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1º Grupo

Anara vicente Sabite Chipirone

António Jorge

Ana Omar Saide

Celestino Felisberto Ahinlavela

Elisete Regina Atanásio

Jaime David

Noémia M. Daniel Agostinho

Sérgio Sebastião Jaime

TEMA: Petição Inicial

Universidade Rovuma

Extensão do Niassa

2022
MERITÍSSIMO JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE LICHINGA

=Lichinga=

CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, solteiro, 30 anos de idade, filho de


Felisberto Ahinlavela e de Maria Gustavo, portador de B.I nº 010101012340M, função
Técnico médio de Mecânico, na empresas SOCIMCOMERCIAL – EMPRESA
NACIONAL DE COMERCIALIZAÇÃO –Ldt, residente na Cidade de Lichinga, Bairro
Namacula, Quarteirão n.º 34, casa n.º 104, contactável através do seu telefone n.º
+258878355696, vem deduzir contra SOCIMCOMERCIAL – EMPRESA NACIONAL
DE COMERCIALIZAÇÃO –Ldt, com a sede na Cidade de Lichinga, Av. Paulo Samuel
Kankhomba, nº 667, C. Postal 457, Cidade de Lichinga.

A presente acção de Impugnação de Despedimento

Para o efeito fazendo-se valer dos seguintes fundamentos de facto e de Direito:

DOS FACTOS:

O CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA foi admitido ao serviço da Ré, em


virtude da celebração dum contrato de trabalho por conta e sob a autoridade de Direcção
da Ré, por tempo indeterminado, com início em 01 de Janeiro de 2017;

O CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA exercia a função de Técnico médio de


Mecânico auto, auferindo um salário mensal de 10.589,50 Mts( dez mil e quinhentos e
oitenta e nove, meticais e cinquenta centavos).

No dia 4 de Maio de 2020, o A CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA no final da


hora do expediente ficou surpreso com os berros do Sr. António Jorge (chefe da
Contabilidade da Ré);
"Este dizia, "dessa vez, algumas cabeças vão rolar, estes esquemas vão ser
desmantelados". O CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, continuou com o seu
trabalho e sem nada responder, até porque não sabia e nem desconfiava do que se tratava.

No dia seguinte ao chegar no seu local de trabalho, ouviu comentários com seus colegas,
dando conta de que uma grande quantidade de mercadorias desaparecera.

Já no dia 16 de Maio de 2020, O CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA foi


surpreendentemente notificado de uma nota de acusação, alegando-se, segundo da Ré, de
que o mesmo havia furtado uma quantidade de caixas e/ou montantes ao longo do mês;

Nesta acusação, o Réu fundamenta-o alegadamente porque no mês de Abril de 2020,


estando o autor afecto ao Posto de Venda Móvel número dois, foi-lhe acometida a tarefa
de proceder a venda de refrescos da Coca-cola de vários sabores;

Concluído o mês, ao se fazer o balanço rotineiro da actividade do autor constatou-se a


falta de:

-13 caixas de refresco de 300 ml no valor de 1.534.000,00 mt,

-3 caixas de água tónica no valor de 612.000,00 mt;

-61 caixas de refresco de 1litro no valor de 10.187,000.00 mt

-3 caixas de Coca-cola no valor de 915.000,00 mt e

-61 caixas de refrescos de lata no valor de 13.725.000,00 mt, totalizando um valor de


26.973.000,00mt(vinte e seis milhões e novecentos e setenta e três mil meticais)
Tempestivamente, o CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA respondeu a nota de
culpa porém, os fundamentos trazidos por este, embora devidamente provados, não foram
tomados em consideração;
10º

Sucede que na decisão do processo disciplinar a entidade empregadora deu por prova
estes factos e alicerça esta decisão com fundamento de que o autor era reincidente, pois
já havia se envolvido em outras situações que lesaram a empresa;

11º

Meritíssimo, o Réu não realizou nenhuma diligência a fim de apurar a culpabilidade ou


não do autor ou pelo menos com objectivo de apurar a verdade; conforme pode se atestar
do despacho de despedimento;

12º

A nota de culpa que deu inicio ao processo disciplinar, é manifestamente vaga quanto ao
circunstancialismo e o modo como os factos se deram, limitando a descrever e fazer
acusações genéricas contra o CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, sem em
momento algum conseguir estabelecer uma ligação entre a conduta do CELESTINO
FELISBERTO AHINLAVELA e o desaparecimento de mercadorias da empresa;

