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FORMAÇÃO DO ESTADO

O homem é por natureza um ser gregário


(Diz-se dos animais que vivem em bandos
ou em grupos que é próprio das multidões a
se juntarem, perdendo, momentaneamente,
suas características individuais) desde os
primórdios da historia que se assemelhou
ao seu semelhante para satisfação de
interesses comuns.
Cont.

Estabeleceu por isso diversos vínculos


sociais, através da convivência com homens,
primeiro
Os Vínculos De Parentesco E De Residência;
 os vínculos de afinidade religiosa, de
profissão e politica.
Cont.
 Estes vínculos sociais deram origem a
diversas formas de sociedade: a família,
comunidade de residência (aldeia vila
cidade), a igreja, as associações
profissionais a sociedade politica ou
Estado.
CARACTERISTICAS DO ESTADO
Complexidade – de organização e
actuação com cada vez maior diferenciação
de funções, órgãos e serviços;
Autonomia – no sentido de uma dinâmica
própria do poder e do seu aparelho frente à
vida social;

4
Cont.
 Coercibilidade- o Estado avoca a si o
monopólio do uso legítimo da força; ,
monopólio do uso da força, competindo ao
Estado o uso desta.
 Permanência, estabilidade, continuidade e
institucionalização do Poder; subsistência
de regime apesar da mudança de lideres.
CONT.
Sedentariedade – fixação em determinado
território; Sedentariedade territorial,
definição de fronteiras; imposição de uma
mística sobre a nacionalidade
Poder soberano - concepção de poder em
termos de soberania – poder supremo e
independente.
FIGURAS AFINS DO ESTADO
NAÇÃO
é uma comunidade de base cultural, ou
seja, é uma forma de sociedade
caracterizada por um passado comum,
um desejo de viver em comum e
aspirações comuns.
A ORIGEM DE ESTADO E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA;
Tipos Históricos de Estado
Estado Oriental Teocracia, isto é, poder
político reconduzido ao poder religioso. O
monarca é adorado como um deus. Há
reduzido garantias jurídicas dos indivíduos,
larga extensão territorial e aspiração a
constituir um império universal.

18-03-2023 8
Cont.
Estado Romano - Século II antes de Cristo
ao século IV depois de Cristo.
Desenvolvimento do conceito de poder
político como poder supremo e uno, cuja
plenitude pode ou deve ser reservada a uma
única origem e a um único detentor.
Consciência da separação entre o Estado
(poder público) e o poder privado.
Cont.

Estado moderno ou Estado Europeu -


(Século XVI até aos dias de hoje) O Estado
moderno vai surgir com a crise do sistema
político medieval, podendo afirmar-se que o
processo de criação dos Estados europeus se
encontra concluído no momento de
assinatura dos Tratados de Vestefália (1648)
que puseram termo à guerra dos trinta anos.
ESTADO ABSOLUTO
Máxima concentração de poder no rei. É no
rei que se concentra o poder, a palavra do rei
é lei. O rei exercia o poder religioso, tinha
plena liberdade para atingir os seus fins.
Cont.
Neste tipo de Estado há o Estado
propriamente dito com soberania e há o
Fisco, entidade de direito privado e sem
soberania. Só o Fisco entra em relações
jurídicas comos particulares e só contra este
( Fisco) é que os particulares podem
reivindicar direitos subjectivos.
Estado Constitucional, representativo ou
de direito Constitucional

Porque assente numa Constituição que


regula a organização e a relação com os
cidadãos, tendente à limitação do poder.
Cont.
Este pode ser:
De Governo representativo porque há uma
separação entre a titularidade e o exercício
de poder, sendo que a primeira está radicada
no povo, na nação ou colectividade; e o
segundo atribuído a governantes eleitos ou
representativos da colectividade (de toda a
colectividade e não de grupos como no
Estado estamental).
Cont.
De Direito
Porque para garantia dos direitos dos
cidadãos se estabelece a divisão de poder e o
respeito pela legalidade (formal e mais tarde
material).
Fases do Estado Constitucional
Após o final da II guerra mundial
consideramos os seguintes aspectos:
Transformação do Estado num sentido
democrático, intervencionista, social, em
contraposição com o laissez faire, laissez
passer,…liberal.
Aparecimento e desaparecimento dos
regimes autoritários e totalitários;
Emancipação dos povos coloniais;
Cont.

