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Língua portuguesa
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Profª. Taís Flores
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E
TEORIA GERAL DO ESTADO
A palavra princípio, segundo José Afonso da Silva, tem o sentido de origem, começo,
início. Segundo ele, “norma de princípio” é uma norma que contém o início ou esquema de um
órgão, entidade ou de programa, como são as normas de princípio institutivo e programático.
José Afonso da Silva, seguindo a obra de Canotilho, elenca a classificação dos princípios
fundamentais na CF/88:
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Canotilho diz que esses princípios se constituem em normas-síntese ou normas-matriz,
isso porque são as normas básicas, a origem, as normas que sintetizam aquilo que veremos
ao longo da Constituição. Então, os princípios fundamentais são chamados de "princípios
político-constitucionais".
O Título I da Constituição é composto por quatro artigos, assim divididos: art. 1º (dentre
outros temas, trata dos “fundamentos da República”), art. 2º (separação dos Poderes), art. 3º
(objetivos da República), art. 4º (princípios que regem as relações internacionais). Então, é dos
princípios Fundamentais extraímos também a Teoria Geral do Estado, que contém as normas
de organização fundamental do país.
Então, antes da análise da literalidade dos artigos 1º ao 4º, vejamos as regras deles
decorrentes acerca da organização do Estado e também a importante distinção entre princípios
e normas.
No que diz respeito ao Estado, José Afonso da Silva, citando a doutrina de Balladore
Pallieri, o define como sendo “uma ordenação que que tem por fim específico e essencial a
regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre
um dado território, na qual a palavra ordenação expressa a ideia de poder soberano,
institucionalizado. O Estado, como se nota, constitui-se de 4 elementos essenciais: um poder
soberano de um povo situado num território com certas finalidades. E, a Constituição, é o
conjunto de normas que organizam estes elementos constitutivos do Estado: Povo, território,
poder e fins.
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Analisando detalhadamente os elementos conformadores da noção de Estado, temos
que:
Alguns autores, de forma diversa, entendem que os elementos que formam o conceito
de Estado são: povo, território, soberania e governo.
Quem entende de forma diversa, defende que a noção de governo está abarcada pela
de soberania.
Unicidade - Ela é apenas uma, não pode haver mais de um Poder Soberano dentro do
Estado, senão não será mais soberano.
Indivisibilidade- Não se pode permitir que haja conflitos ou fracionamentos criando
interesses diversos daquele que é o real interesse do povo e rompendo a unicidade.
Indelegabilidade (ou inalienabilidade)- O povo não pode abrir mão e seu poder. Embora
haja representantes, estes sempre agem em nome do seu povo.
Imprescritibilidade- Este poder é permanente, não se acaba com o tempo.
Dica da Professora
A Nação é um conceito sociológico, refere-se a uma ideia de união em
comum, idade, um vínculo que o povo adquire por diversos fatores como
Estado X Nação etnia, religião, costumes...
O Estado é conceito jurídico, sendo uma sociedade política.
Povo também é conceito jurídico que se refere ao elemento pessoal do
Estado. Representa o corpo de membros que integra o Estado.
Povo X Nação
A Nação é conceito sociológico que se refere a vínculos emocionais,
culturais, religiosos etc.
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1.3. Forma de governo, sistema de governo e forma de estado
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
De forma geral, não nos referindo apenas ao sistema brasileiro, podemos resumir o tema
conforme abaixo esquematizado.
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Resumidamente, o significado de cada um destes institutos é o seguinte:
Formas de governo
Diz respeito à titularidade do Poder
Monarquia República
Governo de indivíduos: representação do Governo de todos: o titular da soberania
poder no monarca passa a ser o povo
Características: Características:
Irresponsabilidade política do monarca; Responsabilidade política do governante;
Hereditariedade: o poder se transfere Eletividade: os representantes são eleitos
através de laços sanguíneos; para a representação;
Vitaliciedade: o monarca fica no poder até o Temporariedade: eleições periódicas para
final de sua vida. escolher os representantes da república
Sistemas de governo
Diz respeito à relação entre os Poderes Legislativo e Executivo. São mecanismos de
distribuição horizontal do poder político.
