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Geografia

Conflitos étnico-religiosos no final do século XX

Movimentos e conflitos separatistas com o fim da Guerra Fria


A Nova Ordem Mundial, que se seguiu ao colapso do socialismo, implosão da
URSS e o consequente fim da Guerra Fria, é marcada pela eclosão de uma onda de se-
paratismos, motivados por conflitos nacionais, étnicos, religiosos e tribais. Antigos
contenciosos, disputas geopolíticas por territórios, litígios de fronteiras, intolerâncias
quanto às diferenças étnicas, culturais e religiosas ganham novo ímpeto e se manifes-
tam sob a forma de terrorismo, guerra, fundamentalismo religioso, movimentos sepa-
ratistas nacionalistas e xenofobia.
Nessa nova ordem, a maior parte dos conflitos passa a ocorrer não mais entre
países, e sim no interior de determinadas nações.
A persistente desigualdade econômica e social entre países, regiões e indivíduos,
disputa por recursos naturais estratégicos (água, petróleo, diamante, etc.), o crescimento
e o fortalecimento do fundamentalismo religioso, a intensificação dos fluxos migratórios
de refugiados e excluídos, são apontados por vários cientistas políticos como fatores in-
tensificadores das tensões e dos conflitos históricos, relacionados ao “artificialismo” das
fronteiras e às rivalidades étnicas e/ou religiosas em várias partes do globo.

Canadá: os franceses de Quebec


Vinte e sete porcento da população canadense é de origem francesa (latina/católi-
ca) e se concentram na província (Estado) de Quebec, no sudeste do país. Devido às rivali-
dades culturais e religiosas com a população de origem inglesa (saxônica/protestante),
40% da população canadense, os franceses reivindicam a independência da província em
relação ao restante da federação, ou seja, a formação de um “Canadá francês”. Porém, a
maioria da população de Quebec rejeitou, em três referendos (1980, 1992 e 1995), tanto o
projeto de independência como a proposta de maior autonomia política.

O nacionalismo dentro da União Europeia


Esse sentimento se manifesta dentro da União Europeia de duas maneiras: por
meio da xenofobia e dos movimentos separatistas nacionalistas. A xenofobia é a intole-
rância em relação aos imigrantes não europeus (africanos, árabes, turcos, indianos, etc.) e
aos imigrantes vindos da Europa menos desenvolvida (Meridional e Oriental), o que re-
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flete o elevado índice de desemprego na Europa contemporânea e o caráter imigrante


que esse continente adquiriu a partir da Segunda Guerra Mundial, além do crescimento e
fortalecimento do sentimento ultranacionalista nos países da Europa Centro-Ocidental,
tanto por meio do avanço eleitoral de partidos ultranacionalistas quanto da ação, muitas
vezes violenta, de grupos de ideologia neonazista ou neofascista.

Dois casos especiais: a Questão Basca e a Questão Irlandesa


— 1. A Questão Basca
Encravada entre o norte da Espanha e o sudoeste da França, a região basca
tem uma cultura própria – sobretudo pela língua, o euskera – e sustenta um movi-
mento nacionalista desde fins do século XIX.
Os bascos têm mais de 5 mil anos de história, porém sua origem é desconhecida
e a língua basca não parece sequer pertencer ao tronco indo-europeu.
No território basco, vivem cerca de 500 mil habitantes em sete províncias (qua-
tro espanholas e três francesas). Observe o mapa a seguir:
A luta pela independência cres-
FRANÇA
ce a partir de 1959, com o surgimento
do grupo separatista ETA (Pátria Basca Labourd

Av aixa
re
e Liberdade). Com a Constituição espa- Viscaya

ar
B

ule
nhola de 1978, o país basco conquista

So
Guipuscoa
alto grau de autonomia e a maior parte
do movimento depõe armas, criando Alava
partidos legais (Henri Batasuna e Parti- Navarra
do Nacional Basco). O movimento se
divide e a parte militar do ETA mantém
a ação por meio de atentados contra ci-
ESPANHA
vis, políticos e militares.
Em março de 2006, o ETA decla-
ra cessar-fogo permanente e a opção províncias bascas
pela via política em busca da indepen-
dência da região basca; porém, em 2007 retoma a luta armada.
Em 2008, vários líderes do ETA foram presos. Em 2009, os partidos acusados de
ligação com o grupo são proibidos de disputar as eleições parlamentares regionais. Em
2010, desarticulado e enfraquecido, o ETA anuncia novo cessar-fogo e seu compromis-
so com uma solução democrática para a Questão Basca.