13º

Ademais, estes factos dificultaram a defesa do autor uma vez que os factos não são
detalhados e o mesmo desconhece a data, hora em que tais factos supostamente teriam
sido praticados;

14º

Pois segundo a defesa do autor, o mesmo não esteve presente durante o mês inteiro na
empresa;

15º

Porem, apesar do autor ter negado peremptoriamente do cometimento dos mesmos, o réu
limitou-se em despedir o Autor sem observar nenhum preceito legal e menos ainda juntar
qualquer prova admissível no nosso ordenamento jurídico, pois quem alega um facto deve
provar;"
DO DIREITO

16º

O CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, sempre prestou o seu trabalho com zelo


e diligência exigidas a um bom trabalhador, nos termos do art. 58 da Lei nº 23/2007 de 1
de Agosto.

17 º

Nos termos da alínea a), do nº 2 do art. 67, da referida lei, a nota de culpa por escrito,
deve conter a descrição detalhada dos factos e circunstâncias de tempo, lugar, e modo de
cometimento da infracção que é imputada pelo trabalhador, o que não se verificou;

18º

Outrossim, dispõe a alínea c), do nº 2 do art. 67 da lei acima referida, o empregador deve
comunicar, por escrito, ao trabalhador e aí órgão sindical, a decisão proferida, relatando
as diligências de prova produzida e indicando fundadamente os factos contidos na nota
de culpa que foram dados como provados.

19º

Dos factos acima expostos, duvidas não subsistem que não foram observadas as
formalidades legais, se não vejamos, o réu não se dignou a fazer a descrição detalhada
dos factos, circunstâncias de tempo e o modo de cometimento da infracção que é imputada
ao trabalhador;

21º

Ademais, o réu não remeteu ao órgão sindical a nota de culpa, e a sua resposta para que
estes pudessem emitir um parecer a ser apreciado pela ré, pautando pelo despedimento
que até prova em contrário podemos considerar orquestrado com intenção de prejudicar
ao autor;

22º
Provados os factos acima mencionados, é motivo mais que suficiente para que o Tribunal
declare a ilicitude do despedimento, o que o fará baseando-se na Lei;

Do acima exposto, duvidas não subsistem que não foram observadas as formalidades
previstas na alínea c), do nº2, do art. 67 da Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto, requerendo-se
desde já que se declare a invalidade do presente processo disciplinar nos das alínea a),b)
e c) do nº 1 do artigo 68 Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto.

24º

Tendo em conta que o CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA, auferia um salário


estipulado no valor de 10.589,500Mts e trabalhou para o Réu. durante 2 anos, 4 meses e
16 dias, tendo em consideração que o despedimento declarado ilícito, o trabalhador deve
ser reintegrado no seu posto de trabalho e pagas as remunerações vendida desde a data de
despedimento até ao máximo de seis meses, sem prejuízo da sua antiguidade, nos termos
do nº 3 do artigo 69 da Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto.

Desde modo, será 19 meses x 10.589,50 Mt (remuneração mensal)= 201. 200,50 Mt.

25º

Nestes termos e nos melhores de direito ao caso aplicáveis, e sempre com mui douto
suprimento de V. Excia, requer-se que a presente acção deve ser julgada procedente
porque provada e, em consequência:

a) Ser declarada a ilicitude do despedimento do autor, por violação imperativa da Lei de


Trabalho;

b) Ser o R. condenada a pagar ao CELESTINO FELISBERTO AHINLAVELA a


reintegração do seu posto de trabalho e pagar as remunerações vendida desde a data do
despedimento, nos termos do nº 3 do artigo 69 da Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto;

c) Ser o R. condenado no pagamento das custas judiciais e procuradoria condigna.

Valor da acção: 201.200,50 Mt (Duzentos e um mil e duzentos meticais e cinquenta


centavos)
Em anexo:

Procuração
Nota de acusação
Despacho de despedimento
Atestado de pobreza e
Duplicados legais

Testemunhas:

Ana Omar Saide

Sérgio Sebastião Jaime

Noémia M. Daniel Agostinho

Lichinga, 22 de Junho de 2022

O Advogado

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Carteira profissional n.º 111

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