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INTRODUÇÃO E

EPISTEMOLOGIA DA TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO E DO
DIREITO CONSTITUCIONAL
Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Direito
Teoria da Constituição
Prof. Dr. Raoni Bielschowsky
ACEPÇÕES DAS
PALAVRAS
 O que é Direito?
 Etimologicamente
 Palavras Romanas
 Ius

 Rectum - derectum
 rek-tó (Indoeuropeu )

 Direito, derecho, diritto, droit, right,


Rechts
Algumas dificuldades da definição

• Plurivocidade
• Múltiplos sentidos
• Ambiguidades
• Emotividade
ACEPÇÕES
DAS Ambiguidades do termo
PALAVRAS • Exemplo:
• "direito é uma ciência (1) que estuda o direito (2)
quer no sentido de direito objetivo (3) conjunto
das normas, quer no de direito subjetivo (4)
faculdades” (FERRAZ JÚNIOR, 2011)
ACEPÇÕES DAS PALAVRAS

1) Direito como 2) Direito como


Direito como aquilo
Ciência do Direito: Fenômeno Humano e 3) Direito Objetivo 4) Direito Subjetivo
que é justo
Jurisprudência Fato Social

Direito Objetivo Direito Subjetivo


• “Direito como Norma da • “possibilidades ou poderes
Organização social” de agir, que a ordem jurídica
(NADER, 2014) garante a alguém” (NADER,
2014)
 Afetividade (Emotividade)
 "Direito" é uma palavra com significado afetivo
favorável. Denominar com essa palavra uma
organização social implica condecorá-la com um título
honorífico e estimular as atitudes de adesão em torno
dela. A carga afetiva que uma palavra tem prejudica seu
significado cognoscitivo. Porque as pessoas estendem
ACEPÇÕES
ou restringem o uso do termo, abrangendo ou deixando DAS
fora de sua denotação os fenômenos que apreciam ou
rejeitam, conforme o significado afetivo favorável ou PALAVRAS
desfavorável. Isso provoca uma grande imprecisão no
campo de referência da expressão, e no caso de
"direito" explica muitas das diferenças entre as
definições defendidas pelos juristas”. (NINO, 2010, pp.
16 e 17)
 Divergências ideológicas nas definições (DIMOULIS,

ACEPÇÕES 2011, pp. 30-47)

DAS
 Abordagem apologética

 Abordagem crítica
PALAVRAS  Abordagem (pretensamente) neutra
 Polissemia do Termo Constituição
SENTIDOS DE
CONSTITUIÇ  Origem etimológica:
 Verbo latino: constituere
ÃO: O QUE É
CONSTITUIÇ  Acepção denotativa

ÃO?  Composição
 Compleição
 “A palavra constituição é empregada com vários
significados, tais como: (a) ‘Conjunto dos
SILVA, JOSÉ
elementos essenciais de alguma coisa: a AFONSO. CURSO DE
constituição do universo, a constituição dos DIREITO
corpos sólidos’; (b) ‘Temperamento, compleição CONSTITUCIONAL
do corpo humano: uma constituição psicológica POSITIVO. 37 ED.
explosiva, uma constituição robusta’; (c) SÃO PAULO:
Organização, formação: a constituição de uma MALHEIROS, 2014,
assembléia, a constituição de uma comissão; (d) P. 37.
a constituição de dote, de renda, de uma
sociedade anônima’; (e) ‘Conjunto de normas
que regem uma corporação, uma instituição: a
constituição da propriedade’; (f) ‘A lei
fundamental de um Estado’”
“É MISTER BATER, BATER CEM
VÊZES, E CEM VÊZES REPETIR:
O DIREITO NÃO É UM FILHO DO
CÉU, É SIMPLESMENTE UM
FENÔMENO HISTÓRICO, UM  Direito (ocidental)
PRODUTO CULTURAL DA
HUMANIDADE. SERPENS NISI
SERPENTEM COMEDERIT, NON
FIT DRACO, A SERPE QUE NÃO  Direito moderno
DEVORA A SERPE, NÃO SE FAZ
DRAGÃO; A FÔRÇA QUE NÃO
VENCE A FÔRÇA, NÃO SE FAZ
DIREITO; O DIREITO É A FORÇA  Direito do Estado de Direito
QUE MATOU A PRÓPRIA
FORÇA”.
 Estado Constitucional
BARRETO DE MENEZES, TOBIAS.
"IDÉIA DO DIREITO" —
(Estado Democrático de
DISCURSO PROFERIDO EM Direito)
COLAÇÃO DE GRAU NA
FACULDADE DE RECIFE. IN:
SOUSA, CARLOS AURÉLIO MOTA
DE (ORG.). ANTOLOGIA DE
FAMOSOS DISCURSOS
BRASILEIROS. SÃO PAULO:
LOGOS, 1957, PP. 92-93
Constituição em sentido moderno