— 2. A Questão Irlandesa
Em 1166, a ilha da Irlanda foi invadida pelos normandos, passando, após alguns
anos, à soberania do rei Henrique II da Inglaterra. O rei Henrique VIII consolida a domi-
nação inglesa sobre a ilha em 1542 e introduz o protestantismo.
Nos séculos XVII e XVIII, desencadearam-se fluxos migratórios, de escoceses e
ingleses em busca de terras, para o norte da ilha da Irlanda, onde os católicos torna-
ram-se minoria. Em 1800, o Union Act vinculava a Irlanda à Grã-Bretanha.
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Durante o século XIX, germinam no sul da Irlanda as sementes do IRA (Exército


Republicano Irlandês – resistência armada católica) e Sinn Féin, o seu braço político.
Entre 1918 e 1921, ocorre a Guerra Anglo-Irlandesa, terminando com a divisão
da ilha. O Ireland Act estabelecia a formação de um Estado Livre da Irlanda (o Eire), nas
províncias do sul da ilha, de maioria católica (95%). As províncias do norte (Ulster), de
maioria protestante (65%), mantinham-se ligadas ao Reino Unido. Em 1937, a Irlanda
do Sul declara-se independente. Sua independência foi aceita por Londres, em 1949, e
assim nasceu a República da Irlanda (o Eire, ou Irlanda do Sul).
Durante a segunda metade do século XX, a Irlanda do Norte é palco do conflito
entre as comunidades protestante (58% da população) e católica (42%). Enquanto os
protestantes aprovam a união com a Coroa britânica, os católicos reivindicam a separa-
ção em relação ao Reino Unido e posterior integração de Ulster à República da Irlanda.
Em abril de 1998 é assinado, em Belfast, capital de Ulster, o acordo de paz da
Sexta-Feira Santa, que prevê a eleição de uma assembleia (Parlamento), com represen-
tação proporcional das duas comunidades, libertação de presos políticos e deposição
das armas por parte do IRA e do DUP (Partido Democrático Unionista).
Em julho de 2005, o IRA anuncia o abandono da luta armada e a opção pela ne-
gociação política, via Sinn Féin, para a obtenção da independência política de Ulster.
No final de 2006, os governos do Reino Unido e da Irlanda reúnem-se em Saint
Andrews, na Escócia, para definir uma nova proposta para a autonomia da Irlanda do
Norte. O plano, conhecido como Acordo de Saint Andrews, previa um governo com-
partilhado entre católicos e protestantes, que dividiriam o Poder Executivo e o Parla-
mento, a partir de março de 2007, com uma estrutura policial e judiciária autônomas –
e não mais dirigidos pelo Reino Unido.

Bélgica: a federação ameaçada


As divergências culturais, políticas e econômicas entre flamengos e valões, comu-
nidades divididas pela barreira linguística, põem em risco a unidade da federação belga.
O país divide-se em duas regiões: o norte, região de Flandres (fronteira com a
Holanda), na qual se fala o flamengo (relacionado à cultura holandesa), é a região mais
próspera do país. No sul, temos a Valônia, de língua majoritariamente francesa e que
obriga, também, uma pequena comunidade de língua alemã; tem sua economia subsi-
diada pela região de Flandres. Os nacionalistas flamengos querem a separação, e os va-
lões são contrários à divisão do país.

Os contenciosos na CEI e no interior da Federação Russa


A ex-URSS, que se desagregou em 1991, teve nos movimentos de autonomia
nacional contribuição decisiva para sua desintegração territorial. As quinze ex-repúbli-
cas soviéticas se transformaram em quinze países novos. A maior parte deles, doze no
total, resolveu fazer parte da Comunidade dos Estados Independentes, a CEI, tentativa
precária de manutenção de vínculos entre si.
No interior da CEI há um grande número de conflitos nacionais, étnicos e religio-
sos em disputas por territórios e fronteiras entre os países integrantes, como também
no interior deles. A Rússia, o maior Estado, é uma federação integrada por muitas nacio-
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nalidades, com marcantes diferenças culturais, linguísticas, étnicas e religiosas. Assim,


a Rússia é formada por 20 repúblicas autônomas e 58 regiões autônomas. Em várias
destas chamadas repúblicas existem movimentos autonomistas, e em algumas há
conflito aberto e belicoso. É o caso, por exemplo, da Chechênia e do Daguestão, que se
recusaram a assinar a ratificação do novo tratado da federação de 1992. A crise da Che-
chênia culminou em luta armada e invasão russa em 1995. Os chechênios são em sua
maioria muçulmanos e vivem no sudoeste da Rússia, na região caucasiana. Há também
movimentos nacionalistas antirrussos na República da Yakutia, disputas territoriais en-
tre ossetianos cristãos e inguchétios muçulmanos no sudoeste. Os russos da Ossétia do
Sul, situada na Geórgia, querem pertencer à Rússia. Em todas as ex-repúblicas soviéti-
cas, hoje países independentes, assim como em praticamente todas as atuais vinte re-
públicas e regiões autônomas dentro da Rússia, há russos. Estes são maioria na Rússia
(82%) e são 30% na Estônia, 34% na Letônia, 22% na Ucrânia, 38% no Cazaquistão, 21%
no Quirguistão, 13% em Belarus, 13% na Moldávia, sendo minorias com menos de 10%
nas demais. Na Moldávia, os habitantes de origem russa reivindicam a independência
para proclamar a República do Dniester. Nas ex-repúblicas transcaucasianas, hoje países
independentes como a Armênia, Azerbaidjão e Geórgia, agravam-se históricos conten-
ciosos e conflitos étnico-religiosos. O principal está em Nagorno-Karabakh, região in-
crustada no Azerbaidjão onde mais de 85% da população é formada de armênios
cristãos. Estes não aceitam fazer parte do Azerbaidjão, de maioria muçulmana. Ainda
no Cáucaso, há o conflito de Nakhitchevan, também entre armênios e azerbaidjaneses.
Nakhitchevan é outro enclave de maioria muçulmana na Armênia, espremida entre a
Armênia, a Turquia e o Irã.

