Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
https://jus.com.br/artigos/65490
Introdução
CAPITULO I- GENERALIDADES
1.1. Conceitos
1.1.1 Direito de insolvência
1.1.2 Insolvência
Assim, interessa-nos perceber que o que deverá levar a uma entidade a atingir este
estado e como resolver, judicialmente a sua situação de insolvência, nestes termos
o processo de insolvência e recuperação de empresários constitui o objectivo do
Decreto-Lei nº1/2013 de 4 de Julho[2] (#_ftn2) .
Nas palavras de Leitão (2012b: 48), esta definição de insolvência “não parece
correta”. Inspirado na lei alemã de Insolvência, o conceito de insolvência
apresentado parece “vago e indeterminado”, ou seja, pouco claro e de difícil
concretização. Leitão (2012b: 48) é, então, da opinião de que se devia ter mantido
a definição anterior de insolvência, que declara insolvente a empresa que “por
carência de meios próprios e por falta de crédito, se encontre impossibilitada de
cumprir pontualmente as suas obrigações.
1.1.3 Empresa
1.1.6 Credor
1.1.7 Devedor
O devedor por consequência é aquele que se utiliza dos recursos dos credores, por
meio de empréstimos[5] (#_ftn5) .
De acordo com (Cardoso, 2010) a empresa é como uma pessoa e passa pelas
seguintes fases:
Fase de introdução;
Fase de crescimento;
Fase de Maturidade;
Fase do declínio.
1.3.Autonomia científica do direito da insolvência
Desta forma julga-se poder falar-se de uma personalidade insolvencial, que não
coincide necessariamente com a personalidade jurídica consagrada no artigo. 66º
do CC, nem com a personalidade judiciária em geral consagrada nos artigos. 5º e
seguintes do CPC, já que é relativa apenas á susceptibilidade de ser objecto de um
processo de insolvência.
“Também se devem considerar integrados os bens dos sujeitos que respondem
legalmente pelas dívidas do insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/insolvente) , ou seja, das pessoas que
respondem pela generalidade das suas dívidas, ainda que a título subsidiário[11]
(#_ftn11) ”, nos termos do artigo 601 do Código Civil.
1.6.Órgãos da insolvência
a) O tribunal
b) O administrador da insolvência
c) A comissão de credores
d)Assembleia de credores
Ora, essa coordenação realiza-se através de deliberações, em que cada credor vota
com base no montante dos seus créditos
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/mapa/creditos) , nos termos do nº.1 do artigo 34 do
mesmo regime jurídico.
- Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação apresentado pelo
devedor;
Este processo caracteriza-se ainda por ser especial, na medida em que está
regulado autonomamente em diploma próprio – no caso de Moçambique no
regime jurídico do Decreto-Lei nº. 1/2013 de 4 de Julho (Epifânio, 2012: 15).
O Professor Doutor Leitão (2012: 20) acrescenta que o procedimento referido
afasta-se de determinados princípios do processo civil. No entanto, trata-se de um
processo multidisciplinar pois articula-se com o Direito Civil, o Direito Comercial,
o Direito do Trabalho, o Direito Penal, o Direito Processual Civil e Penal, entre
outros. (Epifânio, 2012: 15).
Para que este regime de insolvência possa ser utilizado, é necessário a verificação
de dois pressupostos: um pressuposto subjectivo e um pressuposto objectivo. No
caso de Moçambique estão elencados no artigo 2º, nº 1 do Decreto-Lei nº.1/2013
de 4 Julho, estabelece que podem ser sujeitos a processo de insolvência[21]
(#_ftn21) :
a) Às associações e fundações;
b) Às sociedades civis;
c) Às cooperativas:
d) Às pessoas singulares;
Desta forma para as pessoas enumeradas nas alíneas a), e b) do nº.3 do artigo 2 do
Decreto-Lei nº.1/2013 de 4 de Julho, são aplicados pelo seu regime específico.
2.1.2. A fase declarativa do Processo de Insolvência
Caso, não ocorram impugnações, o Juiz homologa, como quadro geral de credores,
a relação dos credores constantes do edital o n.º 3 do artigo 7, dispensando a
publicação prevista no artigo 18 do Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho.
A Conclusão dos Autos, após o decurso dos prazos previstos nos termos dos
artigos 11 e 12 do Regime Jurídico supracitado, nos termos da alínea d), do artigo
15 o Juiz determina as provas a serem produzidas, designando a audiência da
instrução e julgamento se necessário for[23] (#_ftn23) .
