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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE DIREITO

ALICE SANTOS PENNISI

VICTÓRIA MARIA CAVALINI DINIZ NEVES

Teoria da imputação objetiva de Roxin e Jakobs: uma análise comparativa

Uberlândia

2023
ALICE SANTOS PENNISI

VICTÓRIA MARIA CAVALINI DINIZ NEVES

Teoria da imputação objetiva de Roxin e Jakobs: uma análise comparativa

Projeto de pesquisa do Curso de Direito da


Faculdade de Direito da Universidade de
Uberlândia

Uberlândia

2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................4
1.1. OBJETIVO ......................................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO (TEMA, CONTEXTUALIZAÇÃO) .............................................................5
2.1. JUSTIFICAÇÃO ...............................................................................................................6
3. ESTADO DA ARTE ..................................................................................................................7
4. ÍNDICE PROVISÓRIO .............................................................................................................8
5. METODOLOGIA .....................................................................................................................9
6. CRONOGRAMA ...................................................................................................................10
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO

Apesar dos reflexos do direito romano que se é herdado pelas nações, é evidente, em
consequência do desenvolvimento do direito ao longo das décadas1, a necessidade de
normativas e sistemas jurídicos que se adaptem a realidade de cada contexto social,
dessa forma, não ocorre de diferente com a teoria da imputação objetiva. Foram grandes
mudanças referentes à imputação de um agente que age com conduta delituosa,
englobando a isto muitos conceitos e critérios próprios da teoria do delito.

Tratar-se-á, desse modo, a temática da Teoria da Imputação objetiva, dizendo


respeito as ideias dos principais autores da imputação objetiva da atualidade, Gunther
Jakobs e Claus Roxin. Apesar de ambos serem adeptos da filosofia funcionalista,
abordam a teoria com base em seus preceitos e atribuem critérios da imputação objetiva
que podem ser identificados por diferentes de pensamentos.

1.1. OBJETIVO

Assim, surge uma dúvida essencial na análise dos âmbitos relevantes à essa teoria,
“Qual a relação do nexo causal a teoria da imputação para esses autores? Qual mais se
adepta a realidade atual?”. Cabe-nos aqui, analisar de forma crítica as principais
diferenças desses pensadores, não como forma de compreender uma verdade absoluta,
mas ao olhar da metodologia da pesquisa jurídica que, conforme expresso por
“identifica-se com a busca dos meios pelos quais se pode alcançar conhecimentos e
resultados científicos validamente”2

1
O Direito Romano teve grande influência no sistema jurídico e no ensino do direito aos países na era
moderna até atualmente, observado isso também ao Brasil. Os documentos gerados principalmente na
época de Justiniano foram “um tesouro literário em que, mais tarde, se vieram a inspirar os
juristas europeus”.
HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica européia: síntese de um milênio. Florianópolis:
Fundação Boiteaux, 2005.
2
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia para os
cursos de direito. 7. ed. São Paulo, Saraiva, 2009, p. 27.
2. DESENVOLVIMENTO (TEMA, CONTEXTUALIZAÇÃO)

A evolução das ideias referentes a imputação, em especial a teoria da imputação


objetiva. Essa teoria vem sido desenvolvida desde o século XIX, iniciado pelo jurista
Hegel, com a concepção de que a responsabilidade do autor justifica sua imputação. 3 O
destaque desse desenvolvimento dar-se-á por diferentes pensamentos admitidas no
entendimento da conduta enquanto delito e da imputação do agente, visando destacar
quais pensamentos mais influentes para a atualidade.

A partir disso, reflete-se que a teoria da imputação objetiva foi um grande


avanço para a compreensão do crime não mais como consequência de sua causalidade,
como sugerido no trecho: “...surgiu a teoria da imputação objetiva como ‘verdadeira
alternativa à causalidade’. Pretende substituir o dogma causal a material por uma
relação jurídica (normativa) entre a conduta e o resultado”4. A superação de um modelo
baseado unicamente em requisito material, conditio sine qua non5, permitiu ampliar as
concepções da imputação relacionada à conduta e o resultado, trazendo a observação da
responsabilidade como primordial para a investigação extra material do fato típico.

Assim, ressalta-se que imputação objetiva, como um elemento da Teoria do


Delito, faz se compreender pelo desenvolvimento da teoria tripartite, teoria
predominantemente utilizada neste trabalho e nas teorias dos principais autores aqui
abordados

“O crime é, certamente, um todo unitário e indivisível. Ou o agente


comete o delito (fato típico, ilícito e culpável), ou o fato por ele
praticado será considerado um indiferente penal. O estudo
estratificado ou analítico permite-nos, com clareza, verificar a
existência ou não da infração penal, daí sua importância”. 6
Isso requer dizer que para compreendê-la à óptica dos autores, ou mesmo em um
contexto geral, é necessário compreender, anteriormente, os elementos essenciais da
Culpabilidade, Antijuridicidade e principalmente ao elemento da Tipicidade que se