RÚSSIA
6

5 4* * 2
7* 3 * Mar Cáspio
Mar Negro 8* 1

9 GEÓRGIA

AZERBAIDJÃO
AR

*
M
ÊN

11
IA

*
10

Repúblicas e regiões autônomas:


1. Daguestão 7. Abkházia
2. Checheno-Inguchétia 8. Ossétia do Sul
3. Ossétia do Norte 9. Adjária
4. Kabardino-Balkária 10. Nakhichevan (Azerbaidjão)
5. Karatchaievo-Tcherkássia 11. Nagorno-Karabakh
6. Adigués (* ) Regiões com conflitos étnicos.
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A Questão dos Bálcãs: ex-Iugoslávia


Situada no sudeste da Europa, dentro da península Balcânica, a Iugoslávia, até
1991, era um país formado por seis repúblicas federadas (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Ma-
cedônia, Montenegro e Bósnia-Herzegóvina) e duas regiões autônomas sob domínio
da Sérvia (Voivodina e Kosovo).
DIVISÃO POLÍTICA DA IUGOSLÁVIA ATÉ 1991
ESLOVÊNIA HUNGRIA
Liubliana
Zagreb
VOIVODINA ROMÊNIA
CROÁCIA
Ístria Novisad

Belgrado
BÓSNIA-
Da

-HERZEGÓVINA
lm
ác
ia

SÉRVIA
Sarajevo

MONTENEGRO
Pristina BULGÁRIA
Mar Adriático KOSOVO
Titogrado
Skopje
ITÁLIA MACEDÔNIA

ALBÂNIA GRÉCIA

Devido à influência histórica dos impérios Austro-Húngaro, Otomano e Russo, a


Iugoslávia formava um mosaico de povos, religiões e línguas. As seis nacionalidades re-
conhecidas eram os sérvios, croatas, eslovenos, macedônios, montenegrinos e muçul-
manos, além de minorias, das quais se destacam albaneses, búlgaros, húngaros, turcos,
entre outros.
AS DIVISÕES DAS NACIONALIDADES NA EX-IUGOSLÁVIA
ÁUSTRIA
HUNGRIA albaneses
Liubliana
CROÁCIA ROMÊNIA
ESLOVÊNIA búlgaros
Zagreb
VOIVODINA limite da croatas
ex-Iugoslávia
BÓSNIA- húngaros
Bihac -HERZEGÓVINA Belgrado
macedônios
SÉRVIA
Sarajevo montenegrinos
BULGÁRIA
muçulmanos

MONTENEGRO sérvios
Mar Adriático KOSOVO eslovacos
Skopje
eslovenos
ITÁLIA MACEDÔNIA
ALBÂNIA sem maioria definida

GRÉCIA
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A Iugoslávia também possuía três religiões (cristã ortodoxa, católica e islâmica),


três línguas (servo-croata, esloveno e macedônio) e dois alfabetos (latino e cirílico).
Existiu como nação desde o final da Primeira Guerra Mundial até 1991, quando
tomou forma o processo de desintegração político-territorial do país.
O país teve dificuldade para manter a unidade nacional desde sua criação.
Em 1945, Josip Broz Tito, ao chegar ao poder, estabelece o regime comunista e
garante direitos iguais às seis repúblicas da Iugoslávia. Sua morte, em 1980, somada ao
colapso do socialismo em 1991, abala a estrutura e põe fim à federação iugoslava.
Em 2003, a antiga Iugoslávia desaparece como unidade política, sendo substi-
tuída pela Federação Sérvia-Montenegro.
Em 2006, a federação se dissolve em dois países independentes, Sérvia e Monte-
negro.
Em 2008, Kosovo declarou-se independente da Sérvia.
Essa posição é reconhecida rapidamente pelos EUA e pela maioria dos países da
União Europeia, mas, até dezembro de 2010, apenas 69 países reconheciam a indepen-
dência de Kosovo.