Presidencialismo Parlamentarismo
As funções de chefe de estado e chefe de As funções de chefe de estado e chefe de
governo se concentram em uma só pessoa. governo são exercidas por pessoas distintas.
Chefe de estado: depende da forma de
governo adotada:
Monarquia – monarca (Reino Unido,
Espanha, Japão);
Parlamentarismo republicano – Presidente da
República (Alemanha, Áustria, Índia). É uma
figura representativa, simbólica.
Chefe de governo: primeiro ministro (governa
com a ajuda do gabinete) é uma espécie de
ministério.
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- Responsabilidade - Responsabilidade
Penal: a CF consagra a chamada Moção de desconfiança: atinge tanto o
irresponsabilidade penal relativa (art. 86, § primeiro ministro quanto o gabinete. O chefe
4º), ou seja, o Presidente só responde do executivo, neste caso, sempre terá o apoio
penalmente pelos crimes realizados durante da maioria.
o mandato e que se relacionem com a sua
função. Os crimes praticados antes ou
durante o mandato, que não se relacionem
com a função, serão processados no término
do mandato. Quem julga é o STF, com a
autorização pela Câmara dos Deputados
(2/3).
(Art. 86, § 4º - O Presidente da República, na
vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.)
Este dispositivo NÃO pode ser reproduzido
por constituições estaduais ou leis orgânicas
municipais.
Política: existem duas formas:
a) Impeachment – ocorre quando o
Presidente pratica um crime de
responsabilidade. Também é necessária a
autorização da Câmara dos Deputados (2/3)
para que ele seja processado. Quem julga é
o Senado Federal, também por 2/3. O
presidente do STF preside o julgamento.
b) Recall (não é adotada no Brasil) – permite
que o eleitorado se pronuncie diretamente
acerca da permanência ou não de um
governante no poder, ou seja, quem julga o
governante não é o órgão constituído. Há
uma espécie de referendo e os eleitores se
manifestam.
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Formas de estado
ESTADO UNITÁRIO (Estado Simples) ESTADO FEDERAL (vem de foedus; foederis
significando união, pacto, aliança)
Um centro de poder incidindo sobre a mesma Mais de um centro de poder sobre a mesma
população e o mesmo território. população e território.
Estado unitário Criação da Constituição dos EUA de 1787. As
a) puro (apenas tem o centro de poder, sem 13 colônias, na tentativa de manter
nenhuma forma de delegação); independência em face da Inglaterra
formaram confederação. Havia problema de
b) com descentralização administrativa. Há
ineficácia das decisões tomadas. Em razão
descentralização da execução das políticas;
disso, foi criada a federação.
c) com descentralização político-
administrativa. Ocorre descentralização não
apenas da execução, mas também política,
ou seja, descentralização de governo
(abrange a própria tomada de decisões pelo
governo).
Ex: descentralização da elaboração de leis:
essa mera descentralização não é suficiente
para caracterizar Estado Federal.
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
de Estado.
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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do
Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
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EM SÍNTESE:
Dica da Professora
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DICA DA PROFESSORA
JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE:
PRERROGATIVA DE FORO – EXCEPCIONALIDADE – MATÉRIA DE ÍNDOLE
CONSTITUCIONAL – INAPLICABILIDADE A EX -OCUPANTES DE CARGOS
PÚBLICOS E A EX -TITULARES DE MANDATOS ELETIVOS – CANCELAMENTO DA
SÚMULA 394/STF – NÃO-INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA ‘PERPETUATIO
JURISDICTIONIS’ – POSTULADO REPUBLICANO E JUIZ NATURAL – RECURSO DE
AGRAVO IMPROVIDO .