Organização da comunidade internacional


e a protecção internacional dos direitos do
homem Jorge Miranda defende que com o
final do século e do milénio se verifica:
O desaparecimento de quase todos os
regimes autoritários e totalitários;
Cont.
Surgimento desde 1979 de um novo modelo
de Estado diverso do Estado europeu: o
Estado do fundamentalismo islâmico em
que se unem lei religiosa e lei civil, poder
espiritual e poder temporal;
Cont.
Observa-se no Estado social de Direito
sintomas de crise: crise do Estado-
providência por causas administrativas,
financeiras, comerciais (quebra da
competitividade devido globalização da
economia);
Assente na ideia de liberdade e, em nome
Estado de Direito Liberal
.
dela, empenhado em limitar o poder político
tanto internamente (pela sua divisão) como
externamente (pela redução ao mínimo das
suas funções perante a sociedade).
Cont.
O Estado só teria como única tarefa a
garantia da paz social e da segurança dos
bens e das vidas, de forma a permitir o pleno
desenvolvimento da sociedade civil de
acordo com as suas próprias leis naturais.
ESTADO TOTALITÁRIO
É um tipo de Estado que assume todo o
poder na sociedade e identifica a liberdade
humana com a prossecução dos seus fins.
ELEMENTOS DO ESTADO(POVO, TERRITÓRIO E PODER)

POVO, enquanto elemento do Estado, é


aquela colectividade humana que a fim de
realizar um ideal próprio de justiça,
segurança e bem estar, reivindica a
instituição de um poder político privativo
que lhe garanta o direito adequado às suas
necessidades e aspirações, dentro de um
território que reclama como seu.
CONT.
Marcelo Rebelo de Sousa define o povo como o conjunto
de cidadãos ou nacionais de certo Estado.
Povo é diferente de população que tem um sentido
significado económico (é um conceito demográfico e
económico e representa o conjunto de residentes em certo
território sejam cidadãos ou estrangeiros) Sendo povo a
comunidade dos cidadãos ou súbditos importa determinar
quais são as pessoas que devem ser qualificadas dessa
forma, tendo os Estados uma competência exclusiva na
definição das regras de aquisição e perda da cidadania, em
conformidade com o Direito Internacional.
CONT.
Povo é o conjunto de indivíduos que para a realização
de interesses comuns se constitui em comunidade
política, sob a égide de leis próprias e a direcção de um
mesmo poder, ou povo é a comunidade de cidadãos ou
nacionais de cada estado, abrange os destinatários
permanentes da ordem jurídica estadual.
TERRITÓRIO
O território é formado por um certo solo e
toda a altura do espaço aéreo que lhe
corresponder e, quando banhado por mar,
engloba igualmente a faixa das chamadas
"águas territoriais", que abrange
normalmente 12 (d0ze) milhas marítimas a
contar da costa, bem como o "terra" que
prolonga a costa, subjacente ao mar, até que
se abra o arquipélago profundo – a plataforma
submarina ou continental.
Cont.
Características do território enquanto
espaço jurídico próprio do Estado:
Imposição da sua autoridade sobre
certo território; a atribuição de
personalidade jurídica internacional ao
Estado depende da efectividade desse
poder;-
CONT.

Assim o poder do Estado sobre o seu território há-de


ser: indivisível, inalienável e exclusivo.
Neste sentido, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa
refere que a função do território é tripla:
Constitui uma condição de independência
nacional;
Circunscreve o âmbito de actuação do poder
soberano do Estado,
 Representa um meio de actuação jurídico-política
do Estado.
PODER POLÍTICO

O Prof. Marcello Caetano dá-nos a seguinte


definição: “Poder Político é a faculdade
exercida por um povo de, por autoridade
própria (não recebida de outro poder),
instituir órgãos que exerçam o senhorio de
um território e nele criem e imponham
normas jurídicas, dispondo dos necessários
meios de coacção ”.
Cont.
manutenção da segurança, a administração
da justiça e a promoção do bem-estar da
comunidade política
Cont.