África, continente abandonado à miséria e às guerras tribais


Na África, durante o período da Guerra Fria, marcado pela bipolarização políti-
ca e ideológica, os litígios entre os países e os conflitos políticos internos eram quase
sempre polarizados pela influência e pelos interesses dos dois grandes blocos de po-
der: mundo ocidental capitalista e mundo socialista, também chamado de comunis-
ta. A partir do fim da Guerra Fria, com o colapso do mundo socialista e o fim da URSS, as
disputas e os conflitos na África se evidenciam cada vez mais como o que no fundo
sempre foram: conflitos tribais entre etnias no interior das fronteiras políticas impostas
pelo colonialismo. Assim, diversos grupos étnicos e tribais, com uma longa história de
conflitos, travam, em diferentes países, verdadeiras guerras civis. Estas agravam os pro-
blemas econômicos e sociais, a miséria, a fome, o número de mortes por massacre, por
falta de alimentos, por doenças e geram um grande número de refugiados. Do Chade
ao Sudão, no Sahel, passando pela Etiópia e Somália, na região do Chifre da África, até
países da África Negra, como Angola, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Burundi, Repú-
blica da África do Sul, há conflitos entre etnias e grupos tribais pelo poder político. Os
casos mais recentes de Ruanda e do Sudão podem ser tomados como exemplos dessas
disputas tribais que passam por cima das artificiais fronteiras políticas impostas pelo
domínio colonial, que, de acordo com as conveniências políticas e econômicas, repri-
miu, estimulou as antigas rivalidades e impôs a convivência forçada de grupos étnicos
e tribos. É o caso, por exemplo, dos tutsis e dos hutus, que estenderam seus conflitos
para além das fronteiras políticas, como Ruanda e Burundi, e entraram em guerra aber-
ta de destruição.
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LUTAS E CONFLITOS NA ÁFRICA ATUAL
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133 SAARA OCID.


(Marrocos)

MALI

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GÂMBIA
Banjul

Malabo
Principais zonas de guerra Bata
Conflitos em curso ou ativos, situação no fim de 2009. .
São Tomé
Conflitos armados entre grupos rebeldes ou entre

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forças governamentais e grupos rebeldes.

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Conflitos interétnicos ou religiosos.
Violência política (eleições contestadas,
afirmação de poder pela força).
Conflito suspenso (pouco ativo, mas não resolvido).
Conflito fronteiriço.
Atentado, ataque dirigido.
Principais campos de refugiados.
ONU Missão de paz da ONU em curso.

Note como há certa coincidência entre as áreas com os conflitos mais graves e as
províncias minerais mostradas no mapa. Nas áreas mais politicamente instáveis, os
recursos gerados pela exploração do subsolo acabam financiando a criação e o REP. DA
armamento de exércitos e milícias. Na guerra civil em Serra Leoa, por exemplo, LESOTO
havia a expressão "diamantes de sangue" para as pedras contrabandeadas para fora da
região que financiavam os grupos em conflito.

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Outro caso importante é o do Sudão, que envolve dois problemas: o da guerra


civil entre os muçulmanos, que estão no poder e dominam as regiões central e norte
do país, e o dos cristãos animistas, que dominam o sul e criaram uma guerrilha sepa-
ratista, o Exército de Libertação do Povo Sudanês (SPLA). Em julho de 2011, o territó-
rio sudanês dividiu-se em dois países: o Sudão do Norte (de maioria islâmica) e o
Sudão do Sul (de maioria cristã animista).
Soma-se a este fato a Questão de Darfur (região a oeste do Sudão, desértica e
rica em petróleo).
Darfur tem 6 milhões de habitantes muçulmanos, em sua maioria negros, agri-
cultores, e uma minoria nômade (autodenominada árabe), de criadores de animais.
O conflito teve início em 2003, quando grupos armados deflagraram um movi-
mento separatista. Os dois principais grupos rebeldes são o Movimento de Libertação
do Sudão e o Movimento para a Justiça e a Igualdade, ligados aos muçulmanos agricul-
tores.
O governo sudanês reage com violência à ação dos separatistas e se apoia na
milícia “árabe” janjaweed (ligada à minoria nômade), que inicia uma “limpeza étnica”.
Suas ações podem ser motivadas por uma disputa de terras, visando a ampliar suas
pastagens, reduzidas devido ao avanço do processo de desertificação sobre o território
sudanês.
Temos também a questão do fundamentalismo islâmico, na África Branca (ou
Norte da África), que se manifesta em movimentos empenhados na criação de socieda-
des regidas pelo Corão, o livro sagrado islâmico, e contrários aos modelos políticos e
culturais ocidentais. Na África Branca destacam-se, no Egito, o grupo Gammaat-i-Islami
(irmandade islâmica), e, na Argélia, a Frente Islâmica de Salvação (FIS), o GIA (Grupo Islâ-
mico Armado) e o EIS (Exército Islâmico da Salvação), braço armado da FIS e Al Qaeda no
Magreb Islâmico (AQMI).
Na África Mediterrânea temos também o caso do Saara Ocidental, que luta pela
sua independência em relação ao Marrocos. No Saara Ocidental, situado ao sul do país,
vive-se do pastoreio nômade, da pesca e da extração mineral (fosfato, Fe, U e W). Os ha-
bitantes nativos do Saara Ocidental, os saarauí, são nômades (Bafour) originários do
Norte da África, e o elemento que lhes dá identidade é a religião islâmica, herança do
domínio árabe. Em 1973, a Frente Polisário, grupo separatista, inicia a guerrilha e pro-
clama a República Árabe Democrática Saarauí, com apoio da Argélia, mas tal declara-
ção é rejeitada, e o grupo ocupa o país de 1979 até os dias atuais. Em 2007, o governo
marroquino apresenta ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de autono-
mia para o Saara Ocidental, rejeitada pela Frente Polisário, que propõe um referendo.

