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Visão geral da solvência em Moçambique


Visão geral da solvência em Moçambique

Abu Mario Ussene

Publicado em 04/2018. Elaborado em 06/2017.

O Presente artigo é de Direito de insolvência e recuperação de


empresas que será apresentado na faculdade de Direito no
Curso de Mestrado em Direito Civil cujo tema é Visão geral da
solvência em Moçambique . Quando falámos da falência.

Introdução 

O Presente artigo é de Direito de insolvência pretende explicar sobre a visao geral


do Regime da insolvencia.

No que refere o trabalho, importa salientar que vamos abordar os seguintes os


seguintes conteúdos. Em termos de CAPÍTULO I: Conceito de Direito de
Insolvência, autonomia Científica do Direito da Insolvência, Situação de
insolvência, Critérios para a definição da situação da insolvência, o critério da lei
Moçambicana, os Sujeitos passivos da declaração de insolvência, A massa
insolvente, Órgãos de insolvência nomeadamente o tribunal, o administrador da
insolvência, a comissão de credores, assembleia de credores.

Em relação ao CAPÍTULOII vamos debruçar sobre o processo de insolvência que


vamos abordar sobre a natureza jurídica e objectivos da insolvência, Pressupostos
substantivos para a declaração da insolvência, a problemática do prazo para ser
requerida a insolvência do processo de insolvência no que diz respeito a
legitimidade e competência, a tramitação do processo de insolvência,
requerimento inicial ou participação, despacho saneador, Oposição, audiência de
julgamento, Sentença, Reacção do requerido face a declaração de insolvência, a
impugnação da Sentença de declaração da insolvência, efeitos da insolvência,
efeitos relativamente ao insolvente, deveres do insolvente, efeitos da insolvência
sobre os sócios de responsabilidade ilimitada, efeitos de insolvência sobre as
obrigações do devedor.
Ainda em virtude deste magnífico Capítulo também temos os aspectos sobre a
ineficácia e Revogação de actos praticados antes da insolvência, Providências
Conservatórias. Apreensão e guarda dos bens do devedor, Pedido de restituição de
bens apreendidos, Embargos de terceiro, Verificação do passivo.    

Atinente a reclamação de créditos por apenso de natureza declarativa, vamos


dissertar sobre a classificação dos créditos, dívida da massa insolvente, créditos
sobre a insolvência sobre os créditos garantidos, créditos privilegiados, créditos
comuns, Sentença de verificação e graduação de créditos, reclamação dos créditos
extemporâneos, venda de bens, Realização do activo sobre alienação de bens do
insolvente.

No que refere ao CAPÍTULO, vamos falar sobre a recuperação judicial de


empresários comerciais temos seguintes aspectos:

Aspectos gerais da recuperação judicial de empresários comerciais, pedido de


recuperação judicial, Admissão do pedido de recuperação judicial, Submissão do
plano de recuperação judicial, Impugnação do plano de recuperação Judicial e os
respectivos procedimentos, Concessão da recuperação judicial e seus efeitos,
Condução da actividade empresarial durante o processo de recuperação judicial,
Encerramento da recuperação judicial, Convolação da recuperação judicial em
insolvência.

Em relação ao CAPÍTULO IV: Da recuperação Extrajudicial de empresários


comerciais temos os seguintes aspectos:

Aspectos gerais da recuperação extrajudicial de empresários comerciais, Proposta


de recuperação extrajudicial, Convocação de credores e efeitos do plano de
recuperação Extrajudicial.

Finalmente, sobre o último CAPÍTULO V, importa salientar sobre os crimes


cometidos no âmbito da insolvência e do procedimento penal com seguintes
aspectos:

Crime de falência ou insolvência fraudulenta e culposa, Crime de insolvência,


fraude a credores, falsas informações ou declarações, disposição, dissipação ou
oneração ilícita de bens, Apropriação, dissipação ou ocultação ilícita de bens.

Apresentação ou reclamação de créditos falsos ou simulados, falta de escrituração


mercantil, desobediência, tribunal competente e efeitos da condenação.

                  

 
CAPITULO I- GENERALIDADES
1.1. Conceitos
1.1.1 Direito de insolvência

Segundo Professor Doutor Leitão o Direito da Insolvência é o complexo de normas


jurídicas que tutelam a situação do devedor insolvente e a satisfação dos direitos
dos seus credores.

1.1.2 Insolvência

Traduz a situação daquele que está impossibilitado de cumprir as suas obrigações,


normalmente, por ausência da necessária liquidez em determinado momento, ou
em certos casos porque o total das suas responsabilidades excede os bens do que
pode dispor para as satisfazer.[1] (#_ftn1)

Assim, interessa-nos perceber que o que deverá levar a uma entidade a atingir este
estado e como resolver, judicialmente a sua situação de insolvência, nestes termos
o processo de insolvência e recuperação de empresários constitui o objectivo do
Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho[2] (#_ftn2) .

Nas palavras de Leitão (2012b: 48), esta definição de insolvência “não parece
correta”. Inspirado na lei alemã de Insolvência, o conceito de insolvência
apresentado parece “vago e indeterminado”, ou seja, pouco claro e de difícil
concretização. Leitão (2012b: 48) é, então, da opinião de que se devia ter mantido
a definição anterior de insolvência, que declara insolvente a empresa que “por
carência de meios próprios e por falta de crédito, se encontre impossibilitada de
cumprir pontualmente as suas obrigações.

1.1.3 Empresa

De acordo com Duque (2010), uma empresa “é um conjunto de meios técnicos,


humanos e financeiros, organizados com vista à concretização de um
determinado fim económico, o qual passa pelo exercício de uma actividade
orientada para a satisfação das necessidades dos seus vários stakeholders,
nomeadamente: os seus clientes (pela oferta de bens ou serviços), os seus
trabalhadores (através do emprego e da contra prestação salarial), os seus
accionistas (pela realização do lucro que remunera o risco incorrido), os
credores (pelo reembolso do capital e juros em prazo acordado), os fornecedores
(pela procura de bens ou serviços), o Estado (pelo cumprimento das obrigações
fiscais e legais”[3] (#_ftn3) ).

1.1.4 Empresário comercial

É o Sujeito de direito que exerce a empresa, ou seja, aquele que exerce


profissionalmente com habitualidade uma actividade económica que busca gerar
lucros organizada que articula os factores de produção para a produção dos
serviços[4] (#_ftn4) .
1.1.5 Crédito

O direito de Crédito é a posição activa na relação obrigacional, é portanto, o direito


a exigir de outrem uma prestação, nos termos do Artigo 397 do CC.

1.1.6 Credor

Titular de um direito de crédito. É a pessoa que é portadora do interesse que a


prestação do devedor visa satisfazer e que pode exigir o seu cumprimento, embora
não seja aquela em quem a prestação é realizada.

1.1.7 Devedor

O devedor por consequência é aquele que se utiliza dos recursos dos credores, por
meio de empréstimos[5] (#_ftn5) .

1.1.8 Massa insolvente

Trata-se de todo o património do devedor à data da declaração de insolvência,


bem como os bens e direitos que este adquira na pendência do processo, só sendo,
no entanto, os bens isentos de penhora integrados na massa insolvente se o
devedor voluntariamente os integrar e a impenhorabilidade não for absoluta[6]
(#_ftn6) .

1.1.9 Crimes Falimentares

Podem ser considerados como crimes de insolvência são aquelas condutas


incrimináveis pelo risco de, vindo a ocorrer a insolvência causarem danos aos
credores[7] (#_ftn7) .

