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Estado

Introdução

A palavra Estado é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política; É uma
entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.
As funções tradicionais do Estado englobam três domínios: poder executivo, poder legislativo e
poder judiciário. Numa nação, o Estado desempenha funções politicas, sociais e económicas.

O Estado corresponde ao governo de um povo em determinado território, sendo que este governo
pode ser democrático ou autocrático. Estado é a instituição que se encontra no cerne do
panorama político actual. O Estado é um dos principais actores internacionais, sendo também um
dos mais importantes agentes de produção e transformação do espaço geográfico.

O Estado tem como objectivo propiciar o bem-estar, harmonia social, qualidade de vida e
garantir todos os meios para que a democracia seja exercida. Visa a um modelo de igualdade de
oportunidades entre as pessoas. Também são expostos os direitos fundamentais da primeira e
terceira geração, sendo a primeira Liberdade, enquanto a Solidariedade pertence à terceira
geração. São exemplos disso o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de
expressão, à participação política e religiosa, direitos do consumidor, entre outros Bof (2018).

A origem histórica do Estado

O surgimento de um Estado pode acontecer de um modo natural, onde são reunidas as qualidades
básicas e conhecidas popularmente: a existência de território, população e governo. Pode ser
também pelo modo histórico, que apresenta três formas de acontecer: o modo originário, quando
há uma formação nova, onde nasce directamente da população ou do país; o modo secundário
onde vários Estados se unem para formar um novo, ou o contrário, quando um Estado se
fracciona para formar um novo Estado; e o modo derivado quando a formação se dá por meio de
influências exteriores de outros Estados Tomazella (2014).

A formação de um Estado consiste em três elementos: uma população, um território e um


governo. Esses aspectos são essenciais, porque sem eles não poderia existir um Estado. Povo:
são todos que habitam o território, englobando todas as pessoas, mesmo que elas estejam
temporariamente no território ou que não tenham qualquer vínculo com o Estado Pixabay (2020)
O Estado na antiguidade clássica

Durante esse período, o Estado teve uma variedade de formas. Houve monarquias onde o poder
era baseado na religião do rei e do seu controle de um exército centralizado. Houve também
grandes impérios, como o Império Romano, que não dependia muito da função religiosa, era
mais centralizado sobre militares Tomazella (2014).

Conceptualização

Segundo Caetano (1996), o Estado é constituído por um povo fixado num território, de que é
senhor, e que, dentro das fronteiras desse território, institui, por autoridade própria, órgãos que
elaborem as leis necessárias à vida colectiva, e imponham a respectiva execução. O
aparecimento do Estado marca uma transição chave na história da humanidade, na medida em
que a centralização do poder político, que a formação de um Estado implica, introduz novas
dinâmicas nos processos de mudança social.

Também no plano jurídico o Estado surge como figura central, embora se reconheça este como
um fenómeno histórico, sociológico e político em relação ao qual o Direito se limita a definir os
critérios de criação, transformação e desaparecimento. Não existindo regras relativas à atribuição
da personalidade ou da capacidade jurídicas aos Estados, a criação deste decorre da reunião dos
seus elementos constitutivos: povo, território e poder político soberano Caetano (1996).

Estado é uma organização política que exerce a sua autoridade sobre um território concreto. A
sua característica fundamental é a presença do território, populações e soberania, reconhecidas
tanto internamente, como por parte dos demais Estados Dias (2012:23).

Na visão de Holsti (1996) sobre a ideia de Estado, às características tradicionalmente do Estado,


é importante fazer menção que a ideia de Estado deve estar patente nos seus cidadãos nacionais e
nos outros Estados que fazem parte do sistema. O Estado tem uma base física dá ideia do
território, população e recursos; a base institucional remete para as instituições e para a máquina
governativa e administrativa do mesmo; e a expressão do Estado tem a ver com a sua
manifestação na relação com os outros Estados.

Juridicamente, a unidade estatal distingue-se de quaisquer outras entidades ou colectividade


territoriais pelo facto de gozar de um atributo único, designada soberania. Os Estados diferem
uns dos outros em função do seu tamanho, da sua potência, da sua forca militar e da forma do
seu governo e regime político Sousa (2001:5).

Teoria do Estado

São inúmeras as teorias que visam explicar o momento de formação do Estado, destacam-se três:
A primeira determina que o Estado exista desde sempre assim como a própria sociedade, visto
que, a organização social em que vivemos permeadas por poder e autoridade delimita o
comportamento dos indivíduos. A segunda teoria propõe que primeiro surgiu a sociedade, e que
só depois, para atender às necessidades ou às conveniências dos grupos sociais apareceu a figura
do Estado, que formou-se em momentos diferentes de cada lugar, surgindo de acordo com as
condições concretas de cada lugar (Bof 2018).

A terceira posição é aquela que só admite como Estado a sociedade política dotada de certas
características muito bem definida. Nessa concepção, o Estado pode ser visto como conceito
histórico concreto quando do surgimento da ideia e da prática da soberania, o que ocorre no
século. É possível, segundo alguns autores, determinar o ano do nascimento do Estado, que seria
1648, quando foi assinada a paz de Westfália XVII idem.