Os conflitos étnicos, religiosos e geopolíticos na Ásia Meridional


Na Ásia Meridional, no passado chamada “mundo indiano”, formado pela
Índia e seus vizinhos, que com ela fizeram parte do Império Britânico, há históricos
contenciosos, disputas e conflitos étnicos, culturais e religiosos. A Índia é constituída
pelo “caldeirão cultural”, com dois idiomas principais, dezesseis línguas regionais,
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1 600 dialetos e várias religiões, com adeptos em confronto. Os hindus, que professam
a religião politeísta hindu ou hinduísta, formam a grande maioria de 82% dos indianos.
O segundo agrupamento religioso mais importante são os muçulmanos. Somam 12%
dos indianos, o que torna a Índia o segundo maior país islâmico do mundo.

CONFLITOS NA ÁSIA MERIDIONAL


incursões chinesas
(1962)

AFEGANISTÃO 1 CHINA
1947-9 Sikkim
Caxemira Tibete (incorporado à
1971
(incorporado à China Índia em 1975)
em 1950)
ab Amritsar
nj

PAQUISTÃO 5 6
Pu

NEPAL BUTÃO
2 1947-9
1971 invasões
BANGLADESH chinesas (1962)
1965 ÍNDIA
3
MIANMAR
Rann of Kutch 1971

GOA
(anexado de Áreas de conflito:
Portugal _ 1961)
1. Caxemira
2. Paquistão: guerras de 1947-1949, 1965
e 1971
3. Bangladesh: guerra de 1971
4
4. Separatismo tamil no Sri Lanka
SRI LANKA 5. Separatismo sikh
6. Conflito Sino-Indiano (1959-1962)

Índia Paquistão Bangladesh Sri Lanka áreas tamis

Os conflitos crônicos entre hindus e muçulmanos na Índia são anteriores à pró-


pria independência e são marcados por muita violência, que já faz parte do cotidiano
em vários lugares da Índia. A região mais afetada é a da Caxemira, localizada no extre-
mo norte, região que foi motivo de duas guerras entre Índia e Paquistão. Ficou decidi-
do que a Índia controlaria dois terços da área, e o Paquistão, um terço. A Caxemira é
uma região de predominância muçulmana.
Outro grupo que vive em constante conflito na Índia são os sikhs, adeptos de
uma religião sincrética entre o hinduísmo e o islamismo. Correspondem a 1,6% dos in-
dianos e se sentem discriminados pelo governo central indiano e pelos hindus. Reivin-
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dicam e lutam pela independência do Estado de Punjab, no noroeste da Índia. No sul


desta, há também o movimento separatista dos tamis, que reivindicam a independên-
cia do Estado de Tamil Nandu. Os tamis ainda formam um grande grupo étnico no nor-
te do Sri Lanka, onde também reivindicam a autonomia política (Grupo Separatista
Tamil). No extremo nordeste da Índia, há problemas de fronteiras na região do Sikkim
(entre o Nepal e o Butão), cujo território foi incorporado à Índia em 1975. Existem ainda
na região problemas e conflitos fronteiriços entre a Índia e a China. No Butão, encon-
tra-se um grupo separatista, ou autonomista, de origem nepalesa, que quer o reconhe-
cimento oficial da especificidade de sua cultura.
Situada hoje no sudoeste da China, está a extensa área do Tibete, que foi incor-
porada à China em 1950, e onde há o movimento de reivindicação pela sua autono-
mia, apoiado sobretudo pelo Nepal e pela Índia. A identidade tibetana está na
religião budista e na liderança de Dalai-lama. Outra região separatista no território
chinês Xinjiang-Uigur, no noroeste do país, habitada majoritariamente por povos se-
minômades de cultura turcomena e religião islâmica.

Oriente Médio, a questão dos povos apátridas


No Oriente Médio, a Questão Palestina e de outros povos apátridas complica
muito as históricas e não resolvidas questões geopolíticas, agravadas pelas guerras en-
tre árabes e judeus.
Os palestinos constituem um dos mais ISRAEL HOJE
representativos povos considerados apátridas,
LÍBANO
isto é, que não têm um território organizado "zona de
como Estado ou país, com governo próprio. So- segurança"
SÍRIA
mam-se mais de 4,5 milhões de pessoas que vi- Golã
vem na “diáspora”, o que quer dizer que vivem, anexado
âneo

ou melhor, sobrevivem espalhados por vários


rr
dite

lugares do mundo. A maior parte deles está no


Me

Oriente Médio, sendo, em geral, marginalizados Cisjordânia (40%)


ar

(autonomia palestina)
M

e hostilizados nos países árabes e sobretudo em


Jericó
Israel, onde sobrevive a maioria. Vivem na Cis- (Palestina)
jordânia (administrada, hoje, pela Al Fatah – Jerusalém
anexada
principal facção da OLP) e na Faixa de Gaza, sob
Mar Morto
domínio do Hamas (grupo islâmico, eleito para Gaza
comandar a ANP – Autoridade Nacional Palesti- (autonomia
palestina)
na –, em 2006).
Depois de 4 anos de divisão (2007-2011),
Al Fatah e Hamas selaram um acordo de união ISRAEL
em prol da luta por um Estado palestino inde-
JORDÂNIA
pendente.
EGITO
Além dos palestinos, que não podem ser
considerados minorias no Oriente Médio, po-
dem ainda ser destacados outros povos apátri-
201