O Poder Político do Estado reveste-se das


seguintes características próprias:
É um poder constituinte, originário, que tem um
fundamento próprio e não está dependente de
qualquer outro poder;
É um poder de auto-organização, que tem por
objectivo permanente e continuado a criação de
condições para a manutenção da segurança, a
administração da justiça e a promoção do bem-
estar da comunidade política
CONT.
É um poder de decisão que faz as opções
consideradas e adequadas à organização da vida da
comunidade política, designadamente através da
criação de normas jurídicas. O poder político é
exercido por um conjunto de órgãos do Estado que são
poderes constituídos e que devem actuar na estrita
observância das competências previstas na lei, estando
por isso limitado pelo Direito.
ESTADO DE DIREITO DEMOCRATICO

Estado de Direito Democratico se quer


fazer expressar que o único critério de
actuação possível é o critério legal, o critério
do Direito, a Lei. Esta ideia vem desde a
Antiguidade Clássica (e já Platão referia que
melhor que um governo de homens será um
governo de leis, porque estas estabelecerem
normas de conduta que pautam a
sociedade). Estado de legalidade.
Cont.
Estado de Direito (mais exigente)-
cumpre-se a lei seja ela qual for;- considera a
ideia de Direito que está em causa;- é mais
do que um estado de legalidade;- considera
os valores subjacentes a determinada lei;
 
Cont.
Esta ideia de Direito implica:
separação de poderes – para Montesquieu;
limitação recíproca dos poderes –
fiscalização de uns poderes em relação aos
outros; respeito pelos Direitos
Fundamentais; cumprimento da legalidade
(entendida em termos latos).
ESTADO DE DIREITO DEMOCRATICO EM
MOCAMBIQUE
PODEMOS CONSIDERAR MOCAMBIQUE COMO
UM ESTADO DEMOCRATICO?
QUID IURIS.
DEMOCRACIA
Democracia é o governo do povo, onde o poder
supremo pertence ao povo e é exercido directamente
por este ou por seus representantes, através de um
sistema eleitoral livre.
Segundo Abraham Lincoln: Democracia e o governo
do povo, pelo povo e para o povo.
 
MODALIDADES DE DEMOCRACIA
Democracia directa –aqui todos os
cidadãos, sem intermediação de ninguém,
participam na formulação da vontade
política do Estado ou da comunidade. É
pouco comum ou é menos usada hoje em
dia. Foi o modelo usado em Atenas e hoje
pode ser observada nalguns cantões suíços.
Cont.
Democracia representativa – os cidadãos
elegem os seus representantes para
formularem políticas ou decidirem sobre a
vida política da comunidade. É dos modelos
mais usados em muitos Estados hoje.
CONT.
Democracia semi - directa – aqui existem
o órgãos representativos da soberania
popular, mas condicionam a validade de
certas decisões ou deliberações à
manifestação, expressa ou tácita, do povo
constituído pela generalidade dos cidadãos
eleitores. O povo intervém aqui através do
referendo.
Cont.
Democracia popular – foi seguida no
bloco da Ex - URSS e nos países satélites. É
uma democracia que suprime a liberdade
individual a título de facilitar a perfeita
realização da vontade do “povo”. Aqui não há
multipartidarismo, mas sim o partido único,
não há liberdade de expressão nem de
associação.
IMPLEMENTACAO DA DEMOCRACIA EM MOCAMBIQUE
A constituição de 1975 e a democracia
popular nos momentos que se seguiram à
independência o Estado moçambicano
optou por uma linha de orientação
socialista. Assim, Moçambique tenta
implementar uma concepção socialista do
poder, do Estado e do Direito.
Cont.
Neste contexto a CRPM dispunha no artigo 2°
o seguinte: “A República Popular de
Moçambique é um Estado de democracia
popular em que todas as camadas patrióticas
se engajam na construção de uma nova
sociedade, livre da exploração de homem pelo
homem”.Este modelo foi adoptado do modelo
da Ex - URRS, que é também do tipo
ocidental.
CONT.
A constituição de 1990 e a democracia
multipartidária diz o professor Américo
Simango que o modelo democracia popular
baseado no Estado de partido único pela
constituição de 1975 foi substituído por um
novo conceito de democracia representativa
do tipo ocidental.
Cont.
De facto, a constituição de 1990 veio
introduzir o Estado de direito democrático,
que se funda na separação de poderes,
pluralismo político, liberdade de expressão e
respeito pelos direitos fundamentais
DIPLOMAS LEGAIS QUE ACOMPANHARAM O PROCESSO DE DEMOCRATIZACAO EM MOCAMBIQUE