Constitucionalismo moderno: Revoluções


burguesas
SENTIDOS DE
CONSTITUIÇÃO:

VARIAÇÕES SOBRE O Constituição propriamente dita


CONCEITO DE
CONSTITUIÇÃO

Constituição, também, como lei fundamental

Fundamento primeiro da experiência do


constitucionalismo: a legitimidade do poder
(GRIMM)
CONCEITO
NORMATI  “A Constituição deixa de ser um “modo de
ser” da comunidade (como ela simplesmente
VO DE é) para se tornar o “ato constitutivo”
(criador, formador, fundante) da (nova)

CONSTITU comunidade” (Rogério Ehrhardt Soares).

IÇÃO
“O constitucionalismo em sentido amplo é a ideologia
que requer a criação de uma – qualquer – constituição, a
fim de limitar o poder e prevenir o despotismo. O
constitucionalismo em sentido estrito é a ideologia que
requer a criação de um tipo específico de constituição a
fim de limitar o poder e de prevenir o despotismo.
Desde outro ponto de vista, podemos distinguir entre
CONSTITUCION constitucionalismo débil e constitucionalismo forte.
ALISMO O constitucionalismo débil é a ideologia que requer uma
constituição somente para limitar o poder existente, sem
prever uma específica defesa de direitos fundamenatis. O
constitucionalismo forte (o liberal) é a idelogia que
requer uma constituição para garantir os direitos e as
liberadades fundamentais frente o poder estatal”
(COMANDUCCI, 2002, p. 91, tradução nossa)
“Constitucionalismo é a teoria (ou ideologia) que
ergue o princípio do governo limitado indispensável à
garantia dos direitos em dimensão estruturante da
organização político-social de uma comunidade. Neste
sentido, o constitucionalismo moderno representará CONSTITUCION
uma técnica específica de limitação do poder com fins
garantísticos. O conceito de constitucionalismo ALISMO
transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no fundo,
uma teoria normativa da política, tal como a teoria da
democracia ou a do liberalismo” (CANOTILHO,
2003, p. 51)
CONSTITUIÇÃO E
ORDENAMENTO JURÍDICO
“(O Direito Constitucional) Consubstanciava-se numa idéia
fundamental: a limitação da autoridade governativa. Tal
limitação se lograria tecnicamente mediante a separação de
poderes (as funções legislativas, executivas e judiciárias
atribuídas a órgãos distintos) e a declaração de direitos”
(BONAVIDES, 2007, p. 36)
OS SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO
UMA APROXIMAÇÃO CLÁSSICA

Constituição em Sentido Político


Constituição em Sentido Sociológico “decisão política fundamental, Constituição em Sentido Jurídico
“soma dos fatores reais do poder decisão concreta de conjunto sobre
Constituição como norma jurídica
que regem nesse país, sendo esta a o modo e forma de existência da
constituição real e efetiva” unidade política” Lei das leis
Constituição ≠ leis constitucionais
RESSALVA LÓGICA E
METODOLÓGICA
“todo conhecimento sobre o estado tem que partir do
pressuposto que a vida estatal sempre inclui aquele
que investiga; este pertence a ela de um modo
existencial e não pode nunca abandonar-la”.