2.1.4. Sentença
A Sentença sobre a insolvência encontra-se prevista no artigo 83 no qual preconiza
que A Sentença que reconhecer o direito do requerente à restituição determina a
entrega da coisa no prazo de 48 horas e não existe contestação ao pedido, a massa
não é condenada ao pagamento de honorários de advogados.
Por outro lado, outro dos efeitos da declaração de insolvência é a apreensão dos
bens do devedor que sejam susceptíveis de penhora
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/penhora) [25] (#_ftn25) , nos termos do artigo
821 do CPC. Porém, o direito de arrendamento (isto é, se o devedor for
arrendatário) da casa de morada de família, por se tratar de um direito inalienável,
não pode ser retirado ao inquilino para ser junto à massa insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/massa-insolvente) . Ou seja, o devedor,
mesmo tendo sido declarado insolvente continua a ser arrendatário ou inquilino
do imóvel.
Já o mesmo não acontece se o devedor for proprietário do imóvel, caso em
que, é de facto, forçado a sair da casa assim que lhe for comunicada a venda
judicial do bem a terceiros no âmbito da fase de liquidação do processo de
insolvência (http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/processo-de-insolvencia) .
Por outro lado, outro dos efeitos da declaração de insolvência é a apreensão dos
bens do devedor que sejam susceptíveis de penhora
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/penhora) , nos termos do artigo 821 do CPC.
Porém, o direito de arrendamento (isto é, se o devedor for arrendatário) da casa de
morada de família, por se tratar de um direito inalienável, não pode ser retirado ao
inquilino para ser junto à massa insolvente
(http://www.advogadosinsolvencia.pt/insolvencia/massa-insolvente) . Ou seja, o devedor,
mesmo tendo sido declarado insolvente continua a ser arrendatário ou inquilino
do imóvel.
Como elenca o artigo 112 do mesmo Regime Jurídico, estatui que a declaração da
insolvência sujeita todos os credores do devedor e do sócio ilimitadamente
responsável que estão prescritos no Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 de Julho.
Como estatui o artigo 113 e seguintes, sobre a suspensão dos direitos que com a
declaração da insolvência suspende o exercício de direito de retenção sobre os
bens sujeitos a apreensão, os quais devem ser entregues ao Administrador da
Insolvência, nos termos da alínea a), do artigo 113 do (Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4
de Julho).
Nos termos do artigo 125 do Regime Jurídico estatui que são ineficazes, em
relação à massa, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise
económico – financeira do devedor, seja ou não intenção deste defraudar os
credores.
Em relação aos créditos também temos os créditos não concorrentes que estão
elencados no artigo79 do mesmo Regime Jurídico.
Nos casos em que não couber o pedido da restituição, fica ressalvado o direito dos
credores de deduzirem embargos de terceiro, observando a legislação do processo
civil vigente[28] (#_ftn28) .
Ademais, é uma via de solução que não abarca todos os problemas da empresa em
crise. Diferentemente da recuperação judicial, esta não engloba créditos de
natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou que decorram de
relações de trabalho, dívidas como garantia fiduciária de móveis ou imóveis,
arrendamento mercantil, compra e venda de imóveis com determinadas
características.
Segunda a previsão do n.º2 daquele art.º Esta a pena resulta atenuada para a pena
de prisão se a falência for culposa.
O que faz concluir que aplica-se a pena de prisão maior de dois a oito anos se o
crime for cometido com dolo. E aplica-se a pena simples prisão, três dias á dois
anos se o crime for cometido com mera culpa. (cf. Art.º 62.º do CP).
Assim sendo fácil será concluir que os elementos deste crime não coincidem com
as situações previstas pelo RJRIEC, que até nem é aplicável para os casos de
Corretores de bolsas e seguros por exemplo. (cf. Art.º 2 n.º2 al. b)
Trata-se de uma previsão que não tem correspondência com as situações previstas
pelo RJRIEC, desde logo porque o regime aplica-se não só aos empresários
comerciais, mas também ás pessoas singulares (cf. art.º 2 n.º2 al. d))
Por essa razão, no actual quadro legal, parece-nos ser de difícil aplicação o crime
de insolvência por se referir a devedor não empresário comercial quando a
situação da insolvência estende-se as pessoas singulares, isto é, á aqueles que não
são empresários comerciais, o que deve ser revisto.