1.2.  Fases de uma empresa

  De acordo com (Cardoso, 2010) a empresa é como uma pessoa e passa pelas
seguintes fases:

Fase de introdução;
Fase de crescimento;
Fase de Maturidade;
Fase do declínio.
1.3.Autonomia científica do direito da insolvência

Em relação a autonomia do Direito de insolvência e recuperação de empresas é


discutível porque existem os que defendem que devia ser autónomo uma vez tem o
seu objecto de estudo e obedece a sua metodologia enquanto os outros dizem que
não seria autónomo porque tem uma incidência no Direito Comercial, Direito
Processual Pena e Processual civil. ( Epifânio, 2012)

Situação de insolvência, em relação a situação da insolvência para a sua definição


têm os critérios de fluxo de caixa e de balanço do activo.

Em relação a lei Moçambicanas, usamos o critério de fluxo de caixa, nos termos do


artigo 89 do Decreto-Lei 1/2013 de 4 de Julho.

“É declarada a insolvência do devedor que:

Sem causa justificativa, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada


em título ou títulos executivos; executado por qualquer quantia líquida, não paga,
não deposita[8] (#_ftn8) ”.

No que aos sujeitos passivos da declaração de insolvência diz respeito, estes


encontram-se

enumerados no artigo. 2º nº2 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho. Dessa


enumeração, verifica-se que os sujeitos passivos da insolvência, compreende
tantas pessoas singulares e colectivas como também outras entidades,
normalmente designadas como simples patrimónios autónomos.

Desta forma julga-se poder falar-se de uma personalidade insolvencial, que não
coincide necessariamente com a personalidade jurídica consagrada no artigo. 66º
do CC, nem com a personalidade judiciária em geral consagrada nos artigos. 5º e
seguintes do CPC, já que é relativa apenas á susceptibilidade de ser objecto de um
processo de insolvência.

Assim, conforme decorre do exposto, ser insolvente significa ser incapaz de


cumprir as suas obrigações. Para certificar essa incapacidade, MENEZES LEITÃO,
“refere dois critérios principais, o critério do fluxo de caixa (cash flow), em que o
devedor é insolvente logo que se torna incapaz, por ausência de liquidez
suficiente, de pagar as suas dívidas no momento em que -

estas se vencem; e o critério do balanço ou do activo patrimonial (balance sheet


ou asset) onde

a insolvência resulta do facto de os bens do devedor serem insuficientes para o


cumprimento integral das suas obrigações, neste o que seria decisivo era o facto
de o conjunto dos bens do devedor não permitirem satisfazer as suas
responsabilidades[9] (#_ftn9) ”.

O balanço da empresa é o documento que retrata os activos, as responsabilidades


para com terceiros e a situação líquida ou património da empresa. O balanço é um
mapa que indica, de forma resumida e segundo uma ordem de
liquidez/exigibilidade, a situação do património da empresa num dado momento.
A partir de balanços sequenciais, é possível obter conclusões sobre a saúde
económica e financeira da empresa num determinado momento. O balanço está
dividido em três categorias fundamentais: activo, passivo e capital próprio. O
activo inclui tudo aquilo que a empresa possui e que é susceptível de ser avaliado
em dinheiro – disponibilidades (numerário, depósitos bancários e títulos
negociáveis), créditos sobre clientes, stocks de mercadorias, equipamentos,
instalações, etc. O passivo é o conjunto de fundos obtidos externamente pela
empresa, seja através de empréstimos, seja através do diferimento de pagamentos
(aos fornecedores, ao Estado, etc.). Por fim, o capital próprio, que corresponde ao
capital pertencente aos sócios, representa o valor do investimento realizado pelos
proprietários adicionado dos lucros (ou deduzido de eventuais prejuízos) obtidos
ao longo dos exercícios passados e do exercício corrente.

Este último critério do balanço ou activo patrimonial pressupõe uma apreciação


jurisdicional mais complexa, pois os bens do devedor nem sempre são de avaliação
fácil, podendo o seu preço variar em função de múltiplos circunstancialismos,
nomeadamente do facto de o estabelecimento do devedor ser alienado como um
todo ou se os seus bens forem vendidos separadamente.

Ao nível do critério da lei portuguesa, sendo a insolvência, conforme já referido,


genericamente definida, no artigo. 89 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho,
como a impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas, este será o
critério principal para a definição da situação de insolvência, oque implica a
adopção do critério do fluxo de caixa. “ Embora a lei admita em certos casos a
aplicação do critério do balanço[10] (#_ftn10) ”.

1.4.Sujeitos passivos da insolvência

No que refere os sujeitos passivos da declaração da insolvência temos os seguintes:

1.  Às associações e fundações;


2. Às sociedades Civis;
3. Às Cooperativas;
4. Às pessoas singulares.
1.5.O destino da massa insolvente

 A massa insolvente destina-se à satisfação dos credores depois de pagas as suas


próprias dívidas e abrange todo o património do devedor à data da declaração
de  insolvência pessoal (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/insolvencia-pessoal)
  ou insolvência de empresas (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/de-empresas)
, bem como os bens e direitos que este adquira na pendência do processo.

 
“Também se devem considerar integrados os bens dos sujeitos que respondem
legalmente pelas dívidas do insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/insolvente) ,  ou seja, das pessoas que
respondem pela generalidade das suas dívidas, ainda que a título subsidiário[11]
(#_ftn11) ”, nos termos do artigo 601 do Código Civil.

“No caso de o insolvente ser casado em regime de comunhão de adquiridos ou


comunhão geral de bens, a massa insolvente compreende, não apenas os bens
próprios do devedor como ainda a sua meação nos bens comuns”[12] (#_ftn12) , nos
termos dos números 1, 3 do artigo 825 do CPC.

Não se integram, porém, os bens absolutamente impenhoráveis


(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/bens-impenhoraveis) , nos termos do artigo
821 CPC. Já os bens relativamente penhoráveis estão elencados no artigo 822 do
CPC e os bens parcialmente penhoráveis apenas podem ser integrados na massa
insolvente se forem voluntariamente apresentados pelo devedor estão elencados
no artigo do 823 do CPC.

A massa insolvente  destina-se, em primeira linha, à satisfação das suas


próprias dívidas, e no remanescente, ao pagamento dos créditos sobre  a
insolvência.

Constituem, nomeadamente, dívidas da massa  as custas do processo:  a


remuneração do administrador de insolvência
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/administrador-de-insolvencia)   bem como as
despesas deste e da comissão de credores no âmbito do processo;  as dívidas
emergentes dos actos de administração, liquidação e partilha; as dívidas
resultantes da actuação do Administrador de insolvência
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/administrador-de-insolvencia)  no exercício das
suas funções; qualquer dívida resultante de contrato bilateral cujo cumprimento
não possa ser recusado pelo Administrador, salvo na medida em que se reporte a
período anterior à sentença que declarar insolvência
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/como-declarar-insolvencia) .

“Constituem igualmente dívidas da massa insolvente: qualquer dívida resultante


de contrato bilateral cujo cumprimento não seja recusado pelo Administrador,
salvo na medida correspondente à contraprestação já realizada pela outra parte
anteriormente à declaração ou em que se reporte a período anterior a essa
declaração; as dívidas constituídas por actos praticados pelo
Administrador judicial (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/administrador-
judicial) provisório no exercício dos seus poderes; as dívidas que tenham por fonte o
enriquecimento sem causa; a obrigação de prestar alimentos relativa a período
posterior à data da declaração[13] (#_ftn13) ”, entre outras ao abrigo do artigo 25 do
Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho.