É possível distinguir quatro funções fundamentais entre as desempenhadas pelo Estado


contemporâneo: Criação das condições materiais genéricas da produção (infra-estrutura);
Determinação e salvaguarda do sistema geral das leis que compreendem as relações dos sujeitos
jurídicos na sociedade capitalista; Regulamentação dos conflitos entre trabalho assalariado e
capital; Segurança e expansão do capital nacional total no mercado capitalista mundial (Altvater,
1979).

Tipologia de Estado

Estado soberano

O poder político soberano implica um grau de organização social em que desde logo seja
possível distinguir entre a comunidade e as partes que a compõem, ou seja, deverá subsistir um
corpo de representantes capazes não apenas de representar a comunidade nacional mas também
de garantir o cumprimento das obrigações assumidas em nome desta. Implícito está por isso, um
mínimo de efectividade e a capacidade de manter a ordem e a segurança no território. Em termos
internacionais, tradicionalmente consideram-se como manifestações do poder soberano o direito
de fazer a guerra, o direito de celebrar tratados ou convenções e o direito de enviar e receber
representações diplomáticas, podendo ainda referir-se o direito de reclamar internacionalmente
Sousa (2005).

Estado do bem-estar

O Estado do bem-estar, ou Estado assistencial, pode ser definido, à primeira análise, como
Estado que garante tipos mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação, educação,
assegurados a todo o cidadão, não como caridade mas como direito político. Na realidade, o que
distingue o Estado assistencial de outros tipos de Estado não é tanto a intervenção directa das
estruturas públicas na melhoria do nível de vida da população quanto o facto de que tal acção é
reivindicada pelos cidadãos como um direito Wilensky, (1975).

Estado-Nação

Tipo particular de Estado, característico do mundo moderno, simbolizado pelos Tratados de


Vestefália (1648), no qual um governo detém a soberania de um território definido e onde a
grande maioria da população é constituída por cidadãos que têm consciência de pertencerem a
uma única nação que confere o seu apoio ao Estado, independentemente do seu regime político,
desde que surge um conflito com outro Estado Sousa (2005).

Estado fiscal

O Estado fiscal se encontra perante dois limites: O primeiro representado pela natureza do
objecto fiscal e pelos vínculos da manutenção de uma economia livre; O segundo constituído
pela possibilidade de um incremento incontrolável da demanda de despesas públicas, capaz de
motivar o colapso do Estado fiscal. Schumpeter identificou, a razão principal da crise do Estado
contemporâneo, ao escrever: é o momento da empresa privada... e, com a empresa privada, é
também o momento do Estado fiscal, mas a sociedade está crescendo e indo mais além da
empresa privada e do Estado fiscal Schumpeter, (1918:371).
Estado Providência

Sistema político que garante um vasto leque de benefícios sociais aos seus cidadãos. Termo que
se vulgarizou na Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial, em particular após a
publicação do Relatório Beveridge, em 1942, onde se delineava um conjunto de medidas que
assegurasse o já existente direito a pensão de velhice, mas também o direito a subsídio de
desemprego e de doença, bem como uma série de outras protecções financeiras, numa base
regular. Anteriormente, estes aspectos ou não tinham sido abordados, ou eram-no de uma forma
geralmente inadequada Robertson (2000).

O conceito Estado torna-se relevante uma vez que irá consolidar os conhecimentos adquiridos
pelos estudantes nas classes anteriores, assim vão aumentar o seu conhecimento visto que desde
já poderão perceber a função de Estado e tipos de Estado e também saberão distinguir entre
Estado, Nação e Governo as vezes as pessoas fazem confusão pensando que é mesma coisa que
não constituem a verdade.

Referências Bibliográficas

Altvater, E (1979) Note su alcuni problemi dell untervento dello Stato (1973). in Il capitule e lo
Stato, ao cuidado de AUT. VÁR.. Bertani, Verona.

Bof, Milena Dartora (2018) Sistemas e formas de Governo, em Unível Centro Universitário –
Paraná.

Caetano, Marcello (1996) Manual de Ciência Política e Direito Constitucional, 6.ª ed., Coimbra:
Almedina.

Dias, Reinaldo (2011), Ciência Política 1ª Edição, 3ª Reimpressão, Editora Atlas, São Paulo

Holsti, K.J (1996), The War, State and the State of War, Cambridge University Press,
Cambridge.

Robertson, Roland (2000) Globalização: teoria social e cultura global, Petrópolis: Vozes.

Schumpeter, J (1918) Die Krise des Steuerstaats, in Die Finanzkrise des in Die Finanzkrise des
Steuerstaats. Beitrage zur politischen Okonomie der Staatsfinanzen.

Sousa, Fernando de (2005), Dicionário de Relações Internacionais, Edicções Afrontamento


Lisboa.

Wilensky, H.L (1975) The Welfare State and equality. University of California, Press Berkeley.

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