HELLER, Hermann. Teoría del Estado. Tradução Luís Fernando Tobio. México:
FCE, 1998, p. 48.
RESSALVA LÓGICA E
METODOLÓGICA
 “A perspectiva metodológica de estudo do Direito
Constitucional nunca é axiologicamente neutra, antes tem
sempre subjacente e revela na sua elaboração científica
uma determinada pressuposição de valores: o Direito
Constitucional é o sector da ciência jurídica mais
ideologicamente comprometido”.

OTERO, Paulo. Instituições políticas e Constitucionais – volume


I. Coimbra: Almedina, 2007, p. 16.
Ciência Política

Teoria do Estado

DO Sociologia política e constitucional


CONHECIME
História Constitucional
NTO DA
CONSTITUIÇ Direito Constitucional
ÃO
Teoria da Constituição

Filosofia Constitucional
Leitura dogmática e leitura teorética

 “A dogmática constitucional procura auxiliar o jurista


DO
constitucional, fornecendo-lhe esquemas de trabalho, CONHECIME
regras técnicas, modos de argumentação e de raciocínio
indispensável à ‘solução’ ou ‘decisão’, justa e NTO DA
fundamentada, dos ‘casos’ ou problemas jurídico-
constitucionais” (CANOTILHO)
CONSTITUIÇ
ÃO
 Leitura dogmática e leitura teorética

 “A teoria visa proporcionar uma reflexão sobre o modo


e a forma como o direito constitucional e a ciência do
direito constitucional compreendem o seu objecto de
estudo e cumprem as respectivas tarefas nos planos
pedagógico e científico” (CANOTILHO) DO
CONHECIME
 Fronteira entre Filosofia do Direito e Direito NTO DA
Constitucional
 Em tempos de Constitucionalismo Democrático e de
CONSTITUIÇ
força normativa da Constituição, é comum a clara ÃO
preponderância de juristas que podem ser identificados,
das duas uma, ou como filósofos do Direito com
vocação de constitucionalistas, ou, ainda, como
constitucionalistas com vocação de filósofos do Direito
(GARCIA FIGUEROA)
Direito Constitucional: “tronco do qual derivam todos os ramos do Direito
Positivo”

Hierarquia normativa

Pirâmide Normativa Fonte de validade

DIREITO CONSTITUCIONAL
 Fontes Formais

 Fontes escritas
 Legislação em sentido amplo ou material
 Normas de origem judicial

FONTES DO  Doutrina

DIREITO  Fontes não escritas


 Costumes jurídicos
 Vontade dos particulares (poder negocial)*
CONSTITU  Direito

IÇÃO E  Ordenamento

 Norma Jurídica

ORDENAM  Fontes do Direito

ENTO  Legislação

JURÍDICO  Constituição
 Leis esparsas
 Leis complementares
 Leis ordinárias
 Leis delegadas
 Medidas provisórias

 Outros atos normativos do poder legislativo


 Decretos legislativos
LEGISLAÇÃO
 Resoluções

 Atos normativos do poder executivo


 Decreto ou regulamento
 Instrução
 Portaria, circular, ordem de serviço
 Código Comercial  Código Penal Militar
 Lei nº 556, 25.6.1850  Decreto-lei 1.001, de 21.10.1969
 Código Civil  Código de Mineração - Código de Minas
 Lei nº 10.406, 10.1.2002  Decreto-lei nº 227, 28.2.1967
 Código de Águas  Código de Caça - Proteção a Fauna
 Decreto nº 24.643, 10.7.1934  Lei nº 5.197, 3.1.1967
 Código de Defesa do Consumidor  Código de Processo Civil
 Lei nº 8.078, 11.09.1990  Lei nº 5.869, 11.1.1973 (velho)
 Código Penal  Lei nº 13.105, de 2015 (novo)
 Decreto-lei nº 2.848, 7.12.1940  Código Brasileiro de Aeronáutica.
 Código de Processo Penal  Lei nº 7.565, 19.12.1986
 Decreto-lei nº 3.689, 3.10.1941  Estatuto da Criança e do Adolescente
 Código Brasileiro de Telecomunicações  Lei nº 8.069, 13.7.1990
 Lei nº 4.117, 27.8.1962  Código de Propriedade Industrial
 Código Florestal  Lei nº 9.279, 14.5.1996
 Lei nº 12.651, 25.5.2012  Código de Trânsito Brasileiro
 Código Eleitoral  Lei nº 9.503, 23.9.1997
 Lei nº 4.737, 15.7.1965  Código de Conduta da Alta Administração Federal
 Código Sanitário do Distrito Federal  (Código de Conduta, Portarias, Exposições de Motivos,
 Lei nº 5.027, 14.6.1966 Resoluções, Decretos)

