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Direito Constitucional
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Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
Concursos Públicos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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Constitucionalismo
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acepção, é identificado com a imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Tem-se
utilizado, numa terceira concepção possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da
função e posição das constituições nas diversas sociedades. Numa vertente mais restrita, o
constitucionalismo é reduzido à evolução histórico-constitucional de um determinado Estado”.
O mesmo autor elenca diversos constitucionalismos:
• Constitucionalismo antigo – manifestação na civilização hebraica, limitando-se o poder
através da “Lei do Senhor”. Após, há manifestação na civilização grega, com a escolha
de cidadãos para cargos públicos;
• Constitucionalismo da Idade Média: manifestado através da Magna Carta do rei João
“sem terra” que, em 1215, assinou o documento para evitar sua deposição pelos barões;
• Constitucionalismo Moderno: a partir da Revolução Francesa e da Independência dos
Estados Unidos, períodos em que o povo passa a exigir um rol de garantias do Estado,
legitimando a Constituição.
É um movimento social, político e jurídico surgido após a Segunda Guerra Mundial, tendo
origem nas constituições italiana (1947) e alemã (1949), fruto do pós-positivismo, tendo como
marco teórico o princípio da “força normativa da Constituição” e como principal objetivo garantir
a eficácia das normas constitucionais, principalmente dos direitos fundamentais.
São reconhecidos como marcos iniciais deste movimento a Constituição alemã de 1949
(conhecida como “Lei Fundamental de Bonn”) e a Constituição da Itália, de 1947.
A Lei Fundamental de Bonn foi a semente do neoconstitucionalismo, servindo de
paradigma de um novo Estado de Direito: um Estado Constitucional de Direito.
O principal marco teórico do neoconstitucionalismo, conforme Flávio Martins Nunes, é o
reconhecimento da “força normativa da Constituição”. Essa foi uma importantíssima mudança de
paradigma. A Constituição deixou de ser um documento essencialmente político, com normas
apenas programáticas, e passou a ter força normativa, caráter vinculativo e obrigatório.
O movimento neoconstitucionalista trouxe importantes consequências para o Direito
Constitucional, sendo a primeira delas o maior reconhecimento da eficácia dos princípios
constitucionais, ainda que não escritos. Ronald Dworkin, define princípio como “um padrão que
deve ser observado, não porque vá promover ou assegurar uma situação econômica, política ou
social considerada desejável, mas porque é uma exigência de justiça ou equidade ou alguma
outra dimensão da moralidade”. A força normativa dos princípios pode até mesmo se sobrepor
às regras, ainda que constitucionais. A jurisprudência do STF já vem demonstrando isso
claramente, como na ADPF 132, que equipara a união homoafetiva (formada por pessoas do
mesmo sexo) à união estável, prevista expressamente na Constituição, no art. 226, § 3º (“Para
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”). Outro interessante
exemplo vem da ADPF 54, em que o STF entendeu, com base na dignidade da pessoa humana
da gestante, ser possível a interrupção da gravidez do feto anencéfalo, numa clara relativização
do direito à vida (art. 5º, caput, CF)
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Conforme Flávio Martins Nunes, “não se deve confundir “ativismo judicial” com “maior
protagonismo do Poder Judiciário. Este último é uma consequência natural do
neoconstitucionalismo, já que o Judiciário, como “guardião da Constituição”, tem o dever de
garantir a sua força normativa, questionando os atos e as omissões do Poder Público que
descumprem os ditames constitucionais. Todavia, o primeiro (o ativismo) é o exagero, a ação
desmesurada do Poder Judiciário. Enquanto o ativismo pode ser acusado de violar a separação
dos Poderes, o protagonismo do Poder Judiciário pode ser visto como um avanço na
implementação dos direitos fundamentais (como no controle das políticas públicas) e na
consecução de sua função contra majoritária (nome criado por Alexander Bickel), assegurando
os direitos fundamentais de uma minoria, ainda que contra a vontade de uma maioria episódica”.