A massa insolvente compreende, no entanto, ainda os bens que o devedor for


adquirindo na pendência do processo de insolvência
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) e,  bem assim,
aqueles que forem sendo reintegrados no mesmo, através do exercício pelo
administrador de insolvência da resolução em benefício da massa, nos termos do
artigo 25 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho.

1.6.Órgãos da insolvência

 a) O tribunal

“O processo de insolvência deve ser instaurado junto do tribunal da sede ou do


domicílio do devedor (artigo. 3º )[14] (#_ftn14) ”. A declaração de insolvência pode,
ainda, ser requerida perante o tribunal do lugar em que o devedor tenha o centro
dos seus principais interesses, entendendo-se como tal aquele em que os
administre de forma habitual e conhecível por terceiros. O tribunal assume o
controlo do cumprimento das normas legais que regulam o processo, cumprindo-
lhe, designadamente, proceder à apreciação liminar do pedido de declaração de
insolvência e à avaliação da legalidade, para efeitos de homologação, dos planos de
insolvência e de pagamentos, aprovados pelos credores.

Cumpre-lhe, também, avaliar a alegada situação de insolvência de um devedor de


acordo com os factos colhidos no processo e proferir, caso entenda ser esse o
sentido para o qual apontem tais factos, sentença declarando a insolvência, sem
que para tal tenha de se pronunciar quanto à recuperabilidade financeira da
empresa.

“Cabe ao tribunal escolher o administrador judicial provisório e nomear o


administrador da insolvência, fazendo parte das suas competências substituí-lo e
destituí-lo, fiscalizar a sua actividade exigindo-lhe informações sobre quaisquer
assuntos ou a apresentação de um relatório do trabalho desenvolvido e do estado
da administração e da liquidação, e fixar-lhe prazo para a prestação de contas
(artigo. 21º e seguintes do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho). Cumpre-lhe,
também, nomear a comissão de credores[15] (#_ftn15) ”.
“No que tange as qualidades do Administrador da Insolvência deve ser um
profissional idóneo de preferência advogado, com experiência mínima de 5 anos
de actividade profissional, o qual é nomeado pelo Juiz nos termos da alínea a), do
nº 1 do artigo 51 ou da alínea i),  e do nº 1 do artigo 95 deste Regime Jurídico.
(Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho”[16] (#_ftn16) )

b) O administrador da insolvência

O administrador da insolvência é nomeado pelo juiz nos termos da alínea a) do nº.


1 do artigo 51 ou da alínea i) do nº. 1 do artigo 95 do regime jurídico de
Moçambique  que deverá, para tal

efeito, atender às indicações do devedor ou da comissão de credores, quando esta


exista. Os titulares de créditos podem, contudo, deliberar em assembleia a
substituição do administrador nomeado.

Está a cargo do administrador da insolvência, com a cooperação e sob a


fiscalização da comissão de credores, preparar o pagamento das dívidas do
insolvente à custa das quantias em dinheiro existentes na massa insolvente
(património do devedor), designadamente das que constituam produto da
alienação, que lhe incumbe promover, dos bens que a integrem; prover, no lapso
temporal intermédio, à conservação e frutificação dos direitos do insolvente e à
continuação da exploração da empresa, se for o caso, evitando, tanto quanto
possível, o agravamento da sua situação económica[17] (#_ftn17) .

O administrador exerce pessoalmente as competências do seu cargo, não podendo


substabelecê-las em ninguém, sem prejuízo dos casos de recurso obrigatório ao
patrocínio judiciário ou de necessidade de prévia concordância da comissão de
credores.

No exercício das respectivas funções, o administrador da insolvência pode ser


coadjuvado, sob a sua responsabilidade, por técnicos ou outros auxiliares,
incluindo o próprio devedor, mediante prévia concordância da comissão de
credores ou do juiz, na falta desta comissão. Pode ainda contratar os trabalhadores
necessários à liquidação da massa insolvente ou à continuação da exploração da
empresa, mas os novos contratos caducam no momento do encerramento
definitivo do estabelecimento em que tais trabalhadores prestem serviço, ou, salvo
convenção em contrário, no da sua transmissão.

Compete-lhe prestar, à comissão de credores e ao tribunal, todas as informações


necessárias sobre a administração e a liquidação da massa insolvente. O
administrador da insolvência responde pelos danos que causar ao devedor ou aos
credores[18] (#_ftn18) , nos termos xv, da alínea a), do nº.1 do artigo 22 do Decreto-
Lei nº. 1/2013 de 4 de Julho.

c) A comissão de credores

A comissão de credores é um órgão de natureza eventual submetido, quanto à sua


existência e composição, à vontade da assembleia de credores. Esta pode
prescindir da comissão que o juiz haja nomeado, nomear uma caso este não o
tenha feito e, em qualquer dos casos, alterar a sua composição. Para o regime
jurídico moçambicano designa por comité de credores que a sua constituição está
prevista no artigo 26 do Decreto-Lei retro mencionado.   

O tribunal pode não proceder à sua nomeação, quando o considere justificado em


atenção à exígua dimensão da massa insolvente, à simplicidade da liquidação ou
ao reduzido número de credores. Quando esta comissão existir, depende do seu
consentimento a prática de actos jurídicos que assumam especial relevo para o
processo.

Cumpre-lhe cooperar com o administrador da insolvência e fiscalizar a sua


actividade, emitindo parecer incidente sobre as contas por este apresentadas, nos
termos i, da alínea a), do nº. 1 do artigo 27 do mesmo regime jurídico supracitado.

d)Assembleia de credores

A Assembleia de credores é um órgão importante no processo de insolvência


(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) .  De facto, o cariz
colectivo da execução no processo de insolvência e a necessidade de coordenação
das pretensões dos diversos credores, justifica que se proceda à reunião de todos
os credores numa Assembleia.

Ora, essa coordenação realiza-se através de deliberações, em que cada credor vota
com base no montante dos seus créditos
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/creditos) , nos termos do nº.1 do artigo 34 do
mesmo regime jurídico.

A Assembleia de Credores tem muitas competências no processo de insolvência


(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) . Assim, compete
designadamente a este órgão em termos de recuperação judicial, nos termos da
alínea a), nº.1 do artigo 34 do mesmo regime jurídico que passamos a
transcrever[19] (#_ftn19) .

 
- Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação apresentado pelo
devedor;

- Constituição do Comité de Credores e a escolha dos seus membros.

- O Pedido de desistência do devedor, nos termos do nº.4 do artigo 51 do mesmo


regime jurídico;

- A pessoa do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;

- Qualquer outra matéria de interesse dos credores;  

No que refere a insolvência a mesma Assembleia de Credores tem a competência


nos termos da alínea b) do artigo 34 do mesmo regime jurídico

A constituição do Comité de Credores e a escolha dos seus membros;

A adopção de outras modalidades da realização do activo na forma estabelecida no


artigo 142 do mesmo regime jurídico supracitado e qualquer outra matéria de
interesse dos credores.

CAPÍTULO - II DO PROCESSO DE INSOLVÊNCIA


2.1.  Processo de insolvência

O processo de insolvência é universal, porque abrange todo o património do


devedor. Ou seja, é possível que se venha a apreender todos os bens do insolvente
para liquidação e satisfação dos credores. No entanto, esta norma só se aplica aos
bens penhoráveis, ou relativamente impenhoráveis desde que voluntariamente
apresentados pelo devedor (Epifânio, 2012: 12).

