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CURSO

Língua portuguesa

Profa. Dra. Luana Porto

1
DIREITO CONSTITUCIONAL
Profª. Taís Flores

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E TEORIA GERAL DO ESTADO ................................... 3


ESTADO DE DIREITO .................................................................................................... 16
SEPARAÇÃO DE PODERES ......................................................................................... 17
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB ........................................................................ 17
PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS .................... 18
QUESTÕES ..................................................................................................................... 20

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E
TEORIA GERAL DO ESTADO

Prof. Taís Flores


@concursoceisc

1.1. Princípios Fundamentais

A palavra princípio, segundo José Afonso da Silva, tem o sentido de origem, começo,
início. Segundo ele, “norma de princípio” é uma norma que contém o início ou esquema de um
órgão, entidade ou de programa, como são as normas de princípio institutivo e programático.

Porém, no caso do Título I, a palavra princípio, que é plurissignificativa, expressa a noção


de “mandamento nuclear de um sistema”.

Canotilho descreve os princípios fundamentais como os princípios definidores da forma


de Estado, dos princípios estruturantes do regime político e dos princípios caracterizadores da
forma de governo e da organização política em geral.

José Afonso da Silva, seguindo a obra de Canotilho, elenca a classificação dos princípios
fundamentais na CF/88:

1) princípios relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado: República


Federativa do Brasil, soberania, Estado Democrático de Direito (art. 1º);
2) princípios relativos à forma de governo e à organização dos Poderes: República
e separação de Poderes (Arts. 1º e 2º);
3) princípios relativos à organização da sociedade: princípio da livre organização
social, princípio da convivência justa, princípio da solidariedade (art. 3º);
4) princípios relativos ao regime político: princípio da cidadania, princípio da
dignidade da pessoa, princípio do pluralismo, princípio da soberania popular,
princípio da representação política e princípio da participação popular direta (art.
1º);
5) princípios relativos à prestação positiva do Estado: princípio da independência e
do desenvolvimento nacional (art. 3º, II), princípio da justiça social (art. 3º, III) e
princípio da não-discriminação (art. 3, IV);
6) princípios relativos à comunidade internacional: da independência nacional, do
respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, da autodeterminação dos
povos, da não-intervenção, da igualdade dos Estados, da solução pacífica dos
conflitos e da defesa da paz, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da
cooperação entre os povos e o da integração da América Latina (art. 4º).

Estão dispostos nos arts. 1° ao 4° da Constituição e são chamados fundamentais por


formarem a base da organização do Estado, definindo a estrutura política do Estado.

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Canotilho diz que esses princípios se constituem em normas-síntese ou normas-matriz,
isso porque são as normas básicas, a origem, as normas que sintetizam aquilo que veremos
ao longo da Constituição. Então, os princípios fundamentais são chamados de "princípios
político-constitucionais".

Os demais princípios, ao longo da Constituição, são desdobramentos dos fundamentais,


costumam ser chamados de "jurídico-constitucionais". Além disso, não se pode confundir os
princípios fundamentais com os princípios gerais do Direito Constitucional. Princípios
fundamentais estão positivados na Constituição, já os princípios gerais de Direito formam um
estudo teórico, aplicável a vários ordenamentos.

Conforme Flávio Martins Nunes, princípios são espécies de normas jurídicas, ao


contrário do que se pensava anteriormente. Portanto, sendo modalidades de normas jurídicas,
normas constitucionais, os princípios são dotados de normatividade jurídica e, portanto,
eficácia.

Os princípios do Título I receberam a denominação de FUNDAMENTAIS, o que significa


base, alicerce. Esta denominação denota que foram previstos pelo legislador constituinte
originário como sendo aqueles princípios que servem de base para todo o ordenamento jurídico.

O Título I da Constituição é composto por quatro artigos, assim divididos: art. 1º (dentre
outros temas, trata dos “fundamentos da República”), art. 2º (separação dos Poderes), art. 3º
(objetivos da República), art. 4º (princípios que regem as relações internacionais). Então, é dos
princípios Fundamentais extraímos também a Teoria Geral do Estado, que contém as normas
de organização fundamental do país.
Então, antes da análise da literalidade dos artigos 1º ao 4º, vejamos as regras deles
decorrentes acerca da organização do Estado e também a importante distinção entre princípios
e normas.

