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Geopolítica, Integração e

Regionalização
Você sabe como o mundo funciona?

Danielly da Paz Oliveira Queiroz


Apresentação da disciplina
 Nossa disciplina visa a compreensão e a análise
das novas interações entre os países no cenário
global.

 Busca uma abordagem contemporânea da


geopolítica com o estudo das macropolíticas e
das novas fronteiras nacionais, tratando também
da regionalização e da integração.
Apresentação da disciplina
 Define os conceitos e objetivos da política
externa e a ação e interação dos Estados;

 E por fim, faz uma análise da tendência do


fim das fronteiras físicas e esclarece sobre
o surgimento de novos debates para a
compreensão das relações de poder.
Objetivos da disciplina
 Analisar os fundamentos das relações
internacionais;

 Analisar as teorias das relações


internacionais;

 Compreender as noções de cooperação;


Objetivos da disciplina
 Conhecer os conceitos e objetivos da
política externa;

 Entender a evolução do pensamento em


geopolítica;

 Identificar as relações entre sociedade,


Estado, território e poder;
Objetivos da disciplina

 Conhecer a agenda da geopolítica


moderna;

 Compreender os aspectos da
integração regional.
Introdução
Para compreender melhor esta disciplina
precisaremos entender sobre os termos a
seguir:
 Estado
 Poder
 Política
 Poder político
 Relações Internacionais
Introdução
Para compreender melhor esta disciplina precisaremos
entender sobre os termos a seguir:

 Estado (governo, território e população)


 Poder (capacidade presente de fazer)
 Política (ciência moral normativa do governo da sociedade civil)
 Poder político (vontade da maioria através do governante)
 Relações Internacionais(condução das relações entre povos, nações
e empresas nas áreas política, econômica, social, militar, cultural,
comercial e do direito.)
Estado
 Monopólio do uso da força;
 Legitimidade/ Soberania;
 Mediador entre o individual e o coletivo;

Território (delimitado por relações de poder e uma fronteira)


+ População (pessoas) + Governo (conjunto de pessoas que
vão administrar o Estado – autoritário ou democrático)
Diz respeito a Sociedade constituída por um grupo de indivíduos
organizados que buscam objetivos em comum. O Estado é uma grande
instituição que gerencia o território para atender a sua população.
Estado
 É um país com poder soberano, politicamente organizado dentro
de um território;

 Considerado um Pessoa Jurídica;

 Ele possui direitos e obrigações;

 O Estado Moderno (que começa depois do Feudalismo), é


marcado pela racionalização da gestão de poder. Ele não é mais
marcado pela vontade de um grupo pequeno de pessoas.
Estado Moderno
 Características do Estado Moderno
1. Povo
2. Território
3. Governo
4. Finalidade (art. 3º CF/88)
5. Soberania (não pode haver naquele território, algo mais poderoso que o próprio
Estado, nem mesmo as legislações internacionais).

 Poderes da União (art. 2º CF/88):


1. Executivo (Presidente – Palácio do Planalto)
2. Legislativo (Gerir leis e fiscalizar o Executivo – Vereadores, Deputados Estaduais,
Deputados Federais e Senadores – Congresso Nacional)
3. Judiciário (Juízes e Juristas – Assegurar a supremacia da CF - Supremo Tribunal
Federal)
Estado Moderno
Finalidade (art. 3º CF/88)

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Estado Moderno
Poderes da União (art. 2º CF/88):
Art. 2º São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Estado
Legitimidade
Em lógica, é legítimo o raciocínio quando os princípios são verdadeiros e a
consequência deduzida segundo as regras;

Em moral, são legítimas as ações que conformam com a razão, a equidade e


a justiça universal;

Em jurisprudência são legítimas todas as ações ou omissões que as leis


ordenam.

Link para pesquisa: https://www.youtube.com/watch?v=dzyxFDb6n3A


Estado
Soberania

Ainda nos pressupostos (elementos essenciais) de existência do Estado


Moderno podemos elencar o elemento subjetivo da soberania. Fruto da
Legitimidade)

Soberania é “soberania é a autoridade suprema, irresistível, absoluta e


ilimitada”. Diz respeito ao poder político e de decisão dentro do território
nacional, em especial no que se refere à defesa dos interesses nacionais.