Este processo caracteriza-se ainda por ser especial, na medida em que está
regulado autonomamente em diploma próprio – no caso de Moçambique no
regime jurídico do Decreto-Lei nº. 1/2013 de 4 de Julho  (Epifânio, 2012: 15).
O Professor Doutor Leitão (2012: 20) acrescenta que o procedimento referido
afasta-se de determinados princípios do processo civil. No entanto, trata-se de um
processo multidisciplinar pois articula-se com o Direito Civil, o Direito Comercial,
o Direito do Trabalho, o Direito Penal, o Direito Processual Civil e Penal, entre
outros. (Epifânio, 2012: 15).

Finalmente, o regime do processo de insolvência “tem carácter urgente e goza de


precedência sobre o serviço ordinário do tribunal”. Quer isto dizer que o processo
não suspende durante as férias judiciais (Leitão, 2012).

Em suma, o processo de insolvência instituído pelo Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de


Julho, caracteriza-se por ser de natureza mista (engloba acções de natureza
executiva e declarativa), é de execução colectiva e universal, está regulado
autonomamente, é multidisciplinar e goza de carácter urgente.

Epifânio (2012: 20) refere que “a impossibilidade de cumprimento relevante para


efeitos de insolvência não tem que dizer respeito a todas as obrigações do
devedor. Ou seja, basta existir apenas uma dívida que, pelo seu montante e
relevância no conjunto de todas as dívidas, traduza a impossibilidade referida.
Acrescenta ainda que é irrelevante para este conceito de insolvência, o não
cumprimento de uma determinada dívida resultante da vontade do devedor[20]
(#_ftn20) ”

2.1.1.  Pressupostos de declaração de insolvência

Para que este regime de insolvência possa ser utilizado, é necessário a verificação
de dois pressupostos: um pressuposto subjectivo e um pressuposto objectivo. No
caso de Moçambique estão elencados no artigo 2º, nº 1 do Decreto-Lei nº.1/2013
de 4 Julho, estabelece que podem ser sujeitos a processo de insolvência[21]
(#_ftn21) :

a) Às associações e fundações;

b) Às sociedades civis;

c) Às cooperativas:

d) Às pessoas singulares;                              

Desta enumeração entende-se que o elenco de sujeitos passivos de insolvência


compreende “quaisquer entidades singulares ou colectivas, empresariais ou não,
com personalidade jurídica ou sem ela” (Leitão, 2012: 47).

Desta forma para as pessoas enumeradas nas alíneas a), e b) do nº.3 do artigo 2 do
Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de Julho, são aplicados pelo seu regime específico.
2.1.2.  A fase declarativa do Processo de Insolvência

O processo de insolvência arranca com o pedido de declaração de insolvência, tal


como previsto no artigo 3 e seguintes do Decreto-Lei 1/2013 de 4 de Julho. Assim,
quem pode apresentar o pedido é o próprio devedor, quem for legalmente
responsável pelas suas dívidas, qualquer credor ou o “Ministério Público sobre os
actos que envolvam interesse público ou cuja tutela seja da sua competência em
representação das entidades cujos interesses lhe estão legalmente confiados[22]
(#_ftn22) ”, in fine do nº.1 do artigo 4 do Decreto-Lei nº.1 /2013 de 4 de Julho.

2.1.3. Verificação e reclamação de créditos

A Verificação e reclamação de créditos, como estatui o n.º 1 do artigo7 do Decreto-


Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho, que a verificação dos créditos é realizada pelo
Administrador da Insolvência, com base nos livros contabilísticos e documentos
comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados
pelos credores, podendo contar com auxilio de profissionais ou empresas
especializadas.

O Artigo 8 do regime jurídico retro mencionado, preconiza a impugnação da


relação dos credores no prazo de 10 dias, a contar da relação referida no n.º 3, do
mesmo Regime Jurídico, o comité, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou
Ministério Público podem apresentar ao Administrador a impugnação contra a
relação de credores apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se
contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.

Como estatui o n.º 2 do artigo 8 do Decreto em deslinde que a impugnação é


autuada em separado e processada nos termos dos artigos 13 e 15 do mesmo
Regime Jurídico.

Nestes termos do artigo 13 do mesmo Regime Jurídico, a impugnação é dirigida ao


Administrador da Insolvência, por meio de petição, instruída com os documentos
que o impugnante tiver, indicando as provas consideradas necessárias e que deseja
produzir.

Cada impugnação, é autuada em separado, com os documentos a ela relativa, mas


terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito.

Caso, não ocorram impugnações, o Juiz homologa, como quadro geral de credores,
a relação dos credores constantes do edital o n.º 3 do artigo 7, dispensando a
publicação prevista no artigo 18 do Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho.

A Conclusão dos Autos, após o decurso dos prazos previstos nos termos dos
artigos 11 e 12 do Regime Jurídico supracitado, nos termos da alínea d), do artigo
15 o Juiz determina as provas a serem produzidas, designando a audiência da
instrução e julgamento se necessário for[23] (#_ftn23) .

2.1.4. Sentença
A Sentença sobre a insolvência encontra-se prevista no artigo 83 no qual preconiza
que A Sentença que reconhecer o direito do requerente à restituição determina a
entrega da coisa no prazo de 48 horas e não existe contestação ao pedido, a massa
não é condenada ao pagamento de honorários de advogados.

No que refere ao conteúdo da Sentença que declarar a insolvência deve de entre as


obrigações legais, estão previstos nas alíneas a) até m) do n.º 1 do artigo 95 do
Regime Jurídico da Insolvência e de Recuperação de Empresários comerciais
(Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho).

2.1.5. Recurso sobre a insolvência 

Em relação o recurso da decisão que recair sobre o pedido da insolvência, o artigo


96  DO Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho, estatui que a decisão que declarar a
insolvência cabe recurso, o qual tem efeito meramente devolutivo, da sentença que
julga a improcedente o pedido da insolvência cabe o recurso com efeito
suspensivo. 

2.1.6. Efeitos da declaração de insolvência

Assinala-se primeiro que a insolvência só pode ser declarada através de sentença


do Juiz.

Uma vez proferida a sentença são muitos os efeitos da declaração de insolvência.

Assim, a insolvência pessoal (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/insolvencia-


pessoal) tem logo como consequência o impedimento direito do devedor de, por si
só, ou no caso de insolvência de empresas
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/de-empresas) , através dos seus órgãos de
gerência ou Administração, administrar e dispor (alienar) o seu
património[24] (#_ftn24) , nos termos do artigo 64 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4
de Julho. Esses poderes passam a competir ao Administrador de insolvência
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/administrador-de-insolvencia) .

Por outro lado, outro dos efeitos da declaração de insolvência é a apreensão dos
bens do devedor que sejam susceptíveis de penhora
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/penhora) [25] (#_ftn25) , nos termos do artigo
821 do CPC. Porém, o direito de arrendamento (isto é, se o devedor for
arrendatário) da casa de morada de família, por se tratar de um direito inalienável,
não pode ser retirado ao inquilino para ser junto à massa insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/massa-insolvente) . Ou seja, o devedor,
mesmo tendo sido declarado insolvente continua a ser arrendatário ou inquilino
do imóvel.
Já o mesmo não acontece se o devedor for proprietário do imóvel, caso em
que, é de facto, forçado a sair da casa assim que lhe for comunicada a venda
judicial do bem a terceiros no âmbito da fase de liquidação do processo de
insolvência (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) .