Lei que cria os municípios (Lei 2/97 de 18 de


Fevereiro), começa com o processo de descentralização
administrativa;
Lei das associações (Lei 8/91 de 18 de Julho) vem
materializar o exercício do direito de livre associação;
Lei dos partidos políticos, vem a consagrar o processo
de constituição e a actividade dos partidos políticos;
A primeira Lei eleitoral, estabeleceu o processo
eleitoral. Forma se sucedendo várias leis até a actual lei
eleitoral.
CRM DE 2004
A constituição de 2004 e o princípio
democrático.
A CRM de 2004 vem reafirmar, desenvolver
e aprofundar os princípios fundamentais do
Estado moçambicano, consagra o carácter
soberano do Estado de Direito democrático,
baseado no pluralismo de expressão,
organização partidária, respeito pelos
direitos e liberdades fundamentais dos
cidadãos.
Concretizacao da Democracia e do
Principio Democratico em Moç.
Ao falarmos dos traços básicos da democracia falamos
dos pilares básicos desta mesma democracia.
Estes pilares encontram consagração constitucional
nestes termos:
Soberania popular (art. 2° n° 1 e 2 da CRM);
Governo baseado no consentimento dos governados
(legitimidade);
CONT.
A lei da maioria (art.184, 187);
Respeito pelos direitos das minorias (art.35°CRM);
Garantia dos direitos fundamentais (arts 35° a 95°
CRM);
Eleições livres e justas (art. 135° CRM);
Restrições constitucionais ao poder (134° CRM);
Pluralismo político, social e económico (arts 74° e 75°
CRM);
Valores da tolerância, pragmatismo, cooperação e
compromisso;
Primado da lei (art.2° n° 3 e 4 CRM).
Os sub-principios do principio democratico
concretizam-se constitucionalmente desta maneira:
Soberania popular (art. 2° n° 1 e 2 da CRM);
Princípio da representação popular (art. 168 CRM);
Princípio da democracia semi – directa ( art. 136
CRM);
Princípio da participação (art. 78, 53 CRM)
DEMOCRACIA EM MOCAMBIQUE
Apesar das posições de muitos pessimistas sobre o
processo democrático africano, a experiência mostra
que a democracia é praticável em Moçambique, assim
como em muitos países africanos. Dificuldades
existem que podem manchar este processo. Mas estas
não servirão de argumento para se negar que o modelo
europeu de democracia funcione em Moçambique.
Este processo deve acompanhado de uma vontade
política e com as devidas adaptações na medida em
que a experiência o exija.
ESTADOS NÃO SOBERANOS
Os Estados Soberanos caracterizam-se por
desfrutarem de um poder supremo (sem
igual) na ordem interna e de um poder
independente (sem superior) na ordem
externa.
Quer dizer que, no interior do seu território,
não admitem que nenhum outro poder se
sobreponha ao seu, e que gozam na
comunidade internacional os mesmos
direitos:
52
Cont.

Direito de fazer a guerra (jus bel);


Direito de legacão ou seja o direito de
enviar e receber agentes diplomáticos;
 Direito de celebrar tratados
internacionais;
Direito de reclamação internacional
(usar internacionalmente certos meios, para
defender os seus interesses e fazer valer os
seus direitos, tais como protestos, os
pedidos de inquéritos, o recurso a
arbitragem e a jurisdição internacional)
53
Cont.
No entanto existem Estados que não
disfrutam de nenhuma destas prerrogativas
e reconhecem um poder superior na sua
ordem interna são os Estados não
Soberanos- Os Estados Federados

54
OS ESTADOS FEDERADOS
Quando um certo numero de
colectividades territoriais politicamente
organizadas decidem unir-se e aceitam,
mediante adopção de uma Constituição
comum, transferir para órgãos da união as
suas prerrogativas soberanas de ordem
externa, e reconhecem a estes órgãos
competência para decidir sobre domínios
da sua ordem interna, tornam-se membros
de um Estado Federal.
55
Cont.
Estes continuam a ser verdadeiros Estados,
pois podem elaborar as suas própria
constituições e fazer as leis no domínio da
sua competência e dispõem de meios
próprios (funcionalismo, policia e tribunais)
para fazer respeitar as suas leis dentro do
território que lhes pertence.

56
Cont.
Mas não são soberanos primeiro porque
as suas constituições devem respeitar a
constituição federal.
Segundo porque as suas leis tem de se
subordinar as leis dimanadas dos órgãos
da Federação e podem ser anuladas pelos
tribunais federais se forem contrarias a
Constituição Federal.

57
Cont.
Terceiro porque não podem manter
relações internacionais próprias , dado que
perdem o direito de legação, de celebrar
tratados internacionais, de fazer guerra, de
reclamação internacional a favor do Estado
Federal.

58
ESTADOS SOBERANOS
São aqueles que detém um poder sem igual
na ordem interna, nem superior na ordem
externa, tem por conseguinte o poder de
querer e de comandar.
No entanto estes revestem de modalidades
diferentes conforme o tipo de relações que
mantem com as colectividades territoriais
que integram , distinguindo-se assim os
Estados Federais e Estados Unitários.