3
HEGEL, Georg. Princípios da Filosofia do Direito. 1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p.103.
4
JESUS, Damásio. Imputação Objetiva. 3 ed, 2 tiragens. São Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 23.
5
Condição sem a qual não. Indica circunstâncias indispensáveis à validade ou a existência de um ato.
Denominação da teoria da equivalência das causas, pela qual se considera causa (ou concausa) do
resultado delituoso qualquer fator (humano ou natural) que haja contribuído para a produção do mesmo.
Também no sentido de "sem isso, nada feito".
Disponível em: https://vademecumbrasil.com.br/palavra/conditio-sine-qua-non . Acesso em: 19/10/23.
6
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral. 18ª Edição. Editora Impetus. Niterói, 2016,
p.198-199.
mostra diretamente associada a imputação objetiva. Damásio de Jesus expõe a
necessidade de considera-la, fundamentalmente, antes de qualquer outro elemento, visto
que a constituição de fato típico institui relevância ao direito penal e, consequentemente,
a imputação sobre um fato.7

É um fato que o direito constitui-se, enquanto ciência, de um alto índice


variável, ideias novas recorrem a todo tempo e se tornam mais adaptáveis ao momento e
à necessidade social, assim como observa a teoria tridimensional normativa de Miguel
Reale, os fatos e os valores fazem da norma essencial para o elemento ordenativo
naquele determinado período8, entretanto, uma vez que há distúrbio de valores ou fatos,
há demanda de nova norma.

Assim, ao internalizar essa necessidade de adaptação ao contexto jurídico, em


forma geral, observa-se que, de mesmo modo é efetuada a variação dos elementos que
constituem o ordenamento jurídico. É claro que, a segurança jurídica deve ser destacada
não apenas no âmbito normativo, mas também nos processos que regem o sistema
jurídico, “a determinação permanente de efeitos que o ordenamento jurídico atribui a
um dado comportamento, de modo que o cidadão saiba ou possa saber de antemão a
consequência de suas próprias ações”9 . A partir disso, também cabe compreender que,
mesmo em uma estável ordem jurídica, o papel da dogmática influencia diretamente em
processos decisivos que dependem da adoção de princípios e modos de decisão.

2.1. JUSTIFICAÇÃO

Portanto, é a luz de grandes autores, não só Roxin e Jakons, os aqui elucidados


como fundamentais a Teoria da Imputação Objetiva, mas os relevantes para, aqui, traçar
uma trajetória ideológica do desenvolvimento de teorias referentes a imputação e a
causalidade, uma vez que a Teoria da Imputação é de grande destaque aos assuntos
discorridos por juristas penais nacionais e estrangeiros também.

7
JESUS, Damásio. Direito Penal – Parte Geral. 36° Edição. Editora Saraiva. São Paulo, 2015.
8
REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito. 5ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2003.
9
FERRAZ JR. Tércio Sampaio. Segurança jurídica e normas gerais tributárias. Revista de Direito
Tributário, ano V, n. 17-18, jul.-dez, 1981, p. 51.
Dessa forma, salienta-se que a importância de tal produção com específico tema
para a área científica do direito penal engloba a necessidade da produção acentuada de
críticas, principalmente ao que se tange as diferenças das principais correntes
dogmáticas da imputação objetiva de Roxin e Jakobs, referindo-se ao impacto da
imputação associada aos seus fins punitivos, incidente ao delituoso. Evidente, pois, a
influência social, política e, de certa forma, até cultural do tema implicado em contexto
coletivo, sobressai-se, desse modo, a produção do tema a fim de auxiliar estudos e
futuras melhorias do tema aplicado à sociedade.

3. ESTADO DA ARTE

Ao que se tange ao tema da Imputação Objetiva na contemporaneidade, observa-se


dois principais autores, como já brevemente citados, Claus Roxin e Gunther Jakobs.

Ainda assim, a vista desses autores, elucidam vários outros sobre o tema, destacando
pesquisas pertinentes à temática sobre base das principais obras de tais autores citados.
Nesse trabalho, busca-se, além da exploração do desenvolvimento da Teoria da
Imputação no passado, compreender esse tema na realidade atual. Com isso, é evidente
que essa obra se baseia críticas e influências das diversas outras conclusões sobre esse
tema. Dessa forma, podem ser citados, aqui, os autores nacionais relevantes ao
desenvolvimento sob espectro presente, Luiz Regis Prado, com destaque da sua obra
“Teorias da imputação objetiva do resultado”, André Luís Callegari, com sua obra
“Teoria Geral do Delito e da Imputação Objetiva”, Fernando Capez , referindo-se a “A
delimitação do nexo causal: os influxos da teoria da imputação objetiva”, em seu
“Manual de Direito Penal”, Luís Greco em “Um Panorama da Teoria da Imputação
Objetiva” e sua tradução da obra de Claus Roxin “Funcionalismo e imputação objetiva
no direito penal” e Paulo Cesar Busato em suas obras “Direito Penal: Parte Geral” e
“Fatos e mitos sobre a imputação objetiva”. Aos autores estrangeiros, podemos destacar,
além das obras clássicas de Roxin “Derecho Penal Parte General” e as obras de Gunther
Jakobs “Derecho Penal Parte General” e “La Imputación Objetiva em el Derecho
Penal”, tem-se também Ingerborg Puppe “Estudos sobre imputação objetiva e subjetiva
no direito penal”, Enrique Gimbernat “Imputação Objetiva no Direito Penal, Enrique
Gimbernat Ordeig”.
Todos esses autores citados, são autores influentes na Teoria da Imputação Objetiva
da Atualidade. Entretanto, é claro que a Teoria também se faz autores que contribuíram
com sua origem, tão bem-conceituados e essenciais para esse caminhar da teoria são, de
fato, fundamentais. Dentre eles, pode-se ressaltar Georg Hegel, Hans Welzel e o autor
brasileiro Damásio de Jesus.