1.2. Teoria Geral do Estado

No que diz respeito ao Estado, José Afonso da Silva, citando a doutrina de Balladore
Pallieri, o define como sendo “uma ordenação que que tem por fim específico e essencial a
regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre
um dado território, na qual a palavra ordenação expressa a ideia de poder soberano,
institucionalizado. O Estado, como se nota, constitui-se de 4 elementos essenciais: um poder
soberano de um povo situado num território com certas finalidades. E, a Constituição, é o
conjunto de normas que organizam estes elementos constitutivos do Estado: Povo, território,
poder e fins.

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Analisando detalhadamente os elementos conformadores da noção de Estado, temos
que:

É constituído somente por aquelas pessoas efetivamente ligadas ao Estado,


Povo os nacionais daquele lugar. Não se confunde com "população", que é
qualquer um que esteja no território.
Território É o limite geográfico para o exercício do poder de um Estado.
é a característica que o Estado possui de ser independente na
Soberania ordem externa (autodeterminação) e, na ordem interna, ser o poder máximo
presente em seu território. A doutrina que atualmente prevalece em nossa
ordem jurídica é que o povo é que tem nas mãos este poder.
Finalidade O bem comum, a satisfação do interesse da coletividade.

Alguns autores, de forma diversa, entendem que os elementos que formam o conceito
de Estado são: povo, território, soberania e governo.

Quem entende de forma diversa, defende que a noção de governo está abarcada pela
de soberania.

São características essenciais da Soberania, segundo Vítor Cruz:

 Unicidade - Ela é apenas uma, não pode haver mais de um Poder Soberano dentro do
Estado, senão não será mais soberano.
 Indivisibilidade- Não se pode permitir que haja conflitos ou fracionamentos criando
interesses diversos daquele que é o real interesse do povo e rompendo a unicidade.
 Indelegabilidade (ou inalienabilidade)- O povo não pode abrir mão e seu poder. Embora
haja representantes, estes sempre agem em nome do seu povo.
 Imprescritibilidade- Este poder é permanente, não se acaba com o tempo.

Dica da Professora
A Nação é um conceito sociológico, refere-se a uma ideia de união em
comum, idade, um vínculo que o povo adquire por diversos fatores como
Estado X Nação etnia, religião, costumes...
O Estado é conceito jurídico, sendo uma sociedade política.
Povo também é conceito jurídico que se refere ao elemento pessoal do
Estado. Representa o corpo de membros que integra o Estado.
Povo X Nação
A Nação é conceito sociológico que se refere a vínculos emocionais,
culturais, religiosos etc.

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1.3. Forma de governo, sistema de governo e forma de estado

Extraímos do artigo 1º da Constituição de 1988 muitas informações sobre estes temas:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

De forma geral, não nos referindo apenas ao sistema brasileiro, podemos resumir o tema
conforme abaixo esquematizado.

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Resumidamente, o significado de cada um destes institutos é o seguinte:

Formas de governo
Diz respeito à titularidade do Poder

Monarquia República
Governo de indivíduos: representação do Governo de todos: o titular da soberania
poder no monarca passa a ser o povo

Características: Características:
 Irresponsabilidade política do monarca;  Responsabilidade política do governante;
 Hereditariedade: o poder se transfere  Eletividade: os representantes são eleitos
através de laços sanguíneos; para a representação;
 Vitaliciedade: o monarca fica no poder até o  Temporariedade: eleições periódicas para
final de sua vida. escolher os representantes da república

Sistemas de governo
Diz respeito à relação entre os Poderes Legislativo e Executivo. São mecanismos de
distribuição horizontal do poder político.