“Com a declaração de insolvência deixa de ser permitido aos credores a


instauração de novas acções contra o devedor insolvente para a cobrança coerciva
dos respectivos créditos (acções declarativas ou  acções executivas
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/accao-executiva) ). Por outro lado, suspendem-
se com efeito imediato todas as acções pendentes que visem executar bens
compreendidos na massa insolvente[26] (#_ftn26) ”.

Por outro lado, outro dos efeitos da declaração de insolvência é a apreensão dos
bens do devedor que sejam susceptíveis de penhora
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/penhora) , nos termos do artigo 821 do CPC.
Porém, o direito de arrendamento (isto é, se o devedor for arrendatário) da casa de
morada de família, por se tratar de um direito inalienável, não pode ser retirado ao
inquilino para ser junto à massa insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/massa-insolvente) . Ou seja, o devedor,
mesmo tendo sido declarado insolvente continua a ser arrendatário ou inquilino
do imóvel.

Já o mesmo não acontece se o devedor for proprietário do imóvel, caso em


que, é de facto, forçado a sair da casa assim que lhe for comunicada a venda
judicial do bem a terceiros no âmbito da fase de liquidação do processo de
insolvência (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) .

Com a declaração de insolvência deixa de ser permitido aos credores a instauração


de novas acções contra o devedor insolvente para a cobrança coerciva dos
respectivos créditos (acções declarativas ou  acções executivas
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/accao-executiva) ). Por outro lado, suspendem-
se com efeito imediato de todas as acções pendentes que visem executar bens
compreendidos na massa insolvente.

Para além destas consequências existem ainda outros efeitos da declaração de


insolvência[27] (#_ftn27) .

2.1.7. Efeitos da insolvência da declaração da insolvência sobre as obrigações do


devedor

Como elenca o artigo 112 do mesmo Regime Jurídico, estatui que a declaração da
insolvência sujeita todos os credores do devedor e do sócio ilimitadamente
responsável que estão prescritos no Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho.
 Como estatui o artigo 113 e seguintes, sobre a suspensão dos direitos que com a
declaração da insolvência suspende o exercício de direito de retenção sobre os
bens sujeitos a apreensão, os quais devem ser entregues ao Administrador da
Insolvência, nos termos da alínea a), do artigo 113 do (Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4
de Julho).

O exercício de direito de exoneração ou de venda das suas quotas ou acções, por


parte dos sócios da sociedade insolvente, nos termos da alínea b) do artigo 113
(Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho).

No que refere aos efeitos da insolvência sobre os sócios de responsabilidade


ilimitada estão elencados no artigo 75 do Decreto-Lei supracitado.

2.1.8.  Ineficácia e revogação de actos praticados antes da insolvência 

Nos termos do artigo 125 do Regime Jurídico estatui que são ineficazes, em
relação à massa, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise
económico – financeira do devedor, seja ou não intenção deste defraudar os
credores.

1. O pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do


termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo
desconto do próprio título;
2. O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis, realizado dentro do termo
legal, por qualquer forma que não seja prevista pelo contrato.
3. A constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do
termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente, se os bens dados
em hipoteca forem objecto de caber ao credor da hipoteca revogada;
4. A prática de actos a título gratuito, desde 2 anos antes da declaração da
insolvência;
5. O repúdio da herança ou legado, até 2 anos antes da declaração da
insolvência;
6. A venda ou transferência de estabelecimento feita sem consentimento
expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes para
resolver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 dias, não houver oposição
dos credores, após serem notificados judicialmente.
7. Os registos de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, a
título oneroso ou gratuito, ou o averbamento relativo a imóveis realizados
após a declaração de insolvência, salvo se tiver havido apresentação prévia
anterior no livro diário.

Ainda o n.º 2 do artigo supracitado preconiza que pode ser declarada


oficiosamente pelo Juiz, ou resposta à alegação feita em defesa ou mediante acção
própria ou incidentalmente no percurso do processo.

2.1.9. Classificação dos créditos


No que refere a classificação dos créditos, no artigo 77 do Regime jurídico de
Insolvência e Recuperação dos empresários comerciais elenca que a classificação
dos créditos na Insolvência obedece à seguinte ordem:

1. Créditos derivados da legislação do trabalho e os decorrentes de acidente do


trabalho;
2. Créditos com garantia, até ao valor do crédito garantido, nos termos do
Capitulo VI, do Código Civil;
3. Créditos fiscais, independentemente da sua natureza e tempo de
constituição, exceptuadas as multas tributárias, e os créditos da Entidade
Gestora do Sistema de Segurança Social;
4. Créditos ordinários que se encontram nas alíneas posteriores.

Em relação aos créditos também temos os créditos não concorrentes que estão
elencados no artigo79 do mesmo Regime Jurídico.

O artigo 80 e 89 do mesmo Regime Jurídico, também estatui sobre o pedido de


restituição mormente o bem apreendido no processo de insolvência que se
encontre em poder do devedor na data da declaração da insolvência que o seu
proprietário pode pedir.

Em relação a suspensão da disponibilidade da coisa reclamada encontra-se


elencada no artigo 87 do mesmo Regime Jurídico retro mencionado.

2.1.10.  Embargo de terceiro

Nos casos em que não couber o pedido da restituição, fica ressalvado o direito dos
credores de deduzirem embargos de terceiro, observando a legislação do processo
civil vigente[28] (#_ftn28) .

No que tange as causas da declaração de insolvência estão elencadas no artigo 89


do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

Em relação a reclamação dos créditos está regulada no artigo124, a realização do


activo encontra-se elencada no artigo 134, sobre o pagamento dos credores
encontra-se previsto no artigo 146 todos do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

2.1.11. Encerramento da insolvência e extinção das obrigações do insolvente

“No que refere ao encerramento da insolvência e extinção das obrigações do


insolvente[29] (#_ftn29) ”, o Regime Jurídico prevê nos termos dos artigos 151 até
157 do mesmo Regime Jurídico.

CAPITULO III- DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESÁRIOS


COMERCIAIS
3.1.  Recuperação judicial de empresários comercial

No que refere a recuperação judicial, a recuperação judicial tem por objectivo


viabilizar a superação da situação de crise económico- financeiro do devedor, a fim
de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua
função social e o estímulo à actividade económica, nos termos do n.º1 do artigo 1
do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

1. Legitimados à recuperação judicial

Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido no


prazo de 90 dias a contar da publicação da decisão que admitir o pedido da
recuperação judicial, e deve conter os pressupostos das alíneas a), b) e c) do artigo
1 do Decreto –Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

O Artigo 53 do mesmo Regime Jurídico, estatui as limitações do plano de


recuperação judicial.

A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente,


herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.

1. Meios legais de recuperação Judicial

Com o advento do Decreto- Lei n.º1/2013 de 4 de Julho que preconiza a


recuperação Judicial ou Extrajudicial há diversos meios de recuperação judicial da
empresa, que não são excludentes um dos outros. Há uma relação de interacção, o
que tem que ser observado caso a caso, o que pode ocorrer a combinação de uma
ou mais modalidades, mas que estejam alinhadas e compatíveis[30] (#_ftn30) .

O artigo 61 do mesmo Regime Jurídico, estatui o encerramento da recuperação


judicial, o artigo 62 estabelece a condução da actividade empresarial durante o
processo de recuperação judicial. No que refere a nomeação do Gestor Judicial
está previsto no artigo 63, todos do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

3.2. Recuperação extrajudicial de empresários comercial

Como estatui o artigo 158 no seu n.º1 que os pressupostos de recuperação


extrajudicial estão elencados no artigo 47, no qual a sua proposta se realiza e
processada sob a égide das regras de conciliação e mediação previstas na Lei
n.º11/99 de 8 de Julho.