 Código Tributário Nacional


 Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
 Lei nº 5.172, 25.10.1966
 Decreto-lei nº 5.452, de 1º.5.43

 Código de Processo Penal Militar


 Decreto -lei 1.002, de 21.10.1969
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/codigos/quadro_cod.htm
LEGISLAÇÃO:
EXEMPLOS DE Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

GRADAÇÃO DE
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

DENSIDADE
outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I - independência nacional;

COMBATE AO
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
RACISMO VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

CONSTITUIÇÃO brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)

DA REPÚBLICA XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;

FEDERATIVA DO
BRASIL (CRFB)
LEGISLAÇÃO: Lei n. 7716/1989
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou

EXEMPLOS DE
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.

GRADAÇÃO Pena: reclusão de dois a cinco anos.

DE Lei n. 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial)


Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa.

DENSIDADE Lei n. 12.711/2012


Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação
reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno,
no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado

COMBATE AO integralmente o ensino médio em escolas públicas.


Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta
por cento) deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou

RACISMO
inferior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio) per capita .
Art. 3º Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1º desta Lei
serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas e por
pessoas com deficiência, nos termos da legislação, em proporção ao total de vagas no mínimo
igual à proporção respectiva de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na
população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

LEIS
LEGISLAÇÃO:
EXEMPLOS DE Decreto n. 7.824/2012

GRADAÇÃO DE Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, que dispõe sobre o
ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio.

DENSIDADE
(...)

Art. 2º As instituições federais vinculadas ao Ministério da Educação que ofertam vagas de


educação superior reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação,
por curso e turno, no mínimo cinquenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, inclusive em cursos de educação

COMBATE AO
profissional técnica, observadas as seguintes condições:

I - no mínimo cinquenta por cento das vagas de que trata o caput serão reservadas a estudantes com

RACISMO
renda familiar bruta igual ou inferior a um inteiro e cinco décimos salário-mínimo per capita ; e

II - proporção de vagas no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade


da Federação do local de oferta de vagas da instituição, segundo o último Censo Demográfico
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, que será reservada, por curso
e turno, aos autodeclarados pretos, pardos e indígenas.

ATOS II - as vagas de que trata o art. 1º da Lei nº 12.711, de 2012, serão preenchidas, por curso e turno,
por autodeclarados pretos, pardos e indígenas e por pessoas com deficiência, nos termos da
legislação pertinente, em proporção ao total de vagas, no mínimo, igual à proporção respectiva de
NORMATIVOS DA pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na população da unidade federativa onde está
instalada a instituição, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.
ADMINISTRAÇÃ
O
Portaria Normativa n. 13, DE 11 DE MAIO DE 2016 (MEC)

LEGISLAÇÃO: O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único,
inciso IV, da Constituição, em observância ao disposto no art. 9o , inciso II, do Decreto no 7.824, de 11 de outubro
de 2012, e

EXEMPLOS DE CONSIDERANDO:
O estabelecido na Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial;

GRADAÇÃO DE
Que as Ações Afirmativas e reservas de vagas adotadas em cursos de graduação, sobretudo as definidas na Lei no
12.711, de 29de agosto de 2012, e regulamentada pelo Decreto no 7.824, de 2012,que explicitamente coloca em seu
art. 5o , § 3o , que "as instituiçõesfederais de educação poderão, por meio de políticas específicas deações
afirmativas, instituir reservas de vagas suplementares ou deoutra modalidade";

DENSIDADE Que o Supremo Tribunal Federal declarou, em 2012, a Constitucionalidadedas Políticas de Ações Afirmativas;
Que o ingresso no Serviço Público Federal, nos termos daLei no 12.990, de 9 de junho de 2014, estabelece reserva
de vinte porcento das vagas aos/às negros/as, demonstrando que a adoção dePolíticas de Ações Afirmativas na
graduação não é suficiente parareparar ou compensar efetivamente as desigualdades sociais resultantesde passivos
históricos ou atitudes discriminatórias atuais; e