É também Flávio Martins Nunes quem cita que, em oposição ao ativismo judicial, costuma
ocorrer o “efeito backlash”. Segundo o autor, “a palavra backlash pode ser traduzida como uma
forte reação por um grande número de pessoas a uma mudança ou evento recente, no âmbito
social, político ou jurídico. Assim, o “efeito backlash” nada mais é do que uma forte reação,
exercida pela sociedade ou por outro Poder a um ato (lei, decisão judicial, ato administrativo etc.)
do poder público. No caso do ativismo judicial, como afirma George Marmelstein (citado por
Martins Nunes), “o efeito backlash é uma espécie de efeito colateral das decisões judiciais em
questões polêmicas, decorrente de uma reação do poder político contra a pretensão do poder
jurídico de controla-lo”. E, nas palavras de Cass Sunstein, professor de Harvard, o efeito backlash
é uma “intensa e sustentada rejeição pública a uma decisão judicial, acompanhada de medidas
agressivas para resistir a essa decisão e remover sua força legal”.
O autor cita como exemplo de efeito backlash no Brasil a Emenda Constitucional nº.
96/2017, que acrescentou o § 7º ao art. 225 da Constituição Federal, segundo o qual “não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais [...] como reação majoritária à decisão contra majoritária do STF que julgou procedente
a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.983, declarando inconstitucional a Lei estadual
cearense nº. 15.299/2013, que regulamentava a vaquejada. O STF considerou tal prática
esportiva e cultural uma espécie de crueldade aos animais. A polêmica decisão ensejou forte
reação social (sobretudo nos estados em que a prática da vaquejada ocorria) e reação política,
culminando com a edição da Emenda Constitucional 96/2017.
Importante destacar que o próprio STF já mencionou expressamente o efeito backlash em
seus julgados, como na da ADC 29/DF, no voto do Ministro Luiz Fux (09/11/2011). Segundo o
ministro: “a verdade é que a jurisprudência do STF nessa matéria vem gerando fenômeno similar
ao que os juristas norte-americanos Robert Post e Reva Siegel [...] identificam como backlash,
expressão que se traduz como um forte sentimento de um grupo de pessoas em reação a
eventos sociais ou políticos”. O tema foi citado, da mesma forma, na ADI 4.578/DF (voto do min.
Luiz Fux).
E foi também o próprio STF que mencionou expressamente a necessidade de ponderar o
efeito backlash como elemento interpretativo e democrático de sua decisão: “Obviamente, o
Supremo Tribunal Federal não pode renunciar à sua condição de instância contramajoritária de
proteção dos direitos fundamentais e do regime democrático. No entanto, a própria legitimidade
democrática da Constituição e da jurisdição constitucional depende, em alguma medida, de sua
responsividade à opinião popular” (ADC 29/DF, voto do Min. Luiz Fux, 09/11/2011).
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Conceito de Constituição
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José Afonso da Silva define a Constituição de um Estado como “sua lei fundamental, [...]
a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou
costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o
exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos
fundamentais do homem e as suas respectivas garantias. Em síntese, a constituição é o conjunto
de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”.
A obra de Jorge Miranda nos permite extrair as correntes doutrinárias diversas acerca do
conceito de Constituição:
Sentido Sociológico:
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sempre possuíram, em todos os momentos da sua história, uma Constituição real e efetiva, que
é a soma dos fatores reais de poder existentes em cada um dos momentos da história do país.
* Para todos verem: esquema com as principais características do sentido sociológico da Constituição
Sentido Político:
Carl Schmitt defendia a teoria decisionista: segundo ele, a Constituição é fruto de uma
decisão política fundamental, uma decisão base, concreta, que organiza o Estado. Em sua obra
“O Conceito Político” (1932), o autor defendeu que só seria Constituição aquilo que organiza o
Estado e limita o Poder, o resto são meras “leis constitucionais”.