A Constituição Federal é a lei máxima que legitima a existência e atuação do


Estado.
Estado

Links para pesquisa:


https://www.conjur.com.br/2009-mai-12/conceito-soberania-principais-fun
damentos-estado-moderno/

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/soberania.htm
Poder
Capacidade de agir ou influenciar a ação do outro;

Imposição de vontade dentro de uma relação social;

Em todas as nossas relações há imposição de poder.


Poder – segundo Max Weber (sociólogo)

Max Weber afirma que o PODER LEGÍTIMO é chamado de


DOMINAÇÃO.

O poder legítimo é aquele que aceitamos tacitamente.

Para Weber há 3 tipos de dominação: a tradicional, a carismática


e a racional legal.
Poder – segundo Max Weber (sociólogo)

Dominação tradicional: crenças em regras transmitidas de


geração em geração (costumes familiares, religião, cultura
popular);

Dominação carismática: os dominados acredita que


determinado indivíduo tem qualidades excepcionais (pessoas que
se destacam naturalmente);

Dominação racional legal: fundamenta em normas e regras


legais (característica do Estado Moderno).
Poder – segundo Max Weber (sociólogo)

Uma figura pode representar mais de um tipo de dominação.

Dominação racional legal X Dominação Carismática


 O Estado tem o poder
de legislar (ação), isto
é, fazer as leis que
vão nortear a vida em
sociedade.
Política
 Se relaciona com o ato de governar;

 Ligada ao governo e suas decisões e ao conceito de Estado;

 Atender aos interesses dos cidadãos;

 Consenso entre as partes;

 Ciência (baseada na comprovação) de governabilidade de um Estado e


também a arte de negociar para interesses compatíveis.
Política
 Tem origem no termo Grego politiké que é a união de dois
outros termos:

Polis (cidade) + Tikós (o bem comum dos cidadãos)

É a arte ou ciência da organização, direção e administração de


nações ou Estados com a finalidade no bem comum.
 O Brasil, como membro da ONU,
confirma o que diz a Declaração dos
 Políticas Públicas para assegurar direitos
Direitos Humanos: “Toda pessoa tem
direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e a sua família, saúde,
bem-estar, alimentação,
vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais
indispensáveis”. Isso porque os
tratados e acordos internacionais
assinados pelo Estado brasileiro têm
força de lei, fazendo ser obrigatório o
seu cumprimento dentro do nosso
território.
Poder Político
 É o poder do homem sobre outro homem;

 Se baseia na posse dos instrumentos com os quais se exerce a


força física: é o poder coercitivo no sentido mais estrito da
palavra;

 A possibilidade de recorrer à força distingue o poder político


das outras formas de poder. Isso não significa que, ele seja
exercido pelo uso da força, mas sim que haja a possibilidade do
uso.
Poder Político
São prerrogativas do Poder Político:

 Exclusividade, que trata da tendência de não se


permitir a organização de uma força concorrente como,
por exemplo, grupos armados independentes que
ameacem o poder.
Poder Político
Exemplo: MILÍCIA

 A milícia funciona na base da oferta


de segurança e de serviços no lugar
do Estado ou de empresas privadas,
de modo que a região, comunidade
ou favela se torne dependente da
milícia
Poder Político
São prerrogativas do Poder Político:

 Universalidade, o Estado toma decisões em


nome da coletividade (monopólio sobre as
decisões coletivas).
Poder Político
São prerrogativas do Poder Político:

 Inclusividade, pois nenhuma esfera da vida


social está fora do alcance da intervenção do
Estado (não totalitariamente). O Estado,
entretanto, define as áreas que irá ou não intervir.
Poder Político
Max Weber (1864-1920) – sociólogo alemão.

 O que caracteriza o Estado é o monopólio do exercício


legítimo da força de uma sociedade, ou seja, ser o
único capaz de exercer legitimamente o poder sobre
a sociedade.
Poder Político
 O Estado não usa a força, mas sim a legitimidade que
possui para determinar/definir regras para a sociedade
(usando em última instância a força física).