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das na região. Trata-se dos drusos, na Síria, e dos curdos. Estes são cerca de 27 milhões,
sobrevivendo na “diáspora”, espalhados pela Turquia, na porção sudoeste, Iraque, no
norte, Irã, no noroeste, Síria, no extremo norte, e na Armênia, na porção sudoeste.
Encontram-se curdos também em vários países europeus. Esses povos reivindicam o
Curdistão independente, numa área situada principalmente entre Turquia e Iraque.
Sob o patrocínio da ONU, foi criada no extremo norte do Iraque (Curdistão iraquiano)
uma “zona de proteção autônoma” para a população curda ameaçada de extermínio.

O CURDISTÃO

Mar Negro

CEI

Ma
Erzurum

rC
TURQUIA

ásp
Van

io
Idil
Urfa
Arail

Mossu Teerã
SÍRIA

LÍBANO Sulaymanlyad Sananday

Bagdá
L

IRÃ
AE

NIA IRAQUE
ISR


R
JO

KUWEIT
ARÁBIA SAUDITA Golfo
Pérsico

Região onde os curdos são maioria étnica.


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Exercícios

01. (MACK)
MAPA DOS CONFLITOS MUNDIAIS

(http://geografia-biblica.blogspot.com)

“Todo mundo é contra todos – Alguém tem que ser para eles”
Esse é o slogan de uma campanha realizada pela Organização Anistia Internacional. O
mapa faz referência a conflitos mundiais do passado e do presente nas respectivas lo-
calidades.
Tomando como ponto de reflexão o mapa, considere as afirmações I, II, III e IV.
I. Nesse país, além dos conflitos raciais entre hutus e tutsis, há uma sangrenta disputa
pelas riquezas minerais da região.
II. Área de disputas entre Índia e Paquistão, cuja rivalidade já provocou conflitos arma-
dos importantes, lembrando o problema maior, de os dois países possuirem armas atô-
micas.
III. No nordeste da Espanha e sudoeste da França, encontramos um território ocupado
por um povo que, há mais de 40 anos, luta por sua autonomia política. No final da déca-
da de 1950, surgiu um grupo centrado nas táticas de guerrilha (ETA), visando a liberta-
ção da região por meio da luta armada.
IV. País de difícil topografia e adversidades de um clima desértico, fez com que as tro-
pas soviéticas voltassem para casa depois de 10 anos de ocupação. Em 1995 a milícia is-
lâmica fundamentalista Taleban conseguiu avançar, ocupando cerca de 70% do
território em 1996 e 90% em 1998. Somente em 2002 os Taleban foram destituídos por
um governo de coalizão multiétnico.
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Assinale a alternativa que identifica de forma correta os conflitos descritos:


a) I – Sudão; II – Sri Lanka; III – Bascos; IV – Irã.
b) I – República Democrática do Congo; II – Caxemira; III – Bascos; IV – Afeganistão.
c) I – Somália; II – Indonésia; III – Ulster; IV – Paquistão.
d) I – Sudão; II – Laos; III – Bascos; IV – Iraque.
e) I – República Democrática do Congo; II – Caxemira; III – Ulster; IV – Afeganistão.

02. (MACK) “A geografia do país, o espírito de resistência do povo e a história mostram


que os Estados Unidos não teriam qualquer chance de vencer uma guerra convencio-
nal prolongada com o Afeganistão. Ainda mais por não existirem alvos que, uma vez
atingidos, impliquem um golpe definitivo.”
(Folha de S.Paulo, 18.08.2001.)
Sobre o assunto, considere as afirmações a seguir.
I. Grande parte do Afeganistão fica situada em planícies pantanosas, sujeitas a inunda-
ções provocadas pelas monções de verão.
II. O clima registra extremos de temperaturas, com verões muito quentes e invernos
frios, além de áreas semidesérticas.
III. O país está totalmente arrasado pela guerra contra os invasores soviéticos e pela luta
posterior entre facções rivais.
Assinale:
a) se todas estiverem corretas.
b) se apenas I e II estiverem corretas.
c) se apenas I e III estiverem corretas.
d) se apenas II e III estiverem corretas.
e) se todas forem incorretas.