4. ÍNDICE PROVISÓRIO

1. INTRODUÇÃO
1.1. Teoria tripartite do delito
1.1.1. Fato típico
1.1.1.1. Conduta
1.1.1.2. Resultado
1.1.1.3. Nexo Causal
1.1.1.4. Tipicidade
1.1.1.5. Imputação Objetiva relacionada ao fato típico
1.1.2. Culpabilidade
1.1.2.1. Teoria Normativa Pura
1.1.2.1.1. Imputabilidade
1.1.2.1.2. Potencial Consciência da Ilicitude
1.1.2.1.3. Exigibilidade de Conduta Diversa.
1.1.2.1.4. Imputação objetiva relacionada a culpa
1.1.3. Antijuridicidade
1.1.3.1. Imputação objetiva relacionada ao ilícito

2. IMPUTAÇÃO OBJETIVA
2.1. Contexto Histórico
2.2. Teoria da Imputação Objetiva para Claus Roxin
2.2.1. Acerca do Risco Proibido
2.2.2. Conduta x Risco
2.2.3. Resultado X Conduta do Risco Proibido
2.2.4. Resultado do Fato X Tipo Penal
2.2.5. Maiores conceituações do tema para o autor
2.3. Teoria da Imputação Objetiva para Gunter Jakobs
2.3.1. Acerca do Risco Permitido
2.3.2. Acerca da Confiança do Comportamento
2.3.3. Acerca da proibição do regresso
2.3.4. Acerca da vítima (Competência e Capacidade)
2.3.5. Maiores conceituações do tema para o autor

3. ANÁLISE DAS DIFERENÇAS


3.1. Comparação das diferenças ideológicas de Roxin e Jakobs
3.2. Crítica as posições relevantes à realidade atual

4. CONCLUSÃO

5. METODOLOGIA

A metodologia que se pretende usar nessa pesquisa é um método de revisão


bibliográfica comparativa, busca-se uma análise sobre os trabalhos de Claus Roxin e
Gunther Jakobs sobre a teoria da imputação objetiva. Além disso, serão usadas as obras
de outros autores para embasar e detalhar as teorias de Roxin e Jakobs, oferecendo um
panorama anterior e posterior, a fim de obter uma visão clara sobre o tema para chegar a
uma conclusão final.

No que se refere a abordagem, valeremos de uma pesquisa qualitativa, nas palavras


de John W. Creswell:

O pesquisador qualitativo adota e usa uma ou mais estratégias de


investigação como um guia para os procedimentos no estudo
qualitativo. Para pesquisadores iniciantes, é suficiente usar apenas
urna estratégia e buscar em livros recentes de procedimentos uma
orientação sobre como elaborar uma proposta e conduzir os
procedimentos da estratégia. 10
Espera-se, usando esse método e abordagem, chegar a um resultado sobre qual das
teorias é de fato adequada para o cenário jurídico atual e qual de fato é empregada.

10
CRESWELL, John W.. Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2007, p. 187.
6. CRONOGRAMA

Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pesquisa X X X X X X
Bibliográfica
Redação X X X X X
inicial
Reuniões X X
com
professor
Redação X X X X
final
Entrega do X
artigo

REFERÊNCIAS

BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da


monografia para os cursos de direito. 7. ed. São Paulo, Saraiva, 2009, p. 27.
CRESWELL, John W.. Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto.
2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007, p.187.
FERRAZ JR. Tércio Sampaio. Segurança jurídica e normas gerais tributárias.
Revista de Direito Tributário, ano V, n. 17-18, jul.-dez, 1981, p. 51

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral. 18ª Edição. Editora Impetus.
Niterói, 2016, p.198-199.
HEGEL, Georg. Princípios da Filosofia do Direito. 1 ed. São Paulo: Martins Fontes,
1997, p.103.
HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica européia: síntese de um milênio.
Florianópolis: Fundação Boiteaux, 2005.
JESUS, Damásio. Direito Penal – Parte Geral. 36° Edição. Editora Saraiva. São Paulo,
2015.
JESUS, Damásio. Imputação Objetiva. 3 ed, 2 tiragens. São Paulo: Editora Saraiva,
2008, p. 23.

REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito. 5ª ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2003.

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