Presidencialismo Parlamentarismo
As funções de chefe de estado e chefe de As funções de chefe de estado e chefe de
governo se concentram em uma só pessoa. governo são exercidas por pessoas distintas.
 Chefe de estado: depende da forma de
governo adotada:
Monarquia – monarca (Reino Unido,
Espanha, Japão);
Parlamentarismo republicano – Presidente da
República (Alemanha, Áustria, Índia). É uma
figura representativa, simbólica.
Chefe de governo: primeiro ministro (governa
com a ajuda do gabinete) é uma espécie de
ministério.

Mandato fixo. Não há mandato fixo. O primeiro-ministro,


geralmente, é escolhido dentro do
parlamento, pela maioria. Fica no cargo
enquanto tiver o apoio da maioria.

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- Responsabilidade - Responsabilidade
 Penal: a CF consagra a chamada Moção de desconfiança: atinge tanto o
irresponsabilidade penal relativa (art. 86, § primeiro ministro quanto o gabinete. O chefe
4º), ou seja, o Presidente só responde do executivo, neste caso, sempre terá o apoio
penalmente pelos crimes realizados durante da maioria.
o mandato e que se relacionem com a sua
função. Os crimes praticados antes ou
durante o mandato, que não se relacionem
com a função, serão processados no término
do mandato. Quem julga é o STF, com a
autorização pela Câmara dos Deputados
(2/3).
(Art. 86, § 4º - O Presidente da República, na
vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.)
Este dispositivo NÃO pode ser reproduzido
por constituições estaduais ou leis orgânicas
municipais.
 Política: existem duas formas:
a) Impeachment – ocorre quando o
Presidente pratica um crime de
responsabilidade. Também é necessária a
autorização da Câmara dos Deputados (2/3)
para que ele seja processado. Quem julga é
o Senado Federal, também por 2/3. O
presidente do STF preside o julgamento.
b) Recall (não é adotada no Brasil) – permite
que o eleitorado se pronuncie diretamente
acerca da permanência ou não de um
governante no poder, ou seja, quem julga o
governante não é o órgão constituído. Há
uma espécie de referendo e os eleitores se
manifestam.

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Formas de estado
ESTADO UNITÁRIO (Estado Simples) ESTADO FEDERAL (vem de foedus; foederis
significando união, pacto, aliança)
Um centro de poder incidindo sobre a mesma Mais de um centro de poder sobre a mesma
população e o mesmo território. população e território.
Estado unitário Criação da Constituição dos EUA de 1787. As
a) puro (apenas tem o centro de poder, sem 13 colônias, na tentativa de manter
nenhuma forma de delegação); independência em face da Inglaterra
formaram confederação. Havia problema de
b) com descentralização administrativa. Há
ineficácia das decisões tomadas. Em razão
descentralização da execução das políticas;
disso, foi criada a federação.
c) com descentralização político-
administrativa. Ocorre descentralização não
apenas da execução, mas também política,
ou seja, descentralização de governo
(abrange a própria tomada de decisões pelo
governo).
Ex: descentralização da elaboração de leis:
essa mera descentralização não é suficiente
para caracterizar Estado Federal.

Tabela sobre organização do Estado

Características do Presidencialismo na Constituição Federal (Atualizado pela EC


111/2021)

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,


simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição
em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal
de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do
Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-


Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos


respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição


noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma
da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de


janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (EC 111/2021)

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

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EM SÍNTESE:

1.4. Princípio Republicano

Dica da Professora

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DICA DA PROFESSORA

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE:
PRERROGATIVA DE FORO – EXCEPCIONALIDADE – MATÉRIA DE ÍNDOLE
CONSTITUCIONAL – INAPLICABILIDADE A EX -OCUPANTES DE CARGOS
PÚBLICOS E A EX -TITULARES DE MANDATOS ELETIVOS – CANCELAMENTO DA
SÚMULA 394/STF – NÃO-INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA ‘PERPETUATIO
JURISDICTIONIS’ – POSTULADO REPUBLICANO E JUIZ NATURAL – RECURSO DE
AGRAVO IMPROVIDO .
– O postulado republicano – que repele privilégios e não tolera discriminações – impede
que prevaleça a prerrogativa de foro, perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de
atividade funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou
réu no cargo, função ou mandato cuja titularidade (desde que subsistente) qualifica se
como o único fator de legitimação constitucional apto a fazer instaurar a competência
penal originária da Suprema Corte ( CF , art. 102, I, ‘ b ’ e ‘ c ’). Cancelamento da Súmula
394/STF ( RTJ 179/912-913).
– Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os cidadãos da República. O reconhecimento
da prerrogativa de foro, perante o Supremo Tribunal Federal, nos ilícitos penais comuns,
em favor de ex -ocupantes de cargos públicos ou de ex-titulares de mandatos eletivos
transgride valor fundamental à própria configuração da ideia republicana, que se orienta
pelo vetor axiológico da igualdade.
– A prerrogativa de foro é outorgada, constitucionalmente , ‘ratione muneris’, a significar ,
portanto, que é deferida em razão de cargo ou de mandato ainda titularizado por aquele
que sofre persecução penal instaurada pelo Estado, sob pena de tal prerrogativa –
descaracterizando-se em sua essência mesma – degradar-se à condição de inaceitável
privilégio de caráter pessoal. Precedentes. (Inq 2.333-AgR/PR , Rel. Min. CELSO DE
MELLO – citado em 05/02/2015 no INQUÉRITO 3.111)

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1.5. Características da Federação

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1.6. Princípio Federativo

EM SÍNTESE:

Federalismo
Desde o descobrimento do Brasil até a República, tínhamos o Estado unitário. O
Estado Federal foi consagrado pela Constituição de 1891, quando foi criada a República
Federativa. Confederação: criação por meio de tratados internacionais. Geralmente, são
criadas para tratar de assuntos como a defesa nacional, a união monetária, as relações
exteriores e o comércio internacional. Confederação tem personalidade jurídica, mas sua
capacidade internacional é limitada. Uma das principais diferenças em relação à federação
é que os Estados não abandonam a sua soberania.
Federação: No Estado Federal a soberania passa a pertencer ao Estado federal. Além
disso, a união dos Estados federados da Federação se dá de forma incindível, indissolúvel
e permanente, não comporta o chamado direito de secessão (direito de se separar dos
demais estados da federação). Já na Confederação, a reunião dos Estados confederados
é temporária, cindível, que comporta o chamado direito de secessão.
Em suma, Federação é a união indissolúvel de Estados autônomos com base em uma
Constituição; a Confederação é a união dissolúvel de Estados soberanos com lastro num
tratado internacional.

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1.7. Regime Político

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DICA DA PROFESSORA

ESTADO DE DIREITO

2.1. Características do Estado de Direito

1) primazia da lei

2) sistema hierárquico de normas que preserva a segurança jurídica e que se concretiza


na diferente natureza das distintas normas e em seu correspondente âmbito de validade;

3) observância obrigatória da legalidade pela administração pública;

4) separação de poderes como garantia da liberdade ou controle de possíveis abusos;

5) reconhecimento da personalidade jurídica do Estado, que mantém relações jurídicas


com os cidadãos;

6) reconhecimento e garantia dos direitos fundamentais incorporados à ordem


constitucional;

7) em alguns casos, a existência de controle de constitucionalidade das leis como


garantia ante o despotismo do Legislativo.

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SEPARAÇÃO DE PODERES

Artigo 2º da CRFB

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB

Artigo 3º da CRFB

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

EM SÍNTESE:

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PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB
NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Artigo 4º da CRFB

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

18
EM SÍNTESE:

BIBLIOGRAFIA

Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado 2021 - Editora Saraiva, 25ª Edição. Edição do Kindle.
Martins, Flávio. Curso de Direito Constitucional . Saraiva Jur, 5ª ed, 2021. Edição do Kindle.
Tavares, André Ramos. Curso de direito constitucional. Editora Saraiva. Edição do Kindle.
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros, 25ª ed.
Barroso, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. Ed. Saraiva, 3ª ed.

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QUESTÕES

01. (IDECAN - Adm (AGU)/AGU/2019)

A soberania, a cidadania e o pluralismo político são considerados fundamentos da República


Federativa do Brasil, a qual, segundo se pode afirmar com base na Constituição Federal, tem
por objetivos fundamentais:

I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II. garantir a independência nacional;
III. erradicar a pobreza e promover a defesa da paz.