03. (FUVEST) O mundo tem vivido inúmeros conflitos regionais de repercussão global
que, por um lado, envolvem intervenções de tropas de diferentes países e, por outro
lado, resultam em discussões na Organização das Nações Unidas.
Considere as seguintes afirmações:
I. Povos primitivos precisam ser tutelados pela diplomacia internacional ou reprimidos
por forças de nações desenvolvidas, para que conflitos locais ou regionais não pertur-
bem o equilíbrio mundial.
II. Razões estratégicas, de localização geográfica, de orientação política ou de concen-
tração de recursos naturais, fazem com que certas regiões ou países sejam alvo de inte-
resses, preocupações e intervenções internacionais.
III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou religiosas, com raízes históricas, têm resul-
tado em preconceito, desrespeito e segregação, gerando tensões que repercutem em
conflitos existentes entre diferentes nações.
O envolvimento global em conflitos regionais é corretamente explicado em:
a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.
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04. (PUC-C) Leia o mapa a seguir:

2
N

Conflitos entre populações de origem árabe que professam a religião muçulmana com
povos africanos animistas ou adeptos de religião cristã caracterizam, principalmente, o
país indicado no mapa com o número:
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

05. (PUC-C) Indique a alternativa que apresenta conflitos nacionais na Europa, na Ásia e
na África, nos quais ocorreu intervenção da ONU/Otan.

Europa Ásia África


País Basco Curdistão Domínios tribais
a)
(Espanha) (Turquia, Irã e Iraque) (Serra Leoa)
Kosovo Timor Leste Saara Ocidental
b)
(Iugoslávia) (Indonésia) (Marrocos)
Irlanda do Norte Timor Leste Saara Ocidental
c)
(Reino Unido) (Indonésia) (Marrocos)
Kosovo Curdistão Domínios tribais
d)
(Iugoslávia) (Turquia, Irã e Iraque) (Argélia)
Ossétia do Sul Taleban Saara Ocidental
e)
(Geórgia) (Afeganistão) (Marrocos)
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06. (FUVEST) No mapa, está destacada a região habitada pelos ....., que buscam cons-
truir um Estado Nacional. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase.

Mar Negro
AZERBAIDJÃO
40°N ARMÊNIA

Mar Cáspio
TURQUIA

Mediterrâneo IRÃ

SÍRIA
Mar

IRAQUE

JORDÂNIA
40°E 222 km

(Adaptado de Simielli, 2000.)

a) chechenos b) ossétios c) curdos


d) tibetanos e) palestinos

07. (MACK) No Reino Unido e na Espanha verificam-se conflitos de cunho separatista.


Trata-se, respectivamente, das questões nacionalistas:
a) bósnia e sérvia. b) escocesa e catalã. c) irlandesa e basca.
d) galesa e basca. e) irlandesa e sérvia.

08. (ESPM) “A região de Darfur tem sido descrita pela ONU como aquela em que há
hoje a pior crise humanitária do mundo. Milhões de pessoas sofrem de fome e de des-
nutrição. Segundo o Programa Mundial de Alimentação da ONU, dois milhões de pes-
soas precisarão de ajuda alimentar para sobreviver.
Estima-se que 50 mil pessoas tenham sido mortas, mais de um milhão desloca-
das de suas casas e 200 mil forçadas a fugir para os países vizinhos. Milhares de mulhe-
res e meninas foram estupradas.
Trata-se do resultado direto das ações do próprio governo, que declarou
guerra à sua própria população. Desde o ano passado, milicianos armados (conhe-
cidos como janjaweed), que são controlados pelo governo, protagonizam uma
guerra contra civis não árabes.”
(Folha de S.Paulo, 18.09.2004.)

O país em que ocorrem os problemas denunciados no texto é:


a) Burundi b) Gabão c) Sudão
d) República Centro-Africana e) Congo
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09. (VUNESP) “A Coreia do Norte e a Coreia do Sul foram delimitadas após a Segunda
Guerra Mundial, quando soviéticos e americanos dividiram a península da Coreia no pa-
ralelo 38°N. Durante o período da Guerra Fria a reunificação se tornou inviável, surgindo
em 1948 as duas Coreias. Nos últimos 56 anos as duas Coreias se mantiveram em estado
de guerra. A tensão nesta área se torna crítica em 2009, devido ao fato de a Coreia do Nor-
te ter realizado testes nucleares.”
(Adaptado de Cláudia Trevisan, “Coreia do Norte deixa armistício e ameaça Seul com
ataque militar”, O Estado de S. Paulo, mai./2009.)
Ao fazer uma retrospectiva desse período histórico, é possível afirmar que:
a) as tensões permaneceram restritas a tiroteios na fronteira entre as duas Coreias até
que a Revolução Chinesa, em 1929, encorajou a Coreia do Norte a tentar unificar a pe-
nínsula sob a bandeira do comunismo.
b) em junho de 1914, tropas norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul, sendo que os
EUA usaram a ONU para legitimar uma intervenção internacional e expulsaram os co-
munistas, ultrapassaram o paralelo 38°N, chegando até a fronteira com a China.
c) em nenhum momento histórico Mao Tsé-tung apoiou a Coreia do Norte, que, dessa
maneira, não conseguiu empurrar os americanos para o paralelo 38°N e delimitar seu
território.
d) os dois lados negociaram só um cessar-fogo, em 1983, o que manteve as duas Co-
reias em estado de guerra.
e) a Coreia do Norte ameaçou, em 2009, atacar militarmente a Coreia do Sul e romper o
acordo de armistício de 1953.