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ESTADOS FEDERAIS
A expressão Estado Federal significa a
união de Estados membros num só Estado
Central que se rege por normas
constitucionais comuns a todos membros.
O federalismo tem sido largamente
preconizado como meio de evitar conflitos
entre os países do mesmo continente ou da
mesma região do globo. Ex. EUA, RFA,
SUICA E CANADA

60
ESTADOS UNITÁRIOS

É um Estado simples, em que há um só


poder politico para todo território. Todavia o
poder do Estado pode estar concentrado e
centralizado nos órgãos centrais, ou
encontram-se repartido pelos órgãos das
colectividades territoriais, a que são
atribuídas poderes e competências
relativamente autónomos, no primeiro caso
estamos perante Estados Unitários
centralizados no segundo Estados
Unitários Descentralizados.
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Estados Unitários centralizados
É Centralizado quando a autonomia das
colectividades territoriais é muito reduzida,
quer dizer que a maior parte dos actos que
lhes dizem respeito ou são praticados pelos
agentes dos órgãos centrais do Estado, ou
não podem ser realizadas sem acordo tácito
ou expresso destes. Ex. Franca e Portugal,
pese embora manifestem nos últimos anos a
tendência para a descentralização.

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Ao Contrario Estados
do Unitários
Termo Desconcentração
Descentralizados

que significa transferência de competências


e atribuições do centro para a periferia, sem
diminuir os poderes da administração
nacional (é uma delegação de competências
aos representantes locais do poder central
conferindo- lhes a possibilidade de tomarem
certas decisões que eram prerrogativas dos
agentes do poder central).

63
CONT.

A noção de Descentralização implica o


aumento de poderes das autoridades eleitas
para os órgãos das colectividades locais
regionais em detrimento das atribuições das
autoridades nacionais, e traduz-se numa
transparência efectiva de poderes e
competências dos órgãos centrais do Estado
para os órgãos das colectividades territoriais
(regiões, distritos, municípios etc).

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CONT.
Assim, quando existe, de facto,
descentralização, isto e, quando num
Estado Unitário numerosos actos que
respeitem a tal coletividade territorial são
adotados pelos dirigentes da respectiva
coletividade, sem intervenção das
autoridades estatais estamos perante Estado
Unitário Descentralizado.
Caracterizam-se essencialmente pela
autonomia administrativa e financeira
que concede as coletividade territoriais.
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ÓRGÃOS DO ESTADO
São as entidades às quais a ordem
constitucional reconhece o poder de
manifestar a vontade imputável ao Estado.
O estado manifesta-se na vida jurídica
através dos seus órgãos e os titulares dos
seus órgãos quando autuam nos termos da
lei produzem atos imputáveis aos órgãos e
que como tais passam a ser imputados ao
Estado.
ÓRGÃO DO ESTADO - DEFINICAO
é o centro autónomo institucionalizado da
invocação de uma vontade que é atribuída
ao Estado. Cada órgão diferencia-se dos
demais, pelo conjunto de poderes jurídicos
que recebe para esses fins e estrutura-se em
função desses poderes e insere-se na
estrutura do Estado.
O conceito de órgão implica quatro
elementos inseparáveis
 A instituição (ou oficio);
A competência – o complexo de poderes funcionais
que são cometidos ao órgão, ou seja, a parcela de
poderes públicos que lhe cabe. A competência
pode ser delimitada em razão da matéria, da
hierarquia, do território, do tempo e do valor dos
atos. A competência deriva obrigatoriamente da
lei, não se presume
Cont.
 O titular – a pessoa física ou conjunto de pessoas
físicas que em cada momento encarnam a instituição e
formam a vontade do órgão.
 O cargo ou mandato – quando se trata de órgão eletivo
(são eleitos)
Os órgãos superiores do Estado