“A recuperação extrajudicial é um acordo privado, entre devedor e


credor. Uma proposta de recuperação apresentada para um ou
mais credores, fora da esfera judicial. Pode ser proposta em
qualquer condição, a qualquer credor, desde que não haja
impedimento legal. Evidente que a ideia de uma recuperação de
natureza extrajudicial remete a um procedimento mais simples.
Contudo, essa simplificação não deveria importar perda de
segurança, possibilidade de manipulações e fraudes ou injusto
prejuízo aos credores. A facilitação procedimental teria que ser
balizada com requisitos e consequências mais rigorosos, bem como
pela maior transparência e pela definição mais explícita das etapas
a serem vencidas no processo, haja vista o menor controle pelo
Judiciário e pelos credores[31] (#_ftn31) ”.

O Decreto- Lei nº 1/2013 de 4 de Julho, traz duas modalidades de recuperação


extrajudicial: a da voluntária, na qual somente os credores que expressamente
aderirem ao plano de recuperação estarão submetidos a ele que prevê a submissão
da minoria no caso adesão.

Ademais, é uma via de solução que não abarca todos os problemas da empresa em
crise. Diferentemente da recuperação judicial, esta não engloba créditos de
natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou que decorram de
relações de trabalho, dívidas como garantia fiduciária de móveis ou imóveis,
arrendamento mercantil, compra e venda de imóveis com determinadas
características.

No que refere ao plano de recuperação, extrajudicial podem aderir os detentores


dos créditos que, nos termos do Regime Jurídico supracitado, se sujeitam a
recuperação judicial, como elenca o artigo 159.

3.3. Efeitos do depósito de acta de reconciliação e mediação

No que refere aos efeitos do depósito da acta de conciliação ou de mediação


podemos encontrar no artigo 160, no que tange ao conteúdo do documento que
reproduz o plano de recuperação extrajudicial, imposição da regras do plano de
recuperação, convicção dos credores, inicio de produção dos efeitos, alienação de
filiais ou unidades produtivas do devedor[32] (#_ftn32) , realização de outras
modalidades de acordo privado estão elencados nos artigos 160 até 166 do
Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

 
 

CAPÍTULO V: CRIMES COMETIDOS NO ÂMBITO DA INSOLVÊNCIA E DO


PROCEDIMENTO PENAL[33] (#_ftn33)

4.1.  Fraude a credores


4.1.1. Crime de insolvências no actual quadro legal

No âmbito dos crimes contra o património no geral, o legislador nacional dedica


no título II do Código Penal, um capítulo de crimes de falência, burla e outras
defraudações, capitulo II onde se destacam na Secção I, os crimes de falência ou
insolvência fraudulenta e culposa nos art.º 295º à 297º.

Quanto aos crimes de falência ou insolvência fraudulenta e culposa, o legislador


faz uma remissão aos casos previstos no C.Com. (cf. Art.º 295 nº1 do C.P).

 Quanto a esta matéria, é nosso entendimento que a pretensão do legislador é a de


aplicar-se não o C.Com em si, mas sim, a legislação comercial já que o C.Com,
enquanto diploma legislativo, aprovado pelo Decreto-Lei 2/2007 de 27 de
Dezembro não a regula.

A insolvência é entre nós, matéria regulada pelo Regime Jurídico de Insolvência e


Recuperação de Empresários Comerciais, aprovado pelo DL n.º 1/2013 de 4 de
Julho.

A primeira questão controversa tem a ver com o facto de o legislador referir-se no


C.P simultaneamente, a falência e a insolvência fraudulenta, quando o RJIREC
abandonou o uso do termo falência, que foi usado no CPC.

Esta confusão de terminologia conduz a falta de clareza sobre a pretensão do


legislador, uma vez que ao abrigo do RJIREC não existe prevista a falência mas,
tão-somente. Confusão que pensamos que deve ser corrigida, uma vez que CP faz
remissão a aquele regime.

O CP prevê nos art.º 295 a 297.º crimes de insolvência e respectivas sanções. O


RJIREC também dedica, a Secção I, no Capitulo VII, relativa Disposições Penais,
onde prevê algumas sanções, o que remete a necessidade de saber se há
coincidência ou prevalência entre esses regimes.    
Para melhor compreensão da questão é preciso primeiro indicar os crimes de
insolvência previstos e ver se há identidade de regulamentação com o RJIREC.
São eles os Crimes de Falência ou Insolvência Fraudulenta e Culposa art.º 295.º, o
da Falência dos corretores art.º 296.º e o da Insolvência, art.º 297.º todos do CP.

4.1.2. Crimes de falência ou insolvência fraudulenta e culposa

Dispõe o artigo 295.º n.º1 do CP que a insolvência fraudulenta prevista na


legislação comercial é punida por prisão maior de dois a oito anos.

Segunda a previsão do n.º2 daquele art.º Esta a pena resulta atenuada para a pena
de prisão se a falência for culposa.

O que faz concluir que aplica-se a pena de prisão maior de dois a oito anos se o
crime for cometido com dolo. E aplica-se a pena simples prisão, três dias á dois
anos se o crime for cometido com mera culpa. (cf. Art.º 62.º do CP).

Pelo RJIREC tem se como fraudulento:

- O devedor ou seu representante, que durante ou depois a declaração de


insolvência ou concessão de recuperação judicial, ou ainda que depois depósito de
recuperação extrajudicial prejudique os credores em beneficio próprio ou de
terceiros, por meio de falsificação de escritos inexactidão de contabilidade,
simulação, ocultação de documentos contabilísticos ou qualquer outro artifício
que agrave ou reduza os lucros. (cf. Art.º 167.º n.º1);

- O Contabilista, o Auditor outros profissionais que tenham concorrido para que o


devedor ou seu representante tenha agido como atrás descrito. (cf. Art.º 167º
nº2). 

  Percebe -se que os elementos constitutivos do crime de Falência ou Insolvência


Fraudulenta ou Culposa prevista pelo art.º 295.º do CP coincide com a Fraude aos
Credores prevista pelo art.º 167.º do RJRIEC, pela remessão feita pelo primeiro
preceito legal.

4.1.3. Crime da falência dos corretores

Pela previsão do art.º 296.º do CP são punidos os Corretores que cometerem


insolvência fraudulenta, com a pena de prisão maior de dois a oitos anos.

Corretores são agentes de negócios cuja função consiste em aproximar as partes


interessadas em determinada transação, mediante percentagem, estes podem
actuar em vários domínios mercantis, imobiliária, bolsa de valores, seguros etc.

Assim sendo fácil será concluir que os elementos deste crime não coincidem com
as situações previstas pelo RJRIEC, que até nem é aplicável para os casos de
Corretores de bolsas e seguros por exemplo. (cf. Art.º 2 n.º2 al. b)

4.1.4. Crime de insolvência


Pelo art.º 297.ºCP, pune-se o devedor que não seja empresário comercial a pena
de prisão de três dias a dois anos por ocultação ou alheamento malicioso dos seus
bens.

Trata-se de uma previsão que não tem correspondência com as situações previstas
pelo RJRIEC, desde logo porque o regime aplica-se não só aos empresários
comerciais, mas também ás pessoas singulares (cf. art.º 2 n.º2 al. d))  

Por essa razão, no actual quadro legal, parece-nos ser de difícil aplicação o crime
de insolvência por se referir a devedor não empresário comercial quando a
situação da insolvência estende-se as pessoas singulares, isto é, á aqueles que não
são empresários comerciais, o que deve ser revisto.