Para Schmitt, a Constituição formal, escrita, não era importante, mas sim o conteúdo da
norma (a decisão fundamental). Os conceitos esboçados por Carl Schmitt, atualmente, embasam
a divisão entre normas “materialmente constitucionais” (aquelas que possuem conteúdo próprio
da Constituição, que são normas de organização do Estado e limitação de poder) e normas que
são apenas “formalmente constitucionais”, pois, embora estejam no texto constitucional,
veiculam conteúdo não essencial.
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* Para todos verem: esquema com as principais características do sentido político de Constituição
Sentido Político:
Na obra “Teoria Pura do Direito” (1933), o célebre Hans Kelsen defendia o positivismo, ou
seja, a norma escrita, efetiva, em vigor. De acordo com o mestre, a Constituição é norma pura,
puro dever ser, tem origem nela própria, ou seja, é criada baseando-se no que deve ser e não
no mundo do ser. Segundo seu raciocínio, o surgimento de uma Constituição não se apoia em
qualquer pensamento filosófico. político ou sociológico, fazendo com que ela seja uma norma
maior, pura e fundamental.
Conforme Kelsen, a Constituição deve ter a forma de uma Constituição (conceito formal
de Constituição), sendo um texto que se coloque acima das demais normas e só possa ser
modificado por um processo rígido e complexo.
O sentido jurídico de Kelsen pode ser desdobrado em:
• Sentido lógico-jurídico: a Constituição imaterial, hipotética, que foi imaginada antes de
o texto ser escrito;
• Sentido jurídico-positivo: a norma suprema em si, positivada, que efetivamente foi
escrita e servirá de base para as demais normas do ordenamento jurídico.
A norma em sentido lógico jurídico é o fundamento de validade que legitima a criação da
norma jurídico-positiva.
Importante destacar também a obra de Konrad Hesse, “A Força Normativa da
Constituição” (1959) em que, defendendo o sentido jurídico da Constituição, resgatou e mitigou
o sentido sociológico de Ferdinand Lassalle, que, segundo Hesse, estava errado apenas ao
ignorar a força que a Constituição possui de modificar a sociedade, pois norma constitucional e
sociedade são reciprocamente influenciadas.
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* Para todos verem: esquema com as principais características do sentido jurídico da Constituição.
A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição – Peter Häberle – para este autor, as
Constituições eram muito fechadas, pois analisadas apenas pelos juízes, que são intérpretes
oficiais. Para o autor, todos os agentes e operadores que participam da realidade da Constituição
deveriam participar da interpretação constitucional.
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A doutrina de José Afonso da Silva apresenta um rol de elementos mínimos que devem
estar presentes em todas as Constituições:
Como vimos no item anterior, o conteúdo das constituições tem variado de acordo com o tempo
e o espaço. Se o conteúdo mínimo é a estrutura e organização do Estado, com o passar do
tempo novos temas foram considerados essencialmente (materialmente) constitucionais.
Atualmente, difícil imaginar uma Constituição que não preveja um rol mínimo de direitos e
garantias fundamentais. Para identificar quais são os temas presentes, de maneira geral, a
doutrina estabeleceu um rol de “elementos das Constituições”. Repetiremos a classificação de
José Afonso da Silva, que consideramos a mais correta, identificando, ao todo, cinco elementos:
orgânicos, limitativos, socioideológicos, de estabilização constitucional e formais de
aplicabilidade.
a) Elementos orgânicos:
Segundo JAS, estão contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e do poder.
Na atual Constituição, o autor sustenta que se concentram predominantemente nos
Títulos III (Organização do Estado), IV (Organização dos Poderes e do Sistema de
Governo), Capítulos II e II do Título V (Das Forças Armadas e as Segurança Pública) e IV
(Da Tributação e do Orçamento), que são aspectos da organização e funcionamento do
Estado.
