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insolvência de empresas
Ora, se existir, entre outros, incumprimento generalizado, nos últimos seis meses, de dívidas
emergentes de contrato de trabalho, da violação ou cessação deste, pode ser requerida a
insolvência da empresa por qualquer credor, e, por isso, também pelos próprios trabalhadores.
Consultar o nosso artigo: quem pode pedir a insolvência de uma empresa? (/mapa/quem-pode-
pedir-a-insolvencia-de-uma-empresa)
Nos termos da Lei, o trabalhador tem direito a uma compensação / indemnização pelo despedimento
(cessação do seu contrato de trabalho), decorrente do encerramento definitivo do estabelecimento
onde realiza a sua atividade, após a declaração de insolvência da respetiva empresa.
Essa compensação / indemnização corresponde a 12 dias de retribuição base (salário) por cada
ano (ou meses) de antiguidade. Por exemplo, um trabalhador que tenha um salário base de
800,00€ e esteja na empresa há 5 anos e 9 meses tem direito a uma compensação / indemnização
de 1842,30€. (800,00€ : 30 dias = 26,70€ por dia; 26,70€ x 12 dias = 320,40€ por cada ano de
antiguidade; 320,40€ x 5 anos = 1602,00€ por 5 anos de antiguidade; 9 x 320,40€ : 12 = 240,30€
[regra de 3 simples] por 9 meses de antiguidade; 1602,00€ + 240,30€ = 1842,30€ de compensação
por 5 anos e 9 meses de antiguidade).
Créditos laborais pagos em 1.º lugar:
Os créditos laborais, ou seja, os créditos que resultam de salários, subsídios de férias e de Natal, da
compensação / indemnização por cessação do contrato de trabalho e, eventualmente, outras
compensações ou indemnizações gozam de um privilégio creditório especial imobiliário que
incide sobre o imóvel da entidade empregadora onde o trabalhador realiza a sua atividade, que
prevalece sobre qualquer outro crédito. Os créditos laborais que beneficiarem deste privilégio
creditório especial imobiliário são considerados, para todos os efeitos, como créditos garantidos
(/mapa/creditos-garantidos). Ver o nosso artigo: graduação de créditos (/mapa/graduacao-de-
creditos).
Por outro lado, os trabalhadores beneficiam também de um privilégio creditório mobiliário geral,
que prevalece inclusive, sobre os privilégios creditórios gerais das Finanças e da Segurança Social.
Neste caso, os créditos laborais serão qualificados e graduados como créditos privilegiados
(/mapa/creditos-privilegiados).
Porém, para que os créditos laborais possam ser pagos é necessário que os trabalhadores
apresentem no processo de insolvência a sua reclamação de créditos (/insolvencia/reclamacao-
de-creditos). A reclamação de créditos deve ser apresentada no prazo fixado na sentença de
declaração de insolvência, o qual não poderá, porém, exceder 30 dias a contar da sentença.
Após o decurso deste prazo, os credores que ainda quiserem obter pagamento terão que intentar
uma ação de verificação ulterior de créditos (/mapa/verificacao-ulterior-de-creditos) ou
reclamação ulterior (posterior) de créditos.
No caso de os créditos laborais não conseguirem ser pagos no âmbito do processo de insolvência
(/insolvencia/processo-de-insolvencia) após liquidação de todo o património da empresa os
trabalhadores podem recorrer ao Fundo de Garantia Salarial (para mais desenvolvimentos
consultar: Fundo de Garantia Salarial (/mapa/fundo-de-garantia-salarial)).
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