Do estudo dos crimes insolvências pode se dizer que a previsão do CP só coincide


com a previsão do RJRIEC no que se refere ao crime de Falência ou Insolvência
Fraudulenta e Culposa e a Fraude aos Credores. O que desde logo afasta a
existência de dualidade de regime.

Pois, mesmo nesse aspecto importa referir as que há diferenças a indicar. Mas
antes referimos as coincidências. Tanto no crime de Falência ou Insolvência
Fraudulenta e Culposa e a Fraude aos Credores o legislador pretende proteger o
património do credor e o bom funcionamento da economia creditícia e confiança
nas transacções comerciais.[34] (#_ftn34)    

As diferenças residem, primeiro, no facto de processo de insolvência e o processo


penal, serem dois processos autónomos com naturezas distintas, segundo, a serem
conhecidos e julgado em tribunais diferentes, terceiro, por terem molduras penais
diferentes, e por fim, terem efeitos de condenação diferentes.

A aplicação das sanções para a Fraude aos Credores tem natureza civil
insolvencial, não se exigindo dolo nos termos que ocorre com o crime Falência ou
Insolvência Fraudulenta e Culposa, onde se exige dolo específico em prejudicar o
património dos credores, atenuando-se a moldura penal nos casos de culpa. [35]
(#_ftn35)     

  A Fraude aos Credores é conhecida e julgada pelo tribunal que declara a


insolvência, isto é nas Secções de competência especializada e o crime de Falência
ou Insolvência Fraudulenta e Culposa é conhecida pelas Secções Criminais. (Cf.
Arts.º 167º, 174.º do RJIREC, 82.º CPC e 2.º n.º1 e 2 e 3.º do Decreto n.º 53/2005
de 22 de Dezembro)

A pena cominada para a Fraude aos Credores é a do crime de furto, isto e prisão
até seis meses e multa até um mês. O crime de falência ou insolvência fraudulenta
e culposa é punida com a pena de dois a oito anos de prisão maior, quando dolosa,
e três dias a dois ano, quando culposa (Cf. art.º 167º nº1 in fine do RJIREC e 270.º
n.º1 al. a), 295.º n.º1 e 2 e 62.º do CP). 
 São efeitos da condenação pela Fraude aos Credores a inibição para administrar
uma sociedade comercial, a inibição do exercício individual da actividade
empresarial e a impossibilidade de gerir qualquer sociedade mesmo a título de
gestão de negócios ou mandato. (Cf. Art.º175.º do RJIREC).

Diferentemente a condenação pelo crime de crime de falência ou insolvência


fraudulenta e culposa não tem como efeitos a privação de direitos civis,
profissionais ou políticos. (Cf. Art.º 107.º do CP)

4.2. Procedimento para responsabilização

No âmbito do processo de insolvência cabe ao Administrador detalhar as


circunstâncias que conduziram a sua verificação apontando para os elementos
necessários para responsabilização civil ou penal dos envolvidos, sendo que,
havendo matéria de responsabilização penal, o MºPº deve ser notificado para
adoptar as medidas necessárias[36] (#_ftn36) . (cf. Art.º 22º nº1 al. c).v e nº5.)

Desta previsão resulta que, em relação a responsabilidade civil caberá nos termos
gerais aos lesados, requerer as providências necessárias, segundo o princípio da
inércia da jurisdição, pelo qual o Tribunal não pode resolver um conflito de
interesse sem que a resolução lhe seja pedido por uma das parte[37] (#_ftn37) s. (cf.
Art.º 3º do CPC).

Já em relação a responsabilidade penal, essa caberá ao MºPº enquanto titular da


acção penal nos termos do art.º 6º da LOMP conjugado com o art.º 5º do CPP.

Diferentemente, do que acontece no regime português onde a classificação da


insolvência pode ser aberta oficiosamente, como pode ser requerida pelo
Administrador ou credor interessado, tanto em caso de encerramento do processo
por insuficiência dos bens do devedor ou para apurar as causas da insolvência
através de um incidente de qualificação de insolvência (Cf Artº 188º e ss do
CIRE). 

A qualificação referida é, naquele regime, uma condição objectiva para o


procedimento criminal pelos crimes de falências.

Não temos um instituto igual no nosso sistema. Por isso o procedimento criminal
não depende da qualificação da insolvência o que será feito no próprio processo.

  Em nosso entender a declaração judicial da insolvência devedor não é condição


sem a qual o procedimento criminal não pode ser iniciado, pois, como vimos o
relatório do Administrador é notificado ao MºPº antes do encerramento do
processo de insolvência. 

Assim, da conjugação dos arts.º 22º nº1 al. c). v, n.º 5 e 95.º do RJIREC, percebe-
se que a qualificação da insolvência  não é feita oficiosamente. Nem há no RJIREC
previsão de como faze-la.
 

Conclusão

Ao epilogarmos este trabalho a insolvência apesar de carregar os dois critérios nos


temos da sua conceitualização, importa de aclarar de forma mais profunda que o
processo da insolvência tem como o seu objectivo de satisfazer os créditos dos
credores, eis a razão de existência deste dispositivo legal, no qual elenca as
modalidades de recuperação que são judicial e extrajudicial.

No que refere sobre o critério de definição da figura da insolvência, ficou


percebido com todos elementos de clareza que o critério usado no ordenamento
jurídico moçambicano que é o fluxo de caixa.

Em relação ao processo da insolvência ficou sabido que trata-se de um processo de


natureza mista no qual preconiza a acção declarativa e depois executiva, como são
ilustradas no artigo 4 do CPC.

Atinente as dívidas da massa insolvente, ficou claro que trata-se de créditos não
concorrentes, isto quer dizer que na ordem de pagamento não concorrem com os
elencados no artigo 77 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

Portanto, em relação aos crimes cometidos no âmbito da insolvência mostra-nos


equívocos sobre a sua aplicabilidade, visto que o código penal vigente aprovado
pela Lei n.º14/35 de 31 de Dezembro nos artigos 295 a 297.

O Código penal nos remete ao Código Comercial sobre os crimes falimentares, no


qual trata-se de um vazio a este dispositivo legal o que nos conduz a um equívoco
sem precedentes.

Contudo, não seria o momento do Código penal usar a terminologia de falência


enquanto usamos a figura de insolvência, mas em todos os casos dever-se-á
entender o mesmo.

Nestes termos o legislador ficou despercebido a não harmonizar a figura da


falência à  de insolvência, visto que houve alterações como advento do Decreto-Lei
n.º 1/2013 de 4 de Julho.

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que cria as Secções de Competência Especializadas em matéria comercial nos
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REPÙBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º22/2007, de 01 de Agosto, que


aprova o Estatuto do Ministério Publico, in Boletim da República, 1ª Série n.º 31
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Doutrina

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LEITÃO, Luís Manuel Teles de Meneses, Direito da Insolvência, 3ªedição,


Almedina Editora, Coimbra, 2011

MOTA, Luísa Teixeira, A INSOLVÊNCIA CULPOSA NO C.I.R.E E A


INSOLVÊNCIA DOLOSA NO CÓDIGO PENAL, O CONFRONTO ENTRE
AS DUAS FIGURAS, Dissertação de Mestrado Forense pela Universidade
Católica Portuguesa-Faculdade de Direito, 2017

OLAVO, Fernando, Direito Comercial. 1. 3ª Edição, Lisboa, 1970

OLIVEIRA ASCENSÃO, José de,  Efeitos da falência sobre a pessoa e


negócios do falido‖, in ROA 55 (1995),

Voz in: PRATA, Ana, Dicionário Jurídico, Volume 1, 5ªedicao, actualizada e


aumentada, editora Almedina, 2008

 
[1] (#_ftnref1) LEITAO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direito da Insolvência,
3ªedicao, edições almedina, Lisboa, 2011

[2] (#_ftnref2) O artigo 1 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho preconiza a


viabilização da superação da situação de impossibilidade de cumprimento das
obrigações vencidas por parte dos empresários comerciais e de outras entidades

referidas no artigo 2 do mesmo regime jurídico.