COMBATE AO
Que universidades públicas, em diversos programas de pósgraduação,estão adotando Políticas de Ações Afirmativas
para negros,indígenas e pessoas com deficiências, ampliando a diversidadeétnica e cultural em seu corpo discente,
resolve:

RACISMO Art. 1o As Instituições Federais de Ensino Superior, no âmbitode sua autonomia e observados os princípios de mérito
inerentesao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação, terão oprazo de noventa dias para apresentar
propostas sobre inclusão denegros (pretos e pardos), indígenas e pessoas com deficiência em seusprogramas de pós-
graduação (Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado),como Políticas de Ações Afirmativas.

ATOS
Art. 2o As Instituições Federais de Ensino deverão criarcomissões próprias com a finalidade de dar continuidade ao
processo de discussão e aperfeiçoamento das Ações Afirmativas propostas.

NORMATIVOS DA Art. 3o A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES deverá coordenar a elaboração
periódica docenso discente da pós-graduação brasileira, com o intuito de forneceros subsídios para o
acompanhamento de ações de inclusão de negros(pretos e pardos), indígenas e pessoas com deficiência na pós-

ADMINISTRAÇÃ
graduação, bem como para a avaliação de tais ações junto aos programas de pós-graduação.

Art. 4o O Ministério da Educação - MEC instituirá Grupo deTrabalho para acompanhar e monitorar as ações

O propostas nesta Portaria

Art.5o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


LEGISLAÇÃO:  CRFB
Art. 21. Compete à União: (...)

EXEMPLOS DE XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,


concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
GRADAÇÃO DE serviços, a criação de um órgão regulador e outros
aspectos institucionais;

DENSIDADE XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,


concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;

TELECOMUNIC
AÇÕES
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão;

CONSTITUIÇÃ Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República, não exigida esta para o

O especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as


matérias de competência da União, especialmente sobre:
(...)
XII - telecomunicações e radiodifusão;
LEGISLAÇÃO:  Lei n. 9.472/1997 (Dispõe sobre a organização dos serviços de
telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e

EXEMPLOS DE
outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8,
de 1995 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9472.htm)
Art. 10. Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência,

GRADAÇÃO DE devendo o seu regulamento, aprovado por decreto do


Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional.
Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições

DENSIDADE desta Lei, por meio de decreto:


I - instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço
no regime público, concomitantemente ou não com sua
prestação no regime privado;
II - aprovar o plano geral de outorgas de serviço prestado no

TELECOMUNIC regime público;


III - aprovar o plano geral de metas para a progressiva

AÇÕES
universalização de serviço prestado no regime público;
IV - autorizar a participação de empresa brasileira em
organizações ou consórcios intergovernamentais destinados
ao provimento de meios ou à prestação de serviços de
telecomunicações.
Parágrafo único. O Poder Executivo, levando em conta os
LEIS interesses do País no contexto de suas relações com os
demais países, poderá estabelecer limites à participação
estrangeira no capital de prestadora de serviços de
telecomunicações.
Art. 25. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho
Diretor serão de três, quatro, cinco, seis e sete anos, a serem
estabelecidos no decreto de nomeação.
LEGISLAÇÃO:  Decreto n. 3.896/2001: Dispõe sobre a regência dos serviços de telecomunicações, e dá
outras providências
Art. 1o Os serviços de telecomunicações, qualquer que seja o regime jurídico ou o

EXEMPLOS DE interesse, regem-se exclusivamente pelos regulamentos e pelas normas editadas pela
Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, não se lhes aplicando a
regulamentação anteriormente vigente, excetuada a hipótese prevista no inciso II do
art. 214 da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997.