b) Elementos limitativos:
Conforme a doutrina de José Afonso da Silva, “manifestam-se nas normas que
consubstanciam o elenco dos direitos e garantias fundamentais: direitos individuais e suas
garantias, direitos de nacionalidade e direitos políticos e democráticos; são denominados
limitativos porque limitam a ação dos poderes estatais e dão a tônica do Estado de Direito;
acham-se eles inscritos no Título II da nossa Constituição, sob a rubrica Dos Direitos e
Garantias Fundamentais, excetuando-se os Direitos Sociais que se enquadram na
categoria dos elementos socioideológicos.
c) Elementos socioideológicos:
Consubstanciam-se nas normas socioideológicas, que revelam o caráter de compromisso
das constituições modernas entre o Estado individualista e o Estado social
intervencionista, como as normas do Capítulo II do Título II, sobre os Direitos Sociais.
d) Elementos de estabilização constitucional:
Estão consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução de conflitos
constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas, junto
com os meios e técnicas contra sua violação ou alteração. São encontrados, por exemplo,
no art. 102, I, a (ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal); arts.
34 a 36 (Intervenção nos Estados e Municípios); arts. 59, I e 60 (Emendas à Constituição);
Arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional) e Título V (Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas, capítulo I).
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CLASSIFICAÇÃO DAS
CONSTITUIÇÕES
Quanto ao
Quanto à Quanto ao Quanto à Quanto à Quanto à Quanto à
modo de
origem conteúdo forma estabilidade extensão finalidade
elaboração
Pactuada Semirrigida
QUANTO À ORIGEM
• Promulgada – Chamada também de popular ou democrática, pois é legitimada pelo povo.
É elaborada por uma assembleia constituinte formada por representantes eleitos pelo voto
popular. No Brasil, são exemplos as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
• Outorgada – Imposta unilateralmente pelos governantes, sem participação popular. No
Brasil, são exemplos as Constituições de 1824, 1937, 1967 e a EC 1/1969).
• Cesarista – Outorgada, porém submetida à ratificação popular.
• Pactuada – Chamada também de dualista, tem origem no acordo entre dois poderes
constituintes (ou duas forças políticas de um país).
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QUANTO AO CONTEÚDO
• Material – Somente possui conteúdo constitucional, qual seja: organização do Estado,
meios de aquisição e exercício do poder, direitos e garantias fundamentais.
• Formal – Não contém apenas o conteúdo essencial de organização do Estado e limitação
de poder, mas trata de outros assuntos não essenciais. Neste tipo de constituição, não
importa o conteúdo da norma, mas o processo solene de aprovação previsto para a
produção das normas constitucionais.
QUANTO À FORMA
• Escrita – É a Constituição que está graficamente expressa em um (Constituição escrita
codificada) ou mais de um texto escrito (Constituição escrita dispersa ou esparsa). É o
caso da CF/88.
• Não Escrita – Formada por costumes e tradições seculares não escritos, como é o caso
da Constituição da Inglaterra.
QUANTO À ESTABILIDADE
• Imutável – Constituições onde se veda qualquer alteração, constituindo-se relíquias
históricas.
• Rígida - Sobrepõe-se a todas as demais normas e exige um processo legislativo especial
e complexo para sua alteração.
• Semirrígidas ou Semiflexível – Constituições em que algumas regras poderão ser
alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente por um processo
legislativo especial e mais dificultoso.
• Flexíveis - Em regra não escritas e, excepcionalmente, escritas, poderão ser alteradas
pelo processo legislativo ordinário.
Alexandre de Moraes ressalta que a Constituição Federal de 1988 pode ser considerada como
super-rígida, uma vez que em regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado,
mas, excepcionalmente, em alguns pontos é imutável (CF, art. 60, § 4º – cláusulas pétreas).
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QUANTO À EXTENSÃO
• Sintética – Preveem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado,
organizando-o e limitando seu poder.
• Analítica - Examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à
formação, destinação e funcionamento do Estado.
QUANTO À FINALIDADE
• Garantia ou negativa – É a Constituição que se limita a trazer os elementos limitadores
do poder do Estado.
• Dirigente – Contém normas programáticas, que planejam as diretrizes do governo,
definindo seus fins e programas de ação futura.