Pois, mesmo nesse aspecto importa referir as que há diferenças a indicar. Mas
antes referimos as coincidências. Tanto no crime de Falência ou Insolvência
Fraudulenta e Culposa e a Fraude aos Credores o legislador pretende proteger o
património do credor e o bom funcionamento da economia creditícia e confiança
nas transacções comerciais.[34] (#_ftn34)
A aplicação das sanções para a Fraude aos Credores tem natureza civil
insolvencial, não se exigindo dolo nos termos que ocorre com o crime Falência ou
Insolvência Fraudulenta e Culposa, onde se exige dolo específico em prejudicar o
património dos credores, atenuando-se a moldura penal nos casos de culpa. [35]
(#_ftn35)
A pena cominada para a Fraude aos Credores é a do crime de furto, isto e prisão
até seis meses e multa até um mês. O crime de falência ou insolvência fraudulenta
e culposa é punida com a pena de dois a oito anos de prisão maior, quando dolosa,
e três dias a dois ano, quando culposa (Cf. art.º 167º nº1 in fine do RJIREC e 270.º
n.º1 al. a), 295.º n.º1 e 2 e 62.º do CP).
São efeitos da condenação pela Fraude aos Credores a inibição para administrar
uma sociedade comercial, a inibição do exercício individual da actividade
empresarial e a impossibilidade de gerir qualquer sociedade mesmo a título de
gestão de negócios ou mandato. (Cf. Art.º175.º do RJIREC).
Desta previsão resulta que, em relação a responsabilidade civil caberá nos termos
gerais aos lesados, requerer as providências necessárias, segundo o princípio da
inércia da jurisdição, pelo qual o Tribunal não pode resolver um conflito de
interesse sem que a resolução lhe seja pedido por uma das parte[37] (#_ftn37) s. (cf.
Art.º 3º do CPC).
Não temos um instituto igual no nosso sistema. Por isso o procedimento criminal
não depende da qualificação da insolvência o que será feito no próprio processo.
Assim, da conjugação dos arts.º 22º nº1 al. c). v, n.º 5 e 95.º do RJIREC, percebe-
se que a qualificação da insolvência não é feita oficiosamente. Nem há no RJIREC
previsão de como faze-la.
Conclusão
Atinente as dívidas da massa insolvente, ficou claro que trata-se de créditos não
concorrentes, isto quer dizer que na ordem de pagamento não concorrem com os
elencados no artigo 77 do Decreto-Lei n.º1/2013 de 4 de Julho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Legislação
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-Lei n.º1/2013, de 04 de Julho,
que aprova o Regime Jurídico de Recuperação e Insolvência de Empresários
Comercias, in Boletim da República 1ª Série n.º 53, de 04 de Julho.
Doutrina
CORREIA, Miguel J. A. Pupo, Direito Comercial-Direito da Empresa,
12ªedicao, revista e actualizada, Edições Jurídicas, Lda, Lisboa, 2011
[1] (#_ftnref1) LEITAO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direito da Insolvência,
3ªedicao, edições almedina, Lisboa, 2011
[10] (#_ftnref10) Para este critério o facto de o activo ser ou não superior ao passivo
é irrelevante, já que a insolvência ocorre logo que se verifica a impossibilidade de
pagar as dividas que surgem no quotidiano da sua actividade.
[17] (#_ftnref17) Vide ix, da alínea a), do nº. 1 do artigo 22 do Decreto-Lei nº. 1/2013
de 4 de Julho.
[18] (#_ftnref18) Vide xv, da alínea a), do nº. 1 do artigo 22 do Decreto-Lei nº.
1/2013 de 4 de Julho
[33] (#_ftnref33) Vide artigos 295 – 297 do CP e artigos 167 – 175 do DL nº 1 /2013
de 4 de Julho.
Autor
Abu Mario Ussene
Abu Mario Ussene Presidente da Assembleia da Mpuhula,
Mestre em Direito Civil pela universidade católica de
Moçambique e Doutorando em Direito Publico na UCM,
docente de Filosofia, Historia no centro Islâmico de Nampula
em Moçambique, Etica e Deontologia Profissional no Instituto Politecnico
medio de Mocambique, Analista politico e comentarista jurídico no
programa opinião jurídica na Haq Tv em Moçambique, Gestor de Monitoria
e avaliacao da ORPHAD, chefe de qualificacao do PAED, Secretario
Provincial do Conselho Islamico em Nampula e Gestor de Recursos
Humanos no COPMOZ e INSPOM.
Site(s):
wwwabuisaura.com.mz