10. (ENEM) A figura apresenta as fronteiras entre os países envolvidos na Questão Pa-
lestina e um corte, no mapa, da área indicada.

LÍBANO

Mar
Mediterrâneo SÍRIA

CISJORDÂNIA
O L

ISRAEL
JORDÂNIA
OESTE EGITO LESTE

Limite
Israel/Cisjordânia Platô central 890 m
800 m 650 m Vale do Jordão 1 040 m
210 m _
310 m
Planície costeira
Mediterrâneo NÍVEL DO MAR 0 7 km

ISRAEL CISJORDÂNIA JORDÂNIA


(Adaptado da revista Hérodote, n. 29 e 30.)
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Com base na análise dessa figura e considerando o conflito entre árabes e israelenses,
pode-se afirmar que, para Israel, é importante manter ocupada a área litigiosa por tra-
tar-se de uma região:
a) de planície, propícia à atividade agropecuária.
b) estratégica, dado que abrange as duas margens do rio Jordão.
c) habitada, majoritariamente, por colônias israelenses.
d) que garante a hegemonia israelense sobre o mar Mediterrâneo.
e) estrategicamente situada devido ao relevo e aos recursos hídricos.

11. (VUNESP) A divisão territorial da ex-Iugoslávia originou seis novos países. Assinale
a alternativa que contém o nome desses países e sua localização geográfica:
a) República Tcheca, Eslovênia, Macedônia, Croácia, Sérvia, Montenegro; Europa do Sul.
b) Albânia, Macedônia, Bósnia, Croácia, Sérvia, Montenegro; Europa Ocidental.
c) Romênia, Croácia, Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Montenegro; Europa do Norte.
d) Bósnia, Macedônia, Croácia, Eslovênia, Sérvia, Montenegro; Europa Oriental.
e) Bulgária, Bósnia, Eslovênia, Macedônia, Sérvia, Montenegro; Europa Mediterrânea.
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Respostas

01. b A República Democrática do Congo, na porção centro-ocidental da África; a


Caxemira, no noroeste da Índia; o País Basco, concentrado no nordeste da Espanha e
no sudoeste da França; e o Afeganistão, no sudoeste da Ásia, são exemplos de países e
áreas caracterizados por conflitos belicosos marcantes no mundo atual.
02. d O Afeganistão é um país dominado por um relevo montanhoso e acidentado.
03. d Os conflitos pós-Guerra Fria resultam principalmente de diferenças étnicas
e/ou religiosas históricas, disputas pelo controle de regiões estratégicas (posição geo-
gráfica ou importantes recursos naturais) e também de movimentos separatistas nacio-
nalistas (minorias nacionais que lutam pela sua independência político-territorial).
04. e O texto refere-se à crise política (guerra civil) que caracteriza a realidade do
atual Sudão (país nº 5).
05. b Os conflitos entre as forças armadas da Sérvia e os albaneses kosovares, e as
notícias de massacre de populações civis em Kosovo, levam à intervenção da Otan, que
decide atacar a Iugoslávia. No Timor Leste, o governo da Indonésia aceita o resultado
do referendo no qual a independência recebe 78,5% dos votos; tropas indonésias ar-
mam milícias que massacram centenas de pessoas; a ONU envia uma força de paz sob a
direção australiana para por fim aos combates. No Saara Ocidental, a ONU envia uma
força de paz para organizar um referendo sobre a independência desse local, ex-colô-
nia da Espanha e atualmente ocupado pelo Marrocos.
06. c A área indicada no mapa é habitada pelos curdos, povo apátrida que se distri-
bui em territórios de países como Turquia, Síria, Irã, Iraque e Armênia.
07. c A Espanha apresenta dois movimentos separatistas, basco e catalão, en-
quanto no Reino Unido temos a Questão Irlandesa (Ulster), envolvendo a minoria cató-
lica contra a maioria protestante.
08. c Em Darfur, região oeste do Sudão, existem confrontos entre muçulmanos e
cristãos e/ou animistas.
09. e O armistício assinado em 1953 pelas Coreias do Norte e do Sul não garantiu o
fim das tensões entre as partes. A tensão aumentou muito durante o governo do presi-
dente dos EUA, George W. Bush. Os testes com mísseis, realizados recentemente pela
Coreia do Norte, põem em risco a Coreia do Sul, concorrendo para um risco de conflito
no Extremo Oriente.
10. e Numa região marcada pela escassez de cursos d’água, a bacia do rio Jordão
constitui uma área muito importante para a ocupação e valorização econômica.
11. d A Iugoslávia (“terra dos eslavos do sul”) surgiu como nação após a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918). Em 1991 (com a crise do socialismo), o país começou a se
fragmentar, originando seis novos países: Bósnia-Herzegóvina, Macedônia, Croácia,
Eslovênia, Sérvia e Montenegro, todos localizados no sudeste da Europa.
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