• Balanço – Aplicada em um determinado estágio político de um país, sendo revista
periodicamente para adequar o texto constitucional à realidade social ou para criar uma
nova Constituição.
Regulam de fato a
Correspondência com a realidade Normativas vida política do
Estado
política
Não conseguem
CRITÉRIO regular de fato a
Nominativas
ONTOLÓGICO vida política do
Estado
Objetivam
Karl Loewenstein formalizar e
Semânticas
OUTRAS manter o poder
CLASSIFICAÇÕES político atual
Impõem ao
Social Estado atuações
positivas
CRITÉRIO
IDEOLÓGICO
Absenteísmo
Liberal
estatal
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Principiológicas (predominam
princípios e valores - alto grau de
abstração)
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Quanto ao sistema
Preceitual (predominam regras
concretizadoras de princípios)
CUIDAR:
Plástca (Raul Machado Há grande quantidade de normas Para Pinto Ferreira,
Horta) abertas
plástica = flexível
decretadas de fora do
Esado por outro (ou
Heterônomas
outros) Estado(s) ou
(heteroconstituições)
por organizações
internacionais
Quanto à origem de
sua decretação
elaboradas e
Autônomas
decretadas dentro do
("autoconsituições" ou
próprio Estado que
"homoconstituições")
irão reger
* Para todos verem: esquema com a classificação das Constituições quanto à origem de sua decretação.
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CLASSIFICAÇÃO DA CF/1988
* Para todos verem: esquema com a classificação completa da Constituição Federal de 1988.
EM SÍNTESE:
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margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos
termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados”.
As normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata, diferentemente das
espécies anteriores, necessitam de uma integração normativa por parte do legislador ordinário
para que possam produzir os efeitos essenciais almejados pelo constituinte originário. No tocante
à sua tipologia, José Afonso da Silva apresenta as seguintes subespécies de normas de eficácia
limitada: (a) normas constitucionais de princípio institutivo e (b) normas constitucionais de
princípio programático.
As normas constitucionais de princípio institutivo – também denominadas normas de
princípio orgânico ou organizativo – são aquelas que traçam as diretrizes ou princípios estruturais
de instituições, órgãos ou entidades, permitindo que o legislador ordinário, por meio de lei, os
estruture. Esta espécie comporta duas subespécies: impositivas ou facultativas. As impositivas
determinam ao legislador o dever de criar a lei integradora, ao passo que as facultativas permitem
ao legislador realizar um juízo de conveniência acerca da necessidade ou não de edição da
norma integrativa.
As normas constitucionais de princípio programático, mais conhecidas como normas
programáticas. São normas que veiculam programas de cunho social que o Estado deve
implementar, isto é, “normas constitucionais através das quais o constituinte, em vez de regular,
direta e imediatamente, determinados interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para
serem cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos),
como programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado.
Estas normas têm por objeto densificar o ideal da dignidade da pessoa humana e a promoção
da justiça social.
Em decorrência de sua estrutura jurídica precária, elas não possuem força suficiente para
desenvolver seu conteúdo na integralidade; necessitam da intermediação de leis ordinárias ou
providências administrativas a serem implementadas pelo Estado de modo a poderem irradiar a
plenitude de seus efeitos jurídicos.