 Somente o Estado tem o reconhecimento da


população para estabelecer regras a serem
obedecidas por todos (leis, imposto, julgamentos etc.)
Poder Político
 O Estado não admite concorrência e exerce
de forma monopolista o poder político,
que é o poder supremo nas sociedades
contemporâneas.
Relações Internacionais
As Relações Internacionais visam
o estudo sistemático das relações políticas,
econômicas e sociais entre
diferentes países cujos reflexos transcendam
as fronteiras de um Estado.
UNIDADE I
Capítulo I

Fundamentos das Relações Internacionais para a


compreensão da Geopolítica
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

Como surgiu o termo Relações


Internacionais?
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Na história da civilização ocidental, observamos que as


relações entre comunidades existem desde os
primórdios entre os diferentes povos e estão nas
origens política e econômica da sociedade moderna.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Até o século XVII não havia um sistema de entidades


políticas (Estados) exercendo autoridade suprema
sobre territórios e detentoras do monopólio sobre
assuntos de guerra, o exercício da diplomacia e a
celebração de tratados (CASTRO, 2001, p. 7).
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais
 Anterior ao surgimento do Estado nacional, as
unidades governamentais existiam em diferentes
épocas sob a forma de comunas, cidades‑estados e
feudos;

 “As unidades econômicas formaram nesta ordem: a


família, o feudo, a comunidade da vila, a cidade e a
liga das cidades” (DIAS, 2004, p. 25).
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 A política se estruturava por meios independentes do


território, tais como laço sanguíneo e comunhão de
valores religiosos.

 Não havia a distinção entre as dimensões de autoridade


interna e externa ou de público e privado. (1994 apud
CASTRO, 2001)
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 As relações entre imperadores, papas, reis, barões, e


outros agentes das diferentes comunidades não
caracterizavam relações internacionais no sentido
moderno;

 Elas não se davam entre Estados soberanos territoriais,


se tratava apenas de relações entre pessoas e
instituições.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 O que antecedeu o estudo das relações


internacionais como disciplina orientada para
determinar o fundamento político das relações
entre pessoas de comunidades distintas foi o
direto das gentes (jus gentium).
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Desde a Roma Antiga até o século XVII, os


relacionamentos entre os povos eram estabelecidos a
partir do direito das gentes ou direito das nações.

 Esse direito se referia ao exercício da autoridade diante


do relacionamento entre os povos.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Em Roma o jus civile (direito civil) aplicava‑se


aos romanos (não a estrangeiros) mas na medida
em que o Império Romano expandia‑se, os
problemas entre estrangeiros e romanos surgiam.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Para estabelecer parâmetros de mediação nas regiões sob o


comando de Roma, foi instituído o praetor peregrinus (junção
de partes do direito romano e de normas estrangeiras).

Esse modelo ficou conhecido como jus gentium


(direito das gentes);
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 O direito romano foi adaptado, adquirindo caráter


universalista e associado a valores cristãos, voltado
para as relações entre pessoas, e ainda não se tratava de
relações entre estados soberanos.

 Abordavam tópicos como o uso da força, as relações


comerciais, entre outros.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Nessa conjuntura a existência das organizações


internacionais não era possível porque sua existência
pressupõe um acordo entre Estados iguais dispostos a
renunciar a alguns de seus diretos em prol da organização.

 Isso era impossível porque as guerras de conquista se


sucediam e impérios se formavam (território ainda
indefinido) (ARAÚJO, 2002).
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 A partir dos séc. XVI e XVII, surge uma nova


configuração institucional, resultado de dinâmicas
políticas e econômicas estabelecidas entre grupos
sociais na Europa a partir do renascimento do comércio
no século XI e da competição política e econômica que
se estabeleceu desde então.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Consolidou‑se uma organização em torno de governos


capazes de garantir a vida dos indivíduos em um
Estado territorial soberano como responsável por
organizar, regular e constituir a vida social entre o
conjunto de instituições que habitasse determinado
território, sendo elas parte de uma mesma nação.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 A política passou a ser determinada pelo território e


institucionalizada;

