indispensabilidade de observância de
certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da
pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando
da criação de uma nova constituição.
66. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte
supranacional tem capacidade para submeter as diversas
constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do
ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito
internacional.
67. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)
O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias
constituintes.
68. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)
O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte
originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem,
respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau
e de poder constituinte de primeiro grau.
69. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)
O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder
constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo

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consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em


virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem
por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras
limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.
70. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007)
Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder
constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas
de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e
dos movimentos revolucionários.
71. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder
constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura
uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.
72. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser
submetida ao poder constituinte derivado.
73. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é
aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as
constituições dos estados-membros da Federação.
74. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-
se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser
inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela
temporariedade.
75. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder
constituinte originário não se esgota quando se edita uma
constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente.
76. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder
constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode
desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional
preexistente, inclusive as cláusulas pétreas.
77. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com
entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da
manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra,
retroatividade máxima.
78. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria
da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido
antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma,
nela inserido.
79. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da
recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da
lei em face da nova constituição.
80. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo

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que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-


jurídica.
81. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista,
segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta
natureza pré-jurídica.

82. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder


constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto,
secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e
garantias individuais.
83. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo
critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado
decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para
a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao
DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica.
84. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder
constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da
desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição
anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional,
permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional.
85. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas
pelo poder constituinte originário são passíveis de controle
concentrado e difuso de constitucionalidade.
86. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada,
a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte
derivado reformador e também pelo derivado revisor.
87. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto
originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte
reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer
tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso
Nacional, em dois turnos de votação.
88. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009)
Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de
mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação
do denominado poder constituinte difuso.
89. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma
da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é
denominado mutação constitucional.

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90. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional


o processo informal de revisão, atualização ou transição da
Constituição sem que haja mudança do texto constitucional.
91. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são
alterações no texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem
econômica, social e cultural do país.
92. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova
Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da
Federação, para inserir na competência federal matéria até então da
competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da
federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em
vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da
continuidade do ordenamento jurídico.
93. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto
afirmar que
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais
unitários, é limitado, porém incondicionado.
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais,
circunstanciais ou materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
94. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação
soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente
organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que
com essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.
c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de
alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial
prevista na própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso
Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em
vista ser necessária a observância do procedimento imposto pelo
ordenamento então vigente para sua implantação.

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95. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário


e o poder constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional
Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do
texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações
expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se
a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia
Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-
determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos
parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e
aprovadas leis, observadas as limitações formais e materiais impostas
pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é
fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é
passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal
Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo,
promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove
a sua alteração.
96. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale
a opção correta, no que diz respeito às conseqüências da ação do
poder constituinte originário.
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à
competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada
com o advento da nova Carta.
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição
sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova
Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade,
não é considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde
plena compatibilidade material e esteja de acordo com o novo
processo legislativo.
c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto
Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de
vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.
d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas,
ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade
superveniente.
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior
ao novo diploma constitucional, que com este não sejam

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materialmente incompatíveis, são recebidas como normas


infraconstitucionais.
97. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos
Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e
condicionado.
98. (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a
única opção correta.
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma
limitação material implícita do poder constituinte derivado.
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de
1988, está relacionada com a característica de condicionado do poder
constituinte derivado.
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade
do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder
constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na
vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação material
explícita ao poder constituinte derivado.
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição
de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.
99. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder
constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de
direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.
100. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.
a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a
base da ordem jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade
de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação
especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado
por determinados órgãos com caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário,
nasce da deliberação da representação popular, devidamente
convocada pelo agente revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de
autenticidade constitucional.
e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder
Constituinte com a do surgimento de Constituições históricas,
visando, também, à limitação do poder estatal.

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101. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso


brasileiro, possui como uma das suas limitações a impossibilidade de
promoção de alteração da titularidade do poder constituinte
originário.
102. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder
constituinte derivado decorrente não pressupõe a existência de um
Estado federal.
103. (ESAF/AFPS/2002) Normas legais anteriores à Constituição
nova, que com ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser
tidas como revogadas pela nova Constituição.
104. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988
não previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados
antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em
vigor.
105. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder
constituinte aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto
constitucional. Nesse cenário, há que se distinguir entre o titular e o
exercente desse poder, do que, quanto àquele, é consagrado, no
texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade de exercitá-lo,
têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder
constituinte, assinale a alternativa correta.
a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e
revisor.
b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte
originário é totalmente ilimitado.
c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como
aqueles expressos na Constituição.
d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três
quintos dos Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso
Nacional. Essa votação deverá ocorrer em dois turnos em cada uma
delas.
e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto
que cabe à análise jurídica, devendo aquela, necessariamente,
ocorrer sob os aspectos formal e material.
106. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa
correta.
(a) O poder constituinte derivado tem como características ser
condicionado, secundário e autônomo.
(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que,
inobservados, acarretam a intervenção federal nos Estados.