[4] (#_ftnref4) CORREIA, Miguel J. A. Pupo,  Direito Comercial – Direito da


Empresa, 12ª. Edição, revista e actualizada, Edições Jurídicas Lda, Lisboa, 2011,
p.395.  

[5] (#_ftnref5) http://estabilidade (http://estabilidade/) financeira.wordpress, acessado


no dia 14 de Junho de 2017, pelas 8:28

[6] (#_ftnref6) LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direito da insolvência,


3ªedição , Edições Almedina, Lisboa 2011, p.99

[7] (#_ftnref7) CREPALDI, Sílvio Aparecido, Crimes falimentares uma


abordagem analítico, in Âmbito jurídico, Rio Grande 2008.

[8] (#_ftnref8) Nos termos do artigo 89 do regime jurídico, Decreto-Lei nº 1 /2013


de 4 de Julho que estabelece a situação de insolvência com o critério de fluxo de
caixa. Este critério estabelece que a pessoa é declarada insolvente se não consegue
cumprir as suas obrigações vencidas, isto quer dizer o devedor não consegue pagar
as suas dividas no momento acordado então encontra-se numa situação de
insolvência. De referimos que esta tem os seus tramites legais.

[9] (#_ftnref9) LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direito da insolvência,


3ªedição, Edições Almedina, Lisboa 2011

[10] (#_ftnref10)   Para este critério o facto de o activo ser ou não superior ao passivo
é irrelevante, já que a insolvência ocorre logo que se verifica a impossibilidade de
pagar as dividas que surgem no quotidiano da sua actividade.

 LUÍS M. MARTINS, Processo de Insolvência - Anotado e Comentado, Almedina


2011, 2ª Edição, pp.66
  JOSÉ LEBRE DE FREITAS, ―Pressupostos objectivos e subjectivos da
insolvência‖, in Themis, edição Especial 2005, pp. 11-24

  Para MENEZES LEITÃO e PEDRO DE ALBUQUERQUE, parece preferível a


definição anterior do CPEREF que entendia a insolvência como a impossibilidade
de cumprir pontualmente as respectivas obrigações por carência de meios
próprios e por falta de crédito. Cfr. LUÍS MANUEL

TELES DE MENEZES LEITÃO, ―Direito da Insolvência‖, pp. 78 e ―Código da


Insolvência‖ sub art. 3º nº4, pp. 48 PEDRO DE ALBUQUERQUE.

Em relação esta situação de insolvência o nosso regime jurídico moçambicano nos


termos do artigo 89 do Decreto-Lei nº 1/2013 de 4 de Julho.

[11] (#_ftnref11) Vide artigo 601 do CC

[12] (#_ftnref12) Em relação o nº 3 do artigo 825 do CPC estabelece depois de 10


dias da citação o cônjuge deve requerer a separação ou juntar certidão que
comprova da dependência do outro processo em que a sua separação já tinha sido
requerida, sob pena de execução prosseguir nos bens penhorados.

[13] (#_ftnref13) Vide os artigo 25 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho

[14] (#_ftnref14) Em relação ao tribunal competente, nos termos do artigo 3 do


regime jurídico mormente Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho estabelece com
exactidão sobre a recuperação judicial ou a declaração da insolvência. Nestes
termos também o tribunal considera-se como um dos órgãos da insolvência.

[15] (#_ftnref15) Vide o artigo 21 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho

[16] (#_ftnref16) Vide o artigo 51 e 95 do Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho

[17] (#_ftnref17) Vide ix, da alínea a), do nº. 1 do artigo 22 do Decreto-Lei nº. 1/2013
de 4 de Julho. 

[18] (#_ftnref18) Vide xv, da alínea a), do nº. 1 do artigo 22 do Decreto-Lei nº.
1/2013 de 4 de Julho

[19] (#_ftnref19) Vide o artigo 34 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

[20] (#_ftnref20) Epifânio 2012, esclarece que a impossibilidade referida deve


consistir sobre a divida com valor muito superior para dar lugar a insolvência,
acrescentando sobre a irrelevância do conceito.
[21] (#_ftnref21) Vide o nº.1 do artigo 2 do Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de Julho.

[22] (#_ftnref22) Vide o nº.1 do artigo 4 do Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de Julho.

[23] (#_ftnref23) Vides os artigos 11, 12, 13, 15 do Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de


Julho.

[24] (#_ftnref24) Cfr Artigo64 do RJDIREC 

[25] (#_ftnref25) Cfr artigo 821 do CPC

[26] (#_ftnref26) Vide o n.º7 do artigo 6 do Decreto-Lei n.º/2013 de 4 de Julho

[27] (#_ftnref27) www.advogadosInsolvencia.pt (http://www.advogadosinsolvencia.pt/)


acessado no dia 17 de Junho de 2017 pelas 9:50

[28] (#_ftnref28) Vide artigo 88 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

[29] (#_ftnref29) Vide artigos 151 a157 Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho

[30] (#_ftnref30) Vide artigos 61 do Regime Jurídico supracitado.

[31] (#_ftnref31) FILHO, Manoel Justino Bezerra – Lei de Recuperação de Empresas


e Falência – 7 ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais 2011 – pag.330

[32] (#_ftnref32) Vide artigos 160 a 166 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.

[33] (#_ftnref33) Vide artigos 295 – 297 do CP e artigos 167 – 175 do DL nº 1 /2013
de 4 de Julho.

[34] (#_ftnref34) COSTA, Ana Isabel Varela, A Responsabilidade Penal dos


Administradores nos Crimes Insolvenciais: Em Especial, na
Insolvência Negligente, Dissertação de Mestrado Profissionalizante pela
Universidade Católica de Lisboa, Lisboa, 2015, p.p 20-30

[35] (#_ftnref35) MOTA, Luísa Teixeira, A INSOLVÊNCIA CULPOSA NO


C.I.R.E E A INSOLVÊNCIA DOLOSA NO CÓDIGO PENAL, O
CONFRONTO ENTRE AS DUAS FIGURAS, Dissertação de Mestrado Forense pela
Universidade Católica Portuguesa-Faculdade de Direito, 2017, p.p.27-37

[36] (#_ftnref36) Vides artigos 6 da LOMP e Artigo 5 do CPP.

[37] (#_ftnref37) Vide artigo 3 do CPC.

Autor
Abu Mario Ussene
Abu Mario Ussene Presidente da Assembleia da Mpuhula,
Mestre em Direito Civil pela universidade católica de
Moçambique e Doutorando em Direito Publico na UCM,
docente de Filosofia, Historia no centro Islâmico de Nampula
em Moçambique, Etica e Deontologia Profissional no Instituto Politecnico
medio de Mocambique, Analista politico e comentarista jurídico no
programa opinião jurídica na Haq Tv em Moçambique, Gestor de Monitoria
e avaliacao da ORPHAD, chefe de qualificacao do PAED, Secretario
Provincial do Conselho Islamico em Nampula e Gestor de Recursos
Humanos no COPMOZ e INSPOM.

Site(s):

wwwabuisaura.com.mz

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