– O postulado republicano – que repele privilégios e não tolera discriminações – impede
que prevaleça a prerrogativa de foro, perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de
atividade funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou
réu no cargo, função ou mandato cuja titularidade (desde que subsistente) qualifica se
como o único fator de legitimação constitucional apto a fazer instaurar a competência
penal originária da Suprema Corte ( CF , art. 102, I, ‘ b ’ e ‘ c ’). Cancelamento da Súmula
394/STF ( RTJ 179/912-913).
– Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os cidadãos da República. O reconhecimento
da prerrogativa de foro, perante o Supremo Tribunal Federal, nos ilícitos penais comuns,
em favor de ex -ocupantes de cargos públicos ou de ex-titulares de mandatos eletivos
transgride valor fundamental à própria configuração da ideia republicana, que se orienta
pelo vetor axiológico da igualdade.
– A prerrogativa de foro é outorgada, constitucionalmente , ‘ratione muneris’, a significar ,
portanto, que é deferida em razão de cargo ou de mandato ainda titularizado por aquele
que sofre persecução penal instaurada pelo Estado, sob pena de tal prerrogativa –
descaracterizando-se em sua essência mesma – degradar-se à condição de inaceitável
privilégio de caráter pessoal. Precedentes. (Inq 2.333-AgR/PR , Rel. Min. CELSO DE
MELLO – citado em 05/02/2015 no INQUÉRITO 3.111)
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1.5. Características da Federação
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1.6. Princípio Federativo
EM SÍNTESE:
Federalismo
Desde o descobrimento do Brasil até a República, tínhamos o Estado unitário. O
Estado Federal foi consagrado pela Constituição de 1891, quando foi criada a República
Federativa. Confederação: criação por meio de tratados internacionais. Geralmente, são
criadas para tratar de assuntos como a defesa nacional, a união monetária, as relações
exteriores e o comércio internacional. Confederação tem personalidade jurídica, mas sua
capacidade internacional é limitada. Uma das principais diferenças em relação à federação
é que os Estados não abandonam a sua soberania.
Federação: No Estado Federal a soberania passa a pertencer ao Estado federal. Além
disso, a união dos Estados federados da Federação se dá de forma incindível, indissolúvel
e permanente, não comporta o chamado direito de secessão (direito de se separar dos
demais estados da federação). Já na Confederação, a reunião dos Estados confederados
é temporária, cindível, que comporta o chamado direito de secessão.
Em suma, Federação é a união indissolúvel de Estados autônomos com base em uma
Constituição; a Confederação é a união dissolúvel de Estados soberanos com lastro num
tratado internacional.
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1.7. Regime Político
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DICA DA PROFESSORA
ESTADO DE DIREITO
1) primazia da lei
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SEPARAÇÃO DE PODERES
Artigo 2º da CRFB
Artigo 3º da CRFB
EM SÍNTESE:
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PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB
NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Artigo 4º da CRFB
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
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EM SÍNTESE:
BIBLIOGRAFIA
Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado 2021 - Editora Saraiva, 25ª Edição. Edição do Kindle.
Martins, Flávio. Curso de Direito Constitucional . Saraiva Jur, 5ª ed, 2021. Edição do Kindle.
Tavares, André Ramos. Curso de direito constitucional. Editora Saraiva. Edição do Kindle.
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros, 25ª ed.
Barroso, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. Ed. Saraiva, 3ª ed.
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QUESTÕES
( ) Certo
( ) Errado
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04. (FCC - Ana (PGE MT)/PGE MT/Bacharel em Direito/2016)
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07. (FCC - Ana Proc (PGE BA)/PGE BA/Administrativo/2013)
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) I e II.
E) II, III e IV.
A) I, III e IV.
B) I, II e IV.
C) I, II e III.
D) II, III e IV.
E) I e II.
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09. (FCC - Ass Proc (PGE BA)/PGE BA/2013)
GABARITO
01. A 02. C 03. D 04. D 05. C 06. D 07. A 08. C 09. D
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