 Era possível distinguir entre o direito interno –


unidades políticas onde os príncipes tinham autonomia
para adotar leis, princípios religiosos etc. – e o direito
externo (vigente entre unidades políticas distintas).
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Na segunda metade do século XVII, com a chamada


Paz de Westphalia, o direito das gentes se modificou
para atender as novas realidades devido ao surgimento
dos Estados;

 O direito das gentes assumiu a condição de direito


internacional.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 A Paz de Westphalia consistiu num conjunto de 11


tratados assinados (pelos países europeus) que
colocaram fim na Guerra dos Trinta Anos (1618‑1648);

 Razões de ordem religiosa se misturavam com


motivações políticas.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 O tratado foi negociado durante três anos (até


1648) pelos representantes dos católicos e
protestantes de países Europeus.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Os tratados assinados em Westphalia


definiram:
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

1. Reconhecimento de uma sociedade de Estados


fundada no princípio da soberania territorial, na
qual todas as formas de governo passaram a ser
legítimas;
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

2. A não intervenção em assuntos


internos dos demais, respeitando o
princípio de tolerância e liberdade
religiosa;
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

3. Independência dos Estados, detentores de


diretos jurídicos iguais a serem respeitados
pelos demais membros.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

Resultados de Westphalia
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Instaurou a autonomia dos Estados;

 Gerou estruturas de cooperação internacional


para constituir a base de processos políticos
mundiais a fim de atingir a paz duradoura (paz
perpétua) (CASTRO, 2001)
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

Porém...
 Mesmo com a paz nesse período, o modelo da
política internacional obtida a partir de
Westphalia não conseguiu evitar a eclosão da
Primeira Guerra Mundial, em 1914. (1914 –
1918)
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 A Guerra provocou mudanças na condução da política


internacional.

 Um conjunto de propostas para adoção de medidas


destinadas a prevenir a guerra e manter a paz foram
apresentadas em 1918 pelo presidente estadunidense
Woodrow Wilson.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Para Wilson era mais importante selar a paz e evitar


outra guerra do que apontar punições aos perdedores e
compensações dos vencedores.

“Paz sem vencedores”


Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 Wilson redigiu os pontos que pretendiam selar um


equilíbrio pacífico entre os europeus.

 Conhecido como “14 pontos de Wilson” esse


documento foi importante para que a Liga das Nações,
uma espécie de embrião da atual ONU, fosse criada.
Precedentes Históricos das Relações
Internacionais

 As propostas de Wilson levam ao nascimento do


idealismo, muito relevante para a evolução das
relações internacionais.
O século XX e as teorias das relações
internacionais

 O século XX foi marcado por:

1. Conflitos ideológicos (capitalismo x socialismo);


2. Revoluções e crises;
3. Expansão econômica;
4. Profundas transformações sociais;
O século XX e as teorias das relações
internacionais

5. Grandes impérios e hegemonias;

6 Desenvolvimento tecnológico e outros acontecimentos


percebidos desde a Primeira Guerra Mundial;

7. Evolução da teoria das relações internacionais.


O século XX e as teorias das relações
internacionais

 Esse desenvolvimento tecnológico abriu as portas para


a transnacionalização das relações econômicas,
sociais, políticas e culturais que ocorreu no mundo e
tornou “indefinidas” as fronteiras das políticas
interna e externa dos Estados.
O século XX e as teorias das relações
internacionais

O que é Transnacionalização?

Que transcende o mundo (o torna globalizado).


O século XX e as teorias das relações
internacionais
O século XX e as teorias das relações
internacionais

 A teoria das relações internacionais se consolida


tendo como objeto de estudo a política
internacional.
O século XX e as teorias das relações
internacionais

Política Internacional?
O século XX e as teorias das relações
internacionais

 Se refere a um conjunto de práticas que frequentemente


envolvem o uso da força efetiva ou ameaçada, forças estas por
meio das quais os Estados se relacionam.

 Tem como objetivo acontecimentos políticos que ocorrem além


das fronteiras dos Estados nacionais.
O século XX e as teorias das relações
internacionais

Na fase inicial

 Os estudos acadêmicos sobre a teoria das relações


internacionais se ocupavam de questões como diplomacia,
problemas de paz e guerra, alianças e intervenções militares;
O século XX e as teorias das relações
internacionais

Ao longo do tempo

 Hoje os estudos transcendem o âmbito interno e até mesmo o


controle de um único Estado.