Analisando os itens acima, é correto afirmar que

A) somente o item I está correto.


B) somente o item II está correto.
C) somente o item III está correto.
D) somente os itens I e II estão corretos.
E) somente os itens II e III estão corretos.

02. (CEBRASPE (CESPE) - AAP (PGE PE)/PGE PE/Calculista/2019)

À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir.

A cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa


encontram-se entre os fundamentos da República Federativa do Brasil.

( ) Certo
( ) Errado

03. (IBGP - AA Proc (Sta Luzia)/Pref Santa Luzia/2018)

O artigo 1º da Constituição Federal do Brasil estabelece como fundamento para a República


Federativa do Brasil:

A) A prevalência dos direitos humanos.


B) A autodeterminação dos povos.
C) A igualdade entre os Estados.
D) O pluralismo político.

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04. (FCC - Ana (PGE MT)/PGE MT/Bacharel em Direito/2016)

Um grupo de servidores da Procuradoria-Geral do Estado do Mato Grosso, recém empossados,


participou de uma palestra de boas-vindas, oportunidade em que foram abordados temas
relacionados à República Federativa do Brasil. Houve consonância com o disposto na
Constituição Federal quando mencionado que

A) a soberania é princípio que rege as relações internacionais do Brasil.


B) a independência nacional é fundamento do Estado Democrático de Direito brasileiro.
C) a solução pacífica dos conflitos é fundamento do Estado Democrático de Direito brasileiro.
D) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativas são fundamentos do Estado Democrático
de Direito brasileiro.
E) a dignidade da pessoa humana é princípio que rege as relações internacionais do Brasil.

05. (FCC - Tec (PGE MT)/PGE MT/Técnico Administrativo/2016)

É um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, previsto no art. 3ºda


Constituição Federal,

A) garantir uma renda mínima a todo cidadão.


B) combater à fome.
C) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
D) erradicar o analfabetismo.
E) garantir a paz no território nacional.

06. (FCC - Tec (PGE MT)/PGE MT/Técnico Administrativo/2016)

O fundamento do Estado Democrático de Direito, previsto no art. 1º da Constituição Federal,


que torna o cidadão titular de direitos e o qualifica como participante da vida do Estado é

A) a livre iniciativa e os valores sociais do trabalho.


B) a soberania.
C) a dignidade da pessoa humana.
D) a cidadania.
E) o pluralismo político.

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07. (FCC - Ana Proc (PGE BA)/PGE BA/Administrativo/2013)

Em relação à República Federativa do Brasil, considere:

I. É formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.


II. Constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros, a
soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
III. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos da Constituição Federal.
IV. É um Estado soberano, democrático e organizado em Estados e Municípios que devem
respeitar a dignidade da pessoa humana e a cidadania.

Está correto o que se afirma APENAS em

A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) I e II.
E) II, III e IV.

08. (FCC - Ana Proc (PGE BA)/PGE BA/Jurídico/2013)

Em relação à República Federativa do Brasil, considere:

I. A dignidade da pessoa humana é um dos seus fundamentos.


II. A promoção do bem de todos − sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação − constitui um de seus objetivos fundamentais.
III. O repúdio ao racismo deverá reger as suas relações internacionais.
IV. A igualdade de todos perante a lei é um dos seus princípios sociais.

Está correto o que se afirma APENAS em

A) I, III e IV.
B) I, II e IV.
C) I, II e III.
D) II, III e IV.
E) I e II.

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09. (FCC - Ass Proc (PGE BA)/PGE BA/2013)

Dentre os objetivos fundamentais da Constituição da República Federativa do Brasil está a


promoção do bem de todos, sem preconceitos e discriminação de

A) sexo, valores sociais, cor, raça e origem.


B) credo, etnia, gênero, origem e classe social.
C) idade, religião, nacionalidade, escolaridade e cor.
D) origem, raça, sexo, cor e idade.
E) etnia, consciência, cor, convicção religiosa e política.

GABARITO
01. A 02. C 03. D 04. D 05. C 06. D 07. A 08. C 09. D

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