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(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não


ser possível a emenda à Constituição Federal durante o Estado de
Sítio.
(D) O poder constituinte originário pertence à Assembléia
Constituinte formada especialmente para elaborar uma nova
Constituição.
(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder
constituinte originário para o fim de reformar a Constituição,
emendando-a.
107. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada)
Mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal, a Constituição poderá ser
emendada.
108. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A
emenda à Constituição Federal será promulgada pelas mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
109. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com
o advento de uma nova Constituição, as normas da Constituição
antiga que não forem, no seu conteúdo, incompatíveis com o novo
texto, continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária.
110. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação
constitucional", é correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição,
especialmente por meio da interpretação judicial.
d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta
Política ser escrita e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.
111. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:
(A) o mesmo que reforma da constituição.
(B) o mesmo que emenda da constituição.
(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.
112. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder
Constituinte Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois
consiste na possibilidade que os Estados-membros têm de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais,

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sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela


Constituição Federal.
113. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei
anterior à Constituição e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.
d) constitucional.
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura
114. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São
espécies de limitações circunstanciais ao poder constituinte
reformador no direito brasileiro:
a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência
de aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do
Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois
turnos em cada Casa do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de
Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da
separação dos poderes.
115. (CESGRANRIO/Técnico de Nivel Superior -Jurídico -
EPE/2007) Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a
doutrina reconhece que: "É inquestionavelmente um poder limitado,
porque regrado por normas da própria Constituição (...)" SILVA, José
Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São
Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente no que se refere à
Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de
reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra
sujeito a limitações:
a) formais.
b) temporais.
c) circunstanciais.
d) materiais explícitas.
e) materiais implícitas.

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116. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando


formular uma concepção estrutural de constituição, a doutrina
reconhece que: "A constituição é algo que tem, como forma, um
complexo de normas (escritas ou costumeiras); como conteúdo, a
conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a
realização dos valores que apontam para o existir da comunidade;
(...)" SILVA, José Afonso da. inCurso de Direito Constitucional
Positivo, 26ª edição, Malheiros, p. 39.
Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e
recriadora da constituição:
a) a rigidez constitucional.
b) a organização dos elementos essenciais do Estado.
c) o puro dever-ser.
d) o poder que emana do povo.
e) os direitos fundamentais do homem.
117. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas
de expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além
do método da Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte, os
métodos:
A) da revolução e da outorga da integração constitucional
B) da revolução, da outorga e bonapartista
C) da outorga, analógico e bonapartista
D) da revolução, difuso e dedutivo
E) do golpe e do plebiscito
118. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) A mutação
constitucional é um fenômeno que:
A) é exercido pelo chamado poder constituinte derivado, que é
subordinado e condicionado.
B) consiste em elaborar emendas à Constituição através de um
processo formal
C) é chamado também de revisão constitucional, tendo suas raízes no
constitucionalismo norte-americano
D) é próprio do sistema constitucional brasileiro, uma vez que a
nossa Constituição é rígida
E) é reservado às alterações informais feitas na substância da
Constituição, sobretudo através de interpretação judicial
119. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA/2009) Analise as
proposições abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:

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a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação


de uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de
que se o ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente
daquele que a nova Constituição exige para a regulação de
determinada matéria, deixará de permanecer em vigor e válido,
mesmo que haja concordância material de seu conteúdo com a nova
Carta.
b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de
validade da Constituição anterior, causada pela vigência de uma
nova, não significa a perda de validade de todas as normas contidas
na Constituição anterior.
c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos
protegidos pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por
intermédio de Emenda Constitucional.
d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova
Constituição, que com ela não guarde compatibilidade, padecerá de
inconstitucionalidade superveniente ou estará revogado, possui
relevância prática. Afinal, se for o caso de revogação os tribunais não
precisarão de quorum especial para afastar a incidência do ato
normativo no caso concreto.
120. (TRT 18ª/ Juiz Substituto - TRT 18ª/2007) A quem é
atribuída a idéia da origem do Poder Constituinte, com a consequente
distinção entre Poder Constituinte e poderes constituídos?
a) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Carl Shimidt na obra "Teoria da Constituição".
b) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Emmanuel Sieyés, na obra "A Constituinte burguesa - Que é o
terceiro estado?".
c) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Rousseau na obra "Contrato Social".
d) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
Rousseau na obra "Origem das desigualdade entre os homens".
e) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por
François Châtelet na obra "História das Idéias Políticas".
121. (OAB-DF/OAB-DF/2005 - Adaptada) A ausência de
revolução armada antecedendo a convocação da Assembléia Nacional
Constituinte nos anos de 1987/1988 desautoriza classificá-la como
Poder Constituinte Originário.

GABARITO:

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1 D 26 Correto 51 Errado 76 Correto 101 Correto


2 A 27 Errado 52 Errado 77 Errado 102 Errado
3 D 28 B 53 Correto 78 Errado 103 Correto
4 Errado 29 Errado 54 Errado 79 Errado 104 Errado
5 Correto 30 Errado 55 Correto 80 Correto 105 B
6 Correto 31 C 56 Errado 81 Errado 106 C
7 Correto 32 Errado 57 Errado 82 Errado 107 Correto
8 Correto 33 Errado 58 Errado 83 Correto 108 Correto
9 Correto 34 C 59 Correto 84 Correto 109 Errado
10 Errado 35 Correto 60 Errado 85 Errado 110 C
11 Errado 36 C 61 Errado 86 Errado 111 D
12 Correto 37 D 62 Errado 87 Errado 112 Correto
13 E 38 E 63 Errado 88 Correto 113 B
14 Correto 39 A 64 Errado 89 Errado 114 B
15 Correto 40 A 65 Correto 90 Correto 115 B
16 Errado 41 Correto 66 Correto 91 Errado 116 D
17 Errado 42 C 67 Errado 92 Errado 117 B
18 Errado 43 Errado 68 Errado 93 C 118 E
19 Correto 44 E 69 Correto 94 D 119 A
20 Errado 45 Errado 70 Correto 95 B 120 B
21 Errado 46 E 71 Correto 96 B 121 Errado
22 Correto 47 Errado 72 Errado 97 Errado
23 Errado 48 Correto 73 Correto 98 A
24 Errado 49 Errado 74 Errado 99 Errado
25 Errado 50 Errado 75 Correto 100 D

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