 As teorias resultam dos esforços intelectuais em gerar


interpretações científicas da realidade a partir da reflexão sobre
agentes e processos no contexto das relações internacionais.
O século XX e as teorias das relações
internacionais

 Esse campo de estudo se caracteriza por um pluralismo


teórico, pois aceita a coexistência de vários discursos
nem sempre antagônicos, mas em sua grande maioria
complementares, permitindo análises mais
compreensíveis da realidade internacional.
Capítulo II

Noções de Cooperação e as principais Teorias


das Relações Internacionais
História da cooperação

 Historicamente, a cooperação funciona como forma de


suprir as necessidades de indivíduos que, sozinhos, não
possuem condições de solucionar determinado
problema. A cooperação visa a integração e o bem estar
social.
História da cooperação
 Com o avanço da industrialização após a Segunda
Guerra Mundial, os Estados passaram a integrar uma
comunidade internacional interdependente e global,
surgindo a necessidade de trabalhos conjuntos, com
tomadas de decisões e iniciativas interligadas, numa
rede de instituições voltadas à prática da cooperação
internacional.
História da cooperação

Cooperação
internacional?
História da cooperação
 Para Sato (2010, p.46), cooperação internacional
significa:
“governos e instituições desenvolvendo padrões
comuns e formulando programas que levam em
consideração benefícios e também problemas que,
potencialmente, podem ser estendidos para mais
de uma sociedade e até mesmo para toda a
comunidade internacional”.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas
 Os resultados destruidores da Primeira Guerra Mundial
impulsionaram o desenvolvimento das relações internacionais
como campo de estudo científico a partir da percepção de um
mundo ideal, da qual pretendeu‑se pautar as relações
internacionais desde então.

Essa percepção ficou conhecida como idealismo.


O Idealismo
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas
 O idealismo é concebido como:

[...] um conjunto de princípios universais que defende a


necessidade de estruturar o mundo buscando o entendimento,
através de condutas pacifistas, onde a confiança e a boa vontade
sejam os motores que movimentam a história (MIYAMOTO et
al., 2004, p. 15).
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas
 Ao vislumbrar a possibilidade de superação do “estado de
natureza” em que se encontravam os Estados – conflito armado
e hostilidades – e a construção de uma nova ordem jurídica
internacional.

Estado de natureza: condição em que o homem, para sua


segurança, depende unicamente de sua própria força e engenho.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O surgimento do idealismo contemporâneo se


materializou por meio de uma espécie de pacto social
mundial nos famosos 14 pontos de Wilson.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

OS 14 PONTOS
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 1.º Pactos abertos (acordos) de paz a serem alcançados


abertamente, sem acordos secretos;

 2.º Livre navegação absoluta, além das águas territoriais, tanto


na guerra como na paz, exceto quanto a liberdade de navegação
fosse cessada, em parte ou no seu todo, por execução de pactos
internacionais;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 3.º Remoção de todas as barreiras econômicas e


estabelecimento de igualdade de condições de
comércio entre todas as nações concordantes à paz e à
sua manutenção;

 4.º Redução das armas nacionais ao mínimo necessário


à segurança interna;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 5.º Ajustes livres imparciais e abertos às reivindicações


das colónias;

 6.º Evacuação das tropas alemãs da Rússia, e respeito


pela independência da Rússia;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 7.º Evacuação das tropas alemãs da Bélgica;

 8.º Evacuação das tropas alemãs da França, inclusive


da contestada região da Alsácia-Lorena;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 9.º Reajuste das fronteiras italianas dentro de linhas


nacionais claramente reconhecíveis;

 10.º Desenvolvimento autônomo do povo austro-


húngaro;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 11.º Evacuação das tropas alemãs dos Balcãs e


independência para o povo balcânico;

 12.º Independência para a Turquia e autogoverno


limitado para as outras nacionalidades até então
vivendo sob o Império Otomano;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 13.º Independência para a Polônia;

