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António Jorge
Jaime David
Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2022
MERITÍSSIMO JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE LICHINGA
=Lichinga=
DOS FACTOS:
1º
2º
3º
5º
No dia seguinte ao chegar no seu local de trabalho, ouviu comentários com seus colegas,
dando conta de que uma grande quantidade de mercadorias desaparecera.
6º
7º
8º
Sucede que na decisão do processo disciplinar a entidade empregadora deu por prova
estes factos e alicerça esta decisão com fundamento de que o autor era reincidente, pois
já havia se envolvido em outras situações que lesaram a empresa;
11º
12º
A nota de culpa que deu inicio ao processo disciplinar, é manifestamente vaga quanto ao
circunstancialismo e o modo como os factos se deram, limitando a descrever e fazer
acusações genéricas contra o CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, sem em
momento algum conseguir estabelecer uma ligação entre a conduta do CELESTINO
FELISBERTO AHINLAVELA e o desaparecimento de mercadorias da empresa;
13º
Ademais, estes factos dificultaram a defesa do autor uma vez que os factos não são
detalhados e o mesmo desconhece a data, hora em que tais factos supostamente teriam
sido praticados;
14º
Pois segundo a defesa do autor, o mesmo não esteve presente durante o mês inteiro na
empresa;
15º
Porem, apesar do autor ter negado peremptoriamente do cometimento dos mesmos, o réu
limitou-se em despedir o Autor sem observar nenhum preceito legal e menos ainda juntar
qualquer prova admissível no nosso ordenamento jurídico, pois quem alega um facto deve
provar;"
DO DIREITO
16º
17 º
Nos termos da alínea a), do nº 2 do art. 67, da referida lei, a nota de culpa por escrito,
deve conter a descrição detalhada dos factos e circunstâncias de tempo, lugar, e modo de
cometimento da infracção que é imputada pelo trabalhador, o que não se verificou;
18º
Outrossim, dispõe a alínea c), do nº 2 do art. 67 da lei acima referida, o empregador deve
comunicar, por escrito, ao trabalhador e aí órgão sindical, a decisão proferida, relatando
as diligências de prova produzida e indicando fundadamente os factos contidos na nota
de culpa que foram dados como provados.
19º
Dos factos acima expostos, duvidas não subsistem que não foram observadas as
formalidades legais, se não vejamos, o réu não se dignou a fazer a descrição detalhada
dos factos, circunstâncias de tempo e o modo de cometimento da infracção que é imputada
ao trabalhador;
21º
Ademais, o réu não remeteu ao órgão sindical a nota de culpa, e a sua resposta para que
estes pudessem emitir um parecer a ser apreciado pela ré, pautando pelo despedimento
que até prova em contrário podemos considerar orquestrado com intenção de prejudicar
ao autor;
22º
Provados os factos acima mencionados, é motivo mais que suficiente para que o Tribunal
declare a ilicitude do despedimento, o que o fará baseando-se na Lei;
Do acima exposto, duvidas não subsistem que não foram observadas as formalidades
previstas na alínea c), do nº2, do art. 67 da Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto, requerendo-se
desde já que se declare a invalidade do presente processo disciplinar nos das alínea a),b)
e c) do nº 1 do artigo 68 Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto.
24º
Desde modo, será 19 meses x 10.589,50 Mt (remuneração mensal)= 201. 200,50 Mt.
25º
Nestes termos e nos melhores de direito ao caso aplicáveis, e sempre com mui douto
suprimento de V. Excia, requer-se que a presente acção deve ser julgada procedente
porque provada e, em consequência:
Procuração
Nota de acusação
Despacho de despedimento
Atestado de pobreza e
Duplicados legais
Testemunhas:
O Advogado
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