Isso não significa, todavia, que sejam desprovidas de eficácia jurídica. As normas
programáticas, por se constituírem em normas jurídicas, são imperativas, dotadas de eficácia
normativa. José Afonso da Silva, inclusive, relaciona as hipóteses em que as normas
constitucionais programáticas são dotadas de eficácia direta, imediata e vinculante. Segundo o
autor, isso ocorre quando elas:
a) impõem ao legislador ordinário o dever de, por meio de outras normas jurídicas, lhes
implementar ou desenvolver o conteúdo;
b) atuam como normas-parâmetro para efeito de invalidação (inconstitucionalidade) de
normas infraconstitucionais que lhes sejam antagônicas;
c) informam a concepção do Estado e da sociedade, servindo de inspiração para sua
ordenação jurídica, ao designarem fins sociais, proteção e promoção dos valores da
justiça social, além de revelar os elementos que compõem o bem comum;
d) figuram como vetores para interpretação da própria Constituição (interpretação
sistemática ou teleológica) e, também, das demais normas infraconstitucionais, ou quando
servem como mecanismo de integração (colmatação de lacunas) e aplicação de outras
normas jurídicas;
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Produz efeitos no
ordenamento jurídico
PLENA
José Afonso da Silva
APLICABILIDADE
CONTIDA OU
DAS NORMAS
RESTRINGÍVEL
CONSTITUCIONAIS
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EFICÁCIA ABSOLUTA
APLICABILIDADE
DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS
EFICÁCIA RELATIVA
RESTRINGÍVEL
EFICÁCIA RELATIVA
DEPENDENTE DE
COMPLEMENTAÇÃO
LEGISLATIVA
* Para todos verem: esquema sobre a aplicabilidade das normas constitucionais conforme Maria Helena Diniz.
* Para todos verem: tabela sobre a aplicabilidade das normas constitucionais conforme Maria Helena Diniz.
* Para todos verem: tabela comparativa sobre a aplicabilidade das normas constitucionais
conforme José Afonso da Silva e conforme Maria Helena Diniz.
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QUESTÕES
(A) as normas constitucionais que se originam das expectativas sociais quanto ao regramento
estatal das liberdades.
(B) a liberdade de interpretação do texto constitucional, com o objetivo de lhe dar eficácia,
afastando-se de sua característica retórica em busca de seu caráter axiológico.
(C) a ênfase ao caráter hierárquico da norma, seu aspecto eminentemente superior em grau
de importância formal.
(D) a efetivação de um estado democrático de direito por meio da aplicação de normas
formalmente constituídas por processo legislativo diferenciado.
(E) o fortalecimento do caráter normativo retórico e histórico dos textos constitucionais,
visando sua supremacia no ordenamento jurídico.
(A) códigos jurídicos fortalecidos pela recepção positiva dos jurisdicionados e a efetivação de
sua legitimidade social.
(B) textos constitucionais bloqueados temporariamente pela edição de medida provisória
(C) textos constitucionais que sofreram hipertrofia simbólica em suas mutações.
(D) códigos jurídicos constitucionais fragilizados pela interpretação dada à norma pelos
Tribunais.
(E) direcionamento de condutas e orientações conforme as determinações jurídicas e
respectivas disposições constitucionais.
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( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
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( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
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( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
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( ) Certo
( ) Errado
(A) promulgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; e flexível,
por atribuir o poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação
ordinária, a despeito da existência de procedimento diferenciado para reforma
constitucional.
(B) promulgada, por ser resultado de um processo revolucionário; e semirrígida, por atribuir o
poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação ordinária,
estabelecendo um procedimento especial para reforma constitucional.
(C) outorgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; e flexível,
por atribuir o poder constituinte derivado ao mesmo órgão responsável pela legislação
ordinária, a despeito da existência de procedimento diferenciado para reforma
constitucional.
(D) promulgada, por ser fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte; e rígida,
em virtude da existência de procedimento próprio e mais dificultoso para alteração do texto
constitucional, ainda que a cargo do órgão legislativo ordinário.
(E) outorgada, por ser resultado de um processo revolucionário; e rígida, em virtude da
existência de procedimento próprio e mais dificultoso para alteração do texto
constitucional, ainda que a cargo do órgão legislativo ordinário.
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( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
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BIBLIOGRAFIA
Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado 2021 - Editora Saraiva, 25ª Edição. Edição
do Kindle.
Martins, Flávio. Curso de Direito Constitucional. Saraiva Jur, 5ª ed, 2021. Edição do Kindle.
Tavares, André Ramos. Curso de direito constitucional. Editora Saraiva. Edição do Kindle. Silva,
José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros, 25ª ed. Barroso,
Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. Ed. Saraiva, 3ª ed.
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