GRADAÇÃO DE Art. 2o Ficam revogados o art. 3o e seu parágrafo único, os arts. 5o, 8o e 9o, o § 2o
do art. 10, os arts. 13, 14, 16 a 33, 35 a 40 e 61 a 64 do Regulamento aprovado pelo
Decreto no 2.197, de 8 de abril de 1997; os arts. 6o a 29 do Decreto no 2.196, de 8

DENSIDADE de abril de 1997; os arts. 8o a 25, 28 a 33 e 36 do Decreto no 2.056, de 4 de


novembro de 1996; os arts. 3o a 6o, 9o a 29, 31 a 40 e 54 a 57 do Decreto no 2.198,
de 8 de abril de 1997; e o Decreto no 2.195, de 8 de abril de 1997.
Parágrafo único. Ficam respeitadas, por força do que dispõe o inciso II do art. 214
da Lei no 9.472, de 1997, as cláusulas e condições estabelecidas em contratos e
respectivos atos de outorga vigentes até a data da regulamentação baixada pela
Anatel.

TELECOMUNIC Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

AÇÕES  Decreto n. 5.820/2006: Dispõe sobre a implantação do SBTVD-T, estabelece diretrizes


para a transição do sistema de transmissão analógica para o sistema de transmissão digital
do serviço de radiodifusão de sons e imagens e do serviço de retransmissão de televisão, e
dá outras providências. (15 artigos)
Art. 1o Este Decreto dispõe sobre a implantação do Sistema Brasileiro de Televisão
Digital Terrestre - SBTVD-T na plataforma de transmissão e retransmissão de sinais

DECRETOS
de radiodifusão de sons e imagens.
Art. 2o Para os fins deste decreto, entende-se por:
I - SBTVD-T - Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre - conjunto de
padrões tecnológicos a serem adotados para transmissão e recepção de sinais digitais
terrestres de radiodifusão de sons e imagens; e
II - ISDB-T - Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial – serviços
integrados de radiodifusão digital terrestre.
...
LEGISLAÇÃO: DECRETO Nº 9.837, DE 14 DE JUNHO DE 2019

EXEMPLOS DE Dispensa as emissoras de radiodifusão sonora da obrigatoriedade de retransmissão do


programa oficial de informações dos Poderes da República.

GRADAÇÃO DE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput,
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 38, § 5º, da Lei nº 4.117, de 27
de agosto de 1962 - Código Brasileiro de Telecomunicações,

DENSIDADE DECRETA:

Art. 1º Durante da realização da Copa América Conmebol Brasil 2019, no período de 14 de


junho a 7 de julho de 2019, as emissoras de radiodifusão sonora ficam dispensadas da
obrigatoriedade de retransmitir o programa oficial de informações dos Poderes da República,
nos dias de partidas disputadas pela seleção brasileira, quando as disputas ocorrerem de
segunda-feira a sexta-feira, no horário compreendido entre as dezenove horas e as vinte e duas

TELECOMUNIC horas, horário oficial de Brasília, nos termos do disposto na alínea “e” do caput do art. 38 da
Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962 - Código Brasileiro de Telecomunicações.

AÇÕES Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de junho de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

DECRETOS JAIR MESSIAS BOLSONARO

Onyx Lorenzoni

Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.6.2019 - Edição extra

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9837.htm#art1
 Constituição e Lei

 “Lei das leis”

 Centro da ordem jurídica


CONSTITU
 Supremacia Constitucional
IÇÃO E
 Regras de hierarquia superior ORDENA
MENTO
 “O Direito Constitucional, por tratar da organização jurídica
do Estado, fixando-lhe as normas fundamentais, e por
validar todo o sistema jurídico, acaba por condicionar todos
os demais ramos do Direito Público e do Direito Privado”
(CARVALHO, 2016, p. 22)

 “Nenhuma norma do direito ordinário é ‘livre da


JURÍDICO
Constituição’, antes é informada materialmente por ela”
(CANOTILHO, 2003, pp. 19-20)
 ASCENSÃO, José Oliveira. Introdução à Ciência do Direito. 3 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

 BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Teoria da Constituição. Revista de Informação Legislativa,


Brasília, a. 15, n. 58, pp. 27-54, abr./jun. 1978.

 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução Maria Celeste C. J. Santos. 6 ed. Brasília:
Universidade de Brasília, 1995.


BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21 ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. REFERÊNC
IAS
 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7 ed. Coimbra: Almedina,
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