 14.º Formação de uma associação geral de nações, sob


pactos específicos com o propósito de fornecer
garantias mútuas de independência política e
integridade territorial, tanto para os Estados grandes
como para os pequenos (Liga das Nações).
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 A Liga das Nações foi criada para oferecer


garantias mútuas de independência política,
integridade territorial e preservação da paz.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 Para os idealistas, a ordem internacional no período


pós Primeira Guerra deveria ser disciplinada por
organizações internacionais (Liga das Nações) capazes
de fazer prevalecer os princípios éticos e os preceitos
morais, refreando, assim, os nacionalismos
exacerbados e a desconfiança generalizada.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 Apesar de buscar o equilíbrio e o fim das revanches, os elementos


fundamentais dos 14 Pontos foram refutados pelas nações envolvidas na
guerra.

 No lugar dos “14 pontos para a Paz”, prevaleceram as pesadas sanções


estipuladas pelo Tratado de Versalhes.

 Em 1919, Woodrow Wilson ganhou o Nobel da Paz pelos seus esforços.


Duas décadas mais tarde, uma nova guerra mundial trouxe mais horror e
destruição ao mundo.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O fracasso iminente do idealismo na política


internacional veio com a conflagração da Segunda
Guerra Mundial, em 1939, de proporções ainda
maiores do que as da Primeira Guerra Mundial. O
idealismo perdeu então sua capacidade de persuasão e
ficou exposto às críticas de intelectuais realistas.
O Realismo
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O realismo atingiu o que se considerou o caráter


ingênuo e normativo do idealismo.

 O debate entre o idealismo e o realismo ocorreu entre o


final da Segunda Guerra Mundial e meados dos anos
1950.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 A partir da publicação do livro 20 anos de crise


de Edward Hallett Carr, a visão teórica realista
de política internacional ganhou força.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 A obra de iniciou o debate entre as


teorias idealista e realista, sendo o
começo do estudo científico das
relações internacionais e marca o
começo da tradição da teoria das
relações internacionais
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 A partir da publicação do livro 20 anos de crise


de Edward Hallett Carr, a visão teórica realista
de política internacional ganhou força.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 A visão realista define os Estados como os


principais agentes do sistema internacional e sua
interação consiste no mais importante processo
em curso nas relações internacionais.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

Sistema Internacional?
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 Se refere a Estados soberanos estabelecendo entre si relações


de cooperação, em virtude da inexistência de um órgão
hierárquico superior.

 Assim, vigora um sistema anárquico no qual prevalece a


política de poder, ou seja, a capacidade de um Estado impor
seus interesses egoísticos e sua visão de mundo aos demais.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 As ideias de cooperação no contexto realista são


de menor de importância em virtude de estarem
limitadas aos poderes dos Estados e à supremacia
da força militar;
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O processo político era visto como uma luta pelo poder. Por
isso se atribuiu aos Estados um comportamento racional, capaz
de estabelecer uma hierarquia de objetivos coerente com os
interesses nacionais.

 Havia preocupação com a preservação da soberania e da


segurança em detrimento das relações econômicas e das ações
de cooperação.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O realismo político compreende as relações internacionais


como sendo determinadas por elementos de segurança e
militarização.

 No entender de Castro (2001), a característica preponderante


dessa visão é a justificação do uso da força, seja como
condição inevitável da vida em sociedade, seja como meio de
se atingir a paz no mundo.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 O realismo se mostra frágil quando manifesta


uma vaga noção de natureza humana
essencialmente egoísta e imutável.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

Além disso...

 As transformações no cenário internacional do século XX


tornaram inegáveis a importância das grandes corporações
transnacionais para as economias domésticas e a influência na
política internacional tanto das organizações internacionais
como das organizações não governamentais.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

 Os Estados deixaram a condição de únicos e mais


importantes atores da cena internacional e passaram a
dividir espaço com novos atores.
A noção de cooperação para os teóricos
idealistas e realistas

Por fim...
 Questões de segurança e militarização, foram perdendo lugar
na pauta para questões que ganharam papel de maior relevo no
cenário internacional contemporâneo, como é o caso das
relações econômicas, financeiras, sociais e culturais.

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