O Chefe de Estado;
O Parlamento; e
Governo.
Chefe do Estado
O Chefe do Estado - quase todos os
Estados tem um órgão supremo que garante
a sua unidade e que genericamente se
designa por chefe do estado. A chefia do
Estado pode revestir um carácter singular
(Imperador, Rei, Presidente da República).O
chefe de Estado pode ser designado por
herança (monarquia), por ou eleição.
Cont.
A designação do chefe do Estado podem
variar de país para país e de regime político
para regime político, consoante as épocas,
podendo limitar-se á mera representação
protocolar do Estado ou abranger o exercício
efetivo da autoridade no domínio
governativo.
FUNÇÕES
Em relação à legislação também pode haver várias
hipóteses:
O chefe do estado não tem qualquer intervenção
na elaboração e publicação das leis.
Tem uma intervenção que se reduz à declaração
solene de que a lei foi feita pelo órgão competente
e manda publicar a lei (promulgação).
Direito a demorar a promulgação das leis que lhe
forem enviadas pelas assembleias legislativas e a
devolver-lhas para que repensem certas
disposições, pedindo que de novo a discutem e
votem (direito de veto suspensivo).
Exigência de concordância por parte do chefe do
Estado para que a lei seja posta em vigor. Esta
intervenção da vontade do chefe do Estado tem
carácter constitutivo na formação na formação da
lei e chama-se ratificação.
Cont.
O chefe do Estado é o único legislador (ditaduras,
monarquias absolutas) ou em situações de perigo
excecional ou de calamidade pública.
QUANTO ÀS NOMEAÇÕES DOS MINISTROS
O chefe do Estado tem iniciativa de nomear
ministros por sua livre vontade sem
depender da indicação ou dos votos das
assembleias políticas ou dos partidos.
QUANTO AO EXERCÍCIO DO GOVERNO
O chefe do Estado alheado da intervenção
nas decisões governativas e apenas tem o
direito de ser informado e o direito de
aconselhar.
 Embora não participe no exercício efetivo
do governo, acompanha este de muito perto
e pode desempenhar de forma efetiva certas
atribuições, conferidas por lei
Cont.
Exemplo: nomeação de altos funcionários,
direção de organismos superiores da defesa
nacional ou de relações internacionais.
Detém por direito o poder governativo,
embora deva entregar o exercício a um
primeiro-ministro, perante ele responsável,
com maior ou menor liberdade de
orientação da política interna e externa.
Cont.
O chefe do Estado é simultaneamente chefe
do governo e exerce em colaboração com os
secretários ou ministros da sua confiança, as
funções governativas.
QUANTO À FUNÇÃO JUDICIAL
O chefe de Estado não tem quaisquer atribuições
relativas aos tribunais e á execução das penas.
exercer atribuições de clemência e indultando ou
comutando penas criminais. No Estado
Moçambicano os poderes do Presidente da
República estão descritos na C.R.M.
PARLAMENTO
órgão colegial por excelência;- cabe
primordialmente a função legislativa; -
podem ter igualmente funções consultivas e
de fiscalização;- finalmente podem intervir
no processo de formação ou destituição do
governo.
NATUREZA E COMPOSIÇÃO DOS PARLAMENTOS

pessoas nomeadas intencionalmente ou


temporariamente pelo chefe do Estado ou governo,
ou pessoas delegadas de vários grupos de
interesses de profissionais ou representantes dos
partidos políticos eleitos por sufrágio que pode ser
direto ou indireto, universal ou restrito.
PODERES E FUNÇÕES DOS PARLAMENTOS

Variam de país para país e de acordo com o


sistema de governo. Geralmente compete-
lhes a votação das leis financeiras:
lançamento de impostos e autoliquidação
anual da sua cobrança; a fixação das receitas
e despesas do Estado através da aprovação
do OGE (orçamento geral do estado)
Cont.
Pertence-lhes, também, exclusiva ou
cumulativamente com outros órgãos, a
função legislativa, estando esta função cada
vez mais reduzida á aprovação das bases
gerais dos regimes jurídicos e ao
condicionamento da autorização por eles
dada ao governo para publicar leis e
decretos-leis.
Cont.
Na teoria clássica da separação de poderes o poder
legislativo cabia exclusivamente ao parlamento,
competindo ao governo e à administração a tarefa
de executar as leis adotadas. Mas as tendências
constitucionais contemporâneas caracterizam-se
pela redução progressiva do papel dos parlamentos
na elaboração das leis. Atualmente, na
generalidade dos Estados as leis são mais produtos
dos governos do que dos parlamentos.
O Governo
Composto por Ministros;- compete a autoridade
de orientação política dos serviços públicos e a
chefia desses serviços e pessoal- ao governo cabem,
assim, as funções político-executivas e
administrativas, embora possam também ter
atribuídas funções legislativas reduzidas; Também
chamado de executivo.
Cont.
as suas estruturas e competências variam de
Estado para Estado, consoante o tipo de
relações que estabelecem entre os três
órgãos supremos do estado: O chefe do
estado, o parlamento e o governo.

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